"A bibliotecária dos livros queimados" TAG Inéditos - Julho/2023

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JUL 2023 A BIBLIOTECÁRIA DOS LIVROS QUEIMADOS

olá, tagger Olá, tagger

Foi com a missão de revolucionar a relação das pessoas com os livros que, há nove anos, dávamos início ao nosso clube. É com alegria que olhamos para trás e percebemos como as nossas caixinhas, de fato, transformaram a vida de tanta gente — milhares de associadas e associados que se deixaram contagiar pelo poder da literatura de ampliar os nossos horizontes e de mudar o nosso olhar para o mundo. Neste nosso aniversário, portanto, nada mais justo do que enviarmos a você um título que, precisamente, ressalta essa força transformadora. A bibliotecária dos livros queimados, da escritora Brianna Labuskes, é uma ficção histórica ambientada durante a Segunda Guerra Mundial. A trajetória de suas três protagonistas revela o poder dos livros em períodos sombrios. A seguir, você encontra textos pensados para ampliar a sua experiência: há uma apresentação da obra, incluindo detalhes de sua ambientação, além de uma entrevista com a autora. Por fim, publicamos uma entrevista com Gustavo Lembert, cofundador e CEO da TAG, que faz um balanço da trajetória e compartilha planos para o futuro do clube.

Boa leitura!

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QUEM FAZ

JÚLIA CORRÊA Editora

LIZIANE KUGLAND Revisora

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JUL 2023
RAFAELA PECHANSKY Publisher BRUNO MIGUELL Designer
10 Entrevista
Por que ler o livro 4 Experiência do mês 13 Especial Aniversário TAG
Agenda 7 O livro do mês
sumário
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16

4 EXPERIÊNCIA DO MÊS

VAMOS LER

OUVIR PLAYLIST

Criamos

esta experiência para expandir sua leitura. Entre no clima de A bibliotecária dos livros queimados colocando a playlist especial do mês para tocar. É só apontar a câmera do seu celular para o QR Code ao lado ou procurar por “taglivros” no Spotify. Não se esqueça de desbloquear o kit no aplicativo da TAG e aproveitar os conteúdos complementares!

Leia até a página 78

Já vimos que Althea, Hannah e Vivian são as personagens principais do livro. Enquanto Althea é uma jovem e promissora escritora que é convidada a visitar a Alemanha no período de ascensão do nazismo, Hannah foge desse mesmo algoz em Paris, no ano de 1936. A terceira personagem, Vivian, é uma viúva que mora em Nova York, em 1944, e que luta para continuar seu projeto: um clube de livros para os soldados norte-americanos. Será que essas histórias irão se cruzar?

Leia até a página 149

Althea, que antes estava encantada com o país germânico, começa a ter um contato mais próximo com o nazismo e suas consequências. Também acaba conhecendo Hannah, e as duas parecem estar se dando muito bem. Anos mais tarde, em Nova York, acompanhamos Vivian em uma conversa com seu verdadeiro amor. Além disso, em busca de inspiração, a viúva também está visitando a bibliotecária dos livros proibidos pelos nazistas. Quem será essa guardiã?

Leia até a página 226

Althea parece ter caído na real e agora está bolando um plano junto de Adam, Hannah e Otto. Por falar em Hannah, as duas estão cada vez mais próximas. Em 1936, esta descobre que só lhe resta Otto como “família”. Vivian segue em seu plano contra a censura de Taft e começa a considerar um contato com Althea para pedir sua ajuda. ACESSAR O APP
A bibliotecária dos livros queimados

projeto gráfico

Responsável por outros projetos de livros da TAG, como Quando acreditávamos em sereias, a designer Gabriela Heberle buscou transmitir a atmosfera sombria descrita pelo livro de Labuskes. Com referências à queima de livros pelo regime nazista, ela optou por dar destaque ao elemento do fogo. Por trás do corte da capa, é possível visualizar uma composição com o famoso palácio do Reichstag, localizado em Berlim.

mimo

No mês de aniversário da TAG, o mimo surge como um lembrete de que ler também é um ritual com seus próprios encantos. Concebemos velas em três aromas diferentes, enviadas de forma sortida, e cada uma delas tem sua conexão com o momento da leitura. Com aroma de alecrim, a shhh… estou lendo é perfeita para quando você quer se esquecer do mundo e não largar o livro até chegar à última página; com aroma de romã, a leitura a sós foi pensada para a melhor combinação possível, só você e um bom livro; por fim, a cheirinho de plot twist, com notas de limão, jasmim e tangerina, vai cativar você até a última chama (ou página).

A bibliotecária dos livros queimados pode ter terminado, mas a experiência não!

Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ao lado e escute o episódio de nosso podcast dedicado ao livro do mês. No aplicativo, confira também a nossa agenda de bate-papos.

Leia até a página 352

Uau, quantas reviravoltas! Agora, fica claro quem estava por trás da entrega de Adam para os nazistas. Dentro do possível, as coisas se ajeitam, com uma importante lei ainda sendo aprovada. O que você achou do nosso livro de aniversário? Compartilhe suas impressões no app!

Leia até a página 292

Após Althea e Hannah terem passado uma noite juntas, algo de muito ruim acontece. Seria esse o seu final? Anos depois, em Nova York, descobrimos quem é a bibliotecária, e Vivian segue tentando convencer Althea James a ajudá-la na luta contra a censura. Estamos quase acabando a leitura. Que tal comentar seus palpites sobre o final dessa história no app da TAG?

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OUVIR PODCAST 5 EXPERIÊNCIA DO MÊS

POR QUE LER O LIVRO

A bibliotecária dos livros queimados é um título ideal para quem gosta de autoras como Janet Skeslien Charles e Kate Quinn. Primeiro livro de Brianna Labuskes publicado no Brasil, é um envolvente romance histórico cuja trama é ambientada de modo original na Segunda Guerra Mundial e protagonizada por personagens femininas marcantes. Labuskes já figurou em listas de livros mais vendidos de canais como o Amazon Charts e veículos como o Washington Post.

Library Journal

Kristin Harmel, autora de O livro dos nomes perdidos, best-seller do New York Times

“A fantástica pesquisa reforça uma escrita forte que manterá os leitores fascinados.”
“Sempre acreditei que os romances históricos mais memoráveis são
aqueles que, ao iluminar o passado, nos mostram um caminho melhor para o futuro. A estreia magistral de Brianna Labuskes é um desses romances.”
6 POR QUE LER O LIVRO

Romance histórico e comovente

Olivro deste mês narra uma história comovente e sensível. Além de ser uma obra que instiga a leitura com uma alternância de tempo da narrativa e de cenários, é um exemplar do que foi convencionado chamar de romance histórico. Sem perder os elementos que fazem dele um livro delicioso e tocante, Brianna Labuskes escreveu uma obra fiel a uma série de fatos reais.

A autora é também jornalista, o que certamente a favoreceu na busca por precisão quando o assunto é história — ela se valeu, aliás, da existência de uma organização real, o Council on Books in Wartime, de caráter não governamental, que lançava mão de livros como “armas na guerra de ideias”, submetendo volumes a soldados norte-americanos na Europa. Mas foi a condição de ficcionista que possibilitou que Labuskes imaginasse uma trama tão apaixonante com personagens envolventes.

A bibliotecária dos livros queimados abrange desde a escalada do domínio nazista na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945) até a expansão do conflito pela Europa e a posterior entrada dos EUA. No livro de Labuskes, personagens reais mesclam-se com inventadas. Há tanto figuras históricas amplamente conhecidas, como os nazistas Adolf Hitler e Joseph Goebbels, quanto personagens fictícias, como a escritora norte-americana Althea James.

A bibliotecária dos livros queimados tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial PAULA SPERB
7 O LIVRO DO MÊS

AMBIENTAÇÕES

Em romances históricos, os espaços onde as narrativas transcorrem são de suma importância. Brianna Labuskes intercala sua prosa entre três cidades cujo brilho não fica imune ao terror da guerra. O livro alterna os espaços entre a Europa e a América do Norte.

Berlim - Em 1933, a capital alemã tinha uma cena cultural efervescente e diversa. O cenário muda quando Hitler é eleito chanceler do país e o governo passa a perseguir minorias.

Paris - A Cidade Luz é um polo de resistência ao nazismo, mas, em 1936, o antissemitismo já mostra sua face onde antes parecia ser um lugar seguro para refugiados. Em maio de 1940, a França é invadida pela Alemanha nazista.

Nova York - Em 1944, a cidade cosmopolita é palco de manifestações e ação política de apoio aos EUA na guerra, que chega ao seu fim no ano seguinte. Mesmo distante fisicamente do conflito, a sociedade é estimulada a apoiar seus soldados.

PERSONAGENS PRINCIPAIS

Althea James - Nascida no interior, é uma despolitizada escritora norte-americana. O sucesso de seu romance de estreia faz com que seja convidada por Goebbels, ministro da Propaganda, para uma estada em Berlim.

Hannah Brecht - Jovem judia envolvida com o movimento de resistência ao nazismo em Berlim. Precisa escapar para Paris para não ser capturada e levada aos campos de concentração.

Vivian Childs - Viúva de um soldado, ela trabalha como relações-públicas em uma organização em Nova York que seleciona, edita e publica clássicos da literatura enviados para os soldados dos EUA na Europa.

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A QUEIMA DE LIVROS NA ALEMANHA NAZISTA

Chamas iluminavam a escuridão noturna da Praça da Ópera, em Berlim, em 10 de maio de 1933. As fogueiras eram uma mensagem de que tempos sombrios avassalariam a Alemanha dominada pelos nazistas. Ao fogo, eram lançados milhares de livros considerados avessos ao “ideal germânico” propagado pelo novo regime. Estudantes universitários adeptos do nazismo invadiam bibliotecas e livrarias em busca de exemplares ditos contrários à ideologia nazista, roubavam-nos e, depois, os incendiavam em uma grande exibição programada e anunciada pela máquina de propaganda de Joseph Goebbels.

Cerca de 25.000 livros foram queimados na fatídica noite de 10 de maio, considerada uma das mais famosas do período. Entretanto, não foi a única queima pública de livros. De acordo com a Enciclopédia do Holocausto, do USHMM (Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos), queimas desse tipo ocorreram em, ao menos, outras trinta e quatro cidades universitárias alemãs. Em A bibliotecária dos livros queimados, Althea James é informada da queima que aconteceria na praça. “Onde queimam livros, também acabarão queimando pessoas”, diz a personagem, em referência à frase do poeta Heinrich Heine (1797–1856). Brianna Labuskes consegue retratar com habilidade o horror daquele momento.

O LIVRO DO MÊS
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Queima de livros em 1933. Crédito: Joseph Schorer

Brianna Labuskes fala à TAG sobre a concepção de A bibliotecária dos livros queimados, adianta novos projetos e destaca obras que marcaram a sua vida

De onde surgiu a inspiração para escrever A bibliotecária dos livros queimados? Eu tive a ideia quando estava lendo o livro de não ficção When Books Went to War, de Molly Guptill Manning. No livro, a autora fala sobre as Armed Services Editions, das quais eu nunca tinha ouvido falar, apesar de ser uma grande aficionada pela Segunda Guerra Mundial. Adorei a ideia de livros serem um dos mais eficazes impulsionadores de moral dos Estados Unidos. Ao descobrir como transformar um projeto interessante e um tanto esquecido em uma história dotada de uma trama, eu sempre voltava para o conflito de censura com o senador Robert Taft. Isso ressoou mais do que tudo o que eu havia lido sobre as Armed Services Editions, porque muitas escolas e bibliotecas nos EUA estão lutando agora em batalhas semelhantes. Eu queria explorar as maneiras pelas quais as pessoas no poder tentam controlar o que os outros leem desde que temos acesso aos livros.

ENTREVISTA
JÚLIA
CORRÊA E RAFAELA PECHANSKY
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“Quando alguém queima um livro, está tentando cortar os fios que nos conectam”

Seu livro inclui vários eventos reais. Como você encontrou o equilíbrio ao costurar esses eventos com a ficção? Em outras palavras, quais são os principais desafios de escrever ficção histórica? Um dos aspectos mais desafiadores de escrever ficção histórica é exatamente este: escolher quais eventos podem ajudar a mover sua trama, quais são importantes para incluir por sua relevância histórica e quais precisam ser descartados, mesmo que sejam interessantes (é aquilo com que eu mais luto). No fim das contas, estou construindo uma história, e isso tem que ser minha prioridade, mesmo que eu tenha aprendido alguns fatos fascinantes que só importam porque são divertidos. Minha linha tênue em particular é que não gosto de incluir personagens que realmente existiram, a não ser em pequenas participações — como com Robert Taft. Havia informações suficientes sobre suas ações para impulsionar a trama, mas criar comportamentos para alguém que foi uma pessoa viva sempre me deixa desconfortável. A pesquisa para encontrar todos esses eventos que ajudam a moldar a trama é uma das melhores partes de escrever ficção histórica. Adoro identificar as maneiras como os humanos sempre foram iguais — amamos, rimos, odiamos e sofremos da mesma forma que as pessoas que viveram sete, oito ou nove décadas atrás. E ver isso provado repetidamente na pesquisa é satisfatório. Além disso, muitas vezes acaba sendo como cair em uma série de buracos de coelho que estão todos conectados. Um tópico que

você está pesquisando pode não ser significativo, mas menciona outro tópico que acaba impulsionando um ponto inteiro da trama. Descobrir tudo isso é incrivelmente divertido.

Como foi o processo de pesquisa e construção da voz e personalidade de cada uma das protagonistas? Mais do que em qualquer outro livro que escrevi, essas três protagonistas foram moldadas pelas suas circunstâncias. Eu escolhi as épocas que escolhi por causa de eventos históricos específicos. Depois de escolher essas épocas, as mulheres surgiram organicamente com base no que achei importante em cada uma. Para Althea, em 1933, eu queria alguém ingênuo, que via os nazistas como um partido progressista e interessante ou como uma coisa à margem que logo iria desaparecer — assim como muitas pessoas os viam na época. Hannah reflete um período de limbo. Ela deixou sua casa, mas não tem para onde ir. Está avançando em seu trabalho, amizades e vida social, mas tudo o mais está parado, esperando que algo aconteça. Assim como a história estava naquele momento. Com Viv, temos o final da guerra em vista. Eu queria alguém que estivesse cansada, mas que conseguisse um último impulso de energia para lutar por algo em que acreditava. Novamente, refletindo o momento em que ela vivia. Então cada personagem se tornou muito mais do que apenas representante de si mesma, permitindo que eu explorasse todas as coisas que achei interessantes sobre cada uma dessas épocas.

ENTREVISTA
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Você declarou que seu livro é “uma carta de amor ao poder da palavra escrita”. Você poderia explicar mais profundamente essa sua afirmação?

Há algo tão singularmente poderoso sobre os livros. Eles nos colocam na cabeça de outra pessoa, criam empatia e compaixão de uma maneira que nenhum outro meio consegue. Uma das minhas passagens favoritas no livro é um momento silencioso. Viv está pensando sobre como, quando criança, achava que tinha um segredo quando lia um livro favorito. Mas então, adulta, ela percebeu que o poder está em compartilhar esse segredo, porque cria fios de conexão que nunca podem ser rompidos. Quando alguém queima um livro, está tentando cortar os fios que nos conectam. Os fios que nos tornam pessoas mais compassivas, cuidadosas e morais. Porque há poder em decidir o destino desses fios, e pessoas ávidas por poder sempre buscarão mais e mais controle.

Você está trabalhando em algum novo projeto?

Estou preparando meu próximo romance, que se concentra nos livros que os nazistas saquearam. Após a guerra, houve um esforço para devolver os livros aos seus proprietários legítimos. Uma das personagens é uma bibliotecária que encontra uma dedicatória personalizada em um dos livros e decide descobrir o que aconteceu com seu proprietário durante a guerra.

QUEM É BRIANNA LABUSKES?

Nascida na Pensilvânia, é autora de suspenses e ficções históricas. Antes de A bibliotecária dos livros queimados, publicou títulos como A Familiar Sight e Black Rock Bay, sem tradução no Brasil. É formada em jornalismo e trabalhou como editora em veículos como o Politico e a KFF Health News. Vive em Washington, DC.

O primeiro livro que leu: Tuck Everlasting, de Natalie Babbitt.

O livro que está lendo: A biblioteca secreta de Londres, de Kate Thompson.

O livro que mudou a sua vida: The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows.

O livro que gostaria de ter escrito: The Rose Code, de Kate Quinn (ótima pergunta!).

O último livro que a fez chorar: Factory Girls, de Michelle Gallen.

O último livro que a fez rir:

Todo mundo da minha família já matou alguém, de Benjamin Stevenson.

O livro que dá de presente: In Memoriam, de Alice Winn.

O livro que não conseguiu terminar: The Light Pirate, de Lily Brooks-Dalton.

ENTREVISTA
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A ESTANTE DA AUTORA

Completamos nove anos e temos muito o que comemorar! É sempre bom relembrar os nossos passos até aqui, e, claro, queremos dividir essas memórias com você, que é parte fundamental dessa história.

Por isso, conversamos com o Gustavo Lembert, cofundador e CEO da TAG, para compartilhar um balanço desses nossos nove anos e falar de planos para o futuro do clube.

Nestes nove anos de TAG, se for possível resumir, qual balanço você faz, pensando em toda a trajetória do clube até aqui?

Quando começamos, era uma fase de desconfiança, pois muitos leitores não conheciam o modelo de clube e não confiavam na ideia de assinar um livro surpresa. Também havia esse sentimento por parte das editoras, que acreditavam que era um modelo ultrapassado. Precisamos vencer isso para desenvolver projetos mais especiais e mostrar o que queríamos fazer. Por isso nosso sonho era trabalhar com edições exclusivas — queríamos ocupar o espaço da Cosac Naify, não só pensando no livro como arte, mas como experiência, garantindo que cada livro tivesse sua

ESPECIAL ANIVERSÁRIO TAG 13
“Ao longo desses anos, percebemos que nosso objetivo é ajudar as pessoas a lerem mais”

individualidade e sua própria história. Quando começamos a trabalhar com edições exclusivas, não havia tanta edição de luxo assim no mercado. As próprias editoras comentam como, de certa forma, nós lançamos uma tendência, o que fez com que elas mesmas precisassem se adaptar para fazer um novo estilo de projeto gráfico, não apenas em termos de acabamento, com uma capa dura, mas com uma outra forma de pensar os materiais complementares. Como desde o início assumimos a responsabilidade de escolher os livros para as pessoas, precisávamos garantir que a experiência estivesse encantando, tornando mágica a relação de cada um com o livro do mês, e acho que o foco em encantar foi o que fez a TAG ser o que ela é hoje. Mesmo com tantos desafios e obstáculos no último ano, são muitas conquistas: tivemos um livro escrito para a TAG de contos clássicos e contemporâneos; o romance que o José Luís Peixoto escreveu pensando nos leitores da TAG e que só depois lançou em Portugal; a publicação do livro do Gurnah, um Nobel de Literatura, com capa do Kobra, um artista urbano; o prêmio de inovação em Londres… Eu diria que, ao longo desses anos, nós percebemos que nosso objetivo é ajudar as pessoas a lerem mais, sejam os leitores vorazes que vão acabar descobrindo títulos diferentes, sejam aqueles que ainda não têm o hábito da leitura tão enraizado. Mas também sabemos das nossas dificuldades: tivemos momentos muito difíceis desde meados de 2021, com uma pressão forte nos custos

e impacto na qualidade de serviço. Não falta empenho, no entanto, para contornarmos essas adversidades.

Em que medida você acredita que a TAG alcançou o propósito de tornar a literatura papo de bar? O caminho é muito longo. E é por isso que não consideramos a ideia de tornar a literatura papo de bar uma visão, mas sim uma utopia, porque a gente sabe que talvez seja um ponto de chegada não muito claro e nem tão atingível no curto prazo. Mesmo assim, é isso que nos move desde o início. E, claro, pelos inúmeros relatos de associados, não só vemos o quanto as próprias pessoas da base estão lendo mais, mas também o quanto o livro está mais presente na vida delas. Desse modo, elas fazem amizades com outros associados, marcam de sair com o pessoal, fazem encontros do livro todo mês… Nesse sentido, tanto o aplicativo do clube quanto o Cabeceira tornam o livro mais próximo do dia a dia, pois estão a um clique de distância. E era este, em grande parte, o nosso objetivo: fazer com que o livro esteja mais presente, pois, assim, ele naturalmente vai ser uma pauta mais comum em papo de bar. Então, sim, acredito que contribuímos, que os livros estão mais nos bares, mas ainda temos um caminho muito, muito longo a percorrer.

O que você diria que espera para os próximos nove anos de TAG? Quais são as principais expectativas? Como disse antes, temos cada vez mais nos entendido como uma empresa para ajudar as pessoas

ESPECIAL ANIVERSÁRIO TAG 14

lerem mais, então certamente os nossos próximos nove anos serão pautados por isso. Mas, falando de maneira mais específica, tenho uma expectativa muito grande com o Cabeceira, porque, com a presença cada vez maior do celular na vida das pessoas, elas podem usá-lo não necessariamente para ler no aparelho, mas para que ele as auxilie na leitura de um livro, como um assistente pessoal. Temos muitos outros sonhos, e um deles é o nosso projeto de criar um clube de literatura infantil. Temos muito carinho por esse tipo de literatura, vemos que a formação dos leitores acontece mesmo na infância. E, assim, teríamos um produto para toda a família. Aliás, dá até para imaginar uma pessoa entrando no clube infantil que fosse crescendo com a TAG e ficasse associada pela vida inteira. Naturalmente, pensamos em muitas outras coisas. Iniciativas com audiolivro, por exemplo, também nos motivam.

Pensando no curto prazo, o que os associados podem esperar?

Há novidades que já podem ser anunciadas? Pode dar mais detalhes, por exemplo, das edições que temos produzido em casa?

Sim, no início do ano publicamos Mama, enviado na TAG Curadoria, nosso primeiro livro feito em casa, o que nos deu muito orgulho por ser uma obra fundamental e que já entrou no rol de preferidos dos associados. Nos sentimos estimulados a continuar publicando “em casa”: para o segundo semestre, temos dois

livros contratados que serão enviados na TAG Inéditos (um suspense incrível para quem amou Corra! e um romance histórico para quem ainda não superou Herdeiras do mar). Para 2024, temos o plano de continuar publicando livros pelo selo da TAG, podendo ter um contato mais direto com autores e agentes e deixando os livros ainda mais com a nossa cara.

Há algum momento em especial da história da TAG do qual você se lembre com carinho e que gostaria de compartilhar com os nossos associados?

Já que falamos antes em conversa de bar, um momento muito especial para mim foi quando organizamos uma casa na FLIP, marcamos um happy hour e, de repente, chegaram a Conceição Evaristo e a Djamila Ribeiro. Elas tinham ido para o happy hour mesmo, não foram palestrar, estavam lá porque gostaram da maneira como foram recebidas pela TAG e, principalmente, do contato com os nossos leitores. Ficaram lá conversando não apenas entre elas, mas com os associados, e isso simbolizou muito a nossa ideia de tornar a literatura papo de bar (embora, claro, em um evento como a FLIP, o público já seja enviesado para isso). Mas o principal é o quanto a gente conseguiu aproximar leitores dos autores de uma maneira leve e divertida.

E você? Tem alguma lembrança especial desses nove anos de TAG? Compartilhe sua história no app!

ESPECIAL ANIVERSÁRIO TAG 15

vem aí

encontros TAG:

Perguntas sobre A bibliotecária dos livros queimados

1. O que você achou do modo como a autora mesclou diferentes linhas temporais?

2. Você já havia lido sobre a queima de livros ao longo da história? Confira as informações da página 9, reflita sobre os desdobramentos do tema no romance e discuta por que regimes totalitários costumam ter os livros como inimigos.

3. Quais são as suas impressões sobre as personagens principais do livro? O que mais chama a atenção na personalidade de cada uma?

4. O romance cita uma série de livros presentes no imaginário literário. Quais outros paralelos, além dos citados na história, você considera possível estabelecer?

5. O que você achou do final da história? Destacaria pontos fortes e fracos da leitura?

Fizemos pequenos ajustes em nosso cronograma e, diferentemente do anunciado na edição anterior da revista, o livro de agosto será uma inusitada narrativa de estrada unindo duas mulheres que buscam romper com o seu passado. Uma trama emocionante, na melhor tradição de Thelma & Louise

Para quem gosta de: ficção de estrada, aventuras, protagonistas femininas

Uma história emocionante que tem como pano de fundo a Guerra do Vietnã é a aposta da TAG para o mês de setembro. Em uma trama que traz temas como o poder da bondade e da esperança, personagens de diferentes gerações de uma mesma família nos envolvem em conflitos e tradições do país asiático.

Para quem gosta de: dramas históricos, literatura asiática, tramas familiares

agosto setembro
16 AGENDA
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“Um livro é a prova de que os seres humanos são capazes de fazer magia.”
– CARL SAGAN

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