3 minute read

OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO

SEGUNDO DADOS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, O STRESS ATINGE MAIS DE 90% DA POPULAÇÃO MUNDIAL E JÁ É CONSIDERADO UMA EPIDEMIA. COMO RESPOSTA, O INTERESSE NA MEDITAÇÃO TEM VINDO A CRESCER, SOBRETUDO DESDE A PANDEMIA DE COVID-19. ESTA PRÁTICA, QUE ATÉ TEM UM DIA MUNDIAL DEDICADO, ASSINALADO A 21 DE MAIO, É UMA FORMA SIMPLES E ACESSÍVEL PARA RELAXAR E LIBERTAR A MENTE DE PREOCUPAÇÕES E DESCONFORTO. PRATICADA DE UM MODO CONSISTENTE, A MEDITAÇÃO TAMBÉM PODE PROPORCIONAR ALGUNS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE FÍSICA E SÃO VÁRIAS AS PESQUISAS QUE TÊM APONTADO NESSE SENTIDO.

Meditar não tem restrições, pode ser praticado por todos e nem tem de estar necessariamente associado a um acto de fé. Esta prática tem vindo a ganhar popularidade e é hoje adoptada por milhares e milhares de pessoas, inclusive por crianças. No universo das terapias alternativas, a meditação sempre fez parte das rotinas, mas tem vindo a expandir o seu raio de acção. Meditar não é mais do que conciliar uma respiração consciente com uma mente tranquila. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de não pensar em nada, até porque quanto mais se ordena ao cérebro para não pensar, mais se produz o efeito contrário. São várias as técnicas de meditação que servem precisamente para conduzir a um estado de tranquilidade e clareza mentais, desde o silêncio e estado contemplativo, até métodos dinâmicos, onde se respira intensamente.

Benefícios

São associados cada vez mais benefícios à prática da meditação, desde o aumento da capacidade de concentração, à promoção do bem-estar, melhoria do humor e da qualidade do sono, diminuição do stress, da ansiedade e da depressão, apenas para citar alguns. Não é, por isso, de estranhar que, em plena pandemia, quando deparadas com uma situação de isolamento social e de mudança abrupta no seu estilo de vida, mais pessoas tenham querido experimentar os benefícios da medição. Em 2020, as buscas no Google pelos termos “meditação” ou “mindfulness” atingiram um valor recorde em 16 anos. Em relação a 2020, as pesquisas sobre “como fazer meditação para a ansiedade” cresceram uns impressionantes 4.000% e sobre os “benefícios da meditação”

200%.

Mas os benefícios da meditação não se restringem a aspectos relacionados com a saúde mental. O controlo da pressão arterial e das dores crónicas e a promoção do relaxamento muscular também lhe estão associados e são cada vez mais os estudos que indicam outras vantagens. Recentemente, foram conhecidos os resultados de um estudo que associa a meditação à melhoria da saúde intestinal e do sistema imunitário. A investigação, liderada por cientistas do Centro de Saúde Mental de Xangai da Universidade de Medicina Jiao Tong, na China, analisou amostras de sangue de 37 monges tibetanos de três templos e de 19 pessoas “comuns” a viver na vizinhança. Os resultados, divulgados na General Psychiatry, publicada pelo British Medical Journal, dão conta de que a meditação profunda pode ter influência na regulação da flora intestinal. “A microbiota enriquecida nos monges estava associada a um risco menor de ansiedade, depressão e doenças cardiovasculares, potenciando o sistema imunitário”, indica o artigo científico. Nenhum dos monges tinha tomado quaisquer substâncias que pudessem alterar o volume ou a diversidade dos micróbios presentes na flora intestinal — como antibióticos, probióticos ou medicamentos antifúngicos — nos últimos três meses. As amostras de sangue recolhidas verificaram ainda que o risco de doenças cardiovasculares era significativamente mais baixo nos monges. Apesar dos resultados promissores, os cientistas lembram que a amostra é reduzida e que todos os participantes do estudo eram homens a viver em altitude, o que também poderá tornar mais difícil extrapolar conclusões para a população em geral. Ainda assim, restam cada vez menos dúvidas quanto aos benefícios da meditação. Um estudo de 2019 com meditadores não experientes descobriu que oito semanas de breves sessões diárias de meditação de 13 minutos ajudam a aliviar o estado de humor negativo e a aumentar a atenção e a memória. E as evidências também sugerem que a meditação pode ajudar a controlar a dor, alterando a percepção da dor no cérebro. Um estudo de 2018 sobre meditação, atenção plena e dor crónica observou que a meditação muda o cérebro, ao longo do tempo, alterações que podem tornar uma pessoa menos sensível à dor.

Começar a meditar

Uma das vantagens da meditação é que é fácil de começar, não requer equipamento especial e não demora muito tempo. Algumas dicas:

• Reserve 5 a 10 minutos por dia para meditar;

• Encontre um local calmo, para facilitar a concentração;

• Adopte uma posição confortável;

• Controle a respiração, utilizando os pulmões completamente;

• Foque a atenção.

This article is from: