Apostila de Introdução ao AT TPT

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INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO

Prof.º Lucas roberto Desenvolvedores: LEANDRO DUARTE, Lucas Roberto e Guilherme julio Revisão: Josué Melo

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Sumário Unidade 1 – Introdução ............................................................... 01 - Por que estudar o Antigo Testamento? - As alianças de Deus e a relação entre os Testamentos - O mundo do Antigo Testamento Unidade 2 – Panorama do Antigo Testamento ......................... 04 - O que compõe o Antigo Testamento? - Quem foram os israelitas? - Alguns personagens importantes

Unidade 3 – A Cronologia do Antigo Testamento ....................15 Unidade 4 – Os livros do Antigo Testamento ........................... 21 -

O Pentateuco Os livros históricos Os livros poéticos Os profetas maiores Os profetas menores

Unidade 5 – Conclusão .......................................................... 63 - O Plano de leitura do Antigo Testamento em seis meses - Conclusão - Referências bibliográficas



Unidade 1 – Introdução Talvez o Antigo Testamento seja uma das coleções de documentos mais antigas de que temos notícia. Trata-se da primeira parte do livro que chamamos de Bíblia Sagrada e é responsável pelo desdobramento das três maiores religiões do mundo: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. Todas as três religiões concordam em um ponto: o Antigo Testamento é a palavra de Deus inspirada e isso gera uma pergunta um pouquinho mais profunda: é o Antigo Testamento digno de que eu o leia? E a resposta para ela é um categórico e enfático: Sim! Dado que somos todos seres mortais, é extremamente prudente conhecer o único Ser Eterno, e a melhor forma de conhecê-Lo é lendo e estudando o livro que Ele próprio inspirou, composto do Antigo e do Novo Testamento. Esta apostila é apenas uma ligeira introdução à primeira porção da Bíblia e não substitui um estudo e uma leitura aprofundada dos documentos em questão. Oramos para que este material traga luz e compreensão ao tema mais importante que você irá estudar em toda a sua vida: a Palavra de Deus! Por que estudar o Antigo Testamento? Em termos de literatura, história e religião, o Antigo Testamento é o mais aclamado de todos os escritos. É dele que judeus, muçulmanos e cristãos extraem seus princípios. Ele continua a atrair e a desafiar os mais talentosos estudiosos e a satisfazer as necessidades, até mesmo, das camadas mais humildes. No cristianismo contemporâneo, o Antigo Testamento é mais negligenciado que o Novo. Devido à proeminência da lei no Antigo Testamento e à mensagem do evangelho no Novo, os leitores nem sempre entendem claramente que, no decorrer da história, Deus tem manifestado sua graça de muitas maneiras. Os que descrevem o Deus do Antigo Testamento como um Deus irado e julgador e pensam no Deus do Novo Testamento como a fonte do amor não devem ignorar o fato de Moisés (Dt 4 – 6), Jeremias (9:23, 24) e outros autores do Antigo Testamento já o terem revelado como um Deus de amor e justiça. O apóstolo Paulo, homem profundamente versado no Antigo Testamento, chamou-o de “Pai das misericórdias” (2Co 1:3). O Antigo Testamento apresenta o pano de fundo histórico com base no qual somos capazes de compreender o Novo. Isso se torna aparente diante do fato de o Novo Testamento conter mais de 600 referências ou alusões ao Antigo. Jesus e os apóstolos, constantemente, se referiam ao Antigo Testamento em seus ensinos. Paulo o usava com grande eficiência ao visitar as sinagogas, persuadindo os judeus a crerem que Jesus era o Cristo (At

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17:3, 11-13; 18:5, entre outros). Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus permanece o mesmo, bem como permanece a mesma a natureza humana. Quando estudamos o relacionamento entre a humanidade e o Criador, esse conhecimento serve para nos guiar em nossa caminhada cristã e nos levar a uma reação adequada de fé e obediência. As alianças de Deus e a relação entre os Testamentos A Bíblia afirma que Deus fez três alianças e a compreensão delas nos ajudará a compreender a relação entre o Antigo e o Novo Testamento. A primeira aliança feita por Deus (Pai) foi uma aliança com o Filho, a segunda pessoa da Trindade, na eternidade, antes de Deus ter criado algo, onde apenas a Trindade existia suficiente e deleitando em si mesma. A aliança consistia em delegar ao Filho a glória de toda a criação, mediante seu sacrifício na cruz, o qual compraria para si povos de toda a língua, tribo e nação (Ap 5:9). Por isso, Apocalipse chama o “livro da vida” também de “livro do cordeiro que foi morto desde (ou antes) da fundação do mundo” (Ap 13:8). A segunda aliança foi feita com Adão ao criá-lo, essa foi uma aliança de obras, na qual ele deveria obedecer a lei de Deus e não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:17). Como Adão quebrou essa aliança, Deus instituiu a terceira aliança. A terceira aliança é conhecida como aliança da graça, a qual é totalmente unilateral, Deus dá as condições e Ele mesmo providencia o cumprimento delas, pois a humanidade foi corrompida pelo pecado, de forma que está impossibilitada de cumprir as ordens de Deus. Portanto Deus promete a vinda do redentor (Gn 3:15). Veja então que é errado pensarmos que o Antigo Testamento é Lei e o Novo é Graça. Ambos são graça (pelo menos a partir de Gn 3:15). Foi graça de Deus a humanidade não ter sido extinta na morte instantânea de Adão e Eva, como fora advertido por Deus. Portanto, as leis que temos no AT são expressões da graça de Deus, parte delas foram cumpridas em Jesus (leis cerimoniais) e outra parte ainda está em voga (leis morais). O Antigo e o Novo Testamento não se anulam, mas expõe o desenrolar da história da redenção humana. Por isso, o Antigo Testamento é tão importante quanto o Novo, e um não pode ser compreendido plenamente sem o outro. O mundo do Antigo Testamento A história da nação israelita desenvolveu-se em um contexto geográfico específico. Por essa razão, a Bíblia leva a sério a geografia e registra acontecimentos reais ocorridos no tempo e no espaço. A Bíblia não é uma passagem secreta que leva a uma história fictícia como "As crônicas

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de Nárnia" de C. S. Lewis. No entanto, não é simplesmente uma coleção de registros antigos. Também não tenciona ser um jornal ou manual topográfico como a arqueologia e a geografia, por exemplo, que expande nosso conhecimento do ambiente das narrativas bíblicas e enriquece nossa compreensão de certos textos do AT. O mundo físico do AT era o Oriente Próximo Antigo, conhecido atualmente por Oriente Médio ou, às vezes, sudoeste da Ásia. As narrativas do AT abrangem a região da Mesopotâmia a leste, Ásia Menor ou Anatólia ao norte, a região siro-palestina e Egito a oeste, e a península arábica ao sul. Os atuais Irã e Iraque ocupam a maior parte da antiga Mesopotâmia, enquanto a Ásia Menor hoje é denominada Turquia, e a Arábia Saudita controla a maior parte da península arábica. Quase 4/5 da história do AT ocorre na área siro-palestina na costa leste do Mediterrâneo. Esse território, nos dias de hoje, inclui Síria, Líbano, Jordânia e Israel. Mesopotâmia: O norte da Mesopotâmia foi o lugar originário dos israelitas, pois os patriarcas hebreus viveram na região de Harã em PadãArã entre o Tigre e Eufrates. Ásia Menor/Anatólia: É uma região montanhosa; com solo rico e clima mediterrâneo a oeste e sul. Um planalto central árido e estéril com montanhas altas a leste, próximas à Armênia. A riqueza de minérios nas cadeias montanhosas centrais fornecia aos habitantes recursos para comércio com o restante do Antigo Oriente Médio. Região Siro-palestina: Constitui a ligação terrestre entre os continentes da África e da Ásia. Os arameus ocuparam as regiões inferiores siro-fenícia durante o período do AT. A região da palestina, ou Canaã, era a terra prometida pela aliança aos hebreus. Egito: O Egito antigo era dividido em reino do Alto Egito (ao longo da estreita faixa do vale do rio Nilo ao sul) e reino do baixo Egito (basicamente a área do delta ao norte). Península Arábica: É um planalto enorme. A terra é, em grande parte, desértica, dunas de areia e campos de lava cercados por orlas marítimas relativamente férteis. A península é dividida em três regiões: 1) O nordeste chamado Arábia de Petra. 2) O deserto da Arábia ao norte e na região central. 3) A faixa litorânea sul chamada Arábia afortunada. Palestina: Recebeu este nome por causa dos filisteus que se instalaram ao longo da costa do Mediterrâneo por volta de 1300 a 1200 a.C. Antes das migrações filisteias, a região chamava-se Canaã. Esse termo significava “terra da púrpura” e, provavelmente, originou-se da tintura produzida por moluscos muricídeos encontrados em abundancia ao longo da costa.

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Unidade 2 – Panorama do Antigo Testamento Imagine um pássaro sobrevoando o lugar onde você está agora. Talvez você esteja lendo essa apostila em um lugar fechado como uma sala de aula, ou esteja em um lugar aberto como um parque. Imagine o que esse pássaro vê. Certamente o pássaro possui uma visão relativamente simples, mas que abrange todo o local. É possível que este pássaro saiba onde estão as montanhas, os rios, as árvores, mas não onde você está e tampouco outros detalhes como onde estão escondidos os animais noturnos ou os ninhos de outros pássaros. Para que ele consiga enxergar tais coisas, é preciso que ele desça do alto e se aproxime da terra. Bem, esta comparação é só uma forma de mostrar que o pássaro possui uma visão panorâmica de todo o lugar, ou seja, consegue perceber o todo, mas não os detalhes que o compõe. Da mesma forma que o pássaro, para que passemos para os detalhes do Antigo Testamento, a melhor forma é entender o seu todo. O que compõe o Antigo Testamento? Qual é a sua mensagem principal? Quantos livros estão incluídos nele? Afinal de contas, quem foi Moisés? E Davi? Vamos abordar todas estas perguntas mais adiante. Semelhantemente ao nosso pássaro do início, estaremos somente “olhando por cima”. Para mais detalhes, a melhor opção (e o encorajamos a fazer isso) é comprovar tudo o que estamos dizendo através de uma leitura atenta do Antigo Testamento. O que compõe o Antigo Testamento? A primeira impressão que temos ao abrir a Bíblia é que se trata de um livro corrido, escrito por um só autor e dividido em capítulos, como qualquer outro livro. Nada mais longe da verdade. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são compilações de livros e cartas antigas. O Antigo Testamento, diferentemente do Novo, não traz nenhuma carta, sendo composto ao todo por 39 livros diferentes. Originalmente, estes 39 livros não eram livros da forma como os conhecemos. Tratava-se de rolos de couro de animais, os quais eram escritos, copiados e guardados formando assim diversos documentos soltos que posteriormente foram reunidos e, enfim, formaram o que chamamos de Antigo Testamento. Para estudo, os 39 livros são divididos, semelhantemente ao Novo Testamento, em 5 categorias diferentes, que serão melhor explicadas mais adiante. São elas: o Pentateuco, livros históricos, livros poéticos, profetas menores e profetas maiores. Vejamos, resumidamente, na tabela abaixo:

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Nome

Pentateuco

Livros Históricos

Autor

Abreviação

Gênesis

Gn

Êxodo

Ex

Levítico

Moisés

Lv

Números

Nm

Deuteronômio

Dt

Josué

Josué*

Js

Juízes

Samuel*

Jz

Rute

Desconhecido

Rt

I Samuel II Samuel I Reis

Samuel, Natã e Gade

I Sm II Sm I Rs

II Reis

I Crônicas II Crônicas

Desconhecido

Esdras*

II Rs

I Cr II Cr

Assunto principal A criação do mundo e o início da história humana. Libertação da nação de Israel do Egito. Início das ordenanças à Israel. Inclui um recenseamento e outras Leis. Período final de Israel no deserto. Repetição da Lei. História do povo de Israel conquistando a terra de Canaã. Período dos juízes como governantes. História de Rute e sua sogra Noemi. Início do reinado em Israel. Continuação do período dos reis em Israel, inclusive após a divisão da nação até o cativeiro da Babilônia. Cobre a mesma história dos

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Livros Poéticos

Profetas Maiores

Esdras

Esdras*

Ed

Neemias

Esdras*

Ne

Ester

Mordecai*

Et

Desconhecido

Salmos

Vários autores

Sl

Provérbios

Salomão*

Pv

Eclesiastes

Salomão*

Ec

Cantares

Salomão*

Ct

Isaías

Isaías

Is

livros de Samuel e Reis, mas de outro ponto de vista. História entre a libertação do cativeiro da Babilônia e a chegada do autor a Jerusalém. História de Neemias, sobre a reconstrução de Jerusalém. História dos judeus no reino persa. A história de um homem bom e reto que passa por uma severa provação. Coleção de orações e cânticos. Conjunto de conselhos práticos para a vida cotidiana. Conjunto de reflexões acerca da vida “debaixo do sol”. Poema romântico sobre a vida de um casal. Chamado de “o profeta evangélico”,

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Jeremias

Jr

Jeremias

Lamentações

Profetas Menores

Lm

Ezequiel

Ezequiel

Ez

Daniel

Daniel

Dn

Oséias

Oséias

Os

este livro apresenta a mais completa e clara exposição do Evangelho de Cristo no AT. É possível encontrar um retrato da decadência moral de Israel, além de fatos sobre a vida do próprio Jeremias e diversas profecias. O autor expressa sua inconsolável tristeza por causa da agonia e da angústia da cidade de Judá. Registra a atividade do profeta durante o exílio dos judeus na Babilônia. Registro de diversas visões recebidas por Daniel durante o exílio na Babilônia. Trata primordialmente da questão de pecado sem arrependimento em Israel.

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Joel

Joel

Jl

Amós

Amós

Am

Obadias

Obadias

Ob

Jonas

Jonas

Jn

Miqueias

Miqueias

Mq

Naum

Naum

Na

Habacuque

Habacuque

Hc

Reflexões acerca do juízo de Deus e do Dia do Senhor. Deus virá em juízo contra as nações e em especial Judá e Israel, mas o messias virá se assentar no trono de Davi. Alertas contra Edom e a restauração de Israel. Soberania de Deus na salvação. Deus é justo. Seu povo será punido por causa de suas transgressões. Deus também é gracioso e fiel ao Seu pacto, Seu povo (remanescente) será redimido e restaurado. A destruição de Nínive, a capital do cruel Império Assírio. Foi feita a capital por Senaqueribe. Mesmo neste mundo caído Deus está ainda no controle dos

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Sofonias

Sofonias

Sf

Ageu

Ageu

Ag

Zacarias

Zacarias

Zc

eventos. Ele usa o mal para seus propósitos. O mal será destruído. O povo de Deus deve exercitar fé no meio de dias maus. A fé não deve estar vinculada a circunstâncias correntes. A invasão se aproxima de Judá por causa da idolatria desenfreada em Jerusalém que foi iniciada por Manassés. Reconstrução do Segundo Templo que tinha sido negligenciada vários anos antes. As promessas de Deus de imediatas bênçãos físicas e futuras bênçãos messiânicas estão vinculadas à reconstrução do Templo. Encorajamento dos judeus regressos para

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Malaquias

Malaquias

Ml

reconstruírem o Templo. O Templo tinha sido negligenciando por vários anos. Profecias sobre a vinda de Jesus. O amor de Deus pelo seu povo. Mensagem de esperança, o messias virá em socorro.

* Há controvérsias sobre este(s) ser(em) o(s) verdadeiro(s) autor(es).

O Antigo Testamento possui uma abrangência de período de tempo muito maior que o Novo Testamento, passando, de acordo com alguns eruditos por mais de 4000 anos de história. Outros teólogos afirmam que este período é muito maior! É claro, entretanto, que os 39 livros não se propõem a narrar todo esse tempo de forma exaustiva, mas se focam na vida de alguns homens e mulheres que tiveram relação direta com Deus ou com o povo de Israel, que é o centro da narrativa. Estes livros, à semelhança do Novo Testamento, não estão dispostos em ordem cronológica, nem em ordem de “publicação”, por assim dizer. Isso significa dizer que, possivelmente, o primeiro livro escrito do Antigo Testamento não foi, de fato, Gênesis, mas Jó; ainda que aquele narre a criação do mundo e o primeiro casal a habitar na Terra. Mais à frente, nessa mesma apostila, iremos nos aprofundar na cronologia do Antigo Testamento. Quem foram os Israelitas? É impossível compreender bem o Antigo Testamento sem entender quem foi o povo de Israel, inclusive, todos os 39 livros possuem como uma de suas temáticas centrais a história desse povo. Falando, biblicamente, há dois tipos de Israelitas: os da etnia hebréia e os da religião judaica. Aqueles que se encontram na primeira categoria, são os descendentes de um homem chamado Jacó, que aparece já no primeiro livro do Antigo Testamento. Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão, se constituiu como pai da nação de Israel. Para entendermos melhor esta questão, é necessário

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mergulhar um pouquinho mais na história destes homens, começando pelo patriarca Abraão. Abraão, talvez uma das figuras mais ilustres para o povo judeu, foi um homem que teve profundo relacionamento com Deus após ser chamado para sair de sua terra, deixando seus parentes. Recebeu grandes promessas para sua descendência, em especial para o filho que Sara, sua esposa estéril, geraria. O fato notório é que a esterilidade de Sara durou até seus 90 anos, quando engravidou de Abraão, gerando Isaque, o filho da promessa de Deus, através de um milagre divino. Abraão também recebeu o chamado ritual da circuncisão, que marcaria quem eram os Israelitas. Este sinal posteriormente é utilizado para se definir quem são os Israelitas por conversão religiosa. Isaque, o filho da promessa de Deus, à semelhança de seu pai, também se relacionou com Deus e, cumprindo o que havia sido dito a seu pai, teve de Rebeca os gêmeos chamados Esaú e Jacó. Este Jacó é, precisamente, aquele que havíamos falado no início deste resumo. Este homem, após errar e agir astutamente diversas vezes, encontra-se com Deus, o qual muda seu nome para Israel e dá prosseguimento às promessas que Deus fizera à Abraão, seu avô, gerando diversos filhos com 4 mulheres diferentes: duas esposas (Raquel e Lia) e duas concubinas (Bila e Zilpa). A esses filhos de Jacó é dado o nome de as 12 tribos de Israel que, posteriormente, gerariam a nação de Israel propriamente dita. Ainda hoje, todos aqueles que descendem de Jacó fisicamente levam este nome. Na árvore genealógica abaixo, estão os nomes que geraram o povo de Israel apenas. É digno de nota que Abraão teve outros filhos e mulheres, assim como Esaú.

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Abraão

Sara

Isaque

Rebeca Lia

Esaú

Jacó (Israel)

Bila Zilpa Raquel

Jacó teve, com essas 4 mulheres, 12 filhos que posteriormente seriam conhecidos como, a grosso modo, os patriarcas das 12 tribos de Israel, do qual descendem todos os israelitas fisicamente.

É importante notar na genealogia anterior que Jacó possuiu duas esposas (Raquel e Lia) e duas concubinas (Bila e Zilpa, nas caixas tracejadas). Os 12 filhos provenientes das quatro mulheres posteriormente se separam e aconteceu uma transferência do direito para os netos de um dos filhos, mas isso deixamos como curiosidade para os leitores. Toda essa história contada pode ser lida a partir de Gênesis, capítulo 12. Como dissemos no início, há também os israelitas por religião. Estes, independente de seus pais, poderiam ser convertidos através do ritual de circuncisão, recebido por Abraão. Este ritual consistia na retirada do prepúcio ao 8º dia de nascimento. Todo aquele que passava por este rito também era considerado israelita e tinha os mesmos privilégios dos israelitas de nascença. De forma geral, todos os israelitas étnicos eram também da religião judaica e tanto um como outro poderiam, também, ser chamados de hebreus ou judeus. Embora possamos usar os termos judeus e israelitas de forma intercambiável, ainda sim, eles não são simplesmente sinônimos. Israelita eram, como dissemos, os descendentes de Jacó (Israel), pertencentes às 12 tribos que se originaram dele. Judeus é um termo que foi usado posteriormente – após o cativeiro babilônico, onde as 10 tribos que foram levadas cativas, primeiramente, para Assíria foram destruídas (misturaramse com os povos pagãos, resultando nos samaritanos) e apenas Judá retornou do cativeiro babilônico. Por isso judeus, pois pertencem à tribo de Judá, mais especificamente. É interessante pontuarmos também que atualmente não há judeus étnicos, pois, com a dispersão dos judeus no ano 70 d.C. com a destruição de Jerusalém e do templo, houve mistura de raças dos judeus com os povos gentios. Portanto, a nação de Israel atual é constituída por judeus religiosos

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e não étnicos (tanto que para receber cidadania israelita é necessário se converter ao judaísmo, inclusive cristãos).1 Alguns personagens importantes O Antigo Testamento está recheado de homens e mulheres que viveram como nós e seria injusto classificarmos alguns como sendo mais importantes do que outros, logo, iremos destacar apenas três grandes homens de Deus para fins didáticos, para melhor entendimento do conjunto de livros em geral, ao passo que, não estamos dizendo com isso que estes três eram mais espirituais ou melhores homens que os demais. Abraão: Originalmente chamado de Abrão, este homem é considerado o pai da fé. Presente no livro de Gênesis e citado em diversos outros livros do Antigo Testamento, Abraão foi o primeiro homem a ser chamado por Deus para se firmar uma aliança após o dilúvio. Ainda nos dias de hoje, talvez seja o homem mais respeitado pelos judeus ao lado de Moisés. Convidamos o leitor a ler sua história no capítulo 12 de Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. Moisés: Nascido de pais hebreus durante a escravidão de Israel no Egito, Moisés foi deixado no rio por seus pais e encontrado pela filha de Faraó, que se banhava no rio. Criado dentro do palácio real egípcio, aos 40 anos foge para Midiã. Ali, casa-se e passa mais 40 anos pastoreando ovelhas, até que tem um encontro com o Deus de seus antepassados (Abraão, Isaque e Jacó) que o vocaciona a retornar ao Egito para libertar seu povo. Além de ser o libertador de Israel e instrumento divino para a realização de milagres extraordinários, Moisés também é conhecido como legislador, pois foi por ele que Deus entregou seu código de leis que deveria reger Israel como nação ao possuir a terra de Canaã. Por isso, não só os judeus o têm em grande estima, como também os mulçumanos. Convidamos o leitor a conhecer sua história descrita nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, este retrata seus últimos dias e sua morte. Davi: Davi era o mais novo dos oito filhos de Jessé, em Efratá de Belém. Na juventude, Davi cuidava do rebanho de seu pai. Inclusive quando o profeta Samuel foi visitar a casa de Jessé, para urgir Davi rei de Israel, ele estava no campo cuidando do rebanho. Como pastor, aprendeu a cuidar bem dos animais, bem como protegê-los dos predadores. Durante seu pastoreio em duas ocasiões livrou as ovelhas de seu pai das garras dos 1

Para entender mais sobre a mistura dos judeus com os gentios e como o judaísmo atual não crê na Bíblia, mas tornou-se pagão, recomendo o documentário Marchando para Sião, disponível no YouTube.

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predadores. Davi relata esses dois exemplos para o rei Saul, quando se dispôs a enfrentar o gigante Golias. Davi se destacava em suas atividades, era zeloso e temente a Deus, e não aceitou a afronta que Golias o filisteu fez contra Israel, pois considerava que estava afrontando o Deus de Israel. Diante de todo o exército de Israel, Davi foi o único que se dispôs a ir à batalha contra Golias. Davi derrota Golias, começa a crescer em Israel e é perseguido pelo rei Saul, pois ele sabia que Davi seria seu sucessor. Após a morte de Saul, Davi assume o reinado e amplia grandemente o território de Israel, conquistando grandes batalhas. O seu reino se exalta de sobremaneira; Israel é temido pelas nações, o Deus de Israel é conhecido e temido entre os povos, através do reinado de Davi. Porém, em um determinado tempo Davi comete um deslize em sua vida, adultera e, posteriormente, se torna responsável pela morte de Urias. Esse pecado de Davi trouxe grandes consequências sobre sua casa, a espada do Senhor jamais se apartou de sua família. Quando chega à velhice, Davi prepara seu filho Salomão para assumir o trono em Israel e deixa todos os preparativos para a construção do templo em Jerusalém. Davi é de grande importância para a história da humanidade, pois, Jesus, o Salvador, é da linhagem (descendência) de Davi, conforme as Escrituras nos revelam.

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Unidade 3 – A cronologia do Antigo Testamento Como dissemos, os livros do Antigo Testamento estão distribuídos em nossa Bíblia por seções e não em ordem cronológica, sendo assim, é importante sabermos a ordem dos acontecimentos para que possamos compreender melhor a sequência dos acontecimentos registrados nas Sagradas Escrituras. Primeiramente, vejamos um panorama geral da cronologia bíblica. Nada

Princípio

2.200 a.C. Patriarcas 1.900 a.C. Israel no Egito e o Êxodo 1.400 a.C. Canaã e Juízes 1.300 a.C. Reino Unido 931 a.C. Reino Dividido 700 a.C. Fim de Judá 587 a.C. Cativeiro e Restauração 400 a.C. Período Intertestamentário *Datas aproximadas.

A lista cronológica abaixo foi adaptada a partir de The Chronological Bible. O propósito é ajudar você a “enxergar” a ordem dos maiores eventos da Bíblia e das pessoas envolvidas. As datas são questionadas aqui e ali, mas, o objetivo principal é servir como uma referência no tempo. Acontecimentos A pré-existência de Cristo Criação

Passagens Jo 1:1 Gn 1:1

Seis dias da criação

Gn 1:3-26

Jardim do Éden

Gn 2:8-17

Satanás expulso do céu

Períodos

Da Criação ao Dilúvio

*Is 14:12-17

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Queda de Adão e Eva Expulsão do Éden

Gn 3:1-7 Gn 3:21-24

Caim mata Abel

Gn 4

Nascimento de Noé

Gn 5:28-29

O Dilúvio

Gn 7:10:24

A Torre de Babel Nascimento de Abrão (Abraão)

Gn 11 Gn 11:27

Jó Abrão torna-se Abraão

Jó 1 Gn 17

Do Dilúvio aos Patriarcas

Nascimento de Isaque, Jacó e José

Gn 21-30

José é vendido como escravo no Egito

Gn 37:28

Fome e ida dos Hebreus para o Egito

Gn 41 Dos Patriarcas até Gn 47:27 o Êxodo 1606 - 1462 a.C. Ex 8

A população de hebreus cresce A Escravidão e Opressão do povo Nascimento de Moisés A pragas contra o Egito Os Hebreus são libertos e depois perseguidos Travessia do Mar Vermelho Recebimento dos 10 Mandamentos Israel vagueia pelo deserto por 40 anos A conquista e a divisão de Canaã Israel torna-se uma nação

Ex 2 Ex 7-11 Ex 12 Ex 13-15 Ex 20 Nm 14 Js 6-12 1200-750 a.C.

Nascimento de Sansão Saul torna-se o primeiro rei

O Êxodo para Canaã (Ex 13 - Nm 21) 1462 - 1065 a.C.

Jz 13 1 Sm 9

Canaã até o reinado de Saul (Js 1 - 1 Sm 8) 1422 - 1065 a.C.

Davi mata Golias

1 Sm 17

Davi torna-se rei

2 Sm 5 O reinado de Davi 2 Sm 11 (2 Sm 5 - 1 Rs 2) 1025 - 985 a.C 2 Sm 12

Davi com Bateseba A rebelião de Absalão Davi prepara os materiais para o templo Salomão torna-se rei Salomão pede a Deus sabedoria A construção do Templo Declínio de Salomão

1 Cr 22 1 Rs 1

O reinado de Salomão (1 Rs 2 - 1 Rs 11) 1 Rs 6 985 - 945 a.C. 1 Rs 11 1 Rs 3

A nação de Israel divide-se em duas: Judá ao Sul e Israel ao Norte. Neste período há uma sucessão de reis. Muitos eram maus, uns poucos eram louvados. Durante este tempo Elias realizou seu ministério. Jonas pregou em Nínive. Roma foi fundada. O templo foi restaurado.

O Reino Dividido (Israel e Judá) de Salomão à Queda de Israel 945 - 721 a.C.

Israel e Judá caem ante potências estrangeiras. Profecias de A Queda de Israel Miquéias. Martírio de Isaías. Nascimento de Jeremias. Nascimento e a Queda de Judá

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de Daniel. Profecias de Zacarias. Nascimento de Ezequiel. Pregação de Jeremias.

(2 Rs 16; Is 21) 721 - 586 a.C.

Grécia torna-se a potência mundial - 333-63 a.C. Roma torna-se a potência mundial - 63 a.C. - 476 d.C. Deus não fala por cerca de 400 anos

Período Intertestamentário 400 a.C. - 5 d.C.

Agora que temos em mente a sequência dos eventos, vamos pormenorizar na ordem cronológica a produção dos livros canônicos. Livros Mosaicos A vida de Moisés pode ser dividida em três períodos de 40 anos: 40 anos no Egito, 40 anos em Midiã, e 40 anos no deserto com Israel. Durante seus últimos 40 anos no deserto, Moisés compõe o que chamamos de Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) e, possivelmente, o livro de Jó. 1450 a.C.

Gênesis Jó Êxodo Levítico Números

1400 a.C.

Deuteronômio

Além destes livros, Moisés também escreve um salmo (90), o primeiro a ser composto dentre os 150, portanto a composição do livro de Salmos inicia-se neste período. Após a morte de Moisés, Josué assume a liderança de Israel, sendo assim, seu livro é o próximo a ser composto cronologicamente entre 1400 e 1375 a.C. Após a morte de Josué inicia-se o período dos juízes de Israel, que dura quase 400 anos (de 1375 a 1044 a.C.), sendo Rute pertencente a esse período (aproximadamente 1330). A partir de então, fica mais difícil fazermos uma linha cronológica dos livros, pois há sobreposições entre os históricos, proféticos e poéticos. Confira neste infográfico a sobreposição dos livros:

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Já neste próximo infográfico vemos os períodos com suas datas respectivas, de forma que tenhamos a noção histórica do desenvolvimento dos fatos.

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Na tabela abaixo consta, em ordem cronológica, os profetas registrados pelo Antigo Testamento (com ou sem livro próprio): Os Profetas na História – (Séculos 9 a 5 a.C.) Data Local/Terra de Profeta Passagem Bíblica de base aproximada Origem Elias 875-850 Tisbé 1Rs 17:1 – 2Rs 2:18 Micaías 856 Samaria 1Rs 22; 2Cr 18 Eliseu 855-800 Abel-Meolá 1Rs 19:15-21; 2Rs 2-9; 13 Jonas 775 Gate-Hefer 2Rs 14:25; Jonas Amós 765 Tecoa Amós Oséias 750 Israel Oséias Isaías 740-698 Jerusalém 2Rs 19-20; Isaías Moresete-Gate Miquéias 735-710 Jr 26:18; Miquéias Jerusalém Obede 733 Samaria 2Cr 28:9-11 Sofonias 630 ? Sofonias Naum 625 Elcos Naum Habacuque 625 ? Habacuque Anatote / Jeremias 626-584 2Cr 36:12; Jeremias Jerusalém Hulda 621 Jerusalém 2Rs 22; 2Cr 34 (a profetiza) Ezequiel 593-571 Babilônia Ezequiel Joel 588 (?) Jerusalém Joel Obadias 580 Jerusalém Obadias Ageu 520 Jerusalém Ed 5:1; 6:14; Zacarias Zacarias 520-514 Jerusalém Ed 5:1; 6:14; Zacarias Malaquias 433 Jerusalém Malaquias * Daniel não está incluso na tabela, pois teoricamente ele foi um intérprete de sonhos/visões e não um profeta no sentido dos demais.

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Unidade 4 – Os livros do Antigo Testamento Bem, agora que já conhecemos, de forma panorâmica, todo o pano de fundo do Antigo Testamento, vamos mergulhar no seu conteúdo, a fim de conhecê-lo mais profundamente. Lembre-se, essa apostila é apenas uma introdução e jamais substituirá a leitura do Antigo Testamento. Todo esse texto que você está lendo é apenas uma ferramenta para auxiliá-lo a compreender melhor os documentos, mas é sempre melhor conhecê-los por conta própria. Como dissemos anteriormente, a primeira parte da Bíblia está dividida em quatro categorias: o Pentateuco, os livros históricos, os livros poéticos e os livros proféticos. A seguir, vamos um pouquinho mais fundo em cada livro contido nas categorias acima. O Pentateuco A palavra Pentateuco é a junção de duas palavras gregas (Pente: cinco + Teuchos: jarros de guardar pergaminho). É utilizada para designar a lista dos cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A importância do Pentateuco O estudo do Pentateuco é importante por tratar de uma variedade de aspectos relevantes para a fé. Aspecto cósmico: Explica o cosmos dando o único relato antigo que identifica a “Primeira causa” de tudo o que existe. Étnico: Descreve o começo e a expansão das divisões raciais do mundo: oriental, ocidental. Histórico: Esses são os únicos livros a traçar a origem do homem numa linha contínua a partir de Adão. Retratam o plano de Deus na redenção. Profético: Está no Pentateuco a origem dos temas proféticos mais importantes da Bíblia. Alguns fatores nos ajudam a entender que Moisés, de fato, foi o autor do Pentateuco: • Moisés foi o homem mais erudito da antiguidade (Ex 17:14; 34:27; Dt 31:9, 24; At 7:22), portanto, tinha plena condição de escrever algo tão complexo como o Pentateuco; • A unidade de conteúdo e diferença de estilo com os demais livros do AT. É interessante notar que embora o Pentateuco tenha uma variedade de temas e uma diferença de estilos, é impressionante ver

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• •

que esse grande bloco de material tem uma unidade, além do que, é diferente de todos os demais livros da Bíblia, portanto, obra de um só autor. Cristo e o NT atestam isso (Jo 1:17; 5:47; 7:19; Rm 10:5, 19). As referências ao Pentateuco feitas no NT se referem a Moisés como o autor. Evidências arqueológicas (atividade literária). Já na época de Moisés há evidências de que existia atividade literária. Tradição judaica. Os judeus concordam que Moisés realmente escreveu os livros de Gênesis à Deuteronômio.

Gênesis (Gn) Autor: Quanto à autoria, o livro não contém nenhuma declaração direta. Segundo a tradição judaica, porém, o autor foi o próprio Moisés. Uma ordenança específica, a circuncisão no oitavo dia, que aparece em Gênesis 17:12, se refere no Novo Testamento (Jo 7:23) como fazendo parte da lei de Moisés. Esta tradição é apoiada pela circunstância de que é justamente Gênesis que oferece, com precisão, a informação necessária para se fazer uma interpretação inteligível do livro de Êxodo. É no livro de Gênesis que se definem as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó; promessas estas, frequentemente, referidas nos demais livros da Torá, como tendo sido cumpridas pelos acontecimentos do Êxodo e da conquista de Canaã. Além disso, o fato de Êxodo começar com a palavra “e” (no hebraico) indica que é a continuação do livro anterior. Também Gênesis emprega um bom número de termos emprestados dos egípcios, sendo este um fato que sugere que o autor original tenha as suas origens no Egito, como era o caso de Moisés. Número de capítulos: 50 Ano: Aproximadamente 1.450 a.C. Versículo-chave: Gênesis 1:1 Curiosidade: Gênesis abrange um período de tempo maior do que qualquer outro livro da Bíblia (cerca de 2.500 anos). Resumo: Gênesis é o livro que relata o princípio de todas as coisas. Moisés faz uma retrospectiva conduzindo-nos à origem de tudo e concentrando-se numa verdade absoluta: “Deus criou”. É o único registro da origem do universo, do homem, da mulher, da contaminação do homem pelo pecado, da primeira promessa de redenção de Deus e, também, dos primeiros julgamentos sobrenaturais de Deus. Em Gn 1:26-28 Deus deixa claro que criou o homem e a mulher para abençoá-los e a fim de que pudessem exercer domínio em lugar dele sobre toda a criação. Com a desobediência do primeiro casal, a morte e a corrupção alcançou todo o universo, colocando tudo debaixo da ira santa de Deus.

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Deus, misericordiosamente, estabelece uma aliança de graça com a humanidade, onde ele mesmo estabelece os termos e os cumpre, pois o homem estava com o coração corrompido, inclinado para o mal. Deus respondeu, misericordiosamente, chamando Abraão, por meio de quem a bênção divina triunfaria por fim. Em seus primeiros onze capítulos, Gênesis trata de temas universais tendo como pano de fundo o Oriente Médio (antiga Mesopotâmia). A partir do capítulo 12, o foco central da história volta-se para Israel, tendo como pano de fundo a Palestina. Israel começa com um homem (Abraão), cresce em uma família (Isaque) e recebe seu nome (Jacó). A terceira parte do livro nos mostra como a providência de Deus intervém na história para fazer cumprir os Seus propósitos. A história da maldade dos irmãos de José, vendendo-o ao Egito será usada para preservação do povo de Deus, em meio à grave fome então reinante na Terra. Êxodo (Ex) Autor: Moisés, cujo nome significa “tirado das águas”, é a figura central de Êxodo. Ele é o profeta hebreu que liderou os israelitas em sua saída do Egito. Êxodo é tradicionalmente atribuído a ele. Quatro passagens em Êxodo dão forte apoio à autoria mosaica de pelo menos boa parte do livro (17:14; 24:4, 7; 34:27). Através de eventos variados e de encontros face a face com Deus, Moisés recebeu a revelação daquelas coisas que Deus desejava que ele soubesse. Assim, através do processo de inspiração do Espírito Santo, Moisés comunicou ao povo hebreu, tanto na forma oral como na escrita, esta informação que lhe foi revelada. Número de capítulos: 40 Ano: Aproximadamente 1450 a. C. Versículo-chave: Êxodo 3:10 Resumo: A família de Jacó desceu ao Egito para fugir da fome reinante na Palestina. Mas após saciarem sua fome, contudo, não voltaram à sua terra, fruto da promessa de Deus, mas permaneceram no Egito. As dinastias que se sucederam no trono egípcio não eram tão simpáticas ao povo de Israel e por isso o subjugaram e os escravizaram ali no Egito. Foram 400 anos de cativeiro. Mas após estes anos de cativeiro, não estavam apenas os 70 homens da família de Jacó que desceram ao Egito, mas eram, agora, 600.000 homens do povo de Deus. E Deus levanta um libertador, Moisés, com sinais e prodígios, para livrá-los do cativeiro egípcio. Atravessam, em seco, o Mar Vermelho e é necessário atravessar o deserto do Sinai para voltarem do Egito à terra de Canaã, este tempo de caminhada é fundamental para que Deus forjasse neles algo novo e imprescindível. O povo precisava ser transformado em nação.

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O livro de Êxodo registra o nascimento de Israel como nação, a entrega da Lei ao povo e a origem da adoração ritual entre os israelitas. Merece destaque neste livro o nascimento e a preservação de Moisés, a sua chamada, a travessia do Mar Vermelho, o bezerro de ouro e as orientações para construção do Tabernáculo. O livro define o caráter do Deus fiel, poderoso, salvador e santo que estabelece uma aliança com Israel. O caráter de Deus é revelado pelo nome e também pelos atos de Deus. Estudiosos apontam que cada praga enviada por Deus ao Egito se relacionava a uma divindade adorada por eles, como uma forma de expor ao ridículo sua idolatria. Praga

Passagem

Nilo transformado em sangue

Ex 7:14-25

Rãs

Ex 8:1-15

Piolhos

Ex 8:16-19

Moscas

Ex 8:20-32

Morte dos animais

Ex 9:1-7

Úlceras

Ex 9:8-12

Saraiva e fogo

Ex 9:18-35

Gafanhotos Trevas Morte dos primogênitos

Ex 10:12-20 Ex 10:21-29 Ex 12:29-30

Divindade Egípcia Hapi: personificava as águas do rio Nilo; Anuket: deusa do Nilo e da água; Sobek: deus do Nilo. Heket: deusa do parto e da fertilidade com cabeça de rã Tot: deus do conhecimento, da sabedoria, da arte e da magia; os magos não conseguiram reproduzir esse milagre. Distinção entre os hebreus e os egípcios. Ápis*: deus sagrado da cidade de Mênfis, da fertilidade dos rebanhos, tinha o formato de um touro; Hathor deusa-vaca, deusa da fertilidade. Khonsu: tinha fama de ser curandeiro. Min: deus da fertilidade e da vegetação. Shu: deus da luz e do ar. Faraó era considerado a encarnação do deus Hórus.

* Possivelmente este tenha sido a inspiração ao bezerro de ouro de Ex 32. Posteriormente, vemos esse culto permanecendo como o culto à Baal.

Levítico (Lv) Autor: O Livro de Levítico é o terceiro livro das Escrituras Hebraicas do AT atribuídos a Moisés. Em 1:1, o texto se refere à palavra do Senhor, que

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foi proferida a Moisés do Tabernáculo da assembleia. Cerca de 56 vezes no livro afirma-se que o Senhor falou tais palavras a Moisés, que as anotou pessoalmente, ou as fez serem registradas. Número de capítulos: 27 Ano: Aproximadamente 1450 a.C. Versículo-chave: Levítico 19:2 Resumo: Após caminharem três meses pelo deserto do Sinai, o povo de Israel chega ao pé do Monte Sinai. Permanecem parados durante algum tempo recebendo as leis e orientações de Deus. Desde Êxodo 19 e por todo o livro de Levítico, encontramos Deus comunicando-se com eles, através de Moisés. O livro de Êxodo terminou com o levantamento do Tabernáculo, construído segundo os padrões que Deus dera a Moisés. Mas como Israel cultuaria a Deus? As instruções encontradas em Levítico são a resposta dada a esta pergunta e foram dadas pelo Senhor a Moisés no intervalo de 50 dias entre a inauguração do Tabernáculo (Êx 40:17) e a partida do povo do Sinai (Nm 10:11). O livro de Levítico é um livro sobre a santidade de Deus e as exigências para a comunhão com Ele. Em Levítico conhecemos o Deus Santificador, o Deus que deseja conduzir-nos ao que há de melhor e mais aceitável no culto, na saúde, no relacionamento interpessoal que caracteriza um povo santificado (separado). Santidade ao Senhor A santidade descreve o caráter de Deus e o código de conduta do cristão. As Escrituras revelam a santidade de Deus e expressam o seu desejo de que seus filhos desenvolvam santidade semelhante (Ex 19:6; Lv 11:44-45; 19:2; 1Pe 1:15). A palavra "santidade" tem diferentes significados. Em termos de relacionamento individual com Deus, significa "ser separado". Deus é o "ente santo" ou Aquele que é totalmente diferente, distinto de qualquer outro. Santidade também descreve um modo de vida. Os cristãos são chamados a viver dentro de uma série distinta de princípios e de padrões diferentes da sociedade ímpia, para levarem uma vida pura de acordo com esse chamado divino, com seus mandamentos e suas consequências. Esta é uma vida "separada", justa diante de Deus e para Deus (1 Co 1:2; 3:16-17). A vida santa é uma vida que sempre escolhe fazer o que Deus deseja. Os cristãos são instruídos a não mais se conformarem com os antigos desejos, padrões de comportamento e modos de pensar (1 Pe 1:13-16). A conformação com a vida de santidade, no entanto, requer mais do que a vontade da pessoa “de mudar”. É um trabalho do Espírito Santo que torna isso possível mediante a morte de Cristo na cruz.

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Sacrifício

Holocausto

Oferta de Cereal

Oferta de comunhão

Oferta pelo pecado

OS SACRIFÍCIOS DO ANTIGO TESTAMENTO Referência Elementos

Propósito

Lv 1; 6:8-13; 8:18-21; 16:24

Novilho, carneiro ou ave (rolinhas ou pombinhos no caso dos pobres); totalmente consumidos; sem defeito.

Ato voluntário de adoração; expiação por pecados sem intenção em geral; expressão de dedicação, devoção e total entrega a Deus.

Lv 2; 6:14-23

Grãos, a melhor farinha, azeite, incenso, pães assados (bolos ou pães finos), sal; nenhum fermento nem mel. Acompanha o holocausto ou a oferta de comunhão (junto com a oferta derramada).

Ato voluntário de adoração; reconhecimento da bondade e providência divina; devoção a Deus.

Lv 3; 7:11-34

Qualquer animal sem defeito dentre as manadas e os rebanhos; vários pães.

Ato voluntário de adoração; ações de graças e comunhão (incluía uma refeição comunitária).

Lv 4:1 — 5:13; 6:24-30; 8:1417; 16:3-22

1. Novilho: para o sumo sacerdote e a congregação. 2. Bode: para o líder. 3. Ovelha ou cordeiro: para as pessoas em geral. 4. Rolinha ou pombinho: para os pobres. 5. Jarro da melhor farinha: para os muito pobres.

Expiação obrigatória para pecado específico sem intenção; confissão do pecado; perdão do pecado; purificação da contaminação.

Expiação obrigatória pelo pecado sem intenção que requer Oferta pela Lv 5:14 — 6:7; restituição; Carneiro ou cordeiro 7:1-6 purificação da culpa contaminação; fazer restituição; pagar multa de 20% Quando mais de um tipo de oferta era apresentado (como em Nm 7:16,17), o procedimento era em geral o seguinte:

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1) Oferta pelo pecado ou oferta pela culpa. 2) Holocausto; 3) Oferta de comunhão e oferta de grãos (junto com uma oferta derramada). Essa sequência fornece parte do significado espiritual do sistema sacrificial. Primeiro: era necessário lidar com o pecado (oferta pelo pecado ou oferta culpa). Segundo: o adorador dedicava-se completamente a Deus (holocausto e oferta de cereal). Terceiro: era estabelecida a comunhão entre o Senhor, por meio do sacerdote (Oferta de comunhão). Colocando em outra linguagem: havia sacrifícios de expiação (ofertas pelo pecado e ofertas pela culpa), de consagração (holocaustos e ofertas de cereal) e de comunhão (ofertas de comunhão que incluíam ofertas do cumprimento de votos, ofertas de gratidão e ofertas voluntárias).

Em Levítico, são instituídas algumas festas importantes para Israel que tiveram grande significado messiânico. As principais festas de Israel Nome

Mês e Dia

Páscoa

Nisã (mar./abr.): 14-21

Festa das semanas ou colheita (Pentecostes)

Sivã (maio/jun.): 6 (sete semanas após a Páscoa)

Dia da expiação (Yom Kippur)

Tisri (set./out.): 10

Festa das cabanas ou dos Tabernáculos (Sukkot)

Tisri (set./out.): 15-21

Referência

Propósito

Cumprimento

Ex12:2-20; Lv 23:5

Comemorar a libertação que Deus concedeu a Israel, tirando-o do Egito.

Ressurreição de Cristo, nosso cordeiro pascal (1Co 5:7)

Ex 23:16; 34:22; Lv 23:15-21

Lv 23:26-33; Ex 30:10

Lv 23:33-43; Nm 29:1239; Dt 16:13

Comemorar a entrega da lei no monte Sinai. Inclui um dia das Primícias pela colheita de trigo. Nesse dia, o sumo sacerdote fazia expiação pelo pecado da nação. Também um dia de jejum. Lembrar os quarenta anos de peregrinação no deserto.

Descida e plenitude do Espírito Santo no povo de Deus (At 2) Sacrifício expiatório único de Jesus (Hb 2:17) O próprio Deus tabernaculou entre nós em Jesus (Jo 1:14)

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Números (Nm) Autor: Segundo a tradição judaica, Moisés. Número de capítulos: 36 Ano: Aproximadamente 1450 a.C. Versículo-chave: Números 33:2 Resumo: O livro de Números começa com o povo se preparando para a jornada à terra prometida. A caminhada normal duraria cerca de 40 dias. Moisés, por ordem de Deus conta todo o povo (600.000 homens) e os organiza para aquela caminhada. (O número do censo representa homens aptos para uma guerra, 20 anos pra cima. Isso nos leva a concluir que a nação de Israel, homens, mulheres e crianças, chegaria a aproximadamente 2 milhões e meio pessoas). Espias são enviados à Terra Prometida e depois de 40 dias retornam com o relatório. De acordo com este relatório, havia gigantes na terra, que ali proliferaram durante os 400 anos em que Israel permaneceu no Egito. Ao ouvir o relatório, o povo de Israel se esqueceu do poder e do cuidado de Deus e por isso não deu ouvidos a Josué e Calebe, dando ouvidos aos outros dez espias e murmuram contra Deus. Como castigo Deus os faz peregrinar em torno de Cades Barnéia, por aproximadamente 38 anos, caminhando sem chegar a lugar nenhum (Nm 33), até que aquela geração adulta (maiores de 20 anos) incrédula morresse e seus filhos, numa nova geração, entrassem na posse da terra de Canaã. Aí, então, um novo censo é feito. De acordo com este novo censo mantém o número de 600.000 homens na nova geração (Nm 26:63-66). Números é um livro de peregrinações, mas é também um livro de murmurações e rebeliões. Deuteronômio (Dt) Autor: Moisés (Dt 1:1), o último capítulo, que relata a morte de Moisés, provavelmente foi escrito por Josué. Número de capítulos: 34 Ano: Aproximadamente 1450 a.C. Versículo-chave: Deuteronômio 6:4-5 Resumo: Após 40 anos de caminhada no deserto, aproximava-se o momento de entrarem novamente na posse da terra de Canaã. Chegam às Campinas de Moabe, na área em que o Jordão deságua no mar Morto (1:5), e ali avistam a Terra Prometida. O que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó séculos antes estava prestes a se tornar realidade. Deuteronômio é a proclamação de uma segunda chance para Israel. A falta de fé e a infidelidade de Israel tinham impedido a conquista de Canaã anteriormente.

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Toda a primeira geração de israelitas já havia morrido. Chega às portas de Canaã uma nova geração que não haviam experimentado o livramento do Mar Vermelho, nem a entrega da Lei no Sinai. Era preciso relembrá-los do poder de Deus e das leis de Moisés. Por isso, antes de entrarem na posse e gozo da terra prometida, e de transferir a liderança a Josué, Moisés gasta com esta nova geração um longo tempo em lembranças, especialmente da lei do Senhor, expondo novamente os mandamentos e estatutos do Senhor. O livro contém os discursos feitos por Moisés durante os seus últimos meses de vida para esta nova geração de israelitas, quando eles estavam acampados na Planície de Moabe, antes de sua entrada na Terra Prometida. O próprio Moisés não chegou a entrar na Terra Prometida, apenas a viu de longe antes de morrer (Dt 34:1-4) devido sua desobediência em bater na rocha, quando Deus havia mandado que ele apenas falasse à rocha (Dt 32:48-52). Os livros históricos São classificados como livros históricos de Josué à Ester. Esses livros relatam a história de Israel ao longo de um período de 800 anos; inicia-se com a entrada do povo na terra prometida (Canaã) sob a liderança de Josué em 1400 a.C. Além disso, dão detalhes da conquista daquela terra durante os 400 anos de governo dos juízes. Contam a vida dos reis Saul, Davi (1.000 a.C.) e Salomão. Relatam a divisão da terra em dois reinos (Israel e Judá) e a derrota dos judeus nas guerras contra os assírios (722 a.C.) e os babilônios (586 a.C.). Focalizam também o retorno dos exilados para Israel (538 a.C.) e o reassentamento do povo em Jerusalém e na Judeia, sob a liderança de Esdras e Neemias (aproximadamente em 450 a.C.). Têm uma forte continuidade da Lei, e como Israel foi vitorioso enquanto observava a lei. Relata a tomada da terra prometida e vários estágios na vida do povo de Israel. Como o povo pecou contra Deus, inúmeras vezes, não observando a lei deixada por Moisés, o que levou o povo a declínio culminando na divisão de Israel e nos exílios do reino do norte e do sul. O propósito dos livros históricos não é oferecer uma explicação do passado, mas servir como escritura para a nova geração de Israel a ser instruída a partir do passado para o bem do futuro, além disso, provocar arrependimento e confissão de pecados, na esperança de que Javé fosse tocado, livrando-os do exílio. Além disso, oferecer esperança de uma renovação da graça de Deus para com a dinastia de Davi, portanto, para com todo o Israel (remanescente).

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Josué (Js) Autor: Grande parte foi redigida pelo sucessor de Moisés e líder militar, Josué. Há relatos que ocorreram após a sua morte (descrita no cap. 24) que foram redigidos por testemunhas oculares e posteriormente compilados por algum escriba aos relatos de Josué, resultando no livro que temos. Número de capítulos: 24 Ano: Aproximadamente entre 1400 a 1375 a.C. Versículo-chave: Josué 1:6; 24:15 Resumo: Depois de 430 anos de escravidão no Egito (Ex 12:40) e 40 anos no deserto, os israelitas, finalmente, receberam permissão para entrarem na terra que foi prometida a seus pais. Após a morte de Moisés, Josué assume a liderança do povo e tomam posse da terra de Canaã através de muitas lutas. Os habitantes de Canaã eram inimigos hostis, idólatras, pervertidos. Havia prostituição de ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso. Essas eram algumas das práticas dos canaanitas. Estes ocuparam a terra enquanto o povo esteve no Egito e no deserto. Todos os canaanitas deveriam ser desalojados e destruídos. O livro de Josué descreve as diversas lutas pela conquista da terra de Canaã. Demonstrando a todas as nações que o Deus de Israel é o verdadeiro Deus, e só ele deve ser adorado. Também é descrito como foi feita a divisão da terra pelas 12 tribos de Israel. Juízes (Jz) Autor: O autor de Juízes é desconhecido. A tradição judaica indica Samuel como o autor do livro, mas isso não pode ser comprovado. Contudo, conforme alguns estudiosos, Samuel é o que melhor se adapta às evidencias do livro. Número de capítulos: 21 Ano: Aproximadamente entre 1380 a 1050 a.C. Versículo-chave: Juízes 2:16; 17:6 Resumo: Juízes cobre um período caótico na história de Israel: cerca de 1.380 a 1.050 a.C. Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por serem conquistadas pelas tribos, individualmente. Muitos bolsões de resistência canaanita tinham sido deixados para que fossem destruídos. Mas ao invés de destruí-los o povo de Israel misturou-se e contaminou-se com os idólatras e o resultado da desobediência foram opressões dos inimigos e seguidos cativeiros, que se intercalavam com períodos de arrependimento

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e clamor, quando, então, o Senhor lhes suscitava um juiz, um libertador militar e magistrado civil, para conduzí-los aos caminhos corretos. Israel praticava continuamente o que era mau aos olhos do Senhor e “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21:25). Ao servirem de forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava a sua aliança com o Senhor. Em consequência, o Senhor os entregava nas mãos dos opressores. Cada vez que o povo clamava ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juízes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram militares e civis. Juízes descreve sete ciclos: sete apostasias, sete opressões por sete nações, com sete livramentos. Demonstrando a falha completa do povo e paciência completa do Senhor, que pode ser ilustrado no seguinte ciclo: Libertação

Liberdade

Arrependi -mento

Apostasia

Opressão

O Livro de Juízes não olha apenas retroativamente para a conquista de Canaã, liderada por Josué, registrando as condições em Canaã durante o período dos juízes, mas também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel. Nações vizinhas Israel não viveu os eventos impressionantes do AT num vácuo. O cenário da história no antigo Oriente Próximo estava repleto de nações. Durante a maior parte da história de Israel e Judá, suas fronteiras estiveram ligadas com as fronteiras de seis diferentes nações. Fenícia: Vivendo logo ao norte de Israel ao longo da costa do Mediterrâneo, os amorreus, semitas que habitavam o litoral, eram famosos mercantes e marinheiros que estabeleceram colônias no norte da África, na

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Espanha, na Ásia Menor e em várias ilhas do Mediterrâneo. Em geral, Israel manteve relações pacíficas com o país, especialmente sob Davi e Acabe. Mas também travou guerras contra ele. As duas cidades-estados mais importantes da Fenícia eram Sidom e Tiro. Sidom foi destruída em 677 a.C. pelo rei assírio Senaqueribe; em 571 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, apoderou-se de Tiro. Amom: Situado a leste de Israel, essa nação semita tem suas raízes em Ló, sobrinho de Abraão. Rabá Amom (atual Amã, na Jordânia) servialhes de capital. Seu deus principal era Milcom. As relações de Israel com Amom eram tempestuosas, incluindo conflitos desde o período dos juízes até os últimos anos do reino de Judá. Durante o reinado de Davi, Amom foi conquistada, embora tenha declarado independência logo após o reinado de Salomão. Durante o século 6 a.C., foi dominada primeiro por invasores árabes e depois pelos persas. Edom: Nação semita a sudeste do mar Morto, Edom remonta sua origem a Esaú, irmão de Jacó. A prosperidade nessa nação montanhosa devia-se principalmente aos pedágios cobrados das caravanas e à mineração. Durante o êxodo, Edom negou a Israel permissão para atravessar seu território. Ainda que Moisés ordenasse que os israelitas não odiassem os edomitas, desde então passou a existir hostilidade entre os dois povos. Israel dominou Edom durante a maior parte do período bíblico. Arã/Síria: Localizado a nordeste de Israel, esse conjunto de cidadesestados semita – principalmente Damasco, Zobá e Hamate – é mencionado com frequência nas Escrituras como um inimigo agressivo de Israel e Judá. A Bíblia registra que Saul, Davi, Salomão, Baasa, Acabe, Jorão, Joás, Jeoacaz e Jeoás travaram batalhas contra Arã. A maior contribuição cultural dos arameus para o mundo foi o alfabeto em que se baseia a escrita “quadrada” hebraica. Moabe: Localizado ao leste do mar Morto, Moabe, outra nação semita, remonta sua origem a Ló. O principal deus moabita era Quemos. Rute, bisavó de Davi, era moabita, ainda assim, Davi e outros reis de Israel travaram muitas batalhas sangrentas contra Moabe. Um importante descoberto arqueológico, a estela de Mesa (cerca de 850 a.C.), descreve a guerra do rei moabita Mesa para liberta-se de Israel, provavelmente durante o reinado de Jeorão. Como Judá, Moabe foi conquistada por Nabucodonosor em cerca de 587 a.C. e, mais tarde, dominada pelos persas. Filístia: Únicos vizinhos não semitas de Israel, os filisteus vieram de Caftor (provavelmente Creta ou alguma outra terra do Egeu) para se estabelecer nas praias mediterrâneas a oeste de Judá. O principal deus deles era Dagom, divindade agrícola. Com suas armas metálicas e tecnologia superior, a relativa riqueza e sofisticação dos filisteus foram uma grande ameaça para a segurança nacional de Israel no início da monarquia. Eles mataram o primeiro rei de Israel (Saul) em batalha. Davi lhes impôs

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importantes derrotas, mas eles causaram grandes problemas para Israel por muitos anos. Ao todo, o livro cita 13 juízes levantados por Deus: Nome Referência Feitos 1:12-13; 3:7-11 Conquistou uma cidade Cananéia. Otniel Eúde

3:12-30

Sangar

3:31

Débora

4–5

Gideão

6–8

Tola Jair

10:1-2 10:3-5

Jefté

11:1-12:7

Ibsã Elom Abdom

12:8-10 12:11-12 12:13-15

Sansão

13 – 16

Samuel

1 e 2 Sm

Matou Eglom, rei de Moabe, e derrotou os moabitas. Matou 600 filisteus com uma aguilhada de bois. Convenceu Baraque a liderar um exército na vitória contra as tropas de Sísera. Liderou 300 homens na vitória contra 135 mil midianitas. Julgou por 23 anos. Julgou por 22 anos. Derrotou os amonitas depois de fazer um voto ao Senhor. Julgou por 7 anos. Julgou por 10 anos. Julgou por 8 anos. Matou 1.000 filisteus com uma queixada de jumento; foi enganado por Dalila; destruiu um templo filisteu; julgou 20 anos. Foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas.

Rute (Rt) Autor: O livro recebe o nome de uma de suas personagens principais: uma jovem de Moabe, bisavó de Davi e ancestral de Jesus (Mt 1:1,5). Porém o autor é desconhecido. Número de capítulos: 4 Ano: Aproximadamente 1330 a.C. Versículo-chave: Rute 1:16 Resumo: É a história de uma família que vivia no tempo dos juízes de Israel e onde a desgraça foi transformada em graça familiar e universal. Num período de fome em Belém, Elimeleque e Noemi mudam-se com seus filhos Malon e Quilion para Moabe. Elimeleque morre e Noemi, viúva, casa seus dois filhos com mulheres moabitas, Orfa e Rute. Após 10 anos, seus dois filhos também morrem e Noemi decide retornar para sua terra, oferecendo liberdade às noras. Orfa, com tristeza se despede e fica em Moabe, mas Rute que havia adotado Noemi como sua família e o Deus de Noemi como o seu Deus, retorna a Israel com sua sogra. Em Israel, Rute conhece Boaz, da família de Noemi, rico e possível resgatador, pela lei do levirato (se um homem morresse sem ter filhos, o parente mais próximo deveria se casar com a viúva para lhe dar filhos como

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se fossem descendentes do falecido). Boaz e Rute casam-se e geram Obede, que gerou Jessé, que gerou o rei Davi (e consequente gerou Jesus). Neste livro destaca-se a graça familiar pelo resgate de Boaz. Mas, também, a graça universal, pois Boaz é neto da prostituta canaanita Raabe (Js 2:1; Mt 1:5) e Rute é Moabita. Árvore Genealógica de Rute Abraão

Gn 11:26-31; Mt 1:2

Gn 11:27

Judá

Moabe

Gn 29:30-35; Mt 1:2

Gn 19:33-37

Perez Rt 4:18; Mt 1:3

Boaz

Rute

Rt 4:21; Mt 1:5

Rt 4:13; Mt 1:5

Obede Rt 4:17; Mt 1:5

Jessé Mt 1:5

Davi Rt 4:17; Mt 1:6

1 Samuel (1 Sm) e 2 Samuel (2 Sm) Autor: Não se sabe com exatidão quem realmente escreveu o livro. Sem dúvida, Samuel registrou boa parte da história de Israel neste período. No entanto, outros materiais haviam sido colecionados e puderam ser usados como fonte pelo autor real. Três dessas fontes são mencionadas em

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1Cr 29:29, a saber: as “crônicas de Samuel, o vidente”, as “crônicas do profeta Natã” e as “crônicas de Gade, o vidente”. Tanto Gade como Abiatar tinham acesso aos eventos da corte do reino de Davi, de forma que ambos são candidatos à autoria desses dois livros. Número de capítulos: 31 e 24 respectivamente Ano: Aproximadamente entre 1100 a 970 a.C. Versículo-chave: 1 Samuel 15:22; 2 Samuel 22:3 Resumo: 1º e 2º Samuel levam o nome do personagem principal. Samuel governou Israel como juiz e ungiu os dois primeiros reis de Israel: Saul e Davi. Os dois livros hoje conhecidos como 1 e 2 Samuel eram originalmente um só livro denominado “O Livro de Samuel”. Israel havia sido governado por juízes que Deus levantou em momentos cruciais da história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia estado sob investidas violentas e desalmadas dos filisteus. O livro de 1 Samuel começa narrando a história de um fracassado pai, o sacerdote e juiz Eli. Num tempo de frieza e abandono de Deus, experimentado pelo povo de Israel, Samuel vem como uma resposta de oração, onde Deus atende aos pedidos de sua mãe, Ana. Os filisteus haviam invadido a terra, guerreado, e saqueado a arca da aliança do Senhor. Samuel assume a liderança do povo, cumpre seu ministério com devoção e fidelidade, convida o povo a um arrependimento nacional e o conduz a uma vitoriosa batalha contra os filisteus (a arca do Senhor só é trazida de volta por Davi, muitos anos mais tarde). Israel decide trocar o governo de Deus por de um rei humano, escolhendo a monarquia. Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido como o primeiro rei de Israel. Posteriormente é rejeitado por Deus devido a três grandes pecados. (1) O seu ego era tão grande quanto sua estatura. (2) Pela sua impaciência, exerceu funções sacerdotais, em vez de esperar por Samuel. (3) Depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa rejeição, Saul tornou-se uma figura trágica, consumida por ciúmes e medo, perdendo gradualmente sua sanidade. Gastou os seus últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das regiões montanhosas e desérticas do seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo. Depois que Saul é morto em batalha, o cenário está pronto para que Davi se torne o segundo rei de Israel. O segundo livro de Samuel é o que conta a história de Davi, seus sucessos e fracassos. Davi é o personagem central de toda a narrativa. Davi derrota com sucesso os inimigos de Israel, e inicia-se um período de estabilidade e prosperidade. Os primeiros dez capítulos contam as vitórias de Davi contra os seus inimigos, mas este livro também nos relata o maior

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pecado de Davi e as consequências desse seu pecado. Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado com o profeta Natã, as consequências da sua ação são declaradas com todas as letras: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais de tua casa” (12:10). Davi desejou construir o templo para o Senhor, mas este projeto não era para ele executar. Porém, ele acumulou recursos para que seu filho e sucessor, Salomão, construísse o templo. 1 Reis (1 Rs) e 2 Reis (2 Rs) Autor: Como 1º e 2º Reis eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 a.C. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, a tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Reis. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2 Rs 25:27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos. Número de capítulos: 22 e 25 respectivamente Ano: Há muita discordância entre os estudiosos quanto à data de composição desses livros. Contudo a data de finalização é certa. A última referência histórica em Reis é 562 a.C., (2 Rs 25:27). Tudo indica que o término do livro tenha sido após essa data, mas antes do retorno dos exilados a Judá em 538 a.C., já que o livro não menciona esse fato. Versículo-chave: 1 Reis 12:16 e 2 Reis 17:13-15 Resumo: 1º e 2º Reis na verdade formam uma só obra literária. Na tradição hebraica é chamada de “Reis”. A divisão dessa obra em dois livros foi feita pelos tradutores da septuaginta (a tradução grega do AT). Tem muito em comum com 1º e 2º Samuel pois juntos formavam um só livro na tradição hebraica (primeiro, segundo, terceiro e quarto livro dos reinos). Atentamos agora, pois, para o conteúdo de livro. Salomão sucedeu seu pai, Davi, no trono e durante 40 anos reinou sobre Israel. A princípio, tudo estava indo muito bem até que o poder, o luxo e as riquezas lhe subiram à cabeça, e daí surgiram muitos e difíceis problemas. Aumentou em muito a carga de impostos para fazer frente aos seus gastos e sufocou o povo. Para agradar suas mulheres estrangeiras construiu altares pagãos e se entregou à idolatria. Ao morrer Salomão, seu filho Roboão assume o trono e por não atender a pedido dos anciãos por redução dos impostos, num clima de revolta, as

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doze tribos separam-se dividindo o reino em dois. O reino do norte, sob a liderança de Efraim, entrega seu trono a Jeroboão e o reino do sul, com Judá e Benjamim, mantém o trono com Roboão, neto de Davi. Os Reis de Judá e Israel 1050-1010 a.C. Saul (40 anos) 1010-970 a.C. Davi (40 anos) 970-930 a.C. Salomão (40 anos) Reinos se dividem (922 a.C.) Reis de Judá Reinado (a.C.) Reis de Israel Reinado (a.C.) Roboão 930-913 (17 anos) Jeroboão I 930-909 (22 anos) Abias 913-910 (3 anos) Nadabe 909-908 (2 anos) Asa 910-869 (41 anos) Baase 908-886 (24 anos) Josafá 872-848 (25 anos) Elá 886-885 (2 anos) Jeorão 848-841 (7 anos) Zinri 885 (7 dias) Acazias 841 (1 ano) Tibni 885-880 (5 anos) Atalia 841-835 (7 anos) Onri 885-874 (11 anos) Joás 835-796 (40 anos) Acabe 874-853 (21 anos) Amazias 796-767 (29 anos) Acazias 853-852 (1 ano) Uzias 792-740 (52 anos) Jorão 852-841 (11 anos) Jotão 750-735 (16 anos) Jeú 841-814 (28 anos) Acaz 735-715 (16 anos) Joacaz 814-798 (17 anos) Ezequias 715-686 (29 anos) Joás 798-782 (16 anos) Manassés 697-642 (55 anos) Jeroboão II 793-753 (41 anos) Amom 642-640 (2 anos) Zacarias 753 (6 meses) Josias 640-609 (31 anos) Salum 752 (1 mês) Jeocaz 609 (3 meses) Menaém 752-742 (10 anos) Jeoaquim 609-598 (11 anos) Pecaías 742-740 (2 anos) Joaquim 598-597 (3 meses) Peca 752-732 (20 anos) Zedequias 597-586 (11 anos) Oseias 732-722 (9 anos) Judá é exilado pela Babilônia (586) Israel assimilado pela Assíria (722) Legenda: Bom rei Rei mediano Mau rei

Primeiro livro de Reis relata, também, a história dos reis, tanto de Israel como de Judá. Destaca-se neste livro o contexto específico e o

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ministério do profeta Elias. O segundo livro de Reis retoma a história trágica do “reino divido” quando Acazias está no trono de Israel e Josafá governa sobre Judá, descreve o declínio e o cativeiro tanto de Israel quanto de Judá. Israel suportou uma sucessão de maus reis durante 209 anos até o cativeiro assírio. A história de Judá, culminando com o cativeiro babilônico, é contada com poucos detalhes, dando um maior destaque ao reino de Israel e aos seus reis. O livro, também, registra o ministério de Eliseu, marcado por milagres. O segundo livro dos Reis, assim como o primeiro, é difícil seguir um fluxo de narrativa. O Autor ora está falando do Reino do Norte, Israel, ora do Reino do Sul, Judá, traçando simultaneamente suas histórias. Israel teve vinte governantes, todos ruins. Judá foi governado por vinte regentes, dos quais apenas oito foram bons. Segunda Reis recorda a história dos últimos dez reis e dos últimos dezesseis governantes de Judá. Alguns desses vinte e seis governantes são mencionados em apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram em colapso. 1 Crônicas (1 Cr) e 2 Crônicas (2 Cr) Autor: O autor é desconhecido, talvez por isso muitos optassem por chamá-lo de “o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga tradição judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2º Crônicas (2Cr 36:22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1:1-3). Isso não apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1 Crônicas, mas pode ser também uma indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento uma única obra. Soma-se a isso o fato de que 1º e 2º Crônicas tenham vocabulário e conteúdo similares. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é razoável assumir que “o cronista” tenha sido Esdras. Número de capítulos: 29 e 36, respectivamente. Ano: Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1º e 2º Crônicas, é provável que a sua forma final tenha surgido lá pelo final do séc. 5 a.C. O último evento registrado nos versículos finais de 2º Crônicas é o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538 a.C. e dá a impressão de que Crônicas tenha sido composto pouco tempo depois. Versículos-chave: 1 Crônicas 17:11-14 e 2 Crônicas 7:14

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Resumo: Assim como Samuel e Reis, 1º e 2º Crônicas formavam originalmente um só livro. O título hebraico significa “os eventos cronológicos do período”. O nome que usamos deriva do título latino da vulgata (tradução da Bíblia para o latim, do século 5 d.C.), “A crônica de toda a história sagrada”. Judá não era mais uma monarquia, mas um grupo de exilados, que viviam uma estagnação espiritual, complexo de inferioridade e abandono. Esdras compilou este livro com o objetivo de mostrar ao povo de Judá que o Deus deles é o Senhor soberano da história e que estava interessado na nação, e a adoração e obediência proporcionariam a concretização das promessas. O primeiro livro das Crônicas começa por uma retrospectiva genealógica provando que Deus escolheu, separou e os guardou. Começa com Adão, passando por Noé, Sem, Abraão, Jacó, Judá, Davi, Salomão, etc. Esdras é sacerdote e como tal tem seus olhares voltados aos aspectos eclesiásticos e espirituais da vida de Davi, como também com tudo o que se relaciona ao primeiro templo, embora já estivessem vivendo a realidade do segundo templo, recém construído. Assim como 1º Crônicas apresenta o mesmo relato histórico de 1° e 2° Samuel e parte de 1º Reis, 2º Crônicas relata a história dos reis contidos em 1º e 2º Reis, concentrando-se, contudo, no Reino de Judá. Muitos não entendem o porquê de os dois livros estarem na Bíblia. Isso devido ao fato de serem muito parecidos em conteúdo. Porém existem entre eles algumas diferenças que nos ajudam a entender essa questão, que tem muito mais a ver com propósito do que com conteúdo. Reis História de Israel e Judá Enfatiza os profetas Trata do reino e dos reis Termina quando o povo vai para o cativeiro Termina sem esperança

Crônicas História principalmente de Judá Enfatiza os sacerdotes Trata do Templo e dos sacerdotes Termina quando o povo volta do cativeiro Termina com esperança

Esdras Autor: O livro de Esdras, cujo nome provavelmente significa “O Senhor tem ajudado”, deriva o seu título do personagem principal dos capítulos 7 a 10. Não é possível saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras quem escreveu o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha escrito este livro usando vários documentos históricos (4:7-16), genealogias (2:1-70), e memórias pessoais (7:27 – 9:15) como fontes. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.

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O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos mandamentos do Senhor” (7:11). Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7:10) Número de capítulos: 10 Ano: Aproximadamente 440 a.C. Versículo-chave: Esdras 7:10 Resumo: Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem. Os eventos do livro de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps. 1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo. O Império medo-persa vencera e dominara o império Babilônico e agora Ciro era o imperador. Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia que decidido pela libertação do povo judeu os envia de volta junto com os objetos de culto do templo. Retornaram para Judá aproximadamente 50.000 judeus sob a liderança de Zorobabel. Chegando a Jerusalém iniciam a obra de reconstrução do templo, lançando os seus alicerces. Logo são molestados pelos seus inimigos e por isso as obras de reconstrução do templo são interrompidas no ano 534 a.C. a pedido dos samaritanos e sob a ordem do Imperador Cambises, sucessor de Ciro. A reconstrução do templo é retomada no ano 520 a.C., no reinado de Dario, o grande (sucessor de Cambises). Neste período de interrupção destaca-se o ministério profético de Ageu e Zacarias. Após 4 anos de obras, o templo foi terminado. Há um intervalo de, aproximadamente, 60 anos entre Esdras 6 e 7, onde outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por Esdras (457 a.C.), (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Artaxerxes com somas adicionais de dinheiro para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo. Esdras se entristece profundamente ao chegar em Jerusalém, pois encontrou o povo desanimado, voltando à idolatria e casando-se com mulheres pagãs. Esdras realiza então, profundas reformas religiosas. Mandou que despedissem as mulheres hetéias e que os homens voltassem às mulheres dos casamentos de suas mocidades. Depois disso, viveu, provavelmente, como um influente cidadão até à época de Neemias.

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O Retorno do Exílio Fase

Data

538 a.C.

458 a.C.

444 a.C.

Referência bíblica

Esdras 1-6

Esdras 7-10

Neemias 113

Líder judeu

Zorobabel Jesua

Esdras

Neemias

Rei Persa

Extensão do retorno

Acontecimentos do retorno

Ciro

(1) Qualquer um que quisesse voltar podia fazê-lo. (2) O templo de Jerusalém seria reconstruído. (3) O tesouro real providenciou fundos para a reconstrução do templo. (4) Os utensílios de culto, feitos de ouro e prata, tirados do templo por Nabucodonosor são restituídos.

(1) Oferecimento de holocaustos. (2) Celebrada a Festa dos Tabernáculos. (3) Início da reconstrução do templo. (4) O rei persa ordena que a reconstrução pare. (5) Dario, rei da Pérsia, ordena que a reconstrução recomece em 520 a.C. (6) O templo é concluído e dedicado em 516 a.C.

Artaxarxes Longímano

(1) Qualquer um que quisesse voltar podia fazê-lo. (2) O tesouro real providenciou fundos. (3) Autorização para instituição de magistrados e juízes civis judeus.

Homens de Israel casados com mulheres estrangeiras.

Permissão para reconstrução dos muros de Jerusalém.

(1) Reconstrução dos muros de Jerusalém encontra oposição de Sambalate, o heronita, Tobias, o amonita, e Gesém, o árabe. (2) Reconstrução dos muros completada em 52 dias. (3) Dedicação dos muros. (4) Esdras lê o Livro da Lei para o povo. (5) Neemias inicia reformas.

Artaxarxes Longímano

Neemias Autor: A tradição judaica piedosa atribui a obra inteira a Neemias, mas a maioria dos eruditos modernos pensa que algum compilador desconhecido se mostrou ativo. O próprio livro é anônimo, pelo que não há como chegar a conclusões indubitáveis sobre a questão da autoria.

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Número de capítulos: 13 Ano: Aproximadamente 450 a.C. Versículo-chave: Neemias 6:3 Resumo: Neemias era o copeiro do rei Artaxerxes. Ele recebe notícias do estado calamitoso da cidade de Jerusalém. Esdras estava na cidade há 13 anos, o templo já tinha sido construído, mas os muros ainda estavam derrubados e a cidade encontrava-se desolada. O rei Artaxerxes não apenas permite a ida de Neemias para Jerusalém, como também o nomeia governador da cidade e lhe autoriza levar madeira para a reconstrução. Chegando à Jerusalém, faz uma vistoria para avaliar o estado das muralhas. Logo, incentivou o povo a reconstruí-las e mesmo sob severa oposição externa (Sambalate e Tobias) e interna (cansaço e desânimo do povo), em cinquenta e dois dias Neemias terminou a obra. Terminada esta obra, ele trabalha na organização da cidade, nomeando vários funcionários para o bem público. Além disso, reorganiza princípios morais e espirituais. Todo o povo foi reunido diante da Palavra de Deus, ministrada por Esdras e a leitura e explicação dos textos produziram quebrantamento, arrependimento e conversão. Doze anos depois, Neemias retorna à Babilônia. Durante o tempo em que permaneceu lá, Tobias, moabitas e amonitas introduzem-se no templo. Neemias retorna com o 3º grupo de judeus e expulsa Tobias do templo, bem como definitivamente reorganiza o culto no templo. Ester Autor: O livro de Ester recebe o nome de sua heroína, porém, o autor do livro não pode ser identificado. Mas o livro foi escrito por um judeu que conhecia os costumes e a linguagem dos persas, o que possibilita o autor ser Mordecai (ou Mardoqueu), primo de Ester. Número de capítulos: 10 Ano: O livro deve ter sido escrito pouco depois do término do reinado de Assuero, pois menciona a administração desse rei como algo passado (10:2-3). A data mais apropriada para esse livro seria pouco depois dos acontecimentos narrados, isto é, cerca de 460 a.C. Versículo-chave: Ester 4:14 Resumo: A história de Ester desenrola-se na corte do rei persa Assuero, também conhecido como Xerxes, que governou a Pérsia de 486 a 465 a.C. Isso situa os acontecimentos da história pelo menos cinquenta anos depois do decreto de Ciro (538 a.C.), que anunciou que os judeus exilados poderiam voltar a Jerusalém cerca de vinte e cinco anos antes do regresso de Esdras a essa cidade. A história do livro de Ester começa com um grande banquete organizado pelo rei Assuero (Xerxes). Nesta grande festa todos se

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embebedaram e o rei mandou chamar a bela rainha Vasti para alegrar a festa com a sua beleza. A rainha, porém, negou-se a tal atitude. Este fato humilhou o rei diante dos príncipes e autoridades presentes, pelo que ele a depôs. Realizou-se, então, um “concurso de beleza” para escolher a mulher que iria substituir a rainha Vasti. Ester, uma judia, foi a escolhida e ela se tornou rainha do poderoso império persa. Neste tempo de coroação, seu primo Mordecai (ou Mardoqueu) descobre uma conspiração contra o rei e Ester avisa seu marido, mas Mordecai não recebe nenhuma recompensa. Hamã, um agagita, foi escolhido por Assuero como vice-rei e ele ordenou que todo o povo, ao encontrar-se com ele, se prostrasse e o adorasse, o que Mordecai, como judeu, não fez. Tal atitude despertou ódio de Hamã contra Mordecai e contra os judeus, tendo planejado destruí-los da face da terra. Hamã engana a Assuero e consegue que este decrete a morte de todos os judeus em seu reino. Era o fim aparente do povo judeu. Ester é incitada por Mordecai a conseguir, diante do rei, uma mudança em tudo isso, e ela corre o risco de, apresentando-se diante do rei sem ser chamada, sofrer pena de morte, caso o rei não estenda seu cetro à pessoa, permitindo que ela entre. Ester arma uma boa estratégia para entregar o cruel Hamã nas mãos do rei Assuero (Et 5). Posteriormente, Mordecai é honrado pelo rei, que foi incomodado por Deus a fazê-lo, e Hamã é enforcado. Os judeus foram salvos pela providência de Deus e Mordecai assume o cargo de Hamã. Os livros poéticos Tradicionalmente, falamos de Salmos e de Cântico dos Cânticos como os livros de poesia bíblica, e de Jó, Provérbios e Eclesiastes como de sabedoria bíblica. Esses livros serão o centro desta divisão. Outros livros do Antigo Testamento, porém, apresentam muitas das características dos livros poéticos e de sabedoria. Lamentações é, em sua essência, uma coletânea de salmos de lamento. Salmos são também encontrados nos profetas (por exemplo: Jn 2; Hc 3). Rute, Ester e Daniel têm muito mais em comum com a literatura de sabedoria do que imagina a maioria dos leitores. Os cinco livros chamados Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos ainda nos fornecem os melhores exemplos de como ler hinos, cânticos, provérbios e reflexões da Bíblia. Isso, por sua vez, nos permite ver como a sabedoria e a poesia afetaram o restante da Bíblia. A poesia e a sabedoria bíblicas são ao mesmo tempo literatura de alto nível e Palavra de Deus. Elas nos intrigam e deliciam, mesmo quando nos censuram e instruem.

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Jó Autor: Embora a maior parte do livro consista nas palavras de Jó e de seus conselheiros, não sabemos ao certo quem escreveu o livro, as sugestões incluem o próprio Jó, Eliú, Moisés e Salomão. O autor desconhecido, provavelmente, tinha acesso às fontes orais e/ou escritas, com base nas quais, sob inspiração divina, compôs o livro que chegou até nós. Número de capítulos: 42 Ano: Aproximadamente 1400 a.C. Versículo-chave: Jó 42:5 Resumo: A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14:14 e Tg 5:11. Jó era um gentio. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” – o Todo Poderoso. (Há trinta e uma referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida seminômade. A história do livro de Jó começa com a apresentação de Jó como um homem íntegro e temente a Deus, próspero e feliz. Satanás ao se apresentar diante de Deus, juntamente com outros anjos, é incitado pelo próprio Deus que dá testemunho da integridade de seu servo Jó. Satanás, porém, afirma que a integridade de Jó é devido às bênçãos de Deus. Portanto Deus permite a Satanás tirar-lhe os seus bens materiais e filhos, e sua saúde, posteriormente, porém sem tirar-lhe a vida. Neste momento surgem os três amigos de Jó (Elifaz, Zofar e Beldade), os quais possuem a virtude de não abandoná-lo na dor, de condoerem-se com ele, de chorarem com ele e, de uma forma ou outra, tentar ajudá-lo. Mas estes três amigos foram maus conselheiros, pois eles criam que, por serem ricos e saudáveis, eram justos e que a doença e a pobreza eram sinais de impiedade castigada. Deus estaria sempre disposto a abençoar o homem com bens materiais, espirituais e de saúde, desde que o homem merecesse, não havendo outra forma de Deus revelar Sua graça. E eles transmitiram isto a Jó, concluindo que ele estava em pecado, portanto, era merecedor de castigo. Jó reage a esta teologia, e o livro é uma resposta certa a esta terrível “teologia da prosperidade”. Na sua resposta aos seus amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta o seu estado deplorável e as suas tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo. Porém, Jó chega ao ponto de superestimar a si mesmo diante de Deus.

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Em meio a este debate surge o jovem Eliú, e é ele quem mais se aproxima da verdade, enaltecendo a perfeita justiça de Deus e o caráter educacional do sofrimento na vida do justo. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou autoridade de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender algumas coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir. Após a fala de Eliú, o próprio Deus se manifesta a Jó num redemoinho, e lhe confronta. O interessante é que Deus não dá explicações a Jó, apenas mostra que Ele é justo em tudo o que faz, e não precisa se justificar. Jó, então, reconhece que pecou se autojustificando. Por fim, Deus lhe restitui em dobro os bens e lhe dá mais 10 filhos. No último capítulo do livro, Jó afirma seu crescimento em conhecer a Deus em meio a provação. Salmos Autor: O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias para o uso tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Os títulos dos vários salmos relacionam 73 deles a Davi, dois a Salomão (72 e 127), doze aos filhos de Coré (42, 43, 44-49, 84, 85, 87), doze a Asafe (50, 73-83), um a Hemã (88 - 1Reis 4:31), um a Etã (89 - 1Cr 15:19), e um a Moisés (90). Os 48 salmos restantes são anônimos. A maioria dos salmos foram escritos durante o tempo de Davi e Salomão (10° século a.C.) Número de capítulos: 150 Ano: Entre a época de Moisés, cerca de 1440 a. C. e o cativeiro na Babilônia, em 586 a.C. Versículo-chave: Salmo 150:6 Resumo: Os Salmos eram o hinário de Israel para muitos rituais e cerimônias. Eram veículos de expressão do povo através de uma gama de experiências que os tornava aptos a apresentar os sentimentos e pedidos ao Senhor em termos significativos e intensos. Foram escritos como reações sinceras diante de Deus, ao experimentarem as inúmeras alegrias, tristezas e provações da vida. Os Salmos contêm mais do que cânticos para o templo e hinos de louvor. Ele inclui alegrias, lamentações, orações pessoais e patrióticas, petições, meditações, instruções e tributos em acrósticos sobre temas nobres.

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Os salmos são divididos em cinco livros, cada um dos quais termina com uma doxologia (exaltação). A nota inicial de cada Salmo contém um resumo do seu conteúdo: 1º Livro (Salmos 1 a 41): A maioria dos cânticos são atribuídos a Davi. 2º Livro (Salmos 42 a 72): É uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos de Coré, Asafe, Davi e Salomão; nessa coleção, quatro escritos permanecem anônimos. 3º Livro (Salmos 73 a 89): É marcado por uma grande coleção de cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16:4-7). 4º Livro (Salmos 90 a 106): Embora não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão também colaboraram. 5º Livro (Salmos 107 a 150): Registram-se vários cânticos de Davi. A maioria dos estudiosos da Bíblia concordam no seguinte sistema de classificação dos salmos: • Hinos • Louvor geral de Deus • Salmos celebrando Deus como Rei • Salmos de Sião (46, 48, 76, 84,87, 122) • Salmos de Lamentação • Individuais • Coletivos • Salmos de Ações de Graça (Todah) • Individuais • Coletivas • Salmos reais • Tipos menores: Salmos da Confiança, Salmos Sapienciais etc. Provérbios Autor: Segundo 1 Reis 4:32, Salomão proferiu 3.000 provérbios e 1.005 cânticos. Ele escreveu a maior parte dos provérbios coletados neste livro. A divisão que vai de 1:1 – 9:18 é atribuída a ele, bem como as divisões de 10:1 – 22:16 e 25:1 – 29:27, embora os provérbios nesta última divisão tenham sido selecionados da coleção de Salomão pelos escribas do rei Ezequias (25:1). Nada sabemos sobre Agur, autor do capítulo 30, ou de Lemuel, autor do capítulo 31. Número de capítulos: 31 Ano: Uma vez que o Livro de Provérbios é uma compilação, sua composição estendeu-se por um longo período, com a obra principal datada de cerca de 950 a.C. Os caps. 25-29 são identificados como transcritos pelos “homens de Ezequias”, o que situa a cópia em cerca de 720 a.C.,

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embora o material em si fosse de Salomão, talvez retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias. Versículo-chave: Provérbios 9:10 Resumo: O tema central deste livro é a sabedoria de forma prática, não apenas para viver uma “boa vida”, mas para viver no temor do Senhor. Todos os provérbios apresentados neste livro objetivam gerar homens saudáveis e redimidos, bem-sucedidos na vida, segundo o projeto de Deus para nós. Os princípios de vida são divinamente inspirados e apresentados sob a forma de ditados, que por contraste ou comparação relatam as experiências características e o caminhar do sábio e do tolo, do justo e do preguiçoso, do bom e do mal, do insensato, da mulher virtuosa, etc. Ensinos específicos incluem instruções sobre a insensatez, o pecado, a bondade, a riqueza, a pobreza, a língua, o orgulho, a humildade, a vingança, a preguiça, a amizade e a família. Seu pensamento ou tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (9:10), aparecendo de outra maneira como: “O temor do SENHOR é o princípio (ou parte principal) do conhecimento” (1:7). Dentre a diversidade de exemplos, algumas verdades se repetem: ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o mais valioso dos bens. A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto. A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa, e vem por meio de atender às instruções. A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom. O homem mal sofre as consequências de seus atos maus. O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o pecador nunca devem ser admirados.

Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido de muitas palavras-chaves. Entre várias ideias que são colocadas em contraste estão: • • • • • • •

Sabedoria em oposição à Loucura Justiça em oposição à Impiedade Bem em oposição ao Mal Vida em oposição à Morte Prosperidade em oposição à Pobreza Honra em oposição à Desonra Permanente em oposição ao Transitório

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• • • • • • • •

Verdade em oposição à Falsidade Ação em oposição à Preguiça Amigo em oposição ao Inimigo Prudência em oposição à Precipitação Fidelidade em oposição ao Adultério Paz em oposição à Violência Boa Vontade em oposição à Ira Deus em oposição ao Homem

Quase todas as facetas dos relacionamentos humanos mencionadas neste livro, o mais prático do Antigo Testamento.

são

Eclesiastes (Ec) Autor: Nenhum período nem nome de autor é mencionado neste livro, mas vários trechos levam fortemente a crer que o rei Salomão seja o autor. Ec 1:1 parece ser uma referência a Salomão: “Palavra do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém”. Alusões à sabedoria de Salomão (1:16), à riqueza (2:8), aos servos (2:8), aos prazeres (2:3) e a atividade de edificação estão espalhadas por todo o livro. O título hebraico significa: “aquele que convoca uma assembleia e fala à ela”. Número de capítulos: 12 Ano: Cerca de 971 a 931 a.C. Versículo-chave: Eclesiastes 1:2 Resumo: O livro de Eclesiastes é dividido em quatro partes que tratam como se deve lidar com os prazeres que Deus nos proporciona na vida sem sermos ofuscados por eles. Salomão usa diversas vezes o termo “vaidade” não no sentido de cuidado com a aparência, mas no sentido de “passageiro”, como um vapor que se dissipa rapidamente. Estas são as 4 divisões do livro: Primeira divisão (1:2 - 2:26): A satisfação não está em nós. Segunda divisão (3:1 – 5:20): Deus é soberano sobre tudo. Objeções respondidas. Terceira divisão (6:1 - 8:15): Salomão aplica a doutrina segundo a qual Deus é quem dá prazer na vaidade. Quarta divisão (8:16 – 12:14): Vários obstáculos e desencorajamentos são abordados. Primeira subdivisão (8:16 - 9:9): As incoerências restantes não devem diminuir nossa alegria. Segunda subdivisão (9:10 – 11:6): Temos de trabalhar com empenho e permanecer sensíveis a despeito das incongruências restantes. Terceira subdivisão (11:7 – 12:12): Devemos nos preparar para a longa jornada ao longo da velhice para a eternidade.

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Cantares de Salomão (Ct) Autor: O título no texto hebraico é “Cântico dos Cânticos de Salomão”, o que pode significar um cântico composto por Salomão, para ele ou a respeito dele. Não podemos afirmar categoricamente quem escreveu o livro, mas o primeiro versículo parece atribuir a autoria a Salomão. O mesmo é citado sete vezes no livro, (1:1, 5; 3:7, 9, 11; 8:11, 12) além de vários versículos falarem do rei. Número de capítulos: 8 Ano: Aproximadamente 950 a.C. Versículo-chave: Cantares 8:7 Resumo: Uma descrição sucinta dos fatos relacionados a cada episódio tornará mais claro o relato e dará ênfase à necessidade de expressarmos amor pela pessoa amada. Expressões mútuas de amor A mulher deseja estar com o rei em seus aposentos (1:2, 3), mas com bastante simplicidade ela não se acha bonita (1:5-7). Salomão diz o quanto ela é bela (1:9, 10, 15). Então, ela medita (1:12-14) e expressa sua admiração por Salomão e sua casa (1:16, 17). Ela ainda se vê como uma moça comum, como um simples lírio (2:1), mas o grande Salomão levou-a a se apaixonar profundamente por ele (2:3-6). O encontro do casal no campo Certo dia, Salomão foi até o vilarejo natal dessa jovem e a encontrou (1:8, 9). É primavera, e ele a convida para passar algum tempo em sua companhia (2:10-14). Quando ele vai embora, ela sonha com o rei, sai a sua procura à noite e, finalmente, encontra seu amor (3:1-5). Ela não consegue ficar longe dele. A procissão nupcial e a cerimônia Aqui vemos uma descrição grandiosa da procissão nupcial em que o rei é carregado em uma liteira e acompanhado de soldados. Começam os preparativos para o dia do casamento (3:6-11). Salomão elogia a aparência física de sua noiva (4:1-6) e deseja estar a sós com ela para explorar o seu amor e os prazeres sexuais de seu jardim (4:7-15). Ela aceita o amor do rei e ele entra no jardim de amor de sua noiva (4:16 – 5:1). O anelo da noiva por seu amor Após o casamento, a noiva sente saudades de seu marido, que se ausentou. Nos sonhos dela, os dois têm de cumprir atividades diferentes e

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se separam um do outro (5:2-7). Ela está ansiosa para encontrá-lo, mas ele se foi. Tudo que ela pode fazer é entoar uma canção de louvor na qual expressa o profundo amor por seu marido (5:10-16). Por fim, ele retorna para o jardim de amor de sua amada (6:2, 3) e diz o que sente por ela (6:4-9). O noivo assegura-lhe o seu amor Salomão reafirma à sua esposa sua opinião sobre sua beleza e seu profundo amor por ela (7:1-10). Ela deseja levá-lo para o campo (para longe dos negócios), talvez de volta à sua antiga casa, para que possam desfrutar melhor do amor um pelo outro (7:11 – 8:3). Afirmações finais de amor O casal se ausenta, e os dois renovam seu amor próximo à casa dela (8:5, 6). Ela descreve a força do poder do amor e como este é precioso (8:6, 7). Embora fosse uma jovem imatura, virgem, que não conhecia homem algum (8:8, 9), ela agora encontrou Salomão e se entrega a ele espontaneamente (8:10-12). Os livros proféticos Durante o período da monarquia e da divisão dos reinos, Israel tornouse cada vez mais idólatra e desobediente a Deus. O Senhor, então, mandou profetas para que alertassem e exortassem o povo a guardar a aliança feita no monte Sinai. Ordenou que profetizassem consequências desastrosas se eles ignorassem os mandamentos divinos. Os profetas eram indivíduos chamados por Deus para levarem Sua Palavra ao povo de Israel (“Assim diz o Senhor”). Eles não tomavam parte no sacerdócio, porém nutriam um sentimento especial por Israel. Sabiam que aquele era o povo escolhido por Deus para tomar parte na aliança. Os primeiros profetas viveram durante o período dos reis. Eram incumbidos de trazer conselhos e advertências divinas a seus monarcas. Todavia conheceram seu fim após o exílio, quando já não havia reis em Israel. De acordo com a tradição judaica, o Espírito de Deus abandonou seu povo após a morte de Malaquias em 440 a.C. No Antigo Testamento da Bíblia cristã, os livros dos profetas são divididos em dois grupos: os profetas maiores, que são quatro (+ Lamentações de Jeremias), e os profetas menores num total de doze. Essa terminologia está relacionada à extensão dos livros. Os doze profetas menores compõem um rolo, chamado de “o Livro dos Doze”. Na Bíblia cristã, os profetas maiores aparecem primeiro, seguidos dos menores.

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Profetas Maiores Isaías (Is) Autor: Isaías, filho de Amós (Is 1:1) Número de capítulos: 66 Ano: Aproximadamente 700 a.C. Versículo-chave: Isaías 53:5 Resumo: Isaías profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel, governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Acaz, caiu num sério declínio moral e espiritual (3:8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam agradar aos homens (5:7-12, 18-23; 22:12-14). O Livro de Isaías revela o juízo e a salvação de Deus. Deus é “santo, santo, santo” (6:3) e, portanto, Ele não pode permitir a impunidade do pecado (1:2; 2:11-20; 5:30; 34:1-2; 42:25). Isaías retrata o julgamento vindouro de Deus como um “fogo consumidor” (1:31; 30:33). Ao mesmo tempo, Isaías compreende que Deus é um Deus de misericórdia, graça e compaixão (5:25; 11:16; 14:1-2, 32:2, 40:3, 41:1416). A nação de Israel (Judá e Israel) é cega e surda aos mandamentos de Deus (6:9-10, 42:7). Judá é comparado a uma vinha que deve ser, e será, pisoteada (5:1-7). Só por causa de Sua misericórdia e promessas a Israel, Deus não permitirá que Israel e Judá sejam completamente destruídos. Ele vai trazer tanto a restauração e perdão, quanto a cura (43:2, 43:16-19, 52:10-12). Mais do que qualquer outro livro no Antigo Testamento, Isaías concentra-se na salvação que virá através do Messias. É afirmado que o Messias um dia governará com justiça e retidão (9:7; 32:1). O reino do Messias trará paz e segurança a Israel (11:6-9). Através do Messias, Israel será uma luz para todas as nações (42:6; 55:4-5). O reino do Messias sobre a terra (65 e 66) é o objetivo para o qual aponta o livro de Isaías. É durante o reinado do Messias que a justiça de Deus será plenamente revelada para o mundo. Em um aparente paradoxo, o livro de Isaías também apresenta o Messias como aquele que vai sofrer. Isaías, no capítulo 53, descreve vividamente o Messias sofrendo pelo pecado. É através de Suas feridas que a cura é alcançada. É através de Seu sofrimento que as nossas iniquidades

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são removidas. Essa aparente contradição é resolvida na pessoa de Jesus Cristo. Em Sua primeira vinda, Jesus foi o servo sofredor de Isaías capítulo 53. Em Sua segunda vinda, Jesus será o Príncipe da Paz e ocupará o Seu cargo de Rei (9:6). Jeremias (Jr) Autor: Jeremias, filho de Hilquias, foi um profeta da cidade levita de Anatote e talvez tenha sido descendente de Abiatar. Número de capítulos: 52 Ano: Aproximadamente 600 a.C. Versículo-chave: Jeremias 31:3 Resumo: Jeremias era um jovem tímido e sensível e foi chamado por Deus para uma dura missão: anunciar o juízo de Deus contra Judá diante da severa oposição do povo, dos líderes políticos, reis e sacerdotes. E durante os 40 anos do seu ministério ninguém daria importância à sua mensagem. O profeta Jeremias queria conduzir o povo ao arrependimento. Diante da dura cerviz do povo ele anuncia que o cativeiro era inevitável e a resistência era inútil. O povo e os líderes odiaram profundamente a Jeremias e ele foi acusado de trair sua pátria. Jeremias previra um cativeiro de 70 anos contra as profecias de rápida libertação anunciadas pelos falsos profetas do seu tempo. Diante do avanço babilônico, o rei Zedequias é aconselhado pelos falsos profetas a aliar-se com o Egito, porém Jeremias insistiu na inutilidade disto. Lançaram Jeremias numa cisterna lamacenta, mas o Senhor de lá o tirou com vida. Nabucodonosor cerca a Jerusalém pela terceira vez, invade e destrói a cidade, levando cativo todo o povo que restava, deixando apenas os doentes, fracos e, por respeito, o profeta Jeremias. Gedalias é nomeado governador por Nabucodonosor, mas o restante do povo que ali ficara resolve fugir para o Egito, pensando lá encontrar abrigo e acolhida. Jeremias novamente se opõe a isto, mas é levado contra a sua vontade. O livro de Jeremias se encerra com diversas profecias a respeito dos povos vizinhos a Judá, escritos em tempos variados. Lamentações (Lm) Autor: Profeta Jeremias Número de capítulos: 5 Ano: Aproximadamente 550 a.C. Versículo-chave: Lamentações 3:22 Resumo: No ano 586 a.C. Nabucodonosor invade Jerusalém, leva cativo o povo e o rei Zedequias, arrasa a cidade, queima e destrói os

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palácios e edifícios importantes, inclusive o belo, imponente e majestoso templo de Jerusalém. E Jeremias viveu todo este triste momento histórico de Judá, presenciando toda a destruição de Jerusalém. Ao ver todo este triste cenário, Jeremias escreve as suas lamentações. As Lamentações de Jeremias expressam a dor de quem vê tudo em cinza, de quem vê a glória de Deus afastar-se dali, de quem vê Deus cumprir Sua Palavra, castigando o pecado. Ezequiel (Ez) Autor: Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote (1:3) Número de capítulos: 48 Ano: Aproximadamente entre 590 a 570 a.C. Versículo-chave: 36:26 Resumo: Ezequiel era um sacerdote. Antes mesmo de iniciar seu ministério sacerdotal em Judá, foi levado aos 30 anos para a Babilônia, na segunda leva de exilados, em 597 a.C. Durante a 1ª parte do seu ministério na Babilônia (592 a 586 a.C.) Ezequiel procurou mostrar aos exilados seus pecados como causa de estarem ali na Babilônia. Prepara-lhes para a breve destruição da cidade de Jerusalém e do templo, que viria como manifestação do juízo de Deus. Quando Jerusalém é sitiada, Ezequiel passa à segunda etapa do seu ministério e anuncia o juízo de Deus, vindo também sobre os inimigos de Judá. Sua terceira e última etapa ministerial têm ênfase sobre o futuro de Israel, onde Deus traria restauração. Daniel (Dn) Autor: Daniel, possivelmente pertencia a uma família de classe alta de Jerusalém. Número de capítulos: 12 Ano: Aproximadamente 600 a.C. Versículo-chave: Daniel 2:35 Resumo: Daniel foi levado com alguns jovens importantes e nobres de Judá para a Babilônia, na ocasião do primeiro cerco de Nabucodonosor ao reino de Judá, no ano 606 a.C. Toda a sua vida praticamente é vivida lá na Babilônia, pois com aproximadamente 90 anos, ele assiste à volta dos judeus para Jerusalém, mas ele, já muito idoso, permanece por lá. Nestes 70 anos de cativeiro para os judeus, e de vida profética para Daniel, ele assistiu a ascensão e a queda de grandes impérios, sendo este o tema de suas mensagens, as quais revelam a soberania de Deus sobre as

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nações e antecipam muito do calendário histórico de reinos gentios, que Deus lhe mostrou. A história de Daniel começa aos 16 anos quando chega cativo na Babilônia. No ano seguinte, Nabucodonosor tem um sonho e somente Daniel consegue interpretá-lo. Por causa da interpretação deste sonho Daniel é colocado como governador da Província da Babilônia. No capítulo 5 de Daniel já temos Belsazar no trono babilônico (Belsazar é neto de Nabucodonosor). Há uma grande festa, onde os utensílios usados eram os do templo do Senhor, carregados quando Jerusalém foi invadida. Nesta festa, o Senhor escreve na parede, e Daniel com 82 anos é chamado para interpretar, anunciando o fim do império babilônico e sua derrota para os medos e persas. Dario, o medo, é deixado no trono, enquanto Ciro, o persa, prossegue com suas conquistas. Por causa de um decreto, Dario foi obrigado a lançar Daniel, com 83 anos na cova dos leões. Daniel foi libertado e continuou a gozar de prestígio entre os reis medo-persas.

Profetas Menores Oseias (Os) Autor: Oséias cujo nome significa “salvação” ou “libertação”, era filho de Beeri (Os 1:1). Número de capítulos: 14 Ano: Aproximadamente 750 a.C. Versículo-chave: Oséias 4:6 Resumo: O Livro de Oséias é a respeito de Deus expressando seu amor e misericórdia a um povo que se prostituía com outros deuses. Como retrato dessa relação de Deus com seu povo, Deus ordena que Oséias se case com Gômer, uma prostituta. O profeta a ama intensamente, mas ela o trai, foge, prostitui-se e se torna escrava (Oséias 1 e 2). Oséias, contudo, continua a amá-la, a perdoa e a compra (Os 3). Oséias revela exorta contra a infidelidade do povo para com o Senhor, e o juízo que adviria disto (Oséias 4-10). Oséias também aponta para o reino de Israel, ao final de sua mensagem, um caminho de arrependimento, graça e salvação (Oséias 11:14). Israel, contudo, não ouviu esta mensagem e foi destruído no ano 722 a.C. pelos assírios. Deus, por fim, promete cura e restauração final (Oséias 14:4, 5).

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Joel (Jl) Autor: Joel, filho de Petuel (Jl 1:1) Número de capítulos: 3 Ano: Aproximadamente 820 a.C. Versículo-chave: Joel 2:28 Resumo: A terra acabara de ser assolada por uma praga de gafanhotos que devorara toda a plantação, promovendo fome, seca e desemprego. Morriam o povo e os animais. O desespero era incomparável. Esta é a ocasião em que o profeta se levanta em nome do Senhor anunciando-lhes que a praga era juízo imediato ao estado de pecado e indiferença do povo para com Deus. Era também símbolo do juízo final, do “Dia do Senhor”. Há aqui, também, uma visão completa e complexa, pois o “Dia do Senhor” é profeticamente um dia escatológico, mas naquele momento é o dia da praga de gafanhotos e o dia da invasão babilônica, dias este em que o Senhor, em escala menor, manifestaria o Seu juízo. Além das profecias de juízo, Joel profetiza sobre a plenitude do Espírito Santo no povo de Deus, o qual se cumpriu em Pentecostes (Atos 2). Amós (Am) Autor: Amós, ganhava a vida cuidando do rebanho e das figueiras bravas (1:1; 7:14, 15). Número de capítulos: 9 Ano: Aproximadamente 750 a.C. Versículo-chave: Amós 5:21 Resumo: O tempo de Jeroboão II é um tempo áureo no campo político e expansionista. Israel está em paz, próspero, com seus pequenos inimigos vizinhos subjugados e sem ameaças de qualquer grande império mundial. O contrário se dá em sua vida moral, espiritual e social. Ainda adoravam ao bezerro de ouro dedicado a Baal, seus sacerdotes eram escolhidos politicamente e eles eram corruptos, ladrões e hipócritas. Os cultos eram mecânicos e vazios. Os juízes eram subornáveis. Os pobres eram oprimidos pelos ricos, havia adultério e promiscuidade, tudo realizado por um povo que se chamava por povo de Deus. Como havia paz e prosperidade econômica, eles se achavam protegidos do Senhor e isentos de qualquer juízo condenatório. Deus, então levanta um profeta de Judá, Amós, e o envia a Israel. Amós vai parar no centro religioso do reino do Norte, Betel, e ali começa a pregar as suas mensagens. Amós prega e diz que Israel é realmente uma nação escolhida. Mas não para prevalecer-se disto e exercer idolatria, impiedade e injustiça. Pelo contrário. Deus os responsabiliza ante o mundo para serem modelo e exemplo. O juízo de Deus virá (e veio pelos assírios cerca de 40 anos

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depois). Em sua mensagem profética Amós diz que Deus estava enjoado de cultos hipócritas de um povo que era idólatra e opressor do pobre. Obadias (Ob) Autor: Obadias Número de capítulos: 1 Ano: Aproximadamente 580 a.C. Versículo-chave: Obadias 1:1 Resumo: Estamos no ano 586 a.C. Jerusalém é invadida, queimada, destruída e assolada pelos babilônios. Nesta invasão os babilônios contam com a inesperada ajuda do pequeno vizinho de Judá, o inimigo reino de Edom. Edom presenciou o cerco e ajudou a invasão (v.11), alegrando-se com isso (v.12), colaborando na pilhagem (v.13 e 14) e na entrega dos fugitivos (Sl 137:7 e Lm 4:21). Judá estava desolada, angustiada, triste e arruinada. Enquanto isto, em Edom havia alegria, júbilo, orgulho, festa e sensação de vitória. Neste contexto Deus levanta Obadias com uma visão sobre o juízo de Deus vindo contra Edom, que se orgulhava da sua privilegiada posição geográfica: estava localizado em uma cadeia de montanhas e sua capital era inacessível. Orgulhava-se também de seus homens valentes e sábios E em sua mensagem profética Obadias anuncia o juízo de Deus sobre este arrogante reino, dizendo a eles que o juízo viria através dos seus próprios aliados. E isto ocorreu através dos babilônios (cerca de cinco anos depois desta profecia) e mais tarde pelos árabes (ano 70 d.C.). Jonas (Jn) Autor: Jonas, filho de Amitai (Jn 1:1) Número de capítulos: 4 Ano: Aproximadamente 770 a.C. Versículo-chave: Jonas 2:9 Resumo: Nos dias de Jeroboão II havia paz e prosperidade política em Israel. Israel se expandia e não se sentia ainda ameaçado pela Assíria, que era o grande império mundial, e um inimigo potencial de todas as pequenas nações. Jonas era profeta de Deus em Israel e falava bastante da misericórdia de Deus (2 Rs 14:25-27). Chegou o momento de Deus testar a visão que Jonas tinha desta misericórdia e o envia a pregar arrependimento em Nínive, capital da Assíria, que ficava a aproximadamente 1.300 km ao oriente. Pregar arrependimento aos temidos e odiados assírios era uma difícil missão, pois, Jonas sabe que, se Deus poupar Nínive, então aquela cidade

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estará livre para saquear e roubar Israel, mas se eles não se arrependessem Deus os destruiria. Jonas, bem consciente da vontade de Deus, claramente apresentada, foge, desejando que o juízo de Deus se manifestasse contra o grande e terrível império assírio. Fora da vontade de Deus, que Jonas descesse a Jope, ao navio, ao porão do navio, ao fundo do mar e ao ventre do grande peixe. Lá, ele após três dias de reflexão, descobriu-se fugitivo de Deus e, portanto, desgraçado. Clama por socorro e o peixe o devolve à praia. Deus, novamente, vocaciona Jonas para a mesma missão. Jonas levantou-se e foi. Prega a mensagem de arrependimento para os habitantes da enorme, bela, importante e cosmopolita Nínive. Por causa desta mensagem de Jonas toda a cidade de Nínive se converteu, desde o povo até as mais altas autoridades. Mas Jonas desgostou-se e ficou irado. E enquanto ele resmungava, Deus fez subir uma planta que o abrigou com sua sombra e isto o alegrou muito. Mas no dia seguinte Deus mandou um verme destruir toda a planta. Novamente Jonas desgostou-se, porque a agradável plantinha que tanto lhe servira, morreu precocemente. Deus completa sua lição comparando seu sentimento humano e imperfeito por uma plantinha com a Sua compaixão e misericórdia por todas as Suas criaturas. Miqueias (Mq) Autor: Miquéias, homem do campo. Número de capítulos: 7 Ano: Aproximadamente 720 a.C. Versículo-chave: Miquéias 3:8 Resumo: O profeta Miquéias clamou por justiça social no reino de Judá. Esse profeta pregou ao povo simples de Judá. Miquéias, também, era um homem humilde, do povo. Quando Miqueias profetizou em Judá, os camponeses e moradores das vilas de Judá, viviam tempos de tormento frequente por parte dos exércitos inimigos, por causa da exploração pelos ricos e da opressão dos governantes e dos falsos profetas. Idolatria, prostituição, religiosidade hipócrita e, sobretudo opressão aos pobres por graves injustiças sociais promovidas pelos líderes políticos e religiosos, são alguns dos graves pecados condenados por Miquéias em sua palavra profética. A profecia é dada mais de 140 anos antes da invasão e domínio dos babilônios sobre Judá. Os pecados nacionais estão presentes em todo o livro.

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Naum (Na) Autor: Naum. Número de capítulos: 3 Ano: Aproximadamente 640 a.C. Versículo-chave: Naum 1:3 Resumo: Cerca de cem anos se passaram desde que os ninivitas se converteram pela pregação de Jonas. Mas eles não transmitiram aos seus filhos o conhecimento do Deus verdadeiro e o povo rapidamente retorna às suas práticas cruéis e pagãs. Na época desta profecia, a Assíria era o grande império mundial, expansão, esta, realizada através de invasões, saques, destruição cruel e sanguinária, corrupção e exploração das terras conquistadas. Pelo seu poderio militar, pela sua história e pela fortaleza quase invencível de sua capital, Nínive, a Assíria julgava-se invencível e indestrutível. Naum é, então, levantado por Deus com uma mensagem clara e objetiva que anunciava o fim de Nínive. Ele dirige-se à Nínive e apresenta a sentença proveniente do tribunal do Senhor: O juízo viria por mãos dos medos (exército vermelho, 2.3) e babilônios, após uma inundação que destruiria parte das invencíveis muralhas de Nínive. Habacuque (Hc) Autor: Habacuque. Número de capítulos: 3 Ano: Aproximadamente 625 a.C. Versículo-chave: Habacuque 1:13 Resumo: Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seu país havia caído do auge das reformas de Josias para as profundezas do tratamento violento de seus cidadãos, medidas opressoras contra o necessitado e a ruína do sistema legal. O mundo localizado ao redor de Judá estava em guerra com a Babilônia, levantando-se em ascensão sobre a Assíria e Egito. A ameaça de invasão do Norte foi adicionada à desordem interna de Judá. A Assíria caíra ante a Babilônia em 612 a.C. O Egito fora derrotado pela mesma Babilônia e agora o rei Nabucodonosor marchava para cercar o povo de Deus, em Judá. Internamente, Judá estava imersa em graves pecados sociais e espirituais. Jeremias profetizara sem ser ouvido. A derrota do reino do Norte, subjugado pela Assíria (também por causa de pecados) 120 anos antes, em nada convencera o reino do sul a rever seu comportamento. Em meio a tudo isto o profeta Habacuque ergue-se orando e dialogando com o Senhor.

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Faz perguntas difíceis e espera respostas. Não conseguia conciliar sua fé com os fatos que presenciava. • Por que Deus não ouvia os seus clamores? (1:2) • Violência, injustiça, idolatria em Judá, sem intervenção divina? • Deus estava trazendo os caldeus sobre eles como manifestação do juízo divino (1:6). Esta resposta perturba ainda mais o profeta. • Por que Deus, Santo, usa instrumentos iníquos (1:12, 13)? Deus é Senhor do universo, e dispõe, usa, quem quer, como quer para o fim que desejar. Os caldeus também teriam o seu juízo. O ímpio não prosperará para sempre, e quanto ao justo, este viverá pela fé (2:2-20). O Justo não vive pelo que vê, não se pauta pela aparência das coisas. Além disso, precisa andar e viver pela fé no Senhor, seu criador, mantenedor e salvador. Nesse contexto de fé, a passageira luta, a momentânea dificuldade, não pode abater aquele que faz do Senhor sua fortaleza (3:17-19). Sofonias (Sf) Autor: Sofonias, filho de Cusi (Sf 1:1). Número de capítulos: 3 Ano: Aproximadamente 630 a.C. Versículo-chave: Sofonias 2:3 Resumo: As condições religiosas do reino de Judá deterioraram-se de modo marcante após a morte do rei Ezequias. Os judeus cada vez mais se inclinavam para a adoção de costumes assírios, que então exerciam grande influência cultural sobre a Palestina. As práticas religiosas degeneradas, anteriores à grande reforma religiosa de Josias, transparecem, com certos detalhes, no trecho de 2 Reis 23:4-20. Sofonias se levanta num dos períodos mais obscuros da história de Judá. Israel, ao norte, havia sido dizimado pela Assíria por causa de seus pecados, há quase 100 anos. Isaías e Miquéias já haviam se calado há 70 anos, mas nada fizera o reino de Judá demover-se de seus maus caminhos. E a situação ficou ainda mais difícil por causa de seus dois últimos reis: Manassés e Amom. Idolatria, sincretismo religioso, sacrifícios de crianças a Moloque, prostituição, opressão aos pobres, falsos profetas e sacerdotes ladrões eram algumas das realidades do momento histórico em que Sofonias profetizou. Toda esta situação se refletiu na mais dura e objetiva profecia de juízo dos profetas menores, a de Sofonias. Sofonias anuncia a vinda do Dia do Senhor (1:7,14; 2:2). Dia de juízo, de angústia e desolação. Este “dia do Senhor” seria o dia da invasão babilônica, mas será também o dia do Juízo final.

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O juízo do Senhor não virá apenas sobre o seu povo, mas estender-seá aos vizinhos pagãos. Sofonias conclui sua mensagem profetizando a restauração futura de Israel. O remanescente voltará a Sião. Ageu (Ag) Autor: Ageu. Número de capítulos: 2 Ano: Aproximadamente 520 a.C. Versículo-chave: Ageu 2:9 Resumo: A primeira leva do povo de Deus que voltou do cativeiro, sob o comando do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué, contava apenas com cerca de 42 mil homens. Eram pobres e logo que iniciaram a reconstrução do templo, sofreram oposição dos samaritanos. Com isso, um desânimo completo tomou conta dos judeus. Voltaram-se, então, para os seus interesses pessoais, em plantar, colher e construir suas próprias casas. Investiram nessas coisas por um período de 14 anos. Por isso, Deus levanta o profeta Ageu para falar ao povo e aos líderes do povo que era tempo de reconstruir totalmente o templo do Senhor. O livro de Ageu trata de três problemas comuns a todos os povos em todos os tempos oferecendo soluções inspiradoras. O primeiro problema: o desinteresse (1:1-15) Para despertá-los da sua atitude de indiferença, Deus fala duas vezes ao povo. Primeiro, eles precisam perceber que são infrutíferos (1:5-6), porque eles tinham abandonado a Casa de Deus e ido para sua própria casa (1:7-9). Todo esforço deles para construir seu próprio reino nunca produzirá resultados permanentes. Após ver seu problema, o povo, então, precisa entender que Deus irá aceitar o que eles fazem a fim de que Deus seja glorificado, se eles entregarem a ele o que eles têm (1:8). O Segundo problema: Desencorajamento (2:1-9) Ageu leva uma mensagem destinada a tratar decisivamente do desencorajamento. A solução tem duas partes: uma trata do problema urgente; a outra trata de uma solução a longo alcance. Por hora, basta ao povo esforçar-se e trabalhar (2:4). A outra chave para combater o mal é para os construtores saberem que eles estão construindo para o dia em que Deus encher essa Casa com a glória que será maior do que a Glória do templo de Salomão (2:9).

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O terceiro problema: Insatisfação (2:10-23) Agora que o povo está trabalhando, eles esperam uma inversão imediata de todos os seus anos de inatividade. Então o profeta vai com uma pergunta aos sacerdotes (2:12-13) acerca das coisas limpas e imundas e da influência deles sobre a outra. A resposta dos sacerdotes é que a imundície é infecciosa, enquanto a santidade não é. Zacarias (Zc) Autor: Zacarias, filho de Baraquias (Zc 1:1). Número de capítulos: 14 Ano: Aproximadamente 520 a.C. Versículo-chave: Zacarias 14:9 Resumo: Inicialmente Zacarias prega ao povo a necessidade de reconstruir o templo. Ele os está advertindo, mas ao mesmo tempo restaurando a confiança própria e a esperança. O povo se sentia fraco, impotente e desamparado. Zacarias tem algumas visões que falam do pecado de Israel, suas derrotas, mas também da esperança, da restauração da nação, de seu papel mundial, do Messias que haveria de vir e da justiça de Deus que seria sobre todas as nações. Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Zacarias: 1. É o mais messiânico dos livros do AT, em virtude de suas muitas referências ao Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos. Somente Isaías, com seus sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do Messias do que Zacarias. 2. Entre os profetas menores, possui ele as profecias mais específicas e compreensíveis a respeito dos eventos que marcarão o final dos tempos. 3. Representa a harmonização mais bem-sucedida entre os ofícios sacerdotal e profético em toda a história de Israel. 4. Mais do que qualquer outro livro do AT, suas visões e linguagem altamente simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse. 5. A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo 14, como o grande Rei-guerreiro reinando sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram reverente temor em todo o AT. Malaquias (Ml) Autor: Malaquias. Número de capítulos: 4 Ano: Aproximadamente 430 a.C. Versículo-chave: Malaquias 4:2

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Resumo: Malaquias é levantado e põe-se ao lado de Neemias naquele momento terrível do povo de Deus. Ele exorta o povo, mas é constantemente questionado pelo povo. Começa sua mensagem atacando a irreverência do povo contra Deus, o que no fim explicava em grande parte tudo o que estava acontecendo. A seguir os sacerdotes são duramente reprovados por sua falta de reverência, pelas suas ofertas defeituosas, que os tornavam desprezíveis. O sacerdócio era relaxado e esquecido da aliança de Levi. Suas exortações, então, dirigem-se à nação, como um todo, em especial por causa dos divórcios fáceis e casamentos com estrangeiras. O povo não cria mais no justo juízo de Deus e em seu caráter santo e reto, afrouxando na vida moral e invejando os idólatras que prosperavam. Deus lhes responde assegurando-lhes sua presença, poder e ação. O Messias virá em breve, precedido por um mensageiro, e quando este dia chegar quem poderá resistir à purificadora justiça? Suas repreensões completam-se na advertência quanto à sonegação dos dízimos, e por isto são chamados de ladrões. O AT se encerra com a reafirmação de Malaquias quanto à chegada do “dia do Senhor”. Dia de glória e vitória, de governo completo, justo e definitivo do Senhor. O apelo é que voltem à obediência, à observância da lei de Moisés. O sinal mais breve de que tudo isto se cumprirá será o envio de um mensageiro, um preparador de caminhos, um anunciador profético, o qual chegará com o mesmo poder, autoridade, sinais, prodígios e mensagem com que Elias falara a Israel centenas de anos antes.

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Unidade 5 – Plano de leitura em nove meses do Antigo Testamento em ordem cronológica

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Conclusão Bem, finalmente terminamos a capa. De tudo o que foi dito, isto é, somente a introdução. A parte boa vem agora, com sua leitura, meditação e empenho no aprendizado do Antigo Testamento. Oramos para que este material venha de encontro ao coração de cada um dos leitores, a fim de abrir as portas para o entendimento do maior patrimônio que a humanidade possui: a Palavra de Deus. Lembre-se: quanto maior for sua disposição em aprender a Bíblia, mais compreensão sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o Senhor você terá. Que o Espírito Santo venha guiar a cada um de nós ao “... pleno conhecimento da verdade” (2 Tm 2:4b).

Soli Deo Gloria, Glória somente a Deus

Referências Bibliográficas Bíblia em ordem cronológica – Nova Versão Internacional Alegria no limite das forças – Douglas Wilson Curso Vida Nova de Teologia Básica – Vol. 2 – Antigo Testamento

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