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CUIDAR DE PLANTAS: UM HÁBITO QUE NOS AJUDA A MEDITAR
MANTER A NATUREZA POR PERTO É UMA FORMA DE TERAPIA, PORQUE AS PLANTAS AJUDAM A CRIAR UMA AURA MAIS LEVE E NATURAL E ATÉ SERVEM PARA PURIFICAR O AR DA CASA. QUEM PRATICA JARDINAGEM COM FREQUÊNCIA SABE COMO FAZ BEM CRIAR ESSE CONTACTO COM A NATUREZA, ATRAVÉS DO CULTIVO DE PLANTAS, FLORES, HORTALIÇAS E ATÉ MESMO DE TEMPEROS.
Ao cuidar de uma planta ou de um jardim, voltamos a nossa atenção para o momento presente, desligando um pouco o fluxo constante de pensamentos e de preocupações.
Damos tempo ao nosso piloto automático para, simplesmente, observar como cada planta está e do que precisa para se desenvolver ainda mais e melhor. Assim, mais pacificados, libertamo-nos por alguns momentos das aflições vividas pelo fluxo constante de pensamentos que não pousam nunca no aqui e agora. Praticamos, ainda que sem consciência, uma espécie de meditação activa, que favorece muito uma prática voluntária e intencional da meditação propriamente dita. O simples passear pela sala ou varanda com um regador nas mãos e observar cada vaso no ambiente coloca-nos em posição de observadores e de cuidadores. Com o tempo, sabemos mais sobre cada planta: as folhas novas, as flores que surgem, os galhos que secam. Passamos, então, a ter uma relação de afecto com estas e contemplamos o seu estado de constante transformação pelo tempo. Paramos para vê-las, para contemplá-las. Aceitamos e damos tempo ao tempo.
Entrar e permanecer, por alguns minutos, num ambiente com jardim, uma pequena horta ou alguns vasos de plantas faz muito bem à saúde. Olhamos para as plantas e sentimos paz, um tipo de paz que diminui o nosso ritmo interno, que nos convida a respirar mais profundamente. As plantas chamam-nos para uma pausa, para um lugar de aconchego dentro de nós. E, assim, fechamos os olhos para sentir mais e pensar menos. Entramos em estado de meditação. Ao contrário do que a tecnologia faz, levando um excesso de informações ao nosso mundo interno, a conexão com as plantas possibilita-nos reinserir no nosso quotidiano todos os nossos sentidos. Quando ligamos os nossos sentidos para vivenciar cheiros, sabores, sons, paisagens e texturas, desligamos um pouco a nossa mente. Deixamos de sobrecarregá-la com informações.
Em vez disso, nutrimos todo o nosso corpo com experiências reais, sentidas na pele, com o corpo todo.
Quando cuidar das plantas, do jardim, do quintal, de alguns vasos, do que seja, se torna algo frequente, recondiciona-se todo o corpo e a mente. Ambos se habituam a momentos de paz e de tranquilidade.
Isso funciona como chave para a meditação. De repente, no meio do dia, entre um trabalho e outro, simplesmente pode-se ir até um ambiente com plantas, sentar-se e, em poucos minutos, entrar em meditação.
O corpo e a mente entendem que esse estado é meditativo, que atravessa a contemplação, que inclui afecto, amor ao próximo, autocuidado.
Dessa forma, problemas corriqueiros podem ser encarados com mais leveza, porque se sabe que há um refúgio interno, ao qual se pode aceder quando e sempre que se quiser.
Existem incontáveis espécies de plantas que podem ser levadas para dentro de casa. Os benefícios tornam-se ainda maiores quando as plantinhas podem ser utilizadas de forma terapêutica, na preparação de chás, pomadas, cremes e receitas que estimulam o metabolismo e aliviam problemas emocionais, por exemplo. Veja algumas opções:
• Também conhecida como babosa, a polpa da aloé vera pode ser utilizada para hidratar os cabelos e a pele ou como uma pomada natural para a cicatrização de queimaduras. A planta é rica em magnésio, potássio, vitamina C e iodo, além de possuir substâncias activas regeneradoras e anti-inflamatórias, como aloína, glucomanano e traquinona. Por se tratar de uma seiva, ainda possui antifúngicos poderosos que podem tratar a caspa ou a micose de unha.
• A arnica é uma planta medicinal rica em flavonoides e compostos fenólicos que têm propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antimicrobianas, antioxidantes e anticoagulantes. As suas flores podem ser utilizadas em chás, pomadas ou óleos de aplicação externa para o tratamento de vários problemas de saúde, como contusões, dores reumáticas, escoriações, dores musculares, dores de dentes e gengivite, varizes e hemorroidas, por exemplo. É importante destacar que a arnica não deve ser ingerida, pois pode causar intoxicação e provocar vários efeitos colaterais, como náuseas, vómitos, falta de ar, problemas cardíacos e até o aborto. Por isso, o seu uso deve ser orientado por um médico ou profissional de saúde com experiência no uso de plantas medicinais.