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INCLUSÃO É FORÇA
ESTE ANO, O TEMA DO DIA MUNDIAL DA CONSCIENCIALIZAÇÃO
SOBRE O ALBINISMO, ASSINALADO A 13 DE JUNHO, FOI “INCLUSÃO É FORÇA”. PROCLAMADA PELA
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS (ONU) EM 2015, A DATA QUER ASSEGURAR QUE AS VOZES DO ALBINISMO ESTEJAM REPRESENTADAS EM TODOS OS SECTORES. PARA A ONU, IMPORTA INCLUIR QUEM VIVE COM ESTA CONDIÇÃO NO MOMENTO DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS.
Estima-se que, em todo o mundo, uma em cada 20 mil pessoas tenha algum tipo de albinismo. Na América do Norte e na Europa, por exemplo, uma entre 17 mil tem esta condição, que é mais prevalente na África Subsaariana, tanto que, na Tanzânia, uma em cada 1,4 mil pessoas é albina.
Em Angola, segundo as projecções feitas pela Direcção Nacional de Saúde Pública, existem cerca de seis mil albinos. É na província do Cuanza-Sul que existe um maior número (107), seguindo-se a do Cuanza-Norte (97), de acordo com a campanha de rastreio realizada, há cinco anos, pelo Hospital Américo Boavida.
Albinismo
O albinismo é uma condição rara, não contagiosa e de natureza genética. Refere-se à deficiente produção de melanina, o que causa ausência parcial ou total de pigmentação no cabelo, na pele e nos olhos. Assim, a pele de um albino é geralmente branca, mais frágil e sensível ao sol, enquanto a cor dos olhos pode variar de azul muito claro, quase transparente, a castanho.
Os principais tipos de albinismo são o oculocutâneo (completo ou total), o ocular (somente os olhos) e o parcial (em algumas partes do corpo). Em quase todos os tipos de albinismo, mãe e pai precisam de ter o gene, mesmo que não sofram da condição. Esta é encontrada quer em homens como em mulheres, independentemente da etnia, em todos os países do mundo, e só se manifesta quando o gene é herdado de ambos os progenitores.
Não existe cura para a falta de melanina, que é central ao albinismo. Devido à ausência de pigmentação, os albinos têm elevada sensibilidade ao sol e à claridade forte. Por isso, quase todos têm problemas de visão, como estrabismo, miopia ou fotofobia, e são propensos a contrair cancro de pele e a sofrer de envelhecimento precoce, dada a ausência de melanina, que garante a protecção da pele contra os efeitos dos raios ultravioleta.
Discriminação
Mas tão ou mais preocupante é a estigmatização social de que os albinos são alvo. As Nações Unidas destacam que existem ainda mitos e superstições associadas à aparência dos albinos, aumentando a exclusão social. Somente na última década, há registo de centenas de ataques, e até de homicídios, de pessoas com albinismo em 28 países da África Subsaariana.
O dia 13 de Junho foi, assim, instituído, em 2015, pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial da Consciencialização sobre o Albinismo, com o objectivo de promover o combate ao preconceito e à discriminação contra pessoas albinas. Já em 2014, o Papa Francisco lançou no Vaticano a campanha “Help African Albinos”, uma iniciativa do escritor
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Cuidados
Em alguns países, a maioria dos albinos morre jovem, com uma idade entre 30 e 40 anos, de cancro de pele. Por ser genético, o albinismo não tem tratamento, mas as suas complicações podem ser prevenidas. O acompanhamento por dermatologistas e oftalmologistas é particularmente importante para os albinos, que devem realizar consultas regulares. É, então, de extrema importância que os albinos usem protector solar antes de saírem de casa, para protegerem a pele. Devem usar roupas de mangas compridas e chapéu ou acessórios que protejam a cabeça e evitar a exposição ao sol. Além disso, como o problema afecta também a visão, devem usar óculos de sol apropriados. Paralelamente, e porque não é aconselhado que se exponham directamente ao sol, devem fazer uso de suplementos de vitamina D, importante para promover o bom funcionamento do sistema imunitário e a saúde dos ossos.
italiano Cristiano Gentili, que escreveu um romance intitulado “Sombra Branca”, para sensibilizar a opinião pública sobre o drama e a situação crítica e de abandono a que são submetidos milhares de albinos africanos, vítimas de superstição, rejeição e discriminação até por parte de instituições religiosas e pelos Estados. Para assinalar o Dia Mundial da Consciencialização sobre o Albinismo deste ano, a ONU escolheu o lema “Inclusão é Força”, na sequência do tema do ano passado, “Unidos para fazer ouvir a nossa voz”. O objectivo é garantir a inclusão das vozes das pessoas com albinismo em todos os sectores da vida.