Apostila de introdução ao NT TPT

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INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

LEANDRO DUARTE

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Sumário Unidade 1 – O pano de fundo do Novo Testamento ....................... 01 -

Introdução O contexto religioso e social nos tempos de Cristo As ramificações dentro da religião judaica O contexto político nos tempos de Jesus

Unidade 2 – Panorama do Novo Testamento ........................... 07 Unidade 3 – A Cronologia do Novo Testamento ........................11 - Quem foi Paulo de Tarso

Unidade 4 – Os livros do Novo Testamento ............................. 15 -

O Evangelho O livro histórico As cartas de Paulo As cartas gerais O livro profético

Unidade 5 – Conclusão .......................................................... 32 - O Plano de leitura do Novo Testamento em seis meses - Conclusão - Referências bibliográficas


Unidade 1 – O Pano de Fundo do Novo Testamento Introdução O que está em pauta é simplesmente o livro mais importante do mundo. Nenhum outro livro jamais impactou tanto o homem em seus diversos níveis, seja individualmente, culturalmente, emocionalmente, espiritualmente ou socialmente do que este. Civilizações inteiras foram construídas e alicerçadas nos princípios bíblicos. Famílias, governos e até mesmo os direitos humanos, civis e penais estão baseados em princípios cristãos, conhecidos através do Novo Testamento. Dessa forma, a atitude mais sensata a se tomar é conhecer o que a Bíblia tem a nos dizer, e a melhor forma de fazer isso é entrando em contato com ela. Muita gente, entretanto, reclama de encontrar dificuldades de entendimento do que está escrito e, sendo assim, nós nos oferecemos para ajudar apresentando este material como auxílio. Lembre-se: esta apostila é apenas uma ferramenta para ajudar no entendimento e jamais vai substituir uma leitura e meditação atentas da Bíblia. Em particular, este volume concentra-se no Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia cristã. É nosso desejo encorajar, incentivar e aguçar sua curiosidade em conhecer o Senhor através de Sua Palavra e, assim, provar por si só porque a Bíblia é, de fato, o livro mais importante do mundo! O pano de fundo no Novo Testamento O Novo Testamento está inserido no que chamamos de Bíblia Sagrada. A Bíblia é um livro dividido em duas partes diferentes: a primeira porção chamada de Antigo Testamento e a segunda de Novo Testamento. Estes nomes se referem ao conteúdo principal dos volumes: a antiga e a nova aliança feitas por Deus conosco, esta última vigorando até hoje. Para que compreendamos melhor, consigamos visualizar de forma mais clara a mensagem central e percebamos como funciona os termos desta nova aliança, é interessante entendermos o pano de fundo político, religioso e social no qual estão inseridos os personagens e onde se passa a história toda narrada nos relatos históricos que temos em mãos. Antes de mais nada, é importante ter em mente que o Antigo Testamento (a primeira porção da Bíblia) é a preparação para o Novo. Ora, ninguém coloca um bolo na forma se antes não preparar os ingredientes. Dessa forma, vejamos alguns pontos importantes como um primeiro passo para a compreensão deste livro tão precioso.

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O contexto religioso e social nos tempos de Cristo Antes que Cristo se encarnasse aqui na Terra, toda uma complexa história estava acontecendo na Palestina, a região correspondente ao Oriente Médio hoje. Essa história pode ser conhecida com profundidade através de uma leitura atenta do Antigo Testamento, a primeira porção da Bíblia. De forma bastante básica e resumida, vários grupos religiosos e sociais estão presentes principalmente nos quatro primeiros volumes do Novo Testamento, fruto dos fatos que vinham acontecendo. A sociedade estava intimamente ligada à religião judaica da época e acabava por se dividir em diversos grupos, tendo como referência esta antiga religião. Os próprios judeus, os pagãos, os samaritanos, os fariseus, os saduceus, os zelotes e os escribas, são exemplos de como os povos se rotulavam e se dividiam na época de Cristo. Estes grupos não são os únicos que existiam nos tempos de Jesus, mas os principais, portanto, trataremos deles de forma bastante resumida. Em diversas passagens escritas, o próprio Jesus entra em atrito com alguns deles, gerando assim controvérsias e dúvidas ao leitor. Vejamos, pois, quem eram: Os Judeus - Esse grupo é a grande maioria na palestina nos tempos do Novo Testamento e existe até hoje. Muitas das cartas dos apóstolos e das parábolas de Jesus se referem aos judeus. Bem, em um primeiro momento, tratase do povo originado de um homem do Antigo Testamento chamado Jacó (também chamado de Israel), ou seja, todos aqueles que descendem dele são chamados de judeus. Esta, entretanto, não é a única definição. Posteriormente, este grupo se caracterizou por ser pertencente à religião judaica: um povo que obedecia às leis do Antigo Testamento e participava de um ritual de entrada chamado circuncisão. É Figura 1 - A palestina atualmente. claro que não é necessário para o entendimento geral da mensagem do Novo Testamento saber palavras difíceis como circuncisão, então, não fique preocupado se em um primeiro momento você não entender do que se tratam estes assuntos: tudo acontece de forma devagar, uma coisa de cada vez.

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De forma bastante resumida então, existem os judeus de nascença (e Jesus Cristo era judeu neste sentido, porque sua mãe era descendente de Jacó) e existem também os judeus convertidos, participantes dos cerimoniais e, em teoria, obedientes às leis do Antigo Testamento. Este povo também é chamado biblicamente de hebreus ou israelitas. Os Pagãos - Biblicamente falando, os pagãos são todos aqueles que não são judeus, seja por nascença ou por conversão. Trata-se do povo que não pertence à Jacó e/ou não obedecia às leis do Antigo Testamento. Também são chamados de gentios ou, em grande parte das cartas, de gregos. Os judeus, por conta de todo o histórico narrado no Antigo Testamento, rejeitavam os pagãos/gentios por não pertencerem à mesma religião que eles. De certa forma, todos nós que não descendemos de Jacó somos considerados pagãos (ou gentios) pelos judeus. Os Samaritanos - Os samaritanos eram um povo desprezado pelos judeus por serem mestiços de uma região chamada Samaria. De forma geral, os Samaritanos eram descendentes de judeus com pagãos, ou seja, não traziam o “sangue puro” dos filhos de Jacó. Mas havia outro motivo pelo qual eram desprezados: os samaritanos foram fruto de uma guerra em que uma porção do povo de Israel foi massacrada e a cultura de outra nação, a Assíria, foi inserida nessa porção sobrevivente, logo, os judeus remanescentes constituíram família com os Assírios. Há um episódio muito bonito em que Jesus encontra com uma mulher samaritana, registrado no capítulo 4 do Evangelho de João.

Judeus

Pagãos

Samaritanos Figura 2 - Os samaritanos são os descendentes dos judeus com pagãos

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As ramificações dentro da religião judaica Os Fariseus - Dentro da religião judaica havia, nos tempos do Novo Testamento, diversas ramificações. A mais famosa de todas era a seita dos fariseus, surgida aproximadamente entre os anos de 168 e 142 a.C., com a chamada “revolta dos Macabeus” contra o rei do Império Selêucida, Antíoco IV Epifânio. Eles eram caracterizados por pregar estritamente as leis do Antigo Testamento. Eram extremamente rígidos nos costumes, tradições e nos ensinos a respeito da obediência e tinham por filosofia a conformação total e rigorosa à estas leis. Jesus acaba por combate-los de forma dura, visto que apenas pregavam uma obediência dificílima de ser cumprida, mas não praticavam seus próprios ensinos. O surgimento dos fariseus aconteceu aproximadamente 200 anos antes da vinda de Jesus, e o propósito foi ir contra a cultura grega que estava se espalhando pelo povo de Israel. Os Saduceus - Paralelo à seita dos fariseus, havia também a seita dos Saduceus. A origem deles é desconhecida, ainda que alguns documentos apontem que eles já existiam nos dois últimos séculos do Segundo Tempo construído pelos judeus, entre cerca de 150 a.C. e 70 d.C. Estes caracterizavam-se por ter uma visão mais aberta acerca dos ensinos do Antigo Testamento. Rejeitavam a existência de anjos e até mesmo da ressurreição dos mortos. Os saduceus foram uma resposta aos fariseus, visto que eram a favor da adoção dos costumes gregos ao povo judeu. Eram também chamados de helenistas. Jesus combate essa seita por sua incredulidade e falta de conhecimento das Escrituras, alegando que erravam por não se apoiarem no que estava Escrito e tampouco no poder de Deus. Isso está registrado no Evangelho de Marcos, capítulo 12. Os Zelotes: - Os zelotes acabaram por se tornar um grupo mais político do que religioso nos tempos de Cristo, surgido em 6 d.C. após uma revolução contra Roma liderada por Judas, o galileu. Os que se caracterizavam assim defendiam uma independência pela força contra a opressão de Roma sobre os judeus. Existem diversos personagens que se enquadram nessa categoria registrados no Novo Testamento. O mais famoso deles talvez seja um discípulo de Jesus chamado Simão, o Zelote.

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Os Escribas: - Especialistas nas cópias e interpretação do Antigo Testamento, os escribas aparecem diversas vezes no Novo Testamento. Jesus, em várias ocasiões, discute as interpretações que tinham das Escrituras e acaba por ser provocado e desafiado em seus discursos por esse grupo. Apesar de possuírem extenso Figura 3 - Escriba conhecimento nas Escrituras, acabavam por se tornar apenas mestres de boca, mas não exemplos para o povo, pois ensinavam e não praticavam, sendo, por vezes, chamados de hipócritas. Eram intimamente ligados com os Fariseus. Além destes grupos, existem muitas outras seitas e ramificações presentes no Novo Testamento, mas geralmente são periféricos. Estes explicados acima são os maiores, mais importantes e mais presentes nas narrativas e nas cartas. Entendê-los é um bom ponto de partida para compreender os textos presentes nos documentos do Novo Testamento e entender o motivo de alguns discursos de Cristo ou das provocações que faziam à Ele. O contexto político nos tempos de Jesus Bem, agora que já conhecemos os principais grupos religiosos presente no Novo Testamento, vamos ver como era o contexto político por lá. É fato bem documentado que nos tempos de Jesus, um grande império dominava quase toda a Europa: o Império Romano. Entretanto, não foi sempre assim. Logo após o fim do Antigo Testamento, vários impérios foram crescendo, conquistando uns aos outros e depois sendo conquistados. Em ordem, temos, após a queda da Babilônia (o império que tornou os judeus cativos por 70 anos), uma mescla Figura 4 - Alexandre, o Grande de dois impérios: os medos e os persas, formando o império Medo-Persa. Depois vieram os gregos, que destronaram o império medo-persa com seu grande general: Alexandre, o Grande.

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Passado algum tempo, o Império Romano tornou-se o maior do mundo, vencendo a Grécia e conquistando muitos territórios. No mapa abaixo é possível ver quão grandes eles se tornaram:

Figura 5 - O Império Romano

Toda essa área mais escura no mapa pertenceu ao Império Romano. Essa aula relâmpago de história é relevante porque Jesus nasceu exatamente quando (e onde) este Império dominava. Olhando mais de perto no mapa acima, é possível visualizar as regiões da Judeia, Síria e Arábia, correspondentes aos locais bíblicos onde Cristo passou. Isso significa que o Novo Testamento acontece inicialmente dentro desse território e posteriormente narra acontecimentos em outros lugares do império, por exemplo a Macedônia, a Acaia e a Dalmácia. Várias cartas às igrejas encontradas no Novo Testamento são dirigidas às regiões ou cidades correspondentes aos seus nomes, por exemplo, a carta aos Gálatas foi enviada aos cristãos que habitavam na região da Galácia, a carta aos Romanos foi enviado aos cristãos da cidade de Roma, e assim por diante. Na época de Jesus, como o império Romano dominava as terras por onde Ele passou, havia senhores e governantes provenientes de Roma: tetrarcas, imperadores, governadores, procônsules, entre outros. Casos notórios são de homens como Pilatos, um dos responsáveis pela crucificação de Cristo ou Herodes. Além destes, centuriões, soldados e guerreiros são todos submissos ao governo Romano e, portanto, aparecem também no Novo Testamento.

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Unidade 2 – Panorama do Novo Testamento Antes de iniciarmos uma leitura propriamente dita do Novo Testamento, é importante também conhecermos um esboço do livro que temos em mãos. Já adianto que este não é um livro à semelhança de outros que você leu: trata-se da história do homem que mudou o mundo – e se mudou o mundo, isso significa que o impacto atinge você! O livro que temos em mãos é um conjunto de 27 documentos antigos reunidos em um único volume. Todos esses documentos possuem um assunto em comum que será tratado mais à frente, no esboço de cada carta. Entretanto, antes de mergulharmos no que o Novo Testamento tem para nos dizer, vejamos as características básicas destes 27 documentos que o compõe: Nome

Autor

Mateus Marcos Lucas

Mateus Marcos Lucas

Abrevia ção Mt Mc Lc

João

João

Jo

Atos

Lucas

At

Romanos

Paulo

Rm

I Coríntios

Paulo

I Co

II Coríntios

Paulo

II Co

Gálatas

Paulo

Gl

Evangelho

Histórico

Cartas de Paulo às igrejas

Assunto principal Vida e obra de Jesus Cristo. São a chave para o entendimento dos outros documentos. O início da Igreja A doutrina cristã. Considerada a “coluna do Novo Testamento”. Apresenta correções à uma igreja tolerante ao pecado. Autobiografia e defesa da autoridade de Paulo. Mostra Cristo como o libertador da Lei

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Efésios

Paulo

Ef

Filipenses

Paulo

Fp

Colossenses

Paulo

Cl

I Tessalonicenses

Paulo

I Ts

II Tessalonicenses

Paulo

II Ts

I Timóteo

Paulo

I Tm

II Timóteo

Paulo

II Tm

Tito

Paulo

Tt

Filemom

Paulo

Fm

Hebreus

(descon hecido)

Hb

Tiago

Tiago

Tg

Cartas de Paulo a pessoas

Cartas gerais

do Antigo Testamento. Traz diversos temas para a edificação da igreja. Carta com mais louvor pela boa conduta da igreja. Mostra a importância de Cristo. Combate algumas heresias. Instruções sobre a volta de Jesus. Mais instruções sobre a volta de Jesus. Qualificações para líderes e ministros. Instruções sobre lealdade ao Senhor e à verdade. Estabelecimento de ordem e constituição de líderes na igreja. Instruções sobre a prática do perdão. Conforto e segurança contra a volta ao judaísmo. Ensino sobre a fé manifestada pelas obras

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Profético

I Pedro

Pedro

I Pe

II Pedro

Pedro

II Pe

I João

João

I Jo

II João

João

II Jo

III João

João

III Jo

Judas

Judas

Jd

Apocalipse

João

Ap

Encorajamento e consolo diante das perseguições Apresenta características do cristão em crescimento Mostra a garantia da segurança do cristão na comunhão com Deus Traz advertências contra o perigo de falsos mestres Apresenta o dever da hospitalidade e alerta contra um líder apóstata* Motiva à pureza da doutrina cristã Várias alegorias acerca das últimas coisas

* Apóstata é a característica de alguém que manifestou qualidades cristãs durante determinado período de tempo, muitas vezes confessando a fé em Cristo, mas que acabou por se revelar um falso cristão, negando as doutrinas fundamentais do Novo Testamento.

A tabela acima contém os 27 documentos ordenados de acordo com seu aparecimento no Novo Testamento. É dito que esta ordem apresentada é chamada de ordem teológica por tratar dos assuntos em ordem de entendimento. Por exemplo, a carta aos Romanos apresenta a doutrina cristã de forma sistemática, logo, para se corrigir uma igreja (que é o assunto da próxima carta, I Coríntios), é necessário saber qual é a forma correta que a igreja deve-se apresentar, portanto é necessário ler Romanos

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para se aplicar I Coríntios. Isso funciona para todos os outros documentos, exceto os 4 livros que compõe o Evangelho. O Evangelho é uma exceção por se tratar exclusivamente da vida e obra de Jesus Cristo, logo, os 4 livros compõe uma história em concordância, contada por diferentes pontos de vista. A recomendação é sempre começar a leitura do Novo Testamento por eles!

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Unidade 3 – A cronologia do Novo Testamento Apesar de o Novo Testamento estar em ordem teológica, uma boa forma de entender os fatos é através da sua cronologia. Qual foi a ordem dos acontecimentos do Novo Testamento? Vejamos abaixo:

Nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo (Mt, Mc, Lc, Jo)

5 a.C.

29 d.C. Início da Igreja, desde a ascensão de Jesus até o meio do processo de julgamento que prendeu o apóstolo Paulo (Atos dos Apóstolos) 64 d.C.

O Novo Testamento, tanto teológica quando cronologicamente, se inicia com a história de Jesus Cristo, com certeza o homem mais famoso que já pisou na Terra. Sua história é narrada nos quatro livros que compõe o Evangelho: Mateus, Marcos, Lucas e João. Essas biografias não foram escritas com o intuito de contar toda Sua vida em detalhes, mas tem como objetivo relatar sua obra maior: as últimas horas de julgamento, morte e ressurreição, cumprindo várias promessas feitas aos homens e encontradas registradas no Antigo Testamento. É possível ainda encontrar, nos quatro livros, narrações de alguns discursos e milagres. Talvez uma boa forma de descobrir a razão é conferir em João 3:16 (lê-se João, capítulo 3, versículo 16). Te convido a dar uma olhada no que está escrito lá. A seguir à ressurreição de Jesus, começa a história da Igreja através dos discípulos (aqueles que seguiram e ainda seguem o Senhor) e dos apóstolos (o grupo formado de 12 homens mais próximos de Jesus) narrada no livro de Atos. Dentro do livro de Atos, muitos fatos são descritos, iniciando com a intrepidez do apóstolo Pedro e terminando no meio do processo de julgamento do apóstolo Paulo, possivelmente a data de produção do livro. Durante as histórias narradas, a grande maioria dos outros 22 documentos do Novo Testamento foram também escritos, muitos deles por Paulo. Mas

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antes de esboço mais detalhado sobre eles, quem foi o famoso apóstolo Paulo? Quem foi Paulo de Tarso? É impossível falar sobre o Novo Testamento sem passar por este homem. Paulo de Tarso, chamado assim por ter nascido em uma cidade romana chamada Tarso, foi, na primeira parte de sua vida, um grande religioso judeu da seita dos fariseus. Era conhecido por ser bastante impiedoso no que se referia àqueles que rejeitavam os Judaísmo, chegando mesmo a perseguir e prender os seguidores de Jesus Cristo. Paulo também pertencia a um grupo de 72 importantes judeus que compunham um tribunal bastante famoso na palestina chamado de Sinédrio. Este tribunal foi parcialmente responsável inclusive pela Figura 6 - Representação de Paulo de Tarso condenação de Jesus à crucificação. O fato mais notório acerca de sua vida é o modo como se converteu ao Cristianismo, narrado também no livro de Atos, no capítulo 9. Aconteceu assim: ainda cheio de zelo, como ele mesmo gostava de chamar seus próprios sentimentos contra os cristãos, Paulo pediu cartas aos maiorais do sinédrio para ir à uma cidadezinha chamada Damasco, a fim de continuar perseguindo e prendendo os seguidores de Jesus que moravam lá. No caminho, ninguém mais, ninguém menos que o próprio Cristo aparece a ele, convencendo-o instantaneamente de que é, de fato, o Senhor e de que ressuscitou mesmo dentre os mortos! Isso tem uma série de implicações na vida do perseguidor, e a maior de todas elas é a percepção de que o povo que ele estava perseguindo era, de fato o povo de Deus! Logo depois de um diálogo dramático, o próprio Paulo passa a crer em Jesus e, ainda que estivesse indo perseguir mais cristãos, agora acabou por se tornar um! Após este episódio, Paulo passa a trabalhar para Cristo (muitas vezes desacreditado de sua conversão pelos próprios cristãos), organizando viagens missionárias, viajando e pregando dentro do Império Romano. Vários trechos autobiográficos dele podem ser encontradas em suas cartas

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no Novo Testamento, com destaque à segunda carta aos Coríntios. Durante todo o seu ministério registrado com detalhes no livro de Atos, Paulo escreveu todas as suas cartas que foram incluídas no Novo Testamento. Curiosidade: No início do livro de Atos, Paulo é chamado pelo seu nome em hebraico: Saulo. Alguns, de forma errada, pensam que Jesus mudou seu nome. O fato, entretanto, é que o próprio Saulo passou a adotar seu nome grego para se referir a si mesmo, assinando, portanto, Paulo. Continuando a cronologia A próxima ilustração mostra as cartas do Novo Testamento que foram escritas no período contado no livro de Atos, a grande maioria delas (com exceção apenas da carta de Tiago, irmão de Jesus) escrita pelo apóstolo Paulo: 29 d.C.

Tiago I Tessalonicenses II Tessalonicenses I Coríntios II Coríntios Gálatas Romanos

O livro de Atos dos Apóstolos abrange o período desde a ascensão de Cristo, passando pelo derramamento do Espírito Santo, até os últimos anos do apóstolo Paulo.

As cartas ao lado foram escritas nesse período e nessa ordem cronológica.

Filemon Colossensses Efésios

64 d.C.

Filipenses

É possível, através de uma leitura atenta do livro de Atos, acompanhar todo o ministério público de Paulo e até mesmo partes do ministério dos outros apóstolos, como o apóstolo Pedro.

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O livro narra as expedições organizadas e as equipes missionárias que foram enviadas à diversos lugares. Ao todo, narra-se com detalhes três viagens missionárias. Atos termina com Paulo sendo liberto da prisão e não relata seu martírio ou seus últimos dias. Entretanto, outros documentos estavam sendo escritos. Segue abaixo o restante da cronologia:

64 d.C.

I Timóteo Tito I Pedro Hebreus II Pedro Judas

67 d.C. (Martírio de Paulo – não narrado no Novo Testamento)

95 d.C.

II Timóteo Tempo decorrido entre 67 d.C. e 95 d.C. I João II João III João Apocalipse

96 d.C.

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Unidade 4 – Os livros do Novo Testamento Bem, agora que já conhecemos resumidamente todo o pano de fundo do Novo Testamento, vamos mergulhar no seu conteúdo a fim de conhecelo mais profundamente. Lembre-se, essa apostila é apenas uma introdução e jamais substituirá a leitura do Novo Testamento. Todo esse texto que você está lendo é apenas uma ferramenta para auxiliá-lo a compreender melhor os documentos, mas é sempre melhor conhecê-los por conta própria. Como dissemos anteriormente, a segunda parte da Bíblia está dividida em cinco categorias: o Evangelho, o livro histórico, as cartas paulinas (que também podem ser subdividas em cartas às igrejas e cartas pessoais), as cartas gerais e o livro profético. A seguir, vamos um pouquinho mais fundo em cada carta/livro contido nas categorias acima. O Evangelho O Evangelho (sim, no singular!) é a boa-notícia de Cristo para os homens e está registrado nos primeiros quatro livros do Novo Testamento, cada qual apresentando o mesmo Cristo de uma maneira e através de uma ótica diferente. São eles: Mateus, Marcos, Lucas e João. Para não passar o carro na frente dos bois e apresentar a boa notícia de forma superficial (e correr o risco de estragar a grande surpresa!), te convido a descobrir por conta própria o que os quatro homens acima tem a nos dizer sobre nós mesmos e sobre quem foi e o que fez Jesus Cristo por nós, apesar da nossa condição original. Mais abaixo, um resumo básico do Evangelho apresentado pelos quatro evangelistas. O Evangelho segundo Mateus (Mt) Autor: Mateus, também chamado Levi, apóstolo de Cristo. Foi um cobrador de impostos conhecido do primeiro século antes de se converter. Número de capítulos: 28 Ano: Aproximadamente 60 d.C. Versículo-chave: Mateus 27.37. Resumo: Mateus escreveu o Evangelho com um propósito e um público-alvo bem específicos.

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Era assunto comum entre os judeus a grande expectativa da vinda do chamado Messias, um homem que supostamente livraria o povo de Israel de todo o seu sofrimento. Quando Jesus apareceu e cumpriu as profecias referentes a este homem, ficou claro que ele era mesmo o Messias! Isso então motivou Mateus a escrever seu Evangelho focando exatamente este ponto: Jesus Cristo é o messias esperado por vocês, judeus! É possível encontrar no livro várias referências diretas a profecias do Antigo Testamento, além da característica marcante de Jesus ser o Rei de um Reino específico e atemporal (eterno). O livro apresenta o maior sermão já pregado em todos os tempos, fundamental para o entendimento e a manutenção de toda a vida cristã: o chamado sermão da montanha, encontrado entre os capítulos 5 e 7. O Evangelho segundo Marcos (Mc) Autor: João Marcos, também chamado Marcos, discípulo de Cristo. Não foi designado apóstolo pertencente ao grupo dos Doze, apesar de ser bastante próximo do apóstolo Pedro. Número de capítulos: 16. Ano: Aproximadamente 50 d.C. Versículo-chave: Marcos 10.45. Análise: Diferentemente do Evangelho segundo Mateus, o livro de Marcos não tem como alvo apresentar Jesus como Rei, mas como aquele que serve. Possui uma característica imediatista, com palavras como “imediatamente” e “logo”, apresentando o Senhor como alguém mais ativo do que discursivo. Marcos tem como público-alvo o povo romano e isso explica o modo como Cristo é apresentado. Esse povo é caracterizado como mais interessado em ações do que em discursos e, apresentando os atos de Jesus, essa característica dos romanos é vista também em Jesus: alguém que fez muito! No livro não são encontrados usos e costumes judaicos, são mostrados poucos discursos de Jesus e apresenta várias palavras especificamente romanas, como “centurião”, “legião” ou “executor”. O Evangelho segundo Lucas (Lc) Autor: Lucas, o médico. À semelhança de Marcos, não foi chamado apóstolo, mesmo sendo próximo do apóstolo Paulo. Também foi responsável pelo livro de Atos.

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Número de capítulos: 24 Ano: Aproximadamente 60 d.C. Versículo-chave: Lucas 19.10. Análise: O Evangelho de Lucas foi escrito para um homem importante da época chamado Teófilo. Compõe o primeiro volume da obra de Lucas, que contém o Evangelho + Atos dos Apóstolos. O enfoque deste livro é apresentar Jesus como o homem perfeito, satisfazendo a ânsia grega na busca por esse indivíduo, logo, seu público alvo era os gregos. Jesus é bastante caracterizado pelas palavras “filho do homem” neste livro. Este, dos 4 livros que apresentam o Evangelho, é o mais detalhado e meticuloso. Traz detalhes sobre o nascimento de Cristo e de seu primo João Batista e narra diversos discursos e parábolas de Jesus. A motivação inicial de Lucas foi, como está escrito no início do livro, desfazer as superstições e histórias falsas que estavam sendo produzidas sobre Jesus. É também possível encontrar diversos detalhes médicos: o suor transformado em sangue de Jesus no Getsêmani, a cura do homem da mão ressequida, o nascimento virginal de Jesus, dentre outros. O Evangelho segundo João (Jo) Autor: João, o discípulo amado. Foi o último apóstolo a morrer e o único que não foi martirizado. Também foi o autor das cartas de I, II e III João e do Apocalipse. Número de capítulos: 21. Ano: Aproximadamente 95 d.C. Versículos-chave: João 20.30 e 31. Análise: O último Evangelho inserido no Novo Testamento é o de João. Jesus é visto como mais espiritual e profundo neste livro. O enfoque principal de João é apresentar Jesus como o Filho de Deus para todos os que creem, logo, não se destina a um povo específico, mas à toda igreja. A divindade de Jesus é um fato notório, aparecendo desde o primeiro versículo do livro. Isso implica que a motivação final é para que creiamos que Jesus de fato existiu e era quem afirmava ser. Este livro se distingue dos três demais livros que apresentam o Evangelho por possuir 93% do seu conteúdo como único, não sendo considerado sinótico, ou seja, tendo a mesma ótica dos outros. É um livro extremamente profundo e traz títulos à Jesus que somente Deus possuía no Antigo Testamento, reafirmando assim Sua divindade. Apresenta milagres, discursos e ações de Jesus não encontrados em Mateus, Marcos e Lucas.

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O livro histórico Atos dos Apóstolos (At) é o único livro histórico do Novo Testamento, ao contrário do Antigo, que possui 12 livros históricos. O foco principal deste livro é contar o que aconteceu depois que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos, mostrando assim a postura e o impacto dos discípulos na cultura ao seu redor. Lembre-se: este é um livro histórico, que narra o que aconteceu historicamente. Sendo assim, possui um texto mais detalhista, incluindo nomes de cidades, descrição de culturas, descrição de rotas marítimas, clima e relevo, dentre outros detalhes de quem viveu o que escreveu. Um detalhe interessante é a mudança no pronome após certos capítulos. Lucas, o autor, passa a se incluir no texto em determinado momento da narrativa, isso torna o livro extremamente confiável por ter sido escrito por uma testemunha ocular. Vamos à sua “ficha técnica”: Autor: Lucas, o médico. Mesmo escritor do Evangelho de Lucas. Número de capítulos: 28 Ano: 64 d.C. Versículo-chave: At 1.8. Tema: A propagação triunfal do Evangelho pelo poder do Espírito Santo. Análise: Atos dos Apóstolos pode ser entendido como um livro de transição e de reação à mensagem de Jesus. Ele narra como os apóstolos obedeceram às diretrizes de Cristo espalhando Sua mensagem. O livro pode ser dividido em três partes: a primeira (indo do primeiro capítulo até o oitavo), tendo Pedro como personagem principal. A motivação e o alvo principal neste primeiro período do livro era pregar a mensagem da cruz para o povo judeu. Na segunda parte, que vai do capítulo 8 até o 12, há uma transição de personagens, não tendo mais Pedro como o principal, mas diversos outros apóstolos e havendo ainda uma transição do alvo da mensagem: não mais apenas o povo judeu, mas os judeus e os gentios ao mesmo tempo. A terceira e última parte (do capítulo 12 até o fim do livro) é focada em Paulo de Tarso e apresenta seu ministério, suas viagens missionárias, suas prisões e seus muitos discursos. Com o enfoque do personagem transferido para Paulo, a mensagem também passa a ser direcionada aos gentios.

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Atos é um livro extremamente importante para os dias de hoje, explicando o modelo correto de ser igreja e do impacto que o Evangelho deve ter em todas as áreas possíveis, desde a cultura em geral até o mais profundo do indivíduo. As cartas de Paulo Paulo, como vimos anteriormente, é o maior teólogo que já existiu. Ele foi o autor de nada menos que 13 cartas inseridas no Novo Testamento, quase metade de todos os documentos reunidos! As cartas paulinas são de um conteúdo valiosíssimo para o Cristianismo, visto que expõe toda a doutrina trazida por Jesus e aplica-as nas igrejas e/ou indivíduos. Cada uma dessas cartas possui um enfoque especial, um assunto particular e quase sempre estão carregadas de doutrinas cristãs fundamentais como a justificação pela fé, a volta de Cristo e o batismo. Como também já dissemos, as cartas podem ser divididas em duas categorias: cartas a indivíduos (dirigidas a pessoas) e cartas a igrejas (dirigidas a comunidades em geral). A carta aos Romanos (Rm) Autor: Paulo, ainda que tenha utilizado os serviços de um escriba chamado Tércio, durante a segunda viagem missionária. Número de capítulos: 16. Ano: Entre 57 e 58 d.C. Versículo-chave: Romanos 1.16 e 17. Tema: A justificação pela fé. Análise: A carta aos Romanos pode, com segurança, ser considerada a espinha dorsal do Novo Testamento. Ela traz em sua essência uma das doutrinas mais importantes para nós: somos salvos (justificados) somente pela fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo. A carta também é recheada com diversas outras doutrinas importantíssimas, passando pela soberania de Deus sobre absolutamente tudo o que acontece na Terra, e indo até diversos conselhos práticos referentes à vida do cristão em obediência (e em gratidão) ao que o Senhor fez. Conceitos importantes (e palavras difíceis) como redenção, propiciação e santificação são explicados na carta. A melhor maneira de conhecê-los e aplicá-los é através de uma atenta leitura dos 16 capítulos.

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A primeira carta aos Coríntios (I Co) Autor: Paulo. Número de capítulos: 16. Ano: 57 d.C. Versículo-chave: I Coríntios 3.16. Tema: Divisões na igreja. Análise: A igreja da cidade de Corinto ficou conhecida no Novo Testamento pela grande e profunda depravação que vivia, mesmo depois de ter sido fundada e discipulada durante 18 meses pelo apóstolo Paulo. Esta carta, talvez uma das mais duras de todo o Novo Testamento, foi escrita a fim de corrigir toda depravação que estava sendo praticada na igreja, apesar de todos os múltiplos dons que apresentava. Paulo é enfático ao dizer que de nada adianta a manifestação dos dons espirituais sem amor e dá conselhos práticos a perguntas sobre ordem, culto, idolatria, liberdade, casamento, dons espirituais, ofertas e sobre a ressurreição. Traz o mais antigo relato da ressurreição de Jesus, no capítulo 15. Esta talvez seja uma das cartas mais relevantes de ser estudada hoje em dia, visto a grande depravação em que a igreja se encontra, apesar de ter todos os recursos que têm. A segunda carta aos Coríntios (II Co) Autor: Paulo. Número de capítulos: 13. Ano: 57 d.C. Versículo-chave: II Coríntios 5.17. Tema: Defesa de Paulo. Análise: I e II Coríntios foram escritas possivelmente no mesmo ano. Algum tempo depois do envio da primeira carta, Tito, um dos homens responsáveis pela igreja de Corinto, retornou trazendo notícias de que a primeira carta havia sido bem recebida, ainda que algumas pessoas da igreja tivessem duvidado da autoridade de Paulo. Paulo então escreve esta carta a fim de defender sua própria autoridade como testemunha ocular da ressurreição de Cristo e, portanto, credenciado para exortar a igreja. Seu tom nessa carta é mais severo e, além de defender sua autoridade apostólica, Paulo ainda se defende por ter fundado a igreja de Corinto e combate os muitos falsos mestres que estavam invadindo a igreja e deturpando o ensino dos apóstolos.

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A carta aos Gálatas (Gl) Autor: Paulo, após a primeira viagem missionária. Número de capítulos: 6. Ano: Entre 57 e 58 d.C. Versículo-chave: Gálatas 5.16. Tema: A liberdade em Cristo Análise: Gálatas, a quarta carta de Paulo inserida em ordem teológica no Novo Testamento, também possui um tom severo. Lendo a carta com atenção é possível perceber o tom. Paulo havia evangelizado os Gálatas, explicando a liberdade que o cristão tem de quaisquer rituais para a salvação. Como bem explicado em Romanos, todos os que creem em Cristo, suficientemente, são justificados pela fé (e pela fé somente). Isso implica que qualquer obra feita não influencia na salvação do homem. Após os gálatas terem aprendido isso, diversos falsos mestres entraram na igreja, ensinando que a salvação depende da obediência dos rituais do Antigo Testamento – e eles começaram a obedecê-los! Então é escrita esta carta, em combate aos falsos ensinos que estavam sendo praticados. Este tema é de vital importância para nós ainda hoje, visto que tendemos a inserir condições, além de Cristo, para que sejamos salvos. A carta ainda traz uma grande pérola para o cristão: o maior termômetro que podemos ter de nossa conduta, os frutos do Espírito em contraposição às obras da carne, encontrado no capítulo 5. A carta aos Efésios (Ef) Autor: Paulo, de dentro da prisão em Roma. Número de capítulos: 5. Ano: 63 d.C. Versículo-chave: Efésios 3.10. Tema: Andando em Cristo Análise: A carta à igreja de Éfeso é considerada a Rainha das Cartas de todo o Novo Testamento, visto ser uma das mais profundas e espirituais do volume. Nessa carta, Paulo trata tanto de doutrina quanto de prática cristã e ela pode ser resumida em alguns pontos: o que o cristão era antes e o que se tornou depois de Cristo, o chamado ministerial e exortações quanto à vida cristã no lar e no trabalho.

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Alguns teólogos afirmam que a carta se concentra em toda a vida cristã, desde o novo nascimento até a maturidade espiritual, com a famosa figura da armadura de Deus encontrada no capítulo 6. Há muita discussão e misticismo com relação aos equipamentos da armadura no fim da carta, entretanto é possível notar com clareza que todas as partes se referem a ter uma atitude de reverência à Palavra de Deus, tanto em defesa de si próprio quanto em “ataque” àqueles que se perdem, a fim de convencê-los do pecado. A carta aos Filipenses (Fp) Autor: Paulo, de dentro da prisão em Roma. Número de capítulos: 4. Ano: 63 d.C. Versículo-chave: Filipenses 1.21. Tema: Serviço com alegria. Análise: Esta é a carta mais afetuosa de Paulo, não trazendo qualquer censura e se concentrando em expressões de amor à igreja de Filipos. A carta está recheada de expressões de louvor pela igreja e os convoca ao regozijo, mesmo em meio às tribulações. Expressões como “regozijaivos”, “contentes” e “paz” são encontradas com frequência. Somente a palavra “alegria” é utilizada 17 vezes em toda a carta. Nesta carta, Paulo se apresenta como “servo” (Fp 1.1), diferentemente das cartas severas, que assina reivindicando sua autoridade apostólica. É notório que Paulo expresse todo esse conteúdo de regozijo estando dentro de uma prisão. Isso nos leva à profunda reflexão de que as circunstâncias nunca devem ditar nosso comportamento ou nossa reação emocional. Há ainda um belo ensinamento sobre o que deve ocupar o pensamento do cristão, dando uma excelente diretriz para perguntas referentes ao que podemos ou não fazer, encontrada no capítulo 4. A carta aos Colossenses (Cl) Autor: Paulo, de dentro da prisão em Roma. Número de capítulos: 4. Ano: 61 d.C. Versículos-chave: Colossenses 1.15 e 16. Tema: Cristo, o cabeça da igreja. Análise: A igreja de Colossos estava profundamente influenciada com a observância de rituais e cerimônias, inclusive adorando anjos. Paulo, ao

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escrever essa carta, concentra-se em apresentar o incomparável caráter de Cristo, impossível de ser igualado ao caráter de qualquer outra pessoa. Há diversos trechos que apontam para a divindade de Jesus, apresentando-O como a imagem do Deus invisível e o sustentador da criação, e por sua exclusiva obra redentora na cruz, recomendando-os e ensinando-os a se absterem totalmente de qualquer fantasia que estivessem praticando. No fim da carta, recomenda o procedimento correto com relação a esposas e maridos, escravos e senhores, filhos e pais. A Primeira carta aos Tessalonicenses (I Ts) Autor: Paulo, durante a segunda viagem missionária. Número de capítulos: 5. Ano: 52 d.C. Versículo-chave: I Tessalonicenses 5.2. Tema: A vinda de Cristo. Análise: A igreja de Tessalônica estava enfrentando momentos difíceis. Muitos crentes estavam desconsolados por conta do falecimento de parentes, alguns outros andavam ociosos e mesmo de forma desordenada, outros estavam tentados a voltar aos vícios pagãos de outrora e, somado a tudo isso, havia perseguição. Paulo, em resposta a um relatório recebido de todas essas condições da igreja, responde escrevendo essa carta que contém louvor aos cristãos pela sua fé, defesa de suas credenciais apostólicas, exortação à pureza moral, ao amor fraternal e ao zelo no trabalho diário. É notório que Paulo ainda ensina que os cristãos estão isentos do juízo final, que acontecerá no Dia do Senhor. A carta termina com uma série de recomendações da vida cotidiana cristã, inclusive com o famoso versículo: “Orai sem cessar” (I Ts 5.17). A Segunda carta aos Tessalonicenses (II Ts) Autor: Paulo, durante a segunda viagem missionária. Número de capítulos: 3. Ano: 53 d.C. Versículo-chave: II Tessalonicenses 3.5. Tema: O Dia do Senhor. Análise: Alguns teólogos afirmam que a segunda carta escrita aos Tessalonicenses foi enviada logo depois das reações à primeira.

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Nessa carta, Paulo rebate um pensamento errado da igreja de Tessalônica sobre o Dia do Senhor: pensavam que as tribulações que estavam sofrendo já eram sinal de que estavam vivendo este dia e, portanto, não haviam sido arrebatados (ou Paulo havia errado no ensino contido na primeira carta). A carta traz louvores ao crescimento dos cristãos tessalonicenses após o recebimento da primeira carta, além de apresentar doutrina, corrigindo os pensamentos referentes ao Dia do Senhor. A Primeira carta a Timóteo (I Tm) Autor: Paulo, após o término do livro de Atos. Número de capítulos: 6. Ano: 64 d.C. Versículo-chave: I Timóteo 4.16. Tema: Procedimento da igreja. Análise: As próximas três cartas (I e II Timóteo e Tito) são consideradas pastorais desde o século XVIII por conterem um ensino mais prático e por serem endereçadas a pessoas e não mais a igrejas. Timóteo, o jovem a quem essa carta foi escrita e um dos filhos na fé do apóstolo Paulo, estava incumbido de pastorear a grande igreja da cidade de Éfeso, porém com pouca experiência para exercer o ministério. Paulo, então, como forma de encorajá-lo, escreveu esta carta. A primeira carta a Timóteo possui grande quantidade de ensinos práticos, como a adoração pública e qualificações dos líderes da igreja, além de conselhos sobre a defesa da doutrina bíblica contra o ensino dos falsos mestres. Se caracteriza por uma carta bastante pessoal e encorajadora que acaba por evidenciar a principal característica do cristão: a piedade. A Segunda carta a Timóteo (II Tm) Autor: Paulo, de dentro da prisão, de onde saiu somente para o martírio. Número de capítulos: 4. Ano: 67 d.C. Versículo-chave: II Timóteo 2.3. Tema: Despedida de Paulo. Análise: Esta é, cronologicamente falando, a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. Possui um tom profundamente triste em vista das

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circunstâncias pelo que estava passando: preso em Roma, aguardando seu martírio e abandonado por quase todos os amigos. Paulo ansiava pela vinda de Timóteo para uma visita, pois, ainda que estivesse esperando amparo de algumas pessoas, se importava com o ministério do jovem. A carta possui diversos apelos e quatro incumbências específicas a Timóteo, que se referem à sua vida pessoal como ministro. Uma leitura atenta revela o estado de espírito que Paulo apresentava pouco antes de sua morte, seus pedidos e angústias de dentro da prisão. A carta a Tito (Tt) Autor: Paulo, na Macedônia, provavelmente no mesmo tempo que escreveu I Timóteo. Número de capítulos: 4. Ano: 64 d.C. Versículo-chave: Tito 3.8. Tema: Ordem na igreja. Análise: Tito, presbítero da igreja situada na ilha de Creta, ao sul da Grécia, era outro filho na fé do apóstolo Paulo. Paulo oferece nesta carta diversas orientações gerais que norteariam Tito na condução da igreja de Creta, incluindo a instalação de uma liderança de anciãos qualificados, o tratamento de influências prejudiciais como o legalismo e a tendência de transformar tudo em mito. A carta também possui doutrina para corroborar os conselhos: a necessária relevância da graça salvadora de Deus em Cristo para o comportamento cristão e um testemunho próprio da obra de Deus em sua vida como forma de encorajar a transformação de qualquer pessoa. O fim da carta traz duas solicitações de Paulo à Tito. A carta a Filemom (Fm) Autor: Paulo. Número de capítulos: 1. Ano: 61 d.C. Versículo-chave: Filemom 10. Tema: Filemom. Análise: Esta curta carta centraliza-se em um episódio da história de Onésimo e Filemom, sendo endereçada a este último. Onésimo, escravo de Filemom, havia cometido furto e fugido para Roma onde, possivelmente, se converteu a Cristo, depois de evangelizado

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por Paulo. Paulo então o enviou de volta ao seu senhor com esta carta de recomendação. A carta é um pedido para que Filemom recebesse de volta, com boa vontade, seu escravo arrependido e convertido. O próprio Paulo oferece pagamento de qualquer prejuízo que Onésimo tenha causado e ainda diz que a relação dos dois não seria mais de escravo-senhor, mas de irmãos em Cristo. Todo o texto é uma excelente analogia do relato evangélico da redenção.

Romanos

Efésios

I Timóteo

I Coríntios

Colossenses

II Timóteo

II Coríntios

I Tessalonicenses

Tito

Gálatas

II Tessalonicenses

Filemom

Cartas a igrejas

Cartas a pessoas

As cartas gerais As próximas cartas inseridas no Novo Testamento, são de autoria de alguns outros apóstolos de Cristo, não mais sendo escritas por Paulo de Tarso. Autores como Tiago, João e Pedro também foram inspirados por Deus para escrever em Seu nome. A carta aos Hebreus (Hb) Autor: Desconhecido. Número de capítulos: 13. Ano: 65 d.C. Versículo-chave: Hebreus 8.13. Tema: A supremacia de Cristo. Análise: Esta é a única carta que não sabemos quem foi o autor. Muitos a atribuem à Paulo, mas todo o estilo de escrita e a ausência de assinatura como em outras cartas colocam em dúvida esta posição.

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Hebreus é uma carta profundamente enraizada no paralelo entre Cristo, o mediador da nova aliança, e os rituais presentes no Antigo Testamento. Desde o início há a comparação do modo como Deus falou outrora, e o modo como Deus falou definitivamente através de Jesus, sua revelação final. A carta é taxativa ao afirmar a supremacia que Cristo possui sobre tudo: anjos, rituais, Moisés e os antigos sacerdotes. O autor de Hebreus estava profundamente interessado em contrapor a obra da cruz com todo o cerimonial realizado pelo povo de Israel no Antigo Testamento, afirmando categoricamente que Jesus, de fato, cumpriu toda a justiça e que tudo aquilo que outrora o povo fazia era apenas sombra, não havendo mais necessidade alguma. É uma carta dirigida ao povo judeu, trazendo vários termos tirados da Antiga Aliança. A carta de Tiago (Tg) Autor: Tiago, irmão de Jesus. Número de capítulos: 5. Ano: 45 d.C. Versículo-chave: Tiago 2.18. Tema: Provas de uma fé genuína. Análise: Tiago, o primeiro meio irmão de Jesus a escrever, apresenta em sua carta um estilo muito parecido com a literatura judaica antiga, ainda que a carta seja profundamente cristã. Esta carta centraliza-se na questão prática da fé cristã e tem como premissa a “religião pura”: a religião que é testada pelas provas e tentações dos fiéis. Tiago é categórico ao dizer que de nada adianta uma fé que não é evidenciada por obras, ensinando que, ainda que o homem seja salvo pela fé, esta fé deve ser comprovada com as obras. Possui dezenas de mandamentos e um ritmo claramente prático (dos 108 versículos da carta, 54 são mandamentos!), contraponto uma fé inerte com uma fé operante e dizendo taxativamente que uma fé inerte é uma fé morta. Há muita gente que contrapõe Tiago com Romanos, a fim de desacreditar as duas cartas, colocando-as como contraditórias. A solução está no assunto central: o homem é salvo pela fé (Romanos) para fazer boas obras (Tiago).

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A Primeira carta de Pedro (I Pe) Autor: Pedro, o apóstolo. Número de capítulos: 5. Ano: 64 d.C. Versículo-chave: I Pedro 3.15. Tema: Sofrimento e consolação. Análise: Esta carta foi escrita aos cristãos da Ásia Menor a fim de estimulá-los a uma exultante alegria em face da perseguição. Assuntos como santidade diante do Senhor, como viver bem em um mundo perverso, a identidade de pedras vivas dos cristãos e perseverança em meio às perseguições são alguns dos muitos assuntos tratados nesta primeira carta de Pedro. Pedro enviou esta carta pastoral a fim de confirmar o seu rebanho na consoladora esperança da vinda do Espírito Santo. Através dos capítulos, é possível perceber a presença de João Marcos, autor do segundo livro do Novo Testamento, fato que leva alguns teólogos a afirmar que Pedro o influenciou e o auxiliou na escrita do Evangelho. A Segunda carta de Pedro (II Pe) Autor: Pedro, o apóstolo. Número de capítulos: 3. Ano: 67 d.C. Versículos-chave: II Pedro 1.3 a 5. Tema: Combate aos falsos mestres. Análise: Esta é uma carta diferente das outras do Novo Testamento: não se dirige nem a pessoas e tampouco a igrejas específicas. Trata-se de uma carta aos cristãos em geral. Enquanto a primeira carta trata da esperança em face do sofrimento, esta segunda encoraja os cristãos a serem fieis em face da falsidade. Há advertências contra os falsos mestres que tentam substituir a Palavra de Deus por preceitos de homens e termina com a certeza da volta de Cristo. Em determinada altura da carta é possível perceber Pedro fazendo referência ao apóstolo Paulo e as suas cartas (3.16,17). Há ainda o ensinamento de que o que estava sendo escrito era inspirado pelo próprio Deus e que apenas o Espírito Santo poderia prover a interpretação correta (1.20,21).

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A Primeira carta de João (I Jo) Autor: João, o discípulo amado. Número de capítulos: 5. Ano: 95 d.C. Versículo-chave: I João 4.4. Tema: Comunhão e confiança. Análise: O apóstolo João escreveu esta carta a uma igreja que se defrontava com uma heresia muito popular nos tempos do Novo Testamento: o gnosticismo. De forma resumida, o gnosticismo era o ensino de que havia ensinos secretos necessários aos cristãos para obter bençãos especiais ou até mesmo a salvação. A primeira carta de João aborda temas vitais como a justiça, o amor e o conhecimento certo e necessário para a vida cristã. É um texto profundo que se assemelha bastante com o estilo de escrita do Evangelho de João. João, nesta carta, se revela primariamente preocupado com a qualidade de vida cristã dos seus leitores e os adverte a cultivar um relacionamento sincero com o Senhor, através do conhecimento correto das doutrinas cristãs em detrimento do gnosticismo. A Segunda carta de João (II Jo) Autor: João, o discípulo amado. Número de capítulos: 1. Ano: 95 d.C. Versículo-chave: II João 2. Análise: Esta segunda carta escrita pelo apóstolo João tem como alvo advertir uma certa mulher contra a comunhão indiscriminada com os incrédulos. Alguns teólogos afirmam que a mulher desta epístola é uma analogia para uma igreja. As ideias principais desta carta são as seguintes: amor, verdade e obediência, que parcialmente se completam, ou seja, a obediência sem amor é servil e o amor sem a obediência é irreal. Ambos sem a verdade não podem existir. As palavras “amor” e “verdade” curiosamente aparecem na mesma quantidade na carta: cinco vezes. A Terceira carta de João (III Jo) Autor: João, o discípulo amado. Número de capítulos: 1.

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Ano: 95 d.C. Versículo-chave: III João 8. Análise: O propósito da última carta de João inserida no Novo Testamento é o louvor a Gaio, um cristão rico e hospitaleiro que ajudava pregadores itinerantes, participando assim de sua obra missionária. Há também a referência a um homem chamado Diótrefes que exercia a primazia e resistia ao ensino dos apóstolos. João tenciona visitar a igreja para tirar a história a limpo e corrigi-lo pessoalmente. A carta de Judas (Jd) Autor: Judas, irmão de Jesus. Número de capítulos: 1. Ano: 67 d.C. Versículo-chave: Judas 24. Tema: Batalha pela fé. Análise: Não confunda o autor dessa carta com o homem que traiu Jesus, são pessoas diferentes. Judas era um nome comum na época dos apóstolos e este não tem por sobrenome Iscariotes. Esta carta, à semelhança de II Pedro, possui um caráter universal: é endereçada aos cristãos de toda parte. Foi escrita para motivar os cristãos a defender a pureza da doutrina e da vida cristã diante dos constantes ataques dos falsos mestres. Há muitos ensinos espirituais na carta, inclusive sobre acontecimentos dos últimos tempos. Há também uma citação do livro apócrifo de Enoque com referência à segunda vinda de Cristo, não presente no Antigo Testamento, mas utilizado por alguns segmentos do povo judeu. A carta termina com uma doxologia, palavras que expressam louvor e glória a Deus, bastante apropriada para os que sofrem sob pesada tentação. O livro profético Diferentemente do Antigo Testamento, que possui inúmeros livros proféticos, o único do Novo é o que chamamos de Apocalipse. A palavra que nomeia o livro é grega e significa “revelação”. Trata-se talvez do livro mais curioso e de difícil interpretação do Novo Testamento. Muita gente tende a distorcer suas palavras a fim de firmar diversas doutrinas estranhas às outras cartas. Apocalipse foi usado como respaldo, por conta de seus inúmeros símbolos e analogias, por diversas seitas ao longo do tempo a fim se ensinar heresias aos cristãos.

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A melhor abordagem sempre, para a interpretação deste e de qualquer outro livro da Bíblia, é deixar que ele se interprete. Esta é chamada de “a regra de ouro” da teologia. Autor: João, o discípulo amado, enquanto esteve exilado na Ilha de Patmos. Número de capítulos: 22. Ano: 96 d.C. Versículo-chave: Apocalipse 1.7. Tema: Consumação. Análise: Este livro contém uma literatura profundamente simbólica e cheia de analogias com referências diretas a figuras do Antigo Testamento. Há aproximadamente 285 referências diretas! Sua estrutura se funda sobre quatro grandes visões, contendo um aspecto da pessoa de Cristo e Sua suprema capacidade, como juiz do mundo. Cada uma das visões aparece numa cena diferente e cada qual avança mais um passo no desenvolvimento da ideia central do livro: apresentar a pessoa do Senhor Jesus Cristo como o Redentor do mundo e o conquistar do mal. Várias linhas de interpretação foram apresentadas ao longo do tempo, cada qual diferindo em questões periféricas, mas concordando em ideias centrais: Jesus vai voltar, vai julgar vivos e mortos, haverá ressurreição dos mortos, Satanás será julgado e condenado, e haverá um período de paz e prosperidade. Todas as linhas teológicas concordam nestes pontos. Em suma, o livro de Apocalipse deve ser lido, não para especulação sobre o futuro, mas para que se entenda mais profundamente a “revelação de Jesus Cristo” (v.1).

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Unidade 5 – Conclusão Plano de leitura do Novo Testamento em seis meses Semana 1 ( ) Marcos 1 ( ) Marcos 2 e 3 ( ) Marcos 4 ( ) Marcos 5 ( ) Marcos 6 ( ) Marcos 7 ( ) Marcos 8 Semana 5 ( ) Mateus 22 e 23 ( ) Mateus 24 e 25 ( ) Mateus 26 ( ) Mateus 27 e 28 ( ) Lucas 1 ( ) Lucas 2 ( ) Lucas 3 Semana 9 ( ) Atos 5 e 6 ( ) Atos 7 ( ) Atos 8 ( ) Atos 9 ( ) Atos 10 ( ) Atos 11 e 12 ( ) Atos 13 Semana 13 ( ) Romanos 12 ( ) Romanos 13 ( ) Romanos 14 ( ) Romanos 15 e 16 ( ) I Coríntios 1 e 2 ( ) I Coríntios 3 e 4 ( ) I Coríntios 5 e 6 Semana 17 ( ) Colossenses 3 e 4 ( ) I Tessalon. 1 a 3 ( ) I Tessalon. 4 e 5 ( ) II Tessalonicenses ( ) I Timóteo 1 a 3 ( ) I Timóteo 4 a 6 ( ) II Timóteo 1 e 2 Semana 21 ( ) II João ( ) Judas ( ) Apocalipse 1 e 2 ( ) Apocalipse 3 e 4 ( ) Apocalipse 5 a 7 ( ) Apocalipse 8 a 10 ( ) Apocalipse 11 a 13

Semana 2 ( ) Marcos 9 ( ) Marcos 10 e 11 ( ) Marcos 12 ( ) Marcos 13 ( ) Marcos 14 ( ) Marcos 15 e 16 ( ) Mateus 1 e 2 Semana 6 ( ) Lucas 4 ( ) Lucas 5 e 6 ( ) Lucas 7 ( ) Lucas 8 ( ) Lucas 9 ( ) Lucas 10 ( ) Lucas 11 Semana 10: ( ) Atos 14 e 15 ( ) Atos 16 ( ) Atos 17 ( ) Atos 18 e 19 ( ) Atos 20 ( ) Atos 21 ( ) Atos 22 e 23

Semana 3 ( ) Mateus 3 e 4 ( ) Mateus 5 ( ) Mateus 6 e 7 ( ) Mateus 8 ( ) Mateus 9 e 10 ( ) Mateus 11 ( ) Mateus 12 Semana 7 ( ) Lucas 12 ( ) Lucas 13 ( ) Lucas 14 e 15 ( ) Lucas 16 ( ) Lucas 17 e 18 ( ) Lucas 19 ( ) Lucas 20 Semana 11 ( ) Atos 24 e 25 ( ) Atos 26 ( ) Atos 27 e 28 ( ) Romanos 1 ( ) Romanos 2 ( ) Romanos 3 ( ) Romanos 4

Semana 14 ( ) I Coríntios 7 e 8 ( ) I Coríntios 9 e 10 ( ) I Coríntios 11 e 12 ( ) I Coríntios 13 e 14 ( ) I Coríntios 15 ( ) I Coríntios 16 ( ) II Coríntios 1 e 2 Semana 18 ( ) II Timóteo 3 e 4 ( ) Tito ( ) Filemom ( ) Hebreus 1 e 2 ( ) Hebreus 3 e 4 ( ) Hebreus 5 e 6 ( ) Hebreus 7 e 8 Semana 22 ( ) Apocalipse 14 a 16 ( ) Apocalipse 17 e 18 ( ) Apocalipse 19 e 20 ( ) Apocalipse 21 e 22 ( ) João 1 ( ) João 2 e 3 ( ) João 4

Semana 15 ( ) II Coríntios 3 e 4 ( ) II Coríntios 5 e 6 ( ) II Coríntios 7 a 9 ( ) II Coríntios 10 e 11 ( ) II Coríntios 12 e 13 ( ) Gálatas 1 e 2 ( ) Gálatas 3 e 4 Semana 19 ( ) Hebreus 9 e 10 ( ) Hebreus 11 ( ) Hebreus 12 e 13 ( ) Tiago 1 ( ) Tiago 2 e 3 ( ) Tiago 4 e 5 ( ) I Pedro 1 Semana 23 ( ) João 5 ( ) João 6 ( ) João 7 ( ) João 8 ( ) João 9 e 10 ( ) João 11 ( ) João 12

Semana 4 ( ) Mateus 13 ( ) Mateus 14 ( ) Mateus 15 e 16 ( ) Mateus 17 ( ) Mateus 18 e 19 ( ) Mateus 20 ( ) Mateus 21 Semana 8 ( ) Lucas 21 ( ) Lucas 22 ( ) Lucas 23 ( ) Lucas 24 ( ) Atos 1 ( ) Atos 2 e 3 ( ) Atos 4 Semana 12 ( ) Romanos 5 ( ) Romanos 6 ( ) Romanos 7 ( ) Romanos 8 ( ) Romanos 9 ( ) Romanos 10 ( ) Romanos 11 Semana 16 ( ) Gálatas 5 e 6 ( ) Efésios 1 e 2 ( ) Efésios 3 e 4 ( ) Efésios 5 e 6 ( ) Filipenses 1 e 2 ( ) Filipenses 3 e 4 ( ) Colossenses 1 e 2 Semana 20 ( ) I Pedro 2 e 3 ( ) I Pedro 4 e 5 ( ) II Pedro ( ) I João 1 e 2 ( ) I João 3 e 4 ( ) I João 5 ( ) II João Semana 24 ( ) João 13 ( ) João 14 e 15 ( ) João 16 ( ) João 17 e 18 ( ) João 19 ( ) João 20 ( ) João 21

* Disponível em <http://www.itacuruca.org.br/itajovens/files/PDFs/novotestamento.pdf>

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Conclusão Bem, finalmente terminamos a capa. De tudo o que foi dito, isto é somente a introdução. A parte boa vem agora, com sua leitura, meditação e empenho no aprendizado do Novo Testamento. Oramos para que este material venha de encontro ao coração de cada um dos leitores, a fim de abrir as portas para o entendimento do maior patrimônio que a humanidade possui: a Palavra de Deus. Lembre-se: quanto maior for sua disposição em aprender a Bíblia, mais compreensão sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o Senhor você terá. Que o Espírito Santo venha guiar a cada um de nós ao “... pleno conhecimento da verdade” (II Tm 2.4b). Soli Deo Gloria, Glória somente a Deus Leandro Duarte

Referências Bibliográficas Bíblia Shedd – Almeida Revista e Atualizada – Comentário Dr. Russell Shedd Bíblia em ordem cronológica – Nova Versão Internacional Panorama Bíblico do Novo Testamento – Flávio Oliveira

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