Nua e Crua #3

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Textos: Thiago Jonas

Das mulheres que encontrei em minha vida Queria as paix천es perdidas Ou nunca tidas ...


Há Droga Há droga em mim Em minh’alma Em meu corpo Há droga em mim E por isso estou disposto A sofrer A chorar Há droga em mim E eu sinto que corre Virei tudo num gole Até não mais sobrar Há droga em mim E até que eu suporte Eu escrevo em estrofes Essa droga Que é te amar


Ao Senhor Tempo Vendo que meu sentimento dos olhos Vão de encontro aos olhos Daquela menina Vendo que, de verdade O certo é que não sei Como chegar Mas que sair, eu sei muito bem Vendo... Vendo a alma para o tempo Toda hora em que me perco No desejo de olhar pra ela O tempo se remonta Depois de desmanchado Mas não permite, ao pobre homem infeliz que sou Reclamar mais umas horas Enquanto isso, ela se vai Sozinha ou muito bem acompanhada E eu, pobre infeliz que sou Mais uma vez aqui fico Abismado e desesperado com esse tempo Que só me leva e falta Mas nunca deixa sobrar


Melancolia O toque da m達o fria Gelada morbidez Desejosa agonia Que traz inquietez E me mata Mesmo ainda em vida Sou eu um morto que caminha Com minha amada Melancolia


Alva Para a maluca da Sara.

Fico sentado como um bom moço Bom boço que aparento ser Te olho Te vejo Te vejo os olhos que é mansidão da noite Te vejo o rosto alvo Calmo, que me dá paz Te vejo e ouço, quando posso Tua voz serena Já te disse que tu és poesia A poesia palpável Sensível ao toque Mas, que mesmo assim É intangível Ininteligível O complexo da tua alma É um universo Que gira constante Mais feroz que dias de tempestade Mas que não externa É tão interna Intrínseca do teu ser E mesmo caos Assim, é belo É tão sincero Que quero ter


Fardo Carrego um fardo no peito De mais de mil quilos São todos mais de mil sentimentos Que carrego em meu peito aflito Pois a menina que eu quero De tão certo, sei que não me quer E por pior, bem mais que isso De outro, ela já é mulher E eu, pobre homem que sou Continuo em minha agonia De sofrer eterno um amor Que aumenta, mas não alivia


O covarde Algo que te toma De surto Te afoga Doma Num susto O que 辿 resistir Quando n達o se pode fazer? Sendo-se preso sem cordas ou correntes Mas sendo preso, mesmo assim Confuso fica tudo ao redor E no interior do interior do eu Sentiu-se inferior Por n達o ser tudo aquilo que n達o era Pensou em ligar os pontos E ver que desenho formaria Mas, no fundo, nunca teve coragem E em mais uma viagem Fugiu por covardia


O meu nada Ser tomado por ela Por tudo que ela faz Tudo que ela tem pra me dar Ela tem me dado sorrisos constantes E eu tenho ficado feliz Por ter tido tudo isso É tanta coisa que eu queria ter Mas nem mesmo um pouco dela teria pra mim Não faço o tipo saciável com pouco Quero logo de muito O ser De muito Ter Então, por muito que quero Me perco em mim mesmo Termino quase sempre com nada Só com a fome E o medo


Perdas Tenho me perdido Por me prender a tudo Que não deveria me prender Fico vago no tempo Escuro Parecendo estar de luto Por mim mesmo, ao morrer Quando pensei que em teus olhos teria vida Da tua boca me veio sentença de morte Tombei de bruços na agonia De me encontrar à falta de sorte E enquanto escrevo Esses vagos versos Eu penso em ti, a alva do dia Que não me amou Estando eu disperso E em pensamento, entristecia


Canto da dor Morte agoniada A passos rápidos Garganta inflamada Por tanto chorar Soluçar Amargo o gosto Do ar Amargo o peso O olhar Sombrio Que se tornou Vazio o lugar Onde o espírito habitava Lá houve felicidade Mas a ocasionalidade A fez debandar Agora corre Percorre em agonia Escrevendo poesias Para a dor Eternizar


Do amor I Não te trará calma Isso roubará À noite, de madrugada O sono levará Tu morrerás Diversas vezes Diversas vezes Morrerás Agonizando Em pesadelos De morte em vida Viverás E o que carregas Em teu peito Desalegria Que suportas O pobre gosto Do receio De que pra ti Lhe vire as costas


Do amor II Amor é dor Que entristece Mas que, às vezes Traz alegria É puro engano De tantas vezes Só disfarçando Melancolia O amor é belo Só por doer E por doer Me enlouquece De tanta dor Eu passo a crer Que bem melhor É quem se esquece De sofrer De amar


Ando sem assunto Pra falar com você Ando sem assunto Já não sei o que dizer ...

Thiago Jonas É um idealista em quase tudo, mas com um pé na realidade. Escreve versos para aliviar as dores e por consequência se aliou a arte de fazer fanzines. Desenha (muito mal), compõe algumas canções clichês e canta. 21 anos, potiguar e estudante do melhor curso do mundo – Ciências Sociais – na UFRN.


Nua e Crua Nº3 Abr/2016 Edição e diagramação: Thiago Jonas E-mail: tjbass2013@gmail.com Curta: https://facebook.com/coletivocaotica/ https://facebook.com/Poesia-Caótica Acesse: https://coletivocaotica.blogspot.com


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