VOZ-LEVANTE Mari Vieira Instagram: @amarivieira Facebook: Mari Vieira
A gente não quer só comida!¹ O brasileiro lê pouco, essa já é uma afirmação de senso comum. No entanto, a situação é ainda mais grave que parece, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil realizada pelo IPL e lançada em 2020 aponta que o país perdeu quase 5 milhões de leitores. Vejam a gravidade disso: perder leitores numa era marcada cada vez mais pela necessidade de conhecimento profundo. Os prejuízos são imensuráveis. Diversos fatores contribuem para esse drama, a fuga de leitores e leitoras para as redes sociais, o preço dos livros, a dificuldade de acesso a bibliotecas públicas, falta de tempo, de concentração, o fato de não saber ler e a incapacidade de compreender a maior parte do que lê são alguns dos motivos apontados para o abandono dos livros. São todos motivos que devem ser considerados, respeitados e estudados com o intuito de criar estratégias para reverter esse quadro. Os dados existem e a partir deles ações podem Escritores Brasileiros Contemporâneos
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ser criadas com muito mais chances de obter bons resultados. Diante disso surgem algumas questões: por que não existe um gigantesco projeto de incentivo à leitura? Por que mesmo ciente desses dados o governo age para a taxação de livros? Observar os dados da pesquisa e as ações governamentais, que aprofundam o fosso da situação da leitura no Brasil, desespera quem escreve e todas aquelas pessoas que sabem da importância do hábito de leitura. Hábitos de leitura iniciados desde a mais tenra idade com o apoio de um mediador (a mãe, o pai, uma professora ou quaisquer outros adultos) são importantíssimos para contribuir para construção da autoestima e da identidade. A leitura pode funcionar como um importante caminho para o autoconhecimento, contribui para a elaboração da subjetividade, para a formação de cidadãos e cidadãs mais conscientes dos seus direitos e deveres. Além disso, Outubro/2021
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