CONCERTO EM MI MENOR PARA A MÚSICA URBANA: SANTO ANDRÉ E OS PROJETOS SOCIAIS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DIEGO FUENTES MENDES |074821 TFG2012 | ORIENTADORA: NÚBIA BERNARDI
“Milhares de pessoas cultivam a música; poucas, porém, têm a revelação dessa grande arte.” (BEETHOVEN, Ludwig Van)
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Figura 1 - Paço Cìvico Santo André. Fonte: Flickr.com
À ESPERA DO ESPETÁCULO A música é a linguagem universal que conecta as pessoas. Desde sua conexão com os rituais religiosos de adoração, no início dos agrupamentos dos seres em pequenas comunidades, a música como modo de afastar os maus espíritos ou a comemoração da caça até a linguagem digital dos dias atuais, tornouse símbolo de manifestações e registro de momentos históricos da humanidade. Com o primeiro instrumento sendo o da voz e, no período monolítico, o início do princípio dos instrumentos de tensão (utilização de cordas ou possibilidade de afinação) o homem iniciou seu estudo sobre a arte dos sons. Registros e itens remanescentes arqueológicos mostram rituais litúrgicos acompanhados de música e dança na Suméria, considerada a civilização de grande porte mais antiga da história, há cerca de 5000 anos atrás. (KILMER, 1971.) O início do estudo da arte da música inicia-se entre os gregos através de suas composições empíricas, principalmente sobre as proporções entre as notas e os efeitos em seu
ambiente e na mente dos homens. A mensuração das proporções áureas e a definição das combinações que, mais tarde, formariam as escalas como os modos gregos regiam os tons. Mesmo sendo de fontes e comunidades diferentes fora de Atenas, as proporções e a busca pela beleza da música pelas proporções áureas era comum entre todos eles. (HAGEL, 2006.) Com os estudos resgatados pelo início da renascença sobre a cultura clássica, o empirismo retorna à música com grande ligação ao clero e a religião, fundamentalmente católica. O efeito da música era tão intenso que, por quase 200 anos, certas notas e sequenciamento de notas foram proibidos para composições clérigas devido ao efeito que geravam sobre o clima e a sensação dos sons na liturgia. (CALDWELL, 1978.) Ao longo da história grandes gênios se formaram cada um com sua visão sobre os efeitos da música e a qualidade que ela podia oferecer à sociedade. Bach (1685-1750 – Período Musical do Barroco - Alemanha) com o início do piano e a desvinculação da música com o clero. Mozart (1756-1791 – Período Musical Clássico – Alemanha) e sua técnica de composição e rigidez harmônica que conceberiam a estrutura das orquestras modernas. Beethoven (1770-1827 – Período Musical Romântico - Áustria) e a quebra dos paradigmas do período clássico com o início do romantismo na sobreposição de sentimentos e explosões de dinâmica. Wagner (1813-1883 – Período Musical Romântico - Alemanha) e a concepção da orquestra épica e misteriosa, onde sua música deveria ser envolvente sem a descoberta da fonte do som. Rimsky-Korsakow e Stravinsky (18721881 – Período Musical Moderno/Ultra Moderno – Rússia) no expressionismo/realismo onde a música era utilizada para a descrição de sensações ao se contar uma história ou até mesmo a imersão em um local, sendo desse conceito extraído o partido para o que se conhece hoje pelas trilhas sonoras elaboradas para o cinema (WALSH, 1988). Porém, o caráter massivo da música como conhecida hoje surge no pós-Primeira Guerra Mundial, com a popularização do rádio para as residências. Com a chama “Era de Ouro do Rádio”, a partir dos anos 50 no Brasil e dos anos 40 nos Estados Unidos, a música toma outra forma de composição e estilos. No Brasil, despontam nomes como Elizeth Cardoso e Adoniran Barbosa (com a música “Iracema” de 1956) e mais tarde Roberto Carlos (com as músicas “João e Maria” e “Fora do Tom” de 1959). Além da massificação do rádio, a criação dos discos de Vinyl, em 1948, gera a grande transformação da indústria fonográfica: a música recebe o caráter material e o valor de compra e posse. (GELLAT, 1954). A popularização e influência da música, principalmente a partir dos anos 1960, acontecem a Tropicália e os festivais populares da música popular brasileira. Coincidindo com a composição do período da ditadura militar, torna-se um dos principais métodos de protesto. (CALLADO, 1997). A nova revolução musical toma seu caráter na década de 90, com a criação do formato MP3 de músicas que, com seu formato virtual, tornam mais fácil a sua distribuição entre as pessoas. Além do formato digital de música surgem os instrumentos VSTs (Virtual Studio Technology), algoritmos de computador que configuram e possibilitam a composição de músicas sem a necessidade do instrumento real para a (MILLWARD, 2002). Atualmente, a música torna-se elemento embasado do estilo de vida e do modelo de sociedade que conhecemos. Com a dissipação de informações pela internet, fóruns de discussão e a distribuição de materiais de produção pessoal através de diversos sítios e produtoras online, a música torna-se um elemento pessoal e de fácil acesso e produção para todos.
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OS MOTIVOS “Deixem-me compor e música de um país e não me preocuparei com quem faça as suas leis.”. Platão, em sua obra “República” trazia a frase como a proposta de firmar um setor que cultivasse a cultura em sua visão de governo. Mesmo antes do discurso de Platão, imperadores chineses firmavam todos os anos um festival de músicas das diversas provinciais do reino onde, a partir da reação e das composições, analisava possíveis revoltas e uma distribuição de suas tropas para outros territórios ou uma maior distribuição de alimentos para outros distritos. (LOEWE, 1999). Porém, a controvérsia atual sobre os efeitos da música sobre o ser humano está baseada, em grande parte, em preocupações estéticas, sociais, religiosas, e/ou políticas, ao invés de estudos científicos sobre seus efeitos mentais e físicos nos seres humanos. Avaliações subjetivas da música podem dar origem a infindáveis controvérsias, porque elas estão baseadas em gosto pessoal e/ou considerações culturais. Para a docente e pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, Sílvia Nassif, a música representa o sistema simbólico e psicológico de maior carga no espaço contemporâneo. “Ela acompanha praticamente todos os momentos ritualisticamente importantes nas nossas vidas. Esse fato faz com que sigamos construindo relações de afeto com certos tipos de música, relações essas que são acessadas em presença de determinadas músicas. Podemos dizer que há, portanto, um nível coletivo (grupos culturais com determinadas identidades tendem a ouvir afetivamente de modo semelhante) e um nível individual (experiências pessoais, audições afetivamente individualizadas), nos modos de apreensão emotiva da música”, diz Nassif (NASSIF, Silvia. Musicalidade, desenvolvimento e educação: um olhar pela psicologia vigotskiana. Artigo para o Simpósio de Cognição e Artes Musicais. 2008. Pp. 442). Caroline Pacheco, mestre em cognição e filosofia da música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), também explora esse caráter social e pessoal das experiências musicais. Segundo ela, “dificilmente, uma pessoa irá se sentir feliz ou realizada ouvindo uma música que faz com que ela recorde um momento triste. Ou, ainda, ninguém vai a uma festa para dançar ao som do Réquiem, de Mozart, uma vez que tal música está associada à morte” (PACHECO, Caroline. Transferência de habilidades cognitivas e a música. Artigos reunidos do Simpósio de Cognição e Artes Musicais. 2008. Pp. 253). O contexto do local e as conexões sociais que estamos relacionados, desse modo, influenciam a opção musical que possuímos. “Nossas experiências pessoais e sociais, além de nossa memória (evidentemente) é que dirão que lembrança, desejo ou emoção será ativado ao ouvir, dançar, cantar ou tocar determinada música” (PACHECO, Caroline. Transferência de habilidades cognitivas e a música. Artigos reunidos do Simpósio de Cognição e Artes Musicais. 2008. Pp. 253). Além das proposições pessoais, a música possui influência direta sobre como refletimos o mundo, as sensações e percepções de espaço, tempo, situações e sentimentos rotineiros a partir de certo conforto encontrado em distâncias tonais conhecidas ou harmonias que trazem certa percepção e “segurança” de um sentimento ao ouvinte.
Além das proposições pessoais, a música possui influência direta sobre como refletimos o mundo, as sensações e percepções de espaço, tempo, situações e sentimentos rotineiros a partir de certo conforto encontrado em distâncias tonais conhecidas ou harmonias que trazem certa percepção e “segurança” de um sentimento ao ouvinte. Comprovadas alterações biológicas de funcionamento do corpo humano e de estado psicológico são associadas com a música e a influência dos sons e ondas no corpo (DIAMOND, 1989). Grandes dissonâncias são conhecidas e estudadas em laboratório por demonstrarem e proporcionarem desconforto natural às pessoas. Alterações de pulso são comprovadas em estudo em Nova Iorque por John Diamond (DIAMOND, 1989). Desse modo, o edifício torna-se importante e emblemático por conter em si a simbologia de sensações e sentimentos, proporcionando um espaço centralizador desse efeito e desse instrumento cultural complexo e fundamental na sociedade.
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O CENÁRIO HISTÓRICO
Figura 3 - Rua Oliveira Lima em Santo André onde hoje existe o calçadão central do comércio da cidade. 1949. Fonte: Skyscraper
A cidade, fundada sob o nome de Santo André da Borda do Campo, sob o caráter de proteção do território das invasões holandesas na colônia, tem seu início em 1533. O cenário da cidade muda em 1870 com a formação das vilas de imigrantes e a construção da ferrovia para o escoamento da produção de café, das províncias de São Paulo, para o porto de Santos (GAIARSA, 1968); Em 1889, a fundação da cidade de São Bernardo do Campo marca o início da industrialização da região. Abrigando indústrias de motivo têxtil, química e móveis, a concentração de moradores e serviços rotineiros para a subsistência dos imigrantes propiciava o aumento dos centros urbanos na cidade de Santo André. A partir de fim do século XIX, a cidade começa a receber indústrias de grande porte como a Tecelagem Silva & Seabra, Móveis Kowarick, Companhia Streiff de São Bernardo, Companhia Chimica Rhodia e a Companhia de Seda Rhodiaseta. A expansão industrial da região atinge sua estabilidade em 1970, no chamado “milagre econômico”, e o declínio na economia de 1980 até 1990. Atualmente, a cidade assume o papel de prestadora de serviços e cidade-residência da região, devido ao êxodo industrial até os anos 2000 para os territórios no interior do estado e outras regiões do país. Em 2009 a cidade retoma o conceito de cidade moradia e educacional com a fundação dos pólos da UFABC (Universidade Federal do Grande ABC)
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O CENÁRIO CULTURAL A cidade de Santo André sofre cronicamente da falta de espaços para a apreciação musical de seus projetos municipais e de sua própria orquestra. O município possui, em sua extensão, somente seis grandes espaços para a apreciação arística: o Teatro Carlos Gomes, o Teatro Conchita de Moraes, a Concha Acústica Municipal, o Parque Central da Cidade, o Parque da Juventude e o Teatro Municipal. Destes, três possuem caráter não constante(Concha Acústica, o Parque Central e o Parque da Juventude) por oferecerem apenas espaços, sem as estruturas construídas ou existentes para espetáculos, dependendo de um processo de montagem e contratação de empresa para o mesmo.. O Teatro Conchita de Moraes encontra-se ocupado pela ELT (Escola Livre de Teatro), enquanto o Teatro Carlos Gomes, representante do patrimônio municipal, encontra-se fechado. Desse modo, o grande espaço central para a morada e ensaios da OSSA (Orquestra Sinfônica de Santo André) e dos projetos, como estrutura viável acusticamente e de infra-estrutura para artes representado pelo Teatro Municipal, possui grandes lacunas de qualidade em seu espaço para essas atividades. No projeto de Rino Levi (aprovado em 1965), o teatro foi construído com três palcos simultâneos, fosso para orquestra constituída por 40 músicos e maquinarias para cenários e luminotécnica. Apresentando somente 475 lugares em sua dependência, os espetáculos possuem reduzido número de ingressos para atender a população do município nos dias de apresentação. Atualmente, a OSSA tem no Teatro Municipal sua residência e espaço de ensaios gerais. O espaço não conta com locais para ensaios individuais ou infra-estrutura adequada para armazenamento e gerência da orquestra, além de equipamentos que possam abrigar outros sistemas de acústica e diversos tipos de espetáculo. A Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA) possui sua morada na Casa do Antigo Haras Jaçatuba, inserida no Parque Regional da Cidade, tombado em (11/11/1992). Com seu espaço reduzido, abriga os programas culturais com horários alternados com outros projetos, porém, dentro de suas dependências, o espaço para as atividades é reduzido. Abrigando aulas de música, escultura, cerâmica e poesia dentro de suas dependências, a interferência entre atividades é inevitável devido ao espaço reduzido e as acomodações adaptadas a partir da concepção de residência dos anos 1930. O Projeto Guri da cidade possuía moradia no mesmo local da Escola Municipal de Iniciação Artística, tendo sua residência movida para o CESA Vila Palmares da cidade. O Pólo agora é abrigado dentro das dependências da Escola, em horários alternados aos do curso escolar comum. Suas proposições e necessidades são semelhantes ao EMIA e à própria OSSA: um espaço próprio, com características definidas para o melhor aproveitamento de suas atividades e seu potencial.
Figura 4 - Teatro Municipal de Santo André na reforma de 2009. Fonte: Arquivo Pessoal Edson Rocha.
Figura 5 - Haras Jaçatuba, atual localização da morada do EMIA. Fonte: Panoramio.com
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OS PERSONAGENS ORQUESTRA SINFÔNICA DE SANTO ANDRÉ (OSSA) A orquestra da cidade de Santo André foi fundada em 1950, pelo maestro russo Leonid Ubernin, reunindo músicos semiprofissionais da região. Com a morte do maestro, o grupo foi desmontado e remontado somente em 1970, sob a regência de Tibor Reisner, permanecendo por pouco tempo e sendo interrompida. Em 1987, a partir da iniciativa municipal, a Prefeitura decide iniciar um concurso para a escolha de um novo regente entre os destacados maestros da região. Sob a regência de Flávio Florence como maestro a orquestra é novamente reunida, iniciando suas atividades em 1988. A Orquestra já contou com a participação de convidados importantes, entre os quais Nelson Freire, Mikhail Rudy, Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, JeanLouis Steuerman e Gilberto Tinetti, Cláudio Cruz, Elisa Fukuda, Antonio Meneses, Antonio Lauro Del Claro; Raffaelle Trevisani, Antonio Carlos Carrasqueira, Celine Imbert, Rosana Lamosa, Fernando Portari, Pepes do Valle, Paulo Szot. Além disso, a orquestra atua em outras áreas, como teatro e dança. Entre os convidados, Antônio Fagundes, Cacá Carvalho, Sérgio Mamberti, dos bailarinos Ana Botafogo, Cecília Kerche, Fernando Bujones e em espetáculos dirigidos por Ulisses Cruz, Walter Neiva e Antônio Petrin. Atuou em espetáculos da MPB com artistas como Edson Cordeiro, Mônica Salmaso, Ná Ozetti, Taiguara, Roberto Sion, Bocato e Hermeto Paschoal. Sob a regência de Flavio Florence, a orquestra teve participação de maestros como Enrique Bátiz, Graham Griffiths, José Ferreira Lobo, Álvaro Cassuto, Daniel Pacitti, Aylton Escobar, Luis Gustavo Petri, Richard Markson, Nelson Ayres, Lutero Rodrigues, Carlos Moreno e Wagner Polistchuk, atual Regente Adjunto da Orquestra. Como atuações recorrentes, a sinfônica participa anualmente nos Festivais de Inverno de Campos de Jordão do Festival de Paranapiacaba, além de concertos anuais na Sala São Paulo. Como discografia, possui sua versão de “O Messias” (Haendel - 1741) e óperas Don Pasquale, de G. Donizetti, A Flauta Mágica de W. A. Mozart, e O Barbeiro de Sevilha, de Rossini. Promove mensalmente ensaios abertos para a população e concertos didáticos para a rede estadual de ensino da cidade e da região.
Figura 6 - Orquestra Sinf么nica de Santo Andr茅. Fonte: ABCdoABC.com. Acessado em 29/09/2012.
Figura 7 - Orquestra Jovem do Projeto Guri do Pólo Santa Gertrudes em Apresentação. Fonte: Arquivo do Projeto Guri 15 anos.
Figura 8 - Escola Municipal de Iniciação Artística e aulas para crianças. Fonte: Blog do EMIA. www.emiasantoandre.blogspot.com. Acessado em 18/04/2012.
PROJETO
GURI
PÓLO
SANTO
ANDRÉ
O Projeto Guri, projeto público de caráter estadual, é considerado hoje o maior projeto sociocultural brasileiro. Nascido em 1995, hoje possui 366 pólos formadores de cerca de 58 mil jovens em iniciação artística. São oferecidos cursos de instrumentos voltados para formação de orquestra (cordas, percussão, metais, madeiras), coral ou mesmo ambos os cursos. A contemplação de cursos para jovens de 12 anos até 18 anos é dada para aqueles que comprovam frequência escolar, sendo os cursos oferecidos nos contra-horários escolares estaduais. O projeto conta com prêmios e participações em eventos como “Ordem do Mérito Cultural”, oferecida pela Presidência da República por indicação do Ministério da Cultura (2003), participação de seus violinistas na “Assembléia Geral das Nações Unidas em Favor da Infância”, realizada em Nova York, EUA. (2002), apresentação ao lado de Roger Waters com seu coral (2007), “Prêmio Multicultural Estadão” na categoria “Melhor Projeto de Fomento à Cultura” (2000) e a participação em eventos com músicos como John Neschling, Milton Nascimento, Toquinho e Jair Rodrigues.
ESCOLA MUNICIPAL DE INICIAÇÃO ARTÍSTICA (EMIA) A Escola Municipal de Iniciação Artística, um projeto público de caráter estadual, abriga atividades culturais e de formação nos campos de arte para crianças a partir de 5 anos até adultos. No pólo da cidade, são oferecidos cursos de artes visuais, teatro, dança, cerâmica e luthieria. Localizado atualmente nas dependências do Parque Regional da Criança, abrigado no antigo casarão de monitoramento do espaço público, cede espaço aos cursos em seus 7 ambientes, alternando horários entre os mesmos. Por princípio, a EMIA busca compreender as linguagens artísticas como atividades lúdicas e integradoras, valorizando o trabalho individual e o coletivo, e possibilitando a vivência da interdisciplinaridade entre as diversas linguagens artísticas oferecidas pelo Programa. No ano letivo de 2012, os seguintes cursos serão oferecidos:
Figura 9 - Tabela de Horários para o EMIA 2012. Fonte: Blog do EMIA. www.emiasantoandre.blogspot. com. Acessado em 18/04/2012.
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OS PERSONAGENS DE OUTROS ESPETテ,ULOS
Figura 10 - Grupo Musical Batukenjテゥ em Apresentaテァテ」o de 2009. Fonte: www. batukenje.com.br. Acessado em 29/07/2012
A prática dos projetos sociais vinculados à música surge principalmente a partir do fim dos anos 80 do século passado. Através da união de um público-alvo por proporcionar uma atividade que, comumente, não possui um espaço no ensino ou na vida dos mesmos. Além de proporcionar o estudo da música, o espaço destinado a isso é instalado na proximidade da comunidade-alvo, criando novamente os laços de proximidade entre o seu local na sociedade e seu aprendizado. “A música, por si, proporciona e necessita de relações inter-pessoais para sua existência.” A partir desse conceito de Bozon (2000), muitos projetos sociais baseiam-se para estruturar, geralmente junto à ONGs ou empresas do terceiro setor, sua existência e sua pedagogia. Para demonstrar o benefício do ensino de música e importância dos projetos sociais, insere-se nesse contexto Vânia Beatriz Müller (Tese de Mestrado. A música é, bem dizê, a vida da gente.UFSC.2000), musicista paraibana que, em sua tese, analisa os efeitos do projeto “Musicalizar é Viver” durante 2 anos (2003 a 2005). Em sua tese, ela demonstra, a partir de depoimentos dos próprios alunos, índices que caracterizam os avanços dos jovens, principalmente na questão comportamental, acuidade com o ambiente e seu entorno, desenvolvimento cultural e psicológico. A partir dos depoimentos, é demonstrado que 100% dos jovens aprovam a existência do programa e sua utilidade social. 51% do mesmo grupo de análise demonstrou não possuir faltas, sendo 41% faltado apenas em situações de necessidade (segundo os relatórios de justificativa de faltas do programa). 63,8% dos jovens responde que, com a participação no projeto, passaram a conhecer outros estilos de música além dos veiculados pela mídia de massas. 50% dos alunos admitiram que, com o projeto, houve benefício em seu comportamento social e intelectual devido ao estudo direcionado à música. Para concluir, Vânia entrevistou os pais dos jovens do projeto e obteve 81,8% de respostas positivas pelos pais, que comentaram que perceberam um melhor comportamento dos filhos e uma melhora na vida escolar.
REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO ORQUESTRA SINFÔNICA DE HELIÓPOLIS A orquestra sinfônica de Heliópolis foi formada em 1996, recebendo auxílio e patrocínio em 2004 pelo Instituto Bacarelli, que oficializou a existência do conjunto musical. O projeto, atualmente, atende cerca de mil jovens, sendo destes oitenta designados para a orquestra em si. Os jovens da orquestra, devido a quantidade de espetáculos, recebem uma bolsa auxílio pra complementar a renda familiar caso compareçam com seus compromissos da orquestra.
ESCOLA TOM JOBIM A Escola de Música do Estado de São Paulo, localizada no antigo prédio do Conservatório Tom Jobim, oferece além dos cursos de formação profissionalizante em música e a união para orquestras residentes, cursos introdutórios livres para jovens interessados no início do estudo da música. São cursos de pequena duração e que iniciam o estudo em diversas áreas de harmonia e rítmica, além de instrumentos populares como a viola e o violão. Os cursos são livres e o único requerimento é a idade mínima de 14 anos para o comparecimento aos mesmos.
OUTROS
LOCAIS
DO
BRASIL
O PROJETO VALE MÚSICA E A RÁDIO PHYLARMONIA ARTE E CULTURA O projeto, com sede na cidade de Serra-ES, atende cerca de 250 jovens em situação de risco social, formando grupos de música popular e percussão. Aliado ao ensino da música em si, o projeto propõe a um grupo de alunos o estudo de um compositor e sua vida para a confecção de listas de reprodução para uma rádio local. Em 2010, o grupo teve cerca de 50 apresentações em todo o território nacional e a direção de Helder Trefzger, maestro da OFES (Orquestra Filarmônica do Espírito Santo).
AÇÃO
SOCIAL
PELA
MÚSICA
O projeto tem como foco a integração social e musical de jovens do Morro do Alemão, Cidade de Deus, Dona Marta e Chapéu Babilônia, ao norte e ao sul do Rio de Janeiro respectivamente. O projeto existe há 16 anos e atende crianças de 6 a 17 anos, podendo aprender um instrumento e participar de aulas de canto e coral.
MUSEU DE ARTE JOVEM Localizado no centro de Curitiba-PR, o Museu de Arte Jovem atende 2mil jovens da rede pública de ensino. No processo, são oferecidos cursos de história da arte, técnicas e práticas em pintura. Além do oferecimento dos cursos, o projeto acompanha o desempenho escolar de cada um dos jovens para verificar oscilações ou diminuição das notas do ano letivo, o que impede o aluno de frequentar o projeto.
Figura 11 - Orquestra Sinfônica de Heliópolis. Fonte: portrasdamoda.wordpress. com Acessado em 29/072012.
Figura 12 - Concerto de Orquestra Jovem da Escola Tom Jobim de 2011. Fonte: Arquivo Pessoal Juicy Santos.
Figura 13 - Concerto de Aniversário do Grupo Rádio Phylarmonia. Fonte: Phylarmonia.art.br Acessado em 29/07/2012.
Figura 14 - Visita do VIolinista Julian no projeto Ação Social Pela Música. Fonte: riosolidario.org Acessado em 29/07/2012
Figura 15 - Grupo de atores em exposição no Museu de Arte Jovem. Fonte: teatrogran.com.br Acessado em 29/07/2012.
Figura 16 - Grupo Crescer em Cidadania. Fonte: Diário de São Domingos. Acessado em 29/07/2012.
Figura 17 - Projeto Vive Melhor Quem Samba em Apresentação em Ubá-MG. Fonte: Jornal A Voz Acessado em 29/07/2012.
Figura 18 - Grupo Batukenjé. Fonte: www.batukenje.com.br Acessado em 29/07/2012
Figura 19 - Grupo de jovens atores do projeto Nós do Morro. Fonte: Arquivo Pessoal Osvaldo Afonso.
Figura 20 - Grupo “É Hora de Arte” em apresentação. Fonte: www.praiagrandecultura.com.br Acessado em 29/07/2012
CRESCER EM CIDADANIA E EDUCAR PARA CRESCER Os dois projetos, oferecidos respectivamente em Contagem-MG e São Domingos da Prata-MG, receberam em 2009 destaque como grandes expoentes de projetos sociais para a juventude em situação de risco social. Juntos, atendem atualmente 400 crianças, disponibilizando inserção musical e social e auxílio ao crescimento intelectual dos jovens, a partir da formação de pequenas bandas de música popular e erudita, mesclando sons e timbres de instrumentos como o tambor, surdo e violinos.
VIVE
MELHOR
QUEM
SAMBA
O projeto Vive Melhor Quem Samba fica localizado na cidade de Ubá-MG, ao norte de Juiz de Fora. O grupo consiste no atendimento de jovens e sua iniciação à música, utilizando instrumentos locais e de raiz do samba. Os cursos são ministrados de segunda à sexta-feira e, atualmente, atendem 35 jovens das escolas públicas do município.
B A T U K E N J É A partir de workshops oferecidos na Finlândia, em 2006, o mestre e fundador Celin Du Batuk decidiu criar o grupo focado em ritmos afro-brasileiros no seu retorno ao Brasil. O projeto atende 130 crianças da região de Brasília para aulas de percussão com instrumentos confeccionados pelos próprios alunos a partir da reciclagem de materiais descartados, como bobinas de plástico e latões metálicos.
NÓS DO MORRO O grupo Nós do Morro, localizado no Morro do Vidigal no Rio de Janeiro, foi fundado em 1986 com o intuito de oferecer acesso à arte e cultura aos jovens da comunidade local. O projeto, atualmente consolidado, oferece cursos de formação cênica para atores e escritores e formação para cinema (roteiristas, diretores e técnicos), sendo uma abrangência maior do que somente os jovens da região.
É HORA DE ARTE
Projeto formado em 2006, na cidade de Praia Grande-SP, oferece aulas de teatro, balé, hip-hop, grafite, break e artes circenses. As oficinas são realizadas em sistema de rodízio, permitindo que os alunos da escola participem de todas elas. Os espaços utilizados para as aulas são ambientados e as crianças recebem figurino especial, sendo caracterizadas de acordo com a modalidade. Eleito em 2009 como um dos expoentes em projetos sociais financiados pelas empresas de petróleo mundiais, hoje o projeto procura expandir suas fronteiras para a instalação de centros em Manaus-AM e em Angola.
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AS INTERSECÇÕES ENTRE OS PERSONAGES
Tanto a OSSA como o GURI ou o EMIA trabalham a arte como forma de vida para seus usuários. Todas elas tratam a arte como uma forma de expressão importante para a participação social e, principalmente, como uma expressão pessoal de emoções e sentimentos de cada um de seus integrantes. Essa expressão, vinda dos grandes concertos da orquestra ou das pinturas e montagens teatrais e pinturas, representa o produto e a análise da situação social e pessoal de seus participantes. Desse modo, a integração de diferentes expressões artísticas em um mesmo espaço tem a colaborar para as relações sociais e uma ocupação da cidade e conhecimento de novos ciclos e círculos culturais e sociais. O edifício, catalisador dessas movimentações de cultura e lazer da cidade, promove uma estrutura como fonte contínua de conhecimento e musicalidade para seus moradores. Como a grande maioria dos projetos tratam da música e da acústica, é possível a compatibilização e aproveitamento de estruturas para diversos fins, tornando viável economicamente a estrutura para o Poder Público. Porém, além da viabilidade econômica, o bônus social que a estrutura traz para a juventude da cidade, principalmente pela troca de conhecimento e convivência com músicos e profissionais da área, garante uma diversificada visão de mundo para os adolescentes e crianças. A concepção de unir os espaços é também unir as características dos mesmos. A inter-relação com formações artísticas voltadas para jovens e com o mesmo objetivo alvo de inclusão social seria unificada como um único programa conectado, intenção interrompida, principalmente, pela distância entre a localização de seus respectivos pólos. O cenário é propício para o experimentalismo inclusivo de ensino e a integração social de jovens com a música e seu próprio espaço na sociedade.
Figura 21 - Banda inglesa “The Cinematic Orchestra”, que alia grafitti, fotografia, cinema e música em seus shows. Fonte: essentiallyecletic.wordpress.com
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O ANTIGO CENÁRIO
A Vila Bastos, localizada à 500m do Centro Cívico da cidade, teve o início da sua ocupação com a expansão das moradias dos trabalhadores das fábricas próximas à atual Pirelli na década de 1960 (GAIARSA, 1968). Hoje caracterizado como centro econômico e de destaque na cidade, ocupando visibilidade imobiliária e desenvolvimento de infraestrutura. A região faz parte do centro econômico expandido, concedido à 200m do Calçadão comercial do centro da Cidade e do centro de estruturas municipais. As principais vias do bairro são a Avenida Lino Jardim, Avenida Atlântica, Avenida Portugal e a Rua Ramiro Colleoni, que se torna a Avenida Pereira Barreto e recebe o corredor de ônibus elétrico da EMTU que conecta o ABC à zona Leste de São Paulo. Outros locais de destaque são a Praça Allan Kardec e a Praça Pres. Kennedy, esta última contemplando as estruturas de ginástica municipais e o prédio do INSS e o Teatro Amador Alpharrabio, sustentado pela livraria de mesmo nome onde ocorrem os encontros de teatro amador. Com predominância comercial e de serviços ao longo das grandes vias e uma ocupação residencial de expansão e verticalização no interior das ruas de menor porte, a Vila Bastos caracteriza vitalmente bairro moradia da cidade. Por sua proximidade dos corredores de conexão entre as diversas cidades e às grandes avenidas de conexão da cidade (Av. Perimetral, que liga às cidades de Mauá e a Rodovia Índio Tibiriçá e ao Rodoanel; Av. Atlântica e a conexão à zona nordeste de São Bernardo do Campo; Rua Ramiro Colleoni e a conexão ao centro de São Bernardo do Campo), o bairro tem grande tendência e potencial para abrigar a estrutura cultural aqui proposta.
Figura 21 - Imagem Geral da Vila Bastos na proximidade da Rua Ramiro Colleoni. Fonte: Arquivo pessoal de Rafael dos Santos no Panoramio.com
Figura 22 - Mapa de deslocamento dos im贸veis e usu谩rios atuais do local do terreno para as 谩reas pr贸ximas. Mapas e Figura: Google Street View.
Atualmente, no terreno, estão locadas, como ditas anteriormente pequenas clínicas médicas, um setor residencial de gabaritos que variam entre o térreo e até quatro pavimentos e uma área de apoio comercial às residências da região. Desse modo, é necessária uma intervenção de relocação dos usuários desse local para regiões que compreendam e não comprometam as atividades e o valor dos imóveis dos moradores atuais. Com essa premissa, é proposto o deslocamento dos usuários do terreno da Av. Portugal para a Av. Lino Jardim, espalhadas em toda sua dimensão. A avenida Lino Jardim, como pode ser visto na figura 22, localiza-se a cinco quadras de distância da localização proposta para o projeto e possui um caráter de fluxo urbano semelhante à Avenida Portugal, que era a principal via de acesso a todo o setor comercial e de atendimento médico. Além disso, servindo a mesma região de abrangência que a área anterior, a Avenida Lino Jardim que serviria para o deslocamento possui seu final entroncando com a via do antigo terreno. Os acessos por ônibus metropolitanos teriam uma perda devido ao distanciamento de 3 quadras da via de ônibus elétrico porém compreenderiam mais vias urbanas de ônibus municipal (B51 – Jd. Oriental / Jd. Bom Pastor, I03 – Capuava / Jd. Bom Pastor), além de uma maior proximidade com o Centro Cívico da cidade. Atualmente, a Avenida Lino Jardim possui gabarito máximo de dois pavimentos por terreno, onde a legislação, que é a mesma que abrange o antigo terreno, permite até seis pavimentos. Diluindo todos os imóveis, espera-se um aumento de um ou dois pavimentos ao longo de toda a via. Esse deslocamento é necessário devido ao caráter do edifício proposto. Apesar de ser uma estrutura destinada ao município, sua abrangência torna-se regional. Desse modo, os acessos intermunicipais tornam-se vitais para a locomoção do público até o espetáculo. Além disso, ao final do espetáculo, com vias expressas no entorno do terreno, é possível um deslocamento mais fluido, impedindo o carregamento exagerado das vias locais e vias coletoras do bairro com outro volume de veículos que, originalmente, não foram designadas. A partir da análise das necessidades e dos serviços existentes nos projetos, é possível descrever os espaços específicos para o funcionamento dos programas e organizar juntamente toda a estrutura de apoio e funcionamento de um edifício típico. Para as especificações da sala sinfônica, utilizaram-se os parâmetros e referências de Beranek (2010) nos quesitos de acústica e infraestrutura de funcionamento de palco, forros, plateias, localização de assentos, espaços específicos e quantificação de camarins. Para a concepção e quantificação dos espaços para os músicos, foram utilizados como projetos referência a Sala São Paulo e sua estrutura de moradia para a OSESP e a Estação Cultura Itamar Franco, atualmente em construção, que se tornará a moradia da OFMG (Orquestra Filarmônica de Minas Gerais). Com as referências e com o número diferente de integrantes entre as orquestras referência (a OSESP, com o coral, conta com 159 integrantes enquanto a OFMG possui, com o coral, cerca de 130 integrantes.). Ambos os programas possuem, em sua estrutura edificada, além da sala sinfônica, as salas de ensaio para os naipes da orquestra (na OSESP utilizam-se salas específicas para cada naipe da orquestra enquanto, para a OFMG, utilizam-se duas grandes salas multiuso de ensaio dos naipes), estruturas de camarim, salas de ensaio solo, camarins, direção artística e cultural. Com os ambientes e as necessidades determinadas, é possível caracterizar a função social e a expectativa de funções a serem cumpridas por cada um dos ambientes propostos: sede da Orquestra, Projeto Guri e Projeto EMIA.
09.
O CENÁRIO GEOGRÁFICO
N Figura 23 e 24 - Foto da área de intervenção com o plano de topografia. Escala 1:2000. Fonte: Google Street View/ Secretaria de Planejamento de Santo André - Base SIS
O terreno escolhido para o projeto fica localizado à beira da Av. Ramiro Coleoni/Av. Pereira Barreto. Numa região de fronteiras entre as setorizações do residencial de alto padrão consolidado dos anos 50 e os resquícios de uma herança industrial dos anos 30 sendo tomado por uma zona mista de padrão médio e grandes prestadores de serviço, o terreno localiza-se na linha média e abrangência das estruturas de transporte público entre as cidades com situação próxima ao centro da cidade. As proximidades são atendidas pela abrangência do Parque Central da cidade e grandes estruturas de comércio de varejo e lazer, como o Shopping ABC. Seus limitantes são formados pela Rua Venezuela, Av. Portugal e Rua Ramiro Coleoni. A área possui um total de 22800m², possuindo 170m de frente para a Av. Portugal e 180m para a Rua Venezuela. A Rua Almirante Tamandaré torna-se parcialmente englobada pelo terreno. Contendo um desnível considerável de 20m a partir da Avenida Portugal com caída direciona a Rua Ramiro Colleoni, o relevo torna-se um ponto de intersecção e estudo direcionado da localização. Atualmente, o terreno é ocupado por clínicas médicas particulares e lotes residenciais de médio-alto padrão, majoritariamente térreos. Na área encontram-se dois edifícios consolidados, ambos residenciais: um com três andares e outro com oito andares. Na área localiza-se também a construção de uma terceira torre comercial para atender a nova demanda de prestadora de serviços da região, devido à crescente valorização da região.
Figura 25 - Imagem para referência do local do terreno escolhido em relação aos pontos consolidados da cidade.
A área citada encontra-se na zona de transição do residencial primordial da cidade, na expansão dos bairros da Alta Santo André em direção à região lindeira de São Bernardo do Campo com o antigo setor industrial de matadouros e frigoríficos da região, que expandiam seu domínio em direção ao sudeste da cidade. Numa situação geográfica privilegiada por sua grande proximidade ao centro cívico da cidade e grande oferta de rotas de transporte público, a região torna-se um ponto crítico e de interesse para a implantação do projeto. Servida principalmente pela zona residencial de alto padrão e a prestação de serviços da região, juntamente com o grande comércio varejista de massas, a estrutura do edifício toma sentido com a localização perante a cidade e com a possibilidade da proximidade nova entre os projetos em estudo do município. A localização ocupa grande confluência de fluxos, tornando-se um ponto regional de interesse devido a grande facilidade de acesso. Contando com linhas municipais de ônibus (B63 – Vila Palmares/Jd. Alvorada, B64 – Fundação/Jd. Alvorada, B51 – Jd. Oriental/ Jd. Bom Pastor, I08 – Jd. Das Maravilhas/Pq. Das Nações. Fonte: AESA), além das linhas intermunicipais (08 – Pq. Selecta/Estação Santo André) e as diversas linhas do ônibus elétrico (Diadema/Santo André, Ferrazópolis/São Mateus, Piraporinha/São Mateus). O terreno possui, legalmente, as dimensões de 170m junto à Avenida Portugal, 180m junto à Rua Venezuela, 109m em relação à Rua Ramiro Coleoni e 168m com divisa aos terrenos vizinhos, totalizando uma área de 22800m². Próximo ao seu primeiro terço possui a passagem da Alamadeda Tamandaré, via local de acesso, principalmente, aos edifícios e condomínios que tem suas entradas no lado mais interno do bairro. Em sua dimensão paralela à Rua Venezuela, possui um desnível de 18m, sendo o ponto mais baixo localizado junto ao corredor de tróleibus na Rua Ramiro Coleoni. Possui, como localização geográfica mundial, as coordenadas 23° 39’ 50” S 46° 32’ 16” O. Caracterizado pelo clima subtropical úmido mesotérmico, contendo temperaturas típicas de 19°C como média anual, verões mais chuvosos e invernos mais secos e a direção vento predominante na região locada entre N e SE.
Figura 26 - Localização do terreno escolhido no entorno imediato.
Figura 27 - Mapa de Usos Gerais do Entorno Imediato.
Figura 28 - Mapa de Conexões com os Municípios Próximos
Figura 29 - Vista da Esquina da Av. Portugal com Rua Venezuela. Fonte: Google Street View
Figura 30 - Vista da Avenida Portugal. Fonte: Google Street View
Figura 31 - Vista da Esquina da Rua Venezulela com Rua Ramiro Coleoni. Fonte: Google Street View
Figura 32: Vista da Rua Venezuela. Fonte: Google Street View
Figura 33 - Vista da Alameda Tamandaré com Ramiro Coleoni. Fonte: Google Street View
Figura 34 - Vista da Alameda Tamandaré com Rua Venezuela. Fonte: Google Street View
10.
OUTROS ESPETÁCULOS EM ANÁLISE HARPA CONCERT HALL O Harpa Concert Hall é um projeto localizado em Reikjavik, coração metropolitano da Groelândia. A obra foi elaborada pelo escritório dinamarquês Henning Larsen Architects juntamente com a colaboração do artista Olaf Eliasson. Fundamentalmente, o edifício funciona por dois sistemas distintos de estrutura: a estrutura em concreto para as salas, que funciona separadamente para a sustentação das salas de concerto, e a estrutura mista em vidro (os vitrais) e aço, que funciona como uma casca englobando as salas. Com essa distinção e separação entre as estruturas, torna-se mais simples a mobilidade e a liberdade de disposição e layout dos setores de suporte ao edifício. O projeto possui, por conceito, abranger uma estrutura pública de exposições e eventos para a cidade, de modo a catalisar os eventos sociais e comemorações. Em seu programa estão contadas três salas para espetáculo, abrangendo 1800, 700 e 450 pessoas respectivamente. As salas foram projetadas para que pudessem ser utilizadas separadamente sem interferência entre as mesmas. As salas estão dispostas obedecendo duas regras de grid e uma setorização rigorosa quanto à disposição dos setores técnicos e a relação entre as salas. As duas salas centrais seguem o grid da fachada oeste enquanto a sala sinfônica obedece a ortogonalidade da fachada leste. Todo o setor técnico é localizado na região norte do edifício, junto à divisa com o mar. O acesso ao setor técnico se dá entre a sala sinfônica principal e a sala de ensaios e apresentações de médio porte e palestras. Entre as salas mais ao oeste localizam-se as áreas de foyer e estruturas de acesso e apoio as salas, juntamente com as áreas de exposição e montagens.
Figura 35 - Vista da Harpa Concert Hall. Fonte: guardian.co.uk Acessado em 29/07/2012
Figura 36 - Fachada em Vidro da Harpa Concert Hall. Fonte: reikjavik.com Acessado em 29/09/2012.
Figura 37 - Visão Interna da Sala de Concertos Principal. Fonte: archdaily.net Acessado em 29/07/2012.
Figura 38 - Concepção dos Espaços Internos do Edifício. Fonte: archdailynews.net
A sala principal, de 1800 lugares, representa a sala de espetáculos sinfônicos, com a estrutura para espetáculos acústicos e elétricos. Possuem, em seu setor periférico, zonas e aberturas para reverberação e refletores de teto móveis para, se necessário, reduzir ou aumentar o volume das salas para os espetáculos. As outras duas salas possuem programas para ensaios, espetáculos de câmara e auditórios. Possuem, assim como a sala principal, o sistema de reverberação natural acústica e o sistema elétrico para diversificados tipos de espetáculo. Além disso, traz em seu projeto a concepção de grandes espaços sociais que podem abrigar mostras de arte, eventos, reuniões e palestras independentemente do funcionamento das próprias salas de concerto. A utilização rotativa do edifício com diversas atividades mostra sua viabilidade público devido seu alto custo de investimento em relação ao retorno temporal dessa verba. O principal ponto pensado ao escolher esse edifício foi seu diversificado programa, abrangendo salas multiuso e sistemas integrados de sistema de áudio acústico e elétrico, tornando a casa não só para música sinfônica ou estilos de música erudita, mas adaptável para as casas de show modernas, com espetáculos mais diversificados. O Harpa encaixa-se bem com o conceito trazido por este projeto de máximo aproveitamento do edifício. Por ser uma estrutura de cara manutenção e construção para o dinheiro público, o retorno possibilitado para o setor público com uma diversificação da utilização do edifício se torna mais produtiva e viável para sua própria sustentabilidade.
KAMMERMUSIKSALL - A MORADA DA FILARMÔNICA DE BERLIM A Kammermusiksaal, com sua construção finalizada em 1987, abriga 1138 espectadores, separados em duas plateias. A concepção da sala remonta ao conceito da “música no centro da sala”, localizando o palco rodeado pelos usuários. O palco, em forma hexagonal, distribui axialmente os eixos de circulação das plateias até a localização das saídas. Os usuários são distribuídos em duas plateias: uma no nível do palco e outra mais elevada. A plateia elevada redoma o palco com as paredes de reflexão e, devido a esse motivo, a sala pode ser designada claramente para dois estilos de apresentação: uma apresentação mais intimista, utilizando somente a plateia no térreo da sala ou a utilização da sala completa para apresentações de grande porte. O teto, em formato que lembra uma tenda, colabora com as reflexões iniciais para a distribuição do som no ambiente, principalmente para as plateias superiores. Além disso, são utilizados 95 objetos piramidais de difusão sonora no teto para uma melhor propagação do som nas plateias inferiores. A partir das plantas e vistas, é possível observar o funcionamento da acústica na sala. Devido sua assimetria, as reflexões do som tornam-se impossíveis de serem mensuradas e calculadas somente pelas paredes laterais que fecham o ambiente. Desse modo, Edgar Wisniewski e Lothar Cremer (responsáveis pelo projeto arquitetônico e acústico) decidem dividir a plateia, seguindo o shape do hexágono em subplatéias com alturas diferentes além dos dois níveis já comentados. Assim, para sustentar essa nova estrutura elevada de ocupantes, paredes surgem ao lado de outros setores, gerando novas áreas de reflexão para aumentar o número de reflexões para essas localizações dos assentos.
Figura 39 - Vista da Entrada do Edifício. Fonte: talkitect.com Acessado em 29/09/2012.
Com essas medidas referentes à acústica, a sala possui uma situação de maior clareza e uma reverberação mais específica para as frequências médias e graves. O tempo de reverberação para a sala, totalmente ocupada e utilizando toda sua área, gira em torno de 1,8 segundos. Além disso, na sua construção já foi adaptada com as salas de tradução simultânea e sistemas de multimídias e acústicas elétricas para diversos tipos de espetáculo. O projeto foi escolhido por figurar, principalmente, uma alternativa as usuais salas sinfônicas em forma de caixa de sapato ou mesmo aquelas que relembram o formato de um leque. Além disso, o fator que torna interessante o estudo dessa sala é, principalmente, a disposição dos assentos, tanto em relação à acústica quanto à própria locação da plateia. Com diferentes ângulos da plateia, é possível, para um espectador, ver várias vezes um mesmo concerto e ter a sensação de que foram experiências diferentes. Pensando ainda que a sala foi construída para propiciar espaços de dança, concertos de câmara e de pequenas orquestras onde são trabalhados em sensações e na imersão do usuário na música, essa experiência visual e acústica diverge cada vez que o espectador assume outro assento em uma diferente posição na plateia. O fator da plateia ainda sobre a acústica traz um artifício interessante para trabalhar salas onde a proporção lembre um quadrado. A utilização de superfícies de reflexão próxima aos usuários assume um papel importante no controle da acústica e na qualidade do som para o espetáculo. Porém, com uma pequena área relativa ao espaço todo, é possível manter o propósito da semelhança de um teatro de arena sem necessariamente depender somente das reflexões das paredes limitantes do ambiente.
Figura 40 - Vista Interna da Sala. Fonte: philarmonie.ge Acessado em 29/09/2012.
Figura 41 - Detalhe da Disposição da Platéia na Sala e a concentração e proporcionalidade do palco. Fonte: philarmonie.ge acessado em 29/08/2012
11.
A MĂšSICA COMO ENSINO
Figura 42 - Orquestra Jovem Big Band Tom Jobim. Jovens da Escola recebem certificado ao se formarem. Fonte: teatroidentidade.blogspot.com Acessado em 29/07/2012.
A partir da análise das cargas horários de conservatórios-referência do Brasil, como o Conservatório Souza Lima-SP e da EMESP, carregam o aluno para sua formação técnica em 6 semestres, sendo uma possível ampliação do curso de acordo com a área de especialização do aluno. A carga básica consiste na seguinte disposição de horas-aula segundo a lei 9394/96 para a formação profissional técnica como músico:
Figura 43 - Carga Horário Mínima para Formação Técnica. Fonte: Lei 9394/96.
Os projetos sociais em análise, tanto o EMIA quanto o GURI, projetam o curso para tempos indeterminados com o foco de inclusão social e uma prática em grupo, utilizando apenas 4h semanais (o que totalizam 104 horas semanais, sem o desconto das férias escolares), o que impossibilita uma formação técnica para seus alunos. O foco principal desses projetos é a inclusão dos jovens e sua ocupação para um interesse inicial ao campo da música e das artes. Com essa dedução, em primeiro momento, é proposta a estrutura como moradia para as necessidades imediatas para os projetos analisadas, verificando a necessidade de uma futura ampliação para abrigar um conservatório. Desse modo, a estrutura pode ser expandida no futuro para a necessidade de uma escola técnica de música, porém, no momento, serão abrangidas as necessidades da residência da OSSA e dos projetos sociais.
12.
O ROTEIRO DO ESPETÁCULO Com a programação dos projetos sociais e suas necessidades e a expectativa de qualidade da residência da OSSA, é possível o início do trabalho com suas necessidades e inter-relações, em nível básico, para a delimitação das conexões possíveis e necessárias para o perfeito funcionamento dos projetos em separado para que, mais além, seja possível a conexão e otimização desse espaço pela intersecção dos programas. Ao lado, é possível analisar o fluxo esperado de funcionamento para a OSSA e seu fluxo de carga. Em verde, estão as áreas restritas para os músicos; em azul, as salas de apoio ao funcionamento; em roxo a relação de infraestrutura com a sala sinfônica em si; em laranja a questão administrativa. O material recebido deve ser entregue, catalogado e analisado para verificar a necessidade de reparos. Caso necessário, deve seguir para o armazenamento, onde de lá pode ser retirado pelos músicos. Do mesmo modo, além do armazenamento, pode seguir diretamente para o backstage e para o palco. Para os músicos, as salas de gravação e estudo serem interligadas traz grande vantagem de interatividade e facilidade de acesso, principalmente devido ao tamanho e peso de certos instrumentos musicais. A proximidade com sanitários e vestiários também é desejável, pois, por poderem permanecer longos períodos no edifício, o acesso a esse sistema é necessário.
Assim como o funcionamento da Orquestra, o Projeto GURI possui um processo semelhante ao da Orquestra em relação à carga e produtos recebidos, além da disposição de salas de aula e dinâmicas em grupo. O diferencial ao funcionamento da Orquestra é, principalmente, a necessidade de um setor de apoio educacional por tratar com jovens em idade escolar ainda. Acompanhamento psicológico e assistência social, principalmente por tratar com jovens em risco social, são estruturas fundamentais para manter a disciplina e o apoio para os alunos e fornecer o maior potencial do curso para os mesmos. Além disso, as estruturas de apoio de funcionamento (em azul) devem possuir atenção especial pois, devido a característica escolar do funcionamento do projeto, o apoio e conforto dos professores no período entre aulas e, além disso, prevendo já uma expansão do projeto para os períodos matutinos (que fariam a contraposição dos horários escolares vespertinos), as estruturas de conforto e descanso para os professores torna-se necessária para manter a qualidade do ensino e dos funcionários.
Figura 44 - Fluxograma de Conex천es de Uso da OSSA.
Figura 45 - Fluxograma de Conex천es de Uso do Projeto Guri
Figura 46 - Fluxograma de Usos EMIA.
Figura 47 - Fluxograma de Usos Geral.
O funcionamento do EMIA, também como um programa próximo ao escolar, tem grande semelhança com o projeto GURI. Porém a carga de atendimento de jovens possível tem um número maior que o anterior. Além disso, a diversificação dos cursos e suas especificidades geram um maior número de espaços necessários para a manutenção e possível expansão do mesmo na cidade.
Unindo os programas (em laranja, o programa referente à Orquestra Sinfônica de Santo André; em roxo, o Projeto GURI e em vermelho o EMIA), é possível perceber grandes confluências e espaços que, por questões administrativas, precisam ser separados. No diagrama, é possível perceber que a parte de recebimento de carga e avaliação pode ser comum a todos os projetos, apenas dividindo qual o destino final dos mesmos. O setor do EMIA e GURI de armazenamento podem manter-se unidos já que utilizam do mesmo material para suas realizações. Sanitários, depósitos e espaços de apoio aos funcionários podem ser compartilhados entre os projetos. Devido a diferenças de estilo e intimidade entre os três projetos, preferiu-se manter em separado as questões referentes à Orquestra quanto aos espaços de descanso por uma questão de intimidade, ambientação e objetivos diferentes daqueles buscados no projeto. Como grande estrutura em comum que pode ser compartilhada entre os projetos são as salas de gravação e a própria sala sinfônica (destacada em laranja por ser utilizada como sala de ensaios gerais para a OSSA). As diretorias pedagógicas e administrativas foram unidas como uma setorização única. Desse modo, o objetivo de uma maior integração entre os projetos e as medidas de desenvolvimento tomadas para os mesmos se torna mais forte, gerando laços entre a realização e o acontecimento de ambos os projetos.
13.
O PROGRAMA DO ESPETÁCULO Tipo De Usuário
Intenção
Assistir
Diretiva lugares acomodação lugar pré-apresent. serviços de cafeteria
Público
Local de Estadia Ensaios Músicos Apresentar-se Atendimento
Transporte
Carga/Descarga Funcionários
Manutenção
Controle de espetáculo
Dirigir Organizar Administração
Negociar
Promover
Almoxarifado/ Estocagem
Armazenar
Setor Técnico
Abrigar
Abrigar Sala Sinfônica Apresentar Orientar
Setores de Apoio
Divulgar
Organizar Ensaios Alunos Apresentar-se
local estadia carros Ensaios solo Ensaios por naipe Ensaios gerais Estadias pré-ap. Estadias pós-ap. Orientar Vender Equipamentos Produtos Cenários Instrumentos Equipamentos Produtos Cenários Instrumentos Instrumentos Equipamentos Limpeza/Produtos Cenografia Cenografia Iluminação Som Controle de Acesso Controle do edifício Edificação/Condições Contratação Burocracia Calendários Músicos Equipamentos Instrumentos Contratos Edifício Espetáculos Orquestra Produtos de limpeza Ferramentas Instrumentos pesados Pequenos reparos Cenografias Equipamentos diver. Sistemas de A/C Registros de água Registros de energia Sistemas elétricos Sistemas de coletagem Sistema de lixo Músicos Espectadores Equipamentos Sala de Controle Espetáculos Músicos Alunos Professores Projetos Apresentações
Arquivos Processos Ensaios solo Ensaios por naipe Ensaios gerais Estadias pré-ap. Estadias pós-ap.
A partir da análise das necessidades e dos serviços existentes nos projetos, é possível descrever os espaços específicos para o funcionamento dos programas e, juntamente, todas as estruturas de apoio e funcionamento de um edifício típico. Além disso, para as especificações da sala sinfônica, utilizando os parâmetros e referências de Beranek (2010) nos quesitos de acústica e infra-estrutura de funcionamento de palco, forros, plateias, localização de assentos, espaços específicos e quantificação de camarins. Para a concepção e quantificação dos espaços para os músicos, foram utilizados como projetos referência a Sala São Paulo e sua estrutura de moradia para a OSESP e a Estação Cultura Itamar Franco, atualmente em construção, que se tornará a moradia da OFMG (Orquestra Filarmônica de Minas Gerais). Com as referências e com o número diferente de integrantes entre as orquestras referência (a OSESP, com o coral, conta com 159 integrantes enquanto a OFMG possui, com o coral, cerca de 130 integrantes.). Com os ambientes listados, é possível caracterizar a função social e a expectativa de funções a serem cumpridas por cada um dos ambientes.
14.
O PRELÚDIO PARA A CONSTRUÇÃO DO ESPETÁCULO
Considerando que a área, idealmente, do edifício possui 22000m² e que o terreno chega aos 22800m², de acordo com a legislação, podemos considerar o recuo de 5m e recuos que tenham sentido urbano para os fundos e a lateral. Desse modo, chega-se ao coeficiente de ocupação do terreno em 67% para sua área total, o que corresponde a 15276m² de ocupação permitida diretamente do térreo. O terreno possui, perto da divisão do segundo terço seguindo da Avenida Portugal para a Av. Ramiro Coleoni, a Alameda Tamandaré, via de acesso local para os existentes lotes residenciais no local. Com a divisão do edifício em dois programas distintos, porém conectados, e pensando na utilização e chegada de carga e descarga e do fluxo de pessoas, a utilização da rua existente para esse acesso é primordial e possui um elevado potencial de utilização para o projeto. Ao aproveitar o desnível do terreno, é possível acostar a sala sinfônica e seus níveis de forma cômoda no terreno utilizando o caminho de descida do mesmo. Do mesmo modo, a utilização dessa subida para acesso aos subterrâneos ou possíveis estacionamentos e andares técnicos torna-se uma grande possibilidade. Conclui-se que a topografia do terreno torna-se um dos fatores determinantes para a solução do programa de necessidades de forma clara e funcional. A idéia é, a partir do coeficiente de aproveitamento ser próximo a 1, utilizar os recuos mínimos de frente e lados mantendo uma distância coesa dos edifícios ao lado. Desse modo, é possível espalhar o projeto por todo o terreno, diminuindo a concentração de emanação de ruídos e criando espaços de convivência e possibilidade de abertura de áreas para ensaios ao ar livre e áreas permeáveis ao terreno.
Como respostas formais da análise, é possível perceber que, em todos os estudos, a sala sinfônica toma a cota mais alta do terreno como uma vocação natural de captação de público pela grande perspectiva da esquina. A partir desse topo, a conexão com o edifício dos músicos tomaria uma cota mais abaixo dessa e, por fim, de modo mais elástico e expansível, os projetos sociais por sua característica inerente de desejo de interseccionar e expandir seus horizontes, garantindo seu local em cotas mais próximas à Rua Ramiro Coleoni, garantindo maior visibilidade, acesso ao grande fluxo de transporte urbano e permeabilidade pelos pedestres. Essa ânsia à expansão dá-se pela tomada da praça como local de exposições e lazer para seu próprio território, alimentando o espaço urbano, originalmente apenas como um vazio para convivência, com valores de cultura e exposição.
Figura 51 - Croqui de Volumetria de Estudo Anterior.
Figura 52 - Croqui de Concepção anterior do Boulevard de Circulação.
Figura 53 - Concepção dos espaços abertos de cultura no edifício.
Figura 54 - A última concepção do edifício antes do “espelhamento conceitual”, que originaria o projeto em seu estado atual.
A composição de uma circulação composta que corte o terreno e o edifício é a resposta imediata para a semântica trazida como conceito da música e cultura para a cidade. A distribuição de usos converge com a permeabilidade do edifício dessa forma, na conexão das praças e pontos de convívio com a valorização desses usos por dentro do próprio edifício. A disposição dos serviços, conectados ao grande foyer e que transpassam os corredores de circulação e o “boulevard das artes” para a centralidade da sala sinfônica. Desse modo, o espaço que abraça essa circulação dos espetáculos também remete ao desmembramento do edifício para os seus locais mais utilitários e pedagógicos. O foyer, juntamente com as praças, assume o papel de captação do público para a entrada do edifício e o boulevard conecta os espaços para o descobrimento e vivência do edifício e seu uso para o urbano. O conceito da “arte para o urbano” e dessa expansão do cultural estendese também para o edifício dos músicos, principalmente na setorização dos ensaios. A concepção dos blocos que se prolongam para o prumo original do edifício gera uma visualização do seu interior e do seu uso e vida musical para a cidade. Com esse mesmo conceito, a ocupação do hall de embarque e desembarque e a rua Tamandaré (que serão demonstrados mais a frente) além dos espaços do foyer anexos ao boulevard para ensaios públicos ou pequenos espaços de apresentação sugerem essa audição e descoberta de novos espaços e novos sons no contexto urbano.
A partir da análise da estruturação passada dos estudos para o edifício, percebeu-se um grande distanciamento com as idéias originais e uma dificuldade e interpolação de fluxos que categorizariam uma certa confusão na concepção do espaço, gerando áreas residuais e dificultando os acessos, principalmente para os usuários e os músicos e seus instrumentos, para o fluxo interno do edifício. Com isso, “espelhou-se” a estrutura dos serviços e a setorização do edifício, mantendo os desejos da circulação que integrasse o edifício e sugerisse uma apropriação pública para a formação e instrução de arte livremente em sua ocupação. Os resultados trouxeram uma evolução para a concepção do edifício, mantendo os conceitos originais mas facilitando os acessos e gerando novos espaços de grande interesse para a construção de uma ambientação.
15.
A CONSTRUÇÃO DO ESPETÁCULO PARTIDO DE CONCEPÇÃO A música é uma arte que, por sua caracterização universal, é capaz de unir diversos segmentos de composição artística, público-alvo, classe social e personalidade das pessoas. Com esse pensamento, a composição arquitetônica representa a concepção de um espaço de experimentalismo entre as ideias e o confronto do “formado” pelo “em formação”. Volumetricamente, a concepção de dois volumes interligados por um espaço-núcleo central representa uma relação direta com a setorização do edifício: em um dos blocos, o funcionamento da residência de uma orquestra consolidada enquanto, no outro, a capacidade de expansão cognitiva e experimental com jovens em formação artística de diversos setores. A ponte entre ambos os setores torna-se a circulação pública, em níveis, que compreende amplos espaços de estudo em conjunto, pontos de estadia, espaços de apresentação ao público ou mesmo pequenos nichos de ensaio e discussão. Desse modo, a circulação torna-se parte vital da concepção de ambiência do edifício. Para vencer o desnível, são utilizadas “paradas culturais” onde os programas e ambientes de expressão se cruzam com o funcionamento e o fluxo público do edifício. Os espaços nas paradas da circulação são concebidos para abrigar uma expansão das aulas dos projetos em uma didática diferenciada na qual as aulas não são necessariamente ministradas somente dentro das salas de aula específicas. Essa intersecção entre os diversos cursos dentro de um mesmo projeto social interage com a união e possibilidade de formação de grupos de estudos direcionados ou troca de conhecimentos entre os usuários além de espaços para mostras e exibições dos estudos produzidos. Para o projeto da Orquestra Jovem (GURI), a possibilidade de formação de pequenos núcleos de estudo de certo instrumento ou a interação benéfica para o aprendizado a partir da aglomeração de diferentes instrumentistas. O bloco voltado para a Rua Venezuela, abrigando a sala sinfônica, residência dos músicos e suas estruturas de apoio recebe a concepção de uma vida intermitente em seu foyer: a ocupação de um café e, interligado aos espaços de exibição, é passível de uma apropriação pelo público em todo o tempo dentro do horário de funcionamento. Juntamente com o espaço de projeções e evento externo, é possível apreender que o produto do edifício possa ser mostrado em suas formas e expostos para a malha urbana mais próxima. Concebido como um edifício que, além de técnico para os músicos formados, propicie um espaço adequado para o aprendizado de música e outros derivados da cultura artística, são propostas as estruturas que contemplem os diferentes tipos de espetáculo: o teatro de rua, representado mais a frente pelo espaço aberto localizado na cota mais elevada do terreno, próximo à divisa com o terreno vizinho da Avenida Portugal, para apresentações dinâmicas que possam atrair o público transeunte; o espaço de eventos e projeções, anexado à fachada do edifício também na Avenida Portugal, para projeções e pequenos eventos;o teatro de arena, localizado na esquina entre a Rua Venezuela e a Avenida Portugal para instigar o interesse público de apropriação do espaço e a Sala Sinfônica por si concebida como a estrutura de espetáculos mais rígida e formal.
Figura 55 - Perspectiva Artística de Concepção do Edifício.
Figura 56 - Croqui de Concepção do Volume
Figura 57 - Croqui de Concepção da Circulação
PARTIDO
ARQUITETÔNICO
Como concepção arquitetônica, a idéia de um volume que se sobressaia do entorno altamente amarrado com construções residenciais dos anos 1980 e 1990, mas que, diferente de outros prédios em estudos anteriores, não reforce uma forma que ignore completamente o seu entorno e que, caracterizado como uma simples escultura recaia sobre um terreno e que se destaque de forma quase negativa de seus vizinhos. Devido aos pequenos recuos existentes nas ruas das proximidades, a forma nunca poderia ser visualizada por inteiro o que, no sentido escultural, não faria sentido não conseguir apreciar por inteiro o edifício. Com essa idéia, optou-se por formas mais simples e ortogonais que reforçassem o peso de uma estrutura que abriga a cultura e produção cultural da cidade. Aliando recuos mais generosos do que a legislação mínima do bairro, acrescenta-se um espaço de convívio e respiro para o entorno, emoldurado com fachadas ao limite da rua em toda a extensão das ruas ao redor. Mesmo com um volume mais simples, utilizando da topografia do terreno, é possível valorizar o edifício do modo esperado para uma estrutura de cultura desse porte, porém sem a utilização de grandes moldes e formas que, em visão global façam sentido, mas que, na visão do entorno, não sejam tão expressivas ou significativas para uma qualificação da redondeza. Partindo de princípios de ideais de construção, são utilizados os sistemas de concreto armado para os pilares, vigas e estruturas adicionais, paredes de alvenaria simples para as vedações, paredes de alvenaria dupla para o lacre da caixa sinfônica, vidros temperados para todas as fachadas e painéis envidraçados, armados por estrutura metálica. Com o desafio de vencer os vinte metros de desnível do terreno e garantir a acessibilidade do público e o funcionamento do edifício, a solução foi adotar a cota de atendimento direto do edifício na cota de acesso mais baixo do terreno, representado pela Rua Ramiro Colleoni, que se torna o principal eixo de acesso para a carga e veículos de grande peso para o edifício, os quais com o relevo acidentado tornam-se os mais críticos acessos funcionais. Para que o usuário possa circular pelo edifício e, consequentemente, cruzar o terreno em toda sua extensão e desnível, são projetadas quatro paradas para a circulação, condizendo com os níveis dos edifícios e seus usos. A circulação, que corta o edifício praticamente ao meio, recebe os espaços de apresentação e exibição dos projetos e conecta-se ao foyer para os serviços de alimentação e sanitários. Pensando na visibilidade e possibilidade de um ponto de visualização da cidade, são propostas plataformas de visualização e estadia nos andares mais altos.
Desse modo, a constituição da volumetria consiste em um bloco elevado em parte por pilares, nas proximidades da garagem do nível térreo, e como uma forma rígida cortada por um corredor transparente, utilizando da cobertura em placas de madeira, estrutura metálica e vidro estruturado em um pequeno vigamento metálico para os painéis na fachada leste e oeste.
Devido à orientação do terreno, temos uma grande fachada na direção norte e, devido aos painéis de vidro e a locação das salas, um grande ganho de insolação na fachada leste. Para evitar o ganho térmico e realizar a compensação desse ganho sem a perda de visibilidade do exterior, utiliza-se brise constituído de véu de vidro com aplicação de resina em seus lados, afastado em 60cm da superfície de abertura máxima das janelas. O véu de vidro, constituindo uma espécie de tecido, realiza a filtragem da luz solar sem dispender da visibilidade do exterior.
Para a ventilação, considerando, devido às interferências do entorno, possuímos a abertura principal de ventilação nas direções nordeste até o leste. Com isso, para a entrada e fechamento do corredor, são instalados vidros pivotantes motorizados, com controle na sala dos funcionários, que realizam a abertura dos painéis de vidro da fachada leste para a tomada de ar. Utilizando do corredor de circulação como grande duto de ventilação, para garantir o escoamento, realiza-se abertura no painel de fechamento do edifício na fachada oeste, rente à cobertura, para que possa ocorrer a ventilação cruzada e exaustão.
Figura 58 - Detalhe da estrutura da cobertura do boulevard de circulação.
Figura 59 - Detalhe do funcionamento da proteção em véu de vidro e estrutura metálica
Figura 60 - Croqui de plano de ventilação para o edifício.
SETORIZAÇÃO O edifício possui duas grandes áreas de dominância de setores em seu volume: mais ao sul estão locadas as estruturas direcionadas ao funcionamento das escolas enquanto, no bloco mais próximo ao norte, os serviços e setores de apoio à orquestra e ao público.
Considerando o nível 0,00 na Rua Ramiro Colleoni, temos o estacionamento público e as estruturas de apoio à chega de carga e descarga do público. No subsolo (nível 3,50) estão as infraestruturas de abastecimento do edifício como um todo e central de controles. Esses andares, desse modo, recebem uma característica em parte técnica/funcional e o acesso público.
Chegando ao nível 5,00 inicia-se a divisão dos usos pela escola e pelo uso da orquestra residente. No lado sul estão locados todas as salas de aula do EMIA, com as estruturas de administração, depósito, coordenação pedagógica e o setor de gerência do projeto. No lado norte, nos primeiros níveis, são depositadas as funcionalidades e setores técnicos da orquestra, como o grande plenum para circulação do ar condicionado e as estruturas de almoxarifado de instrumentos ou manutenção, e partes públicas, como a sala de imprensa/hall de eventos. O público obtém, em sua circulação primária, um espaço de exibição e ensaios menos reservado anexado ao corredor central, destinado ao EMIA.
Até o nível 10,00, a introdução do público na circulação dos pavimentos torna-se menos rígida e mais desconectada à circulação central, permitindo o fluxo para dentro dos blocos setorizados. No nível 10,00 está localizado o café de apoio ao foyer, a área de foyer, o primeiro ponto de visualização do edifício e as entradas para a sala sinfônica, no bloco norte. No bloco sul, loca-se a estrutura de apoio ao funcionamento do projeto GURI, com o carregamento das salas de ensaio preparadas e o controle pedagógico dos alunos. O público recebe a área de apresentações e os espaços de ensaios de menor privacidade anexados à sua circulação para o Projeto GURI.
Figura 61 - Esquema de Setorização do Nível 0,00
Figura 62 - Esquema de Setorização do Nível 5,00
Figura 63 - Esquema de Setorização do Nível 10,00
Figura 64 - Esquema de Setorização do Nível 15,00
Figura 65 - Esquema de Setorização do Nível 20,00
O nível 15,00 inicia o entroncamento da circulação pública devido à locação das áreas técnicas ou áreas de acesso restrito. No lado norte, estão localizados os setores de residência da Orquestra Sinfônica de Santo André, a sala de gravação, camarins e setores de apoio à apresentação juntamente com um acesso esse exclusivo ao público técnico. Com o controle do foyer nesse nível, restringe-se e controla-se o acesso à sala sinfônica e estruturas desse nível. No lado Sul, o bloco dos projetos sociais, estão localizados os setores técnicos destinados ao funcionamento geral do prédio e de abastecimento em geral. Desse modo, é possível garantir um funcionamento e controle de acesso independente do público e dos horários de espetáculo. Ganha-se privacidade para os músicos e possibilidade de fechamento e segurança da integridade de todas as estruturas e ambientes contidos no edifício após o horário do fechamento. Subindo para o nível 20,00, o público retém um pequeno hall de espera anexado à torre de circulação para os outros pavimentos pelos elevadores e o acesso ao teatro de arena e à área externa de eventos.
O experimentalismo e o cruzamento de informações ficam aliados à circulação pública central, propositalmente, propiciada para que o público que utilize o edifício possa presenciar a criação e a produção realizada pelos projetos, formando a ambiência de imersão à arte desejada desde o início do projeto.
Figura 66 - Esquema de Fluxos do Nível 0,00
Figura 67 - Esquema de Fluxos do Nível 5,00
Figura 68 - Esquema de Fluxos do Nível 10,00
F L U X O S A circulação do edifício encontra-se primordialmente dividida em três pontos: as duas torres de escadas/elevadores, no bloco sul do complexo, e às escadas de acesso no corredor de circulação central. A circulação, portanto, procura, como primeiro objetivo, vencer o desnível, inicialmente, ancorando o edifício e suas funções em cotas base do terreno e controlando o fluxo de acesso desses serviços entre os níveis. Além dos requisitos de norma pela distância máxima que uma pessoa pode caminha até um ponto de subida, os elevadores e as escadas anexas aos mesmos possuem o objetivo de propiciar um fluxo mais rápido, quase funcional e técnico, de acesso às salas de aula das escolas ou mesmo às áreas técnicas de controle de segurança. Anexados aos vazios para o jardim e próximo às salas de aula, funcionam como um caminho de saída direto para os horários de término de curso dos estudantes do local. Porém, com maior dimensão e importância, o projeto baseia-se no caminhar para “escalar” o terreno pela escada central e suas “paradas culturais” pelo edifício. Unindo o acesso aos serviços e estruturas da sala sinfônica enquanto é circundada pelos produtos e exibições dos projetos sociais tornam a circulação uma espécie de “galeria de arte” e concedem uma expansão do foyer já existente para os patamares de espera.
Figura 69 - Esquema de Fluxos do Nível 15,00
Figura 70 - Esquema de Fluxos do Nível 20,00
16.
A SALA DE ESPETÁCULOS PARTIDO
ACÚSTICO
A diversificação de locais de espetáculo pode acrescentar, como grupo, uma grande experiência às orquestras e grupos musicais. A busca por um formato que, ainda não existente no Brasil, busca oferecer um novo tipo de espetáculo e uma nova camada de interação e frontline entre o público e os músicos. Buscando referências em um sistema de plateia que integrasse a concepção do palco italiano e o ideal dos teatros de arena originados na Grécia Antiga, é possível analisar que grande parte das Salas Sinfônicas de maior renome atualmente possui a característica de mesclar os dois tipos de público: o frontal e o circundante. A plateia circundante pode ser analisada no próprio projeto da Kammermusiksaal e, mais recentemente, com projetos como a Walt Disney Concert Hall e a Sapporo Concert Hall, utilizam das plateias circundantes, aliadas a plateia frontal, para conceber novos espaços e novos locais para prestígio dos espetáculos. Quando utilizados pela orquestra, podem formar as arquibancadas do próprio coro, apenas sendo negada a venda dos assentos para o espetáculo. A concepção da mescla dos shapes clássicos busca a imersão da orquestra e do público no efeito musical e na possibilidade de acompanhar os espetáculos de diversos ângulos e pontos de vista diferentes para o observador. Como partido acústico, buscou-se uma sala que pudesse proporcionar RTs mais largos para os sons graves e RTs mais cômodos e acanhados para os sons médios e agudos e, com os sistemas de forro móvel e bandeiras acústicas, proporcionar novas quantias de RT para adaptação aos diversos espetáculos. Com isso, busca-se uma caracterização mais intimista do espaço e uma compreensão e coesão maior para o destaque dos graves de obras conhecidas. Como perfis para apresentações, são mencionados as metas de reprodução com grande qualidade para obras do fim do período clássico, romântico e início do moderno e, alterando o sistema de forros, busca-se a representação do contemporâneo. Além da qualidade do RT para a sala, a preocupação de não ofuscar as reflexões tardias para que seja possível, para o maestro e o músico, a percepção de em qual sala o espetáculo está sendo apresentado. Com isso, os RTs da sala com os forros totalmente içados estão descritos no gráfico abaixo. Segundo os parâmetros dos artigos de Beranek, com o volume da sala (22800m³) os RTs devem ser em torno dos 2,08seg para a frequência de 500Hz e uma população de 1287 espectadores. Tempo de Reverberação por Frequência (s) Figura 71 - Gráfico representando os RTs alcançados para a sala sinfônica projetada, com os refletores de teto içados à altura máxima e bandeiras acústicas recolhidas.
Tempo de Reverberação (s)
2,3 2,2 2,1 2 1,9 1,8 125Hz
250Hz
500Hz
1KHz
2KHz
4KHz
Figura 72 - Perspectiva Artística de Concepção da Sala Sinfônica.
Figura 73 - Localização dos Assentos Preferenciais.
Figura 74 - Concepção da Sala Sinfônica
ACESSIBILIDADE Os locais de apresentação cultural e aglomeração de pessoas, segundo a NBR 9050, devem possuir, especialmente teatros e salas de concerto, assentos especiais para pessoas obesas, locais para cadeiras de rodas e assentos para pessoas de mobilidade reduzida. O número de assentos deve ser de acordo com a população total do ambiente, compreendendo uma porcentagem e devem ter sua localização facilitada em caso de fuga ou mesmo de acesso do usuário para a sala de espetáculos. Para locais acima de 1000 pessoas, os locais para cadeirantes devem compreender 15 acrescidos de 0,1% do excedente de 1000 pessoas. Para a sala de espetáculos, são totalizadas 16 locais fixos de cadeiras de rodas mais 6 locais flutuantes (nos balcões que possuem as 3 vagas para cadeirante na mesma fila), totalizando 22 locais de ocupação. Para o número de assentos dedicados a obesos, a NBR9050 traz a expressão de exigência de 10 assentos demarcados acrescidos de 0,1% do excedente de 1000 pessoas. Estes assentos devem possuir frente mínima de 60cm e ter a largura de dois assentos comuns. Para o projeto, são disponibilizados 12 assentos dedicados ao público. Aos usuários com mobilidade reduzida, a NBR9050 traz a mesma expressão de exigência que para o número de assentos dedicados aos obesos. Estes assentos devem ser localizados em situações fáceis de chegada ao usuário e possuir 60cm de largura como corredor na frente ou, em caso de estarem localizados próximos à corredores, ter os braços móveis para proporcionar o giro do corpo do usuário. Desse modo, para que possam ser ocupados livremente pela sala, o projeto especifica que todas as cadeiras que estão em contato com os corredores tenham seus braços móveis, proporcionando locais para o público com mobilidade reduzida sem alteração no padrão de assentos ou forma dos corredores da sala de espetáculos.
ROTAS DE FUGA Compreendendo a IT11 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo para o projeto e especificando a presença de sprinklers pelo edifício, termos que a rota de fuga máxima para atingir as saidas é de 55m de percurso. Com isso, são dispostas duas escadas de acesso ao pavimento da platéia alta de forma a compreender essas distâncias máximas para, no máximo, 35m de percurso. Além disso, o dimensionamento de saídas faz parte da normativa para espaços públicos de cunho cultural ou de aglomeração de pessoas. Dispostas 8 portas de 1,8m de largura (consideradas pelo Anexo 4 da IT11 como 3 unidades de passagem), temos 24UnP contra somente as 14 necessárias pelo código de segurança dos Bombeiros.
SISTEMA DE CONTROLE DE ACÚSTICA Para garantir a qualidade da música a ser ouvida deve-se pensar que, como o som é uma vibração, ela pode-se propagar no meio material em todas as superfícies que toca. Desse modo, grande parte do som que ouvimos é oriunda não somente da fonte inicial. Como primeira característica da sala sinfônica, devemos pensar que ela possui uma estrutura isolada de todo o resto do edifício. Isso deve-se devido ao fato de que as oscilações e vibrações recebidas de trânsito da avenida, fluxo de pessoas no edifício, escoamento de carga pelos pavimentos ou mesmo a passagem de caminhões pesados no setor de carga ou descarga refletem pequenas vibrações na estrutura que podem gerar um ruído de fundo na sala sinfônica. Para isso, são propostas que, quando as estruturas se encontrem, possuem isoladores em neoprene em suas terminações para, desse modo, aliviar essa pressão. Juntamente com o isolamento da estrutura, são propostas paredes duplas com camada de lã de vidro entre as mesmas para o lacre total da sala sinfônica. No interior da sala sinfônica, são especificados dois tipos de acabamentos: os acabamentos reflexivos e os acabamentos de absorção. Os acabamentos reflexivos devem ser aplicados em todas as superfícies da sala, com exceção do forro final da sala e nas paredes da frente dos primeiros balcões da plateia. Essas duas superfícies especificadas devem receber o material de absorção pois, caso possam representar desempenho reflexivo, geram uma resposta de som que anulará outras frequências e reflexões, gerando o flutter echo. Os forros móveis, como elementos refletores, desempenham importante papel na caracterização do espaço e do som a ser ouvido na sala sinfônica. Propostos aqui forros móveis independentes (isto é, cada um pode ser regulável independente da região da sala que se localiza), é possível conceber pequenos espetáculos e menor plateia com o rebaixamento do mesmo até altura desejada. O forro móvel deve receber a iluminação embutida em seu corpo, regulável e com controle na sala de iluminação. As bandeiras acústicas, localizadas em quatro planos verticais da sala, desempenham o papel de materiais absorventes de som na sala. Compostos por motores de enrolamento de cortina em veludo podem ser ativados para que compreenda outro elemento de caracterização a disposição da sala e do maestro. Todos os sistemas acústicos ativos (bandeiras acústicas e forro móvel) são operados por técnico localizado na mesma cabine do controle de iluminação.
Figura 75 - Detalhe de Revestimentos Absorventes e Reflexivos e a Disposição das Alvenarias Duplas de Lacre Acústico. Escala 1:10
Figura 76 - Detalhe do funcionamento do forro móvel e suas partes constituintes.
Figura 77 - Vista do motor de enrolar da Bandeira Acústica e detalhe de sua materialidade.
Figura 78 - Estudos de Visibilidade das Platéias.
Figura 79 - Estudos de Reflexões Laterais.
Figura 80 - Croqui de Concepção da Sala Sinfônica
Figura 81 - Estudos de Refletores de Teto;
Figura 82 - Perspectiva Artistica da Sala Sinf么nica
17.
LEGISLAÇÃO SOBRE O TERRENO DETERMINAÇÃO DO TIPO DE EDIFÍCIO A partir da Seção II, determina-se que “locais de reunião”, como teatros e casa de espetáculos, são estruturas geradoras de interferência no tráfego e, com isso, devem obedecer ao Art. 22 como estrutura de Incômodo II (70dB noturnos a serem emitidos), sendo apenas passível de localização à beira de vias coletoras e arteriais.
DETERMINAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DE EDIFÍCIO As estruturas de nível Incômodo II são solicitadas como implantação somente à beira de vias arteriais e coletoras da metrópole. Pela classificação do anexo 3.2, quadro 2, o complexo Av. Ramiro Coleoni/Av. Pereira Barreto compreendem vias de circulação arteriais primárias, possibilitando sua instalação no terreno proposto.
EXIGÊNCIAS
DA
LEGISLAÇÃO
Segundo o Art. 22 do Plano Diretor da Cidade de 2006, é obrigatória a destinação de 2% das vagas para deficientes, 5% das vagas para idosos e que o empreendimento compreenda 1 vaga para cada 50m² construídos. No art. 45, a qualificação do terreno para bacias não críticas é de 5% de área permeável a partir da área do terreno.
Figura 83 - Tabela de referência sobre permissividade do coeficiente de aproveitamento. Fonte: Plano Diretor de Santo André
Figura 84 - Mapa de Ruas e sua classificação. Fonte: Plano Diretor de Santo André.
Figura 85 - Determinação de recuos e fatores de ocupação do terreno. Fonte: Plano Diretor de Santo André.
18.
A MÚSICA COMO DEVE SER OUVIDA O som é resultado da vibração mecânica do ar. A faixa audível para o tímpano humano corresponde à faixa de 20khz até os 20000khz de frequência dessa oscilação. Dentro dessa faixa, os sons correspondem a tons puros, correspondentes a notas únicas, e os sons complexos, que são as uniões de notas únicas. Dentre os sons audíveis ao ser humano, três características referentes à sua qualidade devem ser observadas: a altura, o timbre e a intensidade. A altura é relacionada com a frequência do som. Quanto maior a frequência de um som, mais agudo será o resultado e vice-versa. O timbre tem sua ligação de acordo com a fonte do som ouvido. Cada material gera uma frequência de oscilação que, mesmo tendo altura e intensidade semelhante a outro, devido sua materialidade e formação, o som produzido é diferente. O timbre é caracterizado como a “textura” do som. A intensidade de um som emitido é conhecida como o volume da onda sonora. A partir da formação do som e da definição das notas, é possível definir os quatro elementos formadores da concepção da música como conhecemos: a rítmica, a melodia, a harmonia e o timbre. O aspecto da rítmica corresponde à duração das notas. A divisão do tempo pelas notas musicais, sua duração e a métrica que rege uma composição são os fatores ligados à rítmica que conferem o movimento da música. A questão da melodia refere-se ao sequenciamento de notas. É na melodia que se confere o caráter emocional de uma música a partir da sua fusão com a rítmica. Em resumo, a melodia refere-se ao sequenciamento de notas de um mesmo motivo. A harmonia refere-se ao contexto da melodia em relação ao todo da música. Como o conceito parametrizado mais recente do campo de estudo musical, a harmonia tem sua referência no cadenciamento entre as melodias e na questão da relação com as outras notas da própria música. Ela, como obra intelectual, tem a função da conexão entre melodias ou a mudança de um motivo ou sentimento. Em relação aos termos utilizados neste trabalho, segue uma breve explicação de cada um dos mesmos para esclarecimentos ao leitor. O RT refere-se ao Tempo de Reverberação. O RT refere-se ao tempo de resposta de um som emitido em um ambiente, representado pela diferença de tempo em que a onda tem sua intensidade reduzida de forma constante. Usualmente, utiliza-se o RT60, significando quanto tempo de decaimento da intensidade do som em 60dB. O Tempo de reverberação está intimamente ligado à volumetria e qualidades de material do ambiente em que é medido. As reflexões tardias, ou late reflections são reflexões que são consideradas como pequenos ecos. Elas são resultado de reflexões que, atingindo superfícies distantes, retornam com certo atraso para o emissor.
Figura 86 - Tela de David Sonell, de 2006. Tela composta a partir da análise cromática musical da obra de Hilbert e as conexões de frequência entre as notas musicais e as cores.
19.
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Tipo de Usuário
Atividade
Necessidades Gerais Equipamentos
Área
Necessidades
Público Atendido
Quantidade
1 - Estacionar
12,5
facilidade de manobra; acessibilidade
1a5
500
2 - Embarque e Desembarque
12,5
facilidade de manobra; acessibilidade
1a5
3 - Bilheteria (Comprar)
0
visibilidade
guichês; organizadores de filas; assentos
4 - Alimentação (Comer)
1,2
mesas; cadeiras; lixeiras
Acústica
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
Sortidas
Área
Área de Circulação
Área Total
preocupação com ruídos emanados
mínima para identificação dos veículos
acessibilidade; vagas especiais
6250
0
6250
5
preocupação com ruídos emanados
mínima para identificação dos veículos
acessibilidade; vagas especiais
62,5
0
62,5
160
10
necessidad de dicção ; conversa
temperatura agradável
iluminação de leitura
visibiladade; linguagem visual
1
200
influências externas
iluminação indireta
calor/cheiro
240
96
336
1.600
1
temperatura agradável
iluninação indireta
conforto para a espera; antroprojeto 4500
0
4500
1
1.600
Fator Vital
temperatura agradável
preparada para espetáculos; pensar em dimerização
acessibilidade; prestígio
necessidad de dicção ; conversa
126
50,4
176,4
Área
Área de Circulação
Público fator de dispersão; local de encontro
5 - Espera pelo Concerto
6 - Assistir/Prestigiar
Tipo de Usuário
poltronas
7 - Adquirir/Comprar
20
150
1
8 - Necessidades Fisiológicas
1,5
1
84
Público Atendido
Quantidade
Acústica
1a5
50
preocupação com ruídos emanados
3
15
1
10
10 a 15
8
50
1
1
5
10 a 20
1
10 a 20
1
Atividade
Área
Necessidades
9 - Estacionar
12,5
facilidade de manobra; acessibilidade
10 - Camarins
15
fácil acesso; número suficiente
11 - Ensaios Solo
9
fácil acesso, transporte de instrumentos
12 - Ensaios por Naipe
50
fácil acesso, transporte de instrumentos
13 - Ensaios Gerais
Sala Sinfônica
fácil acesso, transporte de instrumentos
14 - Necessidades Fisiológicas
1,5
15 - Partituras
16
local de estudo; mesas de estudo
16 - Área de Descanso
16
local de estudo; mesas de estudo
Músicos
Necessidades Gerais Equipamentos
pias bancadas cadeiras armários cadeiras estantes instrumentos apoios de instr. cadeiras estantes instrumentos apoios de instr. cadeiras estantes instrumentos apoios de instr.
estantes mesas de leitura gravadores bancadas de esc. estantes mesas de leitura gravadores bancadas de esc.
preocupação com ruídos externos (concentração dos músicos) preocupação com ruídos externos; controle de reverberação preocupação com ruídos externos; controle de reverberação preocupação com ruídos externos; controle de reverberação
preocupação com ruídos externos (concentração dos músicos) preocupação com ruídos externos (concentração dos músicos)
iluminação de leitura visibilidade; atrativos
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
Sortidas
Área Total 11324,9
mínima para identificação dos veículos
acessibilidade; vagas especiais
625
250
875
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto; local para preparos; espaço para circulação
225
0
225
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto (espaço); desenhos de mobiliário
90
0
90
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto (espaço); desenhos de mobiliário
400
0
400
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto (espaço); desenhos de mobiliário
7,5
3
10,5
conservação das obras
iluminação indireta
cuidados com umidade e fungos
16
4
20
conservação das obras
iluminação indireta
cuidados com umidade e fungos
16
4
20
1620,5
Figura 47 - Tabelas de Pré-Dimensionamento do Programa de Necessidades
Tipo de Usuário
Funcionários
Tipo de Usuário
Atividade
Área
Necessidades
17 - Bilheteria (Vender)
2
visibilidade
18 - Atendimento ao Usuário
8
visibilidade
19 - Setor de Direc. De Carga
70
espaço de manobra; espaço de descarga
20 - Sala de Peq. Reparos (Instr.)
12
local de trabalho
21 - Sala de Reparos (Equip.)
12
local de trabalho
22 - Sala de Reparos (Ceno.)
15
local de trabalo
23 - Almoxarifado (Setor Limpeza)
12
24 - Alimentação (Vender)
15
25 - Alimentação (Preparar)
20
26 - Controle de Ilum. Som
15
27 - Área de Descanso
50
28 - Tradução simultânea
15
visibilidade do palco
29 - Souvenirs
20
atrativos
Área
Necessidades
30 - Guaritas/Controle
2
localização
31 - Sala do Diretor do Edifício
20
setor exclus. Func.
32 - Sala do Regente
20
setor exclus. Func.
33 - Setor de Publicidade
20
setor exclus. Func.
34 - Setor de Controle de Pessoal
20
setor exclus. Func.
35 - Armazenamento de Docs.
15
setor exclus. Func.
36 - Sala do Diretor do Projeto 1
20
setor exclus. Func.
37 - Sala do Diretor do Projeto 2
20
setor exclus. Func.
38 - Diretoria Musical
20
setor exclus. Func.
39 - Diretoria Cultural
20
setor exclus. Func.
Atividade
Necessidades Gerais Equipamentos computadores bancadas poltronas balcão informativos estantes demonstrativos carrinhos de carga rampas de subida guindastes? bancada de serviço ferramentas estoque de peças bancada de serviço ferramentas estoque de peças bancada de serviço ferramentas estoque de peças estantes armários
balcão visibilidade; controle equipamentos de coz. de cheiros; controle bancadas de gordura expositores equipamentos de coz. nenhuma visibilidade; bancadas de serv. controle de cheiros; controle de gordura
visibilidade do palco
Administração
bancada equips. De som poltrona sofas poltronas mesas livros bancada equips. De som poltrona expositores balcão caixas Necessidades Gerais Equipamentos guaritas guichês de valid.
poltrona estantes mesa cadeiras poltrona estantes mesa cadeiras poltrona estantes mesas de serviço computadores poltrona estantes mesas de serviço computadores estantes armários arquivos poltrona estantes mesa cadeiras poltrona estantes mesa cadeiras poltrona estantes mesa cadeiras poltrona estantes mesa cadeiras
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
Área
Área de Circulação
visibiladade; linguagem visual
20
5
25
iluminação indireta
visibiladade; linguagem visual
16
0
16
iluminação de atenção
espaço de manejo; local de transito de cargas
70
17,5
87,5
iluminação de serviços
bancadas de serviço; cuidados com umidade
12
0
12
iluminação de serviços
bancadas de serviço; cuidados com umidade
12
0
12
iluminação de serviços
bancadas de serviço; cuidados com umidade
15
0
15
iluminação de serviços
bancadas de serviço; cuidados com umidade
12
0
12
temperatura agradável
iluminação de atenção
cuidados com o cheiro; temperatura; visibilidade; acessibilidade
15
0
15
temperatura controlada (conservação dos alimentos)
iluminação de atenção
cuidados com o cheiro; temperatura; umidade; gordura
20
0
20
15
0
15
50
0
50
15
0
15
20
0
20
Público Atendido
Quantidade
Acústica
200
10
necessidad de dicção ; conversa
temperatura agradável
iluminação de leitura
1600
2
necessidad de dicção ; conversa
temperatura agradável
1
1
preocupação com ruídos emanados
5
1
preocupação com ruídos emanados; isolamento acústico
5
1
preocupação com ruídos emanados; isolamento acústico
5
1
preocupação com ruídos emanados; isolamento acústico
1
1
1600
1
1
1
5
1
func.
1
5
1
controle do som
150
1
necessidade de dicção; conversa
Público Atendido
Quantidade
Acústica
1.000
4
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
2
1
2
necessidad de dicção ; conversa
temperatura controlada (conservação dos instrum. e maquinas) temperatura controlada (conservação dos instrum. e maquinas) temperatura controlada (conservação dos instrum. e maquinas)
Sortidas
controle do som
temperatura agradável
iluminação de leitura
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
visibilidade aconchego interesse acessibilidade Sortidas
Área Total
Área
Área de Circulação
314,5 Área Total
iluminação de controle
visibilidade; localização; estratégia
8
0
8
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
5
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
local de reuniões; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
?
1
iluminação indireta
cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente
15
0
15
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
183
Figura 48 - Tabelas de Pré-Dimensionamento do Programa de Necessidades
Tipo de Usuário
Atividade
Área
Necessidades Gerais Equipamentos armários estantes setor exclus. Func. gaveteiros Necessidades
40 - Setor de Arm. Limpeza
15
41 - Setor de Arm. Instrumentos Pes
40
setor exclus. Func.
42 - Setor de Arm. Cenografia
15
setor exclus. Func.
43 - Setor de Arm. Peq. Peças
20
setor exclus. Func.
Almoxarifado
Tipo de Usuário
Setor Técnico
Tipo de Usuário
44 - Setor de Arm. Ferramentas
10
setor exclus. Func.
45 - Setor de Arm. Equipamentos
40
setor exclus. Func.
Área
Necessidades
Atividade
Setores de Apoio
armários estantes gaveteiros armários estantes gaveteiros armários estantes gaveteiros armários estantes gaveteiros Necessidades Gerais Equipamentos
Quantidade
1
1
1
1
1
1
iluminação indireta
1
1
iluminação indireta
Acústica
iluminação indireta temperatura controlada para conservação dos instrumentos
1
1
1
1
Público Atendido
Quantidade
Acústica
iluminação indireta
iluminação indireta temperatura controlada para conservação dos instrumentos
iluminação indireta
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
Sortidas cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente Sortidas cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente
Área
Área de Circulação
15
0
15
40
0
40
15
0
15
0
20
10
0
10
40
0
40
Área Total
20
Área
Área de Circulação
Área140 Total
4
0
4
20
0
20
4
0
4
46 - Setor de A/C
4
1
1
preocupação com ruídos emanados
47 - Setor de geradores
20
1
1
preocupação com ruídos emanados
48 - Registros
4
?1
1
iluminação indireta
49 - Depósito de despejos
20
1
1
iluminação indireta
cuidados com umidade; fungos; parasitas; CHEIRO
20
0
20
50 - Setor de Carga e Descarga
200
2
1
iluminação indireta
cuidados com umidade; fungos; parasitas; CHEIRO
200
0
200
Público Atendido
Quantidade
Acústica
20
1
Fator Vital
temperatura agradável
características flexíveis
1
1
Fator Vital
temperatura agradável
iluminação indireta; dimerização; luz de emergência
Atividade
Área
51 - Palco
80
52 - Platéia
900
Sala Sinfônica
Tipo de Usuário
estantes capas
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
Público Atendido
Necessidades desenho de arquitetura específico; ACUSTICA desenho de arquitetura específico; ACUSTICA
53 - Sala de Controle
15
visibilidade
54 - Coxias
100
desenho de arquitetura específico; ACUSTICA
Área
Necessidades
Atividade
55 - Sala dos Professores
30
setor exclus. Func.
56 - Setor de Publicidade
20
setor exclus. Func.
57 - Setor de Controle de Pessoal
20
setor exclus. Func.
58 - Apoio Psicológico e Didático
20
setor exclus. Func.
59 - Armazenamento de Docs.
15
setor exclus. Func.
Necessidades Gerais Equipamentos cadeiras estantes instrumentos
controle A/C
iluminação indireta
Necessidades Técnicas Iluminação Térmica
poltronas
mesa de som computadores mesa de luz cadeiras
Necessidades Gerais Equipamentos poltrona estantes mesa cadeiras poltrona estantes mesas de serviço computadores poltrona estantes mesas de serviço computadores poltrona estantes mesas de serviço computadores estantes armários arquivos
iluminação indireta
Sortidas visibilidade prestígio materiais localização visibilidade acessibilidade vagas especiais manejo de controles conforto de controle visibilidade
Área
Área de Circulação
1095
273,75
Área
Área de Circulação
30
0
30
Área248 Total
1368,75
3
1
Controle do som
80
1
Fator Vital
Público Atendido
Quantidade
Acústica
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
2
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
prestígio; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
5
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
local de reuniões; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
5
1
necessidade de dicção; conversa; concentração
temperatura agradável
iluminação de atenção
local de reuniões; espaço de negócios; design dos móveis
20
0
20
?
1
iluminação indireta
cuidados com umidade; fungos; parasitas; controle do ambiente
15
0
15
Figura 49- Tabelas de Pré-Dimensionamento do Programa de Necessidades
iluminação indireta
temperatura agradável
iluminação indireta
Necessidades Técnicas Térmica Iluminação
lugar de forte fluxo cuidados com materiais
Sortidas
Área Total
Tipo de Usuário
Alunos
Atividade
Área
Necessidades Gerais Equipamentos cadeiras fácil acesso, estantes transporte de Bancadas de Trab. instrumentos apoios de instr. cadeiras estantes fácil acesso, espaço Bancadas de Trab. para manuseio apoios de instr. cadeiras fácil acesso, estantes transporte de instrumentos instrumentos apoios de instr. cadeiras isolamento de luz e ar estantes do restante do Bancadas de Trab. edifício Tanques químicos cadeiras estantes fácil acesso, espaço Bancadas de Trab. para manuseio apoios de instr. cadeiras fácil acesso, estantes transporte de Bancadas de Trab. instrumentos apoios de instr. cadeiras fácil acesso, estantes transporte de instrumentos instrumentos apoios de instr. cadeiras fácil acesso, estantes transporte de instrumentos instrumentos apoios de instr. cadeiras fácil acesso, estantes transporte de instrumentos instrumentos apoios de instr. cadeiras fácil acesso, estantes transporte de instrumentos instrumentos apoios de instr. Necessidades
60 - Sala de Luthieria
40
61 - Sala de Estamparia
40
62 - Sala de Coral
40
63 - Sala de Foto e Imagem
15
64 - Sala de Pintura
40
65 - Sala de Cerâmica
40
66 - Sala Multiuso (Teatro/Dança/Música)
90
67 - Ensaios Solo
9
68 - Ensaios por Naipe
50
69 - Ensaios Gerais
Sala Sinfônica
70 - Necessidades Fisiológicas
1,5
71 - Partituras
16
local de estudo; mesas de estudo
72 - Área de Descanso
16
local de estudo; mesas de estudo
estantes mesas de leitura gravadores bancadas de esc. estantes mesas de leitura gravadores bancadas de esc.
Necessidades Técnicas Iluminação Térmica
Área
Área de Circulação
iluminação de trabalho
preocupação com exaustão de poeira e resíduos
40
0
40
temperatura agradável
iluminação de trabalho
preocupação com exaustão de poeira e resíduos
40
0
40
preocupação com emanação de ruídos externos
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
400
0
400
2
-
temperatura agradável
iluminação reduzida; preocupação com objetos com exaustão de poeira e fotossensibilidade resíduos
30
0
30
15
2
-
temperatura agradável
iluminação de trabalho
preocupação com exaustão de poeira e resíduos
80
0
80
15
1
preocupação com emanação de ruídos externos
temperatura agradável
iluminação de trabalho
preocupação com exaustão de poeira e resíduos
40
0
40
15
1
preocupação com emanação de ruídos externos
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
90
0
90
1
10
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto (espaço); desenhos de mobiliário
90
0
90
10 a 15
8
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto (espaço); desenhos de mobiliário
400
0
400
50
1
temperatura agradável
iluminação de atenção; iluminação indireta
conforto (espaço); desenhos de mobiliário
1
5
7,5
3
10,5
10 a 20
1
10 a 20
1
Público Atendido
Quantidade
Acústica
15
1
preocupação com emanação de ruídos externos
temperatura agradável
15
1
preocupação com emanação de ruídos externos
20
10
5
preocupação com ruídos externos; controle de reverberação preocupação com ruídos externos; controle de reverberação preocupação com ruídos externos; controle de reverberação
preocupação com ruídos externos (concentração dos músicos) preocupação com ruídos externos (concentração dos músicos)
Sortidas
Área Total
conservação das obras
iluminação indireta
cuidados com umidade e fungos
16
4
20
conservação das obras
iluminação indireta
cuidados com umidade e fungos
16
4
20
Figura 50 - Tabelas de Pré-Dimensionamento do Programa de Necessidades.