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su número zero

MAGAZINE DIGITAL DE AMOR.ARTE.CULTURA. TECNOLOGIA.MODA. TENDÊNCIAS.ETC.

Sorria, Você é a TV

O FAC-SÍMILE DO VOLUME I DA SÉRIE ESCRITA POR M.I.K.A.

PURI PRODUÇÕES

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NÚMEROZEROMARCOZEROQUANT ZEROÀESQUERDAZEROAZEROVÍRG DEPOISDOZEROZEROUMAVÍRGUL DEDEZAZEROTRÊSDOISUMZERODA ZEROTOLERÂNCIAZEROSUBZEROG ZERADONOTAZEROZEROABSOLUT CARROZEROTANQUEZERADOCORT ZEROCALORIASUMZEROBEMREDO ZERONÍVELZEROUMAREPUTAÇÃOA ”ZERO”DOSMASHINGPUMPKINSES PONTOZEROMÁQUINAZEROTECLE RECRUTAZEROTAXAZEROESTOQUE ZEROAMARELOZEROPRETOCEM

sutil 2

É UM MAGAZINE DIGITAL NÃO-PERIÓDICO, SEM FORMATO OU SUPORTE DEFINIDOS, DEDICADO À ARTE, CULTURA, TECNOLOGIA


TOMAISZEROSMELHORZERADO GULAANTESDOZEROVÍRGULA LA!ZEROUZEROGRAUZEROHORA AQUIZEROVINTEUMLATITUDE GRAVIDADEZEROCRONÔMETRO TORESTOUZERODEZEROACEM TAOSZEROSZERINHOOUUM ONDOSALDOZEROVOLUME AZERARGROUNDZERO STACAZEROZEROBALADOIS EZEROZEROOITOCENTOS EZERADOCIANZEROMAGENTA

A, MODA E TENDÊNCIAS, EDITADO E PUBLICADO PELA PURI PRODUÇÕES. NÚMERO ZERO. SETEMBRO DE 2011. VERSÃO EM PORTUGUÊS

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m.i.k.a.

Sorria, Você é a TV

VOLUME I

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Todos os direitos reservados 2011 Puri Produções 1ª edição, 2011.

projeto gráfico, capa e diagramação m.i.k.a.

distribuição digital sutil [magazine digital]

Issuu [http://www.issuu.com/explore]

Facebook [http://www.facebook.com/vdeejaymika]

Todas as fotograficas foram feitas pelo autor com a câmera digital embutida do MacBook G3 e com o software Photo Booth, sem edição ou pós-edição de imagem, exceto as das páginas 86* e 96**. * Por Carolina de Souza, com uma câmera digital Sony Cybershot 12.1. ** Com pós-edição fotográfica no software PhotoScape.

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m.i.k.a.

Sorria, Você é a TV

VOLUME I

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Este meu primeiro livro foi escrito entre Junho de 2007 e Setembro de 2011.

Dedico ao Amor e aos que amam ou ainda amarão. Às minhas filhas Camilla e Carolina. À Adriana. Aos meus pais Valmir e Lúcia.

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Prelúdio

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Guanabaras.

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I “Café digital ”

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Eva Cassidy. 11h27. Devo ter adormecido e deixado o som no repeat. Esqueci também de fechar bem a torneira da pia do banheiro. De novo. A conta da água vai vir alta. De novo. Zapping. Três palavras por canal. De novo. Isto é ver TV ou é ser TV? Que dúvida estúpida. Estúpida e moderna. Como assim moderna?! Moderno cheira a mofo. A morno. Século XXI. A dúvida estúpida ainda hoje será manchete de telejornal. ... And I love you like never before. Eva. Quem te envenena é a serpente. Nada ainda foi capaz de tornar tais palavras proferidas por uma mulher numa maldição. Mas a serpente ri. Ri sempre. Cada vez mais. Ninguém mais parece ouvir-te, Eva. Escutamos. Sonhamos contigo. Parece que não mas também é tudo o que queremos: uma Eva, fulgurante; doce e única; bela e nossa. Fazer café. Dá uma levantada. Canal 12. Por que esses pastores falam sempre do mesmo jeito e com o mesmo timbre de voz na TV? Certa vez estive numa daquelas reuniões de venda de produtos, quando estive aflito para pagar a faculdade, e um amigo convidou para 16


a tal reunião. Antes, tinha ido a uma de formação de vendedores de cursos de inglês para executivos. E todos pareciam falar igual. Não consegui vender nenhum curso de inglês no primeiro dia. E nem voltei lá porque seria uma afronta. Para os formadores, claro. Também perdi o amigo vendedor. Afinal, ele tinha se transformado numa semana em um fanático pelos métodos e pelo plano de carreira meteórico que só aquela marca parecia ser-lhe capaz de conceder. E mal suportei a reunião caseira. Uma diferença inconciliável, pelos vistos. Mas a cena dos pastores intriga-me. É que até os gestos já parecem iguais! Tá difícil ser, Erich Fromm. Tá difícil ser, Jesus. Jesus... Quantas vezes chamo pelo teu nome e nem sei se está ouvindo. Sei que está, mas duvido muitas vezes. Ao menos isso. Acho. É que aquilo do caminho apertado não era brincadeira... 17


Parábola o cacete! Já vou na terceira ronda e não parei em nenhum canal. Mas revejo um bom trecho de Donnie Darko. Relembro que no final a personagem principal retorna para morrer como havia morrido antes de romper com a barreira tempo-espaço para salvar não-sei-o-que. Ele volta para morrer feliz. Pior para nós que ficamos. Um cigarro. Morpheus. Nem você sabia que o Neo precisaria de tanto. Custou muito o Matrix. Custa muito o cinema; a indústria do entretenimento e toda a parafernália técnico-científico-psicológica da indústria da informação. In formação. Há quanto tempo você sabia disto, George Orwell? Senhor, há quanto tempo a TV imita a vida? Quantos satélites mais? Quantas novas ondas, frequências, sintonias e bandas para satisfazer a ânsia do homem pelo controle de gente que ainda nem nasceu? 18


É mesmo um Darkly Scanner. Tudo e todos digitais. Digitalizados até à medula. Até as emoções, os pensamentos, os movimentos, os sonhos. The wave of future, Scorcese. Fotografam-nos a alma. Desfolham-nas. Analisam, reproduzem, editam. E vemo-nos num canal qualquer antes sequer de sabermos quem somos.

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II “Droga...”

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Ontem, a Bárbara comentava que há nove tipos de esquizofrenia e que em tais moléstias todos os tratamentos médicos recomendados são à base de drogas. A que seria a mais comum e a que menos exclui o doente do contato com a normalidade é a esquizofrenia-paranóide. A que faz o cara ter mania de perseguição, de que está sendo controlado, vigiado. Cara... o filme do Meirelles... As drogas vão vender muito mais no século XXI. Mas ela não acha graça na piada. Já reclama do haxixe, que dirá chamar os tais santos medicamentos de droga. Espero que hoje a sincronia esteja branda. Chamo sincronia porque não preciso explicar a ninguém. Sei lá se o nome científico é esse! Mas quando rola é muito punk. Anteontem fomos eu e a Bárbara dar uma volta pelo quarteirão à noite e a sincronia com que apareceu uma vizinha dela à porta - quando falávamos da própria vizinha -, passando ao mesmo tempo um gato manco a correr pela calçada enquanto ela chamava por 22


seu bichano, que andava desaparecido, foi desconfortável. É que nessas alturas fica difícil disfarçar e não dar bandeira. O copy+paste estava muito óbvio. Deve ser de uma versão beta qualquer. Não sei se apaguei a luz do quarto. Agora também não vou voltar por causa disso. Se fosse a torneira... A sensação de eletricidade na pele hoje está mais forte. Apertaram com a segurança. Não sei como eles detectam quem percebe alguma falha de imagem ou enredo. Será que localizam o indivíduo que viu o que não deveria ter visto? E se localizam, será que o identificam? Haverá alguma classificação? Tipo “flat”, “regular”, “dangerous”, “red line”? Qual será a tolerância permitida? É que devem ser caros os reparos. Se aquele gato manco, por exemplo, fosse editado e retirado de cena, talvez não tivesse notado a sincronia. Para quê fui inventar essa da classificação agora?! Isto vai dar para dias de imaginações. Por enquanto está fácil distrair porque estou no metrô. Informação visual. Gente. Sinais. Logos. Cartazes. Graffites. Paisagens. Próxima estação: Victoria Station. 23


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III “Viela”

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Policiais. A cavalo, a pé, em carros e helicópteros. Trânsito desviado, avenidas cortadas. Alerta vermelho. À qualquer hora, à qualquer momento, algo trágico pode acontecer. Em qualquer lugar; com qualquer pessoa. Provocado por qualquer um. Mas nada acontece e as pessoas seguem caminhando. O retorno pode não obedecer ao mesmo trajeto da ida devido aos desvios repentinos e bloqueios de quarteirões inteiros para verificação de atividades suspeitas. Por isso mentalizo o lugar de partida e de chegada e sigo. Update. Nº 11237. Três adolescentes. Dois rapazes e uma moça. Não mais que 18 anos. Ela dizia sentir-se mal e pedia carona enquanto os outros dois observavam. Era para perto, até em casa, logo ali. Os dois no banco traseiro e ela à frente comigo. Era verão e estava frio. Na viela mais escura, policiais. Um veículo, quatro tripulantes. O que vocês fazem aqui?! Vim trazer esta moça que me pediu carona até em casa porque está se sentindo mal. Qual casa? Irritado. Silêncio. Saiam do carro. Vocês vieram buscar droga! Saí. Se têm drogas é melhor entregarem porque, se acharmos, vai ser pior. Não tenho, podem verificar. Silên26


cio. O capitão é assim mesmo... tenha calma. Tive. Abra a mala! O capitão. Os outros três aguardavam. Olhei pela primeira vez ao redor e não vi nada mover-se na escuridão. Só o capitão. Estão com sorte hoje... não há nada. A sorte. Vocês três que são daqui, fiquem. Quanto ao senhor, suma daqui!

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IV “Ame: ação!”

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O mundo prestes a acabar e eu na arquibancada. Não o mundo todo, mas aquele delimitado pela medida de um quarteirão. Olho. Área evacuada por suspeita de bombas num edifício. A volta será mesmo mais custosa. Ao menos confiro mais depressa se desliguei o interruptor. Enquanto isso, olho. Seria uma pena se este quarteirão explodisse. O rio Tâmega ali abaixo da encosta, enquanto aqui em cima prédios centenários e bem conservados fazem desta parte da cidade um bom espaço para um concerto do Bright Eyes. Cancelado. Ameaça de bomba. Há quem corra. Há quem tente ingresso. Tiro. Não um. Alguns. Algures. 30


O sentimento coletivo homogeiniza-se repentinamente e a tensão aumenta. Há tensão, atenção. O concerto é relativizado e aparecem mais cavalos. Na dúvida, nada de metrô ou ônibus. Árabes! grita uma jovem de um grupo com mais outras três. Olho e vejo apenas duas senhoras jamaicanas do outro lado da rua correndo assustadas à procura de abrigo.

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V “w.w.w.”

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United colors. As ruas psicodelizadas pelas cores e tons de todas as gentes caminhando a pé sublinham I have a dream. Sem desespero. A escala de estados emocionais transpira apenas estados, infinitesimalmente distintos. O distúrbio é mais lato: why?. Mais latente: where?. Mais humano: who?. What a wonderful world. Não é necessário. Ou é? As pastas, arquivos, e catalogações; todos os saberes e dizeres; crenças e ciências; Razão e Fé. Baralham-se. Babelizam-se. Yin Yang. O dragão comendo o próprio rabo. O 8 deitado. Movimento. 34


E agora? pergunta errada. Ou perguntar é que é errado? E dizer que algo é errado? Entregues a nós mesmos preocupamo-nos com o todo. Instintivamente. Que nada de mal aconteça. Ecoa. Reverbera. A existência do Saber é o Verbo. O Verbo É o Ser. Ser, Erich Fromm. Danke. Quero continuar a ir comprar pão é confissão. Salva. No extremo de um pólo responde o outro, sim. Aceita. Chá das cinco. Não, hoje não haverá chá das cinco nas imediações. É preciso mover-se. Esquecer o quanto for possível a própria incapacidade de compreender o quanto tudo mudou, e que é preciso mudar. 35


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VI “Gatos”

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Do vermelho para o verde. Sinal de em casa. Segundo o calendário é domingo. À noite. Faz diferença nas cidades o domingo ser à noite. Talvez seja o único dia da semana em que o ritmo da dança do Sol e da Lua seja percebido. Quase uma permissão. Sem sentido. Escadas. Luz do quarto acesa. E ela preenche toda a moldura da janela. Ela, a Lua. Toda a moldura da janela. Sem sentido. A Lua nunca esteve deste tamanho. Uma gata berra ao longe. Do cio, berra distante. Lá embaixo, um campo de milho silva intermitente com o vento e a gata cala. Só um pouco, intermitente. Cala e grita. Contrai as patas. Rege o vento e a plantação silva. Dói à vontade porque é noite e é domingo e é cio. Avisa o vento e sente o ventre como nunca. Esgarça o véu e espanta espíritos. Espanta e volta a chamálos. Solta e convida. E contrai as patas. A plantação silva. Deita-se sobre si mesma e sobre o solo e sente o vento e o ventre e o véu esgarçado e a gata. E dança. A long and slow goodbye. No repeat. ... A long and slow goodbye. Dois whiskies, 38


um incenso. Um silêncio. A Lua permanece na moldura. A gata cala. Londres brilha para a Lua e se engana. Ela permanece, a Lua. Dança grande, enche a moldura, prateia os prédios que se deitam sobre si mesmos e sobre diamantes e toca as pessoas que se enganam e renova seus ventres entorpecidos e trespassa todos os véus da embriaguez. Insinua. Redunda os diamantes. Dá. E quase todos se escondem com seus diamantes nos prédios que se deitam prateados sobre si mesmos e sobre a cidade. Borbulham. Com seus diamantes. E se enganam. E se escondem nos prédios. Hoje, ainda mais domingo à noite porque há tensão. Sem sentido. E cada diamante num domingo de tensão é menos brilhante. Cada gole menos capaz. Mais desejado. E no mais estridente fôlego ela contrai o tempo. Espelha a prata e congelamos quente. Dói com as unhas e sussura um vento. E silva. Sonho. 39


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VII “Branco escuro”

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Despertar com a cabeça na Islândia. Não literalmente. Não como se tivesse a cabeça presa ao pescoço pertencente ao meu corpo a bordo de um avião aterrizando em Reikjavik. Não literalmente. Apenas observo pela bússola que há meses durmo com a cabeça apontada para a Islândia. Qual ponteiro. Mas a bússola, a cabeça, a posição da cama em que durmo e a Islândia não se concatenariam num mesmo pensamento se não fosse o sonho. Se não fosse Sígur Rós. Se não sonhasse com os geizers e o gelo ao redor e o dia escuro e os pubs semi-aquecidos das vilas vazias de Reikjavik. Como se estivesse lá. Com a cabeça e tudo. E é fria a Islândia. E são quentes os geizers. É branco escuro. Convidativo. No mapa está acima do sul da Groenlândia. Mais a Norte. Do continente gelado. Mais a Norte. Chai. Num geizer. Não, na panela. 42


Água para o chá na panela. Chá com canela. Num geizer de chá com canela. E a língua é a das baleias. E há muitos silêncios. E olhos puxados. E muitos silêncios que o tempo preservou e que só há ali e em alguns outros pontos branco escuros e frios e quentes do planeta. Branco escuro e frio e quente. Com chá com canela. E a bússola eu não tinha. Presentearam. Trouxe de lá de Reikjavik. Como se tivesse estado lá. Apontando insistentemente para Norte. Como se a cabeça estivesse lá. Planando. Sem pescoço. Conduzida para desertos de gelo e montanhas branco escuro e gases dos geizers. Campos. No pedaço de vulcão coberto de gelo fumegante solto no mar negro escuro. Campos escuros. Bom chai. Não como o licor. De canela. E comia peixes. Apenas peixes. 43


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VIII “Da arte de ir”

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Sem querer, com frio. Frio útil. Frútil. Excetuando a umidade e o bolor nos cantos das paredes, frútil. Confio em nós. E não sou marinheiro. Aventuro-me a acordar. É muito. Ao menos parece ser. Nós. Não os de marinheiro. Nós. Antes de partir algo já se partiu. Talvez zarpar, decolar, descolar, submergir, navegar, flanar, flutuar ou disparar seja mais coerente. Partir, já parti. Algo parte antes de nós. Mesmo que contra a corrente. Parou na contramão atrapalhando o tráfego. Aéreo. Aeroporto de Gatwick. Daqui a pouco. A certidão para nascer, a permissão para sorrir. Antes, um encontro. Sem nós. Com muitos metros quadrados. Cabe uma vida neles. Ou todas. Cabe o que sou, fui, tentei e o que quis ser. Cabe a nós. Fortes. Por me deixar respirar, por 46


me deixar existir. Cabemos nós rolando pelo carpete em pijamas amarfanhados e equilibrando taças de vinho e gargalhando pelo que memória nenhuma poderia registrar de tão banal. Cabem os sorrisos. Todos. Demora acreditar. Cabe a falta mais grave no momento menos esperado. Demora acreditar. Cabemos nós. Não imaginava tanto. Menos a tristeza. Não cabe a tristeza. Ainda bem. Nós. Não os de marinheiro que não sou. Desatado que sou. Nós. Pari. Partir.

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IX “Da arte de vir”

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Chegar. Estranho chegar. Tudo novo à espera. Contradito. Cartazes sem o meu nome. Cartazes indicando caminhos. Sem o meu nome. Cartazes de direções. Sem o meu nome. Pistas que deslizam sob nós destinos; deslizes que sobre nós em trânsito; destinos de nós sem pistas. Posto de abastecimento a 1km. Chega de saudade quando a saudade chega. Quando basta, quando enche. Quando transborda. Inflamável. Diz o cartaz. Sem câmbio nem desligo. Quando a noite fala à noite e as árvores durante o dia. Trânsitos. Ciclos. Vias. 50


Ir ao mar. Porque como todo o mundo já disse, o mar é todo igual: é como amar. Como todo o mundo já disse é ciência. Nem falta crer, como todo o mundo precisa. Como todo o mundo sabe, a água é toda igual: é como a alma. Como todo mundo tem é ciência. Nem falta ver. Como todo mundo diz é verdade. Mesmo negando, como todo o mundo precisa. Pororoca com o mar. Câmbio. Adão.

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X “on”

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Zap! Off. Paz, on. It’s everybody wants to know. Passion. Pasión... Motivos e ações não preparadas ou premeditadas. Motivações. The music. Natural links. Digital feelings. Giga blesses. O trilhonésimo tempo de tempo em que o motivo nos eleva e acaricia os sentidos. Untime. Acaricia a ambos. Sãos e salvos no acaso. No infinito. Num momento. Nas ondas dos anjos. Na maré das supernovas.

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Plânktons. Ambos. Luz como morada. Lar da origem. Namores do porvir. Namorados. Pedidos de não existir compreendidos pela própria existência. Que nos leve. Já - se for o acaso. Estrelas ascendentes. Pululam. Não está contido. Resistências do futuro. Like a ninho. El niño. De amor.

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XI “Febre da neve”

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Fever. When you kiss me. 36,5º; 6ºC. Neva. Queima. Chove. Clareia. You give me fever. Jazz nos meus chacras. Jaz a manhã. Ferve a água da massa: duas colheres de queijo parmesão; um copo de creme de leite; mexilhões; azeitonas pretas; manjericão seco e picado; choyo; sal. Vinho branco. Levemente nevado. Duas taças. Ok, você não está aqui. Não porei vinho na tua taça. Não porei massa no teu prato. Não te darei sobremesa, nem trocarei o teu lençol nem a fronha do teu travesseiro para nos aquecermos na cama. Você não está aqui para comer, nem para dormir. Não sente frio nem fome. Forward. Não preciso pedir que saia para comer sem a tua presença, sem os teus olhares. És gentil. Sais sem dizer qualquer palavra. Muda. Muda de cômodo. Acho. Incomoda estar em parte e não inteira, mas sai antes que seja incômodo. Móvel de outro cômodo. Trancado o cômodo contigo dentro. Fera cativa. Auto-cativa. De Komodo. 58


Neva. Pelos vidros a neve resplandece a rua e os umedece. Escorrem flocos pela taça e descem até aos dedos que a seguram. Crianças sorriem enquanto apalpam os montes brancos crescentes nos passeios e juro te ver ali no meio. Juro mas sorrio. Porque o vinho ainda vai a meio. Telefone. Alô? Olá, você já olhou pela janela hoje? Sim, está nevando! Não nevava aqui há 100 anos! Estou olhando, estou olhando! Obrigado por ter ligado. Vou até lá fora e falamos mais tarde. Também vamos fazer o mesmo. Divirta-se! You give me fever when you kiss me.

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XII “Ser veja”

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Tentar. Ação hesitante. Me dôo. Sem medo. Da dor. Do ar. Confio. Condutor. Incolor. Inodoro. Com muito gosto. Recomance. Há cá bar. O senhor é novo aqui, não? Sim, acabei de chegar. Veio de longe... o que vai ser? Uma cerveja. Sem ti e sem sentir. Semente adormecida. Amortecida. Em setim e algodão. Em ilusão do destino. Sinos. Ressoam. Tocam antes. Sine qua non. Ser e ver. Server is available. Sempre. 62


Antes dos sinos. Antes do fim. Do sim. Tudo dรก. Tudo. All that you are. All that you have. All that you give.

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XIII “Eureka!”

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É teoremizável. Ou algo por aí. Da ordem da imagética. Da Estética. Da História. Da ficção. Da gravitação. Ou algo por aí. Da espiritualidade. Do sexto sentido. Do sétimo. Ou algo por aí. Daquilo que é anterior à criatividade humana. Ou de uma noção diferente do processo de criatividade humana. Pelo menos quanto ao ponto de partida da criatividade. Ou quanto à direção temporal desde o ponto de partida da idéia - ou feeling, ou insight. Do momento da fagulha da noção para a fração de tempo a seguir. Daqui para ali. Da maçã que desprega-se do galho da macieira e atinge a cabeça de Newton até à fagulha de noção que espoleta o seu “eureka!.” 66


O daqui para ali, o de lá para cá. Mais que isso: o “eureka!”. O momento da fagulha da noção para a fração de tempo a seguir sem direção. Sem tempo. Ou de uma noção diferente de tempo. Quando a noção inspira tanto algo novo ou desconhecido e perde a direção espaço-temporal a seguir. Perde ou ganha. A confirmar. Desconhecido para si ou para todos. A confirmar. Uma pausa. Oriente.

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XIV “Da transciência”

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Não havia tantos paradigmas tecnológicos de comunicação. Não todos. Não havia língua universal. Eram os povos. Eram as sociedades. Eram os reinos. Eram as comunidades. Eram as tribos. Eram as cidadelas. Eram os viajantes. Eram os lugares de pouso. Eram todos. Sem língua universal. Sem muitos padrões entre os povos, entre as sociedades, entre os reinos, comunidades, tribos, cidadelas. Éramos nós. Uma feira no Cairo como um mercado em Urano.

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Uma habitação em Veneza, um dormir em Vênus. Imagética demasiadamente transversal porque talvez nem fosse Vênus. Mas era outro mundo. Era outro Eu, outro Tu. Ou os mesmos. Mais únicos. Mais amplos. Menos sazonais. Ancestralidade praticada. Espontaneamente praticantes. Sem língua universal. - Não a via há muito tempo.

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XV “Fênixes”

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Odor adocicado. Fluindo e surpreendendo dentre odores também adocicados e outros nem tanto. Dâmar. Das Índias. Daquela ruela. Daquele recinto. Damasco. Privilégios dos centros. Dos pontos de paragens dos cosmonautas: os cosmonautas. Esse perfumou a ruela com um dâmar de além-Índias que traz em sua bagagem e que elege por mim onde pousarei esta noite. Em Damasco. Além-Índias. Além-Kerala. - Narguilé? - privilégios dos centros, a urgência. Ambiente-se. Esteja terreno porque o terreno onde estás não é terreno. Somos muitos de muitos lugares. Espalhamo-nos muito. 74


Muito. - “Narguilé?” - à entrada da taberna. Muito. Porque dentro há muitos de nós. De muitos lugares. Espalhamo-nos muito. E encontramonos em lugares como este em lugares como Damasco. Gomos laranja de damasco. Iluminados por feixes de luz solar que adentram o recinto pela janela após atravessarem nuvens cor de laranja dos céus de Damasco. Um entardecer em Damasco. Perfumado em dâmar. Terra de fênixes. Ar de fênixes. Fluindo e surpreendendo com seu odor adocicado dentre os odores de damasco e de dâmar e de tantos outros cheiros de tantos outros lugares.

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Dentre a fumaça dos narguilés. Revelando-se. Você.

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XVI “Damas”

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Sídon. Depois Mirra. Quando? Parto amanhã. Estive aqui oito dias a mais que o esperado, mas amanhã partirei. Está tudo pronto. Acabo de chegar a Damasco. Uns dias a mais e poderia fazer-te companhia nessa viagem. Talvez mais logo, em Lícia. Damas. Ela, vermelhas. Ela. Uma dama desliza. Ela. Outra vez. Desliza. Bialada. As asas quase tocam o teto. Abraça-me.

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Um logo em lugar nenhum sob suas asas. Em LĂ­cia. Ela. AtĂŠ sempre.

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XVII “Língua franca”

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Lãs. Convém. Lá no monte, preciso. E por aqui há das boas peças de lã. Em crua lã. Ou em índigo. Souk. Lã. Índigo. Arte milenar. E por aqui há das boas peças de lã. Arte milenar. Aramaico. - Olá. Persa, provavelmente. Provavelmente de terras próximas ao golfo. Aramaico fluente. De terras próximas ao Tigris ou afluentes. - Olá. Senhor, vejo que apreciou esta peça, o que demonstra algum conhecimento e bom 84


gosto. Este índigo é de Harappa e a lã de boa cepa dentre as que nos chegam de Kypt. É uma belíssima peça sim. E a levaria certamente se não buscasse alguma para a viagem que farei. Compreendo-o. Imagino que esteja a caminho de algum monte. Assim, recomendo-o uma de nossas peças em lã crua. Kypt. Podemos selecionar dentre as de lã crua de Kypt. Aramaico. Língua franca. Para comunicar entre línguas distintas. Entre persas, egípcios, fenícios... Para comunicar. Complementar. O que nos chega pelo olhar e olhares.

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Pelos cheiros e sabores. Pelos saberes. Pelo burburinho das tendas do souk. Pela eletricidade nos dedos ao primeiro toque sobre a lã de Kypt. Pela aura. - Agradeço a indicação e desejo que tenha um bom e proveitoso dia. Agradeço e desejo que faça uma boa viagem, cosmonauta. Aramaico. Lã.

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XVIII “Cosmonáutica”

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Bejaa. Como em Orion. Como em Bejaa. Como encontro. Contínuo. Como se as línguas fossem caprichos da fala e da audição. Completos. Comuns. Cosmos. Bejaa.

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XIX “Fortalezas do ir e vir”

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Baía de Biblos. Biblos de papiros. Baía de navios. De naves. De cosmonautas. Para o próximo souk e avante! Em Marte. Em um satélite antes. Para mergulhar num de seus mares de amores indizíveis. De marés inintelígiveis. Ligando estrelas e astros para o destino fazerse por milagre. O milagre do caminho e da caminhada e do caminhante. Estrelas e astros unidos como pontinhos por traços de olhar pendurados nós neles como em cordas de entrega. 94


Estrelas e astros entregues a nós e nós a eles. De entrega a entrega; milagre a milagre; o caminho. De estrela a estrela e de astro a astro, entregas. Entrega na caminhada. Marés de milagres. Entre o caminhante e o destino, nem os papiros podem contar. - Duzentos. Tripulantes. Cinquenta nos remos. A estação central do planeta lança outra nave na órbita Mediterrâneo. Nave de cedro-doLíbano. Novidade milenar. Na estação central fortalecida por muros de pedra, abrigando casas e armazéns em pedra e em madeira e em metais; e passadiços; e gentes. Gentes e púrpura. E carmesim. E zimbro. E sândalo. E azeite de olivas. E trigo. E cevada. E vinho. E linho. 95


E ouro. Prata. Bronze. Ferro. Marfim. Comeรงo. Querubins.

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XX “Sítar”

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Dezesseis dias e Mirra existe. Toco o solo e sinto a sítar que trouxe comigo. Cito isto porque toco o solo e toco a sítar. Sinto-a. Expandindo ondas de um Universo infinito para fora. Do infinito para o Infinito. Encontrando ressonâncias no Eterno e retornando por dentro. Do âmago daquilo que se convenciona como Alma para o Infinito até encontrar ressonância no Eterno e retornar à Alma. Numa nota. Numa viagem. Outra nota. Na rota. Outra. O mar recriado como tapeçaria.

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Nota a nota. Um Oceano. Que banha desde o âmago da Alma até ao Eterno passando pelo Infinito. Tapete de tudo: Alma, Infinito, Eterno. Luz. Na sítar. Lícita. Lícia.

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XXI “A violência de uma brisa”

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(...) luzbrandadetochasnaspedrasdasparedes. Nuncacombinamos.Nosvemossempre.Sândalo. Nosvemossempre.Águamorna.Vapor.Sempre. Incendeia.Umbrilho(...)deprata(...)Tuaíris. Nosvemossempre.Fumegaporquejáéprata(...) Nãocessa.Entre-lábiosaviolênciadeumabrisa. Sempre.Asárvoressussurrameaschamas suspendem-se.Asareiasdosmaressãocontadas. Umasementeexplodeumbrotoeum cometadesapareceantesdesertragédia. Reaparecenopingodo”i”.Sempre.O.U.(...) Parasempre.Leves.Lindo.Levitas.Nos vemossempre(...)Parasempre.Atésempre.

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XXII “Da sedução e da tentação”

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- sim. - Então isto é a confusão de Babel. - Não apenas. Mas é. A confusão de Babel não é a dos desenhos ou dos signos ou dos modos da fala dos povos, que se espalharam pela terra vindos da mesma família, do mesmo casal. - É a da intenção. Anterior ao som. Ao desenho. A confusão entre sedução e tentação. - Entre benevolência e malevolência. - Entre o que se expressa pelo sensível e o que se expressa pelo insensível. Impulso ou ação sublime, espontâneos ou não, pelo impulso ou ação maliciosa, premeditados ou não. - Sedução e tentação. - sim. - O engano: a sedução é o refinamento da tentação e, se o fim da sedução não é a tentação, não é sedução. 108


- Como se não houvesse sedução, quando a sedução é antônima da tentação. - É a... - sim. - Eu te amo. - Eu também. - Isto é tudo e tudo é isto. - sim. - Naturalmente retornandos. Com sedução e tentação pelo caminho. - Até ao despertar do espírito. Quando a luz se faz sentir e dá o discernimento da intenção. E quando a luz se faz sentir o caminho se faz dividir entre o caminho da sedução e o caminho da tentação. - Até que haja o abismo. - sim. 109


- “Procurar enquanto se pode achar”. - “Tu estás comigo”. - O Amor e a sedução. Com paixão pelo caminho. - Eu te amo. - Eu também. - Até sempre.

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XXIII “Atos”

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Hábeis. Rosas damascenas que florescem até à Trácia. Atrás de máscaras esculpidas e adornadas por decoração. Para realçar uma beleza, um aspecto, um caráter, um dizer. Um entreter. Um traço. Máscaras de maquilagem. Teatro de Letoon. Terra santa de Lícia. De gregos e troianos e trácios e romanos e macedônios. E não só. Em algum lugar entre deve ser aqui. Dever no sentido de por favor, deixem algum lugar entre ser aqui, porque aqui não é a Grécia nem é Roma; não é o Egito nem a Fenícia ou ainda a Pérsia ou Cítia. Em algum lugar entre o Alfa e o Ômega, pros 114


lados de Mu, Nu e Csi. De hábeis mulheres mães amantes guerreiras de hábeis filhos amantes guerreiros. Amazonas angelicais. Bárbaros cupidos. Gemas vivas. Amam sóis. Vários. O Olimpo daqui é lá, a Leste, pros lados dos caminhos para a Panfília. O monte de Artemis ou de Apolo. De Artemis e de Apolo. Leto. Fim do ato. Lesto. Vênias. 115


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XXIV “Flechas”

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Uma. Duas. Três. Tantas. Tântricamente. Vivificantes quando atingem, sinalizadoras quando desviam-se. Desvendam o ir. A ganhar de vista. Não se trata dos teus passos. Do teu estar. Da comprovação da origem da inconstância. Se minha ou se sua. Se de nenhum ou se nossa. Mira: quantos faróis são necessários para que todas as costas de todos os mundos sejam iluminadas?

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Todos. Para estar inclusive o interior. Palestrar. Para a inconstância ser apenas dança. Palestrante. Admiro-te também pelos teus passos. Vieste por aqui, não conhecia ainda. Vim de lá, para onde fui. Setei-te eu tantas vezes nesse meu longo trajeto de amorista? Não foi só a minha intenção. É a minha alma. Prae-Betel. Beer-Laai-Rós. Om.

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Movendo-se nesse prelúdio mais extenso que a poesia do jardim das rosas acampadas desde a Síria à Alexandria e à Mésia. Luz. Belarus. Phuts. Pantera. Olhos nos olhos. Um. Dois. Três. Não passou disso. De uma eternidade. Olhos nos olhos. Um bem-vindo às águas núbias de cá. Leuké.

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XXV “Onde quer que for irei”

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Amora. Negro doce das florestas de negras e alvas árvores dos seres dos planetas de MuitoAlém-Leste. Onde os nativos foram agraciados com florestas negras e alvas da mesma árvore que gera frutos negros e doces e colônias de vermes. Vermes que tecem fios de ouro. Sērēs dos seres. Ouro de vestir. Digno de cobrir qualquer faraó núbio ou imperador romano. Danúbio. Romênia. Seda. E amora. Chisinau. Odessa. No zênite deste agora contemplado por Aquiles e pelas ninfas, enlevados rumo a mais outro mundo. 124


A mais mares de amoras. AtĂŠ Brest.

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XXVI “Estar”

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“L’viv”. Concordo. Tanto que ficarei. A salamandra-de-fogo que trago desde às margens do Bug, menos. Não tem sapatos de neve, brinco. Mas tenho um bolso para lhe propor um período maior de vida marsupial. Prefere ir-se. Concordo. Já estamos aos pés do Tatra e não deve querer o risco de ter de escalá-lo. Não irei desta vez. Mas deixo-a ir. “L’viv”. Concordo. Gosto. Do equinócio primaveril. Das lufadas que vêm Tatra abaixo e testam o tato. Do solstício de verão. Verão harpas. Sonharão símbolos. Entoarão bailes. Ouvirão ecos em tinta de óleo em madeira.

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Tocarão pensamentos. Alcançarão sentir. Príncipes de Jubal aguerridos como Edom. Lê-se “L’wów”. Vê-se oásis. Aguinha. Pão. Carne seca. Lenha e fogo. Um senhor. Um tabuleiro de shatranj. - Senhor, podes passar-me a salamandra que está à sua direita? Esta sim, claro. A que trouxe comigo foi-se. Brinco. Lê-se “L’wów” em outro dialeto. Concordo.

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XXVII “Oléo e madeira”

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Quando deixo a estalagem vejo o senhor comemorar à porta com um aceno efusivo. E vice-versa. Visitas agradáveis inspiram até versos. Até vida. Até bocados de plenitude. Até mais ver. Gete Médio. Até menos sombras. Getsêmane. Até mais virtudes. Goths. Ensaístas do Armagedom. Intérpretes de Sodoma e Gomorra. Até mais ser. Aqueles que lograram conquistar o planeta acompanhados por potestades e hordas. Contra potestades ou hordas. Por potestades ou hordas.

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Contra si mesmos. Experenciando toda sorte de conhecimento e sentimento inspirados por potestades ou hordas para lograrem conquistar ou derrotar a si mesmos. Até mais Amor. Mais Paz. Mais Entendimento. Mais Discernimento. Mais Bondade. Mais Humano. Até perceberem quem os cria e quem os destrói e por quem vivem, sentem, aprendem, agem. Por quem lutam. Por quem respiram e a quem alimentam. Herdeiros de Caim exortados à oportunidade. Sementes de Noé atestadas por gárgulas. 133


Para distinção de Enoques e Iscariotes. Frescor e bétula no ar. Suenno.

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XXVIII “Ēlektrons”

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Ambivalentes. Áureos. Augurado. Âmbar. Deleitoso mel. Tua tez. Teus olhos. Tua boca. Teus fios. Teu toque. Teu astral. Gostoso mel. Nossa faísca. Nosso fumo. Nosso pólen do Big Bang. Nosso caboom. Nosso nunca foi sempre assim. Nosso olá. Címbalos sonoros. Ondulação de menires. Néktons salivares. Não vendo e vendo e crendo. Piscadelas da visão. Alternadas pela tua imagem e o nada e Gdansk e o nada. Às margens do golfo de Gdansk. 138


Nadamos. Navegaremos. Nesta coloração que não se sabe desde os rios de Anshan. Desde o teu umbigo. Desde estes colares de batismo do nome de uma energia.

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XXIX “Mensagem na garrafa”

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- Adivinha. - Quase. Quânticos. Mahjong a bordo. Já sabemos como isto vai começar. Desfrutar portanto este cruzeiro de embarcação de pesca. - Quase. - Nos quatro quânticos do mundo. - Quânticos de louvor. Cardumes de baleias. Estrelas do ar. O leme estável. - Quão. Névoa. Netuno. - Quadrante N. - Quase. 142


Ore ente. Lembrança de La Os. Todo o caminho depois da chegada parece estágio. Fase. Faze-nos bem. Stage one is complete. - Quase. Is done. - Quase. Wisdom. Da Gävle avista-se Osol. Estoucalmo. Rey K Jah, Vik. Dinah. Ela abre a garrafa:

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“d hel’ sin g ki”. Epicurus. Finnish.

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Discografia

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Eva Cassidy: “Songbird” Autoria: Christine McVie Álbum: “Songbird” Selo: Blix Street Ano: 1998

Rage Against The Machine: “Wake Up” Autoria: Zack de la Rocha e Rage Against The Machine Álbum: “Rage Against The Machine” Selo: Epic Ano: 1992

Bright Eyes: “Lua” Autoria: Conor Oberst Álbum: I’m Wide Awake, It’s Morning Selo: Saddle Creek Ano: 2004

Lee ‘Scratch’ Perry: “I Am the Upsetter” Autoria: Lee Perry & The Upsetters Álbum: single 7” 45 RPM Selo: Black Ark Studios, Trojan Ano: 1968

Louis Armstrong: “What a Wonderful World” Autoria: George Weiss e Bob Thiele Álbum: single 7” 45 RPM Selo: Duchesse Ano: 1968

Queens Of The Stone Age: “Long And Slow Goodbye” Autoria: Homme, Van Leewen, Castilho e Lanegan Álbum: Lullabies To Paralyse Selo: Interscope, Rekords Rekords Ano: 2005

Sigur Rós: “Vidrar Vel Til Loftarasa” Autoria: Sigur Rós Álbum: Ágætis Byrjun Selo: Play It Again Sam Ano: 1999

Chico Buarque: “Construção” Autoria: Chico Buarque Álbum: Construção Selo: Phonogram, Philips Ano: 1971

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João Gilberto: “Chega de Saudade” Autoria: Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes Álbum: Chega de Saudade Selo: Odeon Ano: 1959

The Music: “Getaway” Autoria: The Music Álbum: The Music Selo: Capitol Records Ano: 2002

Elvis Presley: “Fever” Autoria: Eddie J. Cooley e John Davenport Álbum: Elvis Is Back Selo: RCA Victor Records Ano: 1960

Morphine: “The Night” Autoria: Mark Sandman Álbum: The Night Selo: DreamWorks Records Ano: 2000

Jelly Roll Morton: “Hesitation Blues” Autoria: Jelly Roll Morton Álbum: The Library of Congress - Vol I Selo: Rounder Ano: 1938

Nina Simone: “Feeling Good” Autoria: Anthony Newley e Leslie Bricusse Álbum: I Put A Spell On You Selo: Philips Ano: 1965

Muse: “Feeling Good” Autoria: Anthony Newley e Leslie Bricusse Álbum: Origin of Symmetry Selo: Taste Records Ano: 2001

Dorsal Atlântica: “Morte Aos Falsos” Autoria: Carlos ‘Vândalo’ Lopes Álbum: Antes do Fim Selo: Heavy Ano: 1986

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Consagração: “Vazio” Autoria: Paulo André Álbum: Consagração II Selo: Bompastor Ano: 1987

The Cinematic Orchestra feat. Fontella Bass: “All That You Give” Autoria: Phil France e Jason Swincoe Álbum: Every Day Selo: Ninja Tune Ano: 2002

Inocentes: “Expresso Oriente” Autoria: Clemente Álbum: Garotos do Subúrbio Selo: Skyblue Ano: 1985

Nação Zumbi: “Caranguejo da Praia das Virtudes” Autoria: Pixel 3000, Djeiki Sandino e Jackson Bandeira Álbum: Rádio S.Amb.A Selo: YBrasil Ano: 2000

Amy Winehouse: “Stronger Than Me” Autoria: Amy Winehouse e Salaam Remi Álbum: Frank Selo: Island Records Ano: 2003

The Kills: “Satellite” Autoria: Alison Mossart e Jamie Hince Álbum: Blood Pressure Selo: Domino Records Ano: 2011

White Stripes: “Seven Nation Army” Autoria: Jack White Álbum: Elephant Selo: XL Recordings Ano: 2003

Lenny Kravitz: “You’re My Flavor” Autoria: Lenny Kravitz Álbum: 5 Selo: Virgin Records Ano: 1998

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The Cardigans: “My Favourite Game” Autoria: Peter Sversson e Nina Persson Álbum: Gran Turismo Selo: Polydor Ano: 1998

Biffy Clyro: “Lonely Revolutions” Autoria: Biffy Clyro Álbum: Lonely Revolutions Selo: 14th Floor Ano: 2010

Cults: “Abduced” Autoria: Brian Oblivion e Madeline Follin Álbum: Cults Selo: In The Name Of, Columbia Ano: 2011

Foo Fighters: “Walking After You” Autoria: Dave Grohl Álbum: The Color and The Shape Selo: Capitol Records Ano: 1997

Kasabian: “Fire” Autoria: Sergio Pizzorno e Dan The Automator Álbum: West Ryder Pauper Lunatic Asylum Selo: RCA, Columbia Ano: 2009

U2: “Exit/Gloria” Autoria: Bono e U2 Álbum: Rattle and Hum Selo: Island Records Ano: 1988

Nebula: “To The Center” Autoria: Eddie Glass, John Wrigh e Ruben Romano Álbum: To The Center Selo: Sub Pop Ano: 1999

Led Zeppelin: “House of the Holy” Autoria: Jimmy Page e Robert Plant Álbum: Physical Graffiti Selo: Swang Song, Atlantic Ano: 1975

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Skid Row: “Wasted Time” Autoria: Sebastian Bach Álbum: Slave To The Grind Selo: Atlantic Ano: 1991

Flying Lotus: “Do The Astral Plane” Autoria: Flying Lotus Álbum: Cosmogramma Selo: Warp Records Ano: 2010

Sublime: “Garden Groove” Autoria: Nowell, Wilson e Gaugh Álbum: Sublime Selo: MCA Ano: 1996

Soulfly: “Son Song” Autoria: Max Cavalera e Sean Lennon Álbum: Primitive Selo: Roadrunner Records Ano: 2000

Erykah Badu: “Honey” Autoria: Erykah Badu, 9th Wonder, F. Baskett, C. Mc Donald e D. Shields Álbum: New Amerykah Part One (4th World War) Selo: Puppy Love, Universal Motown Ano: 2008

Ben Harper: “Better Way” Autoria: Ben Harper Álbum: Both Sides of the Gun Selo: Virgin Records Ano: 2006

Susheela Raman: “Blue Lily Red Lotus” Autoria: Susheela Raman Álbum: Love Trap Selo: Narada Productions Ano: 2003

Gaelle: “Parkway” Autoria: Gaelle Adisson Álbum: Transcient Selo: Naked Music Ano: 2004

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The Black Crowes: “Virtue & Vice” Autoria: Chris e Rich Robinson Álbum: By Your Side Selo: Columbia Ano: 1999

The Blueskins: “Love Boat” Autoria: The Blueskins Álbum: Word of Mouth Selo: Domino Records Ano: 2004

The Trip: “Incubi” Autoria: The Trip Álbum: The Trip Selo: RCA Ano: 1970

Black Angels: “Surf City Revisited” Autoria: Black Angels Álbum: Exit Selo: Light In The Attic Records Ano: 2008

Millionaire: “Flame Me Up” Autoria: Tim Vanhamel Álbum: Outside The Simian Flock Selo: Play It Again Sam Ano: 2001

Junip: “Sweet & Bitter” Autoria: Jose Gonzalez, Elias Araya e Tobias Winterkorn Álbum: Fields Selo: City Slang Ano: 2010

TV On The Radio: “Lover’s Day” Autoria: Malone Álbum: Dear Science Selo: Interscope, Touch & Go e 4AD Ano: 2008

Cabeça: “Toda Música” Autoria: Fabio, Nobru e Pedro Garcia Álbum: Tudo Isso Selo: Tamborete Entertainment Ano: 2002

153


Bob Marley & The Wailers: “Redemption Song” Autoria: Bob Marley Álbum: Uprising Selo: Island Records e Tuff Gong Ano: 1980

Lamont Johnson: “This Must Be Heaven” Autoria: Lamont Johnson Álbum: Music of the Sun Selo: Tabu Records Ano: 1978

Pleasure: “Nothin’ to It” Autoria: M. Mc Clain e M. Hepburn Álbum: Future Now Selo: Fantasy Ano: 1979

Sun: “Guiding Light” Autoria: Byrd Álbum: Force of Nature Selo: Capitol Records Ano: 1981

Atlantic Starr: “Who Could Love You Better?” Autoria: Atlantic Starr Álbum: Yours Forever Selo: A&M Records Ano: 1983

Deee-Lite: “Groove Is In the Heart” Autoria: Deee-Lite Álbum: World Chique Selo: Elektra Ano: 1990

Midnight Star: “Set Me On Fire” Autoria: Midnight Star Álbum: The Beggining Selo: Solar Ano: 1980

Tricky: “Veronika” Autoria: Tricky Álbum: Knowle West Boy Selo: Domino Recordings Ano: 2008

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Guns N’Roses: “Rocket Queen” Autoria: Guns N’Roses Álbum: Appetite For Destruction Selo: Geffen Records Ano: 1987

Red Hot Chilli Peppers: “Universally Speaking” Autoria: Kiedis, Flea, Frusciante e Smith Álbum: By the Way Selo: Warner Bros. Ano: 2002

Omen Selekta: “Give It Away-Reggae Blend” Autoria: Kiedis, Flea, Frusciante e Smith Álbum: Confessions Riddim Selo: Independente Ano: 2011

The Jimi Hendrix Experience: “May This Be Love” Autoria: Jimi Hendrix Álbum: Are You Experienced Selo: Track Records, Polydor, MCA Ano: 1967

Alpha Blondy: “Dji” Autoria: Alpha Blondy Álbum: Jerusalem Selo: Shanachie Ano: 1986

The Gaylads: “Love & Prosperity” Autoria: The Gaylads Álbum: 7” 45 RPM Selo: Soul Proof Ano: 1976

Love Unlimited Orchestra: “Take a Good Look (And What You See)” Autoria: Love Unlimited Orchestra Álbum: Rise Selo: Unlimited Gold Records Ano: 1983

This Is The Arrival: “Drive, Drive, Drive” Autoria: This Is The Arrival Álbum: This Is The Arrival Selo: Dienje Music Ano: 2010

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Foster The People: “Love” Autoria: Foster The People Álbum: Foster The People-EP Selo: Columbia Ano: 2011

The Cult: “Sweet Soul Sister” Autoria: Ian Astbury e Billy Duffy Álbum: Sonic Temple Selo: Beggars Banquet, Sire Ano: 1989

“Electric Ocean” Autoria: Ian Astbury e Billy Duffy Álbum: Electric Selo: Chapell Music e MCA Ano: 1987 ●

Ashes of Babylon: “Nana’s Song” Autoria: Ashes of Babylon Álbum: Day to Day Living Selo: Center Street Records Ano: 2011

One Groove: “Big Ship” Autoria: One Groove Álbum: Make Your Move Selo: Common Ground Ano: 2005

Jazzanova feat. Ursula Rucker e Hawkeye Phanatic: “Keep Falling” Autoria: Jazzanova Álbum: In Between Selo: JCR Ano: 2002

The Doors: “Love Me Two Times” Autoria: Jim Morrison, Rob Krieger, Ray Manzarek e John Densmore Álbum: Strange Days Selo: Elektra Ano: 1967

“Crystal Ship” Autoria: Jim Morrison e John Densmore Álbum: The Doors Selo: Elektra Ano: 1967

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Nirvana: “Lithium” Autoria: Kurt Cobain Álbum: Nevermind Selo: DGC Ano: 1991

“Love Buzz” Autoria: Robbie van Leewen Álbum: Bleach Selo: Sub Pop Ano: 1988 ●

Husky: “Leeward and Easy” Autoria: Husky Álbum: The Sea King Selo: Independente Ano: 2008

Madrugada: “Hands Up, I Love You” Autoria: Madrugada Álbum: The Nightly Disease Selo: Virgin Records Ano: 2001

Björk: “Who Is It” Autoria: Björk e Bogdan Raczynski Álbum: Medúlia Selo: One Little Indian, Universal Music, Warner Bros. Ano: 2004

Soundgarden: “Blow Up the Outside World” Autoria: Chris Cornell Álbum: Down On The Upside Selo: A&M Records Ano: 1996

Radiohead: “Just” Autoria: Radiohead Álbum: The Bends Selo: Parlophone, EMI Ano: 1995

Elis Regina: “Corsário” Autoria: Aldir Blanc e João Bosco Álbum: Ao vivo-TV Bandeirantes Selo: Não-publicada Ano: 1976

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Faith No More: “Epic” Autoria: Gould, Bordin, Bottom e Martin Álbum: The Real Thing Selo: Slash, Polygram Ano: 1990

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PURI PRODUÇÕES AVENIDA ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES 846 EDIFÍCIO MAXCENTER, SALA 338 - ITAIGARA, SALVADOR - BA ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:

AVENIDA SERNAMBETIBA 3200, CASA 36 BARRA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO - RJ 22630-010

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