sutil #42

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SUTIL É UM MAGAZINE DIGITAL MENSAL E SEM FORMATO PRÉ-DEFINIDO SOBRE AMOR, ARTE, CULTURA, TECNOLOGIA, MODA & ESTILO E TENDÊNCIAS EDITADO PELA PURI PRODUÇÕES NÚMERO 42

SUTIL IS A DIGITAL MAGAZINE RELEASED MONTHLY WITHOUT ANY PRE-FORMAT DEFINED ABOUT LOVE, ART, CULTURE, TECHNOLOGY, FASHION & STYLE AND TRENDS PUBLISHED BY PURI PRODUCTIONS #42


TO D O S O S D I R E I TO S R E S E R VA D O S À P U R I P R O D 2 0 2 2

T EX TO S , ED I Ç ÃO E D E S I G N

M.I.K.A.

C APA

ARTE SOBRE DU OTON E INSPIRADO NA BANDEIRA DA UCR ÂNIA

A B E R TU R A DA E D I Ç ÃO

R ESGATES DE SOTERR ADOS EM PETR ÓPOLIS, DO GOVERN O DO ES [ https://agazeta.com.br ]

P UB L I S HE R

ISSU U [ h t t p s : / / w w w. i s s u u . c o m / s u t i l m a g a z i n e ]

D I S T R I BU I Ç ÃO

FACEBOOK [ h t t p s : / / w w w. f a c e b o o k . c o m / s u t i l d i g i t a l m a g a z i n e ]


}editorial

SEPARATISTAS UCRANIANOS #RiodeJaneiro, #Brasil. 02h09: Enquanto escrevo este texto para lançar a edição de Fevereiro, tropas russas posicionadas junto à fronteira com a #Ucrânia na altura de #Donbass foram autorizadas a iniciar uma incursão pelo distrito. Portanto, como esta revista #42 ganhou ainda durante o fechamento o caráter de última hora, e sem sabermos como será a manhã de 5a. feira no front, cancelei o tema anteriormente escolhido para preparar melhor o leitor para o que lerá nas próximas páginas. O noticiário estará menos difuso, e certamente mais consoante entre si. O que não deixaremos de pontuar aqui é que após assistir aos discursos de ambos os chefes-deEstado, e de alguns outros intervenientes, está evidente que a Ucrânia foi um projeto de nação que fracassou, não por falta de uma independência conquistada desde 1991, muito menos por espaço territorial, mas por incapacidade político-ideológica interna de criarem um novo ideal que unificasse o país. Em poucos traços, existem 3 Ucrânias: a realmente independente; a de sentimento autônomo perante à #Rússia; e a da utopia europeia que, continuamente, de governo para governo, mandato a mandato, faz dela o discurso nacional. O problema é que esta parcela corresponde a 50% da população… Ou seja, provavelmente, os russos estão indo recuperar os seus, considerados patrícios etnicamente, linguisticamente e historicamente. Restará à Ucrânia restante, caso estejamos corretos nesta análise, concretizar a aceitação como candidata junto à #UE. Mas, por hora, o que desejamos é que tal separação não seja sob troca de tiros de canhões e bombas.


_emergência…



_por m.i.k.a.

Durante muitos anos joguei WAR, o popular jogo de tabuleiro. Passamos a adolescência praticando geopolítica mundial e militar através daquelas reuniões que ajudaram e muito a complementar as aulas de Geografia e História do ensino fundamental. Mas, naquele mapa dobrável que serve como base para as partidas não havia a #Ucrânia, o que é significativo na compreensão do que está de fato ocorrendo hoje no país ao ponto de @JoeBiden e @WladimirPutin voltarem a engatilhar os armamentos das duas nações mais poderosas do Mundo em termos bélicos, principalmente para quem não é do Leste Europeu, da #Rússia, ou cidadão europeu.

Outra ferramenta que faz falta neste enredo é o @Twitter,

pois foi através daquela rede social

que, em 2014, a hashtag #Euromaiden foi disseminada para divulgar o movimento civil que eclodia em #Kiev [capital ucraniana], em protesto pelo retrocesso do Governo nas negociações de entrada do país na #UniãoEuropeia.


Mas isso, o noticiário e a própria urgência da pauta internacional foi atualizando as impressões da opinião publica sobre o assunto… O que está deflagrado somente agora e o que ainda não era conhecido é que a tensão quase de prólogo de guerra mundial provém desde dentro das fronteiras da Ucrânia, uma pátria jovem mas de um povo antigo e experimentado por tempos de independência e de domínio estrangeiro, e onde metade da sua população acredita que a única saída é o sonhado reconhecimento europeu. Até hoje cerca de 13 mil pessoas morreram e 40 mil foram feridas nos confrontos entre manifestantes e tropas militares. Números de uma guerra sim, só que civil.

Aliás, há um elemento macro em todo este incidente: ainda em 2014, quando houve a chamada Revolução Ucraniana [ou Revolução da Dignidade], em consequência da série de manifestações do Euromaiden nas ruas da capital e em diversas outras cidades, os russos promoveram uma


intervenção externa ao conflito cercando a península de #Crimea, território da Ucrânia até então. A ofensiva deixou meio planeta em alerta e reposicionou a Rússia no lugar de nação opressora e invasiva esbatida após a Abertura, mas o preço a pagar tinha contornos bem mais de gestão regional e de responsabilidade global do que se poderia inicialmente supor: a península que dista apenas 3 km da outra margem já em fronteiras russas e que forma o golfo chamado #MardeAzov tinha uma ampla parcela da sua população pró-reanexação à Rússia, o que somada à sua posição geográfica estratégica, aumentou a sua importância para a resolução da crise. Logo foi instaurado um plebiscito que confirmou a predileção local.

Prédios e

repartições públicas foram ocupadas pelos russos, mas o acontecimento não obteve total apoio no Ocidente e a questão de Crimea permaneceu sob negociações e debates polêmicos quase até às vésperas desse aumento de tensão, graças aos sinais enviados por Moscou com investimentos pesados em recuperação e novas infra-estruturas na península, como a ponte que interliga as suas


margens, estradas, hospitais e o moderno aeroporto internacional de #Simferopol.

Então, o que justifica posições tão extremas entre as personagens nesta rodada se o problema ucraniano, ainda que não de todo pacificado, parece ter sido diagnosticado e tem resoluções em andamento? A resposta surgiu nesta última semana de Fevereiro, pela voz e canetada de, nada mais, nada menos, que o próprio líder russo… Putin seguramente surpreendeu a maior parte da população do Mundo ao anunciar que reconhecia a independência de dois territórios separatistas ucranianos que fazem fronteira com o seu país. Ora, então, além das preocupações políticas e da Defesa, a intervenção da Rússia não era para reassumir a administração da Ucrânia, e sim para garantir a sua unidade? Ou seja, os russos travam intensas batalhas diplomáticas contra os #EUA, a #UE e aliados por uma supervisão setorial evidente, mas nunca o suficiente para sanar e evitar ebulições nacionalistas ou antinacionalistas como a da Ucrânia? O Mundo mudou.


}perspectiva

À ESPERA DA ADOÇÃO OU DO CASTIGO


FOTO: ISTOCK PHOTO / FREE JPG


A partir daqui é preciso repor um tema: não é porque um país faz parte do continente europeu que o torna uma nação-membro da União Europeia. Este dado genérico é fundamental na percepção do que tratamos nesta edição, já que a mesma Ucrânia é um exemplo disso. Digo, é o segundo maior exemplo, pois o país é o segundo maior em território, abaixo apenas da Rússia. A questão remonta à chamada Guerra Fria, período pós-guerras mundiais onde a destruição e o ódio mútuo foram resolvidos sobre as mesas com armas nucleares apontadas umas contra as outras. Entre Estados originalmente “unidos” como os EUA, o #México e o #Brasil, e o por formações múltiplas entre as históricas ou por domínios como era a #URSS de matiz comunista, a Europa passou 50 anos trabalhando para empreender o seu ideal de unificação. Na dívida, uma certeza: reconstrução era um dos objetivos mais pretendidos para o futuro, não só a nível econômico e patrimonial, mas, também. E, nessas áreas havia um obstáculo sensível, que era a da falta de mão-de-obra não só melhor qualificada quanto de baixa faixa etária capaz de atuar em projetos como o erimento de áreas residenciais inteiras, de


rodovias, aeroportos, equipamentos públicos, e mais uma série de demandas da construção civil, o que impulsionou a bastante conhecida onda de imigração para a Europa desde o final dos anos 80. Os latinos estão entre os mais numerosos nessa lista de procedência dos trabalhadores imigrantes, mas, referindo-se à #PenínsulaIbérica [#Portugal e #Espanha], curiosamente também lideram os ucranianos. Com menor possibilidade de adaptação cultural, mas bem avaliados na área de construção, os ucranianos encontraram espaço naquelas vagas de trabalho e se tornaram uma das maiores comunidades estrangeiras naqueles países, comparando-se inclusive com a dos brasileiros, dos argentinos, dos chineses e as dos africanos oriundos de países de Língua Portuguesa. Passado quase mais meio século de intercâmbios na Europa, com novos fluxos migratórios e identificação de imigrantes de outras procedências menos prováveis e por iniciativas mais individuais ou familiares, o projeto da UE progrediu de forma menos geopolítica e mais orgânico, que tanto foram possivelmente previstos em acordos pósguerras quanto inspirados pela experiência.


É o caso, por exemplo, do #Brexit, a longa despedida de todo o #ReinoUnido do bloco. Antes, porém, houve vários momentos sob esse ‘chapéu’ chamado “candidatura a membro da UE”: a #Grécia esteve para ser desligada na crise de 2010 e por suspeita de má gestão dos recursos europeus; e a #Turquia teve a sua candidatura indeferida. A situação que incendiou a Ucrânia em 2014 foi justamente por este viés, o de a sua população e governantes pró-Europa virem suas ambições canceladas. Entretanto, a verdadeira mudança no panorama global, regional e local não vem desse rescaldo… O que a Ucrânia é ou não é neste momento é uma crise vivida pelos próprios ucranianos. Há os 50% de ‘europeus’ frustrados, a outra metade nacionalista e ainda motivada pela independência declarada em 1991, e os ‘russos’ etnicamente e historicamente falando, e isto é o que transformou o país num foco de total atenção política e militar, e igualmente social, porque o separatismo não é algo muito bem quisto por governantes, seja pontualmente ou, principalmente, como referência. Não podemos ignorar de forma alguma a relevância da crise ucraniana tendo como pano de fundo inúmeros conflitos com tais reclamações,


como a dos zapatistas, a dos cocaleros, do #EstadoIslâmico, da #AlQaeda, dentre outros. Uma suspeita quanto à complexidade e perenidade com que o assunto é tratado por seus pares é uma mirada militarista revivalista para o mapa mundi. Taticamente ou não, Putin reconheceu a independência territorial de duas áreas ucranianas bem próximas de sua fronteira junto ao Mar de Azov, como estão a Ucrânia e a Turquia em relação à UE e à Rússia. Será também um aceno para o bloco, um “arquivo aberto” ou uma coincidência? Só o tempo dirá, mas, a partir de agora, de maneira mais atenta. A solução russa anunciada na segunda-feira dia 21 entrou para a História, independendo se será o acordo definitivo para apaziguar a turbulência interna na Ucrânia e as suas relações com a UE, com os EUA e com o #BRICS ou, se é apenas mais um passo árduo na reconfiguração daquela região. O que importa neste contexto para nós, leitores, e para os nossos leitores é que o Mundo não pode mais ser visto apenas à luz da mesma História que citamos, pelos noticiários arcaicos por causa dos seus vícios [como a visão telescópica à War], ou pelo que dizem os meramente barulhentos nas redes sociais.


}cultura

IUKRAÍÑÊ ZERO GRAU

NENHUMA NAÇÃO É REALMENTE GRANDE SEM EXPRESSÃO CULTURAL. APESAR DA POUCA IDADE, TALVEZ POR ISSO VOCÊ NÃO SAIBA MUITO SOBRE O PAÍS EM FOCO

CHERNOBYL: ABYSS dirigido por @DanilaKozlovsky @ParisFilms [ 2021 ] HÁ 35 ANOS ATRÁS, POUCO ANTES DA UCRÂNIA SE TORNAR INDEPENDENTE E SOB ESTE NOME, UMA DE SUAS CIDADES FICOU TÃO CONHECIDA QUE ATÉ HOJE AINDA SUPERA O PRÓPRIO PAÍS: CHERNOBYL JÁ FOI ALVO DE INÚMERAS PRODUÇÕES QUE TENTARAM RELATAR O ACIDENTE NO REATOR 4 DA USINA NUCLEAR LOCAL QUE A TRANSFORMOU NA ÁREA MAIS RADIOATIVA DO PLANETA E OBRIGOU A SUA EVACUAÇÃO EM MASSA. ESTA É A MAIS RECENTE, DESTA VEZ DE ORIGEM RUSSA, E COM ESTREIA PREVISTA PARA BREVE AQUI NO BRASIL. NA TRAMA, UM DOS HERÓICOS BOMBEIROS CONDUZ A NARRATIVA PARA TANTO REPORTAR MAIS UMA VEZ A MAIOR TRAGÉDIA NUCLEAR DA HISTÓRIA QUANTO TRADUZIR COMO FOI O RECOMEÇO DE QUEM SOBREVIVEU.


WALLFLOWERS banda: @Jinjer selo: @NapalmRecords [ 2021 ] TALVEZ NÃO HAJA NADA MAIS REPRESENTATIVO PARA A UCRÂNIA DO QUE ESTE GRUPO DE METALCORE, MAS OS HOLOFOTES, AGORA, PARECEM POUCOS… ORIUNDA DA REGIÃO DE DONETSK ONDE ACABA DE NASCER UMA DAS DUAS REPÚBLICAS POPULARES PRÓ-RÚSSIA, A JINJER VEM FAZENDO UMA TRAJETÓRIA ÍMPAR TAMBÉM PELA RETROAÇÃO FOLCLÓRICA. DIGO… AO INVÉS DE TEREM CHAMADO ATENÇÃO DO PÚBLICO PELA SUA ORIGEM, POSIÇÕES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS OU BANDEIRAS, METERAM O PÉ NA ESTRADA COM TRABALHOS E TURNÊS ARREBATADORAS, DEIXANDO QUE A HISTÓRIA NOS CONDUZISSE ATÉ ELES MAIS ADIANTE… NESTE ÚLTIMO LANÇAMENTO DEFLAGRA-SE A VERVE LOCAL COM AURA QUASE PROFÉTICA, DESDE A ALUSÃO DA CAPA AO MURO DE BERLIM A VIDEOCLIPES COMO O DE “VORTEX”.

SHEVCHENKO ex-atacante e atual treinador de futebol clubes: @DynamoKiev, @ACMilan e @ChelseaFC PARA MUITOS, A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO UCRANIANA DA QUAL TIVERAM CONHECIMENTO FOI ATRAVÉS DO ESPORTE. SEPARADA DA URSS, A UCRÂNIA MOSTROU LOGO SER UM NOVO POTENCIAL NO PANORAMA DO FUTEBOL, E UMA PARCELA DISSO SE DEVE A ESTE JOGADOR, TANTO COMO ARTILHEIRO DA SELEÇÃO COMO VESTINDO AS CAMISAS DO DYNAMO E DOS OUTROS GRANDES CLUBES EUROPEUS POR ONDE PASSOU. “SHEV” ULTRAPASSOU AS FRONTEIRAS E DURANTE VÁRIAS TEMPORADAS LUTOU PELA BOLA DE OURO. ATUALMENTE É TREINADOR, EX-GÊNOVA CFC.


: P R E S T E S À P R E S E N C I A R U M D O S M O M E N TO S H I S TÓ R I CO S M A I S I N T E R E S S A N T E S N O Q U E CO N C E R N E A O S S E U S P R Ó P R I O S E S T U D O S , O L A V O D E C A R VA L H O , 7 5 , N Ã O R E S I S T I U À CO V I D 1 9 E FA L E C E U N A V I R G Í N I A , E U A , O N D E R E S I D I A . T I D O CO M O M Í S T I CO P E LO S C R I S TÃ O S ; G U R U DA D I R E I TA P E LO S L E I G O S ; E C H A R L ATÃ O P O R E X S E G U I D O R E S R E S S A B I A D O S , O L A VO D E C L A R AVA - S E U M F I LÓ S O F O E P R O F E S S O R Q U E S A B I A E S C R E V E R . D E I X A CO M O H E R A N Ç A U M A B I B L I O G R A F I A E CO L E Ç Ã O D E V I D E O - A U L A S E P O D C A S T S D E VA LO R I N E S T I M ÁV E L PA R A A P Ú B E R E I N T E L E C T U A L I DA D E B R A S I L E I R A , F R U TO D E S U A I N S I S T Ê N C I A E M BUSCAR PELA REDENÇÃO PUBLICAMENTE, JÁ NA 3 ª I DA D E , Q U A N D O N Ã O S E F U R TO U A H A N G O U T S H O M É R I CO S CO M G E N T E D E D I V E R S O S S E G M E N TO S E P R O C E D Ê N C I A S . A R E S P O S TA PA R A A D Ú V I DA Q U A N TO À S U A I M P O R TÂ N C I A É O H I ATO. FOTO:REPRODUÇÃO TWITTER



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