Cozinhas Comunitárias

Page 1

Cozinhas comunitรกrias um mundo por explorar

1


Ă?ndice

2


4 6

Por um Design Socialmente Responsável Ponto de Encontro: Lisboa

8 Interculturalidade 10

Interculturalização = Globalização

12 Identibuzz 14

Hungry City

16

Cozinha Popular da Muraria

20

Community Kitchens

26

How to set up a kitchen

30

Other Considerations

33 Bibliografia

3


Por um Design Socialmente Responsável

Quando falamos em design, nos dias atuais, não é difícil perceber uma certa preocupação em desenvolver produtos, serviços ou programas com responsabilidade social. Com o propósito de auxiliar indivíduos que possuem necessidades especiais, como portadores de deficiências, idosos, pobres e também populações de países em desenvolvimento (e que acaba incluindo todas as problemáticas existentes em tais ambientes), esse enfoque social do design apareceu com uma grande força através do livro “Design for the Real World“, de Vitor Papanek, publicado em 1972. Algumas impressões O objetivo principal do design social é satisfazer as necessidades humanas, diferente daquilo que é observado no design para o mercado, que tem por finalidade de projetar produtos para venda e consumo. De acordo com Victor Margolin e Sylvia Margolin, para que se possa pensar e produzir produtos capazes de ajudar a satisfazer tais necessidades, é preciso criar um “modelo social” em design, inspirado nas políticas de assistência social, onde os assistentes sociais têm a função de avaliar a relação entre seu “cliente” (que pode ser uma única pessoa ou até uma comunidade inteira) e os domínios que existem no ambiente onde esse mesmo cliente está situado. Assim, o designer deve contribuir não só na busca de soluções e criação de produtos para melhorias no ambiente social, mas também na procura e identificação de problemas. Infelizmente, recursos que ajudam a prática do design social ainda são escassos, e para contornar esta situação, o designer deve adotar práticas como a observação participativa e pesquisas centradas 4


no desenvolvimento de produtos socialmente responsáveis, bem como aprender e aprimorar habilidades relacionadas às populações vulneráveis e ambientes que ele irá atender. Possuir um maior entendimento nas áreas de sociologia, psicologia e políticas públicas também é uma característica relevante e necessária. Para Alain Findeli, “responsabilidade em Design” significa que nós, profissionais de design, precisamos estar conscientes de que cada vez que nos envolvemos em um projeto, estamos também recriando o mundo. Exagero ou não, o que nos interessa é o argumento de que assim como produtos mal-elaborados estão à espera de designers responsáveis e competentes, também há serviços aguardando pelos mesmos, ou seja, designers também podem projetar sistemas que possam diminuir a burocracia nos hospitais e serviços públicos das cidades onde moram, por exemplo, ou criar estratégias de maior efetividade para abordar problemas como estes. Conclusão A prática do design “socialmente responsável” deve nos ajudar a nos focarmos em como as coisas podem ser melhoradas, ou como nós podemos projetar uma maior eficácia em produtos e sistemas que já existem. Melhorar a prestação de serviços para um determinado grupo de pessoas pode ser tão desafiador quanto o desenvolvimento de novos sistemas de tecnologia para atender as comunidades excluídas. Por Mauro Adriano Müller 5


6


Ponto de encontro: lisboa Lisboa, é hoje, como sempre foi, uma cidade intercultural. O posicionamento geoestratégico da cidade de Lisboa dita-lhe a condição que sempre teve de encruzilhada entre a Europa, o Mediterrâneo e o Atlântico, ponto de chegadas e de partidas, lugar de trocas e encontros de culturas, espaço de tolerância e de diversidade. Por outro lado, as cidades, como os indivíduos, são portadoras de identidades múltiplas, plurais e híbridas e a diversidade de culturas, de expressões, de práticas, linguagens e conteúdos artísticos e culturais deve ser um bem essencial a preservar e a promover nas várias dimensões das políticas de cidade. O acolhimento de comunidades diversas, o reconhecimento da diferença e a valorização dos que nos procuram é um modo de enriquecer a experiência de vida de todos, em que a cidade investirá decididamente.

7


8

O conceito de interculturalidade tem uma forte relação com o de educação, ambos uma necessidade e exigência da sociedade atual. A complexidade e multiculturalidade são fenómenos intrinsecamente ligados ao mundo dos dias de hoje, onde globalização, migração, minorias e tentativas de hegemonia são realidades efetivas. A interculturalidade passa pois pelo desafio lançado pela globalização e suas implicações étnicas e culturais. Identidade, homegeneidade e diversidade são os eixos definidores da interculturalidade, que tem na educação e suas instituições e agentes os meios de desenvolvimento. Os valores são os da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da igualdade, tolerância, educação multicultural. A interculturalidade visa assim não apenas a formação mas também a integração dos grupos no todo social, perante o individualismo e a cultura consumista e imediatista da globalização. A interculturalidade

interculturalidade


9

pressupõe a educação democrática, a transnacionalidade da mesma e a superação dos hermetismos sociais do Estado-Nação, bem como a oposição à supremacia de culturas sobre outras. A cidadania global, a educação e a sociedade em fusão, são os valores transversais da interculturalidade social do mundo de hoje, que se pretende integradora, equitativa, justa, responsável e solidária, de modo a manter as diferenças sem subalternizações nem sobreposições e intolerâncias. A interculturalidade é assim um dos instrumentos de amenização e refundação da sociedade moderna na senda da globalização. Ou está para além do materialismo político-económico: uma globalização de valores, de cultura, de formação, de identidades e de cidadania plena.


Interculturalização = Globalização A temática em que me agradaria bastante abordar no âmbito do projeto de Design de Comunicação seria a interculturalidade. Para tal, que local melhor para falar sobre este tema que o bairro da Mouraria em Lisboa! Através do site da Associação Renovar a mouraria descobri que se realizam visitas guiadas aos sábados de manhã por isso decidi inscrever-me. Sábado, dia 13 de Abril às dez e meia da manhã, encontrei-me com um pequeno grupo em frente à Igreja de Nossa Senhora da Saúde na praça Martim Moniz. A Associação Renovar a Mouraria foi criada em 2008 por dois residentes da mouraria, que sentiam que algo tinha de ser feito por este bairro histórico que se estava degradar em vários domínios. Era necessário reabilitar este bairro, não só a nível das instalações, mas também nível cultural e social, para melhorar a qualidade de vida das pessoas que lá viviam. Juntamente com outros amigos residentes e não residentes deste bairro, conseguiram, em pouco tempo, que o movimento Renovar a Mouraria se tornasse numa associação. A partir daí começaram a surgir projetos e iniciativas que convidavam os moradores a participar em conjunto, assim foi possível ir começando a unir as pessoas deste bairro, por mais diferente que fosse a cultura de cada um. Na Mouraria vivem pessoas de cerca de 52 etnias diferentes, por isso, seria um desperdício esta riqueza cultural não ser partilhada. A associação já consegue neste momento usufruir de um espaço próprio, ao qual chamaram Edifício Manifesto que mais tarde foi batizado de Casa Comunitária da Mouraria. Neste espaço desenvolvem-se diversas atividades com os locais, como por exemplo cursos de línguas, dança, festas tradicionais provenientes de várias culturas e também um pouco da cultura portuguesa, já que Portugal é o país que acolhe todas estas comunidades. 10


O Bairro da Mouraria é a meu ver, um exemplo extraordinário de um futuro para o qual todas as sociedades estão, ou pelo menos deveriam estar, a caminhar. Temos um mundo cada vez mais globalizado, mas muitas vezes nem nos apercebemos das possibilidades que essa globalização pode ter. Habituámo-nos a comunicar através de interfaces digitais e muitas vezes nem nos apercebemos da riqueza cultural que os que estão à nossa volta nos podem oferecer, se criarmos um diálogo direto com essas pessoas, sem barreiras digitais. Por exemplo, a maioria das pessoas, se precisarem de fazer algum trabalho sobre a China, constrangem a sua pesquisa ao que a internet lhes dá, em vez disso, por que não, ir falar com os donos da loja chinesa por baixo da sua casa?! Muitas vezes os imigrantes que se deslocam para outro país, veem com a esperança de encontrar emprego e conseguir ter uma vida melhor, algo que muitas vezes não se confirma, acabando por viver em condições muito precárias. Para além disso, muitos emigrantes têm dificuldade em integrar-se na cultura e costumes do país que os acolhe, sofrendo também com o isolamento por parte dos outros indivíduos. Assim, se houver um local onde as pessoas se possam encontrar, trocar experiências e onde encontrem apoio às suas dificuldades no domínio da língua ou da inserção social, então estaremos a caminhar para um futuro onde haverá mais respeito, tolerância e conhecimento do próximo, entre pessoas de qualquer origem. É preciso que haja uma consciencialização de que o mundo, para se tornar numa verdadeira aldeia global, como muitos gostam de lhe chamar, não basta a facilidade na comunicação e no acesso à informação, mas necessita também de conhecimento mútuo entre culturas, através do diálogo direto entre os seus indivíduos. O Bairro da Mouraria é apenas um começo! 11


identibuzz

O projeto Identibuzz explora as intersecções entre a multiculturalidade e a interculturalidade que se vivem no bairro. A diversidade cultural presente no bairro é inerente. Contudo, este documento audiovisual indaga nas relações que se criam no bairro entre as diferentes culturas, que tipo hibridação cultural experimentam os que vêm de fora, que tipo de influências experimentam os portugueses com a vinda dos estrangeiros.

12


A dinâmica de identibuzz, baseada no vídeo participativo, é essencialmente prática. Tem um caráter social e comunitário, em que o importante é que um grupo de pessoas, sem relação direta com a realização audiovisual, se reúna, tenha alguma coisa que contar e queira utilizar esta ferramenta audiovisual para deixar a sua mensagem. A metodologia de trabalho que utilizamos para realizar Identibuzz, articula-se em torno de workshops express de capacitação cidadã, e está fundamentada na comunicação audiovisual horizontal e em conceitos como o jornalismo cidadão e na Web 2.0. Nos workshops express de capacitação cidadã, analisam-se as chaves e as estratégias documentais e audiovisuais aplicadas às novas tecnologias de comunicação, e propõe-se um diálogo sobre os mecanismos de discurso e as ferramentas para criar narrativas digitais. Durante os dias seguintes à realização dos workshops express, as pessoas colaboradoras, organizadas por grupos, mapeiam os territórios à procura de entrevistas, ações e atividades que expliquem o contexto a documentar. Articular o projeto mediante a realização de vídeos participativos permite mostrar o olhar a partir do interior das comunidades através de uma dinâmica vivencial. O vídeo participativo é utilizado como desculpa para reunir diferentes identidades culturais presentes nos bairros, colocando-os em contato com o objetivo de criar novas relações sociais de caráter intercultural. 13


Hungry City Hungry City: How Food Shapes Our Lives, by Carolyn Steel

Hungry City é um livro acerca do modo como as cidades encaram a comida. A forma como as cidades se alimentam tem sem dúvida um impacto social e físico sobre nós, mais do que qualquer outra coisa que fazemos. No entanto, poucos de nós no Ocidente estão conscientes do processo de produção dos alimentos. Estes aparecem nos nossos pratos como por magia e raramente paramos para pensar como chegaram até nós.

14


“Chapter 5 is about that stage of food’s journey that we can’t help knowing at least something about: eating. We all do it several times a day, so you would have thought we were experts at it, but you would be wrong. Most of the time, we barely think about what we’re putting in our mouths – we are far too busy thinking about something else. We have learnt to treat food as fuel, which is not only doing terrible things to our bodies, but harming the very fabric of our society. Because food in the past was scarce, it was also highly valued, and shared meals were significant social events. Although this undoubtedly had its downsides, such as the use of table manners as a mechanism for social snobbery, the fact that people ate regularly together was also highly beneficial. Through history, the table has been where people have learnt to share, to socialise, to converse – it is without equal as a place to become culturally attuned and civilised. Yet as more and more of us eat on our own, research suggests that we are losing social skills that previous generations took for granted. Another equally important function of the shared meal, which might sound a bit old-fashioned today, is the way in which table manners regulate how and what we eat. In the fight against obesity, shared meals could have a vital role to play, because they involve the most powerful known mechanism for regulating eating habits: social pressure.”

15


cozinha popular da mouraria

Um espaço para trocar ideias, divulgar culturas, cozinhar, experimentar, partilhar, reunir a família, viajar pelo mundo e muito mais. Este projecto tem como ambição um objectivo: a partilha gastronómica e cultural.

16


“Todos comem, todos cozinham.” Foi com este mote que a Cozinha Popular da Mouraria, em Lisboa, abriu após quatro anos de muitos projetos, contratempos, apoios e, acima de tudo, vontade. Adriana Freire é uma apaixonada pelo bairro e pela culinária e é com orgulho que vê a cozinha de todos os seus sonhos ganhar forma e encher-se de sabores e saberes. “Sempre quis viver numa cozinha, é onde tudo acontece”, conta esta fotógrafa de profissão, que contou com o apoio do programa BIP/ZIP e da Teka. “Cada chefe é um mundo, cada produto tem a paixão de quem o fez. O mais importante são as pessoas.” E é por isso que esta cozinha está aberta a todos, com muito espaço e versatilidade. Vamos por partes: primeiro tem uma vertente social, como centro de aprendizagem das gentes do bairro, que poderão usar a cozinha não só para aprender as artes da culinária com profissionais como também para cozinharem os seus próprios produtos com equipamentos certificados, podendo assim comercializá-los. Depois há, diariamente, almoços confecionados pela cozineira residente, Rita Grifo, para todos os que queiram experimentar boa comida a preços em conta (refeição completa: €5). Na agenda há ainda os cursos (como o de Cozinha Vegetariana, a decorrer até 22 de Maio) e os jantares Viagem no Prato, cozinhados por Chefes estrangeiros ou viajantes amantes da cozinha.

17


A Cozinha Popular da Mouraria tem uma forte componente de intervenção social traduzindo-se assim num verdadeiro centro de aprendizagem. Dado que a cozinha Ê uma linguagem universal, com este projecto pretendese acima de tudo envolver todos os recursos existentes no bairro, por forma a proporcionar um vasto encontro de culturas.

18


Cada “passageiro“ tem uma passaporte, onde carimba os pratos por onde “viajou“. O próximo é da Guiné, já na terça-feira (refirção completa: €15). Mas ainda há mais: a tarde dos sábados é dedicada aos mais novos, com o curso Mãos na Massa, onde as crianças aprendem a preparar iguarias como pizas, bolachas e pão (€5). E se quiser cozinhar para amigos mas a sua cozinha for pequenina, pode também alugar o espaço e confecionar tudo lá. Se não tiver jeito para a culinária, a cozinheira residente também pode preparar um jantar de grupo. “Com direito a meterem o nariz durante a preparação e aprenderem umas dicas!“, frisa Adriana. Não há serviço de mesa, portanto cada um vai buscar pratos e talheres. “Quem cá entra tem de ter consciência de que isto não é um restaurante. É um espaço de partilha, como se estivessem na cozinha da própria casa.“ Paula Cosme Pinto in Revista Expresso 27/ABR/13

19


community kitchens

O website Community Kitchens é uma plataforma dedicada ao tema das cozinhas comunitárias. É dirigido a todos os interessados, sejam organizações, associações, ou um grupo de pessoas comuns que pretende começar um projecto desta natureza. No site são disponibilizadas dicas e ferramentas que explicam os passos necessários para a implantação de uma cozinha comunitária.

20


What are Community Kitchens? A Community Kitchen is a group of like-minded individuals who come together on a regular basis to socialise and cook affordable and nutritious meals. The participants then sit down to share the meal or divide it up for each person to take home. Through buying and cooking in bulk, many Kitchens are able to produce meals at a lower cost than individuals who cook at home for themselves. The Community Kitchens are owned and driven by the participants. They make all the decisions about the running of the group including how often the group meets and what they will be cooking. Community Kitchens are for everybody in the community and people from many different walks of life attend. What Community Kitchens ARE NOT? Cooking classes – Community Kitchens participants learn from each other and through their own hands-on experiences rather than from one ‘expert’ person teaching the group; Welfare-style soup kitchens – Community Kitchens participants contribute to the costs of the food and cook the food themselves: they have full ownership and there are no handouts; Communal cooking spaces – Community Kitchens refers to the group of participants who use kitchen facilities to prepare food together, not a kitchen site itself.

21


Benefits of Community Kitchens

Participants of Community Kitchens have reported positive changes in: Social skills - communication and interpersonal skills. Teamwork and leadership skills - working with others, taking a leadership role. Budgeting - writing shopping list, putting money aside, buying in bulk or on sale. Cooking - learning new recipes, cooking techniques. Shopping – saving money on food costs. Greater motivation to cook at home and reduced intake of takeaway/fast food. Access to food - increased availability of food, increased variety. Literacy and numeracy. Confidence and self esteem.

22


Where do they operate?

The Facilitator

Community Kitchens can

The group is assisted by

operate in a variety of settings

a facilitator who can be

where there is an existing

a member of the group

kitchen that is accessible

or a volunteer or a paid worker

to community members.

(who may be from within the organisation that hosts the

Neighbourhood Houses and

Community Kitchen).

Community Centres:

If possible, it is recommended

Churches

to have more than one facilitator

Welfare organisations

per Community Kitchen.

Men’s Sheds

The facilitator’s main role

Service clubs

is to make sure the group goes

Schools

along smoothly.

What is involved?

How does a Community

A group of people (6-8 usually)

Kitchen run?

with common backgrounds

There are four basic elements

or interests cooking healthy meals

involved with running

together on a regular basis. The

a Community Kitchen:

groups usually cook on a weekly,

Planning

fortnightly or monthly routine.

Shopping

Group members have ownership

Cooking

and make all the decisions

Eating

including when to cook, what

The following is a list of general

recipes to cook, who will do the

rules for each of these elements

shopping and different

but each Community Kitchen

cooking tasks.

manages them differently.

23


Planning:

Shopping:

Group members bring along

The group decides on who

recipes that they think would

will do the shopping for each

be good to cook in their

session. It may be easier for two

kitchen. These can be from

members to shop together.

a range of sources such as

Money for shopping can

recipe books, magazines or

be collected before or after the

websites. The group discusses

shopping is done and members

the recipes and agrees on which

contribute equally.

ones they would like to cook.

The person doing the shopping

Groups normally choose a few

sticks to the list and only

recipes and put them into

purchases items for the Kitchen.

a timetable so that the planning

Any personal shopping should

process does not have

be done separately.

to be done every session.

Receipts should always be kept

They may decide to agree on

and stored appropriately at the

enough recipes so that they

Kitchen for future reference.

know what they will be cooking for the next 3 or 4 sessions. The group may choose to modify the recipes to make them cheaper or healthier. For example, the group may choose to use chicken instead of beef or to use margarine if the recipe calls for butter. Groups should try to choose recipes with ingredients that are on special or in season. 24


Cooking:

Eating:

At the start of the session,

The group will either sit down

it is very important to set

to share a meal together

aside time to read through

or portion out the food into

each recipe before tasks are

containers for each person

delegated to each participant.

to take home.

It is usually recommended that

Any extra food is taken home

participants divide into small

by the participants for

groups so they can take part

themselves or members of their

in cooking a complete meal.

household: it is NOT sold

The facilitator should try

or given to other people.

to arrange it so that the same people are not doing the same tasks every week and that everyone gets a chance to try something different and develop new skills.

25


HOW TO SETUP A KITCHEN ? It is important to note that this information is a guide only. All Community Kitchens are different and therefore things that apply to the formation of some kitchens may not apply to others. The steps also differ depending on what you want to achieve. (Eg. Do you just want to set up one Kitchen or do you want to help others set up multiple Kitchens?)

26


OPTION A If you have your own kitchen

Address any liability concerns

facilities and you wish to start a Community Kitchen, it is recommended to first develop a Community Kitchens Working Group.

with management of the host organisation. View their public liability certificate and ensure the Community Kitchen participants will be covered. Develop a written agreement or guidelines between the Kitchen host and user group.

Develop a working group of 4-8 people that includes key representatives from organisations and community groups who should be involved in the development of the Kitchen. Consult with the potential community members and participants to determine the level of interest and to further establish the working group. Make sure that management within the organisation where you wish to run the Community Kitchen understands the concept of Community Kitchens, how it will run and the goal of the Kitchen. At times you may need their support so it is best to communicate well with each other. Include them on the working group if possible.

Discuss where you will find participants and how you will recruit. Have you ensured participants will be involved in the development of their CK? Identify requirements; participants, food, equipment, fundraising or sponsorship, group facilitator, transport, childcare, equipment and food storage. Are you able to minimise any barriers to participation for your target group? Identify any partnerships that can be created to support the Community Kitchen, as identified in. Determine how you will evaluate the success of the Kitchen.

27


OPTION B If you are an organisation that

If you are an organisation such

wants to start a Community Kitchen but you do not have any facilities, you will need to: Gather information about Community Kitchens.

as a Community Health Centre that wants to help others develop Community Kitchens, you may like to:

Partner together with an organisation that has a kitchen site and negotiate with them for its use. Use the Premises Audit Checklist to ensure any hazards are identified and resolved before the Community Kitchen commences. Ensure there is a fire extinguisher and first aid kit available. Check that Community Kitchens participants are covered by public liability insurance (either through your organisation or preferably through the host of the kitchen site). Then follow the steps under Working Groups.

28

OPTION C

Gather information about Community Kitchens. Invite key community groups and organisations to an information session about Community Kitchens. Establish the level of interest at this meeting. Find out who has a kitchen site that may be used by participants, who wants to start a Kitchen, who wants to volunteer and who wants to participate in Kitchens. Form Working Groups for each Kitchen you want to establish. Consult with potential participants regarding their needs and interest in a Community Kitchen. If there are no kitchens available, conduct a mapping exercise of potential kitchen sites. This may need to be done earlier depending on the


situation in your area. Ideally these kitchens will be situated within organisations/agencies that can take ownership of the running of the Community Kitchen. Use the Premises Audit Checklist to assess the suitability of potential kitchen sites. Invite the Local Government Environmental Health Officer to examine the potential kitchen sites.

If you would like to assist a number of groups to set up Community Kitchens, you should consider having a coordinator to oversee the project until the groups are able to run independently. The role of a coordinator is to assist a number of different groups in the community who are interested in setting up a Community Kitchen.

OPTION D Check that the Community Kitchen will be covered by public liability insurance. Seek partnerships with local organisations to support training for facilitators in basic food safety, group facilitation, nutrition and budgeting. Seek partnerships with local retailers/market gardeners for discounted/donated produce. Continue to promote the concept to local organisations in order to establish new Kitchens and gain referrals into existing Kitchens.

If there are already Community Kitchens established in your area, you may like to contact them for guidance in setting up your Kitchen.

29


OTHER CONSIDERATIONS

30


What is are the main goals of your Kitchen? (eg: for participants to develop cooking skills, to build social networks, to increase access to nutritious meals?)

What are the responsibilities of the Kitchen facilitator? Will the host organisation or other organisations contribute to any of the food costs? How will recipes be selected?

Which members of the Community would you like to reach? Have you consulted with this group? How many participants can work in your kitchen comfortably? Is there any cooking equipment? If not how will this be arranged? Is there enough storage space? Are Kitchen participants able to bring equipment if there is a lack of storage space? How will you advertise? Is the facilitator to be from within the group, a member of staff or a volunteer?

Address food safety issues. At least one person from each Kitchen needs to have done some food safety training. If not, discuss with the project co-ordinator for arrangements to be made. The facilitator should also be aware of first aid and fire procedures in the organisation that hosts the Kitchen. The facilitator should also be strongly encouraged to have done group facilitation, nutrition and budgeting training. Advertise for participants if necessary and hold a first meeting.

31


“ Todas as pessoas têm direito a um nível de vida adequado, que lhe assegure, assim como à sua família, a saúde e o bem-estar, e de modo especial a alimentação, o vestuário, a habitação, a assistência médica e os serviços sociais necessários”. Declaração Universal dos Direitos Humanos Artigo 25

32


ReferĂŞncias http://www.communitykitchens.org.au/ http://www.hungrycitybook.co.uk/index.htm http://www.cm-lisboa.pt/pt http://www.aimouraria.cm-lisboa.pt/ha-vida-na-mouraria.html http://www.renovaramouraria.pt/ http://edificiomanifesto.wordpress.com/ http://www.acidi.gov.pt/ http://www.identibuzz.org/ https://www.facebook.com/CozinhaPopularDaMouraria?fref=ts http://www.revistacliche.com.br/ http://embracetomorrowwisdom.wordpress.com/ Revista Expresso, 27 de Abril de 2013

33


34

Susana Barroso 5864


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.