Ilustra in Versus #1

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Prefácio (de uma página só) Ilustra In Versus nasce de duas paixões: a poesia e aquilo que chamamos de céu, quando olhamos por sobre as nossas cabeças nas noites sem nuvens. A contemplação do espaço qual estamos a deriva num globo feito de terra, água e ar “comprimido”, sempre, desde criança, me deixava abismado, e tantas mais descobertas a respeito da imensidão durante a minha transição da infância para a idade adulta a qual me encontro. É a fascinação, não há outra palavra que pudesse definir, que me levou a compor este zine. Nunca havia me debruçado em versos a respeito do universo dos astros antes. A experiência do ato foi muito mais que prazerosa. Pretendo repetir a dose uma outra vez. J. Herz



Eu mergulho no universo Dos olhos de Beatriz Ela me diz que são os astros Que nos governam Ela deve ter razão Ela pode ter razão Somos todos dependentes Não somos? O que seríamos de nós sem o sol? O que seria de mim sem o girassol Da cor do teu cabelo, Beatriz? O que seríamos de nós sem a lua O que seria de mim sem a procura De dentro de ti me aninhar? Veja então que a dependência é constante Entre humanos e humanos, Astros e coisas Há dependência no equilíbrio Do universo caótico Sem escolha



Gostaria de ser uma deidade E viajar pelo tempo A contemplar tudo que há E que na minha condição lamentável, mortal Não me permite divagar

Eu não sei dizer Nada por dizer Então eu digo mesmo assim Porque insisto em expressar O tanto quanto que olhar para as estrelas me encanta



Circulo Circular Tudo se movimenta como um circulo Num girar Rodopiar No próprio eixo Rodopiar estando em volta Circulo Circular A terra é circulo Há quem diga que é plana



Ameaçado eu me senti pelo céu Ao contemplar o céu Que imponente me ameaçou Eu tremi A imensidão E para mim somente a insignificância A grandeza dos sóis Daquela nebulosa A grandeza desse meu céu qualquer Terrestre Me deixou atordoado Abismado que caí No abismo de minha mente E quase enlouqueci Insignificante sou Insignificante aqui morri



Relativo a tudo o tempo é? O tempo é humano ou factual? Relativo a tudo o tempo é? A linguagem é humana? Ela é universal? Com que fita métrica se mede o tempo? Com que tempo se gasta que não sabemos? Quanto tempo passa quando morremos? Isso não saberemos Não saberemos



Há um universo lá fora Outro aqui em minha cabeça Em cada canto um mundo Encanto, o canto, por natureza A nave se despedaçou No choque com a atmosfera A missão falhou Seguimos sem saber o desconhecido Seguimos sem saber o desconhecido Nos ocupamos a especular Verdade absoluta? Me nego Nem o tempo e o espaço se mantém regular


J. Herz (Herz é Coração em alemão) é pseudônimo de um estudante de Ciências Sociais amante da poesia presente na magnitude do universo. Tem 23 anos e desenha desde que teve um lápis e um papel nas mãos, a poesia lhe tocou na adolescência e a relação permanece forte até os dias atuais. Sempre que tiver a chance estará fazendo zines e mais zines e espalhando por aí. Todos os textos e desenhos são de autoria de J. Herz Contato: Instagram @thiago.jonas.9



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