sutil #28

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SUTIL IS A DIGITAL MAGAZINE RELEASED MONTHLY WITHOUT ANY PRE-FORMAT DEFINED ABOUT LOVE, ART, CULTURE, TECHNOLOGY, FASHION & STYLE, TRENDS PUBLISHED BY PURI PRODUCTIONS #28

SUTIL É UM MAGAZINE DIGITAL MENSAL E SEM FORMATO PRÉ-DEFINIDO SOBRE AMOR, ARTE, CULTURA, TECNOLOGIA, MODA & ESTILO E TENDÊNCIAS EDITADO PELA PURI PRODUÇÕES NÚMERO 28



TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À PURI PROD 2020

TEXTOS, EDIÇÃO E DESIGN

M .I . K. A.

IMAGEM DE ABERTURA

CÂME RAS DE VI G I L ÂNCI A E M CRI CI ÚM A, SC

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I S SU U [ h t t p s : / / i s s u u . c o m / s u t i l m a g a z i n e ]

DISTRIBUIÇÃO

FA CEB OO K [ h t t p s : / / f a c e b o o k . c o m / s u t i l d i g i t a l m a g a z i n e ]


} editorial O INTERVALO ENTRE ESTA EDIÇÃO E A ANTERIOR ─ EM PARTE FORÇADO E

NOUTRA PARA REORGANIZAÇÃO ─ , CAUSOU UM DISTANCIAMENTO CRÍTICO 3e: MUITO ALÉM DE MARTE IMPREVISTO, MAS QUE POSSIBILITOU UMA OBSERVAÇÃO RELEVANTE E UMA

CONSTATAÇÃO EDITORIAL: A EXPERIÊNCIA DA VIAGEM ENTRE DIMENSÕES O INTERVALO ENTRE ESTA EDIÇÃO E A ANTERIOR ─ EM PARTE FORÇADO TEMPORAIS COM A MISSÃO ROVER PERSEVERANCE/INGENUITY NÃO ESTÁ CIRCUNSCRITA APENAS À MARTE E À TERRA; E, EM AUTO­ANÁLISE, E NOUTRA PARA REORGANIZAÇÃO ─ , CAUSOU UM DISTANCIAMENTO CRÍTICO ESTAMOS UMA PUBLICAÇÃO COM BASTANTE ÊNFASE EPISTEMOLÓGICA. IMPREVISTO, MAS QUE POSSIBILITOU UMA OBSERVAÇÃO RELEVANTE E UMA CONSTATAÇÃO EDITORIAL: A EXPERIÊNCIA DA VIAGEM ENTRE DIMENSÕES A PRIMEIRA AFIRMAÇÃO FARÁ ECO PORQUE NÃO TEMOS COMO SER AQUI TEMPORAIS COM A MISSÃO ROVER PERSEVERANCE/INGENUITY NÃO ESTÁ EXAUSTIVOS QUANTO AO ASSUNTO: HÁ 800 ANOS ATRÁS, NO SÉCULO XIII, CIRCUNSCRITA APENAS À MARTE E À TERRA; E, EM AUTO­ANÁLISE, JÚPITER E SATURNO ENSAIARAM PELA ÚLTIMA VEZ UM ALINHAMENTO DE ESTAMOS UMA PUBLICAÇÃO COM BASTANTE ÊNFASE EPISTEMOLÓGICA. ROTA ORBITAL EM RELAÇÃO AO NOSSO PLANETA COMO O QUE ESTÁ OCORRENDO AGORA. A QUESTÃO É QUE, DAQUELA VEZ, SUCEDERAM AO A PRIMEIRA AFIRMAÇÃO FARÁ ECO PORQUE NÃO TEMOS COMO SER AQUI EVENTO OS ECLIPSES SOLARES RELATADOS EM NOSSA EDIÇÃO 26, E, A SEGUIR, A PESTE NEGRA, QUE ABORDAMOS NA 25. E DAÍ? E DAÍ QUE NA EXAUSTIVOS QUANTO AO ASSUNTO: HÁ 800 ANOS ATRÁS, NO SÉCULO XIII, NOSSA LINHA DO TEMPO ATUAL ESTAMOS ATRAVESSANDO NOVAMENTE TAIS JÚPITER E SATURNO ENSAIARAM PELA ÚLTIMA VEZ UM ALINHAMENTO SITUAÇÕES, PORÉM EM ORDEM INVERSA… DE ROTA ORBITAL EM RELAÇÃO AO NOSSO PLANETA COMO O QUE ESTÁ OCORRENDO AGORA. A QUESTÃO É QUE, DAQUELA VEZ, SUCEDERAM EM RELAÇÃO À SEGUNDA SENTENÇA ─ E JÁ QUE RESPIRAMOS ARES ENTRE O AO EVENTO OS ECLIPSES SOLARES RELATADOS EM NOSSA EDIÇÃO 26, E, FIM DA IDADE MÉDIA E INÍCIO DA MODERNA ─ , COUBE REVER CONCEITOS E A SEGUIR, A PESTE NEGRA, QUE ABORDAMOS NA 25. E DAÍ? E DAÍ QUE RAMOS DO PENSAMENTO QUE TORNARAM VIÁVEIS TAL PASSAGEM DE UMA ERA NA NOSSA LINHA DO TEMPO ATUAL ESTAMOS ATRAVESSANDO NOVAMENTE TAIS PARA OUTRA. A EPISTEMOLOGIA TORNOU­SE TÃO FUNDAMENTAL NA NOSSA MANEIRA DE ENTENDER E SENTIR TUDO QUE QUASE JÁ NEM É MAIS CITADA. SITUAÇÕES, PORÉM EM ORDEM INVERSA… ISTO PORQUE AO ATINGIRMOS O CONHECIMENTO EPISTEMOLOGICAMENTE FALANDO, CRENÇAS E VERDADES QUE DECLINARAM PERANTE AS CRENÇAS EM RELAÇÃO À SEGUNDA SENTENÇA ─ E JÁ QUE RESPIRAMOS ARES ENTRE O VERDADEIRAS E JUSTIFICADAS SÃO BANIDAS DE NOSSAS MENTES PARA O FIM DA IDADE MÉDIA E INÍCIO DA MODERNA ─ , COUBE REVER CONCEITOS E ESQUECIMENTO [ VIDE “CORTE EPISTEMOLÓGICO” ]. POSITIVAMENTE, A RAMOS DO PENSAMENTO QUE TORNARAM VIÁVEIS TAL PASSAGEM DE UMA ERA @SUTIL BUSCA O PONTO COMUM GRAFICADO NAS CHAMADAS “PROPOSIÇÕES”, PARA OUTRA. A EPISTEMOLOGIA TORNOU­SE TÃO FUNDAMENTAL NA NOSSA ONDE NOS ENCONTRAMOS NAQUILO QUE É ADQUIRIDO OU, NO MÍNIMO, AINDA MANEIRA DE ENTENDER E SENTIR TUDO QUE QUASE JÁ NEM É MAIS CITADA. PASSÍVEL MAS PRÓXIMO DA COMPROVAÇÃO. ISTO PORQUE AO ATINGIRMOS O CONHECIMENTO EPISTEMOLOGICAMENTE

3E: MUITO

FALANDO, CRENÇAS E VERDADES QUE DECLINARAM PERANTE AS CRENÇAS VERDADEIRAS E JUSTIFICADAS SÃO BANIDAS DE NOSSAS MENTES PARA O ESQUECIMENTO [ VIDE “CORTE EPISTEMOLÓGICO” ]. POSITIVAMENTE, A @sutil BUSCA O PONTO COMUM GRAFICADO NAS CHAMADAS “PROPOSIÇÕES”, ONDE NOS ENCONTRAMOS NAQUILO QUE É ADQUIRIDO OU, NO MÍNIMO, AINDA PASSÍVEL DE COMPROVAÇÃO.

ALÉM DE MARTE


ANARQUISMOSIS 2020

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ENTRE UMA ANÁLISE DA ATUALIDADE E A JUSTIÇA HISTÓRICA, AO SAIR EM BUSCA DAS MATIZES DA IDEOLOGIA POLÍTICA MAIS ICÔNICA E CONTROVERSA DO SÉCULO XX A @SUTIL DESCOBRIU ALGUMAS RAZÕES E ALEGAÇÕES PARA A FALTA DE CONTENTAMENTO SEGUNDO O SENSO COMUM E O QUANTO SE AFIRMOU COMO COMPORTAMENTO E MANEIRA DE ENTENDERMOS O MUNDO

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_por m.i.k.a. O homem por si só não consegue suster­se no poder. Temos uma necessidade essencial de nos prostarmos perante algo, o que se manifesta mais tragicamente quando confrontados com os nossos inevitáveis erros e defeitos, pois procuramos culpas para expiar e perdão. Assim descrito pode parecer uma citação de um livro de auto­ajuda ou religioso, mas é bastante científico. Se recorrermos à História da humanidade, chegaremos aos primórdios dos povos e civilizações e tal afirmação tornar­se­á ainda mais verossímil. Logo nas primeiras quedas da autoridade e da capacidade do homem para gerir a população, as reorganizações sociais que sucederam puseram no topo hierárquico uma entidade qualquer que representasse um suposto intermediador com um Ser Superior, funcionando também na


integração sócio­cultural. Um exemplo clássico vem do episódio em que o profeta e guia israelita Moisés é dado como desaparecido pelo povo em meio à fuga do Egito e durante a travessia do Deserto de Sim. Moisés havia escalado uma montanha em retiro espiritual para orar e, enquanto vivia a experiência que resultaria na escritura da tábua com os 10 Mandamentos, a população entrou em pânico com a demora do retorno do profeta enquanto assistiam aos sinais que se podia observar desde o vale vindo daquele cume e começaram a ouro esculpir uma estátua em bronze para que os ajudassem a prosseguir viagem e sair daquela situação já exaustiva e desesperadora. O fato é que por mais perto que cheguemos da sensação de onipotência, não somos onipotentes. E esta certeza, ainda que


consciente, é um fardo demasiado pesado para qualquer liderança, tanto para lidar consigo mesmo quanto para administrar perante os demais [ sublinhando com outro exemplo clássico, recordemos a derrota de Napoleão ]. Todavia, o tanto que estas conclusões fatalistas têm de nato são um alívio: se é tão previsível que somos incapazes de criar para nós mesmos um modo, estilos e sistemas que proporcionem uma vida plena ─ até porque discutimos o que é 'vida', 'pleno' e o que é uma 'vida plena' ─ , em parte isto retira do homem a obrigação da perfeição e nos lança em direção a objetivos que sejam comuns. Genericamente é por este cerne que abordamos o Anarquismo nesta edição, não para defendê­lo ou atáca­lo, mas reconhecendo que essa ideologia política que aprofundou tais reflexões a partir de bases tão pragmáticas como são a


trabalhista e a produtiva reclama hoje para si uma outra atenção, pois está respondendo por boa parte da composição do nosso retrato atual, seja nos traços mais bem conseguidos ou nos borrões nada desejados. De início, um tratamento de imagem… Quando se fala em 'Anarquismo', geralmente o que nos vem à mente são referências anacrônicas ou até mesmo caricatas, como paredes e muros pixados com o símbolo anarquista, baderna, multidões em tumulto, cenas de protestos etc. É verdade que isto faz não apenas parte do imaginário anarquista como advém do seu histórico. Talvez, o que não seja tão óbvio assim é que são partes integrantes deste quadro as redações, os telejornais e a Internet. Mais: a própria Democracia e o Capitalismo foram desenvolvidos em decorrência da tensão entre o Estado, a Igreja, o poder econômico e as questões inspiradas pelo Anarquismo.


“COMIGO NINGUÉM PODE” Para os menos teóricos, os não­acadêmicos, desinteressados ou apenas de gerações mais recentes, vale relembrarmos que a base do Anarquismo é a ideia de que o Estado não deve deter o poder. Sem contexto histórico tal alicerce em alguns momentos pode soar melodramático ou até retirado de um discurso terrorista. Porém a sua finalidade ainda que de uma forma francamente grosseira nasceu como reação a uma sequência de fracassos políticos colossais que culminou nas grandes guerras mundiais. Digo, não o seu ineditismo ─ como dissemos o problema é muito anterior a qualquer formulação de Estado ─, mas a movimentação que, de uma ainda latente e inflamada veia revolucionária, oriundas tanto da Industrial quanto da Burguesa, mediante o panorama auto­destrutivo que vivia­se na primeira metade do século passado.


DENTRE OS MAIS COOPTADOS PELO ANARQUISMO, E QUE INCLUSIVE ASSUMIU O SEU LOGO ESTÁ O MOVIMENTO PUNK FOTO: THE ANARCHIST COOKBOOK


Portanto, falamos de propostas surgidas da mescla entre a descrença no Estado enquanto instituição capaz de gerenciar toda uma nação ─ e nação por nação ─ , e da necessidade de sobrevivência. E, ainda que o cenário justifique o próprio Anarquismo como possibilidade, a questão permaneceu: se o Estado não deve ter o poder para governar o todo sendo o mesmo composto também por nós, cidadãos, quem deve governar? Veja bem: a direção desta matéria não é levar o leitor a essa resposta, nem listar as diversas linhas surgidas dentro do próprio Anarquismo com as suas propostas… O que temos de perceber é que sobre tal premissa, a ideologia é por si mesma inviável como alternativa de governo, isto é, os anarquistas nunca quiseram ser um novo proletariado a assumir o poder, reformulado para suprir eventuais deficiências encontradas quando houve o embate com a


Igreja e a ruptura burguesa contra a Monarquia. O mais próximo que chegaram de um projeto político teoricamente falando foi o de permitir ao máximo a organização micro­local até atingirem a auto­gestão, com um Estado burocrático apenas para o cumprimento de tarefas e serviços específicos e que não sejam possíveis de ser realizados apenas pelo município [ como os transportes interestaduais e internacionais, a exportação, os correios etc ]. A partir dessa antítese é possível ministrarmos sobre o assunto ainda que em gotas práticas… Há o mérito incontestável de que o Anarquismo foi, ou é, uma das mais poderosas molas impulsionadoras das sociedades modernas por todo o seu legado que abrange desde o desenvolvimento técnico e tecnológico, a Imprensa e os avanços sociais a inspirações como a diplomacia e a realização do sonho do livre­comércio.


15 MINUTOS ANÔNIMOS


ANDY WARHOL E MCLUHAN PREDISSERAM QUE NO FUTURO TODOS ESTARIAM EXPOSTOS E SERIAM A MENSAGEM EM SI MESMOS. VOCÊ CREU?

IMAGEM: CENA DO FILME 'MATRIX'


_por m.i.k.a.

_crítica x status quo

Eles tinham razão. Quando o fenômeno da comunicação de massas e. A natureza oposicionista do das produções em larga escala começaram a Anarquismo como despontar, dois dentre os seus mais proeminentes pioneiros sacaram suas máximas: “todos serão famosos antítese até do poder inspirado durante 15 minutos”, disse @AndyWarhol; e “o meio é a por si mensagem”, teorizou @MarshallMcLuhan. Hoje estamos mais capazes de perceber a extensão visionária das . mídia social sentenças… O palco havia se transformado no novo Olimpo. As luzes da ribalta atraíam multidões que pouco a pouco . capitalistas selvagens começavam a almejar deixarem a posição de plateia ou espectador para serem igualmente expostos, e isto efetivamente alcançou tais ápices com a disseminação dos meios de comunicação e da Internet.

_inspirações estabelecidas

Defeitos à parte, o que conta de mais preocupante para a nossa . a mídia coorporativista e os matéria é a questão da credibilidade do saber e, por consequência, do conhecimento. A natureza desenvolvimentos técnicos e anarquista que causa sucessões ininterruptas dos que tecnológicos detém a informação, seja dos próprios interlocutores ou das mídias, gerou uma proliferação de transmissores baseada . a globalização: do ATI e na opinião ─ sendo esta então válida por si só como a de qualquer outro indivíduo deverá ser ─, que, comunas às na verdade, desmoraliza a todos. multinacionais e ao cyberespaço É fato que há filtros. O poder da escolha é o mais . as tendências cooperativistas importante nessa lógica. Talvez em segundo plano esteja a medição das audiências, que vai da visualização às


[micro­localismo, diplomacia e livre­comércio] curtidas, assinaturas etc. Mas o desmantelamento selvagem da presença cotidiana das pautas únicas, que norteiam. a relativização do lucro em os assuntos mais relevantes, próximos ou que afetam consideravelmente a sociedade está criando uma prol do bem tendência ao “para cada indivíduo, um canal” que, comum ou coletivismo ademais da pluralidade e variedade, não agregará necessariamente ao desenvolvimento humano e social.

_a imprensa

O motivo remete ao Anarquismo: usando a fórmula do criticismo crônico contra o Estado, nenhum regime, . do palanque da liberdade de grupo ou líder político será apto a governar; isto ideias e aplicado à Imprensa [ último reduto institucional de expressões à perda da raiz francamente anarquista ], tal auto-negação beira a credibilidade antropofagia, pois além da competição entre um número cada vez maior de detentores de informação, numa disputa . um homem, uma live individual de caráter corporativo onde sobrepõe-se o clima de hangout, até os debates se tornam inócuos, independente de quem são os mediadores, . à beira da Reconstrução convidados e da quantidade de conhecimento partilhado.

inteligente

Alinhando, o Anarquismo sempre prezou pelo bem-comum, acima de tudo. O foco dado à mídia aqui é um cuidado muito mais afim de um ideal original dos próprios “anarcas” do que uma tentativa de demarcar espaço no cyber-espaço… Numa ênfase epistemológica, quando aceitarmos também o problema de que além de administrar ninguém mais tem algo válido a transmitir ao outro…


} roteiro

O PÃO NOSSO A @sutil PERCORREU PORTUGAL DE PONTA-A-PONTA E TRAÇOU UMA ROTA: A DO PÃO ARTESANAL

DIA 4 TENTÚGAL

DIAS 1 e 2 PORTO

DIA 3 SANTA MARIA DA FEIRA


DE CADA DIA DIA 6 LISBOA DIA 5 SERRA DA ESTRELA

M.BR E.CO OND ITE B O: S FOT


_por m.i.k.a.

N

unca se comeu tanto pão quanto hoje em dia. Contraditoriamente à industrialização que o consolidou como

um dos artigos mais consumidos em todo o Mundo, a panificação entrou num declínio muito além da desigualdade competitiva que é a cultural. Se por um lado o velho esquema do “3 por 1 real” ainda mantém padarias com as portas abertas, por outro a variedade dos produtos tornou-se tão restrita que vários tipos de pães gradativamente desapareceram das nossas prateleiras e dispensas. O pão é um dos alimentos mais básicos e antigos que existe. Dentre os mais rústicos feitos em fornos


à lenha ou à carvão às mega-tiragens dos maiores fabricantes, ainda persiste a discussão quanto ao seu valor na dieta e da sua qualidade para a saúde [ principalmente sobre se engorda mais do que alimenta ], mas enquanto o seu consumo multiplica, receitas e mais receitas estão sendo relegadas ao esquecimento mesmo em países onde a sua produção caseira sempre foi um hábito. Popularmente, sabe-se que há os asmos, os sírios e árabes, que o francês é chamado assim porque provavelmente foram eles quem inventaram o pão do tipo “bisnaga” e o trouxeram para cá, que cada sanduíche tem o seu específico, e até que os índios sulamericanos fazem pães amassando tapioca… O que não é tão conhecido assim é que há lugares especializadíssimos em pães, com uma diversidade


surpreendente, e uma dessas culturas é a portuguesa. Não é novidade que as atividades em Portugal são bastante voltadas para a gastronomia. Mas, apesar de haver rotas exclusivas de vinho, de sua doceria conventual ser reconhecida mundialmente e de ter alguma relevância na produção de queijos, nem mesmo lá fala-se num roteiro dos pães, o que neste contexto é um fator mais que demonstrativo. A @sutil traz nesta edição uma rota para quem tanto aprecia aquele país europeu quanto pães, incentivando o resgate dessa cultura gastronômica que leva tantos tipos de pão às mesas, ao ponto de se ninguém nos avisar, talvez nem saibamos dizer que o que está sendo servido, afinal, também é pão.


_ panado no pão Dependendo do horário em que aterrizar no Porto vai precisar fazer um lanche rápido, o que já é mais do que motivo para iniciar a sua viagem gastronômica. Para iniciar, nada mais óbvio do que pedir o pão do dia-a-dia, aquele que é conhecido aqui no #Brasil por 'pão francês'. Uma das formas mais consumidas pelos portugueses é esta, onde uma unidade arredondada do pão-de-sal vem com um bife empanado no meio, normalmente regado com maionese ou ketch-up.


_ broa-de-milho Se for começar por uma refeição completa é bem provável que encontrará primeiramente esta qualidade de pão. A broa costuma vir à mesa dos restaurantes e bares antes dos pedidos como couvert e acompanhado por manteigas ou margarinas, sendo bem diferente do que a que conhecemos por aqui: sua massa é bastante consistente e de coloração integral, mas bem 'molhadadinha', e com uma casca 'molhadinhas', crocante tipo os de centeio ao forno.


_ francesinha Separamos um dia para esta degustação porque você vai precisar… A francesinha é um prato típico portuense e só lá é encontrado, apesar de seus ingredientes serem vulgarmente achados em qualquer outra cidade ou


país. Trata-se de um sanduíche de pão-de-forma com vários 'andares', montados com naco de carne de vaca, linguiça, ovo e presunto, e coberto com muita muzzarela e um molho líquido bem picante antes de ser gratinado. Acompanhado de porção batata frita. Recomendamos ter uma bebida gelada à mesa ou balcão antes de atacar o prato… _ foguaça da Feira Esta variedade é tão lusitana que há uma festividade anual no calendário oficial dedicada às chamadas fogaçeiras de #SantaMariadaFeira, todo o dia 20 de Janeiro, oferecida a São Sebastião – por tanto, se fizer o roteiro nessa época do ano, já sabe… É próprio para o café-damanhã ou para consumir num dos cafés da localidade, pois sua massa semelhante a dos panettones


transita entre o suavemente doce e o salgado e cai bem com quase todas as bebidas e complementos, como margarinas e gelĂŠias.


_ pão-de-Ló Há quem diga que não é um pão, mas o seu nome não engana… E quem acha que sabe o que é também pode ir esquecendo: o pão-de-Ló tradicional português atualmente disponível só em pouquíssimos locais tem uma massa fina com um sabor e textura que oscila entre o do bolo de cenoura e o da brevidade, e que logo à primeira garfada entorna um monte de recheio de doce de ovos que é muito utilizado no preparo dos típicos doces conventuais.


_ pão alentejano recheado c/ queijo Serra da Estrela Sugerimos também reservar um dia para conhecer este prato. O pão em si talvez seja o mais reconhecido pelos brasileiros sem demérito nenhum para o paladar, pois sua receita é aquela do pão-de-sal encontrado em nossas padarias ─ preparado com fermento de padeiro e


farinha-de-trigo n°65 ─, mas cozidos em fornos à lenha como reza a tradição. Os segredos são o tamanho de cada pão em formato arredondado que de tão grandes servem de travessa comestível para o recheio do queijo da #SerradaEstrela após ter o seu miolo escavado e retirado. Alguns cozinheiros acrescentam outros ingredientes ao queijo, como linguiça em cubos frita, chouriço etc. Harmoniza com vinho. _ pastel de Belém Outro item polêmico para uma lista de pães, mas em #Lisboa é inevitável apreciá-lo. Numa das mais tradicionais e turísticas casas da capital, localizada à beira do rio #Tejo na altura do #MosteirodosJerônimos, próxima do #PadrãodosDescobrimentos e da


#TorredeBelém você poderá conferir o pastel mais procurado em #Portugal pelos visitantes: um folheado em formato de empada, com um recheio espesso de creme de natas, coberto por uma calda de açúcar caramelizada e polvilhado com canela.

FOTOS: IGUARIA.COM, VIÑO VERITAS, MORAR EM PORTUGAL, BLOG COMEU-SE, CAMINHOS DO TURISMO, COOKPAD E SAPO.PT


: VÁRIAS PERSONALIDADES JÁ PARTIRAM ESTE ANO DEVIDO À PANDEMIA. UMA DELAS, PELO MENOS NAS AMÉRICAS E PAÍSES ONDE ATUOU, TORNOU­SE DIFÍCIL CONTORNÁ­LO… DIEGO ARMANDO MARADONA ANDAVA COMBALIDO POR UMA SEQU ÊNCIA DE DEBILIDADES E CIRURGIAS. QUANDO VOLTOU A SER INTERNADO E TEVE MORTE CEREBRAL, UM DOS MÉDICOS SACOU UMA SELFIE AO SEU LADO PARA COMPROVAR O FATO E GUARDAR A IMAGEM COMO RECORDAÇÃO ─ BIZARRO, MAS ALGUÉM DIRIA QUE A NOTÍCIA ERA FALSA E AINDA O CANONIZAVAM? NATURAL DE BUENOS AIRES, O CRAQUE ARGENTINO DISPUTOU 4 COPAS DO MUNDO [ 82, 86, 90 E 94, QUANDO FOI PÊGO POR DOPPING ], JOGOU NA ESPANHA, ITÁLIA, EUA E NO ORIENTE MÉDIO ALÉM DA ARGENTINA, E SAIU PARA SER TREINADOR. MUITOS O CONSIDERAM UM DOS MAIORES DA HIST ÓRIA. FOTO:REPRODUÇÃO



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