MAGAZINE DE AMOR,
ARTE, CULTURA,
MODA & ESTILO,
TECH E TENDÊNCIAS
AS PARADAS EM TODO O MUNDO
QUE URBANO CONQUISTOU
DO HIP HOP MAIS SOMBRIO
EM 2 DÉCADAS, O SUBGÊNERO
#29
SUTIL IS A DIGITAL MAGAZINE RELEASED MONTHLY WITHOUT ANY PRE-FORMAT DEFINED ABOUT LOVE, ART, CULTURE, TECHNOLOGY, FASHION & STYLE, TRENDS PUBLISHED BY PURI PRODUCTIONS #29
SUTIL É UM MAGAZINE DIGITAL MENSAL E SEM FORMATO PRÉ-DEFINIDO SOBRE AMOR, ARTE, CULTURA, TECNOLOGIA, MODA & ESTILO E TENDÊNCIAS EDITADO PELA PURI PRODUÇÕES NÚMERO 29
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À PURI PROD 2021
TEXTOS, EDIÇÃO E DESIGN
M. I . K. A.
CAPA
AR TE S O BRE TRA ÇO DE R ON ALD
FOTO DE ABERTURA DA EDIÇÃO
CAP I T Ó LIO , WA SHI NG TO N D. C.
FOTO DE ABERTURA DA REPORTAGEM
FACE BO O K / U SKE V LAR
PUBLISHER
I SS UU [ h t t ps: / / issuu . com / sut ilm ag azi ne ]
DISTRIBUIÇÃO
FACE BO O K [ h t t ps: / / fa ce bo ok. co m/ su ti ldig it a lma ga zin e ]
} editorial
Goodbye, nǐ hǎo O PRIMEIRO MÊS DE 2021 ESTÁ CONSEGUINDO SUPERAR O RITMO DE JANEIRO DO ANO PASSADO EM QUANTIDADE E QUALIDADE DE FATOS. DENTRE OS INÚMEROS MOTIVOS COM CERTEZA FIGURARÁ A REAPROXIMAÇÃO ENTRE O GOVERNO BRASILEIRO E A MÍDIA. AINDA NÃO SE TRATA DE PAZES, LONGE DISSO… MAS A SINALIZAÇÃO DE #BOLSONARO NUMA DE SUAS IDAS AO “CERCADINHO” DO ALVORADA COM A DEIXA “ELES NÃO FALAM” AO RESPONDER SOBRE O ANÚNCIO DA @FORDBRASIL DE QUE ESTÁ ENCERRANDO AS SUAS ATIVIDADES NO PAÍS APONTANDO PARA OS SEUS PRÓPRIOS SEGURANÇAS, FACE AO HISTÓRICO RECENTE DA RELAÇÃO, É PINGO QUE NÃO ACABA MAIS… PUDERA. COM UM COMUNICADO, 5 MIL EMPREGOS FORAM PERDIDOS E A FÁBRICA DE #CAMAÇARI , NA #BAHIA , PRATICAMENTE FECHADA. NO DIA SEGUINTE, A BOATARIA DAVA CONTA DE QUE CHINESES BATIAM À PORTA QUERENDO COMPRAR AS UNIDADES NACIONAIS DA CIA AMERICANA, MAS DESSA MANEIRA TÃO GENÉRICA ESQUECIASE QUE O AGORA FAMOSO MEGAEMPRESÁRIO ASIÁTICO @ALIBABA HAVIA “SUMIDO” NAQUELA SEMANA ALEGADAMENTE POR RUPTURA COM O GOVERNO DA #CHINA , O QUE JÁ IA PERMITINDO QUE O NOTICIÁRIO DO DIA LÁ ─ QUE DAVA CONTA DO INVESTIMENTO DO AGLOMERADO NA PRODUÇÃO DE VEÍCULOS ─ , PASSASSE DESPERCEBIDO. OK, NÃO PASSOU. TUDO ISTO TENDO EM POSSE, DESDE 2020, A INFORMAÇÃO DE QUE A @TESLA [ TAMBÉM AMERICANA E PONTADELANÇA NO MERCADO DE CARROS ELÉTRICOS ], NEGOCIA A SUA EXPANSÃO POR AQUI APÓS TER INAUGURADO UMA FÁBRICA NA… NA… CHINA [?!] ─ A BOA É QUE A TECNOLOGIA ENVOLVIDA TERÁ A VER COM O NOSSO NIÓBIO E GRAFENO. POLUIÇÃO? PERGUNTO(ME): E A #OPEP ? E A #PETROBRAS ?
PARA DENUNCIAR A REAL
CULTURA CYBER E CONSUMISMO
SUBMUNDO, ESPIRITUALIDADE,
PREFERÊNCIAS MISTURANDO
O TRAP ASSALTOU
FUNK DE BAILE OU DA GRINGA:
NEM GANGSTA, NEM MELODY,
NÃO DEIXAM O RAP MORRER
FOTO: VICTOR SCALON
_por m.i.k.a.
A
mãe nova shortinho tattoo atende na
barraca horti-fruti na calçada enquanto o garoto cabelinho na régua pólo e bermuda espera o desarme geral reclamando pra ela da corise. O motoboy amigo presente
passa a mamadeira de crack pro moleque e corre pro corre da parada do moto-táxi em frente: “Tá com o narizinho entupido? Quer uma vassoura?!...”. O pivete congela. Segundos depois sem se mexer nem piscar os olhos, abano a mão bem na frente da sua cara e pergunto “tá tudo bem por aí, rapaz?”. Nada. Nem retorno nem movimento algum. Foi KO. Quando finalmente se ajeita sobre o engradado de frutas vazio virado ao contrário salta o episódio e reinicia falando sobre… sei lá… mamão, playstation… O drama da comunidade é moderno, é existencialista. De tanta 'letra', nasce o indivíduo, continua mera parte de um grupo identitário ou nem chega a ser alguém. Letras das famílias, dos amigos, das escolas e dos meios de comunicação cada vez menos atrativos graças a dois
elementos que foram fundamentais na transformação da sociedade nos últimos anos: a Internet ─ que permitiu a info-inclusão ─, e a Igreja evangélica ─ que ao proliferar por todo o país transformou-se numa referência e influência inevitável. Na 'pista' a tia continua se achando ao achar que o abismo entre a cidade e a favela ainda é enorme. O marido comemora o gol do time do coração entoando num verso que tudo é favela, mas ela vê a tristeza da janela de casa ou da TV e sorri porque não é como ela percebe a novela. No quarto a novinha mete um trap no smartphone, pluga um fone orelhudo e ensaia uns twerk bolados dichavando um prensado. Qual é a diferença? O que é 'trap'? Um estilo de beat que não é old school, funky, eletro nem o tal funk carioca? Este é o cenário em que esta edição está inserida e onde pretende-se um retrato cultural e social sem make-up, apologias, hype, discriminação e nem blá-blá-blá.
O movimento hip hop surgiu há cerca de 40 anos atrás, nos EUA, numa ressaca monumental consequente dos excessos da liberalização comportamental assumida nas 4 décadas anteriores. No caminho pelas liberações sexuais, pelas experimentações com drogas e entorpecentes e pelo rompimento com padrões sociais estruturais como a composição familiar tradicional e os dogmas religiosos, ao final dos anos 70 a desorientação era tanta que as preleções e os fervorosos discursos dos protestantes dos guetos nova-iorquinos começaram a fazer sentido não apenas para os locais como para todas as gerações contemporâneas ou recém-nascidas, dentro e fora do país norte-americano. Lá, as ruas assimilaram a mensagem propondo também a dança e a arte urbana como plataforma para a aceitação mútua e a partilha do que acontecia na calada nos bairros e nos templos. Deste caldeirão que levou como base toda a herança da chamada 'black music' [ da soul music, do gospel, do blues, do reggae, funk, R&B, rock n'roll etc ], surgiria o rap. O restante dessa história você conhece bastante bem ou tem como se inteirar com facilidade…
Tudo isto aconteceu aqui ainda que num processo bem mais gradativo devido à distinção entre o que representa a Igreja protestante na sociedade americana e o que era àquela altura em países como o Brasil. A medida em que aumentava não só o número de denominações como também a percepção e a pertinência do cristianismo de matriz não-católica em nossa formação, visão e código ético-moral, a postura do hip hop ia convergindo para a original e a revolução reverberou inevitavelmente atingindo as comunidades brasileiras. E assim, dessa árvore, tanto nos EUA quanto aqui, o 'trap' brotou. A tradução literal para 'trap' diz muito mas não entrega tudo: pode ser lido como 'trapaça' ou 'armadilha' dependendo do contexto, porém é justamente na incapacidade de o termo servir para expressar totalmente o que é o trap que reside a riqueza do estilo… Se 'rap' foi estampado pelas iniciais de 'Rhythm And Poetry', 'trap' tem uma outra áurea, que vai muito além da incorporação de um 't': 'trap' é um alarme sobre em qual sintonia as sociedades estão assentes, acima até dos mais nobres valores preconizados, ensinados e exigidos em todas as instâncias e formatos institucionais.
DALUA UM DOS ÍCONES NACIONAIS DO TRAP, ACUMULA Ks E LEVA A PRÓPRIA BANDA PARA ATUAR FOTO: REPRODUÇÃO FACEBOOK / DALUA
A partir daí inicia-se a viagem pela descoberta do que é o trap, que não é instantânea e nem fugaz, muito menos recomendável ─ por assim dizer ─. como algo necessário ao conhecimento humano, ao convívio social ou apenas para manter-se 'in', atual… Os motivos são vários. Uns são básicos como o fato de que o trap, na verdade, açambarca tudo o que foi ou ainda é produzido, portanto nem chega a ser um esforço ter alguma coisa a ver com o barulho; outros, são complexos como a sua estética scary fashion pouco preocupada com empatia e de alto apelo de tribo, com suas proliferações de tatuagens, piercings, grillz, maquilagens, cabelos tingidos, roupas de griffe coloridas, joias, veículos de luxo, clima dark, sexo, drogas e álcool. Algo entre a aparência do post-punk do @Misfits e a dos bailes funk, dosada pela megaexposição digital e a nova ordem de procederes que contemplam o nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Ademais destas, outra razão mais relevante para empreender um mergulho suave ou precavido no trap é que a linguagem é viciante. A começar pelas toneladas de gírias e calões inventadas pelos artistas ─ dentre as que foram adotadas e as que são extremamente criativas e
comunicativas mesmo tendo permanecido circunscritas a um nicho ─, as melhores tracks e álbuns de trap dialogam tanto com a comunidade quanto com os milionários que ocupam as mansões sem que para isto entendam exatamente do que estão falando… Não se trata de codificação, de linguagem subliminar ou de transmitirem mensagens sem serem pêgos em flagrante por gangues locais, pelos pais, pela polícia ou quem quer que seja… É que a tal inclusão digital e de consumo que citamos anteriormente trouxe uma compreensão dos lados e uma percepção da proximidade que coexiste entre as classes e áreas e que permitiu que o próprio estilo surgisse, sendo, portanto, tão abrangente que para se entender realmente o trap é preciso percorrer toda uma montanha-russa social, da pobreza à abundância de recursos, da ignorância à alta cultura, da liberdade à vida restrita a alguns quarteirões… Sim... as armadilhas são muitas. Aliás, quase tudo virou trapaça, artimanha… Mas isto os nossos avós já diziam, não é essa a sua relevância. O que essa galera relata são as sequelas dessa mentalidade, os esquemas manjados e corriqueiros, o 'você não está sozinho' e o 'tamu junto'.
AKA RASTA APÓS SE AFIRMAR COMO TRAPPER O CURITIBANO APONTA NOVAS DIREÇÕES EM “EU SOU UM ET” FOTO: REPRODUÇÃO FACEBOOK / AKA RASTA
} discografia
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OOO TRAP TRAP TRAP EM 8 EM EM 88 PASSOS PASSOS PASSOS ++ +
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A @sutil LISTOU ESTES ÁLBUNS PARA LEVAR VOCÊ ATÉ À PERCEPÇÃO DO QUE É, AFINAL, O ESTILO DE HIP HOP MAIS CONSUMIDO DA ATUALIDADE _por m.i.k.a.
TRAFICANDO INFORMAÇÃO MV BILL Independente / 1999
GET RICH OR DIE TRYIN' 50 CENT Shady-Aftermath-Interscope / 2003
LOGO EM SUA ESTREIA, O RAPPER DA #CDD E CRIADOR DA @CUFA ESPARRAMA O FLOW QUE VIROU A SUA MARCA E QUE INFLUENCIARIA O DE MUITOS TRAPPERS NACIONAIS.
LENDÁRIO SOBREVIVENTE DO GUETO NOVAIORQUINO, CURTIS APARECEU IMPONDO ESTILO E CONTANDO CASOS SOBRE AS BARREIRAS PARA TRILHAR UM CAMINHO RUMO À LUZ.
MM… FOOD MF DOOM Rhymesayers / 2004
808's & HEARTBREAK KANYE WEST Def Jam Records / 2008
O FALECIDO DOOM FOI UM DOS PRECURSOS DA LINGUAGEM NERD NO RAP E QUEM PROPÔS O CONCEITO DE 'DESTINO' E DE 'SINA' COMO UMA DAS RAZÕES DO TRAP USANDO UMA MÁSCARA DO VILÃO DA HQ.
AO 4o. LANÇAMENTO, O MILIONÁRIO PRODUTOR ENTREGOU-SE AO TRAP NUM DISCO CHEIO DE INTROSPECÇÃO E QUEBRA DE DESIGUALDADES. SE O LANCE ERA DIZER QUE O PROBLEMA É SOCIAL, O ARGUMENTO CAIU AQUI.
ROLLING PAPERS WIZ KHALIFA Rostrum-Atlantic Records / 2011
JEAN WAYNE DRAMA Atlantic Records / 2014
UM DOS 1os. ASTROS AMERICANOS DA NOVA GERAÇÃO DOPE. VEIO AO BRASIL COM ESTE ÁLBUM EM 2013. QUANDO DEU A CARA METADE DE SEUS ATRIBUTOS AINDA NÃO ERAM TÃO CLICHÊS QUANTO AGORA.
CONSIDERADO PIONEIRO NO TRAP PELO DEBUT EM 2000, SÓ RETORNOU 14 ANOS DEPOIS COM ESTE PETARDO. @TravisScott, @ChrisBrown, @Drake … O QUE QUER QUE OUÇA DO ESTILO VAI 'CONTER' ESSE CARA.
SATURATION I, II E III BROCKHAMPTON Independente-Empire / 2017
COME OVER WHEN YOU'RE SOBER 1 LIL PEEP AWAL Digital / 2017
ESTE COLETIVO TEXANO MULTIÉTNICO-SOCIAL É A ANTÍTESE DO @NewKidsOnTheBlock. FORMADO NUM FÓRUM SOBRE RAP, CHEGARAM COM ESTA TRILOGIA AVASSALADORA,
LINHA EMO TRAP. APESAR DE TER VÁRIOS TÍTULOS ESTE É O ÚNICO ÁLBUM DE SUA CARREIRA EM VIDA ─ LIL PEEP PARTIU 3 MESES DEPOIS, AOS 21 ANOS, COM UMA OVERDOSE.
} depoimento
“É A TINTA DO POLVO” QUANDO MUDAMOS DA 1a. LINHA DA BARRA DA TIJUCA, NO RIO, EM 2014, PARA A FRONTEIRA ENTRE A FREGUESIA, A CDD E A LINHA AMARELA VIMOS O TRAP BROTANDO NO 'BAIXO IGREJA'
O
s tiros estavam mais próximos. Às vésperas de 2015 e apenas 4 meses depois de chegar na área conhecida vulgarmente em Jacarepaguá
por “Gabinal” ─ devido ao nome da estrada principal que liga o bairro Freguesia ao trevo que leva tanto para Curicica e Cidade de Deus quanto para Camorim e a orla ─, ainda não arriscava conhecer as 3 ruas seguintes em direção à auto-estrada da Lamsa S/A. Era já a nossa 2a. residência no local e francamente provisórias naquele curto período. Aguardávamos resoluções como a venda ou aluguel de um imóvel nosso sito noutro lugar e
alguma calmaria após a situação anterior ter acabado por ser resolvida na delegacia da região ─ além do que havia ocorrido conosco antes conforme o relatado no livro “Alerta 3200”. Naquela fase, não raramente como foi possível acompanhar pelos noticiários, a polícia realizava operações pelos acessos à comunidade da Zona Oeste e aquela era uma das rotas. Quando havia trégua e os moradores recuperavam o fôlego para o retorno às atividades, o humor e animação ficavam difíceis, mas pouco a pouco aquelas 5 ruas [ São Jorge, Muller de Carvalho, Quintanilha, Cabo Ernesto e Inácio do Amaral ], recompunham o cotidiano. O fogo não era cruzado, o que não era alívio suficiente por ser passagem tanto para quem vinha de um lado quanto de outro. Um dos agitos acontecia no bar com maior capacidade e melhor localização. Habituados a receber os moradores para acompanhar partidas de futebol pelas TVs, os comerciantes do ponto para onde confluem todas as 5 ruas cediam as dependências para bailes funk ocasionais que disputavam atenção com mais de 15 igrejas
evangélicas ou protestantes [ nota: toda esta cena foi acompanhada pela @sutil e está disponível em nossa página no @Facebook pois, por ter esta configuração ímpar, batizamos informalmente o local de 'Baixo Igreja' ]. Como reportamos, ao mudarmos para um endereço mais próximo do tal bar, quando o potente soundsystem entrava em ação participávamos da festa mesmo que fechássemos todas as janelas de casa. O lado efetivamente positivo é que ao ouvir o que saía das caixas reparei que as letras passavam longe dos chamados 'proibidões' [ com termos chulos e conteúdo sexista pouco palatável ], e as prod eram bastante interessantes, originais e não propriamente 'funk carioca'… Aliás, soavam melhor do que muita coisa eletrônica produzida por aí. Ao primeiro hit mais chicletudo corri para o @Google com 2 ou 3 versos na cabeça mas não encontrei nada, nenhuma referência quanto a título, autor, estilo... Tentei algumas outras vezes esperando pacientemente por cada outro evento e mais um som no qual pudesse
DJSANDRINHO SAINDO DOS PROIBIDÕES DA CDD, AKA FENÔMENO ERA UM DOS QUE FAZIAM O BAILE DA QUINTANILHA MIGRANDO DO FUNK PARA O TRAP FOTO: REPRODUÇÃO SOUNDCLOUD / DJLUANZINHO1
compreender minimamente o MC, porém não conseguia nada mais do que a mensagem “nenhuma busca foi encontrada”. Até que num domingo à tarde ligaram a aparelhagem e resolvi ir ao bar para ver se contatava o dj e me inteirava sobre aquela sonzeira. Ninguém informou nada. Poderia ficar por ali, tomar umas cervejas e escutar o set, mas trocar ideia com alguém aparentemente novo por ali não era mesmo uma característica do ambiente. Dias depois, regressei ao bar durante o dia e sondei o proprietário do estabelecimento ao balcão sobre o baile e quem produzia a festa tendo como retorno apenas mais reticências. As festas prosseguiram sem qualquer lógica calendarizada ou horário previsto ainda que na maioria das vezes começassem à noite e invadissem madrugada adentro. Na ausência total de elementos sobre o assunto fui criando nomenclaturas como que desenhando o contexto: o baile era o 'Gardenal' [ o medicamento para a prevenção de convulsões e que remete foneticamente tanto à classe-média Gabinal quanto à Gardênia, outra comunidade das redondezas ]; ao dj atribuí o pseudônimo de 'Sinistro'… e daí em diante.
De fato, 2 anos depois já perto de deixar aquele endereço, acabei conhecendo os donos do bar, um dos djs, alguns frequentadores e dezenas de tracks que simplesmente mudaram o gosto musical do Baixo Igreja. Os vizinhos quando punham algo em casa também em alto volume, ainda que uns puxassem a sonoridade para o batidão funk, para o brega, para o rap ou para o samba, denunciavam que a pegada passara a ser a do baile; a festa ficou esporádica e bem mais moderada do que as que vi logo que cheguei, tanto em relação às danças e algazarras quanto nas letras, e entendi que boa parte disso era influência dos frequentadores cada vez mais numerosos das igrejas; as congregações religiosas por sua vez assimilaram a cultura popular em seus cânticos mesmo que permanecesse nítida a disputa constante e irritante pelo espaço sonoro. O movimento continuou underground e extremamente inacessível. Até hoje não descobri quem são os compositores daquelas músicas e das letras, os rappers ou os produtores dos temas, e talvez eles não saibam o quão singular ainda é cada um daqueles sets. E, nem sabíamos que isto é que era o trap.
} tendência
_O TRAP NÃO É A 'THE NEXT BIG THING'. O TRAP JÁ ACONTECEU E O MOVIMENTO FOI DOCUMENTADO PARA CONSULTA POSTERIOR... por m.i.k.a.
RECAYD MOB EM MENOS DE 4 ANOS O GRUPO DE SP TORNOUSE UM DOS MAIS CONCORRIDOS E DISPERSOU FOTO: DIVULGAÇÃO
SIDOKA PÓSADOLESCENTE DE BH COM 50K EM VISUALIZAÇÕES EM “N ME SINTO MAIS MAL” E AGITANDO ÁLBUM NO SELO DO TRAPPER @GUCCIMANE FOTO: PINTEREST / SIDOKA
P
ara os que começarão a identificar a postura trap no rap atual, vale ressalvar que no underground nem tudo que brilha é diamante. Sendo a crise
existencial um dos mais visíveis indicadores da vontade do indivíduo em lutar para sobreviver às mazelas da sociedade, às vezes à própria família, às patrulhas tanto policiais quanto as do crime, aos religiosos quando repressores, à baixa educação, às desigualdades financeiras e às mentiras e enganos descobertos no diaa-dia, por outro é assumido que as neuras, ansiedades e depressões fazem parte da rotina dos que estão ao redor. Exacerbado o imaginário, praticar o “ter” sem morrer tentando ter é mato. Sexo, álcool e maconha são incentivos, mas como isto também escasseia nem que seja de vez em quando é preciso saber passar sem eles. Há coisas mais graves que tais atenuantes ajudam a suportar e que independente deles estarem ou não a mão a parada segue em frente. Pior. Quando acaba já é esperado que a opressão será não apenas mais perceptível como poderá aumentar… São intuições e agilidades que mesclam o instinto tanto de quem é da correria quanto de quem aprendeu que a vida tem
mesmo uma dimensão superior chamada comumente de dimensão espiritual. É daí que vem a dancinha zombie típica do estilo. Aquela que às vezes parece deboche da futilidade geral, e noutras uma confissão aguda de que o consumismo e a ostentação são sim o que os salvam e sustentam a estima, como se diz metaforicamente das muletas. Mas em ambos os estados há a consciência de que algo realmente mal procura a muitos, com alguns ainda conseguindo agarrar-se à riqueza aparente [ as classes altas sabem bem o que isto é… ]. A maioria gosta dos bens de consumo e é vaidosa, e, ultrapassadas as dificuldades pelo acesso e das distâncias provocadas pelo poder aquisitivo [ roupas, veículos, tatuagens, visita a endereços luxuosos etc ], ganharam a capacidade de identificar mais precisamente aqueles que causam dentre os que sobrevivem à camada descrente do próximo e conformada com a sordidez. Gente comum; street fight; nômades em fuga da próxima furada ou mero filho do fulano de tal. Não tente definir.
MATUÊ REPRESENTANDO FORTALEZA, O CEARENSE RADICADO EM SP E SUA CREW OSTENTAM A CIFRA DE 150M SOMADOS ENTRE O YOUTUBE E O SPOTIFY APENAS NO MÊS DE POSTAGEM DE SEU 1o. ÁLBUM 'MÁQUINA DO TEMPO' [2017] FOTO: DIVULGAÇÃO
por m.i.k.a.
CURTIDOS E FREQUENTADOS NOS ROLÉS E NOS SHOWS
DO UNDERGROUND AOS MAIS PROCURADOS, VISUALIZADOS,
O RAP NACIONAL, DOS LANÇAMENTOS RECENTES AOS ARTISTAS;
SELECIONAMOS 5 ENDEREÇOS NA REDE PARA ACOMPANHAR
ttps://trap.com } mídia
FALATUZETRÊ CANAL MULTIPLATAFORMA UM DOS PRIMEIROS NO BRASIL A SAIR COM VID DE REAÇÃO/ANÁLISE. DEU TÃO CERTO O EMPREENDIMENTO INICIADO EM 2013 QUE @GuilhermeTreeze LARGOU O EMPREGO NUMA AGÊNCIA BANCÁRIA PARA SE DEDICAR AO CANAL. PREGRESSO DAS RODAS, CONQUISTOU O PÚBLICO E GERE VOTAÇÕES PARA ESCOLHER O PRÓXIMO RAP.
VERSATIL CANAL MULTIPLATAFORMA NÃO MENOS PRODUTIVOS, @Beltrami E @LJag ANUNCIAM-SE COMO UM PORTAL DO RAP NA REDE. ALÉM DOS REACTS ─ PRODUZIDOS VIA YOUTUBE, TWITTER E INSTAGRAM ─, VID EXCLUSIVOS, ENTREVISTAS, MIXTAPES E GAMES À DISPOSIÇÃO DOS BUSCADORES DE INFOS SOBRE O UNIVERSO DO HIP HOP. ESTÁ NO AR HÁ 3 ANOS.
AGRIDOCE CANAL YOUTUBE DA ONDA DE CANAIS DO TIPO REAÇÃO/ANÁLISE, ESTE MERECE DESTAQUE PELO TRATAMENTO VISUAL E POR SER APRESENTADO POR UMA RAPPER. NOS VID QUE PRODUZ @IndiJade PROCURA MANTER-NOS A PAR DOS ÚLTIMOS LANÇAMENTOS E QUASE SEMPRE CONSEGUE – O QUE ACABA SENDO UMA OUTRA REFERÊNCIA.
FLOW PODCAST YOUTUBE À MESA DE BATE-PAPOS COMANDOS POR @Igor3k E @Monark JÁ COMPARECERAM MAIS QUE 1 DEZENA DE RAPPERS, PRODUÇAS E ENVOLVIDOS COM O RAP NACIONAL, O QUE TORNOU ESTE UM VEÍCULO QUE PERMITE ENTENDERMOS QUEM FAZ A CENA. @Matuê, @AkaRasta, @DFideliz, @Derek E @Alok ESTÃO DENTRE OS QUE JÁ FORAM CONVIDADOS E GANHARAM AQUELE ESPAÇO, TEMPO E MIC ABERTO.
ALASKA GRAVADORA LANÇADO NO YOUTUBE NO SEMESTRE PASSADO DURANTE A PANDEMIA, O PROJETO DE @Froid SAIU COM UMA SÉRIE DE VID COM MCS A SOLO NUM MESMO CENÁRIO INSPIRADO PELO NOME DA LABEL. REMETE A OUTRAS ETIQUETAS COMO A NORTEAMERICANA @Colors.
} entrevista
KEVLAR RAPPER E PRODUTOR
O HIP HOP FOI SALVO MAIS QUE UMA VEZ ARTISTA MULTIMÍDIA DA CENA COM UM MÉTODO DE PROD MAIS CAÓTICO DO QUE POP LANÇOU RECENTEMENTE “JESUS É REI”, O PRIMEIRO ÁLBUM DESTE MC FLUMINENSE QUE AGORA PREPARASE PARA TRILHAR OS PRÓXIMOS PASSOS DA CARREIRA. APRESENTANDO UM TRABALHO AUTORAL ATRAVÉS DE VÁRIAS VERTENTES LADEADO PELA PRODUTORA @PérolasLab ─ DO AUDIO AO VISUAL PASSANDO PELO FASHIONISMO ─, CHAMOU TANTO A NOSSA ATENÇÃO QUE A @sutil CONVIDOUO PARA A CONVERSA QUE PREMIA ESTA EDIÇÃO ASSUMIU QUE INFORMAR É MESMO UMA ARTE
} sutil Considera que o seu trabalho representa o local onde vive? Daqui vemos uma proposta muito abrangente em termos de público, mas dialogando bastante com as comunidades. } KEVLAR Em geral, a minha comunidade reflete quem eu sou, uma pessoa curiosa, interessada no Mundo e cheia de curiosidade em conquistar. Não conseguimos conquistar o todo porque o nosso “foco” está sempre relacionado a situações de emergência, como sobreviver. Sou de #Resende, interior do #EstadodoRiodejaneiro, onde fica a Academia Militar das Agulhas Negras [#AMAM], que é um importante símbolo da cidade. Para mim é necessário e natural falar para todo o público, pois tive que me despedir dos meus vizinhos, da família, e ver o que está acontecendo no Mundo. Saí de casa aos 18 anos, passei por muitos lugares e conheci culturas diferentes… E por falar em Cultura, somos ricos, por isso 'tanto' material… é só o começo. } sutil A sua proposta parece mais com a de um coletivo artístico do que com a dos trappers em geral, que já costuma ser muito cuidadosa com a estética ─ pela linguagem e qualidade fotográfica e dos vid, capas dos álbuns, cenário e tendências de moda. Concorda com isto? } KEVLAR Concordo, e foi como eu disse, “falar com todo o público é necessário e natural”, então é importante transformar. o Kevlar é uma fibra que se
INSTALADO EM SP POUCO ANTES DA PANDEMIA, KEVLAR LANÇOU 2 ÁLBUNS, ALÉM DOS VIDEOCLIPS FOTOS: DVPEX COM 1700.GIF E, AO LADO, RUBENS GONÇALVES
adapta a qualquer temperatura e ambiente. O nome 'Kevlar' foi um anjo que me deu. A partir da mensagem dele fui pesquisar o que era, e descobri lá o poder de transformar, algo como “agora posso ser o que eu quiser”. Não quero assumir o poder de contar todas as narrativas porque outras pessoas precisam dizer/cantar, todas precisam ser vistas por mim e por nós, para que a minha arte e a suas vidas se tornem vivas, contemporâneas e coletivas. } sutil Sem a pretensão de referenciar o seu trabalho, acho que há respaldos em gente como @ItamarAssumpção ou @TomZé falando de música brasileira… Costuma ouvir MPB?
ESTUDOS A FAMILIAR' REFERENTE A UM DIA. NA PÁGINA SEGUINT[
} KEVLAR Costumo ouvir tudo! Para mim uma das
IMAGEM:REPRODUÇÃO
maiores vozes da MPB nos últimos 10 anos é sem
dúvida a cantora @Liniker, uma canção de ninar que soa como @Djavan, que mudou a minha identidade. O Itamar é o nosso @SunRá brasileiro. Aliás, ele é um torcedor ávido. Num ambiente musical, pode mudar o seu comportamento mantendo sua postura política. } sutil “Jesus É Rei” é um álbum que apesar do título tão direto e conteúdo condizente não é propriamente gospel. Digo, não é só para um nicho de mercado que é o evangélico, algo muito raro na música brasileira como um todo. Como você enquadra este lançamento no seu trabalho e percurso? Esta é a sua origem seja familiar ou por opção pessoal? } KEVLAR Sabe aquela coisa de “não julgue o livro pela capa”? Foi o que eu fiz. Resolvi re-significar na surpresa. A música de abertura do disco é rajadão de @PablloVittar, mudando a perspectiva da chegada de deus na terra. Num país como o #Brasil onde mais se mata pessoas trans e LGBT em todo o Mundo isso é significativo. Esse trabalho me abriu para entender o poder de Jesus nas pessoas e em mim. O álbum passa pelas minhas divergências na fé e compreendendo o amor de Deus. O álbum todo foi de freestyle, ou seja, nenhuma letra foi escrita. Liguei o microfone e gravei. Minha família é de origem católica, todos têm sua fé particular e se encaminharam para igrejas. Eu acabei encontrando outros caminhos pra exercer a fé, na música.
} sutil A cultura cyber nunca esteve tão popularizada quanto hoje em dia e o rap sempre foi uma referência. Nessa fase de pandemia agora tão prolongada em relação ao que se achava no início, há quase um ano atrás, em meio à corrida pela vacina perfeita e número sempre crescente de infectados, qual é a função do hip hop e que novas formas encontra para continuar a sua jornada tanto artística quanto cotidiana? } KEVLAR Estando em #SãoPaulo capital sofri diretamente com a pandemia, pois cheguei aqui 2 semanas antes dela começar. Com isso tive muita ansiedade e fui ficando apavorado devido ao que tinha me feito vir pra cá, para consolidar a minha carreira na música. Estou aqui desde 2019 e, apesar do contexto de pandemia, consegui avançar e adquirir novas habilidades em pesquisa, análise de audiência em redes sociais, além de, claro, produção e gerenciamento de conteúdo em redes sociais, que é algo que já faço há bastante tempo. Atualmente sou co-fundador da @PérolasLab, uma produtora onde crio roteiros, conteúdo para redes [@Instagram, @Twitter e @Facebook], e estratégia para engajamento em campanhas. A função do hip hop em meio a tudo isso é noticiar e contar a historia, sendo repórteres de notícias de época, partindo dos seus princípios. Nasceu pra ser o reparo de uma sociedade desgovernada ─ no Brasil essa palavra 'desgovernada' se encaixa ainda mais atualmente.
A minha meta pra esse ano é fazer o hip hop conversar e convergir em ideias pra que possamos estar reparando esse desgoverno e ajudando a população. Em resumo é criar um 'fundo' onde nós possamos devolver os frutos do hip hop em nossas vidas pra sociedade. Digo, de mudarmos um todo assente em como se consome música, refletindo sobre o quanto vale o meu streaming. Acredito na ideia de que se a população souber que dos seus 5 reais pagos pra ouvir um álbum ou EP forem reencaminhados 20% para um fundo que investe na sociedade em áreas mais prejudicadas pelo contexto da pandemia e do 'desgoverno', a gente cria assim um novo perfil de consumo de música no país, e uma revalorização dos profissionais da arte como um todo. Quero que o hip hop seja um forte capital econômico no Brasil onde possa fazer mudanças por si só sem depender de órgãos públicos. Exemplos básicos disso funcionando? Escola de artes dentro das favelas [ música, teatro, artes visuais… ], e até com utensílios básicos, sendo realmente o respaldo da comunidade brasileira. Este tem de ser hoje o objetivo principal do hip hop nacional! } sutil Com 'Eu Não Sou Hype Eu Sou Hip Hop' conseguiu abrir as portas do rap nacional que, na nossa opinião, só não causou um alarde ainda maior porque é um single e devido à pandemia. Tem algo mais nessa linha menos experimental vindo por aí? } KEVLAR Tem muito mais vindo por aí… Esse trabalho
me levou a nomes consagrados dentro da cena rap, onde pude estar ainda mais inserido nela. Hoje, sem dúvidas faço parte do rap que acontece aqui sendo uma figura vista e ouvida, e apenas comecei os meus trabalhos. Agora, com a produtora Pérolas Lab vou poder explorar ainda mais o audiovisual, podendo assim comunicar mais e melhor, e questionar. } sutil Atualmente os artistas de trap estão entre os mais vistos e consumidos em todo o Mundo. É um reconhecimento ou na maioria das vezes é apenas modismo? } KEVLAR Reconhecimento. O trap é hoje a música mais ouvida no país, a que domina as tendências nos EUA… Já atingimos números surpreendentes por aqui. Um marco a pouco tempo alcançado foi o do grupo @RecaydMob, ao atingir 100 milhões de visualizações em um videoclipe apenas após 1 ano do seu lançamento. Nós tacamos fogo em algo que já existia aqui há muito tempo, no rap ─ que pra quem não sabe, o trap não é um subgênero do rap, e sim uma atitude dentro dele. Incendiamos e estamos tocando em todos os lugares do Brasil, seja no canto mais periférico ao mais nobre. Estamos dominando. É uma questão de tempo para termos rap no top 1 das plataformas e nas vendagens. } sutil O que tem a dizer aos que estão chegando e conhecendo agora o seu trabalho? } KEVLAR Seja bem-vindo.
Jaime havia aproveitado a oportunidade de coincidência com a agenda da esposa e a l
: NO VÁCUO DOS RETRÓGADOS DA AMÉRICA PÓSTRUMP E DOS BRASILEIROS PR ÉONDA BRICS, QUEM DIRIA QUE O BOXEADOR MIKE TYSON SERIA UM ORIENTADOR RELEVANTE DO CONTEXTO SOCIAL E UMA REFERÊNCIA PARA O ENTENDIMENTO? ATRAVÉS DO SEU PODCAST, TYSON REVELA MUITO MAIS QUE O LUTADOR VIOLENTO, CHAVE DE CADEIA DESDE MOLEQUE, MULHERENGO INVETERADO, JUNKIE E ADEPTO DO ISLAMISMO QUE TODO O MUNDO CONHECE… AO FALAR E OUVIR DOS CONVIDADOS E DO MODERADOR EBEN BRITTON SOBRE A SUA PRÓPRIA VIDA E TRAJETÓRIA, AS LIÇÕES SÃO TANTAS E AS SURPRESAS PELO QUÃO VIDA LOUCA O EMPRESÁRIO ERA QUE CONCLUÍMOS QUE NINGUÉM CONHECE O MIKE. FOTO:REPRODUÇÃO
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