sutil #08 - capítulo6

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su número oito

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MAGAZINE DIGITAL DE AMOR.ARTE.CULTURA. TECNOLOGIA.MODA. TENDÊNCIAS.ETC.

não faça o que eu fiz. / a história da produtora pose & effect é um filme / uma auto-biografia sobre os bastidores e as curiosidades da etiqueta dedicada à divulgação e intercâmbio da música moderna dos países lusófonos / capítulo 6

PURI PRODUÇÕES

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É UM MAGAZINE DIGITAL NÃO-PERIÓDICO, SEM FORMATO OU SUPORTE DEFINIDOS, DEDICADO À ARTE, CULTURA, TECNOLO


pose & effect’s world wild web. / intercâmbio e oficina do projeto Roots & Routes durante o Dunya Festival, em Rotterdam 2006: com Basa e Tejo na produção e pick-ups e o surinamês Zillion no mic - mais tarde integraria o grupo Wallbangaz

OGIA, MODA E TENDÊNCIAS, EDITADO E PUBLICADO PELA PURI PRODUÇÕES. NÚMERO OITO. JUNHO DE 2013. VERSÃO EM PORTUGUÊS.

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capĂ­tul-o

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urante aquele inverno de 2003 ficamos fechados

para negociações internas. Com o Marito, decidíamos trazer alguma banda brasileira para juntar com outra residente em Portugal e concretizar a intenção inicial da nossa co-produtora. Bruno arrebanhava uma pequena legião em suas andanças rascunhando uma parada pluridisciplinar chamada PazPazes, que enquadrava o yoga e o vegetarianismo em todas as linhas do pensamento e experiência da humanidade, enquanto o Camisas tentava se enquadrar e propunha “inverter”, como dizem os espanhóis. Estávamos todos embuídos da boas vibrações da Horizon Oriental Party I, mas fazer outra coisa qualquer juntos não era assim tão óbvio. O Midan deixou-nos as portas abertas, mas havia também outras possibilidades. O Gon, por exemplo. Amigo do Bob e vocalista de um grupo “cult” chamado Zen, conhecemo-nos quando regressava à cidade depois de passar uns tempos em Manchester e, após recuperar-se de um acidente de jet-ski, tinha ido parar no quadro de produtores do HardClub, um dos maiores do país e onde atuavam atrações nacionais e internacionais de primeira linha. A capacidade lá era 5 vezes maior que a do 6


Circa Bar, o que tornava o risco maior, porém o clube era mais conhecido e divulgado. Dentre as sacadas mais megalomaníacas aos ensaios caseiros das ideias a publicitar íamos convivendo e filtrando até chegarmos a consensos. Até que já se aproximava o meio do ano e anunciaram as atrações de um festival chamado Vilar de Mouros, interior Norte de Portugal, onde constavam também Planet Hemp e Sepultura. Surpresa. “Eles já cá tocaram praí em 98...” relativizou Bob sobre o Planet Hemp, mas empolgou-se com o retorno. Gostei da notícia porque reveria a banda em palco depois de tantos anos, mas nem imaginava o que estava por vir... Liguei para o Lobato da Na Moral e marquei uma entrevista com o D2 para o jornal. O Sepultura, mesmo com o Dereck substituindo o Max nos vocais, prosseguia tendo tantos fãs lá quanto no Brasil, mas em três anos em Portugal não conhecia ninguém além do Bob que falasse nos “hempas”. Beleza. Chegada a data do show meti o pé na estrada com o Camisas 7


rumo à Vilar de Mouros. Já vinha de outros festivais e não repetia o vacilo do primeiro que fui na região, em 2000, quando caí na esparrela de ir de bermuda e t-shirt na onda “festival de verão” e quase tomei uma overdose de café com leite para espantar a friaca quando o sol se pôs. Não. Levava casaquinho e acessórios. Mas como ia direto do jornal para lá, entramos na área do palco quando o Planet já executava os primeiros acordes abrindo a noite. Aí sim, a surpresa: apesar de ser o show de abertura e o público ainda estar se formando, muita gente cantava junto com a banda cada um dos temas que ia sendo apresentado. Brasileiros, ponderei. Mas aos poucos e pelas conversas

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percebia que não, eram mesmo fãs portugueses do Planet Hemp. Beleza. “Camisas, esse show foi uma cena, não foi não?”, pergunteilhe, pois podia estar influenciado por minha proximidade com o grupo e a impressão anterior de que não era muito conhecido em Portugal. Camisas estava igualmente surpreso. Curtimos os shows que se seguiram e voltamos para o Porto com uma convicção: se há uma banda brasileira que deveríamos contratar em Portugal essa banda era, afinal, o Planet Hemp. O problema era a “inversão”.

pose & effect’s world wild web. / BNegão comemorando após show no Porto, em 2005, com o rio Douro ao fundo

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[ continuação no capítulo 7 ]

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PURI PRODUÇÕES AVENIDA ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES 846 EDIFÍCIO MAXCENTER, SALA 338 - ITAIGARA, SALVADOR - BA ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:

AVENIDA SERNAMBETIBA 3200, CASA 36 BARRA DA TIJUCA, RIO DE JANEIRO - RJ 22630-010

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