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su número oito
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MAGAZINE DIGITAL DE AMOR.ARTE.CULTURA. TECNOLOGIA.MODA. TENDÊNCIAS.ETC.
não faça o que eu fiz. / a história da produtora pose & effect é um filme / uma auto-biografia sobre os bastidores e as curiosidades da etiqueta dedicada à divulgação e intercâmbio da música moderna dos países lusófonos / capítulo 10
PURI PRODUÇÕES
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É UM MAGAZINE DIGITAL NÃO-PERIÓDICO, SEM FORMATO OU SUPORTE DEFINIDOS, DEDICADO À ARTE, CULTURA, TECNOLO
pose & effect’s world wild web. / outras das várias bandas e djs que atuaram ou participaram de alguma das nossas festas, shows ou gigs em turnês / da esquerda para a direita e em sentido anti-horário: / 27Pablo / Big Fat Mamma / Prince Wadada / Dealema / Frecuencia Spectru / dj Masko / dj Cruzfader / Macaco / Yellow W Van / Maracatu Estrela do Norte / NSista / dj Zuki / e Ojos de Brujo / ao fundo, interior da sala La Paloma, em Barcelona
OGIA, MODA E TENDÊNCIAS, EDITADO E PUBLICADO PELA PURI PRODUÇÕES. NÚMERO OITO. JUNHO DE 2013. VERSÃO EM PORTUGUÊS.
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nquanto o Marito disparava seus reggae sounds
desde o palco, o The Forum era preenchido sem grandes esforços. Casa lotada, meio ambiente em bom estado de preservação. Foi dos melhores shows do Planet Hemp que já vi - infelizmente parece não haver registros. Se em Vilar de Mouros algumas vozes faziam côro ao ar livre quando D2 e BNegão atacavam com o mic, em Londres o clube explodiu. Fafas - uma bailarina amiga do Camisas que andava por lá -, pulava com a multidão e acrescia ao inusitado que era todo aquele movimento. “Será que os amigos do David ainda estavam com as mãos nos bolsos das calças?”, imaginei sem caráter crítico, pois era bem possível que sim. Marcelo estava aflito quando o último som expirou nas caixas e a platéia escoava pelas saídas. Achava que a contabilidade final da bilheteria tinha sido mal feita e que lhe levavam grana. Realmente a impressão era de que o clube tinha transbordado, mas não era certo que os números apresentados pela gerência tinham sido manipulados. Um custo escroto para ele de qualquer maneira porque tinha feito um bom trabalho e estava nitidamente desgastado, enquanto todos nós ainda assimilávamos o que tinha acontecido. 6
As caras amarrotadas no dia seguinte no aeroporto não eram de se estranhar, mas tínhamos que encarar as longas filas de check-in, imigração e embarque rumo ao Porto. Bagagens para cacete para despachar e muita agitação ainda por vir, e lá perderíamos o Luiz, Marcelo & cia. Os amigos do David com as mãos nos bolsos das calças também. O plano era aterrizar diretamente no HardClub para passagem de som, portanto, qualquer déficit de descanso da jornada anterior a repor só mesmo durante aquela 2h30 de vôo. “Coffee? Tea?” - perguntavam as atendentes a bordo para uns poucos resistentes despertos. A etapa caseira seria uma incógnita. Havíamos vendido poucos bilhetes antecipados, mas era mais habitual os frequentadores do clube chegarem junto na hora do que em Londres - exceto quando o show em cartaz era muito concorrido. Um asterisco no futuro que nos aguardava. O clube se impõe. Todo em pedra como a maior construções antigas do Porto, à beira rio, com de galerias no interior que lembram um pouco o dor antes da reforma, pousar lá foi melhor que
parte das um sistema Circo Voairmos para 7
os quartos do hotel. Vista arejada, bilhar, sonzinho, umas cervas e o trabalho fluiu até quando precisávamos liberar a área para arrumações, preparação do nosso staff e comer algo antes da abertura das portas ao público. Bob mais uma vez dava o start na seção e a Yellow W Van parecia que iria tocar pela primeira vez na vida. Tal empolgação subiu com eles ao palco e deu para recordar o início do próprio Planet. Tanto que se espalharam pela casa para conferir o que estavam ouvindo e alguns deles somaram para uma jam no encore. Já se podia contar umas 700 pessoas no clube, mas pareciam trazer fermento. Space cake à moda do Porto saindo do forno, ó pá! O HardClub marcou seu endereço no meu mapa pessoal com shows antológicos durante o tempo em que morei em Portugal. Lee Perry, Madrugada, Twinimen... o do Planet Hemp não foi diferente, com a mais valia de ter sido uma produção nossa e com o histórico que a produtora tinha até ali. Foi outro showzaço. E a turnê deveria ter acabado. Sim, em Lisboa a parada desandou. Saímos do Porto alegres distribuídos em alguns carros e, para começar, nos desen8
contramos e nos perdemos dentro da cidade antes de achar o acesso correto que dava no Paradise Garage, o que já adiantou algum stress. Era domingo e em Lisboa a dúvida sobre a comparecência do público era ainda maior que no Porto apesar de iniciativas como uma entrevista para um canal de TV e divulgação num site e num fã clube. Um cara meteu a mão na câmera fotográfica do D2 quando saíamos do clube depois da passagem de som e saiu correndo, mas seguido por uma carreira largou-a ao chão antes de ser apanhado. Cruzfader e 27Pablo detonaram sets impressionantes para uma platéia mirrada, porém animada. A banda estava mais cansada e acabou por ser uma noite meia-boca: prejuízo financeiro, estafa e uma energia estranha que teimava em não desapegar. No camarim, fotos, entrevista para uma revista especializada em hip hop, e segurança à porta apressando a retirada para o fechamento da casa. Na pousada o check-out previsto era às 6 da matina, mas sem possibilidade de prolongamento, o que obrigou a deslocação de emergência de alguns que precisavam descansar mais um pouco para outro hotel. Missão cumprida e comprida. E muito dever-de-casa para ser feito na volta ao Porto. 9
[ continuação no capítulo 11 ]
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