Revista fumetti #02

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DOSSIÊ ESPECIAL: MERCADO DE HQs NO BRASIL edição #2 - fevereiro de 2018

QUER COMEÇAR A LER TEX? Preparamos um super roteiro para você não ficar perdido

diabolik ataca Batemos um papo com:

Pino Rinaldi e Wilson Vieira

E AINDA: Tex em cores Nick Raider Demetrius Dante


EDITORIAL EXPEDIENTE Organizador: Thadeu Fayad Colaboradores: Aurélio Miotto Joana Rosa Consultoria: José Carlos Francisco Ricardo Elesbão Alves Wilson Vieira Diagramação: Thadeu Fayad Parceiros:

Fazer a segunda edição foi um desafio maior do que eu imaginava, a boa recepção do número #1 trouxe uma grande responsabilidade e a certeza de que o projeto teve o sucesso esperado ao ganhar e cativar os leitores e que ainda tem muita lenha pra queimar! Mas para atingir os objetivos traçados e o desejo dos leitores por um conteúdo ainda mais amplo e diversificado, era importante que outras pessoas chegassem para ajudar e trazer novas visões à Revista. A chegada dos colaboradores foi fundamental para esse crescimento, pessoas interessadas em dividir conosco seu conhecimento, sua arte ou mesmo sua experiência profissional nos dando a consultoria ou indicando o “caminho das pedras”. Como verdadeiros amigos que foram se juntando e ajudando nessa difícil tarefa de criar e manter uma revista. O desafio é, acima de tudo, trazer cada vez mais conteúdo de qualidade gratuitamente e temos isso refletido na matéria sobre o mercado de quadrinhos no Brasil, um verdadeiro dossiê que nenhuma outra publicação independente já ousou fazer. Uma matéria extensa que busca entender desde as editoras e os fãs até a pirataria, onde pesquisas apontam que ajuda mais do que atrapalha. Tudo isso sem abrir mão de uma condição indispensável de que é possível criar esse conteúdo com respeito profissional e grande compromisso com valores éticos e morais.

fumetti. é uma publicação digital, com periodicidade mensal, totalmente gratuita, distribuída exclusivamente pela Confraria Bonelli. Venda proibida

As novas ideais que chegaram mostram que podemos abrir espaço para o artista independente, buscar as HQs que foram inspiradas em nossos heróis preferidos e ajudar na divulgação desses artistas, garantindo que novos fãs e leitores cheguem e mantenham cada vez mais vivo essa paixão. Nossas aventuras estão apenas começando! Boa leitura.


Nesta edição 04

A VOLTA DE NICK RAIDER

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COMO LER TEX Preparamos um grande roteiro para você não ficar perdido nas aventuras do Ranger.

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DOSSIÊ: MERCADO DE HQs NO BRASIL O mais completo artigo sobre o mercado de quadrinhos no Brasil já feito por uma revista independente.

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O FIM DE TEX EM CORES

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DIABOLIK ATACA!

Joana Russo destrincha como o complexo mercado brasileiro pode derrubar uma publicação.

Criado por duas irmãs que estavam muito à frente de seu tempo, conheça ou relembre o primeiro Anti-herói das HQs. 20

WILSON VIEIRA Este talentoso desenhista é conhecido no mundo todo e até hoje é o único brasileiro a ter desenhado Diabolik.

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PINO RINALDI Conversamos com o Multipremiado desenhista que já foi criticado por seu estilo “americanizado” considerado muito arrojado na época.

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DEMETRIUS DANTE Inspirado em Dylan Dog, conheça o detetive do absurdo. Personagem brasileiro que está completando 10 anos de criação.


Nick Raider AUSENTE HÁ MAIS DE UMA DÉCADA DE NOSSAS BANCAS. NICK RAIDER, DETETIVE DO ESQUADRÃO DE HOMICÍDIOS DE NOVA YORK, GANHA MAIS 4 EDIÇÕES NOVAMENTE PELAS MÃOS DA MYTHOS EDITORA.

Criado por Claudio Nizzi em 1998 quando sua revista foi lançada. Conquistou fãs instantaneamente, o que o permitiu atingir a marca de 200 números mensais em 2005, infelizmente a série foi perdendo fôlego logo depois dessa marca e acabou cancelada devido as baixas vendas. Porém, o personagem não foi deixado de lado e em dezembro de 2006 uma minissérie em quatro números foi lançada. E mesmo sem uma série mensal, continuou com histórias inéditas no Almanacco Del Giallo, uma publicação anual. Suas histórias misturam ares de thriller e de romance policial. Tal atmosfera pôde ser vista nos filmes da década de 1970 e é bem retratada pela arte de Giampiero Casertano, o desenhista das primeiras edições do personagem e que já foram publicadas no Brasil. Seu traço é firme e com uma narrativa gráfica dinâmica, consegue reunir estes elementos clássicos da narrativa policial e explorar os frequentes tiroteios e emocionantes perseguições de carros. Uma curiosidade é que Raider é descendente de italianos, seus avôs teriam chegado aos EUA em 1928, diferente da maior parte dos personagens da Bonelli que não tem nenhuma ligação com a Itália.

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Nosso herói está sempre acompanhado de Marvin Brown, claramente inspirado em Eddie Murphy, astro dos filmes “Um tira da Pesada” lançado nos anos de 1980. Além de uma vasta galeria de coadjuvantes, uns mais regulares do que outros como seu mentor Arthur Rayan, o informante Alfie ou a jornalista Violet McGraw. No Brasil, como não poderia ser diferente Nick Raider foi publicado por editoras diferentes, como a maioria dos personagens Bonelli. Uma trajetória um pouco turbulenta passando pela Editora Record e Mythos. A editora Record trouxe o personagem poucos anos após seu lançamento em 1991, a série durou só 10 números e foi cancelada no ano seguinte. Mas merece o destaque por ter sido publicada na mesma ordem cronológica e no formato original das revistas italianas. Dez anos depois, a editora Mythos trouxe Raider mais uma vez, dessa vez em formatinho, o padrão das publicações regulares da Bonelli na editora brasileira, foram 16 edições entre agosto de 2002 e fevereiro de 2004, além de algumas histórias na revista Tex e os Aventureiros.

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Tex, afinal por onde começar? A cronologia de Tex é algo simples, por incrível que pareça, porém existem alguns detalhes na vida do herói que são necessários para aproveitar completamente suas aventuras. Entendendo suas origens é possível curtir qualquer história do Ranger sem grande dificuldade, com exceção das continuações diretas ou histórias mais antigas. Se você for até a banca e comprar um número qualquer de Tex, pelo menos a maior parte da história será compreensível. Mas se o problema é com a numeração, algo como chegar na banca e se deparar com várias revistas diferentes, todas com numeração bem alta, Tex coleção na casa dos 400, Tex mensal acima dos 570, histórias que normal-

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mente estão em andamento e aquela sensação de não acompanhar algo desde o início, este artigo se encarrega de ajudar nessa parte. Tex é um marco e um mito, isso não se discute, sua publicação ininterrupta há quase 50 anos no Brasil é um fator que dificulta muito para novos leitores. O que acaba nos levando a essa questão: Por onde começar a ler? Existem edições e coleções que facilitam a entrada de novos leitores, inclusive este que vos escreve, onde as histórias são autocontidas e os novatos acabam aproveitando melhor a revista, servindo como porta de entrada para outras aventuras e para aprofundar ainda mais o prazer de conhecer e ler o personagem. Tex tem edições e coleções que cabem em qualquer bolso, além de vasto acervo de edições antigas em sebos e após algumas pesquisas é possível criar uma porta de entrada que facilita bastante a vida (e vinda) de novos leitores ao Ranger mais famoso do Oeste. Tex gigante que recentemente começou a ser relançada com acabamento especial, são histórias sensacionais, escritas por grandes criadores, em cores, capa dura, pa-

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A primeira graphic novel lançada pela Mythos Editora com o texto e a magis tral ar te de Paolo Eleuter i Ser pier i, cr iador de Dr uuna.

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pel especial. Um produto mais caro e que pode ser pouco acessível para alguns. Está na edição 10 e sua irmã mais simples está na edição 30. Pode facilmente ser encontrada em lojas virtuais e sebos por preços bem em conta.

Tex para todos os gostos Tex mensal: histórias atuais em partes. Pode correr o risco de pegar uma aventura pela metade. Mesmo assim acessível para novos leitores.

Outras duas linhas de revistas podem solucionar os problemas para entrar no mundo das aventuras de Tex. A coleção Tex Platinum, que está chegando ao número 12 pode ser encontrada em bancas é excelente para se começar. Na Itália Tex tem edições anuais, com mais páginas que o normal, chamadas Maxi Tex. No Brasil essas revistas especiais começaram a ser publicadas em 1999 pela Mythos Editora em uma série apelidada de Tex Anual, sendo que esta revista ainda é publicada até hoje. Tex Platinum nada mais é do que a republicação desta série anual, com novo acabamento gráfico e periodicidade bimestral.

Tex Coleção: revista quinzenal que também traz histórias em publicadas em partes. Republicações de antigas aventuras.

Tex Ouro: revista bimestral com histórias completas de uma fase mais atual. Uma ótima opção para novos leitores.

A outra são as edições especiais Tex Graphic Novel, a primeira edição foi simplesmente escrita e desenhada por Paolo Eleuteri Serpieri, a Lenda que criou Druuna. Essa coleção parou na terceira edição tem ótimo acabamento, todas em cores, normalmente feitas por artistas consagrados e não só os habituais de Tex. Pode parecer complicado, mas não é! Tex e as outras séries da Bonelli sempre entregam quadrinhos, com temas variados e histórias de qualidade quase sempre acima da média.

Tex Edição Histórica: periodicidade indefinida. Histórias antigas, não recomendado para iniciantes.

A vantagem destes volumes é que eles compilam aventuras completas, sem continuações e praticamente isoladas da tão temida cronologia. Com a possibilidade de acompanhar algumas das melhores do personagem até hoje. Esse é um ótimo momento para buscar essas HQs e entrar nesse mundo, são histórias e aventuras de altíssimo nível, muito diferente das narrativas de super-heróis da DC Comics ou Marvel.

Tex Almanaque: anual. Tem ótimas edições, mas é preciso fazer uma seleção.

Tex Anual: São edições com tramas maiores, em média 350 páginas. Altamente recomendado.

Tex em Cores: periodicidade louca. Traz as primeiras histórias de Tex em ordem cronológica. Não recomendada.

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Dossiê: O mercado de HQs no Brasil A indústria dos quadrinhos não tem vivido seus melhores dias, a p e s a r d a e n x u r ra d a p ro m o v i d a p e l o e i x o d o s s u p e r- h e r ó i s n a tevê e no cinema. Conseguir manter as vendas dentro das metas planejadas é algo que até as grandes editoras americanas, M a r v e l e D C , t ê m d i f i c u l d a d e s e m f a z e r a c o n t e c e r.

O mercado de quadrinhos brasileiros é menor, em comparação, por exemplo, com mercados de quadrinhos Estadunidense, Europeu ou Japonês. Ainda somado a esse tamanho reduzido em comparação com outros centros, temos a nossa realidade social, que afeta diretamente a venda de HQs e a todos nós. O aumento do preço de produção, que vai desde o papel até o reajuste dos funcionários, acaba obrigando o aumento do preço no produto final, ou seja, o consumidor também sofre. O aumento dos preços das HQs é um movimento parecido com o aumento do trigo: praticamente de um dia para o outro todas as padarias aumentam o preço do pão. Seguindo bem de perto e, às vezes, até a frente, vem o valor dos royalties pagos (royalties são os direitos de licenciamento de cada personagem ou série) para as editoras proprietárias. São sempre em moeda estrangeira, dólar ou euros. Se nossa moeda perde força frente às outras, certamente isso encarece o valor de venda final. Ou seja, conforme o câmbio se movimenta, reflete no preço final. Há também um outro ponto que agrava a situação, e que, embora seja positivo, acaba por enforcar o mercado e provoca um gargalo comercial: uma maior oferta de publicações, dos mais variados tipos, formatos e personagens. Com um número maior de títulos, houve uma diminuição na venda de cada um, considerando a nossa realidade mercadológica. A consequência foi que os preços tiveram que aumentar para suprir os gastos de produção e manter a margem de lucro das editoras. Vale dizer aqui que a pirataria, também, contribui com isso, mas voltaremos ao assunto mais à frente. Antes de continuar, é bom ter em mente que Toda empresa visa e precisa ter lucro. E as editoras não fogem a regra. Porém o que mexe muito com os “brios” é quando essa relação de mercado está intimamente ligada com nossas paixões. E ai, essa regra do capitalismo selvagem se torna algo muito difícil de ser entendido. Precisamos analisar outros fatores se quisermos ter uma melhor avaliação desse cenário como um todo. Não cabe aqui dizer se uma empresa está indo bem ou não e

nem fazer uma avaliação sobre seu fluxo de caixa, uma vez que não temos acesso a dados desse tipo e nem o é o propósito desta matéria. Talvez o que tenha que ser revisto seja uma estratégia em relação a repetição de títulos de um mesmo personagem. As republicações, edições especiais, edições de luxo com histórias fechadas, são importantes e ajudam novos leitores, mas as vezes podem canibalizar o produto principal (fenômeno muito comum na indústria automotiva). Por isso, jovem ranger, tenha em mente que, ao se pensar em mercado de quadrinhos, temos muitos mais aspectos para ponderar do que só vontade e desejo de publico.

E nós? Envelhecemos? No começo de sua popularidade, os quadrinhos faziam muito sucesso porque eram uma mídia de produção rápida e barata, em comparação, por exemplo, com o cinema. Sem contar na sua permeabilidade: as HQs chegavam onde nada mais chegava. E essa tendência veio forte até o final de década de 80, oportunidade na qual, o mercado de quadrinhos começou a sofrer uma deflação mais acentuada por conta das novas tecnologias, que, finalmente, estavam ficando bem mais acessíveis a todas as camadas sociais. Com o advento dessas novas tecnologias (e aqui englobamos desde a Tevê até o celular, passando pelos videogames a facilidade do cinema, o mercado de quadrinhos acentuou ainda mais a perda. Não que o avanço de todas essas tecnologias seja algo vil e cruel, mas por conta da facilidade e comodidade, a fatia desse mercado perdeu muito e, consequentemente, nossa cultura também. É preciso que esse mercado volte a crescer, é preciso buscar atrair mais o público e cativa-lo, tornando-o presente e fiel. É este o grande fator que diferencia os mercados mais fortes do (tão judiado) mercado brasileiro.


De fato, temos colecionadores e fãs de quadrinhos bem passionais no Brasil. “Queremos mais títulos, queremos mais histórias, enviamos e-mails, mensagens para as editoras!!”, os pedidos se multiplicam nas redes sociais. Mas acontece o que não se entende: posto em banca, encalha. Mas e o real motivo? Não são fatores econômicos citados acima e sim da passionalidade. Acabamos por buscar um “defeito” naquele produto para não comprarmos. Também não se trata de uma crítica para defender a editora A ou B e sim de fazermos uma autocrítica sobre o que realmente queremos. O perfil do jovem mudou bastante nas últimas décadas: talvez a facilidade de acesso às informações tenha desestimulado a leitura, talvez o dinamismo dessa geração cause desinteresse pelos quadrinhos, talvez o modelo de publicação (em papel), que sempre atraiu os leitores mais “antigos”, não atraia os mais jovens (ainda mais se forem os formatinhos em p&b que tanto circulam pelo Brasil). Esse avanço tecnológico, anteriormente mencionado, fez com que os quadrinhos passassem a enfrentar uma concorrência nunca antes vista, frequentemente perdendo o objetivo de prender a atenção de seu público. Assim, o ramo editorial teve de buscar alternativas para responder de forma eficiente à concorrência desses novos meios de entretenimento, diversificando as características das publicações e redirecionando seus esforços para públicos que pudessem se mostrar mais receptivos a eles. Parte desta transformação se deve ao fato de que hoje, apesar, ainda, do preconceito, cresce cada vez mais o entendimento de que os quadrinhos não estão apenas e tão somente ligados ao público infanto-juvenil e vão muito além do que só um passatempo para dormir ou entreter uma criança num consultório médico. A didática envolvida e a cultura simulada dão uma importância ainda mais visada para as HQs, que, ao contrário dos livros ilustrados, conseguem unir o visual à narrativa, tornando uma experiência aparentemente simples, em algo único. E por conta dessa percepção diferenciada que o mercado começou a absorver, é que houve um considerável aumento no número de publicações em formato de Graphic Novel. Mas, como sempre, isso apresenta tanto um aspecto positivo quanto um negativo. Na primeira situação, sendo publicados dessa forma, as editoras têm a possibilidade de conceber edições em papel de maior qualidade, melhor diagramação de pági-

nas e quadrinhos, e em produtos com mais atrativos para o público adulto, que, em geral, é mais exigente em relação a esses fatores que o público mais jovem. Na segunda situação, essa opção limita o círculo de venda desses trabalhos, que são vendidos principalmente – e, algumas vezes, quase com exclusividade –, em livrarias, a um preço muito superior à média de qualquer HQ e em pequenas tiragens ou em tiragem direta à banca. Na prática, ainda é bastante limitado o número de pessoas que adquirem esses álbuns, ainda que eles, em geral, recebam muitos elogios e acabem fazendo parte da lista de desejos de muitos consumidores. Grande parte dessa produção destinada ao público adulto é vendida em espaços diferentes das tradicionais bancas de jornal, o que pode muitas vezes dar a impressão de abandono das bancas como espaço de HQs no Brasil. No entanto, embora a participação das livrarias e internet seja essencial para a visibilidade desses materiais, é importante defender que a ampliação do público de quadrinhos não deve descartar a comercialização em bancas, uma vez que os recursos disponíveis para distribuir histórias em quadrinhos devem ser vistos como complementares, e não como concorrentes.

que integra o Grupo Abril.

Mesmo em um cenário de vendas pela internet, livraria e até distribuição setorizada, as HQs de luxo ou voltadas ao público adulto, registraram crescimento de 5,6% no faturamento por ponto de venda em comparação a 2015, de acordo com dados da empresa Total Publicações (que faz a distribuição de praticamente todas as revistas no Brasil),

Outros caminhos Apesar das variantes do mercado, não é apenas a forma de produzir ou distribuir fisicamente que está em transformação, mas sim novos modelos para consumo de HQs. Enquanto nos Estados Unidos o Comixology, (site para compra de gibis digitais), encaixou-se com sucesso no gosto dos leitores, o brasileiro ainda usa muito o recurso de scans (digitalização de revistas), feitos, neste caso, pelos próprios fãs, algo que é ilegal (novamente falaremos disso mais para a frente). No brasil temos a Social Comics, criada em 2015, com a proposta de manter um catálogo online de quadrinhos para que os assinantes pudessem usufruir, pagando um valor fixo (no momento dessa matéria o valor era de R$ 19,99 mensalmente). Uma espécie de “Netflix das HQs”.

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DOSSIÊ: O M ER CAD O D E H Q S N O B R AS IL

Em uma comparação entre a Social Comics e a Comixology, a segunda conta com as gigantes estadunidenses Marvel e DC comics (além da Dark Horses e outras editoras), e também possui opções de acesso ilimitado aos títulos, porém, não para todos. Enquanto a Social Comics (que recentemente recebeu investimentos na ordem de 2 milhões de reais do Grupo Omelete), possui a Editora Abril e a MSP (Mauricio de Souza Produções) como, talvez, suas únicas grandes editoras. Seu acervo possui grande número de edições de quadrinhos Disney e Turma da Mônica.

conteúdo legalizado tendem a gastar menos dinheiro do que aqueles que consomem conteúdos legais e ilegais”, dizem os autores da pesquisa. A provável explicação para isso é que as pessoas que baixam conteúdos piratas acabam tendo mais contato com cultura e, por isso, se mostram dispostas a investir mais dinheiro.

Em relação ao público adulto, existem boas HQs independentes, sem falar na presença da Editora Valliant, uma empresa estadunidense que vem crescendo bastante com bons títulos, sejam eles independentes ou licenciados.

Em números a pesquisa aponta que, “60% das pessoas que compartilham ou consomem conteúdos piratas pagam por serviços de streaming de música, comparado a 39% dos que não consomem conteúdo pirata e 44% da população em geral”. Com relação a filmes, a proporção é semelhante, diz o levantamento.

A Editora Mythos também está presente na plataforma, porém sem nenhum título Bonelli. Não sabemos se isso é por conta de regras de licenciamento ou estatégicas. Embora questionada sobre a ausência, a Editora ainda não retornou contato até o fechamento desta matéria. E de fato, o Comixology (que foi comprado pela gigante Amazon.com) e a Social Comics, considerando que o carro chefe (que são quadrinhos de heróis das grandes editoras) não estão presentes nas duas plataformas é, minimamente, injusto. A realidade mostra que, não ter presença nesse novo segmento (seja em qualquer das duas plataformas) é uma estratégia um tanto curiosa. Mas parece ser algo que a Bonelli não considera muito, já que existem poucas edições disponíveis no iTunes para download (a maioria delas é grátis).

Pirataria aumenta venda de quadrinhos? De acordo com pesquisas realizadas na Austrália, na Suécia e Japão, usuários que pirateiam qualquer tipo de conteúdo são também os que mais gastam com músicas, jogos, filmes livros, quadrinhos e séries. A pesquisa australiana sugere que, “para cada tipo de conteúdo, aqueles que consomem conteúdos legais e ilegais juntos gastaram mais dinheiro num período de três meses do que aqueles que consumiam apenas conteúdo legal”. “Isso é comparável a dados de estudos de 2015 e sugere que aqueles que consomem somente

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O estudo sueco, por sua vez, viu uma relação positiva entre o consumo ilegal de conteúdo e a probabilidade de que pessoas investissem em serviços de streaming.

O site TorrentFreak, tem uma posição ainda mais contundente: a eliminação total de qualquer tipo de acesso gratuito à cultura via compartilhamento de arquivos poderia impactar negativamente os serviços de streaming. A pesquisa japonesa conduzida e publicada pelo professor Tatsuo Tanaka, da Faculdade de Economia da Keio University, mostrou que em alguns casos, o acesso a cópias gratuitas dos quadrinhos pode aumentar a vendagem deles. O professor Tanaka estudou o efeito da disponibilidade de SCANS (revistas digitalizadas e disponibilizadas online) dos mangás, quadrinhos tradicionais japoneses que são lançados de maneira serial. Ao todo, o estudo contabilizou a vendagem de 3.360 volumes de 484 séries diferentes de mangás ao longo de oito meses. Os resultados da comparação tiveram resultados diferentes em relação ao que estava sendo lançado e as edições de mangás que já haviam sido encerrados. Para os que ainda estavam sendo lançados, a disponibilidade gratuita causava uma diminuição das vendas. Por outro lado, essa disponibilidade fazia com que a venda dos que já haviam se encerrado aumentasse. Segundo Tanaka, isso gerava uma espécie de “efeito publicidade”. O fato de os mangás antigos estarem disponíveis na internet acaba servindo como “propaganda” para estes que já não eram mais publicados. Nesse caso, o acesso aos quadrinhos antigos acaba devolvendo ou criando interesse dos leitores.

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A pesquisa japonesa conclui de forma bastante semelhante aos demais estudos (australiano e sueco) que a pirataria pode ajudar a venda de quadrinhos que já se encerraram, seja por meio de pedido para as editoras ou até mesmo na busca de novas aventuras daquela mesmo personagem. Porém Tanaka ressalta que não é possível dizer, definitivamente, se a disponibilidade de acesso gratuito aos mangás é boa ou ruim para o mercado. De fato, as três pesquisas já mostraram que a disponibilidade gratuita de cultura pode aumentar a quantidade de pessoas dispostas a investirem nesse setor. Aliada a existência de serviços específicos e regulados em plataformas de streaming, o futuro dos quadrinhos pode estar garantindo seu ponto de equilíbrio.

Referências: Panorama das histórias em quadrinhos no Brasil - Waldomiro Vergueiro. - São Paulo : Peirópolis, 2017. http://econpapers.repec.org/paper/keodpaper/2016-027.htm https://www.communications. gov.au/sites/g/files/net301/f/ online-copyright-infringement-2016-final_report-accessible. pdf https://www.iis.se/docs/Svenskarna_och_internet_2016.pdf https://torrentfreak.com/internetpirates-more-likely-to-pay-thanlaw-abiding-counterparts-161112/ https://medium.com/@mundodrive/social-comics-vale-a-penao-veredito-ba4032fffba1 http://www.meioemensagem. com.br/home/ultimas-noticias/2017/03/02/cresce-a-vendade-hqs-em-pontos-de-venda.html https://canaltech.com.br/entretenimento/social-comics-ampliao-mercado-de-quadrinhos-no-brasil-53901/

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A suspensão da Tex em Cores no Brasil: o reflexo de um mercado instável Por Joana Rosa Russo

O Mercado Brasileiro: um panorama geral O Mercado Brasileiro consegue ter duas variações opostas, que surpreendem muitos leitores estrangeiros: se de um lado estamos presenciando um forte desenvolvimento dos quadrinhos nacionais de outro, por conta de achatamentos econômicos, presenciamos um pequeno decréscimo que, para algumas editoras, pode significar a retirada parcial ou total de seus títulos. Em geral, esse nicho mercadológico sempre sofre uma perda de 5% a 15% ao ano, segundo a previsibilidade e tendência de consumo. Isso se considerarmos países desenvolvidos. No Brasil, no entanto, o índice é um pouco mais acentuado, podendo dobrar de valor a depender dos fatores econômicos que interferem no dia-a-dia do brasileiro. Apesar do cenário desfavorável e do brasileiro com hábito de leitura pouco regular (houve crescimento, mas se torna cada vez mais modesto em relação aos anos anteriores), é cada vez mais notável que autores independentes se lancem em busca de um lugar ao sol. Se olharmos para eventos como a Comic Con São Paulo, edição 2017, constatamos isso. Mas, apesar da tentativa e da grande oferta desse seguimento, ele ainda se mantém tímido e castigado por inúmeros fatores como a evolução e acessibilidade a outras mídias consideradas como de “entretenimento”. Jotapê Martins, que foi editor e sócio da Via Lettera, explica que os quadrinhos fizeram muito sucesso nos anos 30 e 40 porque eram uma mídia de produção rápida e barata (em comparação, por exemplo, com o cinema) . A partir dos anos 50, os gibis começaram a sofrer a concorrência de outras formas de entretenimento, como a televisão e, mais tarde, os videogames. Outro problema foi o aumento do preço do papel (o que, consequentemente, encareceu os gibis). Leandro Del Manto, editor da Devir, acrescenta que houve um aumento na oferta de quadrinhos . Com um número maior de títulos, houve uma diminuição na venda de cada um. A consequência foi que os preços tiveram que aumentar para suprir os gastos de produção e manter a margem de lucro das editoras. O fato é que o mercado brasileiro de quadrinhos não é grande o suficiente para permitir que um autor viva exclusivamente da venda de seus gibis em território nacional (com poucas exceções, como Maurício de Sousa).

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Em seu livro “História das histórias em quadrinhos“, Álvaro de Moya conta que houve algumas tentativas, por parte de instâncias governamentais, de reverter esta situação. Em 1963, foi criada uma lei federal que exigia a publicação de quadrinhos brasileiros, o que também não deu certo, assim como a lei de 1983 que obrigava jornais e revistas a trazerem um percentual de tiras nacionais. E apesar dos esforços que, em algum momento chegaram a render algo, acabaram naufragando algum tempo depois.

Brasileiro: o leitor “faz de conta” Além das nuances de mercado, a tendência, e o inchaço (que promove um efeito rebote), há outro fator: nem todo brasileiro que compra quadrinhos e livros efetivamente os lê. E os que leem... Bem. A leitura pode até ser vasta, mas é péssima. E não estamos falando da qualidade do título. Nesse sentido, o escritor Paulo Tedesco fala com propriedade em sua coluna: “O brasileiro não lê pouco, pode ler mal ou não comprar livros como se gostaria, mas a média de leitura nacional é muito boa, do contrário, não seríamos uma das nações que mais frequenta redes sociais no mundo, onde se usa o texto como a principal forma de comunicação, e nem teríamos tiragens de best-sellers na casa dos milhares quando não milhões.” E complementa que uma possível solução para esse problema seria a inserção da escrita criativa: “Em outros artigos defendi e sigo defendendo a importância da escrita criativa e suas oficinas, pois, como referência, nos EUA pós-guerra, esse foi um dos instrumentos para não só movimentar o mercado norte-americano como por outro lado reforçar a educação fora das escolas.” No fundo, o brasileiro, apesar de ostentar uma boa biblioteca, acaba naufragando no sucesso de ler e absorver o que a leitura, de qualidade, ao menos mediana, transmite, e consequentemente, de entender o que o mercado reflete, assim como as situações de envolvem nosso dia-a-dia editorial.

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A suspensão da Tex em Cores E aqui chegamos ao ponto delicado: a que devemos atribuir a retirada de TEC das bancas brasileiras? Não importa a opinião ou conclusão a que cheguemos, certo é que não agradará a todos. Antes, como já pontuamos, temos o cenário econômico. Apesar de uma linda publicação, TEC já beirava e ultrapassava a casa dos R$30,00, em seu número 29, o que de fato, pesa, se compararmos com um leitor que consome formatinhos, que não passam dos R$10,00, e por isso é um dos formatos mais consumidos no país. Logo em seguida temos o argumento dos leitores: “é só mais um repeteco colorido. E as primeiras histórias nem eram tão boas assim” (lembrando que a Tex em Cores segue a cronologia italiana, sendo a versão 2.0 da Tex Coleção, por assim dizer). E, por último, o argumento da editora (parafraseando): “colocamos em circulação um material novo que era pedido por muitos: a publicação num formato melhor e num produto mais aprimorado. Mesmo assim, as vendas só caem. Não há como sustenta-la em banca” Atribuir culpados não é o que buscamos aqui. Por um lado, a editora há anos vem tentando oferecer uma publicação mais bonita e aprumada, num formato italiano e em papel couchê. As baixas vendas aliadas ao preço da impressão obrigaram a Editora Mythos a reformular seus números a partir do 30 e adotar um papel jornal para tentar manter o preço abaixo dos R$30,00. Como era de se esperar, os leitores e colecionadores, em sua boa parte, que adquiriam esta linha, deixaram de comprar justificando que aquilo era um absurdo e não concordariam com essa situação. A Editora Mythos publicou um aviso na referida edição explicando o momento e justificando a nova “formatação” do miolo. Mas ao que parece não agradou e nem abrandou a insatisfação da maioria. Com muita dificuldade os números 32 e 33 vieram às bancas, mas sofreram o resultado da dilaceração ocorrida no número 30. Como era de se esperar, encerrou sua caminhada no número 34, com uma manifestação de tristeza por parte do Editor.

Mas mesmo assim, muitos simplesmente sequer se esforçaram para entender o cenário que cerca a linha editorial de quadrinhos e, valendo-se de comparações vazias, condenaram o ato e decretaram a morte de mais uma série. “Mas editora XPTO publica em material melhor. Isso é um absurdo”. Não. Não é. Em primeiro lugar, é necessário verificar a musculatura editorial: essa empresa tem quantas publicações ativas? A editora tem quantas licenças em andamento? Qual o movimento dela de distribuição? Só depois de respondidas esses questionamentos é que se pode começar a comparar alguns aspectos, já que também influi nisso a temática das publicações. Não há como simplesmente pinçar essa ou aquela publicação e comparar com outras da Panini, por exemplo. Ou até mesmo de editoras menores, como a Lorentz. Cada uma tem diferenças empresariais ESSENCIAIS para considerar e analisar seus produtos, bem como a solução à disposição de cada uma. Se de um lado é compreensível a fúria dos leitores, por outro, é também compreensível a situação que a Editora vive. É necessário deixar claro que muito além da relação de consumo que cerca essa convivência, as editoras de Quadrinhos, principalmente, não vivem apensa dessa fria relação. O que existe entre elas e nós –leitores, é um certo cooperativismo. Por isso é muito importante um canal de comunicação efetivo entre as partes e mais que isso: que os leitores também entendam que seu papel vai muito além de ficar sentado de sua poltrona apenas criticando. Em contrapartida, a Editora deve buscar novos meios de trazer outros canais de relacionamento e captação de leitores, melhorando o acesso de informações, ampliando a divulgação dos produtos e claro renovando e aumentando sua base de clientes. Garantindo assim a longevidade de suas publicações. Os títulos Bonelli no Brasil sofrem com o mercado por causa do gênero de leitura, considerado muito verborrágico e pouco absorvido pelo leitor brasileiro, mais acostumado ao mundo colorido e cheio de ação dos heróis estadunidenses. Não podemos é condenar a morte uma linha editorial que já padece por seu estilo e que é rico em conteúdo e aventuras, sem antes ter consumido seu material.

Inúmeros leitores apareceram lamentando a retirada da publicação de circulação, discorrendo sobre o sentimento de pesar com a notícia. E aqui vale uma separação. Há quem sempre defendeu e continuou a batalha junto com a editora pelo material. Apesar da readequação, ela procurou um caminho o mais brando possível para não deixar de atender seus consumidores.

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Diabolik ataca! Em praticamente todo o mundo, os quadrinhos para adultos são dominados pelos personagens da Marvel e DC Comics, mas na I t á l i a e s s e m e r c a d o é d o m i n a d o p o r H Q ’s n a c i o n a i s . E u m d o s quadrinhos mais vendidos é Diabolik, que está chegando a marca 850 edições.

Publicado sem intervalo desde 1962, é resultado da criatividade e do trabalho das irmãs Angela e Luciana Giussani, duas mulheres que estavam muito à frente de seu tempo e que antes mesmo da definitiva emancipação feminina, tiveram a coragem de tornarem-se empresárias e criando uma revista que na época foi um escândalo.

é protagonista de algumas edições da revista. Diz a lenda que as irmãs tiveram a ideia de criar o personagem ao ler uma revista do Fantômas, um personagem francês que também é um ladrão frio e calculista.

Além disso inaugurou um gênero nos quadrinhos italianos, o fumetti neri, muitos dos personagens apresenDiabolik não é um herói, na verdade é um ladrão com tam a letra K no nome tais como Kriminal e Satanik. Logo habilidades fora do não demoraram comum, capaz de a surgir paródias mudar sua fisiocomo um “borrão nomia graças as de tinta” chamado máscaras que ele Cattivik e muito mesmo cria. Usa provavelmente o uma roupa preta mais famoso deles aderente ao cor(pelo menos para po que o ajuda a nós brasileiros) o se disfarçar e perSuperPato! manecer camuflaO personagem do durante a noite. teve duas passaSeu adversário é o gens em editoras inspetor Ginko, um Brasileiras, pela genial policial como Editora Vecchi foseu antagonista, ram 12 edições em As Irmãs Angela e Luciana Giussani mas limitado pelo fato 1981 e depois pela de que precisa respeitar a lei. Editora Record, com o estranho título de “Policial em quadrinhos” acima do nome do personagem, outras 15 ediMais tarde outras histórias mostraram que ele cresceu ções além de 1 especial com duas aventuras entre 1990 em uma ilha secreta, esconderijo de vários criminosos, e 1991. que lhe ensinaram diversos truques e habilidades que mais tarde serviriam para que mergulhasse no crime. Ganhou um filme franco-italiano produzido em 1968, dirigido por Mario Bava e estrelado por John Phillip Law Mesmo atuando na ilegalidade possui princípios éticos como Diabolik e Marisa Mell como sua namorada, Eva como honra, defesa dos mais fracos, companheirismo, Kant. No Brasil, o DVD do filme foi lançado pela BrookFilm. amizade e por isso, odeia os mafiosos, traficantes e agiotas. Apesar de ser um anti-herói e por ser diferente dos demais personagens superpoderosos é alguém pelo qual torcemos.

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Ao lado de Diabolik está sua quase inseparável companheira Eva Kant. Loira, linda e determinada, possuem uma relação sólida, baseada no mesmo estilo de vida. Eva

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Nos anos 2000 estreou uma inusitada versão animada, Diabolik: The Track of the Panther. A série foi mostrava os personagens não tão violentos e bem mais jovens. Foi produzida pela Saban e exibida pelo canal Fox Kids que atualmente se chama Disney XD. Em novembro de 2012 foi anunciada que uma série de TV em live-action seria produzida. Desenvolvida pela Sky Itália, a série ganhou a coprodução do Sky da Inglaterra e Sky da França, seria a primeira vez que três canais internacionais da Sky se uniriam para produzir uma série. Um trailer chegou a ser produzido e lançado em 2016, porém não há maiores informações até hoje sobre o andamento do projeto ou se o mesmo ainda será desenvolvido. Paperinik (nome do SuperPato original em italiano), criado por Elisa Penna, Guid o Martina e Giovan Battista Carpi é a identidade secreta criada pelo Pato Donald para se vingar do seu Tio Patinhas e de seu primo Gastão. Na história original, Donald vai parar na casa do Fantomius (uma clara referência ao Fantômas) e acha um diário contendo detalhes das armas e apetrechos de Fantomius, com o tempo, o SuperPato acabou ganhando uma abordagem mais super-heroica.

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Em New X-Men #128 publicada em 2002, o roteirista britânico Grant Morrison e o desenhista Igor Kordey lançam Fantomex, o personagem era uma espécie de sentinela criado para caçar os mutantes, com o tempo, o personagem foi se transformando em super-herói. Morrison admite que Fantomex é inspirado tanto em Fantômas, quanto em Diabolik, graças ao filme de 1968, que fez um relativo sucesso no Reino Unido. O nome de Fantomex é Jean-Phillipe, uma alusão ao ator que interpretou Diabolik no cinema, John Phillip Law, o nome de sua nave é E.V.A. em homenagem a namorada de Diabolik, Eva Kant. Em 2008 a FIAT anunciou que faria uma versão inspirada em Diabolik. O projeto foi feito pelo estúdio Torino, com modernos recursos digitais de pintura. Com a carroceria pintada em preto, acabamento interno diferenciado, com a imagem do Diabolik impressa nos encostos dos bancos dianteiros. Os pneus foram feitos especialmente pela Pirelli e trazem na banda lateral o desenho dos olhos do personagem. Foram feitas apenas 50 unidades da versão.

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Beleza americana é para os fracos.

Acima: cenas do filme Perigo: Diabolik, o cartaz do filme de 1968 e arte de uma das edições feitas por Wilson Vieira, único Brasileiro a trabalhar com o personagem. Abaixo: capa das edições desenhadas por Wilson.

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Wilson Vieira

arte de Fatih Matto

Wilson Vieira foi o único brasileiro a trabalhar com Diabolik até hoje, Desenhou duas edições. A primeira publicada em outubro de 1976, era o ano XV de Diabolik, número 22. A segunda foi publicada no número 3 do ano XVI (em 1977).

Este talentoso brasileiro é conhecido no mundo todo, respeitado por seus desenhos incríveis e textos recheados de personagens sensacionais.

Está Prestes a completar 40 anos de carreira, Wilson Vieira nasceu em 1949 em São Paulo, em 1973 foi para a Itália onde deveria estudar História/Arqueologia, mas acabou fazendo Artes no Instituto d´Arte Lorenzo de Medici di Firenze. Nessa época, trabalhou como desenhista profissional de histórias em quadrinhos no Studio Staff di If (“Immagini e Fumetti”), em Gênova, onde realizou trabalhos em títulos como Diabolik, L´Uomoragno (O Homem-aranha), Tarzan, La Furia del West e muitos outros. Na SBE desenhou Il Piccolo Ranger, onde também foi o primeiro brasileiro a trabalhar para a editora.

Wilson foi o primeiro artista brasileiro a desenhar Diabolik, Tarzan e Homem-Aranha para a Europa. Voltou ao Brasil em 1980, deu aula em várias escolas como professor de desenho artístico e Quadrinhos. Em 1985, estreou nos roteiros, com desenhos de Aloísio de Castro, publicando na revista Calafrio #26, a história “Censurado”. Lançou o álbum Cangaceiros – Homens de Couro em 2004 (com desenhos do mestre Eugênio Colonnese). Em conjunto com uma animação de Clóvis Vieira (de Cassiopéia). Gringo – O Escolhido chegou em 2006, com desenhos de Aloísio de Castro. Também traduziu algumas edições de Ken Parker para o Brasil.

Atualmente Wilson desenvolve projetos para o Brasil e a Itália, sempre como roteirista. Conheça mais sobre seus trabalhos aqui: https://wilsonvieiraquadrinhos.blogspot.com.br/


Entrevista: Wilson, você já tem muitos anos de carreira, conta para a gente como tudo isso começou? Seu primeiro contato com os quadrinhos e um pouco da sua trajetória. Inicialmente, quero agradecer publicamente a você caro amigo Thadeu, por sua gentileza, e convite, para participar da revista eletrônica Fumetti. Bem somando a de desenhista e roteirista, são exatos 38 anos. Comecei aqui mesmo no Brasil, aprendendo em cursos de Desenho e Publicidade, porém como desenhista profissional, foi na Itália, penso que numa serie de piratas, se não me falha a memória, chamada: El Tigre. Como surgiu a oportunidade para trabalhar com Diabolik? Quantas edições ao todo? Bem quando estive na Itália, trabalhei para o famoso Estúdio chamado Staff di IF, do jornalista, também editor e amigo Gianni Bono, e trabalhávamos para várias editoras de grande porte por lá. Entre elas a editora Astorina, que publica Diabolik até hoje, pediu para que o nosso estúdio, fizesse algumas provas, para desenhar o personagem e eu fui escolhido entre os demais, para desenhar a lápis, dois episódios desse ícone dos Quadrinhos Italianos, roteiros escritos pelas inigualáveis irmãs Angela e Luciana Giussani. Você também já trabalhou para a Sergio Bonelli Editore, quais foram os seus trabalhos na editora? Sim. Para a Bonelli Editore o personagem il Piccolo Ranger, em alguns álbuns. E os demais trabalhos na Itália, como o Homem-Aranha, Tarzan, entre outros? Ainda é o único Brasileiro a ter desenhado Tarzan? Bem pelo que sei, para aquela época digo, nos anos 70 sim, fui o pioneiro na Europa, em desenhar os personagens citados, obviamente com Diabolik e o Pequeno Ranger e tantos outros, completamente desconhecidos, aqui em nosso País. Sei que você tem uma gaveta enorme cheia de projetos guardados, um deles (que já foi publicado) era o álbum Gringo – O Escolhido. Por que demorou tanto tempo para ser lançado?audanditas endi nonsere peratectia apitem. Editores nenhum deles, se interessou por este trabalho, até que o amigo e também editor Eloyr Pacheco, vendo tal trabalho engavetado, encontrou prontamente uma editora disposta finalmente a publicar. Diga-se de passagem, que o meu caro primo Clóvis Vieira, um dos maiores animadores de nosso País, autor do longa animado Cassiopéia, fez uma

animação com os desenhos do também amigo Aloísio de Castro, o mesmo que desenho o álbum; uma linda animação manual e colorida, para o álbum. Devo deixar aqui registrado também a importância do jornalista, editor e amigo Wagner Augusto, o qual participou fotografou e divulgou o nosso trabalho numa das revistas Calafrio, a de número 26 de 1985. E onde fui apresentado para os leitores daqui, numa biografia, escrita exclusivamente, por ele. Existem mais histórias do personagem? Não, para Quadrinhos, Gringo – O Escolhido, foi um só álbum, “pinçado” digamos assim, de outro material extenso, já escrito. E de onde surgiu essa paixão pelo velho oeste? Vem de muito longe, lá pelos anos 70, quando estudava e trabalhava na Itália, não saia dos cinemas, curtindo os spaghetti westerns da época; fui convencido por alguns amigos italianos, entre os quais o saudoso artista Salvatore Deidda e quando vi a trilogia, verdadeiras obras primas do Sergio Leone, com músicas de Ennio Morricone, aí sim, admito, pirei de vez, disse é isso o que quero pesquisar, estudar e escrever. E é isso, que faço atualmente, totalmente imerso, naquele mundo repleto com dramas e aventuras; o qual agarrei com unhas, dentes, muitas balas e poeira... Essa paixão rendeu até mesmo uma enciclopédia do velho oeste com grande repercussão no exterior. De onde surgiu a ideia de escrever esse dicionário? Nunca pensou em publicá-lo? Essa é simples de responder, primeiramente ela foi amplamente divulgada e nenhum editor, se interessou por este material, até hoje. A ideia veio de minha paixão pelo Velho Oeste Americano, até gostaria de publicá-lo sim aqui no Brasil, portanto que se façam avante os editores interessados por este assunto. Devo também dizer que escrevo já há quatro anos, ensaios sobre o tema, intitulado a História do Oeste, para o site Italiano, chamado Dime Web – Quaderni Bonelliani, dos amigos Saverio Ceri e Francesco Manetti, pormenorizando datas, fatos, biografias, tudo relativo ao Old Wild West, material este, também elogiado por fãs Bonellianos ou não.

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Quais seus trabalhos em andamento? Sempre escrevendo roteiros variados, mas tenho um predileto spaghetti western com 136 páginas, prontinho para ser desenhado. Todos esperando a vez de serem desenhados e publicados. Alguns roteiros curtos, outros materiais mais extensos, sem previsão de término, por causa das pesquisas, item, aliás, que eu muito respeito. Publicar quadrinhos no Brasil sempre foi algo complicado, uma vez que as editoras só se interessam pelo mainstream americano. Podemos esperar publicações em plataformas digitais como a Social Comics? Se é difícil, caro amigo, é tudo atravancado, lento. Essa pergunta, somente o futuro poderá dizer, como bem sabemos, as tecnologias prosperam rapidamente hoje em dia, então veremos. Quais trabalhos o futuro nos reserva? Bem, o que mais se aproxima do futuro citado, é uma serie de livros em quatro volumes; mas infelizmente, ainda não posso dizer qual assunto é, nem a editora ou editor/amigo interessado e que já está trabalhando, para isto acontecer. Mas será algo impactante, isso eu prometo. Pois é, um dos textos mais interessantes, que escrevi. Além disso, sempre alguma editora lá da Itália, solicita roteiros, salientando que todos eles, são desenhados por amigos Artistas Brasileiros, de primeira linha. Algumas editoras nossas também. Gostaria de deixar algum recado para os leitores, fãs que apreciam o seu trabalho? Bem, eu agradeço mesmo com muita gratidão aos amigos leitores e seguidores do meu modesto trabalho, onde aprendo a cada dia, algo de novo, que apoiem todos os grandes Artistas Nacionais, que hoje ilustram, para várias editoras internacionais, levando assim e deixando a nossa marca, na tão querida Nona Arte. Grande abraço a todos e a você caro Thadeu, pela honra em participar em seus projetos, realmente importantes, para a divulgação de tantos Artistas envolvidos. E ao fim, o meu recado é para que sigam lendo o interessante site Confraria Bonelli e a revista eletrônica Fumetti. Abbraccione a tutti voi. Abração, para todos vocês. Wilson

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Pino Rinaldi Multipremiado, um desenhista a frente de seu tempo, que já sofreu críticas por seu estilo “americanizado” considerado muito arrojado na época. Sem papas na línga, tem em sua franqueza uma característica marcante de sua personalidade.

(por Mark Waid), Thor n. 498 (por Warren Ellis) e Phoenix Aftermath.

Pino Rinaldi possui desde a infância um grande amor pelos quadrinhos americanos de super-heróis, dos quais aprecia a dinâmica do desenho e da narrativa. Entre seus artistas preferidos estão John Buscema (em particular a fase do Surfista Prateado escrito por Stan Lee) e Neal Adams. A estreia profissional ocorreu em meados da década de 1970, com uma experiência em desenhos publicitários que mais tarde seriam muito importantes em seu trabalho como capista. Em 1980, ele começou com seu irmão Rino, uma colaboração regular com o Eura Editoriale (23 histórias em Skorpio e 3 em Lanciostory) que terminou em 1983. Paralelamente fez três histórias para uma revista chamada 1984 publicada por Il Momento (1982) e uma história para uma revista semanal publicado por Rizzoli (1983). Uma história inteiramente colorida, chamada Omega, permaneceu inédito após o encerramento da revista 1984 e só foi publicada apenas em 2010 pela editora genovesa Lo Vecchio. Depois de uma pausa para reflexão em 1989, voltou a desenhar quadrinhos na Sergio Bonelli Editore em Martin Mystère (números 92 e 93), seguido de um episódio de Nathan Never, muito apreciado pelo público e pelos críticos. Colaborou com a Marvel UK, onde criou a mini série Wild Angel em 1993 (publicada na Itália em 1995). Em 1994 para a editora romana Fenix, fez 6 capas de Dagon. Chegou então para trabalhar na Marvel Comics, onde criou a série Freedom, publicada na Itália como Libertà e depois a continuação da série Clan Destine (ClãDestino), após a saída de Alan Davis. Enquanto isso, alterna com Dante Bastianoni na série Fantastic Force de 1995. Seguido por Ultraverse vs. X-Men, Ultraforce # 4, Captain America # 453

Pino sempre foi o centro das atenções, não só pelo seu inegável talento, mas também por várias situações que protagonizou, provavelmente por não ter papas na língua e pela sua franqueza, uma característica marcante de sua personalidade. Nos permitiu nesta entrevista conhecer um pouco mais sobre o seu trabalho e o ambiente dos quadrinhos nos dias de hoje.


Um artista multipremiado:

Entrevista: Pino, você já tem muitos anos de carreira, conte-nos como tudo começou? Seu primeiro contato com os quadrinhos e um pouco de sua trajetória. Meu primeiro emprego como profissional foi aos 18 anos com um cartaz de um famoso jogador de futebol do time de futebol de Roma para uma revista esportiva: “GIALLO ROSSI”. Imediatamente depois, comecei uma série de quadrinhos, novamente para esta revista, em uma equipe de futebol juvenil (meus textos e desenhos, meu irmão Rino chine). Ganhei o prémio Ostia como estreante e publiquei para o “Paese Sera”, um importante jornal diário romano, tirinhas de um dos meus personagens: “Steve Burton”. Trabalhei em um projeto de publicidade para Baush e Lomb (o fabricante dos famosos óculos Ray Ban). Criando um personagem de quadrinhos vestindo lentes de contato “Soflens” tornou-se um super-herói. 10 páginas em cores publicadas nos EUA Em 1979, juntamente com o meu irmão Rino, ele começou a colaborar com a Eura Editoriale, uma editora famosa de quadrinhos que publicou duas revistas de contêineres: Lancio Story e Skorpio (ele importou a historieta argentina para a Itália). Nós desenhamos muitas histórias gratuitas (sem um personagem fixo). Também colaboramos para Rizzoli em “Boy Music” e como autor com a revista de ficção científica “1984” com dois quadrinhos: “À minha imagem e semelhança” e “L’alea”. “Omega” foi uma criação para uma história de 62 páginas de ficção científica, mas ainda não estava maduro o suficiente e apenas em 2010 (26 anos depois) que publiquei. Fui chamado por Sergio Bonelli Editore para repaginar “Martin Mystère”, e a associação com o meu irmão Rino terminou ali. Desenhei 2 histórias de MM. O número 92/93 “Caccia alla strega” e o 191 “O caso Maiorana”. Então fui para Nathan Never. Por cerca de vinte anos, projetei capas para o “Max Bunker Press” em personagens como Kriminal, Satanik, Daniel, Kerry Kross etc. Conheci STAN LEE que me pediu para trabalhar para a Marvel. Em 2000, resolvi voltar à minha antiga paixão, escrever as histórias: a X-Agency, a Twee-Wan-Poor Saga e a série WILLARD WITCH nasceram. Também trabalhei em publicidade e como músico.

Você também trabalhou para Sergio Bonelli Editore, com Martin Mystère e Nathan Never, gostaria de ter desenhado algum outro? Meu personagem favorito de Bonelli é Martin Mystère, mas não me incomodaria de colocar as mãos em Zagor.

Como surgiu a chance de trabalhar com o Diabo-

Gostaria de deixar uma mensagem para os fãs brasileiros que apreciam o seu trabalho? Não sei quanto do meu trabalho foi publicado no Brasil, mas eu gostaria muitos de ter os trabalhos que me representam, meus personagens, impressos em seu país.

lik?

Para Diabolik, me pediram alguns pin-ups para vários edições do personagem, dos quais eles também usaram como capas. Existe um projeto para um cross-over entre minha Agência X e Diabolik.

1975 - Premio Ostia – Esordienti 1995 - YELLOW KID – Miglior disegnatore 1995 - “TARGA GRAN MAESTRO FALCONARA M.ma” 2008 - “PREMIO CRIMILDE” 2012 - “LEONE alla CARRIERA” NARNIA FUMETTO 2015 -Premio speciale Diabolik Club 2015 - Premio alla Carriera- Torre Spaccata Comics

Martin Mystère ou Nathan Never? E por quê? (Seu trabalho em Martin Mystère ainda não chegou no Brasil, onde a última edição publicada equivale a de n. 72 italiana) Martin Mystère, lida com temas que eu acho atraentes, sua única falha (para mim) é que ele fala demais. Em Nathan Never eu acho pouca ficção científica (que eu amo muito).

As intervenções editoriais nos trabalhos foram decisivos para sua saída do SBE? A opção pela saída foi deles e não minha. Na época, a SBE (Sergio Bonelli Editore) não gostava que seus colaboradores trabalhassem para outras editoras, eu fazia capas para o M.B.P. (Max Bunker Press) e fui desligado então. Depois de um ano, entrei na Marvel. As correções da SBE eram irritantes para mim, mas não consegui fazer nada, é a maneira de trabalhar com quadrinhos. Como é trabalhar para as grandes editoras americanas? Em quais personagens você gostava de trabalhar? Eu me divertia, eles me deram muita liberdade artística. Dr. Estranho é fantástico em todos os sentidos!!!! Quais trabalhos está fazendo agora? Além dos meus personagens anteriormente mencionados: The X-Agency, The Saga of Twee-Wan-Poor e Willard the Witch, colaborei com o mercado francês em uma de suas figuras de ação: OSS117. E os planos futuros? Mais tarde, voltarei a estudar minhas novas séries de quadrinhos, já tenho 2 ou 3 idéias na cabeça.

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Um absurdo de diversão Demetrius Dante o Detetive do Absurdo criado em 2008 pelo talentoso desenhista Will, está em campanha no site de financiamento coletivo Catarse, com uma HQ inédita em comemoração pelos seus 10 anos.

Talvez você não tenha ligado o nome a pessoa, mas DD teve inspiração direta em Dylan Dog, a começar pela dupla inicial “D”, suas histórias abordam o sobrenatural, o fantástico, as lendas urbanas ou como o próprio personagem diz: “Nem sempre meus casos envolvem algo sobrenatural, mas eu tenho preferência pelo extraordinário.”. Algumas vezes surge uma pitada de terror, um tema bem comum no universo do segundo personagem que influenciou sua criação, Hellboy. E todas essas aventuras se passam em São Paulo. A história deste gibi comemorativo começa bem antes da época do Demetrius. Na São Paulo dos anos 1940 o submundo do crime está agitado com a chegada de um estrangeiro, mas a polícia está prestes a prendê-lo. No meio disso tudo está Derek, um detetive particular, que acha que há algo mais acontecendo do que um simples crime. Corta para o presente, algum momento na metade da primeira década do novo milênio, onde encontramos o DD, já no curso de uma investigação, recebendo um telefonema de Derek, agora um homem muito idoso, que o levará ao desfecho da trama.

Uma característica marcante das HQs de Demetrius Dante é a tonalidade azul. Seus gibis anteriores foram impressos nessa cor e agora não poderia ser diferente! Com uma campanha bem acessível e que vai até 15 de março no Catarse, recheada de extras, a HQ “As Sete Vidas do Gato” pode ser adquirida em conjunto com as edições anteriores ou até mesmo com outra HQ do Will e os pacotes começam a partir de R$ 15,00 cada exemplar, podendo ser enviados pelos Correios ou retirados em mãos.

Conheça o Will Em 2004 enveredou pelo universo das Histórias em Quadrinhos, uma paixão antiga... Entre várias publicações, deu vida a um super-herói sideral e um detetive do absurdo. Suas parcerias (desenhista-roteirista) o levaram a traçar um Louco (muito louco!), um Astronauta, um Grilo, um Samurai, um famoso Capitão de submarino, um Empresário revolucionário, um Escritor visionário, um Escorpião prateado, muitos fantasmas... Suas viagens quadrinísticas lhe permitiram passear no tempo, no espaço, no fundo do mar, nos confins da Terra, pelos céus do Brasil imperial a bordo do Uirapuru, pela Londres vitoriana e mais à vontade pela paulicéia desvairada.

https://www.catarse.me/demetriusdante10 R E V I S T A

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Essa edição é dedicada a

Mort Walker 3 de setembro de 1923 27 de janeiro de 2018

Na próxima edição:

Especial quadrinhos independentes!


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