Entrevista com Marcos Piangers

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FAMILY THE

FREE

Uma revista relevante e inteligente para toda a família ANO 1 | EDIÇÃO 6 | 2017

MAGAZINE

www.thefamilymagazine.uk

JOVEM

Filho sois, pai serás!

Marcos

Piangers

Entrevista exclusiva

com o Autor do Livro ‘O Papai é Pop’

PARTO

Cesariana ou normal?

REFLEXÃO

O milagre da vida

EQUALITY

Herança materna e paterna

educação de filhos | adolescência | cultura | turismo | saúde e muito mais...


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EXPEDIENTE

T H E FA M I LY M AG A Z I N E L I M I T E D London/England T: (+44) 7828 623516 E: info@thefamilymagazine.uk W: www.thefamilymagazine.uk

E DI TOR C H E F E

C A RVA L H O M A RT I N S cmartins@thefamilymagazine.uk

THE FAMILY MAGAZINE THE FAMILY MAGAZINE - uma revista feita por famílias, voltada para famílias. De linguagem simples, moderna e atualizada que aborda os valores e beleza existentes no seio familiar, construídos sob a aliança firmada entre um homem e uma mulher. A revista traz tópicos relacionados à família de forma inteligente, relevante e construtiva. Nosso objetivo principal é enfatizar acerca desta instituição divino-orgânica existente no planeta Terra - chamada família.

DIRETOR COMERCIAL RODR IG O FA DE L business@thefamilymagazine.uk

Caro leitor,

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Você tem em suas mãos uma edição super especial, preparada com muita dedicação, empenho, longas horas de ‘hardwork’.

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Edição preparada por uma equipe tremenda, divertida sempre, chata às vezes, principalmente quando se trata de estar sempre se aperfeiçando. Nos esforçamos para colocar em suas mãos aquilo que nos propomos a fazer desde que começamos esta revista: oferecer uma revista com tópicos relevantes, inteligentes, super abrangentes, escritos com todo carinho e dedicação por nossos queridos colunistas, que doam parte do seu tempo para pesquisar e compartilhar de suas experiências conosco.

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CONSELHEIROS JOÃO FAYIKA ISRAEL CRUZ

C OL A B OR A D OR E S

Marcos Piangers, Carol Wichert, Pr Fábio Rodrigues, Raquel Godoy, Iolanda Ribeiro, Lianir Ribeiro, Guilherme Martins, Tatiana Novaes Coelho, Vladimir Martins, Dora Meneses, Isabella Vulcano, Pr Evandro Rezende, Deborah Fagundes, Grace Manica, Orlando Behrens e Pedro Lunguela.

AS SI NAT U R AS & A N ÚNC IO S

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FAMILY

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Uma revista relevante e inteligente para toda a família ANO 1 | EDIÇÃO 6 | 2017

Chamamos a atenção para o artigo Em Defesa da Vida, o qual traz uma mensagem de conscientização diante um assunto tão discutido e negligenciado, quando a vítima envolvida não pode se defender. A coluna reflexão vai nos fazer pensar sobre o propósito de nossas vidas, segundo o coração de Deus. Convido você a ler todos os demais artigos, pois estão muito bem escritos, informativos e certamente agregarão conhecimento e consciência do que acontece quando o assunto é família e gravidez.

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Nossa capa está surpreendente e traz a figura do super pai Marcos Piangers, que gentilmente aceitou fazer parte desta edição. Piangers, um grande defensor do movimento paternalista nos concede uma entrevista exclusiva em primeira mão, na qual fala do seu livro ‘O Papai é Pop’, comenta acerca do impacto da gravidez no aspecto fisiológico, profissional e social da família. Abre uma discussão acerca da paternidade participativa e responsável; e objetiva trazer consciência aos pais, mães e à sociedade de modo geral. Suas palestras, vídeos e também os seus livros tem servido para despertar a consciência de um grande número de pais, e seus admiradores vêm crescendo a cada dia.

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JOVEM

Filho sois, pai serás!

Marcos

Piangers

Entrevista exclusiva

com o Autor do Livro ‘O Papai é Pop’

PARTO

Cesariana ou normal?

REFLEXÃO

O milagre da vida

EQUALITY

Herança materna e paterna

educação de filhos | adolescência| cultura | turismo | equality e muito mais...

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ou através do nosso www.thefamilymagazine.uk website: http://www.thefamilymagazine.uk O valor éOdevalor apenas £14.99 por 6£14.99 ediçõespor anuais. é de apenas 6 edições anuais. NOTA: TheFamilyMagazine Limited - 8, Bridgewood Close SE20 8PH London/England O uso do material publicado aqui só poderá ser reproduzido e transmitido, seja na forma eletrônica, mecânica ou física com a devida permissão e autorização escrita do publicador. A responsabilidade pela veracidade das informações nos anúncios é do próprio anunciante e cada escritor responde pela a natureza dos seus artigos, as opiniões expressas aqui não necessariamente representam a nossa visão. Pais, filhos e avós que tenham habilidade com a escrita que queiram participar com artigos de sua própria autoria (não aceitamos plágios), por favor, encaminhe para o email info@thefamilymagazine.uk, não garantimos a publicação de qualquer material submetido a nós, estes poderão ser usados ou não, conforme critérios da direção.

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08

ESPECIAL MARCOS PIANGERS

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DEPRESSÃO PÓS-PARTO

ASSUNTOS DE FAMÍLIA

06 EDITORIAL Editor e Colaboradores 08 ESPECIAL Marcos Piangers 12 VIDA A DOIS Depressão Pós-Parto 14 FILHOS Em defesa da Vida 18 ADOLESCÊNCIA Gravidez na adolescência 20 JOVEM Filho sois, pai serás! 26 TERCEIRA IDADE Chegada dos netos 46 REFLEXÃO Gestando os propósitos de Deus

SAÚDE

30

EXERCÍCIOS NA GRAVIDEZ

36

ALTERAÇÕES BUCAIS NA GRAVIDEZ

22 EQUALITY Herança materna e paterna 30 BEM ESTAR Exercícios na gravidez 34 ENTREVISTA Doulas: suporte e informação 36 HIGIENE BUCAL Alterações bucais durante a gravidez

GERAL

16 FALA, MAMÃE Mulher x Carreira 15 GALERIA Galeria das grávidas 32 MULHER Parto: Cesariana ou Normal? 44 CULTURA Angola um povo, uma história

CASA

42 CUISINE Receita de Bolo de Banana

TURISMO & NEGÓCIOS

40

TURISMO

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28 MARKETING E NEGÓCIOS “Estou grávida, e agora? Monta um negócio! 40 TURISMO Conheça Jerusalém

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ENTREVISTA

MARCOS PIANGERS

o PAPAI é

POP

THE FAMILY MAGAZINE entrevistou

MARCOS PIANGERS,

repórter, radialista, apresentador, colunista, escritor e palestrante

The Family Magazine: Como iniciou todo este processo? Você achava que realmente seu livro faria tanto sucesso e tomaria estas proporções? Marcos Piangers: Não, nada do livro foi planejado. Não tínhamos noção do que ia acontecer com o livro e nossa expectativa era muito baixa, até mesmo por parte da editora que lançou “O Papai É Pop” no Brasil. TFM: Então este boom foi inesperado? MP: Sim, minha expectativa era de uma tiragem perto de 50 unidades aproximadamente! No entanto, para nossa surpresa, passou de mil unidades no primeiro mês e entrou como um dos mais vendidos. Logo, começou a aparecer como um dos livros mais vendidos no ranking da Veja, da Folha de SP, do Estado de SP e chegou a ser o primeiro na Amazon. Me recordo que, quando chegou o Dia dos Pais, cheguei a passar 5 ou 6 horas autografando exemplares nos lançamentos. E isso sem esperar esse sucesso todo. Um sucesso que obviamente não é meu, mas sim do livro, que representa uma percepção de que os homens estão mais interessados em participar da vida familiar, e que as mulheres estão interessadas em ser valorizadas e não abandonadas grávidas, como muitas são. Também há uma identificação com o livro por parte de pessoas que já possuem uma vida familiar mais presente, mais participativa. TFM: Como você vê o dilema ‘gravidez x carreira’? MP: É uma discussão que me parece até injusta, porque me parece que todo mundo vai colocar a carreira na frente. Digo isto pelo pequeno número de pessoas neste embate que colocam a criação do filho como uma

espécie de missão ou como uma espécie de abenegação, de desprendimento, para largar a carreira ou abrir mão de noites de sono ou de festas com amigos, para criar outro ser humano. O que percebo são mulheres discutindo qual a melhor hora para se ter filhos e chegando à conclusão de que a hora certa é: nunca. No meu caso, após ter tido duas filhas, posso dizer que eu sou um homem muito melhor do que antes de ter minhas meninas. E, com certeza, muitos pais vão reforçar a ideia de que nos tornamos uma pessoa melhor, muitas vezes até mais produtivos, por fazer muito mais ao mesmo tempo, por aprender com as crianças, por nos desprendermos e não sermos tão egoístas. Nos tornamos, assim, seres humanos melhores e também profissionais melhores. A questão do trabalho é uma questão a ser discutida. Percebe-se muita gente trabalhando muito, sem tempo pra nada e infeliz, impaciente no trânsito, infeliz por não poder dar a atenção devida à família, aos amigos. Isto suscita a discussão sobre a carreira e a produtividade profissional, temas que precisam ser amplamente discutidos. Precisamos entender o porquê de sermos tão infelizes. Após milênios trabalhando ao ar livre, hoje estamos confinados em escritórios com luz fria, em frente à telas de computador, e depois nos perguntamos o porquê de estarmos tão tristes! Há profissões mais modernas e empresas mais modernas que entendem autonomia, domínio e propósito, ou seja, que entendem que as pessoas são mais felizes e produtivas quando estão realizadas. Esta é uma discussão que pode ser colocada na discussão de família, que pode passar ou não pela questão dos filhos, mas com certeza é uma discussão de ser mais feliz, de uma sociedade mais feliz.

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TFM: Quais conselhos você daria para quem está em plena gestação ou para quem acabou de ter o filhote quando o assunto é família x carreira? MP: O impacto para você que está grávida é forte, na sua fisiologia e na sua profissão. E, para quem acabou de ter um filho, a carreira, a profissão fica em segundo plano. O que sobra, então, é um pouco de ansiedade da mulher voltar ao trabalho e saber se perdeu muito do seu espaço, ou se continua sendo valorizada pelo chefe e pelos colegas. O que eu discuto muito é a importância da licença paternidade ser igual à licença maternidade. No Brasil, temos pouquíssimos dias, onde o pai consegue praticamente só registrar o filho e voltar a trabalhar, um recado péssimo para o homem, que é colocado apenas para pagar as contas, enquanto as mulheres fazem todo o restante. Isto é também injusto para com as mulheres, porque de uma hora para outra elas precisam lidar com uma casa vazia e uma criança, tendo que fazer tudo sozinhas. Esta tarefa não é nada fácil, e fisicamente, um período muito desafiador para a mulher. Acredito que o homem deveria estar lá do lado, evitando até mesmo a depressão pós-parto! E isto ainda daria mais segurança para o casal encarar este período de ausência no trabalho de uma forma mais confiante, mais amiga, dando um força ao outro.

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Acho que uma questão importante para o futuro, seria que as empresas possam entender que a construção de uma família com afeto e felicidade é uma realização pessoal do funcionário. Porém, à partir do momento que esta questão for bem resolvida, quando a empresa entende a importância da família, a atenção e o tempo que se dá à sua mulher e à sua criança, a parte profissional será mais produtiva e mais interessante. Um exemplo são estas novas start-ups com creches dentro das instalações da empresa e com licença maternidade e paternidade adequados. Se notarmos nos Países Nórdicos, por exemplo, o índice de felicidade é maior, pois os pais tem tempo livre com os filhos, filhos tem tempo livre com os pais, a educação é realizada na presença dos pais. Os filhos se tornam crianças mais seguras, as mulheres mais realizadas e, sem dúvidas, os homens são transformados em pessoas melhores. TFM: Como você mencionou, em alguns países desenvolvidos como a Suécia, a licença maternidade extende-se até 2 anos para a mãe. Aqui no Reino Unido o prazo é de até 1 ano, podendo ser dividido 6 meses para a mãe e 6 meses para o pai, ou ainda, 10 meses para a mãe e 2 meses para o pai. Vemos que, no Brasil, em comparação com os números acima, o prazo é praticamente simbólico: 4 a 6 meses para a mãe e 5 dias corridos para o pai. Você acredita que a realidade brasileira pode mudar em alguns anos?

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MP: Existem algumas discussões a respeito da licença paternidade, onde se menciona a possibilidade de extendê-la de 5 para 20 dias, o que eu ainda acho muito pouco. E com isso, vem de novo a discussão: “Ah, mas, e a produtividade?” Bom, a gente precisa primeiro decidir: estamos preocupados com a produtividade ou com a felicidade e a realização das pessoas? Se a gente vive para ser feliz, temos que repensar esta licença paternidade no Brasil. E, de repente, vem um e diz: “Ah, mas isso vai causar um impacto no meio trabalhista e empresarial e tudo mais...” Realmente, concordo que, num primeiro momento, vai haver sim um impacto no meio empresarial, mas, num segundo momento, também haverá um impacto positivo na realização do profissional, que produzirá mais focado. Além disto, certamente o problema de produtividade no Brasil não é em decorrência de uma licença paternidade. Certamente, temos problemas relacionados à infraestrutura, o valor do custo Brasil, a distribuição de renda, impostos altos sem retorno à população, problemas de violência, roubo, assaltos, enfim, os problemas do Brasil são outros para se colocar a licença paternidade como um problema. O que precisa levar em conta é que a presença do pai na família tem um efeito tão positivo na sociedade como um todo, que, aumentar a licença paternidade para perder um pouco a produtividade é uma boa troca.

ENTREVISTA TFM: Qual é o seu principal objetivo com este seu adorável movimento paternalista? MP: O meu objetivo é que os homens percebam a possibilidade de um caminho mais participativo, um caminho mais amoroso e afetuoso com seus filhos, com a mulher, com a criação dos filhos. Meu objetivo é simplesmente a conscientização e a percepção de que o homem pode sair desta “prisão” do pagador-de-contas, do simples provedor, para se tornar um homem que divide funções de casa e que participa da vida e da educação dos filhos de uma forma mais efetiva. E, com isso, se tornem homens mais felizes. TFM: Sobre as suas palestras, o que o público pode esperar? E, ainda neste mesmo gancho, quais são os seus canais de comunicação? MP: Na palestra a gente conta muitas histórias e fala justamente da confusão que nós homens costumamos fazer com relação ao dinheiro, em relação à importância que o dinheiro tem para uma família. Falamos também da importância que o tempo de qualidade com seus filhos tem para uma família, para a criação dos filhos. Meus canais de comunicação basicamente são: Facebook.com/marcospiangers Instagram.com/piangers Twitter.com/piangers Piangers no Snapchat Piangers no Musically e-mail: marcos@piangers.com.br

O meu objetivo é que os homens percebam a possibilidade de um caminho mais participativo, um caminho mais amoroso e afetuoso com seus filhos, com a mulher, com a criação dos filhos.” Marcos Piangers

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VIDA A DOIS

RAQUEL GODOY Psicóloga Clínica

A DEPRESSÃO PÓS-PARTO

A

depressão pós-parto é um transtorno psicológico que pode surgir logo após o nascimento do bebê ou até os seus 6 meses de vida. Ela pode ser leve ou transitória e pode tornar-se grave dando início a uma neurose de origem psicótica, que necessita de tratamento médico. Os sintomas incluem tristeza e desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro após o parto, que se desvanecem rapidamente. Elas acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam estes sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Raramente, pode ocorrer em um nível mais severo, conhecida como psicose pós-parto. Acreditava-se que somente as mães sofriam desse mal, mas novos estudos vem apontando que elas também podem afetar os pais. Causas comuns da Depressão Pós-Parto • Fatores Emocionais – Sendo privada de sono e sofrendo algum tipo de estresse ou pressão psicológica, podem iniciar-se problemas para lidar com situações do dia a dia. A mãe também pode se sentir menos atraente ou sentir que perdeu o controle sobre sua vida. Qualquer um desses fatores pode contribuir para a depressão pós-parto; • Mudanças Hormonais - Após o parto, há uma queda nos hormônios estrogênio e progesterona, e estas mudanças podem contribuir para um quadro de depressão pós-parto. Outros hormônios produzidos pela glândula tireóide também podem cair bruscamente, aumentando o cansaço e sensação de tristeza. Mudanças no volume de sangue, pressão arterial, sistema imunológico e metabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor;

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• Estilo de Vida – Um bebê exigente, dificuldade de amamentação, filhos mais velhos com ciúmes, pro- blemas financeiros, falta de apoio do parceiro ou outros entes queridos, podem acarretar a depressão pós-parto. Principais Sintomas da Depressao Pós-Parto Os sintomas de depressão pós-parto podem surgir logo após o parto ou até um ano após o nascimento do bebê, e geralmente incluem: • Tristeza constante; • Sentimento de culpa; • Baixa auto-estima; • Desânimo e cansaço extremo; • Pouco interesse pelo bebê; • Incapacidade para cuidar de si e do bebê; • Medo de ficar sozinha; • Falta de apetite; • Falta de prazer nas atividades diárias; • Dificuldade para pegar no sono. Nos primeiros dias e até ao primeiro mês de vida do bebê, é normal que a mulher apresente alguns destes sintomas, pois necessita de tempo para se adaptar às necessidades do bebê e às mudanças em sua vida. Quando os sintomas de depressão pós-parto se mantêm por 2 semanas ou mais, é aconselhável consultar um psicologo para avaliar a situação e iniciar o tratamento adequado. A Psicose Pós-Parto A Psicose Pós-Parto é mais grave do que a depressão pós-parto, e mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto.

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A depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou fraqueza. O tratamento imediato pode ajudá-la a gerir os seus sintomas e desfrutar de seu bebê.”

Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem: • Sentir-se desconectada com seu bebê e com as pessoas em seu entorno; • Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo; • Pensamento extremamente confuso e desorganizado, aumentando o risco de prejudicar o bebê, a si mesma ou qualquer pessoa; • Mudanças drásticas de humor e comportamento; • Extrema agitação ou inquietação; • Alucinações, que podem ser visuais, auditivas, olfativas; • Pensamento delirante que não se baseia na realidade. E quanto ao homem? Geralmente, os sintomas de depressão pós-parto nos homens estão relacionados com o aumento de responsabilidades, como a preocupação em fornecer uma boa vida ao bebê e dar suporte emocional à esposa. O homem com sintomas de depressão pós-parto também deve consultar um psicólogo para iniciar o tratamento adequado. Estes sintomas podem ser: • • • • •

Irritabilidade e impaciência; Tristeza e pensamentos negativos; Falta de vontade para conviver com outros; Choro fácil e constante; Falta de apetite;

• Dificuldade para se relacionar com os filhos; • Ansiedade e falta de atenção. Busque ajuda médica: Se você tiver pelo menos cinco dos sintomas acima por duas semanas ou mais, e um dos sintomas é a tristeza ou perda de interesse, você pode ter depressão pós-parto e precisar de tratamento. Ainda que você não tenha outros sintomas, é importante buscar ajuda médica e conversar sobre os benefícios que um tratamento pode trazer. Quanto mais cedo começar o tratamento, melhor será a chance de uma recuperação rápida e completa. Casos de sintomas de psicose pós-parto devem ser tratados como uma emergência que requer tratamento médico imediato. Neste caso, procure ajuda imediata. Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou fraqueza. Se você tem depressão pós-parto, o tratamento imediato pode ajudar a gerir os seus sintomas e desfrutar plenamente de seu bebê.

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FILHOS

IOLANDA RIBEIRO Jornalista

Em defesa da vida O que toda mulher deveria considerar antes de fazer um aborto

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a Inglaterra, o aborto foi legalizado no século passado e as gestações podem ser interrompidas até a 24a. semana em procedimentos realizados nos hospitais públicos. Os legisladores entenderam que nenhuma mulher deve ser obrigada a manter uma gravidez indesejada em detrimento de sua saúde física e mental. Em países como o Brasil, onde 47 mil mulheres morrem anualmente em decorrência de abortos clandestinos, muitos defendem que tal prática deveria ser igualmente legalizada. Em meio a tantas discussões sobre o tema, permita-me dizer algumas palavras em defesa de quase 50 milhões de crianças que serão abortadas ainda este ano (e de meio bilhão de seres humanos que foram impedidos de nascer na última década) em todo o mundo. No meio das muitas discussões e debates sobre o aborto, muitos se perguntam em que ponto um embrião poderia realmente ser reconhecido uma pessoa. Em que momento ele deixa de ser chamado de feto e passa a ser um indivíduo. Mas a ideia de que Deus planeja cada ser humano antes do nascimento está expressa claramente nas Escrituras Sagradas. Ao profeta Jeremias, Deus afirmou: “Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jr 1:5). E o salmista escreveu: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia”(Sl 39:16). É terrível imaginar que muitas das aguardadas conquistas humanas talvez nunca aconteçam ou sejam adiadas por muito tempo, simplesmente porque seus realizadores talvez estejam entre os homens e mulheres que tiveram suas existências abortadas.

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Assim como o poeta viu um laranjal inteiro dentro de um carocinho de laranja, podemos imaginar tudo o que uma criança ainda no ventre materno pode ser e realizar. Deus idealiza cada pessoa de forma, digamos, artesanal, com um leque de potencialidades, talentos e dons a serem usados a serviço da humanidade. Imagino que, no meio dessa multidão de crianças abortadas em todas esses anos, quantas teriam vindo para descobrir a cura de doenças como o câncer, ou para inventar coisas que tornariam nossas vidas ainda melhores. No meio de tantos bebês impedidos de nascer, quantos poderiam ter vindo com a genialidade de Leonardo da Vinci, Albert Einstein, Isaac Newton, Santos Dumont e muitos outros? Todos os milhões de abortos provocados no mundo não resolverão os problemas pessoais daquelas que os praticarem. E ainda causarão remorsos e feridas que serão carregados por toda a vida, simplesmente porque as mulheres possuem o dom de gerar a vida, não de exterminála. Ainda que eu me sentisse envergonhada, humilhada ou empobrecida por uma gravidez indesejada, eu jamais faria um aborto. Nem mesmo se me falassem que tenho o direito de decidir sobre tudo o que acontece com o meu próprio corpo. Jamais impediria o fluxo de uma vida, porque entendo que meus direitos terminam onde começam os de outra pessoa incapaz de se defender. Deus se revela na Bíblia Sagrada como um pai amoroso, criador e defensor da vida. Ele sabe reconhecer e abençoar o esforço de mulheres que optaram por gerar seus bebês a despeito de todas as dificuldades enfrentadas. E contempla a coragem heróica daquelas que entregaram um filho para a adoção depois do nascimento, mas não lhe sonegaram o direito de vir ao mundo e participar da história.

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Galeria das Grรกvidas THE FAMILY MAGAZINE

DANIELE

RAQUEL

RITA & DALTO

CAROL & RODRIGO

AMANDA & MATEUS

MARCIA, DIEISON, EMILY The Family Magazine

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FALA, MAMÃE

CAROL WICHERT, Arquiteta

com Mestrado em Negócios Internacionais

MULHER

VS

CARREIRA

Ser mãe é, sem dúvidas, meu melhor negócio!

E

studante esforçada, primeira da classe. Passei no meu primeiro vestibular e me formei em faculdade Federal. Logo seguiu um intercâmbio e o primeiro emprego em minha área, na França. Tudo parecia me levar ao caminho do sucesso profissional. Conheci meu marido, casei. Logo veio uma proposta e uma transferência para a Europa. Ali começava a vida da executiva ocupada que saía cedo de casa, unhas e cabelo impecáveis, maquiagem muito bem feita, perfume e camisa social. O foco de sua vida era o trabalho. Muitas vezes, depois de um dia todo de reuniões ou palestras, ainda havia jantares com clientes. Isto sem falar nas viagens, que tomavam boa parte do tempo. Mestrado e cursos. Amava tudo isso. Pra que mudar? Quero evoluir, decolar nesta carreira! Após 6 anos de carreira, transferência para Londres em um novo cargo. Uau! Mas... um reloginho começou a bater aqui dentro! O relógio do tempo, da maternidade, começava a me dar sinais de que algo faltava. O casamento, a casa, a vida, tudo pedia por eles.

Então decidi me lançar no que foi, indiscutivelmente, a melhor decisão da minha vida: a maternidade. No início, a gravidez não colocou muitos problemas, trabalhava normalmente. Em paralelo, organizava as coisinhas dela (sim, uma menina!). Trabalhei até a última semana antes do parto. Aí nasceu minha princesa. Meu amor. Naquele momento, minha vida mudou, meu coração saiu de mim e entrou nela. Não bate mais em mim há 4 anos. Naquele momento, percebi o real sentido da vida. 9 meses de licença maternidade. 9 meses de aprendizado, entrega e cumplicidade com minha pequena. Chegou a hora da volta ao trabalho. Fui confiante que havia dado meu melhor até ali e que conseguiria continuar conciliando casa, filha e trabalho. Foi bom voltar ao trabalho? Foi ótimo, eu precisava daquilo. Precisava respirar outros ares, pensar em outras coisas que não fossem mamadeiras e fraldas. E assim fomos seguindo, ela crescendo, eu me adaptando.

Sabe aquele amor gigantesco que você sente pelo primeiro filho e pensa que nunca mais vai acontecer de novo de tão grande que é? Acontece sim, igualzinho. Nem maior, nem menor, igual.”

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GRÁVIDA DE NOVO, AGORA DE UM MENINO!!! Um ano depois, vem o tal relógio de novo!! Vamos chamá-lo de toque divino? Sim, vamos, pois o amor de mãe só pode vir de Deus, tamanha sua grandeza e incondicionalidade. Grávida de novo, agora de um menino! Que alegria! Continuo trabalhando. Agora, as coisas já não são tão fáceis, pois grávida, trabalhando tempo integral, ainda tenho uma casa e minha jóia de menos de 2 anos para cuidar. Nasce meu super herói e tiro mais 10 meses de licença maternidade. Fase de mais aprendizado, cansaço, noites insones. Hoje quando lembro desta fase, são as lembranças boas que prevalecem. A emoção de ter meus dois bebês amamentando ao mesmo tempo. Como eles aprenderam a se conhecer e a se amar. Como o amor de uma mãe se multiplica, nunca se divide. Sabe aquele amor gigantesco que você sente pelo primeiro filho e pensa que nunca mais vai acontecer de novo de tão grande que é? Acontece sim, igualzinho. Nem maior, nem menor, igual. Deus é realmente perfeito.

Hoje, minha filha tem 4 anos e meu filho tem 2 anos. Continuo trabalhando em tempo integral. Meu marido tem se mostrado um grande pai, me apoiando em minha carreira. Fácil? Não é. Cansativo, estres- sante? Muito. Meus cabelos brancos e minhas olheiras que o digam. Mas vale a pena? Muito!!! Como assim? Vale a pena, pois sou realizada como mãe e profissionalmente. É um equilíbrio difícil, que tem que ser reavaliado a cada dia.

Depois destes 10 meses, voltei ao trabalho. Meu marido trabalhou meio período por 2 meses, conseguimos manter o bebê até um ano em casa. Ela já estava adaptada à escolinha, que começou aos 1 ano e 9 meses.

Hoje, a mulher das unhas feitas tem outra maneira de ver a vida. As unhas são raramente feitas, os cabelos arrumados às pressas, a maquiagem feita no sinal quando dá tempo. Mas o coração, aaaaaah! Este está completo, repleto de amor e alegria! Não há hotel no mundo que se compare à minha cama com meus filhos. Não há reunião de negócios que traga o sorrriso que recebo todas as manhãs. Os beijos babados. Os abraços, o cheiro. O colo que pedem na hora do choro. O cuidado, o carinho, o amor. Isto vale todo sacrifício e toda olheira do mundo. Ser mãe é, sem dúvidas, meu melhor negócio!

Não há reunião de negócios que traga o sorrriso que recebo todas as manhãs. Ser mãe é, sem dúvidas, o meu melhor negócio.”

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ADOLESCÊNCIA

Gravidez na adolescência

DORA MENESES Psicóloga

S

egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres no mundo já tem um filho antes dos 18 anos, e a cada ano nascem 16 milhões de crianças de mães adolescentes. Nas regiões mais pobres do planeta, uma em cada três mulheres são mães na adolescência. Observamos que o fator biológico muitas vezes exerce influência sobre o fator psicossocial. A curiosidade da adolescente em testar o seu aparelho reprodutor é desencadeada pela atividade hormonal. As jovens iniciam a sua vida sexual logo após a primeira menstruação e engravidam. Para elas, exercer a sexualidade significa ter filho, o que demarca a sua entrada na vida adulta. A inexperiência, falta de informação, pouca comunicação com os pais, lares desestruturados, ausência do pai, falta de objetivos e confiança em si mesmo e no futuro, são algumas causas da gravidez precoce. É muito comum que adolescentes - devido a transformações psicológicas, fisiológicas e sociais, exibam comportamentos de risco, tais como, manter relações sexuais precocemente sem nenhuma medida contraceptiva ou sem utilizá-la inadequadamente. Mesmo sabendo como evitar a gravidez, os adolescentes não sabem explicar o porquê de não terem se prevenido, deixando isto aos cuidados da sorte. Outra causa social é que a adolescente, na busca de uma identidade própria descobre a sexualidade, e, ao exercê-la, é surpreendida por uma gravidez inesperada.

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O papel social da mulher de classe média não se limita ao papel de mãe, estendendo-se também a outras atividades, como a realização profissional. Apesar dessas mulheres exercerem outros papéis sociais, a maternidade continua sendo um atributo essencialmente feminino. A pressão social familiar da classe média se expressa através do incentivo ao estudo e ao trabalho, possibilitando o prolongamento da adolescência. Nas classes populares, a maternidade desempenha um importante papel na vida psíquica e social. A adolescente encontra na gravidez uma maneira para definir-se e identificar-se, através da confirmação da sua potencialidade como mulher, que permite a continuidade da família e a criação de algo próprio. A sua única perspectiva de vida é o de ser mãe, apesar dos transtornos que essa situação acarreta: o abandono dos estudos ou o seu adiamento e uma maior dependência econômica dos pais, pois não têm como se sustentar e sustentar o filho. Uma frase ainda um tanto comum: “Eu sempre quis ter um filho, não sei por quê, aí eu parei de tomar o remédio” Apesar das circunstâncias sociais desfavoráveis, o desejo de ter o filho é predominante entre algumas destas jovens. As colegas, irmãs e, em alguns casos, a própria mãe são ou foram mães adolescentes. A afirmação social em alguns meios se expressa através da maternidade. Através do filho, essas jovens se sentem mães e mulheres. Tradicionalmente, profissionais de saúde tratam a gravidez na adolescência como indesejada. O discurso da adolescente sobre querer o bebê muitas vezes não é valorizado, o que explica o fracasso de vários projetos de educação sexual. As propostas de intervenção na

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área médica, psicológica ou sócio-educativa devem priorizar o significado da gravidez e suas implicações subjetivas e culturais, para que sejam obtidos resultados mais eficazes. A solução, hoje, se reduz a dar informação sexual formatada, o que é insuficiente para prevenir a gravidez precoce. Para combater esse fenômeno, é necessário ter políticas públicas direcionadas ao setor da saúde e escolar, com profissionais e serviços de qualidade, levando os jovens a adquirir novos estilos de vida. A intervenção de un psicólogo pode ser importante, pois este profissional pode desenvolver programas de prevenção à gravidez na adolescência junto à comunidade, famílias e escolas e ajudar as jovens e suas famílias a elaborar os conflitos que surgirem. A Educação Sexual nas escolas pode ser preparada e conduzida junto com um educador da confiança dos adolescentes, para que eles se sintam à vontade para discutir o assunto. Aos pais, cabe orientar os filhos sobre a sexualidade, transmitindo valores e conscientização, e não apenas regras.

Não se pode descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo.”

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JOVEM

Filho sois, pai serás! GUILHERME PEREIRA Escritor

“Filho sois, pai serás!” Me disse meu bom e grande pai, certa vez em minha adolescência, em que intencionei enfrentá-lo com minhas convicções e desejos. Hoje, como pai que sou, observei uma mudança exponencial na forma de olhar e admirar o pai que tive. Confesso que, sempre que minha memória traz à tona certas situações vividas, deparo-me arrependido de atitudes que tomei com meus pais. Aquela frase ainda ecoa em mim. Esta experiência da paternidade moderna oportuniza transformações emocionais ao indivíduo. Um novo olhar para o sentido da vida é posto diante de nossos olhos. Nosso senso de responsabilidade, proteção e projeção do futuro toma proporções antes inimagináveis. Digo “paternidade moderna”, pois historicamente este ofício sofreu grandes alterações. A primeira definição de paternidade, no oriente, estava atrelada à soberania. O pai muitas vezes era igualado a deuses e ao rei, estes, como um ente soberano. À partir do século XIX surge um novo conceito de paternidade com a consolidação dos direitos da criança. Todo aquele poder majestoso é derrubado com a entrada de deveres. O pai agora tem um papel a ser cumprido, bem como tarefas a exercer. Através de leis e políticas de proteção à infância, a família sofre a infiltração do Estado. O pai deve deixar o seu filho mais tempo com o Estado, em escolas e creches, enquanto trabalha para suprir as suas novas

obrigações. Gradativamente aquela visão de soberania se esvazia, visto que agora o monopólio da educação e de toda instrução social, bem como suas regras, passam a ser outorgadas pelo professor. Paralelo a isto, com o homem trabalhando cada vez mais para o sustento e conforto de sua casa, a Psicanálise de Freud considerou, em caráter de tradição, o papel materno como essencial e mais árduo que o papel paterno. Podemos afirmar que, historicamente, o homem foi sendo progressivamente privado da vida de seus filhos, resultando em certo distanciamento entre eles. Um exemplo é que, até 1988, a licença paternidade sequer existia no Brasil. Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, observa-se um maior envolvimento dos homens na esfera doméstica e no cuidado com os filhos, abrindo a possibilidade de novas formas de interação entre pais e filhos. Por fim, nos dias atuais, desponta uma nova forma de encarar a paternidade. Notamos uma intensa demanda social para que nós, pais, resgatemos uma convivência ativa e influente para com nossos filhos. A cada dia surgem pesquisas e artigos científicos que demonstram a importância do papel do pai na criação dos filhos, o impacto da presença da figura do pai na formação da sociedade e etc. Temos um “novo homem”, mais participativo na vida afetiva e familiar, colaborando com a mulher nas responsabilidades e direitos. Estamos diante de muitos desafios com relação à paternidade, seja por estarmos repensando seu lugar no desenvolvimento dos filhos, ou porque já não é mais sustentável a visão de um pai apenas provedor. Olhando para a contemporaneidade, a paternidade ocorre num tempo diferente da maternidade. A mulher

A paternidade tem sim o seu preço, o preço da entrega, do amor e do zelo. E como resultado,a plenitude, a realização e o sabor de uma vida que realmente vale a pena ser vivida.” 20

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normalmente adquire o sentimento de mãe no início da gestação. Desde pequena, ela é também levada à este sonho quando, ao brincar, já era a “mãe” de suas bonecas.

Quando ouvimos um “papai eu te amo”, toda a vida faz sentido. Protagonizamos a mais incrível e bela história de amor que alguém poderia ter.

Não é surpresa, então, que o pai, ao segurar o bebê pela primeira vez, não sinta toda aquela magia da paternidade. Nem sempre é imediato, às vezes é progressivo. Comigo foi assim. Hoje ao olhar meu filho com dois anos, o sentimento que brota em meu ser é intensamente superior ao que senti na hora do parto. Se eu tivesse que descrever a paternidade, eu que trabalho com as palavras, não saberia encontrar alguma que a definisse.

As mudanças ocorrem, sim. Somos privados de muitas coisas. Nosso planejamento de vida altera-se com frequência. Aquela roupa cara e tênis da moda que gostamos são substituídos por sandalinhas e fraldas que irão durar apenas dias, enquanto estamos alegres com o nosso sapato velho mesmo. O futebol com os amigos nem sempre acontece, mas agora temos alguém para levar em um parquinho com escorregador.

O que eu sei é que a vida muda de rumo; entramos em uma esfera de amor que antes não imaginávamos que existia; o “eu” já não mais existe, agora somos “nós”. Todo esforço e todas as noites em claro, todas as fraldas e mamadeiras na madrugada fazem sentido quando o seu filho olha para você com aquele olhar que já diz tudo.

A paternidade tem, sim, o seu preço: o preço da entrega, do amor e do zelo. Mas o resultado, mesmo em uma paternidade não planejada, é a plenitude, a realização e o sabor de uma vida que realmente vale a pena ser vivida.

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EQUALITY

HERANÇA

ISABELLA VULCANO Estudante de Medicina

MATERNA E PATERNA “Quando os genes dos pais são determinantes para transmissão de doenças.”

No processo de fecundação, quando o espermatozóide paterno se une ao óvulo materno, metade das informações genéticas de cada progenitor se unem para formar o genoma da célula embrionária resultante. Assim, esta leva informações genéticas maternas e paternas. A formação do embrião se dá a partir dessa primeira célula embrionária.

O QUE É A HEREDITARIEDADE? A hereditariedade é um fenômeno que representa a condição de semelhança existente entre os pais e os filhos, através da contínua transferência de código genético (genes), orientando a formação e desenvolvimento de um ser vivo. Este fato possibilita também a herança familiar de algumas doenças relacionadas aos genes. Algumas características hereditárias podem permanecer inativas de uma geração para a outra, o que não significa a sua exclusão, mas a dormência temporária de um ou vários genes para uma dada característica. Ex: pais com olhos castanhos podem ter filhos com olhos claros, verdes ou azuis, herança de seus avós.

COMO OCORRE ESTA TRANSFERÊNCIA Existem três principais formas de transferência genética de certas doenças. São elas: • Doenças Monogênicas ou Mendelianas São produzidas pela alteração ou mutação na sequência de DNA de um único gene. Foram identificadas cerca de 6.000 doenças hereditárias monogênicas e ocorre cerca de um caso para cada 200 nascimentos. Exemplos são a hemofilia, a anemia falciforme e a fibrose cística. • Doenças Cromossômicas Ocorrem por alteração no número ou na estrutura dos cromossomos. Alguns exemplos são a Síndrome de Down, Síndrome de Patau e Síndrome de Turner.

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• Doenças Poligênicas, Multifatoriais ou Complexas Podem manifestar-se pela combinação entre diversos fatores ambientais, o estilo de vida e mutações em alguns genes em diferentes cromossomos. Exemplos: Mal de Alzheimer, diabetes, asma, esclerose múltipla, câncer, hipertensão, obesidade, doenças cardíacas, alergias, etc. Quando há casos de familiares próximos com doenças como as citadas acima, a probabilidade de que nasçam crianças com tais doenças é bem maior. Na maioria dos casos, as doenças não se manifestam imediatamente, mas ao longo da vida. É de muita importância pontuar que os defeitos congênitos não são resultado de uma única causa.

Podem ser devidos à herança genética, à doenças preexistentes ou contraídas pela mãe nos primeiros meses de gravidez, à ingestão de medicamentos pela mãe no mesmo período e ainda à ação conjunta de alguns desses fatores, incluído causas nutricionais. Quando o agente causal é genético, a mà-formação pode resultar de um gene dominante, caso que se manifesta em todos os portadores, ou de um gene recessivo, que só produz efeitos quando transmitido por ambos os pais. Entre os defeitos congênitos de origem genética, são mais comuns aqueles que derivam de gene recessivo.

Entre as doenças maternas que produzem anomalias congênitas estão a toxoplasmose, que na forma congênita acomete o sistema nervoso e causa coriorretinite, levando à cegueira. Igualmente a rubéola, que contraída no início da gestação acarreta defeitos graves para o embrião. Também a zica, que pode causar o microcefalia no bebê. É POSSÍVEL EVITAR ANOMALIAS CONGÊNITAS? Apesar de se desconhecer a causa das anomalias congênitas, sabe-se que certos fatores aumentam o risco de desenvolvê-las.

Alguns riscos podem ser evitados, enquanto outros não. Assim, uma grávida deve seguir algumas recomendações como ter uma dieta apropriada, descansar, evitar uso de certos medicamentos, fazer o pré-natal de maneira adequada, se proteger quanto à transmissão de algumas doenças infeciosas, usando repelente, não visitando áreas endêmicas, entre outras. CONSELHOS PARA OS FUTUROS PAIS Lembrando que, mesmo seguindo à riscas tais recomendações, algumas doenças não serão evitadas. Mantenha-se informado e procure o serviço de saúde para consultas pré-natais.

Alguns defeitos como a luxação congênita do quadril, não se explicam por ação de um único gene, mas sua transmissão decorre do acúmulo de vários genes.

É importante a avaliação do médico desde o início da gestação!

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ensino CEIZS Londres NW (Brent Cross)

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TERCEIRA IDADE

LIANIR AGUILLAR

Formada em Saúde Pública, Gerenciamento em Recursos Humanos e Auditoria em Saúde Pública

CHEGADA DOS NETOS Oportunidade de viver e ensinar

C

ostuma-se dizer que, com a chegada dos primeiros netos, as pessoas descobrem o que é o verdadeiro amor.

É um vínculo que vai além do legado de sangue, é a união de duas gerações que deixará uma marca emocional permanente. Sabemos que, em uma sociedade, somos responsáveis pela educação das gerações que vierem. Esta responsabilidade começa nos pais e se entende até os avós e a escola, passando inclusive pelos meios de comunicação. Quanto aos avós, estes já cumpriram seu trabalho de criação dos filhos e agora, com os netos, merecem desenvolver um papel mais tranqüilo. Papel baseado no cuidado e no legado emocional, indispensáveis à formação de seus netos.

De 79,9% dos casos em 1984, para 85,1% em 2014, e na grande maioria retornando com seus filhos à casa dos pais. Segundo pesquisa, nas famílias formadas por três gerações em residência conjunta, pelo fato das genitoras serem mães solteiras, ou separadas, a avó atuava com mais proximidade na criação das crianças. Além dos divórcios, há também casos de irresponsabilidade dos pais, que permanecem pouco tempo em casa, voltam tarde, dormem fora ou são usuários de drogas. Nestes casos, a justiça entende a vulnerabilidade das crianças e transfere a responsabilidade da guarda aos avós. Embora eu não possua dados concretos, creio que isso acontece em praticamente todo o mundo.

Observamos que o índice de gravidez na adolescência vem diminuindo ao longo dos anos. Em contradição, o Brasil subiu 14 posições em 20 anos na lista de 213 países com fecundidade precoce. Hoje, 70 a cada mil meninas entre 15 e 17 anos deram à luz em 2013, de acordo com a última pesquisa do Banco Mundial. Baseado nestes dados, pais e mães tem se tornado avôs e avós antes da chegada da terceira idade.

Portanto, vemos que em diferentes circunstâncias a figura materna ou paterna muitas vezes é substituída pelos avós. Isto não ocorre somente na terceira idade, pois muitos têm exercido desde cedo o importante papel na árdua tarefa de criar seus netos, ocupando não apenas a real função de avós, mas também atuando como babás, conselheiros e até na educação e no suporte financeiro. Muitas vezes, continuam a dar suporte no decorrer dos anos, acompanhando de perto o crescimento dos netos.

O aumento da longevidade tem permitido a convivência mais prolongada de três ou mais gerações, levando os idosos a participarem mais ativamente da vida de seus familiares. (Meu exemplo: Meu pai tem a oportunidade de ser tataravô.)

Segundo Lopes, Neri e Park, apesar dos problemas acima citados, as crianças criadas pelos avós tem benefícios em tê-los como mentores. Isto ocorre porque, na ausência dos pais, poderão manter a sensação de pertencimento à sua família de origem.

As mulheres também vem assumindo papel importante frente às novas configurações familiares. Além da fecundidade precoce, encontramos no Brasil registro de 341,1 mil divórcios em 2014, ante 130,5 mil em 2004. Um crescimento de 160% em 10 anos. Para o IBGE, as taxas atuais de divórcios refletem a gradual mudança de comportamento de uma sociedade.

As crianças que são adotadas dentro de seu próprio núcleo familiar possuem uma saúde mental melhor do que aquelas que são adotadas por outras famílias.

Em toda série das Estatísticas do Registro Civil, houve predominância das mulheres na responsabilidade pela guarda dos filhos menores de idade a partir do divórcio.

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Independente das configurações familiares, estudos mostram que o vínculo dos avós-netos é uma das mais fortes ligações emocionais. Por isto, podemos dizer que ser avô e avó é mais uma oportunidade que a vida oferece, dando aos avós uma segunda chance para criar influências em algum aspecto que talvez tenha faltado para seus filhos.

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São também as mães e avós que muitas vezes realizam a maior parte da educação espiritual dos filhos e netos. Vemos isso claramente em II Timóteo 1:5 “Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti”. Jesus disse que devemos ser exemplo (João 13:15) e andar com o Deus Eterno nos faz deixar um precioso legado para filhos e netos. É glorioso saber que nossa descendência florescerá na terra e será uma benção para sociedade. Devemos ter um coração grato a Deus quando nos tornamos avós, pois cumpre em nós a promessa que está em Salmos 128:6 “E verás os filhos dos teus filhos, e a paz sobre Israel”.

“Assim como os avós se orgulham dos netos, os filhos se orgulham dos pais” Provérbios 17:6

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Assim como os avós se orgulham dos netos, os filhos se orgulham dos pais.” Provérbios 17:6

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MARKETING & NEGÓCIOS

“Estou grávida... e agora?” Monta um negócio!

Q

uando recebi a notícia de que o tema desse mês da revista seria gravidez, imaginei: gravidez... business... o que teria a ver uma coisa com a outra? Tudo! E o mais bacana, o processo geralmente acontece naturalmente.

Vamos aos fatos: a gravidez é o período em que a mulher está exposta às mais puras e extremas sensações que um ser humano pode atingir. São 9 meses em que todas as atenções estão voltadas à(ao) nova(o) integrante da família. Proporcionalmente, tudo ao redor sofre críticas: vestuário, acessibilidade, produtos de higiene pessoal e beleza, alimentação, sexualidade e bem estar físico da mamãe e da(o) bebê. Eu poderia encher a página com exemplos. É justamente a partir dessas peculiaridades do cotidiano de uma grávida que surgem as oportunidades de negócio. A vontade de fazer melhor para si e deixar um legado para as demais mamães vem como conceito primário, depois aparece alguém dizendo que pagaria por isso ou aquilo, um investidor, um blog, uma troca de links, fotos, roupinhas, loja online... pronto! Virou negócio. - “Ai que mimo, onde você comprou?” - “Eu que fiz.” - “Menina... você devia fazer pra vender. Faz um para a(o) minha(meu) baby... eu te compro!” Quem (grávida) que nunca passou por isso?

Mestre em Mídia Digital e Diretor da BrightMinds Media

Porém, infelizmente, passado algum tempo após parto e com a volta ao ritmo de vida de trabalho mais corrido ainda, muitas mamães não dão continuidade aos seus projetos. Mas há, também, as que fazem dessa a sua principal fonte de renda e que estarão à postos para ajudar a esclarecer as várias dúvidas dos lares que a cegonha recém visitou. Portanto, se você está grávida e acredita que possua alguma ideia que pode virar negócio, aqui vão 3 pontos-chave: • Tenha certeza que seu negócio vai nascer antes da(o) bebê; • Que seu business sobreviverá alguns meses sem a sua dedicação (logo após o parto); • Decida antes do parto quem irá assumir seu posto no negócio. Desta forma você terá mais tranquilidade para curtir quem mais lhe esperou por meses somente para receber um cheirinho e um monte de beijos apaixonados.

Nas consultorias que prestamos às Start-Ups que nos contratam, geralmente sugerimos que garimpem novas oportunidades de negócios em seus respectivos segmentos. Porém, curiosamente, as oportunidades tendem a surgir mais espontaneamente para as grávidas. Eu suspeito que seja porque elas não têm como foco principal prosperarem e sim a busca do bem estar e, justamente, essa aproximação mais despretensiosa sem a necessidade de criar para dar lucro para bater metas, para ganhar bônus; dá lugar ao amor, ao fazer com atenção e carinho. Muitas vezes é exatamente isso o que procuramos em um produto ou serviço.

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VLADIMIR MARTINS

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BEM ESTAR

Exercícios na Gravidez:

TATIANA NOVAES Totum Fitness and Wellbeing

o que fazer e o que não fazer

O

exercício (se autorizado pelo seu médico) e uma boa dieta (quando os enjôos passarem) são uma parte fundamental da gestação.

Além de desenvolver o bem estar, também tem como finalidade a prevenção e redução de lombalgias, de dores das mãos e pés e do estresse cardiovascular, fortalecimento da musculatura pélvica, redução de partos prematuros e cesáreas, maior flexibilidade e tolerância à dor, controle do ganho ponderal e elevação da auto-estima. A atividade aeróbica (controlada) auxilia de forma significativa no controle de peso, na manutenção do condicionamento físico, além de reduzir o risco da diabete gestacional. Para o seu bebê, o exercício proporcionar o aumento do peso ao nascer e melhoria da condição nutricional. A falta de exercícios, por outro lado, pode ser relacionada à uma tendência maior de doenças durante e após a gravidez.

Aqui seguem alguns exemplos de exercícios normalmente seguros em todos os trimestres da gravidez. A “swiss ball” é normalmete recomendada para todas as gestantes na Inglaterra. Praticamente todos os hospitais tem uma nas sala de parto. Ela dá um alívio muito grande para a coluna e ajuda no trabalho de parto. Um leve “bouncing” ou “pulinhos” na bola é um ótimo exercício para relaxar. Fazer um círculo com o quadril em cima da bola para os dois lados ajuda a aliviar as dores lombares.

O programa, porém, deve ser moderado e controlado por um especialista na área de pré/pós natal, desde o início da gestação, de preferência. O Sports Medicine Australia elaborou as seguintes recomendações: • Em grávidas já ativas, manter os exercícios aeróbios em intensidade moderada durante a gravidez; • Evitar treinos em freqüência cardíaca acima de 140bpm. Exercitar-se três a quatro vezes por semana por 20 a 30 minutos. Em atletas é possível exercitar-se em intensidade mais alta com segurança; • Os exercícios resistidos também devem ser moderados. Evitar as contrações isométricas máximas; • Evitar exercícios na posição supina; • Evitar exercícios em ambientes quentes e piscinas muito aquecidas; • Desde que se consuma uma quantidade adequada de calorias, exercício e amamentação são compatíveis; • Interromper imediatamente a prática esportiva se surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tontura, náusea ou vômito, palpitações e distúrbios visuais; • Não existe nenhum tipo específico de exercício que deva ser recomendado durante a gravidez. A grávida que já se exercita deve manter a prática da mesma atividade física que executava antes da gravidez, desde que os cuidados acima sejam respeitados. Mas o mais importante de tudo é seguir o próprio corpo e como você está se sentindo no dia. Pois um dia vai conseguir fazer uma coisa e no outro já não vai se sentir mais inclinada a fazer a mesma coisa. Converse muito com o profissional que está te orientando e não deixe de falar o que esteja te preocupando ou incomodando. Às vezes, não vai conseguir fazer mais de um ou dois exercícios na mesma posição é normal.

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A rotação não é recomendada para todas as gestantes,portanto é necessário confirmar com seu médico ou profissional. Eu e muitas de minhas clientes tivemos bastante alívio de dores na colu- na, em conjunto com o alongamento sutil do peitoral. Repita 6 vezes de cada lado, inspirando para fazer a rotação e expirando para voltar.

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Este exercício também auxilia no alongamento do peitoral e das costas. Utilize a bola como suporte e tente imaginar a coluna uma vértebra seguindo a outra para abaixar e levantar. Repita 6 vezes. Expire para descer e subir.


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Esse exercício é ótimo para manter os glúteos firmes e funcionando. É necessário colocar um suporte como uma toalha ou travesseiro fino em baixo da barriga para que ela fique no mesmo nível do corpo. Os pés estão na mesma linha do quadril. Inspire para levantar o joelho e expire para abaixar o joelho fazendo uma contração do assoalho pélvico. Repita 10 vezes de cada lado.

Cat” é um dos exercícios mais aconselhados às gestantes porque alivia muito as dores nas costas. 4 “The Algumas gestantes não conseguem ficar nessa posição por causa de dores nos pulsos. Inspire para preparar. Expire e faça uma curva com a sua coluna sentindo o alongamento entre os ombros. Inspire e sinta o alongamento se aprofundar. Expire e volte à posição inicial. Inspire e faça a curva oposta. Recomeçe. Repita 6 vezes.

terminar o “Cat”, faça o seguinte: 5 Quando Inspire para preparar. Expire e estique uma

perna para trás levantando levemente do chão, no máximo na mesma linha da coluna. Inspire e volte para a posição inicial. Repita 10 vezes de cada lado alternando. A segunda versão é com a perna dobrada.


MULHER

DEBORAH FAGUNDES

Mãe da Anna Lia e da Abigail

PARTO:

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Cesariana ou Normal? á alguns anos atrás, quando eu ainda morava na Inglaterra, uma amiga muito querida me deu o privilégio de assistir o parto de seu primeiro filho. Foram horas de espera, para um dos momentos mais lindos da minha vida!

Eu nunca tive dúvidas sobre a maternidade e sobre os benefícios de um parto normal. Mas depois de ter visto minha amiga parir, e ter seu bebê no aconchego de seus braços, nos primeiros minutos de vida, todo amor e força envolvidos, ela levantar e tomar banho (como se nada tivesse acontecido), eu tive a certeza de que era isso que eu mais queria quando chegasse a minha hora de ter um bebê. Poucos meses depois eu descobri que estava grávida. E com isso todos os meus planos para um parto normal e o mais humanizado possível (pensava em usar banheira, etc), começaram. Na Inglaterra o parto normal é a primeira opção, pois cesarianas eletivas, ou seja, pré agendadas, são apenas para casos onde mãe e/ou bebê realmente correm algum risco real de vida. Apesar dos enjôos constantes, meus primeiros meses de gravidez foram tranquilos, com todos os exames normais. Me inscrevi num curso de alongamento e meditação para gestantes, com a Janet Balaskas, que é autora do livro Parto Ativo (New Active Birth, no original), e pioneira nesse assunto. Ela tem um centro para gestantes no norte de Londres, chamado Active Birth Centre, onde vários profissionais de áreas diferentes atendem gestantes e bebês. Eu havia lido o livro dela e fiquei encantada com suas idéias, e quando descobri que ela tinha esse centro em Londres, não muito longe da minha casa, resolvi ir conhecê-la e usufruir de todo seu conhecimento. Eu estava realmente me preparando para o meu tão sonhado parto normal e humanizado, quando com 19 semanas tive um sangramento e fui para o hospital, onde fiquei por dois dias. Os médicos não sabiam ao certo o que tinha acontecido, mas graças a Deus, tudo estava bem comigo e com o bebê. As semanas passaram e eu descobri que esperava uma menina, e que minha placenta estava baixa. Para quem não sabe, a placenta é suposta a se fixar na parte esquerda superior do útero, e a minha estava fixada na parte inferior do útero, o que poderia obstruir a passagem do bebê pelo canal vaginal na hora do parto.

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Inicialmente não me preocupei muito, pois assim como uma bexiga de aniversário expande, o útero também, e minha placenta poderia ir para o lugar certo. Mas, infelizmente não foi isso que aconteceu. Eu tive mais alguns sangramentos, resultando em algumas internações, até que com 30 semanas tive um sangramento tão intenso que os médicos decidiram me manter internada no hospital até o final da minha gestação. Conforme minha filha crescia, ela comprimia minha placenta, e isso estava causando os sangramentos. Por causa da Placenta Prévia (termo correto para essa condição), eu não poderia entrar em trabalho de parto, e teria que marcar uma cesariana com 37 semanas. Todos os meus planos estavam frustrados, toda minha preparação de nada adiantaria, eu teria uma cesariana! Me lembro como se fosse ontem, conversar com a Janet a respeito de tudo isso, e como ela foi essencial em todo esse processo. A pioneira em parto ativo e humanizado foi quem me fez entender que a cesariana poderia ser humanizada, cheia de amor e era, de fato, a única e melhor opção para mim e minha filha. E, finalmente, no dia 03 de Junho de 2013, após 9 sangramentos e 36 semanas de gestação (os sangramentos foram tão recorrentes que anteciparam em 1 semana o parto), eu entrei no centro cirúrgico de mãos dadas com meu marido. Ele ficou comigo o tempo todo, inclusive durante a aplicação da anestesia. Colocamos para tocar ao fundo uma música que havíamos escolhido. Toda equipe médica conversou conosco, abaixaram a cortina para eu e meu marido vermos nossa filha nascer, ela veio para o meu colo imediatamente. Amamentei na primeira hora de vida, e ela não saiu mais dos meus braços depois que nasceu. O seu primeiro banho foi em casa depois de dois dias de vida. Apesar dos sustos durante a gravidez, ela nasceu super saudável e nós tivemos alta no dia seguinte. Me fala se não foi uma cesariana com muito amor e muito humanizada? Dois anos depois eu descobri que estava grávida novamente. Havíamos voltado para o Brasil já a algum tempo, e não tínhamos plano de saúde. Eu estava bem tranquila quanto à isso, pois Deus já havia falado ao meu coração que Ele cuidaria de tudo. Comecei meu pré-natal no posto de saúde, que apesar de muito básico, me forneceu com tudo o que eu precisava como gestante (exames de sangue, urina, curva glicêmica, acompanhamento médico mensal).

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Acabei optando por pagar os ultra-sons, pois os pedidos pelo posto infelizmente demorariam mais que a gestação. Para minha alegria, tudo estava bem mais tranquilo durante essa segunda gestação, bebê desenvolvendo bem, placenta no lugar correto. Foi então, que mesmo depois de ter tido meu primeiro parto de cesariana, entendi que poderia ter minha segunda filha (sim, outra menina), de parto normal. Isso tem se tornado cada dia mais aceitável, diante de pesquisas e provas concretas de que é possível. No entanto, a divulgação e o apoio de muitos médicos ainda é limitado, principalmente aqui no Brasil. Desta vez não consegui fazer exercícios, ou qualquer outra coisa para me preparar para o parto, mas a convicção sobre os benefícios do parto normal me levaram a encontrar uma doula. A doula é uma profissional que tem como função dar apoio físico e emocional à mulher em trabalho de parto, proporcionando uma experiência positiva e reforçando o vínculo mãe/bebê. Esse tipo de apoio tem se tornado mais evidente no Brasil, principalmente nos estados do Sudeste, e também pode ser encontrado na Inglaterra. Com a doula conversei muito sobre o parto e os procedimentos que no Brasil são obrigatórios e que não me agradavam muito, como por exemplo o colírio de nitrato de prata que pingam nos olhos dos bebês com minutos de vida. Colírio este que serve como prevenção de conjuntivite gonocócica (bactéria que pode ser encontrada no canal vaginal, que pode levar o bebê a cegueira, baseada em casos de 1881 - Isso mesmo, Mil Oitocentos e Oitenta e Um), que no entanto pode causar conjuntivite química, que foi constatada em casos recentes. Meu plano era ir para um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS), onde havia uma sala de parto com banheiro privado, para utilização do chuveiro, bola de ginástica, “cavalinho” (aparelho de ajuda no trabalho de parto), cama apropriada, e um ambiente menos cirúrgico. Esta idéia de salas de parto apropriadas, apesar de ainda estarem muito distantes do que há na Inglaterra, tem sido mais desenvolvida no Brasil e hoje podem ser encontradas inclusive em alguns hospitais do SUS. Na madrugada do dia 20 de Novembro de 2015 minhas tão esperadas contrações começaram. Fui logo para debaixo do chuveiro, mentalizando meu tão sonhado parto normal e humanizado. As contrações foram evoluindo durante o dia e no final da tarde do mesmo dia, eu a doula e meu marido fomos para o hospital. Às 17h estava com 7cm de dilatação, e subi direto para a sala de parto, onde fiquei até às 20:21h, quando minha segunda filha nasceu de um lindo parto normal.

Um lindo parto normal que envolveu episiotomia média (corte na vagina), clavícula da bebê levemente fraturada, cordão cortado antes de parar de pulsar e colírio pingado nos olhos, apesar da minha insistência do contrário. Ela veio para os meus braços, mas teve que ir para a UTI por uma hora, por precaução, pois havia mecônio (fezes do bebê) quando estouraram minha bolsa, e isso pode acarretar em alguns problemas para o bebê, caso o bebê o aspire. E sim, minha bolsa foi estourada manualmente, apesar de eu não ter sido contra. E, infelizmente, demorou um pouco para eu poder amamentar, pois eu não havia feito teste de HIV no terceiro trimestre (a médica do posto não pediu), apenas no segundo, e eles precisaram repetir o teste no hospital para me permitir amamentar e o teste demorou a voltar do laboratório. Eu consegui que ninguém desse banho, eu mesma dei depois de dois dias, a contragosto das enfermeiras que me ameaçavam não me dar alta antes de dar banho na minha filha. Por fim, tive que ficar 3 noites no hospital, por conta das normas dos hospitais do SUS, que não liberam o bebê até que o teste do pezinho seja feito. Quando finalmente voltei para casa, fiquei me perguntando qual dos dois havia sido melhor. Afinal eu não havia optado por um vaginal birth after cesarean (VBAC) porque havia sofrido abusos na minha cesariana, como acontece com muitas mu-lheres, mas porque sabia que um parto normal é muito mais benéfico tanto para a mãe quanto para o bebê. Quis me convencer que o parto normal havia sido melhor, mas a verdade é que ambos foram lindos e especiais, pois ganhei dois presentes preciosos. Eles foram diferentes, em circunstâncias diferentes! E aceitar isso me fez ficar mais em paz! Minha cesariana aconteceu num lugar onde existe conscientização real sobre o parto e os cuidados necessários com toda a família, nesse momento de vida. No Brasil, onde tive o parto normal, a falta de informação tem levado muitas pessoas a optarem e/ou aceitarem a cesariana como única e melhor forma para o nascimento de seus filhos, sem analisarem os benefícios e malefícios de ambas formas de parto. Muitos dos procedimentos do meu parto normal demonstraram uma falta de preparo e cuidado com o momento tão especial na vida de uma família. No entanto, ainda assim, é minha opção para meu próximo parto (se isso for possível) pois hoje, mais do que nunca, entendo os benefícios de um parto normal. Acho que de tudo isso, o mais importante é lembrarmos que não precisamos ser contra a cesariana para ser a favor da humanização, ou vice e versa. Precisamos, sim, nos conscientizar mais a respeito do parto em geral, e fazer escolhas que respeitem a saúde das mães e a vida de nossos bebês!

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ENTREVISTA

Versão em Português

Doulas: suporte e informação THE FAMILY MAGAZINE

PRISCILLA FERREIRA, Doula e Holistic Practicioner

entrevistou

PRISCILLA FERREIRA

membro do doula uk

Holistic Practicioner 1. Cremos que sua profissão ainda é pouco conhecida entre nosso público. Conte-nos um pouco sobre o trabalho de uma Doula. Priscilla Ferreira: Eu acredito que a profissão Doula já não seja tão desconhecida, mas creio que as pessoas ainda se confundem. Parafraseando uma cliente: ‘doulas são mulheres que se preocupam em dar suporte à outras mulheres, genuinamente’. Nosso trabalho literalmente é dar suporte, sem impor ou julgar absolutamente nada. É tentar fazer com que mulher e casal se sintam seguros para tomar decisões informadas, baseadas em evidências. Nosso trabalho assegura, protege e educa. Sendo assim, o casal consegue fazer uso da informação.

ser humanizado desde que a mulher seja informada e respeitada. Um exemplo no caso de parto cesárea, seria o contato imediato da mãe com o bebê. O parto humanizado propicia o vínculo da mãe com o bebê mais rapidamente, facilita a amamentação, contribui para a redução de casos de depressão pós parto, entre outros benefícios. 5. Você poderia citar alguns motivos pelos quais os casais procuram ou devem procurar uma Doula? PF: As mulheres, os casais e até os homens procuram meu trabalho antes e depois do parto por vários motivos, por exemplo:

2. Qual a diferença entre Doula e Midwife? PF: Uma Midwife tem responsabilidades clínicas para com a saúde da mulher e do bebê, além do tradicional trabalho psicológico. A Midwife tem uma graduação acadêmica extensa. A preparação de uma Doula é quase toda baseada em auto-conhecimento e auto-desenvolvimento, além da pratica da inteligência emocional e social. 3. Qual a principal função da Doula? PF: Ouvir e uma das grandes funções da Doula, se não for a maior. Nós ouvimos sem a ambição de tentar solucionar os problemas ou medos. Porém através desta grande função de ouvir, nós conseguimos acessar algumas situações juntamente à mulher. Desta forma, construímos material para que ela encontre suas respostas em relação às suas escolhas e às opções disponíveis. Minha função é caminhar junto com o casal e dar suporte incondicional. É trabalhar para que tenham uma experiência humanizada, o que muitas vezes passa pelo conhecimento de protocolos e procedimentos médicos utilizados durante o trabalho de parto. 4. Como você definiria um parto humanizado? PF: Parto humanizado, na minha opinião, ocorre quando a mulher tem o poder de tomar suas próprias decisões, quando ela tem controle sobre o próprio parto. Quando suas opiniões e decisões são respeitadas, podendo este parto ser domiciliar, hospitalar ou cesárea. No parto humanizado, a equipe garante a segurança da mulher e do bebê, mas deixa a mulher ter o controle. Portanto, mesmo no caso de intervenções médicas, o parto pode

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Estão ansiosos, são pais de primeira viagem em busca de suporte, São imigrantes em busca de ajuda para entender o sistema britânico, São novos no país e não tem amigos ou família por perto para apoiá-los, Passaram por uma primeira experiência traumática, esperam ter um parto natural depois de ter tido uma cesárea, Precisam de ajuda para tomar decisões, buscam a figura de outra mulher neste processo, passaram por traumas como a perda de um bebê, um aborto ou sofreram abuso sexual, Receberam indicações de amigos que utilizaram o serviço de uma Doula.

Robert, Dani e Alice


INTERVIEW

English Version

Doulas: support and information THE FAMILY MAGAZINE

PRISCILLA FERREIRA, Doula and Holistic Practicioner

interviewed

member of doula uk

1. We believe that your profession is still little known among our public. Tell us a bit about the work of a Doula. PF: I believe that a Doula profession no longer unknown, but I believe people still get confused. To paraphrase a client: “Doulas are women who care about supporting other women, genuinely.” Our work is literally supportive, without imposing or judging absolutely nothing. It is trying to make the woman and the couple feel secure in make informed, evidence-based decisions. Our work ensures, protects and educates. Thus, the couple can make use of the information. 2. What is the difference between Doula and Midwife? PF: A Midwife has clinical responsibilities for the health of the woman and the baby, in addition to the traditional psychological work. A Midwife has an extensive academic degree. The preparation of a Doula is almost all about selfawareness and self-development, in addition to the practice of emotional and social intelligence.

5. Could you name some reasons why couples decide to look for a Doula? PF: Women, couples, and men seek my work before and after childbirth for various reasons, for example: they are anxious, they are first-time parents seeking support, they are immigrants seeking help to understand the `british system, they are new in the country and dont have family or friends to support them, they went through a first traumatic experience, they seek the figure of another woman in the process, they went through traumas like an abortion or have been sexually abused, they received referrals from friends who used a Doula.

To help Doula UK Acess Fund, which supports low income or vulnerable families during pregnancy, birth and beyond, please go to the link and donate: https://www.justgiving.com/crowdfunding/DOULAUK

3. What is Doula’s main function? PF: Listen and one of Doula’s greatest functions, if not the bigger one. We hear without the intention to solve the problems or fears. But through the great function of listening, we can access the issues in the woman. In this way, we build material so she can find the answers respective to her choices and the options available. My job is to walk with the couple and to give unconditional support. It is working for them to have a humanized experience, which often go through the knowledge of protocols and medical procedures used during labor. 4. How would you define a humanized birth? PF: Humanized delivery, in my opinion, occurs when a woman has the power to make her own decisions. When these opinions are respected, this delivery may be at home, hospital or cesarean section. In humanized childbirth, the team ensures the safety of the woman and the baby, but leaves the woman in control. Therefore, even without medical intervention, childbirth can be humanized, as long as the woman is informed and respected. An example in a case of cesarean, would be the immediate contact between mother and baby. An humanized delivery facilitates the attachment of the mother to the baby, facilitates breastfeeding, contributes to a reduction in cases of postpartum depression, among other benefits.

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HIGIENE BUCAL

Alterações bucais durante

GRACE MANICA Odontóloga

a gravidez S

er mãe é uma das maiores realizações na vida de uma mulher. E durante a gestação ocorrem alterações hormonais, físicas e emocionais no organismo feminino que afetam a saúde bucal e que tornam as gengivas mais sensíveis à placa bacteriana. Por isso, a importância de uma boa higienização dentária, pois as gestantes com gengivite podem estar mais propensas a partos prematuros ou terem bebês com menor peso ao nascer. Uma boa escovação, dieta adequada e um bom acompanhamento odontológico podem evitar estes problemas. Também é muito importante diminuir o consumo de alimentos doces substituindo-os por uma alimentação equilibrada com alimentos integrais, tais como: queijos, verduras e frutas frescas.

Condições comuns e o que fazer para diminuir os riscos durante a gravidez: * Gengivite: ocorre em 60% a 75% das gestantes. É o

acumulo de placa bacteriana que se deposita nos dentes irritando a gengiva. E os sintomas são gengivas avermelhadas, inflamadas e com sangramento. Esta placa bacteriana pode ser removida com escovação adequada e uso de fio dental e/ou escovas interproximais. No caso de uma gravidez planejada, o cuidado pré-natal é sempre extremamente importante visitando o dentista regularmente. A futura mãe deve passar por uma avaliação prévia para se informar quanto aos cuidados para prevenir problemas durante a gestação.

* Erosão do esmalte: são comuns no primeiro

trimestre. Os enjôos matinais são os principais sintomas da gravidez para algumas mulheres, e os vômitos deixam a boca mais ácida, o que pode prejudicar o esmalte dos dentes. Por isso, que é muito importante enxaguar a boca com água ou colutórios para manter a acidez sob controle.

* Boca seca: é muito importante beber quantidades abundantes de água para manter-se hidratada. Podese fazer uso de chicletes sem açúcar para aumentar a produção de saliva.

A fase da gestação é um período enriquecedor e único. E a gravidez, por si só, não provoca a gengivite, pois há grávidas que apresentam um excelente nível de higiene oral e passam todo o período gestacional de maneira tranquila. O importante é ter consciência da importãncia da higienização diária correta dos dentes e da boca, com o objetivo de garantir que a gravidez termine no parto de uma criança sadia sem prejuízo à saúde da mamãe. 36

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TURISMO EVANDRO P REZENDE Pastor e Professor, Graduado em História, Geografia e Teologia

CONHEÇA Jerusalém

Uma cidade de encantos

Vista panorâmica da cidade velha

J

erusalém reserva a cada visitante as surpresas que somente quem tem mais de 4 milênios de história, pode dar aos amantes da história, arqueologia, cultura, religião e culinária. Jerusalém é uma cidade que desnumbra e revela os seus segredos, que mistura o passado com a atualidade, em cada canto e esquina, levando o visitante a se encontrar em um mundo de mistérios e enigmas. Jerusalém sempre foi e será a cidade que nos atrai. JERUSALÉM A CIDADE DE DAVI Quando lemos a história narrada em I Crônicas 11.7: “E Davi habitou a fortaleza, pelo que se chamou a Cidade de Davi.” entendemos melhor como tudo começou. No Egito, existem manuscritos remotos de 1900 AC que aludem a essa cidade com o nome Jerusalém. Quando o Rei de Judá (Davi) desafia o seu exército a conquistar ela era somente uma pequena praça de comércio fortificada e encaixada nas montanhas da Judéia. Uma fortaleza cananita chamada Jebus, até ser tomada pelo exército de Davi. Os Jebuseus resistiram bravamente até serem vencidos, a história em II Samuel 5.7 diz: “Porém, Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi.” Jebus estava estrategicamente situada, pois se localizava sobre uma colina que é particularmente conhecida como Monte Ofel, que paralelamente está situada entre dois vales, citados na Bíblia, o Vale Kinom (Hinom) e Vale de Cedrom. Séculos mais tarde, Jerusalém foi destruída por volta do ano 586 por Nabucodonozor. Depois de um longo e doloroso período de exílio, o rei persa Ciro permitiu que os judeus regressassem para Jerusalém para reconstruírem o templo (Decreto de Ciro). JERUSALÉM ANTIGA CONTRASTA COM A ATUALIDADE Ao longo dos 4 mil anos de história, esta cidade sofreu invasões e foi destruídas várias vezes. E reconstruída. Os habitantes de Jerusalém construíram suas casas entrelaçadas às paredes amuralhadas que se alargaram à medida que a população crescia. Nos dias atuais, Jerusalém contrasta com o antigo e o novo. É uma cidade viva, com os seus cafés, restaurantes, suas comidas típicas e lojas. Com o desenvolvimento que se deu com a criação do Estado de Israel, muitas ruas foram fechadas para facilitar o tráfego dos pedestres, tanto no interior da cidade, como do lado de fora dos muros.

JERUSALÉM É ÚNICA Jerusalém é uma jóia cobiçada por conquistadores, vemos isto ao longo da história. Considerada sagrada pelas três maiores religiões monoteístas, ela reserva lugares sagrados e santuários, seja no interior da cidade como nos lados de fora das muralhas do século XVI. Lugares como o Duomo da Rocha, sagrado para os mulçumanos, onde dizem que foi dali que Maomé teria ascendido aos céus. Para os Judeus, o Monte Moriá, onde existia o Templo construído por Salomão, que também acredita-se que foi o local onde Abraão levou o seu filho para ser sacrificado. Hoje resta somente a parte do muro (Muro das Lamentações). No interior da cidade, existe a Igreja do Santo Sepulcro, construída por Helena, mãe do imperador Constantino. Segundo a tradição, foi ali que teria sido posto o corpo do Senhor Jesus. Também mais afastado do centro da cidade velha, encontramos o Túmulo do Jardim. Segundo a tradição evangélica, foi ali que o corpo do Senhor Jesus foi sepultado. Já do lado de fora, passando pelo vale de Cedrom, podemos avistar a Igreja da Agonia, também chamada de Igreja das Nações no Getsémani, considerado por muitos o local onde o Senhor Jesus fez sua última oração antes de ser traído por Judas Iscariotes. AOS AMANTES DAS CIÊNCIAS, JERUSALÉM RESERVA UM LOCAL ESPECIAL Quando visitamos a Universidade Hebraica, que se localiza na região do Monte Scopus (que quer dizer em hebraico “hatsofim” - observar, no grego) este é um dos poucos lugares de onde o Mar Morto e o Duomo da Rocha podem ser avistados. Conseqüentemente sempre foi visto em termos de importância militar, por causa da vista que lhe proporciona. Os romanos, quando chegaram em Jerusalém, acamparam no Monte Scopus para avistar toda a cidade. Os Cruzados também e o General Allenby usaram o local como campos militares. Com o fim do Holocausto, foi do Monte Scopus que chegaram a primeira grande leva de Judeus. Passear pelas vielas onde encontra o local da Via Dolorosa é uma experiência única. Jerusalém reserva aos seus visitantes a experiência de pisar e caminhar sobre a história. Quando caminhamos pelas ruas e vielas na parte velha de Jerusalém e a observamos do alto do Monte das Oliveiras, podemos entender por que todos os imperadores desejavam tê-la. Mas somente IAVÉ a possui eternamente.

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CUISINE

Participe da nossa coluna de culinária!

Bolo de Banana

Envie sugestão de receita para

receitas@cravoecanela.co.uk

A melhor receita vai receber um bolo delicioso da Cravo & Canela! A divulgação da receita vencedora se dará na edição de Maio de 2017.

ORLANDO BEHRENS Sócio Proprietário da Cravo & Canela

D

Ingredientes

urante a gravidez, bate sempre aquela vontade de fazer “gordices”: chocolates, docinhos, queijos e bolos fantásticos fazem parte do dia a dia de toda futura mamãe.

Pensando nisso, preparamos uma receita bem fácil de preparar e super gostosa de Bolo de Banana. Além de deliciosa, esta fruta faz bem para o coração e para a pressão arterial, e é também conhecida por ajudar a combater cãibras. Suas vitaminas auxiliam no desenvolvimento saudável do cérebro e do sistema nervoso do bebê. A banana contém potássio, que ajuda a baixar a pressão arterial. Ela possui cálcio, fibras, vitaminas A e C (ambas fonte energia), B1, B2, B6 e B12 – as quais acalmam o sistema nervoso; magnésio e ferro – que estimula a produção de hemoglobinas, ajudando quem sofre de anemia; possui ácido fólico – extremante importante durante a gravidez. O triptofanato encontrado na banana produz serotonina, que relaxa e deixa a pessoa bem-humorada, sendo uma fruta que ajuda pessoas que sofrem de depressão. A inulina, também encontrada nessa fruta tão versátil, é uma substancia que contém bactérias que ajudam na digestão. Reduz os efeitos da nicotina, ajuda a normalizar os batimentos cardíacos, ameniza as dores do estômago, combate o cansaço, prolonga a sensação de saciedade depois de comida e combate a insônia.

100g de manteiga sem sal 200g de açúcar 2 ovos 3 bananas nanicas maduras 330g farinha de trigo 5g de bicarbonato de sódio 14g de fermento químico em pó 3g de sal 2g de canela Rendimento aproximado: 15 porções Informação Nutricional – 100g de bolo contém: Energia 295Kcal, Gordura 11.9, Saturados 7.4g, Monoinsaturados 3g, Polyinsaturados 0.5g, Carbohidratos 46g, Açúcares Totais 23g, Proteina 3.9g, Fibra 1.5g

modo de preparo 1-Pré aqueça o forno a 180 graus. 2-Peneire a farinha de trigo, o fermento em pó, o bicarbonato, o sal e a canela e reserve. 3-Coloque na batedeira o açúcar e a manteiga, bata até virar um creme fofo e homogêneo. 4-Enquanto o açúcar e a manteiga estão na batedeira, amasse as bananas e reserve. 5-Adicione os ovos à mistura de manteiga e açúcar, um a um. Não se preocupe se a mistura não ficar totalmente uniforme e homogênea. Acrescente as bananas amassadas e retire da batedeira. 6-Junte aos poucos os ingredientes secos, misturando com cuidado para que não se formem bolhas de farinha na massa, NÃO BATA a massa, misture com movimentos circulares. 7-Coloque a massa em uma forma levemente untada e enfarinhada, com 20cm de diâmetro, leve ao forno preaquecido e asse por cerca de 45 minutos (o tempo de cocção irá variar dependendo da potência do seu forno). 8-Para ter certeza que o seu bolo está assado, coloque um palito de dentes no centro do bolo. O palito deverá sair limpo, sem massa grudada. É normal o palito parecer levemente “molhado” devido à manteiga usada na massa. 9-Retire o bolo assado do forno com cuidado e deixe-o descansar por 30 minutos antes de desenformar e servir. Tempo de Preparo: 1:30h (15 minutos de preparação, 45 minutos de cozimento, 30 minutos de descanso)

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ATUITA

R ENTREGA G

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£150.00

*T&C’S - ENTREGA GRATUITA PARA OS CÓDIGO POSTAIS SE19, SE21, SE27, SE15, SE20, SE22, SE23, SE24, SE25, SW2, SW16, BR3, CR4, CR7, CR9, SE15, SE5, SE6, SW4, SW9, SW12. ENTREGA GRATUITA VALIDA APENAS ENTRE 10:00 E 16:30 SEM OPÇÃO DE HORÁRIO MARCADO. ENTREGAS ENTRE 17:00 E 19:00 SERÃO COBRADAS. PROMOÇÃO VÁLIDA POR TEMPO LIMITADO. CRAVO & CANELA LTD RESERVA O DIREITO DE ALTERAR OU CANCELAR QUALQUER PROMOÇÃO SEM PRÉVIO AVISO.

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CULTURA

Cataratas de Kalandula na Província de Malanje - Angola

ANGOLA

PEDRO LUNGUELA CEO, Welwitschia Welfare Centre

Um povo, uma história

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cultura angolana é, por um lado, tributária das etnias que se constituíram no país há séculos, principalmente os Ovimbundu, Kimbundu, Bakongo, Tchokwe e Ovambo, todos grupos Bantu. Há uma pequena minoria de povos autóctones da região, não-Bantu, com destaque para os Kung (“Bosquimanos”), caçadores-coletores descendentes dos mais antigos habitantes desta região austral. Em consequência da colonização, existe também um pequeno número de Angolanos de origem européia. Por outro lado, Portugal esteve presente na região de Luanda e mais tarde também em Benguela a partir do séculos XVI, ocupando o território correspondente à Angola de hoje durante o século XIX e mantendo o controle da região até 1975. Esta presença redundou em fortes influências culturais, a começar pela introdução da Língua Portuguesa e do Cristianismo. Esta influência nota-se particularmente nas cidades, onde hoje vive mais de metade da população. No lento processo de formação uma sociedade abrangente e coesa em Angola, que continua até hoje, registam-se por tudo isto “ingredientes” culturais muito diversos, em constelações que variam de região para região. ANGOLA TEM UMA CARACTERÍSTICA CULTURAL PRÓPRIA, RESULTANTE DA SUA HISTÓRIA No meio rural angolano predomina uma cultura tradicional com suas práticas socializadoras tendentes à preservação da identidade. A socialização das crianças,

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em particular das meninas, faz-se no contexto da tradição, apoiada em ritos iniciáticos e fundada na discriminação da mulher cujo destino ficou traçado: ser dona de casa, esposa e mãe, cuja vida se sujeita às lógicas de dominação masculina. Com este texto, pretende-se problematizar a influência da tradição cultural na socialização comunitária no meio rural angolano, onde prevalece o preconceito da superioridade masculina, o qual condiciona a construção social do género, compreendida a partir das noções de “habitus” de Bourdieu, “hegemonia cultural” de Gramsci e “prisão psíquica” de Morgan. Neste contexto, a função social da mulher angolana rural restringe-se ao universo doméstico, sendo-lhe, portanto, negada a assunção da cidadania comunitária em condições de igualdade de direitos.

Línguas

A língua oficial de Angola é o Português. Além do Português, Angola possui outros idiomas regionais. As principais línguas nacionais são: Kikongo (Norte), Kimbundu (Norte Leste), Umbundu (Sul), Tchokwe e Nganguela (Sudoeste ).

O português é a língua oficial de Angola

Para além de outros dialetos, Angola possui mais de vinte línguas nacionais. Umbundo é a língua mais falada em Angola, principalmente na região centro-sul do país, sendo a língua materna de 26% dos Angolanos. O Kimbundu é a terceira língua nacional mais falada (20%) com particularidade na zona centro-norte (Luanda,

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Malanje e Kwanza Norte). Kikongo, falado no Norte (Uige e Zaire). Na província de Cabinda fala-se o Fiote ou Ibinda. O Tchokwe é a língua do Leste. Cuanhama, Nhaneca e Mbunda são outras línguas do grupo koisan, faladas pelos san, tambem chamados bosquimanos.

Planeamento Familiar

Em Angola o planeamento familiar é um método que já tem alguma aderência, apesar de existirem alguns tabus por parte de algumas pessoas, por falta de informações. Porém, o governo Angolano continua a divulgar informações necessárias através dos técnicos de saúde em todo território nacional. A divulgação do planejamento familiar no seio da população desempenham um papel importante na redução de mortes maternas.

Grupo de Danças Típicas

Carnaval O Carnaval em Angola realiza-se todos anos no mês de Fevereiro e o palco principal e histórico é a avenida da marginal de Luanda. Várious grupos carnavalescos desfilam nas principais cidades de Angola.

Música e Dança

A música ja é bastante conhecida e ritmos como o Kizomba (o mais popular), semba, rebita, zouk e kuduro, além de outras danças tradicionais.

Festas Típicas Angolanas

Festa da Nossa Senhora da Muxima (Maman Muxima) O Santuário da Muxima está localizado no município da Kissama, província de Luanda. Todos os anos realiza-se esta festa e este lugar recebe milhares de fiéis.

Festas do Mar Festas do Mar: Estas festas tradicionais desig- nadas Festas do Mar tem lugar na cidade do Namibe. Estas festas provém de antiga tradição com caráter cultural, recreativo e desportivo. Realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições de produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e agro-pecuária.

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Referências: Eugénio Alves da Silva, « Tradição e identidade de género em Angola: ser mulher no mundo rural », Revista Angolana de Sociologia, www. Info-angola.ao

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REFLEXÃO

GESTANDO

Os propósitos de Deus

FÁBIO RODRIGUES

Economista, Pastor da CEIZS Londres Uma das passagens mais conhecidas do Novo Testamento – e por que não dizer de toda a Bíblia – é, sem dúvida, o texto conhecido como “A Anunciação”. É o momento, conforme descrito no Evangelho de Lucas, em que o anjo Gabriel visita Maria para anunciar a ela que Deus a havia escolhido e a estava chamando para ser aquela que iria conceber em seu ventre o Filho de Deus.

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ssa passagem, muito rica em seus detalhes, nos mostra alguns princípios tremendamente importantes e valiosos sobre como Deus estabelece os Seus propósitos para as nossas vidas e qual deve ser o nosso comportamento diante do Seu chamado. Deus já havia operado um enorme milagre na vida do sacer- dote Zacarias e sua mulher Izabel, prima de Maria. “Eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.” (Lc 1: 6-7) Deus já estava, com isso, executando todos os preparativos para o cumprimento da maior e mais aguardada de todas as profecias contidas no Antigo Testamento: a vinda do Messias, o Redentor de Sião, cujo nome seria chamado “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6b): Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria”. (Lc 1: 26-27) Esse trecho nos mostra Deus agindo de maneira bem específica, em diferentes dimensões: Temporal: “no sexto mês” significa dizer que foi no tempo determinado; no momento certo de Deus. Era o sexto mês de gravidez de Izabel. Deus reserva sempre o tempo certo para realizar os Seus Propósitos e cumprir os Seus Chamados. Deus não faz nada de qualquer maneira. Espacial: “uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré”. Não em qualquer lugar, ou num lugar desconhecido. Deus age em nossas vidas de maneira bem específica, inclusive do ponto de vista espacial, a fim de que a Sua Palavra se sumpra em nossas vidas em seus mínimos detalhes. Ele havia escolhido a cidade de Nazaré “... para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno” (Mt 2:23b).

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Social: “uma virgem desposada com um homem”. Maria era uma moça literalmente aliançada. Não apenas com seu noivo, mas também com os princípios daquela sociedade e, principalmente, com os princípios de Deus. Ela tinha o estereótipo perfeito para aquilo que Deus estava para realizar. “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”. (Is 7:14) Histórico-familiar: “José, da casa de Davi”. Deus já havia declarado ao Rei Davi que de sua linhagem viria aquele que seria o Eterno Rei de Israel. “E há de ser que, quando forem cumpridos os teus dias, para ires a teus pais, suscitarei a tua descendência depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino. Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu trono para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e a minha benignidade não retirarei dele, como a tirei daquele que foi antes de ti. Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será firme para sempre” (ICr 17: 11-14). Por isso, o homem que seria reconhecido entre os seus contemporâneos como o pai de Jesus, era descendente de Davi. Individual: “e o nome da virgem era Maria”. Deus conhece a cada um de nós pelo nosso nome. Conforme escrito por Davi (Salmo 139), Ele nos sonda e nos conhece. Sabe o nosso assentar e o nosso levantar. De longe, entende o nosso pensamento. Cerca o nosso andar e o nosso deitar; e conhece todos os nossos caminhos. o ponto mais importante de todo propósito divino No final das contas, somos nós, indivíduos humanos, o ponto mais importante de todo propósito divino. “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.” (Lc 1:28). O povo de Israel vinha passando por um período de extrema dificuldade política, social e econômica. Estavam sendo muito oprimidos emocionalmente pelo pesado jugo do autoritarismo romano exercido sobre aquela nação. Maria fazia parte desse cenário histórico vivido pelo povo judeu e é nesse exato momento que Senhor envia o seu anjo até ela. Gabriel sabia que Maria havia recebido o Favor de Deus. Por isso, ao saudá-la, ele lhe diz: “alegra-te, muito favorecida”. Os propósitos de Deus sobre as nossas vidas nos trazem alegria pela Sua presença e pela manifestação do Seu poder. Ainda que nos sobrevenham momentos de luta e dificuldade, nós devemos nos animar e nos alegrar pela certeza do Seu Favor. Como nos disse Jesus: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16:33b). “Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação” (Lc 1:29). Quando nós paramos para pensar em como as promessas de Deus irão se cumprir, nós ficamos perturbados em nosso espírito. Isso acontece porque os nossos pensamentos só vão até onde o conhecimento humano consegue levá-los. “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça

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diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc 1:30-33). Gabriel notou que havia temor no coração de Maria. Por isso ele diz “não temas”. É comum temermos aquilo que ainda não conhecemos e/ou que ainda não conseguimos enchergar. Mas a graça de Deus nos enche de coragem e intrepidez para realizarmos a Sua Obra e alcançarmos os Seus objetivos. gestando os propósitos de Deus O que o anjo está dizendo a Maria é que existe um grande propósito de Deus para a humanidade e que ela faz parte desse propósito. Algo grandioso está para acontecer. A Salvação está para chegar. Cabe a ela, agora, gestar esse propósito em seu ventre até que ele se torne visível para toda a humanidade. Essa gestação, de uma forma geral, representa carregarmos o propósito de Deus em nosso íntimo, crendo que ele é vivo e que nós podemos e devemos alimentá-lo e vê-lo crescer até o momento de ele se cumprir. “Então, disse Maria ao anjo: Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (Lc 1:34) Muitas vezes não entendemos até a mensagem mais clara vinda de Deus para as nossas vidas, pela nossa limitação como seres humanos. O visível e o invisível No fundo, tentamos entender o que é invisível pelo que é visível e explicar o espiritual de uma forma completamente natural. “Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente Santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1:35). Toda Obra de Deus se realiza através da manifestação do poder e da cobertura do Espírito Santo de Deus. Dessa forma, há a certeza de que tudo o que se cumpre provém de Deus. Deus tem algo grande para realizar através de nós. E como se fará isso? Através da manifestação, da cobertura e do poder do Espírito Santo de Deus em nossas vidas. “E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho em sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1:36-37). Todo sinal da manifestação do Poder de Deus serve para testemunho, fortalecimento, encorajamento, ânimo e fé.

Há duas formas de se viver a vida: Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.” Testemunhando os milagres de Deus O testemunho dos milagres que Deus opera em nossa vida encoraja a outros, assim como os testemunhos de nossos irmãos encorajam a nós. Por isso, o anjo testemunha da gravidez de Izabel para Maria. Nós também precisamos dar a todos o testemunho das bênçãos do Senhor sobre as nossas vidas. Nós somos chamados diariamente para testemunhar ao mundo o poder que há no nome de Jesus Cristo. Como Ele disse a Saulo: “Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto: para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda” (At 26:16). “Então disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela” (Lc 1:38). Deus quer nos usar; nos abençoar. E, através de nós, abençoar a muitos. Mas Ele requer de nós uma resposta. Uma posição. Maria, a princípio, não entendeu o que o anjo havia lhe falado. Perturbou-se. Temeu. Pediu explicações com maiores detalhes. Foi necessário que o anjo Gabriel testemunhasse daquela que estava bem próximo dela, sua prima Izabel, para que ela entendesse bem o que estava por acontecer. Mas por fim, ela disse SIM a Deus. O dia chamado hoje Hoje é o dia de você compreender que há um grande propósito de Deus para a sua vida. Creia nessa palavra, diga SIM para Jesus e começe a gestar, em seu interior, as grandes realizações do Senhor para este ano de 2017.

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