15 minute read
Dra. Edna de Alegria aborda os benefícios da actividade física, também na saúde mental
ENTREVISTA ENTREVISTA “SÃO ROBUSTAS AS EVIDÊNCIAS DA EFICÁCIA DA ACTIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE MENTAL”
AO SE ASSINALAR O DIA MUNDIAL DA HIPERTENSÃO E O DIA MUNDIAL DO NÃO FUMADOR, LEMBRAMOS A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA. UMA CAMINHADA É SEMPRE UMA BOA APOSTA E NÃO REQUER GRANDE PREPARAÇÃO FÍSICA, APORTANDO GRANDES BENEFÍCIOS DA CABEÇA AOS PÉS. A DRA. EDNA DE ALEGRIA ABORDA ESTES BENEFÍCIOS, QUE SE REFLECTEM TAMBÉM AO NÍVEL DA SAÚDE MENTAL, E ALGUNS DOS CUIDADOS QUE SE DEVEM TER NA PREVENÇÃO E ALÍVIO DA DOR.
Dra. Edna de Alegria
Licenciada em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, no Brasil. Pós-graduada em Fisioterapia Neurofuncional Adulto e Infantil pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Formada em Treinamento e Reabilitação de Atletas de Alta Performance pela Academia do São Paulo Futebol Clube, no Brasil. Fez parte da equipa médica do Comité Olímpico Angolano para os Jogos Pan-Africanos de 2018. Actua em Fisioterapia geral e específica para Neurofuncional e Desportiva.
São vários os estudos que atestam a redução dos sintomas de stress, depressão, ansiedade e doença mental com a prática de exercício físico. Na sua opinião, como é que Angola encara esta situação?
No nosso país, a saúde mental não tem ainda a devida atenção e palco, para o seu adequado cuidado e prevenção. Por mais que esteja amplamente difundida como grande aliada do bem-estar, a prática da actividade física ainda se restringe muito somente ao lado físico, apesar das várias e robustas evidências sobre a sua eficácia na saúde mental, desde a prevenção ao tratamento, assim como na sua manutenção.
Quais são as doenças mais comuns que afectam o aparelho locomotor e que mais incomodam os pacientes?
As doenças do aparelho locomotor que mais pacientes levam aos nossos consultórios são as Artroses (gonartroses) e as Discopatias (hérnias de disco), principalmente.
Como é que podemos definir a dor e como é que a podemos aliviar e tratar?
A dor é uma alteração sensorial real, ou não muito relacionada com a capacidade de percepção de cada um, assim como da sua experiência antecedente. No tratamento da dor, o primeiro passo para o sucesso é a identificação da sua causa, mas no alívio pode recorrer-se a vários recursos médico-medicamentosos, assim como a técnicas como a acupuntura. Existem, hoje, várias técnicas e recursos a favor da fisioterapia para tratamento ou alívio da dor, que podem ser aplicadas de acordo com a causa e o nível de percepção de cada um, além do tempo de manifestação. De entre essas técnicas ou recursos, vale a pena citar a electroestimulação nervosa transcutânea, que é a aplicação de uma corrente eléctrica de baixa intensidade, através de eléctrodos aderidos na pele. Vai actuar ao nível de sistema nervoso central, para competir com as fibras que levam a informação da dor.
A que tipo de sinais e sintomas os utentes devem estar atentos para consultarem um profissional?
Deve-se consultar um profissional de saúde perante todo e qualquer sinal ou sintoma de anormalidade, pois a ajuda antecipada contribui para um diagnóstico e resolução precoces ou, até, para a prevenção de complicações.
Qual a diferença entre uma lesão muscular e uma dor comum pós-treino?
A lesão muscular é acompanhada de edema à volta do local, hematoma, dor pulsátil e impotência funcional do membro. Já a simples dor pós-treino (de realçar que é, geralmente, causada por micro-lesões musculares) não vai ter, na maior parte das vezes, nenhum destes sintomas e tem a sua resolução autolimitada. Pelo contrário, a lesão muscular, normalmente, precisa de uma intervenção médico-medicamentosa, podendo, inclusive, ser cirúrgica e com consequente reabilitação para devolver a funcionalidade.
É importante tomar medicação para curar a dor pós-treino ou pode recorrer-se a outros métodos?
A medicação deve ser sempre prescrita por um profissional de saúde, que deve, previamente, analisar os critérios e necessidades para uma correcta e eficaz prescrição. Para a dor pós-treino, as técnicas de recuperação, como banhos de imersão em crio e compressão com mangas, são eficazes e têm substituído bem o uso de analgésicos e anti-inflamatórios.
A alimentação pode ajudar o atleta na recuperação do corpo? E antes da prática de exercício físico, o que é recomendável comer?
Uma alimentação rica e equilibrada é o principal adjuvante de quem quer ter um estilo de vida saudável e um corpo atlético. Fornece os nutrientes necessários para o combate de muitas das avitaminoses que podem estar na base da propensão a lesões. Antes da prática de qualquer actividade física, uma alimentação leve e rica em termogénicos é uma boa aposta.
NOTÍCIA ATÉ 5 MILHÕES DE MORTES POR ANO EVITADAS COM MAIS ACTIVIDADE FÍSICA
ATÉ CINCO MILHÕES DE MORTES POR ANO PODERIAM SER EVITADAS SE A POPULAÇÃO, EM TODO O MUNDO, FOSSE MAIS ACTIVA. EM PLENA PANDEMIA, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) LANÇOU, EM 2020, NOVAS DIRECTRIZES SOBRE A ACTIVIDADE FÍSICA E O COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO, QUE ENFATIZAM QUE TODAS AS PESSOAS, DE TODAS AS IDADES E CAPACIDADES, PODEM SER FISICAMENTE ACTIVAS E QUE TODO O TIPO DE MOVIMENTO CONTA. FIQUE A CONHECER AS RECOMENDAÇÕES DA OMS E A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CAMINHO PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL.
Aactividade física praticada de modo regular é essencial para a prevenção e controlo das doenças não transmissíveis. Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou um referencial que estipula recomendações para a sua prática regular, de acordo com as várias fases da vida. As directrizes recomendam, pelo menos, 150 a 300 minutos de actividade aeróbica moderada a vigorosa, por semana, para todos os adultos, incluindo quem vive com doenças crónicas ou incapacidade, e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes. A actividade física regular é fundamental para prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e cancro, bem como para reduzir os sintomas de depressão e ansiedade e o declínio cognitivo, melhorar a memória e exercitar a saúde do cérebro. As directrizes da OMS incentivam as mulheres a manterem actividades físicas regulares, durante a gravidez e após o parto. Também destacam os valiosos benefícios para a saúde da actividade física em pessoas que vivem com incapacidades. Pessoas idosas (com 65 anos ou mais) são aconselhadas a adicionar actividades que se foquem no equilíbrio e coordenação, bem como no fortalecimento muscular, para ajudar a prevenir quedas e melhorar a saúde. “Ser fisicamente activo é fundamental para a saúde e o bem-estar e pode adicionar anos à vida e vida aos anos”, disse o director geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Cada movimento conta, especialmente agora que gerimos as restrições da pandemia de Covid-19. Devemos todos nos mover, todos os dias, com segurança e criatividade”.
Cada movimento conta Toda actividade física é benéfica e pode ser realizada como parte do trabalho, desporto, lazer ou transporte, mas também por meio da dança, brincadeiras e tarefas domésticas quotidianas, como jardinagem e limpeza. “Qualquer tipo de actividade física, de qualquer duração, pode melhorar a saúde e o bem-estar, mas quanto mais exercício melhor”, reforçou Ruediger Krech, director de Promoção da Saúde da OMS. “Se precisa passar muito tempo sentado, quieto, seja no trabalho ou na escola, deve praticar mais actividade física para combater os efeitos prejudiciais do comportamento sedentário”. A OMS incentiva os países a adoptarem as directrizes globais para desenvolver políticas nacionais de saúde, em apoio ao plano de acção global sobre actividade física 20182030. O documento foi aprovado por líderes globais de saúde, na 71.ª Assembleia Mundial da Saúde, em 2018, para reduzir a inactividade física em 15%, até 2030.
Combater o sedentarismo De acordo com a OMS, cerca de 27,5% dos adultos e 81% dos adolescentes não praticam a quantidade necessária de actividade física para o seu grupo etário. Este facto perdura há mais de uma década, não se prevendo melhorias no curto prazo. Existem também desigualdades notáveis: os dados mostram que, na maioria dos países, meninas e mulheres são menos activas do que meninos e homens e que há diferenças significativas nos níveis de actividade física entre grupos económicos de alta e baixa renda e entre países e regiões.
Em cada fase da vida, a OMS recomenda
Crianças e adolescentes (5 a 17 anos) 60 minutos por dia de actividade física moderada a vigorosa, ao longo da semana, sendo que a maior parte deverá ser aeróbica
3 dias por semana de actividade aeróbica de intensidade vigorosa, assim como actividade física para fortalecimento muscular e ósseo.
Em crianças e adolescentes, a actividade física melhora da aptidão física (aptidão cardio-respiratória e muscular), saúde cardiometabólica (pressão arterial, dislipidemias, glicose e resistência à insulina), saúde óssea, cognição (desempenho académico e função executiva), saúde mental (redução dos sintomas de depressão) e redução da adiposidade.
Adultos (18 a 64 anos) 150 a 300 minutos de actividade física de intensidade moderada, por semana, ou 75 a 150 minutos de actividade física de intensidade vigorosa.
2 dias por semana de actividades de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior, que envolvam os principais grupos musculares.
Em adultos, a actividade física diminui a mortalidade por todas as causas, mortalidade por doenças cardiovasculares, incidência da hipertensão, incidência de alguns tipos de cancro, incidência da diabetes tipo 2, melhora a saúde mental (redução dos sintomas de ansiedade e depressão), a saúde cognitiva e o sono. A adiposidade corporal também pode melhorar.
Idosos (+ 65 anos) 3 dias por semana de actividades físicas multimodais que promovam o equilíbrio e o treino de força, de intensidade moderada ou superior, de modo a prevenir as quedas.
A par de todos os benefícios enumerado no caso dos adultos, em idosos, a actividade física também ajuda a prevenir quedas e lesões relacionadas, o declínio da saúde óssea e da capacidade funcional.
Mulheres grávidas e no pós-parto 150 minutos de actividade física aeróbica de intensidade moderada.
As mulheres que, antes da gravidez, já praticavam exercício de intensidade vigorosa podem continuar a fazê-lo, durante a gravidez e o pós-parto. Estas recomendações estão indicadas para todas as mulheres grávidas ou no pós-parto, caso não haja contraindicações.
Nas mulheres grávidas e no pós-parto, a actividade física proporciona uma diminuição do risco de pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, diabetes gestacional, ganho excessivo de peso, complicações no parto e depressão pós-parto, menores complicações no recém-nascido, efeitos adversos do peso ao nascer e risco de natimortalidade.
A ROCHE FARMACÊUTICA É, ACTUALMENTE, A EMPRESA LÍDER NOS CUIDADOS DE SAÚDE PERSONALIZADOS. OFERECE MEDICAMENTOS INOVADORES E TESTES DE DIAGNÓSTICO, DESENVOLVIDOS COM BASE NA SUA EXPERIÊNCIA CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA E DE DADOS, ASSEGURANDO, ASSIM, QUE AS PESSOAS POSSAM TER UMA VIDA MELHOR. FUNDADA EM 1896, EM BASILEIA, NA SUÍÇA, A ROCHE CONTA COM MAIS DE 125 ANOS DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO CONTÍNUAS, POR FORMA A ASSEGURAR O MELHOR TRATAMENTO PARA OS DOENTES EM TODO O MUNDO. EM 2021, 16,4 MILHÕES DE PESSOAS FORAM TRATADAS COM MEDICAMENTOS ROCHE E 32 DOS MEDICAMENTOS PERTENCENTES À LISTA DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) SÃO DA ROCHE. NESTA ENTREVISTA, O DR. EUGENE NWOKE, COUNTRY MANAGER PARA OS PAÍSES PERTENCENTES À ÁFRICA FRANCÓFONA, OCIDENTAL, CENTRAL E LUSÓFONA, FALA-NOS SOBRE O TRABALHO DESENVOLVIDO POR ESTES LABORATÓRIOS, PARTICULARMENTE NOS PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA. Dr. Eugene Nwoke
Country Manager para os Países Pertencentes à África Francófona, Ocidental, Central e Lusófona na Roche
Que principais desafios o Dr. Eugene Nwoke já enfrentou, e continua a enfrentar, enquanto Country Manager da Roche?
É possível que sejam semelhantes aos de muitos líderes em saúde em África. Estamos perante uma situação em que os nossos sistemas de saúde não são suficientemente resilientes para fazer frente à carga de doença no continente. Temos uma infraestrutura relativamente fraca, baixa sensibilização da população sobre doenças e saúde e, desta forma, pouca tendência para procurar assistência médica. Para piorar a situação, temos a fraca capacidade do sistema de saúde, agravada pela migração de talento para a Europa e a América. Os desafios de qualquer líder em saúde em África existem neste contexto: como podemos melhorar a qualidade dos cuidados de saúde em África, enquanto se rema contra a maré? Contudo, sabemos que algumas das soluções ou ideias mais importantes desenvolvidas pela humanidade surgiram em circunstâncias muito difíceis e estou bastante confiante de que, com o talento à nossa disposição, aliado a uma vontade política significativa, podemos fazer as mudanças no ecossistema de saúde que os nossos cidadãos merecem.
Enquanto laboratório líder, de que forma a Roche investe em África, nomeadamente, em Angola, no sector da saúde?
Em África, temos uma história rica de trabalho, no sector da saúde, nos últimos 70 anos. Actualmente, estamos presentes em 40 países e, à data de 2019, conseguimos fazer chegar os nossos medicamentos a 725 mil doentes. Recentemente, colaborámos com o Instituto de Oncologia em Luanda (IACC) e participámos em várias sessões de co-criação com a Direcção Nacional de Saúde Pública (DNSP) angolana, avaliando, de forma holística, a jornada do doente no cancro e, em conjunto com as autoridades competentes, temos vindo a ser, cada vez mais, intervenientes na capacitação com infraestruturas de diagnóstico e formação de quadros, assim como na disponibilização de terapêuticas-alvo para o tratamento de vários tipos de cancro. Reconhecemos a necessidade de democratizar o acesso aos cuidados de saúde em Angola e, recentemente, apoiámos a criação das instalações de Imunohistoquímica no Lubango, o que deverá reduzir as dificuldades enfrentadas por alguns doentes, que têm de percorrer distâncias, por vezes, muito longas para aceder aos serviços de diagnóstico em Luanda.
Que principais inovações da Roche contribuíram para o desenvolvimento da saúde da população africana?
Enquanto líder global em várias áreas terapêuticas, a Roche tem sido pioneira na inovação, com foco em áreas clínicas como a oncologia, a neurociência, a oftalmologia e a hematologia, entre outras. Só no ano passado, investimos, globalmente, cerca de 13,7 mil milhões de francos suíços em investigação e desenvolvimento, movidos pela paixão e curiosidade pela ciência e inovação, para responder a alguns dos desafios mais urgentes na área da saúde. Em Angola, temos vindo a trabalhar no sentido de melhorar as infraestruturas de diagnóstico do cancro, a disponibilização de terapêuticasalvo para oncologia, colaborando activamente na criação do Programa Nacional de Controlo do Cancro.
Na sua opinião, a pandemia aproximou ou prejudicou os mercados?
Certamente que houve pontos positivos e ensinamentos a retirar da pandemia. Penso, naturalmente, que a pandemia teve consequências devastadoras. Perdemos milhões de pessoas para esta pandemia, a economia global sofreu um duro golpe e o impacto foi talvez maior nas economias emergentes, como a nossa. Por outro lado, gostaria de reconhecer o enorme esforço dos profissionais de saúde e líderes locais no combate à pandemia em África. Ao que parece, a pandemia também galvanizou a vontade política de investir na saúde e eu aproveitaria esta oportunidade para lutar por ainda mais investimento público na saúde e também para apelar a todos os actores do sector da saúde que procurem formas de colaborar. Na Roche, encontramo-nos num processo activo de co-criação e colaboração com os nossos diferentes parceiros, para melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade em África.
Pode partilhar a sua opinião e perspectiva, enquanto líder no sector da saúde?
Para responder a esta questão, gostaria de realçar a necessidade de investimento no sector da saúde, por parte dos intervenientes no sector público e privado, para permitir o acesso, que tanto desejamos, dos nossos cidadãos à qualidade. Estamos habituados a olhar para os orçamentos de saúde como um custo e creio que isso limita a dimensão dos gastos que, normalmente, são feitos em saúde. Contudo, é importante mudar essa perspectiva e pensar nos gastos em saúde como o investimento de valor que são e os impulsionadores do crescimento económico exponencial que podem ser.
Que impacto do seu esforço espera ver reflectido no futuro do sector da saúde nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa?
Na Roche, idealizamos um futuro com sistemas de saúde sustentáveis em África, em que todas as pessoas tenham acesso, do ponto de vista financeiro, a diagnósticos e a tratamentos inovadores, com investigação e desenvolvimento com foco nas necessidades de saúde da população africana, e que os cuidados de saúde sejam vistos como um investimento que estimula a inovação, e não como um custo numa rubrica orçamental. Este futuro que idealizamos só será possível através de parcerias sólidas com os intervenientes, em todo o percurso do doente nas clínicas, bem como com aqueles que, no ecossistema de saúde mais amplo, têm um papel a desempenhar no estabelecimento de políticas e estruturas de saúde sólidas. Quero ver um futuro sector de saúde angolano em que se construam parcerias para atingir o objectivo de proporcionar cuidados de saúde acessíveis a todos.
Tendo em conta as necessidades específicas de um país como Angola, qual é a sua opinião sobre um regime contributivo para a população, como programas sociais?
Creio que temos de considerar duas questões muito importantes, quando falamos sobre a prestação de cuidados de saúde a toda a população. Como podemos disponibilizar cuidados de saúde a todos os angolanos, independentemente das suas possibilidades económicas? Como podemos garantir que o sistema funciona para todos? A segunda questão refere-se ao financiamento da inovação. Como criar um sistema de saúde comparticipado, em que se reconheça o valor da inovação na saúde, o valor de novas soluções que procuram curar algumas das doenças mais difíceis de tratar que afectam a humanidade e os nossos cidadãos? Resumindo, na minha opinião, um esquema contributivo robusto, que permita o acesso de todos, mantendo o acesso a tratamentos de qualidade, teria um impacto positivo para os nossos cidadãos.