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O Dr. Sérgio Hora Lopes, diretor da Revista APDA, deixou-nos no passado dia 25 de Julho. Tinha 71 anos. Tinha-se reformado já próximo dos 70 anos.

O avanço da doença que o vitimou já não lhe permitiu dar o contributo que desejaria ao último número, relativo ao 2º trimestre e editado em data próxima da sua morte. Mas antes disso, e ao longo do período a partir do Verão de 2022, quando teve conhecimento da doença implacável de que padecia, manteve-se sempre muito ativo no âmbito da revista, e não parecia disponível para desânimos. Uma ou outra vez manifestou aborrecimento com os novos exames médicos que tinha de realizar e o tempo que isso lhe ia consumir, e esse foi o patamar mais negativo que alguma vez revelou. De resto, a energia de sempre.

Sérgio Lopes era um entusiasta. Era-lhe fácil e natural estremecer com novas iniciativas, novos temas, novas ideias (quanta vibração com um novo conceito como o de “One Water” - “Uma Só Água” -, por exemplo), e revelava grande disponibilidade para participar, para contribuir. A APDA contava com ele e ele não virava as costas, tendo tido um papel relevante, quando não preponderante, em muitas iniciativas da associação.

Assumiu a direção da Revista APDA no segundo trimestre de 2020, precisamente na altura em que o mundo fechou por causa da pandemia. A covid-19 foi, sem surpresa, o tema desse número da revista, e descobrimos que ele sabia tudo o que era possível saber sobre o assunto em cada momento. Esta curiosidade por aquilo que é novo estava-lhe na massa do sangue.

Qual o segredo de Sérgio Lopes? Não era evidente para quem não o conhecia bem, nem ele fazia alarde. É afinal muito simples: era um verdadeiro e genuíno intelectual. Uma curiosidade intelectual insaciável. Não há muitos. O desenvolvimento regional e a economia ambiental, sim, mas também literatura, pintura, cinema, arquitetura (do seu conterrâneo Álvaro Siza e não só), filosofia em particular, e de tudo um pouco, tudo isso ele discutia com os seus amigos mais próximose tinha-os, ao longo de décadas… -, um pouco à maneira dos anos sessenta ou setenta, em que este perfil social era menos incomum. Era aliás uma pessoa calorosa e empática, bom conversador, com carisma. E com uma grande ligação à sua terra de Matosinhos e em particular Perafita e Lavra, onde os amigos o levavam de carro a passear, quando o fim já se aproximava, por recantos da sua juventude.

Sérgio Lopes licenciou-se em economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde foi colega de alguns nomes conhecidos, como Elisa Ferreira ou Teixeira dos Santos.

Foi docente em diversas escolas do ensino superior, entre 1974 e 2010: Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Instituto Superior de Serviço Social do Porto, Instituto Superior de Administração e Gestão, Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa. Lecionou disciplinas das áreas de economia política, economia portuguesa, política social, planeamento e economia e gestão do ambiente. Concebeu e dirigiu a pós-graduação “Gestão das Organizações e Desenvolvimento Sustentável” da EGE-Escola de Gestão Empresarial da Universidade Católica Portuguesa.

Colaborou nos seguintes livros:

“Abastecimento de Água em Portugal –O Mercado e os Preços” da Comissão Especializada de Legislação e Economia da APDA, Edição da APDA, Lisboa, 2004; “Lo Público y lo Privado en la Gestión del Agua”; Ediciones del Oriente y del Mediterráneo, Junio de 2005, Madrid; “Água e Saneamento em Portugal – O Mercado e os Preços” da Comissão Especializada de Legislação e Economia da APDA, Lisboa, com edições de 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016, 2018, 2020 e 2022.

No setor dos serviços de água e do ambiente desde 1982, foi Diretor-Delegado dos SMAS de Matosinhos, Gestor do POA (Programa Operacional do Ambiente) e Interlocutor Sectorial do Ambiente para o Fundo de Coesão. Integrou o Grupo Águas de Portugal em 2006, tendo sido Presidente da Simlis, da Águas do Mondego, da Simria e da Águas do Zêzere e Côa, e Administrador executivo na Águas do Douro e Paiva. Teve uma intervenção preponderante na criação da Águas da Região de Aveiro, empresa de que foi o primeiro Presidente. Mais recentemente era assessor da Águas de Douro e Paiva e consultor da AdP Internacional.

Integrou vários cargos de direção na APDA, sendo agora o Coordenador do Conselho Científico da associação e membro da sua Comissão Especializada de Legislação e Economia. Na APDA coordenou o think tank de prospetiva cujas reflexões e conclusões foram publicadas no livro “Serviços de Águas –Os próximos 30 anos”. Foi Presidente da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal.

Incansável na sua curiosidade, busca e partilha de conhecimento, elaborou vários trabalhos sobre planeamento, integração e fundos comunitários, economia do ambiente e da água, gestão de conflitos, prospetiva, tendo publicado mais de uma dezena de ensaios e artigos em revistas da especialidade.

Reconhecido entre os seus pares, acumulou prestígio ao longo da uma carreira dedicada em grande parte à evolução do setor da água em Portugal, contribuindo pelo caminho para o bem-estar e boa disposição das pessoas que com ele privaram.

Fica uma grande saudade e um eterno agradecimento.

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