T45 - Julho & Agosto

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DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS

BRUNO MINEIRO Administrador da Twintex

“SOMOS UMA INCUBADORA DE IDEIAS NOVAS” FOTO: RUI APOLINÁRIO

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EMPRESAS

CONFEÇÕES LANÇA ESTÃO A CRESCER A UM RITMO DE 30% P 16

EMERGENTE

CAROLINE É UMA DESIGNER-CIENTISTA COM MUITO INSTINTO P 33

PERGUNTA DO MÊS

QUE HÁ DE NOVO NA MODA DE VERÃO DESTE ANO? P4E5

MARCAS

DECÉNIO SELECIONADA PARA VESTIR A COMITIVA OLÍMPICA P 18

DOIS CAFÉS E A CONTA

ORQUÍDEA SILVA, A MULHER DOS SETE INSTRUMENTOS P6

CRESCIMENTO

LIPACO QUER DUPLICAR A FATURAÇÂO EM QUATRO ANOS P 10


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quality impact arquitetura e soluções de espaços

Rua do Cruzeiro, 170 R/C | 4620-404 Nespereira - Lousada T. 255 815 384 / 385 | F. 255 815 386 | E. geral@qualityimpact.pt


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"Um bom amigo, um defensor da indústria, que deu tudo o que tinha. É um exemplo de força e de saber" Paulo Melo Presidente da ATP

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> IN MEMORIAM

PAULO NUNES DE ALMEIDA 1959-2019

"Uma excelente pessoa, um excelente profissional, que muita falta vai fazer, e ainda tinha tanto para dar" Paulo Vaz Diretor-Geral da ATP

"Um homem de causas, tão característico como a cidade do Porto que tanto amava: sempre invencível, sempre leal, sempre sincero"

O homem de todos os consensos

António Saraiva Presidente da CIP

"Perco um amigo, pois tive a grande honra e grato prazer de contar com o seu conselho sensato e próximo" Pedro Siza-Vieira Ministro Adjunto e da Economia

"Relembro a claridade da sua personalidade, o seu empenho como promotor de inovação e defensor da qualificação de pessoas e instituições" Vieira da Silva Ministro do trabalho, Solidariedade e Seg. Social

MORREU “O HOMEM”! António de Souza-Cardoso Presidente da Agavi

Precocemente desaparecido, Paulo Nunes de Almeida – presidente da Associação Empresarial de Portugal e primeiro responsável pela ATP à data da sua criação por via da fusão entre APT e APIM – é unanimemente considerado um homem que procurou sempre os consensos como caminho para o desenvolvimento. Cordato, elegante e contido, qualidades a que acrescentava a tenacidade das suas fortes convicções, foi fundamental para o renascimento do têxtil e do vestuário nacionais quando ficou claro que o impacto conjugado da liberalização do comércio mundial com a entrada da China na OMC iria colocar enormes dificuldades ao setor. Na altura envolvido por razões profissionais no setor, foi incontornável na transformação dessas dificuldades num caminho que sabia – como o futuro veio confirmar – poder ser de regresso ao sucesso da indústria. Quando tentou replicar a receita desse sucesso para a generalidade da atividade económica – assumindo a vice-presidência da AEP na direção liderada por José António Barros – deparou-se com uma envolvente em que questiúnculas menores e egos excessivos marcavam o dia-a-dia do associativismo empresarial.

Uso, sem medo de comparações, a frase de Isabel, a Católica, quando foi conhecida a morte de Dom João II, para homenagear o grande Amigo, o notável Empreendedor e o inigualável Dirigente Associativo que foi o Paulo Nunes de Almeida. Conheci o Paulo há quase 30 anos quando me entrevistou para o que seria o meu primeiro emprego na área associativa, como Director Geral da ANJE, de que o Paulo foi um dos principais impulsionadores. Tive o imenso privilégio de o acompanhar proximamente desde então. Em muitos projetos, em muitas cumplicidades, em muitas lutas por aquilo em que acreditávamos, em tantas horas de trabalho no sonho de construir e fazer cumprir um Portugal melhor. Do Paulo, como provavelmente de mais nenhuma das muitas brilhantes pessoas com que lidei no mundo das Empresas e do

Foi tempo de regressar aos consensos, que Nunes de Almeida voltou a conseguir, o que lhe permitiu enfrentar o desafio seguinte: o das dificuldades financeiras da própria AEP. Enquanto outros abandonavam a associação à sua iminente insolvência, o gestor assumiu essa sua outra faceta: geriu – e salvou a AEP, recuperando-a financeiramente, colocando-a novamente na rota dos empresários e dando-lhe novo relevo enquanto agente económico. A própria forma como enfrentou durante nove longos anos a doença que acabaria por o vitimar, não deixa dúvidas sobre a tenacidade da sua personalidade: sem encobrimentos mas principalmente nunca solicitando escusa pelo sofrimento, esteve sempre onde era necessário, quando era necessário, até ao limite do necessário. Ficou isso bem evidente quando, em maio, a AEP comemorou 170 anos: visivelmente enfraquecido, Paulo Nunes de Almeida foi imagem de integridade, que culminou com a condecoração com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito Empresarial, recebida das mãos do PR, Marcelo Rebelo de Sousa. O Estado furtou-se assim ao que seria intolerável: a falta de reconhecimento em vida do muito que Nunes de Almeida conseguiu. Resta agora prestar-lhe tributo póstumo. t

Movimento Associativo, recebi as maiores e melhores lições de rigor, de lealdade, de determinação, de resiliência, de coragem, de inteligência, de tenacidade e de integridade. Claro que, de tudo o que mais me tocou neste momento emotivo foi a amizade generosa e farta com que sempre me distinguiu: atenta, carinhosa e sempre acompanhada de um sentido de humor que, às vezes, só os mais próximos entendiam, pela fugaz marotice que lhe aparecia nos olhos e de onde rapidamente retornava à postura elegante. Tive a sorte e a honra de assistir à entrega pelo actual PR, no 170o aniversário da AEP, da Grã Cruz da Ordem de Mérito Empresarial, a mais alta e, no caso do Paulo, a mais justa distinção que o Estado pode proporcionar a alguém que dedicou o melhor de si ao tecido empresarial e associativo português. Aceitou com prontidão fundar comigo a

AGAVI e nela ter permanecido como seu Presidente da Assembleia Geral. Na sua última 5ª feira, num estado já muito debilitado, insistiu em presidir às últimas AG desta associação que tanto lhe deve e à qual nada recusou. Estou seguro, que a forma como enfrentou a doença que teve constituiu a lição mais impressiva, de coragem, determinação, valentia, optimismo e perseverança que alguma vez testemunharei. Na celebração da vida como na confrontação da morte, o Paulo deu-me um exemplo tão sublime e tão inspirador que não mais deixarei que se apague da minha memória, ou se afaste do meu coração. E é em nome da AGAVI esta homenagem tão agradecida que fazemos ao nosso Presidente da Assembleia Geral e ao maior Senhor do Associativismo Empresarial em Portugal e a vénia maior ao novo “Homem” do século XXI, cujo exemplo não morrerá jamais! t


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n PERGUNTA DO MÊS Por: António Freitas de Sousa

QUE HÁ DE NOVO ESTE ANO NA MODA DE VERÃO? Por muito que mudem padrões, cores, motivos e soluções, a indústria e o design de moda para a praia segue o itinerário da generalidade do setor: inovação e qualidade, acrescentados de um cuidado especial no pormenor e de uma fixação no bom gosto. Não podia ser de outra forma, até porque neste segmento particular há vários exemplos de empresas que estão a explorar a capacidade de criar marcas e a seguir as rotas da internacionalização.


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FÁTIMA LOPES

KITESS

CAIA

BOW

MORETEXTILE

Desenhou triquinis superfemininos, pensados para valorizar a silhueta. Também uma linha de túnicas em seda transparente, muito finas, para pôr por cima dos fatos de banho.

O fato de banho continua em grande. Em termos de padrões, as bolas regressaram e tiraram espaço às riscas, assim como estão presentes os padrões tropicais com frutos e folhagens e as cores fortes.

Mais fatos de banho mas um pouco mais confortáveis. A cintura subida é uma das tendências, em termos de cor o ano é marcado pelo terracota, que substitui claramente o preto, e está a ser um best seller.

Baseou-se nos tons pastel, frutas e flores, presentes na marca desde o início. Os padrões são tanto para o homem como para a mulher. Também tem chapéus e toalhas de criança com capuz e toalhas de praia.

Toalhas mais leves e multifuncionais. Servem também como pareo, que as senhoras usam muito quando saem da praia, ou até para almofada, e têm bolsos para guardar as coisas mais pessoais.

FÁTIMA LOPES

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regresso à praia e aos lugares que lhe estão associados são só por si um negócio dentro do negócio do têxtil. Normalmente ocupado por empresas de nicho, este segmento ganhou vida própria e tem vindo a desenvolver-se dentro do mesmo figurino que as suas congéneres mais generalistas: mercado interno em primeiro lugar, internacionalização das marcas depois e uma aposta determinada na participação em feiras e eventos transnacionais como forma de consolidar a marca. Ao observar-se o nicho de mercado, é possível constatar que, apesar de um ambiente de forte concorrência, o segmento assume uma assinalável capacidade de gerar valor-acrescentado – ao mesmo tempo que produz moda. É, por outro lado, um nicho que, ao contrário de outros, permite uma interpenetração vantajosa com outros setores, como sejam a marroquinaria, acessórios e o calçado, entre outros. Não sendo o mais polivalente dos nichos de mercado – principalmente no que tem a ver com as soluções para homem – será natural que alguns aspetos que marcam todos os anos a moda para a praia se vão repetindo ou que sazonalmente regressem às

KITESS

páginas dos figurinos. Mas esta caraterística tem ao menos a ‘bondade’ de trazer o design para o topo do sistema. Uma viagem por algumas das principais marcas do design para a praia permite dar pistas para o que devem os homens e as mulheres (e as crianças) vestir este ano, quando estão apenas a poucos centímetros quadrados de ficarem nus! A estilista Fátima Lopes apresentou para este ano “uma coleção muito completa, desde a praia, linha de banho, a uma malinha de executiva super-elegante (cada vez mais as executivas precisam de peças femininas). O que desenhei para este ano foram triquinis superfemininos, pensados para valorizar a silhueta – porque é muito mais elegante que o biquini ou que o fato de banho, porque é um misto das duas”. Para Fátima Lopes, os triquinis têm “várias misturas de cores, cores muito fortes, brinquei com o vermelho e branco, o azul Klein e o branco e com o preto, o amarelo vivo. As cores mais fortes são as mais adequadas ao verão – foi uma linha de vários modelos diferentes, mas a tendência são os triquinis". E quando a mulher vai ao bar de praia, chega o triquini? Nem pensar: “desenhei uma linha de túnicas em seda transparente, muito finas, para pôr por cima

CAIA

dos fatos de banho, que ficam super-elegantes; não esconde o fato de banho, realça-o, mas a mulher não se sente desconfortável. Não valoriza nada, valoriza tudo”. Fátima Lopes investiu também numa linha de sandálias para a praia, igualmente com cores fortes, “mas onde se encontram os tons pastel”. “Há anos que não desenho linhas de toalhas”, refere a designer, para concluir que pode sempre voltar a fazê-lo. Talvez para o ano. Para Inês Rodrigues Pereira, da Kitess, “o fato de banho continua em grande, continua a ser uma das tendências. Em termos de padrões, as bolas regressaram e tiraram espaço às riscas, assim como estão presentes os padrões tropicais, desde folhagens com frutos, frutos sozinhos, folhagens sozinhas. E cores fortes”. Mas a designer também dá margem para o triquini: “não é só este ano que está na moda, mas confesso que, por uma questão do corpo da mulher, diria que o fato de banho continua a ganhar ao triquini”. Quanto à ida ao bar ao lado da praia, “a tendência é o camiseiro, sem dúvida nenhuma”. Para Inês Fortunato, da Caia, “este ano a mulher está à procura de mais fatos de banho mas um pouco mais confortáveis: a cintura subida é uma das tendências deste ano. Em termos de

BOW

cor, o ano é marcado pelo terracota, que está a ser um bestseller e que substitui claramente o preto. Há também estampados, mas este ano mais discretos. Claro que o tropical e os padrões típicos do verão acabam sempre por não passar de moda, há quem os procure sempre, mas este ano a tendência é para cores mais básicas e padrões mais lisos”. A Caia tem também acessórios de praia, nomeadamente almofadas: “a nossa marca nasceu com as almofadas e temos vindo a aumentar a gama de produtos, nomeadamente temos umas mochilas térmicas, as novas lancheiras de praia e este ano lançámos uma linha de criança. As pessoas gostam de ir com os bens essenciais: a almofada tem um acrescento de conforto e pode ‘jogar’ com as mochilas (que se levam aos ombros) – e que se vendem a partir de 45 euros (a mais pequena)”. A Bow, segundo Marta Vilar, “baseou-se nos tons pastel, que estão muito na moda, frutas e flores, que para mim estão sempre na moda – e que na minha marca estão presentes desde o início – e peças com bom corte mas cada vez mais simples. E os padrões servem tanto para o homem como para a mulher. Fazemos também chapéus de criança, toalhas de criança com capuz e toalhas de praia”, onde os padrões que a Bow usa nos fatos de banho se repetem.

MORETEXTILE

Vários designers – Marta Fonseca (Latitid) e Eliott Silhol (Vaguedivague) foram dois deles – recordaram que já estão, enquanto autores de produto, “a trabalhar na estação do verão do próximo ano, o deste ano já é passado”, mas uma ‘espreitadela’ nos sites que servem de montra às suas coleções permite inferir que a ‘receita’ não se altera em substância e que verão, até ao seu defeso, já tem o desenhor programado. Regressando à indústria hard, Artur Soutinho, da Moretextile, explicou que “produzimos toalhas e a tendência é sempre a oferecer produtos mais leves, em vez da toalha tradicional, muito pesada, e multifuncionais, que servem como toalha propriamente dita ou como o chamado pareo, que as senhoras usam muito quando saem da praia, ou até para almofada, para guardar as coisas mais pessoais – têm bolsos”. Vestindo o papel de gestor de produto, o administrador da empresa disse ainda que “temos desenvolvido, com estas caraterísticas, toalhas familiares, gigantes, que convidam uma família, um grupo de amigos, a usar a mesma toalha. O interessante é que é, no entanto, uma toalha leve, tendo sempre um saco, desenhado para cada padrão das toalhas, que serve para outras funções”. t


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A DOIS CAFÉS & A CONTA Cantina 32

Rua das Flores, 32 4050-262 Porto

Entradas Manteiga de banana com flor de sal, azeitona e pão Pratos Tataki de atum com sementes de sésamo, Mozzarella DOP com creme frio de tomate, azeite e manjericão, Portobelo com queijo de cabra caramelizado, barriga fumada e compota de pimenta Bebidas Dois copos de Alvarinho (Quinta de Santiago) e um café

ORQUÍDEA SILVA

A mais nova dos três filhos do casamento entre uma costureira e um carpinteiro da Póvoa de Varzim, emigrados na África do Sul, nasceu em Joanesburgo onde viveu até aos 27 anos. No final do secundário, contra a vontade do pai, arranjou emprego numa agência de publicidade, mas não arrumou os livros na gaveta – fez, à noite, o curso de Small Business Management, na University of the Witwatersrand. De dia, ganhava a vida e experiência prática numa série de disciplinas que lhe viriam a ser de inestimável utilidade - foi comercial, media buyer, relações públicas e tratou da imagem dos clientes. Tinha 27 anos, uma filha de colo e falava um português estropiado quando em 1993 a situação negra que a sua África do Sul natal atravessava a decidiu a deitar âncora na Póvoa, onde recomeçou quase a partir do zero. Divorciada, tem dois filhos, Natacha, 28 anos, licenciada em Design (ESAD), que trabalha com ela na Prochef, e Pedro, 18 anos, que ainda estuda – e quer ser DJ.

UMA FURA VIDAS

FOTO:RUI APOLINÁRIO

51 ANOS FUNDADORA E CEO DA PROCHEF

A Orquídea é aquele tipo de pessoa que não faz grandes planos para a vida – para não atrapalhar os planos que a vida tem para ela. Dito por outras palavras, é uma fura vidas, uma mulher dos sete instrumentos, que trabalhou em publicidade, dirigiu num centro de reparação de produtos informáticos e teve uma loja de decoração de interiores, até que, no dealbar deste século, se virou para a cozinha – primeiro, desengordurando, tirando a sujidade e o queimado dos instrumentos (com a empresa Fat Tank), depois fornecendo fardamentos adequados aos operadores, chefs e restante pessoal (Prochef). O clique foi em 2001, mas o projeto Fat Tank já existia desde Joanesburgo, quando um grupo de cinco amigos, de que a Orquidea fazia parte, desenvolveu uma solução completa (o tanque e os produtos químicos) de limpeza e desinfeção de utensílios problemáticos em cozinhas profissionais. Vendeu tudo. Vendeu a casa. Vendeu a loja de decoração de interiores Misca que tinha em Vila do Conde. Tudo. E meteu a cave no projeto Fat Tank. O primei-

ro contentor de máquinas veio da África do Sul, mas os tanques seguintes já começaram a ser fabricados na Maia. Só os produtos químicos (“biodegradáveis”, esclarece) continuam a ser importados. “Há alturas na vida em que é preciso arriscar”, explica Orquídea, que escolheu almoçarmos no Cantina 32, onde os empregados de mesa usam um avental Prochef e o chef Bruno (que pontifica numa cozinha equipada com um Fat Tank) veste uma jaleca Prochef – sendo que a mulher dele, também chef, é agenciada pela Prochef Agency. Com 420 máquinas espalhadas por restaurantes, hotéis e caterings de todo o Portugal continental e ilhas, o Fat Tank é um negócio maduro (cada cliente paga um aluguer pela máquina, que é assistida e reabastecida mensalmente, bem como trocada de meio em meio ano) e foi a barriga onde nasceu a Prochef. “Comecei a perceber que os chefs usavam fardas antiquadas e havia ali uma boa oportunidade de negócio”, recorda Orquídea que herdou da mãe, que era costureira, o olho e a mão para as questões de

vestuário. “Era a minha mãe que nos fazia as roupas e me ensinou a cortar”, conta. Começou há uma dúzia de anos e nunca mais parou. O primeiro cliente foi o chef Miguel (atualmente no Turismo em Barcelos, na altura estava no forte de Vila do Conde). Hoje, a Prochef fornece uma constelação de estrelas da cozinha, onde constam José Avillez, Henrique Sá Pessoa, Pedro Lemos, Vítor Matos, Olivier e Marco Gomes, entre outros. Com uma pequena confeção em Vila do Conde (mais três subcontratadas que trabalham para ela a feitio), a Prochef fornece todo o tipo de fardamento, da jaleca aos sapatos, passando pelas calças. Todos os anos apresenta duas coleções. A preocupação número um é aliar conforto, qualidade, estética e funcionalidade, usando tecidos finos e leves (“na cozinha está sempre calor”), amigos do ambiente, com propriedades antifogo e antibacterianas. “Tudo quanto é Prochef é 100% made in Portugal”, garante a líder de um grupo que fechou 2018 com um volume de negócios de 1,2 milhões de euros – e espera crescer 30% este ano. t


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2. O DESFILE DAS COLEÇÕES DOS 27 FINALISTAS DO CURSO DE DESIGN DE MODA DA ESART PREENCHEU A PRIMEIRA PARTE DO PROGRAMA

FOTOSINTESE

1. ERA SEXTA À NOITE E A 4ª EDIÇÃO DO CASTELO BRANCO MODA FOI O MAGNETO QUE LEVOU 500 PESSOAS À FÁBRICA DA CRIATIVIDADE

A MELHOR DE SEMPRE No final, ninguém tinha dúvidas: a 4ª edição do Castelo Branco Moda foi a melhor de sempre. O programa foi muito preenchido. Os trabalhos dos 27 finalistas de Design de Moda da ESART, os coordenados vencedores do concurso PFN e a coleção da Dielmar desfilaram na passarela da Fábrica da Criatividade antes de um dos dois momentos altos da noite – a apresentação das peças de Júlio Torcato e Carlos Gil inspiradas no bordado local. A fechar, a entrega dos prémios do Concurso Nacional de Bordado de Castelo Branco. Um programa cheio e em cheio. No final, na Alameda do Cansado, só se viam sorrisos de orelha a orelha. Agora só falta mesmo transformar a coisa em negócio e continuar a internacionalização do bordado de Castelo Branco, iniciada em fevereiro, em Madrid, na Momad. A NeoNynt, em Berlim, em janeiro de 2020, deve ser a próxima escala.

7. PAULA BRANCO, 3º PRÉMIO NA CATEGORIA ACESSÓRIOS DO CONCURSO BORDADO DE CASTELO BRANCO, LADEADA POR MARIA LURDES VALE (DIRETORA DO TURISMO DE PORTUGAL EM MADRID) E PELA MODELO COM O CHAPÉU E BOLSA QUE LHE VALERAM O PRÉMIO

6. COM CENTRO DE GRAVIDADE NO VIZINHO FUNDÃO, CARLOS GIL FOI O OUTRO DESIGNER CONVIDADO, QUE AQUI VEMOS COM A SUA CRIAÇÃO, QUE FICARÁ EXPOSTA NO CENTRO INTERPRETATIVO DO BORDADO DE CASTELO BRANCO

11. ANTÓNIO FERNANDES, PRESIDENTE DO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO, ENTREGOU A DIANA MERRELHO O 2º PRÉMIO NA CATEGORIA VESTUÁRIO

10. A DUPLA CARLOS ARRUDA/CLAUDIA AZEVEDO FICOU EM 3º LUGAR NA CATEGORIA VESTUÁRIO. MANUEL SERRÃO (PORTO FASHION WEEK) FEZ A ENTREGA DO CHEQUE E APLAUDIU


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4. A JOGAR EM CASA, DIELMAR APRESENTOU A SUA ÚLTIMA COLEÇÃO

3. MAGIC TRIP, O TEMA CHAPÉU AOS COORDENADOS DOS VENCEDORES DA ÚLTIMA EDIÇÃO DO CONCURSO DE JOVENS CRIADORES PFN NEWS, QUE DESFILARAM NA PASSARELA

5. JÚLIO TORCATO, UM DOS DOIS ESTILISTAS CONVIDADOS, COM O CASACO INSPIRADO NO BORDADO DE CASTELO BRANCO, DESENHADO ESPECIALMENTE PARA ESTE EVENTO

9. VENCEDORA NA CATEGORIA ACESSÓRIOS, VÂNIA BARROS RECEBEU O PRÉMIO DE MÓNICA NETO (PORTUGAL FASHION), AO LADO DE ISAAC ALFAIATE, COM A MOCHILA ELEITA PELO JÚRI

8. UM LENÇO VALEU A MARGARIDA LOPO DIAS O 2º PRÉMIO NA CATEGORIA ACESSÓRIOS QUE LHE FOI ENTREGUE POR ANA PAULA RAFAEL (DIELMAR)

14. TUDO ESTÁ BEM QUANDO ACABA BEM, E A 4ª EDIÇÃO DO CASTELO BRANCO ACABOU MUITO BEM. PARA O ANO HÁ MAIS!

12. O COORDENADO VENCEDOR DO CONCURSO DE BORDADO DE CASTELO BRANCO, ASSINADO PELA DUPLA LARA CABECINHAS/VÂNIA BARROS (ESART)

13. LUÍS CORREIA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE CASTELO BRANCO, COM A DUPLA LARA CABECINHAS E VÂNIA BARROS, VENCEDORA DO CONCURSO DE BORDADO DE CASTELO BRANCO


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ZIPPY FAZ PARTE DO KIT QUE ESPERA OS BEBÉS FINLANDESES Vários artigos da Zippy integram a popular caixa de maternidade distribuída pelo governo a cerca de 40 mil famílias na Finlândia, e que há mais de 80 anos acolhe os bebés naquele país. A escolha da agência finlandesa Kela representa mais um reconhecimento da qualidade dos produtos Zippy, selecionados entre muitas marcas internacionais. O kit de maternidade finlandês contém produtos como roupa, lençóis, artigos de higiene e brinquedos, e a própria caixa de cartão pode ser usada como cama durante os primeiros meses de vida do bebé.

"As empresas de aviação low cost são os nossos maiores parceiros. Hoje temos essa vantagem. Temos clientes que chegam ao meio dia e às 16 horas já estão a voar de volta a casa" José Manuel Vilas Boas Ferreira CEO do grupo Valerius

LIPACO INVESTE 1,8 MIHÕES PARA DUPLICAR AS VENDAS

Com este investimento, Jorge Pereira, CEO e fundador da Lipaco, pretende ainda poupar 35% na conta da àgua e 75% na da energia

A Lipaco está a concluir um investimento de 1,8 milhões de euros em aumento de capacidade instalada, I&D, sustentabilidade e na automação de processos, que lhe vai permitir duplicar a faturação num prazo de quatro anos. Uma poupança de 35% no consumo de água será alcançada com este investimento, sendo que ainda no domínio da sustentabilidade e das boas práticas ambientais – área em que foi distinguida na última Techtextil –, a Lipaco pretende aumentar a sua capacidade de produção de energia fotovoltaica, de modo a conseguir que ela satisfaça 75% das necessidades da empresa.

“Investimos muito nos laboratórios e desenvolvemos a tinturaria e acabamentos, com o objetivo de não dependermos de terceiros. Não queremos nunca mais repetir situações do passado em que por culpa de subcontratados não conseguimos cumprir prazos de entrega nem garantir a qualidade prometida”, explica Jorge Pereira, 54 anos, CEO e fundador da Lipaco. A Lipaco nasceu em 1987, começando por fabricar apenas linhas de costura para o mercado interno, mas no entretanto alargou a sua oferta aos fios e virou-se decididamente para a exportação, sendo que 40% do seu volume de negó-

cios (cerca de 2,6 milhões de euros em 2018) é já feito fora de portas. O objetivo fixado por Jorge Pereira é atingir rapidamente os 50% de vendas exportadas e que a produção de fios técnicos represente metade da produção total, que ainda só vai nos 30% do negócio. “O que nos interessa é oferecer cada vez mais produtos técnicos e cada vez menos commodities. O nosso futuro passa pelos fios técnicos”, garante o CEO da Lipaco. Na área da sustentabilidade, a empresa tem apostado muito na produção de fios biodegradáveis, feitos a partir de madeira ou reciclados a partir de garrafas de plástico. t

FINALISTAS DA UMINHO DESFILARAM EM GUIMARÃES

AGUILA REYES É O NOVO LÍDER DA KIABI EM PORTUGAL

Na sua quarta edição, o desfile anual dos trabalhos dos finalistas do curso de Design e Marketing de Moda da Universidade do Minho teve este ano como tema Acqua Viva. Na passarela montada no Campus de Azurém, em Guimarães, estiveram seis coleções inéditas concebidas pelos estudantes e compostas por uma centena de looks de vestuário, chapéus e acessórios diversos.

Elisabeth Cunin é a nova presidente do Grupo Kiabi em substituição de Edgard Bonte, que durante 10 anos acompanhou o crescimento do líder francês em moda a pequenos preços. O Comité de Direção Kiabi, liderado por Nicolas Hennon, permanece inalterado, ao mesmo tempo que Juan Miguel del Aguila Reyes passou a ser o responsável pela marca em Portugal.

1 milhão

de euros de vendas em produtos técnicos é o objetivo fixado para este ano pela Oldtrading. Em 2018 venderam 800 mil euros

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- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Paulo Vaz Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Cláudia Azevedo Lopes Telefone: 969 658 043 - mail: cl.tdetextil@gmail.com Registo provisório ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/ estatuto-editorial/


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AUDITORIAS DEMONSTRAM EXCELÊNCIA DA RIOPELE Desde o início deste responsabilidade social; ano, a Riopele levou a e envolvimento e particabo um conjunto de cipação ativa dos colaboauditorias com o objeradores para melhorar as tivo de avaliar o desempráticas existentes. penho social, ambiental Em março e abril foi e ético da empresa. Os realizada uma auditoresultados comprovaria interna ao Sistema ram o cumprimento de de Gestão da Riopele requisitos e critérios de por uma equipa de augestão exigentes e diditores externos, com versificados, concluino objetivo de avaliar a do com a classificação conformidade do sistemáxima de dez pontos, ma de gestão face aos em dez possíveis, atrirequisitos normativos, buída pela organização da legislação aplicável, independente que or- Empresa de José Alexandre Oliveira obteve a classificação máxima de dez pontos dos clientes e de outras ganiza a avaliação. partes interessadas. Este ciclo de auditorias iniciou-se em janeiro e das diEsta auditoria verificou que o sistema de gestão do ferentes auditorias realizadas, destacam-se os seguintes grupo empresarial liderado por José Alexandre Olipontos fortes da Riopele: dinâmica de gestão empresaveira está estruturado, alinhado e implementado em rial e visão estratégica do negócio; comprometimento conformidade com os requisitos das normas. da administração no sistema de gestão; aposta em proJá a auditoria APCER, de acompanhamento dos jetos de I&D, em parceria com universidades e censistemas de gestão da qualidade, de gestão ambientros tecnológicos; investimentos realizados em novos tal e de gestão da segurança e saúde no trabalho, que equipamentos, tecnologias e produtos com uma forte decorreu também em abril, concluiu que a Riopele componente de sustentabilidade; investimento na dicumpre igualmente com os requisitos aplicáveis em gitalização/indústria 4.0, no âmbito do Riopele Digital; todos esses quadrantes. t

INIESTA ENTRA EM JOGO NO JAPÃO Andrés Iniesta, antiga estrela do Barcelona e autor da marca de sapatilhas Mikakus, apontou ao Japão para abrir a primeira loja física fora do território espanhol, na cidade de Kobe, onde atua como jogador. No online, a Mikakus vende para os Estados Unidos, Austrália, Tailândia, China, Hong Kong, México, Israel e Japão, para além da União Europeia.

100 mil

peças por dia é a capacidade de produção da Polopique, o principal fornecedor de polos da Inditex

JF ALMEIDA APOSTA NO FIO 360 TOTALMENTE RECICLADO O fio 360 com 90% de algodão e 10% de poliéster e produzido a partir de resíduos têxteis é a mais recente novidade da JF Almeida para acertar o seu relógio pela hora da economia circular. Keep calm, we reduce water é o slogan que a JF Almeida adoptou para comunicar as suas outras vertentes verdes, como o inovador processo de tingimento que lhe permite gastar apenas 12 litros de água para fazer uma cor.


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ARMANI VESTE AS SELEÇÕES DE ITÁLIA DE FUTEBOL Desportistas famosos com roupas de Giorgio Armani não é propriamente uma novidade, mas a notícia é que o estilista veste agora as seleções de Itália de futebol – do fato às camisas e sobretudo, mas também sapatos, mochilas e acessórios. A squadra azurra já estreou o novo visual, mas também as seleções sub-21 e feminina de futebol vão ter uniformes Emporio Armani para usar fora de campo. Armani, que teve já figuras como Cristiano Ronaldo, David Beckman ou Rafael Nadal como embaixadores da sua marca, tem também parcerias com clubes de futebol como Chelsea e Bayern Munique.

100 mil RUI ZINK RENDIDO À INOVAÇÃO TÊXTIL

litros de água são gastos pela tinturaria da MCS, que tem um projeto de reutilização que reaproveitará entre 85% a 90% deste consumo Enquadrado pelo CITEVE (Cristina Castro) e CeNTI (Carla Silva), Rui Zink depressa concluiu que o têxtil português está na linha da frente da inovação tecnológica. “Vamos mesmo na vanguarda”, constata, rendido ao que viu na mais recente edição da Techtextil, onde foi fotografado. “Não fazia ideia de que Portugal seria campeão da inovação e da investigação tecnológica”, confessa, depois de ter visto os representantes portugueses serem distinguidos com três dos sete prémios atribuídos naquela que “é apenas a maior feira de inovação e investigação têxtil do mundo”. t

BUREL CRESCE 38% E FORNECE OLX, GOOGLE E KPMG A Burel Mountain Originals fechou o ano passado com um volume de negócios de três milhões de euros, o que representa um crescimento de 38% face a 2017, parcialmente rebocado pelo bom desempenho no segmento de decoração/arquitectura, onde forneceu os escritórios da OLX, Google e KPMG. “A área de decoração/arquitetura é muito importante. Começámos por usar o burel na decoração do hotel das Penhas Douradas e nas nossas lojas. E logo em 2011 fizemos para a Microsoft 2500 m2 bordados à mão num prazo recorde de 45 dias”, recorda Isabel Dias Costa, 52 anos, que fundou a Burel Factory após uma carreira de 20 anos no grupo Sonae, onde chegou a administradora da Modelo Continente. Deloitte, Cidade do Futebol (Oeiras) e Museu do Dundo (Angola) foram os projetos seguintes da Burel nesta área, cuja importância levou à abertura de uma loja especializada neste segmento na rua do Ferragial, na zona do Chiado, em Lisboa.

Maior empregador de Manteigas – emprega diretamente 60 pessoas na indústria e 52 na hotelaria –, o grupo fundado por Isabel Costa e João Tomás tem crescido sempre em números e projetos. O grupo Burel Mountain Originals começou com o Hotel da Casa das Penhas Douradas, passando para a recuperação de uma fábrica falida, a Burel Factory, até ao recente investimento em hotelaria, a Casa de São Lourenço, um hotel de cinco estrelas que veio dar nova vida à Pousada de São Lourenço. “Em 2018 crescemos a dois dígitos em todas as vertentes – valor, volume de negócios e exportação – e isso é o reconhecimento de que estamos a fazer bem. A nossa principal ambição é continuar a desenvolver este património, de maneira a que equipamentos e conhecimento se perpetuem e sejam transferidos para gerações vindouras. Queremos comprar mais máquinas e dar-lhes vida”, conclui a CEO da Burel Factory. t

PORTUGUESES PREFEREM OS TÊXTEIS DE PRODUÇÃO NACIONAL Os produtos têxteis nacionais são um dos itens que estão à frente das preferências dos consumidores portugueses e o facto de serem produzidos em território nacional é preponderante na decisão de compra, segundo um estudo da consultora Cetelem. À frente dos têxteis estão apenas, como seria de calcular, os produtos alimentares. Sobre os produtos alimentares as opiniões são quase unânimes: 96% dos consumidores constatam a disponibilidade de produtos locais. Seguem-se os produtos têxteis (79%), e em terceiro lugar os produtos de decoração e mobiliário (76%).

"O têxtil é tentar sempre apanhar novas soluções, procurar a diferenciação em relação à concorrência e aos produtos que estão no mercado" António Teixeira Administrador da Penteadora

MARY TALE NA MARIA DESIGN KIDS E À VENDA NA DOTT E MINTYSQUARES

MÉXICO E CHINA NA ROTA DOS INVESTIMENTOS DA ERT México e China são os destinos que o grupo ERT tem em cima da mesa, sendo que a decisão final sobre estes investimentos está dependente do fecho de negociações para o estabelecimento de parcerias estratégicas com empresas locais, mas não só. Liderado por João Brandão, o grupo ERT tem fábricas que fornecem a indústria automóvel na República Checa, Roménia, Portugal e Marrocos – o mais re-

cente destino, pois em setembro foi inaugurada a unidade de Tânger, que tem como clientes diretos a Lear, Faurecia e Antolin, e os franceses da PSA e Renault como clientes finais. “No México as negociações estão mais avançadas do que na China”, confidencia Fernando Merino, diretor da inovação do grupo ERT, que emprega 1100 pessoas e fechou 2018 com um volume de negócios de cerca de

120 milhões de euros. Com base industrial apenas europeia (Marrocos é encarado como Europa para o efeito), o investimento em fábricas no México e China seria um grande salto em frente para o grupo de S.João da Madeira, que assim se tornaria num player global, presente nos três grandes continentes – Europa, América e Ásia – onde estão os maiores construtores automóveis. t

É caso para dizer que a Mary Tale está a avançar em todas as frentes. Criada há menos de um ano pela designer Cláudia Manero, a marca de vestuário para mães e filhas já oficializou a sua presença nas plataformas online Dott e Mintysquare, enquanto celebra a sua entrada no comércio tradicional, através da Maria Design Kids. Um percurso cada vez mais promissor, que teve no último MODtissimo a sua rampa de lançamento.


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Exhibitions & Logistics EMPOWER YOUR BRAND

3D & CONSTRUÇÃO | DECORAÇÃO E AMBIENTES | DESIGN & COMUNICAÇÃO | EVENTOS & ACTIVAÇÕES DAMOS FORÇA À SUA MARCA Queremos ajudar a promover o seu negócio e criar valor num contexto nacional e internacional. Concretizamos a sua ideia, com criatividade, com dedicação e com uma experiência multidisciplinar de mais de 20 anos no setor, através de soluções de comunicação , de exposição e eventos em várias partes do globo.

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A MINHA EMPRESA Ballet Rosa

Rua da Peça, 1 Ronfe 4809-017 Guimarães

O que faz? Design e confeção de fatos de ballet Exportação 95% da produção para 23 países Principal mercado Estados Unidos da América (tem uma base comercial em Chicago) Aposta estratégica China e outros mercados do Oriente (Japão, Coreia do Sul, etc) Projecto Criar uma escola de dança em Guimarães Trabalhadores 70 pessoas envolvidas no negócio

AS 111 PME DE EXCELÊNCIA DA TÊXTIL NACIONAL São pequenas em volume de negócios, mas dão o exemplo em termos de profissionalismo, competitividade e estratégia. Na lista das PME Excelência 2018 anunciadas pelo IAPMEI estão 111 empresas do têxtil e vestuário, representando os vários elos da cadeia de produção. Um mapa quase totalmente dominado pelos distritos de Braga (64 distinções) e Porto (25). O concelho de Barcelos é o mais representado, com 27 casos de excelência, mas existem também exemplos fora da região Norte, como a Lousatêxtil, na Lousã, ou a têxtil Haco, na Covilhã.

85%

dos 120 milhões de euros de vendas que o grupo ERT fez em 2018 tiveram como destino a indústria automóvel

MEHLER QUER FORNECER INDÚSTRIA DE DEFESA DOS EUA A Mehler tem em cima da mesa um projeto de investimento que habilitará a sua fábrica de Martinsville, na Virginia (EUA), a fornecer as indústrias aeroespacial e de Defesa dos Estados Unidos. A decisão final será tomada em setembro, de acordo com declarações feitas ao Dinheiro Vivo por Alberto Tavares, o CEO desta empresa que tem o centro de gravidade em Famalicão e é a divisão de produtos de Engenharia do grupo alemão KAP.

O pas de deux de Luís e Adão Quando no ano da Expo de Lisboa resolveu aprender a dançar, Luís Guimarães não fazia a mínima ideia de como essa pequena decisão iria mudar a direção da sua vida. Tinha 30 anos e o amor pela salsa, o merengue e chá-chá-chá foi à primeira vista. “A dança é uma disciplina que exercita o corpo e a mente, além de estimular a sincronização de movimentos”, explica o empresário, que no momento do coup de foudre era dono de uma agência têxtil (Vence), que trabalhava com diversas marcas estrangeiras, comprando matérias primas, colocando e controlando a produção das peças. Luís – que debutou nos trapos com 18 anos, numa empresa de tecelagem e acabamentos do grupo Magalhães – não demorou a pressentir na dança um potencial de negócio e logo pôs o nariz no ar, em busca de oportunidades para casar a nova paixão com a sua profissão. Por altura da viragem do milénio, uma pesquisa na net pô-lo em contacto com um francês baseado em Londres que tinha uma marca de fatos de ballet – Wear Moi – e precisava da ajuda a montante. Juntou-se a fome (do francês) à vontade de comer (do Luís), pelo que logo estabeleceram uma parceria para relançar a marca. Durante cerca de oito anos, entenderam-se como Deus com os anjos. O Luís tratava da criação e produção da coleção. O francês encarregava-se da venda. Só que esta união de facto não aguentou o vendaval da crise que se seguiu à falência da Lehman Brothers. “O francês pegou nos moldes e levou a produção para a Tunísia”, conta Luís, que após esta saída à francesa do seu parceiro empreendeu numa travessia pelo deserto

que durou um bom par de anos, em que foi consultor da AEP e investiu na sua formação, designadamente no aperfeiçoamento do conhecimento de línguas estrangeiras (é fluente em espanhol, francês, italiano e inglês). Feito o luto de um divórcio feio, no início desta década resolveu voltar aos fatos de ballet, neste segundo fôlego com marca (Ballet Rosa) e produção próprias – e um sócio mais fiável, Adão Coelho, com quem trabalhara na fase Wear Moi (a produção dos fatos era numa empresa do tio, que no entretanto fechara). “Comprámos as máquinas ao tio do Adão e arrancámos com oito pessoas”, recorda Luís. Os primeiros passos não foram fáceis. O céu estava carregado de nuvens. 2011 foi o ano do desembarque da Troika, mas a Ballet Rosa não tardou a sentir os primeiros raios de sol. Em 2012, dois acontecimentos, um em Florença e outro em Paris, aqueceram a alma dos dois sócios. Em Florença, a participação da Ballet Rosa na Danza in Fiera correu muito bem. E na capital francesa, Luís foi apresentado a Isabelle Ciavarola, estrela do Ballet de l'Opéra de Paris – o início de uma bela amizade. “A Isabelle tinha o sonho de criar uma linha, mais parisiense, muito ousada, com um tipo de produto que não existia no mercado, e nós ajudámo-la a concretizar esse sonho, obtendo em contrapartida enormes ganhos de imagem”, conta o fundador da marca portuguesa de fatos e acessórios para ballet – que depois de ter estabelecido bases sólidas nos Estados Unidos e Europa se prepara para alargar a sua presença no gigantesco mercado chinês. t

ESTÁGIOS PLUG-IN FARFETCH VÃO PARA A 4A EDIÇÃO Arranca em Setembro nos escritórios da Farfetch em Lisboa, Porto e Braga a 4ª edição do programa de estágios remunerados Plug-in. Com 36 vagas disponíveis, o programa destina-se a recém-graduados nas áreas de Tecnologia (Information Systems, Security, Architecture, Infrastructure, Engineering) e Produto (Product Design, Back Office Products, Product General, Product Analytics, Product Data Science). As candidaturas decorreram até ao dia 30 de junho.

"O compromisso que temos é investir todos os anos em novas tecnologias, novas matérias primas e em novas formas de fazer e ver o produto" Nuno Mota Soares Projet and Business Manager da Barcelcom

WESTMISTER ASSOCIA-SE À THE RED WOLF A WestMister associou-se à The Red Wolf, uma marca portuguesa de ilustração e design, criada em 2016 por Filipe Duarte e Joana Campos Silva. Foram desenvolvidos dois modelos, com o mesmo padrão inspirado no mundo da fotografia, mas com cores distintas. Mas esta não é a única novidade: a WestMister lançou também a coleção Eutopia, requintada, prática e dinâmica, ideal para corresponder a qualquer ocasião.


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SUMOL NA MODA COM MUITAS MARCAS LUSAS Sem vergonha de nada e com vontade de arriscar, foi assim que a Sumol anunciou a sua entrada no mundo da moda. A histórica marca de refrigerantes lançou a ‘Sumol X’, uma coleção especial, de edição limitada, que junta vários nomes e marcas da moda nacional, desde a designer Alexandra Moura às mochilas Monte Campo.

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"A ITV portuguesa distingue-se pela capacidade que as suas empresas têm demonstrado no mercado internacional: que são sustentáveis e cumprem as estritas regras ambientais portuguesas" Paulo Vaz Diretor-geral da ATP

AICEP APOSTA NO E-COMMERCE E NA MARCA PORTUGAL “Exportar mais, investir mais, digitalizar o futuro e valorizar a marca Portugal”, são estes os grandes objectivos da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. O plano estratégico foi apresentado pelo presidente Luís Castro Henriques, durante a primeira conferência da agência, destinada a apresentar e debater os principais resultados alcançados a nível da exportação e captação de investimento. “Mais de 10% do emprego criado em Portugal entre 2012 e 2016 foi por empresas apoiadas pela AICEP”, expôs Luís Castro Henriques.

CONFECÇÕES LANÇA ESTÃO A CRESCER 30% E INVESTEM 550 MIL

Os fatos para homem são o principal produto desta confeção da Covilhã, que tem na flexibilidade a sua grande vantagem competitiva

A vida está a correr bem à Confecções Lança, que está a registar um crescimento de 30% nas vendas, o que a leva a prever fechar o ano com um volume de negócios superior a sete milhões de euros – uma previsão prudente, uma vez que em 2018 facturou 6,3 milhões de euros, mais de 95% dos quais feitos na exportação. Os fatos para homem são o principal produto desta empresa de confeções da Covilhã, dirigida por Paulo Ferreira e fundada em 1973 pelos seus pais, Maria e Firmino Gaudêncio, como fábrica de calças de ganga, que eram vendidas no mercado interno com a marca Lança. “O consumo do fato clássico de homem tem vindo a baixar, mas as pessoas têm de se vestir”, diz Paulo Ferreira, um antigo extremo esquerdo do Sporting da Covilhã, para explicar porque é que o volume de negócios da Confecções Lança aumenta em contraciclo com a redução nas vendas globais do seu principal produto. Para este fenómeno virtuoso também contribui o facto de, a devido tempo, a Confecções Lança ter diversificado dos fatos clássicos e de cerimónia para a produção de blazers de corte e estrutura mais modernos e arrojados, e para os uniformes, em peque-

nas quantidades, para o segmento alto, vestindo, por exemplo, os empregados do Ritz de Paris. “Andamos sempre à procura de novos clientes. E o nosso produto tem melhorado muito. Além de que a entrega rápida e nas datas acordadas com os clientes é um dos mais importantes fatores de fidelização e que ajudaram a construir a reputação de credibilidade da nossa empresa”, complementa Paulo Ferreira, 54 anos, general manager da Confecções Lança, que faz questão de todos os anos investir entre cinco a 10% da sua faturação. Este ano, o plano de investimentos, orçado em 550 mil euros e já parcialmente executado, contempla a renovação na área informática, substituição de equipamentos, modernização da estrutura produtiva e a melhoria das condições de trabalho dos seus 225 trabalhadores. A flexibilidade, que lhe permite fazer fatos por medida (que já atingiram um peso de 10% nas vendas) desde o início desta década, é uma das vantagens comparativas da Confecções Lança. “As chaves do nosso sucesso? A qualidade do produto, ser confiável, resposta rápida, entrega nos prazos e flexibilidade”, resume Paulo Ferreira. t

TINTEX FESTEJOU EM FAMÍLIA O SEU 21º ANIVERSÁRIO Foi dentro de portas e em família, com os seus 130 colaboradores, que a Tintex festejou os seus 21 anos de existência, no dia 19 de Junho. Além das palavras de circunstância, o fundador Mário Jorge Silva foi também obrigado a soprar às teimosas velas, esforço que seguramente compensou com uma dose extra de bolo e espumante. O momento festivo foi sublinhado com os aplausos e coro ritmado de todo o pessoal da empresa que faz gala do seu foco estratégico na sustentabilidade têxtil. A par dos muitos prémios que vem acumulando, a Tintex é internacionalmente destacada como exemplo de inovação sustentável. Pelos seus projetos de inovação no desenvolvimento de novos produtos e de soluções sustentáveis é também frequentemente protagonista em feiras, fóruns e palestras internacionais dedicados ao tema. Foi também a mais recente anfitriã do Open Day Indústria 4.0, um evento que é dinamizado pelo IAPMEI e COTEC com o objetivo é dar a conhecer fábricas tecnologicamente avançadas. “A Tintex desenvolve diversos projetos no domínio da inovação responsável, que fazem com que esta empresa assuma uma posição de liderança única, naturally advanced, ou seja, uma mistura de criatividade, inovação, know-how e responsabilidade”, sublinhava então o IAPMEI. Sediada em Vila Nova de Cerveira – é a têxtil mais a Norte de Portugal – a Tintex deve faturar este ano acima dos 12 milhões de euros, exportando de forma direta ou indirecta cerca de 95% daquilo que produz. t


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DECENIO VESTE COMITIVA OLÍMPICA PORTUGUESA

TMG AUTOMOTIVE DEVERÁ ATINGIR 130 MILHÕES EM 2019 Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive (Grupo Têxtil Manuel Gonçalves) e desde há um ano presidente da COTEC Portugal, afirmou, em entrevista ao jornal Dinheiro Vivo, que tem a expectativa de fechar o ano com uma faturação de 130 milhões de euros (123 milhões no ano passado). Isabel Furtado afirmou que o mercado da China é, para a TMG, incontornável, tanto em termos dos grupos europeus que ali têm fábricas, como das marcas chinesas, cada vez mais globais.

"Ninguém na cadeia de fornecimento pode abdicar da sua margem" Rui Teixeira CEO do grupo Gulbena

O padrão utilizado nas camisolas que compõe o novo look oficial dos atletas portugueses foi inspirado na Cruz da Ordem de Cristo

A marca portuguesa Decenio, do grupo Cães de Pedra, é a parceira oficial do Comité Olímpico de Portugal para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A nova linha de vestuário desenhada especificamente para toda a representação olímpica foi apresentada na Sede do Comité Olímpico, em Lisboa. A Decenio foi selecionada pela sua visão sustentável do processo de desenho, fabrico e produção de todas as suas peças, uma preocupação também cada vez mais presente em contexto olímpico. O novo vestuário oficial foi já estreado nos Jogos Europeus (21 e 30 de junho), em Minsk, na Bielorrússia. A ideia foi criar uma linha de vestuário que

evidenciasse a elegância da marca, alinhada ao contexto do nosso país: a Cruz da Ordem de Cristo ou Cruz de Portugal serviu de inspiração na criação do padrão utilizado nas camisolas usadas pelos atletas portugueses. A linha, pensada para os atletas masculinos e femininos, é composta por umas calças azuis-marinho, um casaco branco com capuz com detalhes vermelhos e verdes no interior, representando as cores de Portugal, uma t-shirt e um polo branco estampado com o padrão da cruz da Ordem de Cristo. As sapatilhas brancas com detalhes azul marinho e uma pequena bandeira de Portugal fazem o look completo dos atletas portugueses. t

HR GROUP INVESTE 3 MILHÕES EM TECNOLOGIA E NOVA FÁBRICA O HR Group vai concentrar a sua operação – atualmente dispersa por dois edifícios (HR Indústria e HR Proteção) na Zona Industrial do Salgueiro, Mangualde – numa nova fábrica que deverá estar pronta no início do outono. Trata-se de um investimento total, em equipamentos e construção, de três milhões de euros. “É um investimento gerador de valor, pois vamos tornar mais eficiente o processo industrial e usar novas tecnologias que permitem elevados níveis de automatização da produção”, explica Fernando Mateus, CEO deste grupo especializado no design, produção e fornecimento de

vestuário de proteção e segurança, bem como de EPI’S (Equipamentos de Proteção Individual), que no ano passado fez um volume de negócios de 7,6 milhões de euros. A nova fábrica – localizada no alto de uma colina, 582 metros acima do nível do mar, de onde se podem ver as duas unidades atuais que vai libertar – terá uma área coberta de seis mil m 2 e está a ser implantada num terreno de 25 mil m2. 120 painéis solares permitirão uma produção de energia fotovoltaica que tornará quase auto-suficiente do ponto de vista energético esta fábrica, que está também

preparada para aproveitar as águas pluviais. Autoeuropa, Modelo Continente e uma grande cadeia internacional de fast food são algumas das marcas que constam da carteira de clientes do HR Group que acaba de assinar um contrato de fornecimento de uma multinacional francesa, com operações em Marrocos, Tunísia, França e Portugal. “Neste momento exportamos cerca 10% da nossa produção. O objetivo, de curto prazo, é duplicar essa percentagem”, conta o diretor geral do HR Group, que prevê fechar este ano com vendas consolidadas de oito milhões de euros. t

PRIMARK PASSA PARA 6.300 M2 NO NORTESHOPPING

CONTRAFAÇÃO: DEBATER O NEGÓCIO EM QUE TODOS PERDEM

A Primark vai mais que duplicar a área da sua loja do NorteShopping, passando a ocupar um espaço com 6.300 m2, praticamente metade de toda a área bruta locável da nova zona de expansão daquele centro comercial. A dona do NorteShopping, a Sonae Sierra, já entregou o novo espaço à Primark, pelo que a abertura da loja deverá acontecer brevemente.

Foi para identificar os impactos da contrafacção e analisar tendências que a Câmara de Vila Nova de Famalicão e a startup tecnológica Monttra promoveram uma conferência sobre “Contrafação: um negócio em que todos perdemos”. O encontro, que contou com a participação de analistas de múltiplos sectores, assinalou também o Dia Mundial Anti-Contrafação.

35%

das vendas da MCS Muns Py são para a indústria automóvel, o seu principal cliente

MODA E VINHO DO PORTO, UMA PARCERIA EXEMPLAR

É um quadro icónico, e nem só pelo olhar cândido do célebre Barão de Forrester, já que associa também a Têxtil ao Vinho do Porto, símbolos daquilo que de melhor que se faz em Portugal – dois dos expoentes das exportações nacionais. Gilberto Igrejas (Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) e António Saraiva (Presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto), enquadram Manuel Serrão (CEO da Selectiva Moda), durante o desfile do Concurso Novos Criadores, que teve lugar na Associação das Empresas de Vinhos do Porto.


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“NÃO HÁ COSTUREIRAS? NÓS FAZEMO-LAS…”

FOTO: RUI APOLINÁRIO

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n ENTREVISTA Bruno Mineiro 47 anos, nasceu em Tortosendo, Covilhã, onde vive, sendo o mais velho dos dois filhos de António Mineiro, fundador e presidente da Twintex (onde também trabalha o irmão mais novo, Mico, 39 anos, que fez Engenharia Automóvel em Inglaterra e já foi por três vezes Campeão Nacional de Velocidade de Clássicos no grupo 5). Licenciado em Gestão Internacional pelo IESF-Porto e com um MBA em Marketing pela mesma escola, é o responsável pela Expansão de Negócios e pela direção de Gestão de Clientes. Casado, tem dois filhos, a Frederica, oito anos, que quer ser bailarina, e o Manel, cinco anos, que sonha ser piloto de automóveis, como o tio

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do plano estratégico da Twintex. Fomos pioneiros porque viajámos muito. Estamos sempre a fazer benchmarking e fomos encontrando soluções que inspiraram as primeiras medidas neste capítulo. Quais foram?

odemos ser competitivos sem sacrificar os recursos humanos, afirma Bruno Mineiro, 47 anos, administrador da Twintex, uma empresa que se orgulha de pagar acima das tabelas e da média aos seus 400 trabalhadores.

No princípio foram mini-medidas, como separar o lixo, aplicar um windshield nos vidros que induzia poupanças no ar condicionado, investir no uso de gás natural. Percebemos muito lá atrás que temos de proteger o meio ambiente e não podemos continuar a desperdiçar recursos.

Em 40 anos de vida, qual foi o pior momento para a Twintex?

Os resultados dessa aposta demoraram a aparecer?

Tivemos anos melhores e outros piores. Mas nunca perdemos a confiança. O pior momento terá sido entre 1994 e 1996, em que estivemos à beira de fechar. Tivemos de fazer despedimentos e de vencer enormes dificuldades financeiras.

Não. Em 2012 já tínhamos reduzido em 30% as nossas emissões de CO2. E com os investimentos em painéis fotovoltaicos, já produzimos 55% da energia que consumimos. Utilizamos gás natural para produzir vapor. Na Twintex, a tecnologia vive em harmonia com o ambiente.

Porquê?

Tínhamos acabado de fazer grandes investimentos, quando fomos surpreendidos por uma violenta queda da coroa sueca, de 24,5 para 19 escudos, que nos afetou muito pois estávamos muito expostos a esse mercado. Procuramos uma alternativa em Espanha e as coisas ainda pioraram, pois um grande cliente entrou em insolvência… Foi muito duro! Mais duro que a concorrência asiática?

Em 2006, já tínhamos uma empresa disciplinada, sem gorduras, ajustada em recursos humanos, financeiramente enxuta, bem equipada tecnologicamente, ou seja, preparada para aguentar o impacto de invasão de produtos asiáticos. Por essa altura, com toda a gente em pânico e empresas a fecharem, começaram a falar de sustentabilidade e pegada ecológica. Porquê?

Por convicção. Desde 2006, a sustentabilidade e o respeito pelo ambiente são parte importante

É bom negócio?

Os painéis fotovoltaicos atingem o break even em cinco anos. Como os equipamentos duram 20 anos, durante 15 anos o sol é responsável por 55% da nossa fatura energética :-) Mas nunca paramos de tentar aproveitar tudo. Como gastámos 12 mil litros de água por dia, temos depósitos que aproveitam a água da chuva. Estamos sempre a inventar coisas. Somos uma incubadora de ideias novas.

presa melhor, mais forte, mais produtiva e mais eficiente.

"Somos a única empresa portuguesa que tem todas as certificações ambientais"

Poupam recursos e o ambiente, um dois em um…

Grande parte do que fazemos é

Foi mais que isso. 2006 marca o início de um novo e segundo fôlego na vida da empresa, que passou a ter uma estratégia assente em três grandes conceitos estruturantes: Twintex Eco Life, Twintex Academy e Twintex Evolution. Temos falado do conceito Eco Life…

Desde que se lembra, nunca teve dúvidas - era fatal como o destino que o seu futuro iria passar pela fábrica que o pai criara quando ele tinha apenas seis anos. A partir do final da adolescência, não havia dia nenhum em que estivesse na Covilhã e não fosse à empresa. Tinha apenas 19 anos quando visitou pela primeira vez sozinho um cliente. Mesmo durante os anos passados a estudar no Porto, não deixou de dar uma ajuda aos negócios da família, acompanhando os clientes galegos… “A minha opção de formação académica foi tomada a pensar que tinha de me preparar para um dia ser capaz de dar seguimento ao negócio que o meu pai criara e de que nos falava em casa, com tanto afeto e paixão”, reconhece Bruno

Como por exemplo…

A máquina de termo-colagem trabalha com água quente a 130 graus. Inventamos um sistema em que a água é aquecida até aos 60 graus pelos painéis solares, e depois por gás natural até 120 graus. O custo da energia é muito importante no nosso negócio e temo-lo sob controlo. Aproveitamos tudo o que podemos, o que nos tem permitido conseguir segurar o custo por minuto.

2006 foi o ano do despertar para as questões de sustentabilidade?

uma questão de bom senso. São situações win-win. Somos a única empresa portuguesa que tem todas as certificações ambientais.

Que também abrange a responsabilidade social. Queremos que as pessoas tenham orgulho em trabalhar connosco. Por isso, todos os nossos trabalhadores e familiares directos, um universo de 1500 pessoas, têm o cartão Twintex Card, que dá descontos no supermercado, dentista, talho, frutaria, ginásio, farmácia, combustíveis... É muito usado?

Estudámos o impacto. Cada cartão representa uma poupança de 42 euros por mês. O talho, a mercearia e a frutaria são os mais usados. Mas continuamos a aumentar a lista de locais com descontos, e a nossa preocupação com a responsabilidade social não se esgota no Cartão Twintex Life. O que fazem mais?

Estamos atentos à saúde dos nossos 400 trabalhadores. O médico vem à fábrica todas as semanas e fazemos check-ups regulares. Num universo em que 90% são mulheres, controlamos mais de perto o cancro da mama. O ano passado tivemos dois casos que acompanhamos, encaminhando-os para o sistema público, e que felizmente se resolveram por terem sido detetados precocemente.

Quais?

Além da ISO 9001, temos a ISO 14001 que certifica o sistema de gestão ambiental, a ISO 8000 de Social Compliance, bem como a SMETA que é renovada todos os anos e atesta. E ninguém nos pede para ter isto. Certificamos exaustivamente a Twintex porque sabemos que no final de cada auditoria ficamos uma em-

Queixam-se da falta de mão de obra especializada?

O conceito Twintex Academy é a nossa resposta a esse problema. Precisávamos de modelistas e havia falta deles. Em vez de irmos recrutar noutras empresas resolvemos formá-los internamente. Formamos para nós e para os outros.

Parece fácil…

Ninguém tem costureiras a bater à porta. Não há costureiras? Nós fazemo-las. Com base em protocolos com o Modatex, o IEFP e a UBI, temos uma escola dentro a fábrica que está sempre a formar e requalificar. E não faltam candidatos?

As pessoas da região têm gosto em trabalhar na Twintex. É preciso saber tornar atrativo o facto de trabalhar na têxtil. Claro que isso leva tempo. Caso resolvido?

Temos 12 homens a cozer à máquina de nacionalidades diversas - India, Paquistão, Bangladesh, e até do náufrago de um navio sírio. Numa reunião com o presidente da câmara soubémos que para a colheita das cerejas vêm ao Fundão uns dois mil emigrantes. Começamos logo a ver como cativar alguns a ficarem por cá. Trabalhar numa fábrica é melhor do que estar no campo, de sol a sol... E no que diz respeito a quadros?

Somos um grande cliente da UBI. Empregamos gente lá formada, em diversos cursos: Engenharia Industrial, Design de Moda, Gestão, Economia, Marketing, Relações Públicas... Temos cerca de 40 licenciados da UBI e não só na Twintex. E aproveitamos a ferramenta maravilhosa proporcionada pelo Estado português que são os estágios profissionais. Cerca de 90% das pessoas que fazem cá estágio, no final ficam e com contrato definitivo. É verdade que pagam acima da média?

Pagámos acima das tabelas e da média. Acreditamos que se pode ser competitivo sem sacrificar os recursos humanos. Mas não podemos perder de vista o equilíbrio e aumentar os custos salariais para além do que conseguimos com ganhos de eficiência – e podemos refletir no preço ao cliente. O preço ainda é um fator decisivo?

É sempre uma questão sensí-


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O inevitável, segundo António Mineiro Às vezes só se pode escolher o inevitável. E na Covilhã dos anos 50 e 60, o inevitável era a têxtil. Os bisavós, os avós e os pais dele tinham ganho a vida nos lanifícios. Era inevitável que fosse esse também o modo de vida de António Mineiro, nascido no ano em que acabou a II Guerra Mundial. “Todas as conversas iam inevitavelmente parar ao tecido que estavam a fazer, se era o pic-pic ou o olho de perdiz”, recorda António, que após concluir o curso da Escola Comercial e Industrial se empregou num armazém que vendia tecidos a metro, antes de ser mobilizado para a tropa, onde passou uns longos 51 meses (1969-1971) e foi furriel enfermeiro num batalhão de Caçadores, na Terras do Fim do Mundo, em Angola, onde o médico era o então futebolista Jorge Humberto. No regresso, passou uma temporada a traba-

vel. É uma ilusão pensar que a elasticidade do preço é maior no segmento médio/alto. Os nossos clientes são muito exigentes, não só na qualidade mas também no que toca às suas margens. O peso do preço prejudica a nossa ITV?

O mercado nunca pára de evoluir. Numa reunião em Itália, um cliente chinês – que apenas compra na Europa – surpreendeu-nos ao dizer que tinha um preço superior ao nosso de uma empresa da China do nosso patamar... Os custos salariais da China aumentaram muito…

E não só na China. Também no Leste europeu. As previsões apontam para que este ano o custo por minuto na Roménia vai aumentar 14,5% enquanto o nosso apenas crescerá 1,4%, devido a um rigoroso controlo dos custos. Sabemos de uma fábrica na Bulgária que empregava 1 100 trabalhadores e agora só tem 600. Não consegue arranjar mais. Tem encomendas mas falta-lhe mão de obra. Se tivesse de eleger apenas uma das vantagens competitivas da Twintex, qual escolheria?

O poder de comunicação em tudo que fazemos. Visitamos regularmente todos os clientes. Reunimos com eles pelo menos uma vez por mês – mesmo com os das Américas. Não há outra maneira de construir uma relação de confiança. Mas também é essencial sermos um pólo de inovação permanente e nunca hesitarmos em investir quando surge uma nova tecnologia ou solução.

"Na qualidade e no preço, os nossos tecidos estão à frente dos italianos"

lhar em Lisboa, onde notou que enquanto tinha estado na guerra se tinha dado uma mudança estrutural no gosto do consumidor, rendido ao lado prático do pronto a vestir – que preferia o tecido a metro para depois mandar fazer. De volta à Covilhã, demorou-se quatro anos na Cristiano Cabral Nunes e três na Penteadora (onde foi colega do seu amigo Joaquim Cardoso, o Mr. Maconde) antes de se aventurar a criar a sua própria empresa, a Craveiro & Mineiro, uma fábrica de confeção para criança que vendia com marca própria (Young People). Estávamos em 1979, o ano zero do que viria a ser a Twintex – que evoluiu da produção de roupa de criança para a de senhora e homem e foi rebatizada após uma separação de águas ocorrida em 1986, quando o Mineiro adquiriu a posição que o Craveiro tinha no capital da empresa.

mão. Não há mal se ela for feita por uma máquina desde que ela imite com perfeição a etiqueta cosida à mão. Acreditamos profundamente de que é possível recriar a alfaiataria tradicional e fabricar peças com aspeto artesanal recorrendo a automatismos.

As perguntas de

Qual a vantagem? Foi acertado?

Temos um conjunto de 19 empresas satélites – seis aqui na região e 13 no Norte – que nos têm ajudado a servir os nossos clientes de uma forma sustentada. Todas estão alinhadas com os nossos valores e procedimentos. Por isso, assinam um protocolo em que garantem partilhar as nossas crenças sociais e ambientais. E são regularmente visitadas por equipas nossas, que garantem os patamares de qualidade. Onde se abastecem de tecidos?

O principal fornecedor é a Itália. Imediatamente a seguir vem Portugal. Depois a Espanha e Alemanha. Os tecidos italianos são melhores que os nossos?

Apenas em imagem. Na qualidade e no preço, estamos à frente deles. Estão satisfeitos com os níveis de automatização da produção?

Temos conseguido inovar nos métodos e no número de automatismos sem prejudicar o cunho pessoal que caracteriza os nossos produtos, sem que as peças percam o mais importante que é a alfaiataria, a atenção ao detalhe, o cuidado com o pormenor...

Por que é que há cinco anos passaram a recorrer à subcontratação?

Alfaiataria e Indústria 4.0 são compatíveis?

A velocidade do crescimento das encomendas começou por nos levar a adquirir uma fábrica de casacos em Vales do Rio. Mas após reflexão, concluímos que a subcontratação era a melhor estratégia para colmatar o diferencial entre a nossa capacidade de desenvolvimento de produto e a capacidade produtiva.

Temos máquinas que são únicas no mundo, com adaptações feitas pelos fabricantes a nosso pedido. Somos a favor de todos os automatismos, desde que eles não se notem no produto final. O que é que isso quer dizer?

O cliente quer que a etiqueta com a sua marca seja cosida à

Temos máquinas que sozinhas, controladas por um operador, substituem três costureiras, libertando-as para fazerem aquilo que é importante que façam, que é acabarem as peças à mão. Como é que está a correr 2019?

Vai ser um ano positivo. Não faz sentido compará-lo com 2018, que foi um ano tão excecionalmente bom, que nos inibimos de revelar quanto crescemos. Mas se compararmos com a média dos últimos cinco anos, estou convencido que vamos crescer 8% e fecharemos 2019 com um volume de negócios não muito longe dos 30 milhões de euros do ano anterior. Homem ou senhora? O que pesa mais e o que cresce mais?

Senhora pesa 60%. Os dois segmentos estão a crescer a par. Nenhum se destaca. Este ano vamos fazer mil modelos novos. Há uma procura crescente de produto personalizado e feitos por medida. Como vão corresponder a esta tendência?

No homem, a procura está já bem servida. Gostávamos muito de ter uma experiência no made to measure para senhora. É uma das muitas ideias que temos em cima da mesa. Trata-se do conceito de que ainda não falamos, o Twintex Evolution. Em que consiste?

Em desafiar todos os outros e responder à pergunta: o que podemos fazer de novo para melhorar? Quereremos dobrar o que já fizemos quanto a sustentabilidade mas ainda não descobrimos o que podemos fazer mais... Esta insatisfação é a medida da nossa ambição. t

Paulo Augusto Oliveira Administrador da Paulo de Oliveira A indústria da moda está a mudar rapidamente. Como perspetivas o futuro da nossa indústria e quais os factores que mais te preocupam?

O desafio mais importante é nunca pararmos de nos interrogar sobre como é que podemos ser mais ágeis e aperfeiçoar os nossos processos produtivos, de maneira a torná-los cada vez mais eficientes, acabando com as redundâncias. Muitas vezes basta aprender com os outros para conseguir isso. Foi o que aconteceu quando rompemos com a organização clássica da fábrica e criámos pequenas equipas multidisciplinares – com um modelista, um buyer, um client manager e um product devoloper – especializadas numa marca (ou conjunto de marcas), que se tornaram numa espécie de escritório do cliente cá em casa. A influência do digital é cada vez maior. Como responder a este desafio?

Temos 28 clientes e interagimos diretamente com 28 softwares diferentes. Neste particular, a nossa preocupação é combater o tempo perdido, gasto em burocracia, evitar a duplicação de tarefas, acabar os três dias que demora até um pedido chegar à sala de corte. t

João Carvalho CEO da Fitecom Sendo Portugal um produtor de tecidos, onde as empresas deste segmento apresentam coleções próprias, como posiciona o futuro do têxtil português relativamente às marcas que preferem operar no private label?

Fabricantes de tecido e confecionadores portugueses têm beneficiado da boa imagem do pais – e têm-se ajudado mutuamente. Nós estamos sempre a influenciar os nossos clientes a preferirem tecidos feitos em Portugal, e temos tido êxito em alguns casos. Dada a escassez de mão de obra, é natural que a base salarial possa vir a crescer. Como é que uma empresa que apenas opera em regime de private label e de obra intensiva vai sobreviver face aos concorrentes asiáticos?

Cada vez mais as empresas têm de compreender que a distribuição dos resultados tem de passar pela valorização da sua mão de obra. Mas Portugal atravessa uma fase de alguma serenidade no aumento dos custos, em contraste com o que está acontecer no Leste europeu e China. Penso que não será difícil sobreviver e prosperar quando se presta serviços de qualidade – e se sabe valorizar esses serviços. t


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FEIRAS

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GENDA DAS FEIRAS

MAGIC LAS VEGAS 11 a 14 de Agosto – Las Vegas Faria Da Costa, Haiiro, IRSIL, Silva & Irmãos, Qvinto, Sancar Socks, Scoop - Scorecode Texteis, Textil Andre Amaral SHOWUP 1 e 2 de Setembro – Amesterdão Laboratório d’Estórias, Little Nothing by Paula Castro, Vicara MUNICH FABRIC START 3 a 5 de Setembro – Munique MUNICH FABRIC START - A. Sampaio & Filhos Têxteis, Albano Morgado, BW Fashion, Carvema Têxtil, Fashion Details, Irmãos M. Marques, J. Areal - Artigos Têxteis, José de Abreu & Filhos, Le Europe, Lurdes Sampai, M.M.R.A., Magma Têxtil, Modelmalhas - Indústria de Malhas, Paulo de Oliveira, Penteadora, RDD – Textiles, Riopele, Sanmartin - Sociedade Têxtil, Satinskin têxteis, Sidónios Malhas, Somelos Tecidos, Tessimax Lanifício, Tintex Textiles, Trimalhas MUNICH FABRIC START SOURCING - António Manuel De Sousa, Gulbena, Orfama, Top Trends, Valerius MAISON & OBJET PARIS 6 a 10 de Setembro – Paris Amanda Dias, 3DCork, Burel Factory, Carapau Portuguese Products, Devilla, Jinja, Laboratório d’Estórias, Maria Portugal Terracota, Patrícia Lobo, Sugo Cork Rugs, Têxteis Iris, Vicara WHO'S NEXT 6 a 9 de Setembro – Paris Blackspider, Faroma, Givec, Gonçalo Peixoto, Lion Of Porches, Luis Buchinho, Monarte, Mr Mood, Nycole, Valerius INTERGIFT 11 a 15 de Setembro – Madrid Dilina, Dolcecasa, DKT Representações, Planitoi, Rio Sul, Texteis Evaristo Sampaio, Texteis Iris MOMAD 12 a 14 de Setembro – Madrid Blackspider, Bloomer – Beach & More, Carlos Alberto Nicolau Marcos, Cotton Brothers, DuneBleue, Faroma, Givec, Kitess, Lion Of Porches, Lovely Aracade, Milagrus, Pé de Chumbo, Scusi, Valerius HOMI MILANO 13 a 16 de Setembro – Milão Little Nothing by Paula Castro, Sorema/Graccioza, Têxteis Iris PREMIÈRE VISION 17 a 19 de Setembro – Paris PREMIÈRE VISION FABRICS - A. Sampaio & Filhos, Acatel, Adalberto Estampados, Albano Morgado, Avelana, Familitex, Gierlings Velpor, Joaps – Malhas, Lemar, LMA, Luís Azevedo & Filhos, Lurdes Sampaio, NGS Malhas, Otojal, Paulo De Oliveira, Penteadora, RDD, Riopele, Satinskin, Sidónios Knitwear, Somelos Tecidos, Tessimax Lanifício, TEXSER - Textil Serzedelo, Tintex, TMG Textiles, Trendburel, Trimalhas, Troficolor Denim Makers PREMIÈRE VISION ACCESSORIES - Idepa, Solinhas PREMIÈRE VISION YARNS - Fivitex By SMBM, JFA, MAF/Filasa PREMIÈRE VISION MANUFACTURING KNITWEAR - Malhas Carjor, Montagut Industries – Orfama PROXIMITY - Faria Da Costa, Lima & Companhia, R.Lobo Empresa De Confeções, Raith, Siena - Comércio Internacional, Soeiro Centro Têxtil, Têxtil Do Marco, Toddler Portugal, Triwool KIND & JUGEN 19 a 22 de Setembro – Colónia FS confecções / FS Baby, Bluemedley / Blue Kids, Pinkwave

EM DESTAQUE EM MUNIQUE, NA OUTDOOR BY ISPO

Com design moderno e produtos inovadores se fez notar a indústria lusa na Outdoor by ISPO, uma das principais feiras de artigos para desportos. Tradicionalmente organizada em Friedrichshafen, a feira estreou-se este ano no espaço da Messe Munique, resultando na presença de maior número de visitantes. A. Sampaio & Filhos, Aloft, Ditchil, Easy Walk Experience, Faria da Costa, Lemar, Repeltec e Têxteis Sancar compuseram a comitiva From Portugal, enquadrada pela Associação Selectiva Moda, à qual se juntou ainda um showcase de inovação organizado pelo CITEVE. t

AMOR À PRIMEIRA VISTA NA PITTI BIMBO É caso para dizer que amor com amor se paga. ce Gabbana, Karl Lagerfeld Kids, Alberta FerEnquadradas na comitiva From Portugal, várias retti ou Petit Bateau, que vestiram outros símmarcas de moda infantil prepararam a apresentabolos infantis como o Popeye, Betty Boop ou a ção de novas coleções para a Pitti Bimbo, em FloPantera Cor-de-Rosa. Nada mal para a estreia. rença. À energia dos portugueses, a feira italiana Também a B’Lovely viu recaírem sobre si os horespondeu com boas surpresas, com a criatividalofotes, ao ter recebido a inesperada visita da Vode nacional a gue Kids Itália. suscitar o inte“Gostaram dos resse não só de nossos producompradores, tos e decidiram mas também fazer uma sesda Vogue Kids são fotográfica Itália. Até o emcom sete crianblemático Topo ças vestidas Gigio acabou pela B’Lovely”, vestido com deexplicou Florsign português. bela Santos, a A participar diretora da marna feira pela ca de vestuário primeira vez, infantil de luxo a YAY foi uma portuguesa. das escolhiT a m b é m das entre 603 outras marcas marcas intercomo Dr. Kid, nacionais para FS Baby, Knot, vestir com as Meia Pata, Nasuas calças e turapura, Pict-shirt o Topo cola Speranza Gigio, uma das e Phi Clothing, personagens que integraram infantis homea comitiva organageadas pela nizada pela SePitti Bimbo lectiva Moda, deste ano. Uma Coube à YAY vestir Topo Gigio, uma das seis personagens infantis celebradas pela Pitti Bimbo r e g r e s s a r a m escolha – da com a satisfaresponsabilidade do conceituado estilista Alesção de muitos contatos e a visita de clientes de sandro Enriquez – tanto mais prestigiante vários mercados, dos Estados Unidos à China, Líquanto teve como parceiros marcas como Dolbano, Bélgica, Arábia Saudita e muitos outros. t


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TÊXTIL ANTÓNIO FALCÃO QUER ATINGIR 15 MILHÕES DE VENDAS É com o aumento das vendas de fios recobertos e o relançamento da marca própria de meias, a Maggiolly, que a Têxtil António Falcão quer chegar no final do ano aos 15 milhões de faturação. “Investimos cerca de um milhão de euros na compra de 25 máquinas de recobertura convencional e através da técnica de air jet, e estamos no momento de a produção chegar ao mercado”, disse o administrador António Falcão. Com mais de 50 anos de experiência reconhecida pela produção de meias e collants e de fio de poliéster e poliamida, a empresa de Barcelos registou em 2018 um volume de negócios a rondar os 13 milhões.

4TEAMS NO ESTÁDIO DÁ FORÇA A PORTUGAL

A foto foi tirada de manhã na fábrica da 4Teams, mas nessa mesma tarde os cachecóis já coloriam as bancadas do estádio do Dragão no Portugal-Suíça para a Liga das Nações. Um exemplo da capacidade de resposta quase instantânea da nossa ITV. “A nossa resposta depende sempre da urgência dos clientes, mas neste caso produzimos todos os 1900 cachecóis em apenas dois dias”, disse Anthony Câmara, director comercial e de marketing da empresa – à direita, ao lado de Manuel Serrão, director do T, e de Pedro Santos, CEO da 4Teams. t

SONIX INVESTE 2 MILHÕES NA AMPLIAÇÃO DA FÁBRICA A Sonix tem em curso um investimento com um orçamento total de dois milhões de euros, que deverá estar concluído em setembro e acrescentará mais três mil metros quadrados de área coberta à sua fábrica em Barcelos. O corte vai ser transferido para a nova área desta empresa de malhas, que representa mais de 45% dos 60 milhões de euros do volume de negócios do grupo DiasTêxtil/Sonix, que emprega cerca de 500 pessoas, entre Portugal e a Tunísia. Fundado em 1984 por Conceição Dias, com quatro costureiras e cinco máquinas, o grupo integra, além da Sonix, a DiasTêxtil (uma confeção localizada em Viana do Castelo), a Modelmalhas (tricotagem), Startex (que confeciona em Monastir, Tunísia, peças cortadas na DiasTêxtil) e a Sucess Gadget. A Sucess Gadget é uma empresa tecnológica que

tem ajudado o grupo a subir na cadeia de valor, produzindo peças cada vez mais técnicas, com propriedades anti-baterianas, repelentes de mosquito, etc. “A nossa competitividade não se baseia no preço. Nem se podia basear, já que o curso anual médio de um trabalhador em Portugal anda à volta dos 15 mil euros, enquanto na China é de oito mil e no Bangladesh não ultrapassa os 1500 euros. Quem vem aqui pelo preço está enganado na empresa e no país”, explica a CEO do grupo Dias Têxtil/Sonix. Conceição Dias acrescenta que a vantagem comparativa do seu grupo está na trilogia qualidade/serviço/preço e que o grande elemento diferenciador é a flexibilidade. “Portugal garante aos clientes uma flexibilidade claramente acima da média internacional e nós estamos ainda um bom bocado acima da média do nosso país”, conclui. t

ECOLOGIA DA OLDTRADING SEDUZ AUSTRALIANOS DA BELLA BODIES É um verdadeiro negócio entre os antípodas. A aposta nas fibras ecológicas por parte da Oldtrading chegou aos ouvidos da australiana Bella Bodies, que não olhou a distâncias e decidiu desenvolver com a empresa de Famalicão a sua nova linha de vestuário íntimo para mulher, a Bella Eco. “Esta marca nunca tinha comprado nada em Portugal, nem sequer na Europa, todos os seus fornecedores eram asiáticos, mas quando soube dos materiais com que trabalhávamos decidiu vir a Portugal”, conta Francisco Pinhei-

ro, do departamento comercial da Oldtrading, empresa especializada em vestuário Seamless. Desde o primeiro contacto, em Setembro de 2018, os representantes da Bella Bodies visitaram a empresa por quatro vezes, num processo que culminou já com a expedição das primeiras encomendas. A poliamida biodegradável e o elastano reciclado são algumas das matérias-primas sustentáveis em que a empresa tem investido, numa estratégia orientada para os mercados mais maduros. “Na Austrália, tal como nos países nórdicos,

os clientes são sensíveis às questões ambientais. Não se importam de pagar mais 5 ou 10% por uma solução mais responsável”, explica o representante da Oldtrading. Especializada na tecnologia seamless – a confeção de vestuário sem costuras – a Oldtrading trabalha para diferentes sectores como a moda íntima, o sportwear, o vestuário de modelação e o pré-mamã. Atualmente 95% da sua produção é destinada aos mercados externos, tendo como principais destinos a Noruega, Suécia, Holanda, Inglaterra, França e Espanha. t

"Adoro trabalhar com os novos modelos, vê-los evoluir e crescer, construírem as suas carreiras, assistir ao seu crescimento enquanto pessoas. Aprendo muita coisa" Alexandra Macedo Diretora Geral da Best Models

H&M TESTA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO NEGÓCIO DA MODA O grupo sueco H&M lançou o projeto Just Perfect, para já apenas na Alemanha, com o qual começou a comercializar camisas brancas sob medida, com o recurso à inteligência artificial fornecida pela startup Zyseme. O projeto envolve a criação de uma aplicação que permite a produção de roupas personalizadas – o que levará o grupo, se tudo correr bem, a estender a iniciativa a outras peças da sua coleção e, claro, a outras geografias.

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da produção da Flor da Moda é para a marca Ana Sousa, mas o objetivo é baixar essa percentagem para 45%

SUCESSO DA MODA MADE IN PORTUGAL EXPLICADO EM MÁLAGA

Portugal foi o país convidado da primeira edição da Fibo – Fashion Industry Business Oportunities e o director-geral da ATP, Paulo Vaz, e a designer Katty Xiomara estiveram em Málaga para explicar o caso de sucesso da moda made in Portugal. “Este ano, por ser a primeira edição, pensamos em Portugal uma vez que a moda é um dos seus principais expoentes criativos e económicos”, explicavam os organizadores do encontro destinado a discutir e analisar as grandes tendências da estética e do consumo de produtos de moda.


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Os Filmes de Moda Nacionais de Autor,

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de Marca, de Têxteis Técnicos, de Alive Mobile e Internacionais são as categorias desta edição. Use o filme de moda para criar e potenciar a relação emocional com o seu público e submeta-o ao Festival até 20 de set. Fashion Film Festival, um namoro que dura há 6 edições. Inscrições gratuitas | www.portofashionfilmfestival.com | 963724466| fashionfilmfestival@portofashionweek.com

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p o r t o f a shi o nfi lm f est i v a l. c o m

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X DE PORTA ABERTA Por: Cláudia Azevedo Lopes

Miacomigo

Rua Formosa, 340 4000-249 Porto

Ano de abertura 2006 Produtos Vestuário feminino Estilo Para todas as ocasiões, desde roupa de cerimónia a peças mais casuais Cliente Que procura roupa intemporal e de qualidade Loja online Através do Facebook e Instagram

A PAULO DE OLIVEIRA VIRA-SE PARA AS MULHERES COM PINK Pink é a marca da coleção específica de tecidos para senhora que a Paulo de Oliveira lançou para compensar o decréscimo no consumo de fatos de homem, que valem cerca de 60% nas vendas da empresa – uma percentagem que cai para um pouco menos de 50% quando se fala do volume de negócios de 80 milhões de euros feito em 2018 pelo grupo, que engloba ainda a Penteadora e a Tessimax. “Sempre vendemos tecido para senhora, mas só a partir do ano passado apresentamos uma coleção dirigida para este segmento”, explica Paulo Augusto de Oliveira, administrador do maior grupo português de lanifícios – e um dos três maiores da Europa desse setor.

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das vendas da Lameirinho são feitas no Estados Unidos. França e Reino Unido são respetivamente o segundo e terceiro melhores mercados da têxtil-lar da família Coelho Lima

Até ao cair do pano Se há palavra que pode definir a história da Miacomigo, essa palavra é resiliência. Abriram portas quando a Baixa do Porto era um deserto em ruinas, mantiveram-nas abertas durante a crise económica e nem as obras constantes que a cidade vai levando à sua volta – a mais recente é a do mercado do Bolhão – são suficientes para condenar esta boutique (embora lhe compliquem um pouco a vida). O segredo? “Tem tudo a ver com o atendimento personalizado”, garante Teresa Branco, uma das proprietárias, juntamente com o irmão, José Carlos Branco, e Bernadete Carecho, cunhada e a principal responsável pelo nascimento da Miacomigo. “Houve aqui um trabalho de proximidade, de criação de clientela, que foi desenvolvido pela Bernadete e que se revelou essencial para o sucesso da loja. Porque a Baixa há uns anos atrás era um deserto. As pessoas quando saiam dos trabalhos ao fim do dia tinham medo de passar por estas ruas. Ela fez um trabalho magnífico, trabalhando todos os dias para criar relações de intimidade com os nossos clientes. Era isso que os motivava a visitarem a loja”, explica Teresa Branco. No entanto, não se pode falar da Miacomigo sem falar da Soares e Gorgulho, Lda, a empresa mãe fundada em 1987 por Maria Moita Gorgulho e José Soares Branco, os pais de Teresa e José Carlos. Começou por vender lãs – o que fez com que se tornasse conhecida na Areosa, onde se situava, simplesmente como a Casa das Lãs – e mais tarde deu o salto para o pronto-a-vestir. Anos depois falou-se na abertura de uma segunda loja e Bernadete Carecho tomou conta do leme. “Todo o conceito desta loja foi idealizado pela Bernadete e

foi ela que durante os primeiros 13 anos a geriu sozinha. A ideia era criar uma loja que vendesse roupa de qualidade, introduzindo até alguns criadores nacionais, como foi o caso do Luís Buchinho. Ou seja, vender marcas de referência que agradassem e seduzissem uma clientela média-alta”, conta Teresa Branco. Encontraram este espaço no edifício do Palácio do Bolhão e chamaram o arquiteto Luís Pedro Silva, o mesmo que desenhou o Terminal de Leixões, para dar vida à visão que Bernadete tinha para a loja. “Por se tratar de um edifício histórico, o projeto teve de ser feito em colaboração com o IPPAR. É fácil imaginar o tempo que demorou e o investimento que teve de ser feito...”, explica Teresa Branco. “Houve uma grande preocupação em respeitar a história do edifício, que antes era um palácio, onde se faziam as festas mais luxuosas do Porto, e que agora alberga um teatro”, completa. Uma estética que está bem presente mal se entra na loja. O reposteiro acetinado que encima as prateleiras, o cortinado denso de tecido aveludado que desce do teto até ao chão para dar lugar aos provadores, como se de uma cortina de palco se tratasse, e, no centro, um enorme candeeiro formado por dezenas de lâmpadas. Luís Buchinho, Hoss Intropia, Alba Conde, Messcalino, Oki Coky , Sita Murt, Xendra, Kookai, e os acessórios de Regina Pinheiro, Manuela Andrade e Alexandra Quintas são as marcas de referência escolhidas por Bernadete, que também faz a curadoria das coleções, para seduzir a clientela da Miacomigo. Um trabalho que, assim como no passado, vai continuar a ser feito no futuro, sem medo dos desafios. Até ao cair do pano! t

LMA VAI AJUDAR A AUMENTAR A VENDA DE LIVROS

HELIOTEXTIL E U. AVEIRO À PROCURA DE MATERIAIS

Nos últimos dez anos a venda de livros no nosso país caiu 21,5%. Uma ajuda à inversão desta tendência pode vir de onde se menos espera – a têxtil. Na última Techtextil, a LMA foi contatada por um editor internacional, que desafiou a empresa portuguesa a fazer capas têxtil para os seus livros. Porque está provado que assim vendem mais.

A Heliotextil e a Universidade de Aveiro têm em curso um projeto de investigação de novos materiais condutores de base não metálicos, com sensores mais leves e com elasticidade que possam ser aplicados à indústria têxtil. A desenvolver em três anos, o projeto Candade está orçado em um milhão de euros.

"A estamparia digital não substitui por completo a tradicional. São ferramentas complementares. Cada uma tem o seu lugar. Não é por existirem automóveis que os camiões deixam de fazer falta" Mário Jorge Machado CEO da Adalberto

SAMSONITE LANÇA LINHA DE VIAGEM EM TECIDO DE MALHA A Samsonite acaba de reforçar o seu portfolio de gamas ecológicas, com a nova coleção Neoknit, criada através da tecnologia de tecido em malha, feito a partir de fio RPET. O inovador tecido em malha é a combinação certa entre redução de impacto ambiental e conforto e traz uma nova dimensão de sustentabilidade, para além de poder ser reciclado. Com esta aposta, a marca reforça a sua posição de liderança no mercado ao introduzir esta tecnologia no mundo das viagens.


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Agora também pode comprar online! Na nossa loja vai encontrar uma vasta gama de produtos gráficos, com preços muito competitivos e total garantia de qualidade. Cartões, Postais, Monofolhas, Flyers, Cartazes, Desdobráveis, Catálogos, Revistas, Etiquetas, Autocolantes, Displays de Balcão, Porta Folhetos, Quadros em Tela Canvas, Impressão Digital de Grande Formato,...

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X O MEU PRODUTO Por: António Moreira Gonçalves

iTechCoat

Desenvolvido pela Coltec, em parceria com o CITEVE e o CeNTI

O que é? Um revestimento inteligente e funcional que incorpora nos têxteis uma rede de polímeros condutores Para que serve? Para fins diversos. Numa proteção de colchão emite um alerta (através de sensores) quando um doente acamado precisa de mudar de posição Estado do projeto? Primeiro protótipo em apresentação

FASHION FILM FESTIVAL ARRANCA A TODO O VAPOR Arranque de luxo no lançamento da 6ª edição do Porto Fashion Film Festival. Em apenas duas semanas, o FFF teve mais de 40 filmes inscritos, oriundos de todo o mundo. “Quando as inscrições abriram, notámos logo muitos registos e metade são de países tão diferentes como França, Itália, Estados Unidos ou Rússia”, disse Estela Rebelo, directora de marketing e comunicação do FFF. As inscrições prolongam-se até 20 de Setembro para aquele que é o único festival do país dedicado a filmes de moda. “Digital love. Digital date” é o tema para a próxima edição.

"O nosso objetivo é vender mais e tentar fugir à concorrência. A Coltec está sempre focada em fazer aquilo que os outros não fazem" Paulo Neves CEO da Coltec

EMPRESÁRIOS FRANCESES À PROCURA DO TÊXTIL PORTUGUÊS A assinatura de protocolos com a ATP, reuniões bilaterais e a passagem por algumas empresas de referência constituíram os pontos fortes da visita que uma delegação de empresários franceses fez ao têxtil português, enquadrada pela UIT (União das Industrias Têxteis) de França e pela CCIFP (Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa), entidades que subscreveram acordos de cooperação com a ATP e em conjunto delinearam um programa de reuniões B2B com diversas empresas portuguesas. Produtos de têxtil-lar, malhas, tricotados, acabamentos e tecelagem estiveram no centro do interesse dos franceses.

Coltec a olhar para o futuro É uma nova geração de revestimentos têxteis e pode guardar a chave para a solução de muitos problemas do dia-a-dia. A Coltec, empresa especializada em laminação e revestimentos, desenvolveu uma tecnologia capaz de incorporar polímeros condutores no interior de artigos têxteis. O primeiro protótipo começou a ser apresentado este ano e tem atraído as atenções do mercado. A equipa que o desenvolveu prefere ser cautelosa nas projeções, mas é certo que o produto abre a janela a uma série de novos desenvolvimentos. “O nosso objetivo era utilizar as nossas tecnologias para criar produtos funcionais”, explica Francisco Fernandes, responsável técnico da Coltec. O projeto surgiu em 2016, quando a empresa de Polvoreira, Guimarães, adquiriu um conjunto de novas máquinas de Hot Melt Printing. Decidida a perceber as potencialidades do “novo brinquedo”, a Coltec começou a avaliar várias hipóteses de investigação. “Falamos com o CITEVE e percebemos que os têxteis inteligentes eram uma área com muito para descobrir”, lembra o representante da empresa. No desenvolvimento do iTechCoat viria a juntar-se ainda o CeNTI, responsável pela componente electrónica. Logo à partida a equipa definiu como meta a criação de um protetor de colchão para pessoas acamadas. Como estão normalmente longas horas na mesma posição, estes doentes sofrem muitas vezes de úlceras na pele que surgem pela pressão constante. O sistema criado pela Coltec ajuda na prevenção deste problema, ao avaliar as zonas sob maior pressão – num mostrador digital, como se vê na foto – e emitindo um aviso sonoro quan-

do é necessário mudar o doente de posição. “Fomos a lares perceber quais as necessidades reais das pessoas. Há casos, por exemplo, de doentes totalmente paralisados que caem durante a noite, sem os cuidadores perceberem como”, diz Célia Silva, responsável de produção na Coltec. O colchão é também capaz de memorizar todas as alterações de posição durante a noite. O protótipo foi apresentado no MODtissimo, na Techtextil e em vários showcases de inovação. “É interessante ver a reação das pessoas nas feiras, como é um conceito bastante novo cria muitas perguntas e sugestões”, descreve o responsável técnico. Contudo, a equipa da Coltec prefere ser cautelosa em fazer projeções. “É uma tecnologia muito recente, neste momento não temos equipamentos que nos permitam produzi-lo de forma contínua”, afirma Francisco Fernandes. “As matérias-primas são ainda muito caras e difíceis de trabalhar, mas quem dominar esta tecnologia pode ter muito sucesso”, acrescenta Célia Silva. De qualquer das formas, toda a equipa tem a certeza que o protetor de colchão é apenas a primeira de muitas possibilidades. “Aqui utilizamos sensores de pressão", mas podemos fazê-lo com sensores de temperatura, por exemplo. E pode ser utilizado não só em têxteis-lar, mas também no calçado e no vestuário", afirma Francisco Fernandes. São muitas as hipóteses, mas por enquanto a empresa está focada em mostrar este primeiro produto. “Estamos a estudar diferentes hipóteses, a perceber o que o mercado nos diz e depois vamos pensar nos próximos passos”, conclui o responsável técnico da Coltec. t

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das vendas da Salsa são feitas no canal digital

LAVORO EM DESTAQUE NA INDUSTRY TOOLS 2019 A Lavoro, líder portuguesa na produção de calçado profissional e que prepara a entrada no vestuário de proteção, expôs em Bilbao os seus mais recentes projetos de inovação durante a Industry Tools 2019. Em destaque a Combat Boot, uma bota que recebeu a certificação ‘Army Tested’ do Exército Português e que foi concebida no âmbito de um programa liderado pelo CITEVE que visa capacitar o soldado para um desempenho mais ágil e eficaz.

MIGUEL VIEIRA NO CALENDÁRIO OFICIAL DA MILANO MODA UOMO Ao lado de nomes como Versace, Prada e Gucci, Miguel Vieira fez a sua primeira incursão no calendário oficial da Semana da Moda Masculina de Milão. No desfile que teve lugar a 17 de Junho, o designer apresentou a sua coleção SS 2020. Antes, somava já cinco presenças consecutivas no calendário de eventos da Milano Moda e a sua coleção FW19 tinha obtido uma pontuação de 8.9 no site The Impression. “Foi uma surpresa para mim, mas era um patamar que há muito queria atingir. Esperei 15 anos para que isto acontecesse”, disse o designer.


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NOVAS IMPRESSORAS PARA TÊXTEIS À BASE DE POLIÉSTER

RIOPELE, TINTEX E CITEVE FALARAM DE SUSTENTABILIDADE EM CASCAIS Isabel Domingues, da Riopele, Ana Silva, da Tintex, e Maria José Carvalho, do CITEVE, foram as oradoras de uma mesa redonda nas Fashion Sustainability Talks do Summer Market Stylista, que decorreu em Cascais. Um trio de luxo que explicou o quanto a têxtil nacional evoluiu em termos de sustentabilidade, estando hoje na linha da frente nesse tema, apesar do muito que ainda precisa de ser feito.

"Portugal é considerado excelente ao nível da produção, mas ainda não é visto como um país de moda" Ana Roncha Diretora do mestrado em Strategic Fashion Marketing do London College of Fashion

A linha HP Stitch Dye-Sub Printers, distribuída em Portugal pela Plotterzone, garante uma maior qualidade de impressão

Foi para acompanhar a grande procura por têxteis à base de poliéster, seja para a roupa desportiva, sinalização têxtil, decoração de interiores ou outras, que a HP foi à procura da impressão por sublimação na tecnologia de impressão a jacto de tinta térmico. Qualidade de imagem, alta produtividade, melhor impressão e consistência de cores, é o que anuncia agora a fabricante com o lançamento da linha HP Stitch Dye-Sub Printers, uma nova gama distribuída em Portugal exclusivamente pela Plotterzone. As novas impressoras de grande formato – três, de 1,60m a 3,20m de largura – possuem cabeçotes substituíveis, o que resulta em tempos de inatividade e custos de manutenção reduzidos. Por outro lado, a marca garante qualidade de imagem, com impressões nítidas mesmo ao imprimir tecidos de alta densidade.

“Imprima a partir de um único dispositivo em papel de transferência e diretamente em tecido”, desafia a marca, que fala também em economia de tempo, “eliminando intervenções manuais com a manutenção automática do cabeçote de impressão”. Também os custos são reduzidos, “utilizando papéis de baixa gramagem com confiança”. Agora, garante a HP, não só é possível obter as cores pretendidas “de maneira mais rápida e fácil que nunca”, como “pode fazer o download ou criar os seus próprios perfis de cores em menos de uma hora”. Outra das caraterísticas que destaca a Plotterzone – distribuidor exclusivo em Portugal – é a alta produtividade. A nova gama HP Stitch é capaz de atingir uma velocidade de produção de até 220 m2 por hora, permitindo assim cumprir prazos apertados ou responder a picos de produção sazonais em regime de alta produtividade. t

MOOV (GRUPO ENDUTEX) CHEGA A LISBOA E REFORÇA NO BRASIL O grupo têxtil Endutex vai abrir dois hotéis Moov na área metropolitana de Lisboa – um em Oeiras e outro no Parque das Nações – enquanto se prepara para reforçar a sua presença no Brasil (onde tem uma unidade em Curitiba) e estuda oportunidades de expansão na Europa (Espanha, Alemanha e Polónia). Os projetos em curso implicam um investimento de 25 milhões de euros. Até ao final do ano, entrará em operação o Moov Oeiras, um hotel com 115 quartos, que representa um investimento de seis milhões de euros. O Moov Parque das Nações, a maior unidade do grupo, com 180 quartos, deverá estar concluído no próximo ano e

custará dez milhões de euros. Os planos de expansão da cadeia contemplam um segundo hotel em Matosinhos, com 112 quartos (em fase de licenciamento) e a construção de unidades em Guimarães (já tem terreno) e Braga. No Brasil, o grupo vai investir 6,8 milhões de euros num hotel de 156 quartos em Porto Alegre, que deverá estar concluído no final do próximo ano, e vai construir uma unidade. Entretanto, já fechou negócio para a edificação de uma unidade em São Paulo, onde está a negociar mais três localizações. Baixo preço e localização central são os dois pilares do conceito Moov, uma cadeia nascida em 2011 que tem em operação dois

hotéis na área metropolitana do Porto e um em Évora. No entretanto, a Endutex Hotéis vai estrear-se num novo segmento, o dos apartamentos turísticos, estando a reconverter um edifício de escritórios nas imediações da Rotunda da Boavista, no Porto, e que representa um investimento de 3,5 milhões de euros. Liderado por Vítor Abreu e especializado em têxteis técnicos, o grupo Endutex foi fundado em 1970, tem instalações industriais em Portugal (Santo Tirso) e Brasil, emprega mais de 600 pessoas e fechou 2018 com um volume de negócios consolidado superior a 100 milhões de euros, feito na têxtil, hotelaria e imobiliário.t

ALBERTO PACCANELLI, PRESIDENTE DA EURATEX

SONAE FASHION FATURA 98 MILHÕES E CRESCE 40%

A mais importante associação têxtil da Europa, a Euratex – de que a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal faz parte – e representada no Board pelo CEO da Adalberto Estampados, Mário Jorge Machado – tem um novo presidente: o empresário italiano Alberto Paccanelli, que assumiu o cargo em substituição do alemão Klaus Huneke.

A divisão de moda da Sonae atingiu no primeiro trimestre do ano um crescimento de 40% no canal online e uma faturação de 98 milhões, segundo reportou o grupo à Comissão do Mercado de Valores Imobiliários. Em termos gerais a Sonae Fashion aumentou as vendas no primeiro trimestre em 1% em relação ao mesmo período de 2018.

220 milhões de euros foi o volume de negócios consolidado do grupo Cordex, em 2018, o que representa um crescimento de 12% sobre o ano anterior

TÊXTEIS DE FAMALICÃO MAIS PRÓXIMAS DO CANADÁ

Abrir as portas do mercado canadiano às empresas têxteis, nomeadamente com a presença em feiras empresariais no Canadá, foi o ponto central da visita do cônsul honorário de Portugal em Edmonton, Aurélio Fernandes, que esteve em Famalicão. O cônsul foi recebido pelo Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, e manteve reuniões de trabalho com o pelouro da Economia, Empreendedorismo e Inovação, Turismo e Internacionalização, liderado pelo vereador Augusto Lima.


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M EMERGENTE Caroline Loss Investigadora na UBI Família Vive com o namorado Pedro, também investigador na UBI. A outra “está toda no Brasil Formação Doutoramento em Engenharia Têxtil e mestrado em Design de Moda (ambos na UBI com 19 valores), depois do bacharelato em Moda e Estilo na Universidade de Caxias do Sul (Brasil) Casa Apartamento na Covilhã Carro Nissan Leaf (tem também um Suzuki Swift, de 94, para viagens maiores) Portátil MacBook Telemóvel Xiaomi A2 Hobbies Devorar séries (Grey's Anatomy, The Big Bang Theory e Suits são as favoritas) Férias Quando não é no Brasil, faz roadtrips pela Europa (já foi de Portugal à Bósnia no seu Suzuki) Regra de Ouro “Absorver e repassar o máximo de conhecimento possível com as pessoas que cruzam o meu caminho”

FOTO: ANTÓNIO MOREIRA GONÇALVES

Designer-Cientista com muito instinto Quando na última Techtextil subiu ao palco para receber o Innovation Award, Caroline Loss viu reconhecida a utilidade do seu E-caption, um casaco tecnológico a que dedicou os últimos anos de trabalho e investigação. Mas aquele prémio foi também a prova que uma das suas metas estava cumprida: tinha encontrado o “seu jeito” de ajudar as pessoas, mesmo quando foi mudando tantas vezes de planos. Natural do Rio Grande do Sul, Brasil, Caroline fez toda a escola com a ideia fixa de seguir medicina. Mas quando chegou à altura do vestibular – o exame de acesso à universidade – decidiu seguir o instinto. “Eu queria conhecer o mundo e se ficasse presa num hospital para o resto da vida nunca o iria conseguir”, explica. E foi assim que a moda entrou na vida dela, numa decisão tão repentina que apanhou todos de surpresa. “Como moda e medicina começam por ‘M’, a minha mãe até me perguntou se eu não preenchido mal, se me tinha enganado”, conta. Na altura o curso, na Universidade de Caxias do Sul, a sua cidade natal, ainda tinha o nome “Moda e Estilo”. A vontade de abrir horizontes levou-a por um semestre até Buenos Aires, à Universidad Argentina de la Empresa, onde redescobre a sua vocação. “Tive o primeiro contacto mais apaixonante com o design têxtil. O meu curso era muito orientado para a moda, para as coleções finais, e não tanto para os materiais que estão na base de tudo”, recorda. De regresso ao Brasil, estagia numa empresa de homewear – “desenhava pijamas com um conceito meio desportivo, que podiam ser utilizados na rua, em idas ao mercado, por exemplo” – onde se quedou algum tempo, a ganhar experiência. “Sentia que desenhava as coisas mas não sabia muito bem que materiais escolher, queria estudar esse lado, e queria fazê-lo no estrangeiro”. Procurou pelo melhor curso e o instinto encaminhou-a para Universidade da Beira Interior: “É mesmo para esse lugar que eu quero ir! A vertente têxtil era muito forte e tudo no google falava na Covilhã como a Manchester portuguesa”. Entrou no mestrado de Design de Moda em Agosto de 2010, com 21 anos. As aulas começavam logo em Setembro e Caroline nunca tinha estado a Portugal, nem sequer à Europa. “Vim num voo tarde e apanhei o último comboio da noite, que chegava à Covilhã às 23h. A estação estava em obras, eu tinha duas malas imensas e já nem havia táxis, não se via nada nem ninguém, foi um pouco assustador”, conta. A percepção foi mudando e rapidamente abraçou o estatuto de covilhanense adotiva. No primeiro ano de mestrado, numa aula de tecnomoda, surgiu a luz. “Vi têxteis condutores, têxteis que acendiam luzes, têxteis com canais para a transpiração e fiquei impressionada com todo este potencial. Não sabia bem como, mas percebi que ia trabalhar nesta área”, e passados dois anos estava a fazer um doutoramento em engenharia têxtil. Em 2012, integra um projeto de investigação centrado em antenas electromagnéticas feitas de materiais têxteis que viria a resultar no E-caption, um casaco de proteção destinado a técnicos de manutenção das torres de telecomunicação. “No início foi muito desafiador para mim, porque no núcleo só havia engenheiros e eu era a única designer. Tinha algumas noções de electromagnetismo e ótica, mas tive de voltar a estudar”, lembra. Depois de uma primeira versão – “que ainda continha uma placa rígida” –, a equipa desenvolveu a versão 2.0, totalmente produzida em têxteis. Na Techtextil o projeto impressionou o júri, mas para além do prémio já há empresas interessadas na tecnologia, embora ainda não esteja definido o modelo de negócio. Qualquer que seja o futuro do projeto, Caroline já conquistou uma certeza: “Quando não fui para Medicina pensei que tinha de arranjar outro jeito de ajudar as pessoas”. O casaco protetor é a prova de como o design têxtil foi o caminho certo, mas Caroline guarda ainda muitas ideias para o futuro. t


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AXFILIA DISTINGUIDA NA 1A EDIÇÃO DOS PRÉMIOS START & GOP A Axfilia recebeu uma menção honrosa na categoria Internacionalização na 1ª edição dos Prémios Start & Go, que têm como objetivo distinguir a vertente inovadora e empreendedora das PME portuguesas. Única têxtil finalista e especializada em vestuário de proteção, a Axfilia é fornecedora de malhas para o fardamento da Proteção Civil francesa, a polícia suíça de Basileia ou o pessoal do alemão ADAC, o maior clube automóvel da Europa. Com base em Barcelos, foi fundada há seis anos por Maria José Machado, engenheira química que à época era a diretora de Desenvolvimento e Negócio do CeNTI.

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS Por: António Moreira Gonçalves

Farol de Ideias – Informação e Novos Media Rua Roberto Ivens, 1333 2.3 4450-257 Matosinhos

O que faz? Produz media em diferentes formatos como o documentário, o magazine televisivo ou o fashion film Áreas Televisão, cinema e novos meios multimedia Fundação 2001 Equipa 16 colaboradores Escritórios Matosinhos

4,5 milhões

de euros é o objetivo que a Foot by Foot fixou para as suas vendas em 2021. A empresa de Felgueiras fechou 2018 com um volume de negócios de 3 milhões de euros

FOTO: ANTÓNIO MOREIRA GONÇALVES

SEIS REGRAS DE OURO PARA O SUCESSO NAS FEIRAS

Um Farol com muitas ideias para a moda O frenesim criativo nos corredores da Farol de Ideias torna-se palpável quando toda a equipa se junta para mais um brainstorming. Tal como nos filmes de Hollywood, é num quadro branco que vão sendo anotadas e riscadas as muitas ideias até se chegar a um consenso. E é através deste processo que vão nascendo programas televisivos, documentários, magazines culturais ou científicos e, mais recentemente, muitos fashion films. “Nesta empresa torna-se quase obrigatório ter ideias, daí o ‘Farol de Ideias’. E quando estamos reunidos todas os contributos são válidos, porque entre um produtor, um jornalista ou um guionista, cada um tem uma perspetiva diferente”, explica Arminda Deusdado, co-fundadora e CEO da empresa, que atualmente conta com uma equipa de 16 colaboradores. A produtora foi criada em 2001 por Arminda e Daniel Deusdado, dois jornalistas – ela especializada em ambiente e ele em economia – que decidiram criar novos conteúdos para televisão. Desde esse momento a empresa foi construindo um vasto currículo, onde hoje constam vários projetos bem conhecidos do público, como o Bioesfera, o Radar de Negócios ou o icónico Liga dos Últimos. Mas com a revolução tecnológica, a Farol aponta agora a sua luz para duas novas áreas: os novos media e o fashion film. “As redes sociais e os smartphones alteraram por completo a forma de produzir e de filmar. Hoje em dia os conteúdos têm de ser pensados para o ecrã do telemóvel porque é aí que vão ser vistos”, afirma a CEO da empresa. Estes novos desafios tecnológicos têm acompanhado uma aproximação da empresa ao mundo da moda. Para

além de produzir o magazine Fashion Film Factory, que já passou pela RTP e agora é transmitido pela TVI24, a empresa colabora com o Porto Fashion Film Festival e tem produzido vários filmes para empresas nacionais. “A nossa ligação com a moda começou em 2011, quando criamos um projeto de documentário sobre a reutilização e a reciclagem de vestuário, mas a proposta não foi aprovada. Estamos a falar de um tema que na altura era novidade e agora tornou-se uma tendência incontornável”, salienta Arminda Deusdado. Com o crescimento do festival portuense, o número de pedidos para fashion films tem crescido exponencialmente e o formato parece já ter criado raízes na indústria. “Nos primeiros anos tínhamos de explicar a diferença entre um vídeo institucional e um fashion film. Agora já não é preciso”, afirma. Para Arminda Deusdado, o conceito de fashion film é muito claro, e representa uma oportunidade única para as marcas de moda. “Quando é feito de forma surpreendente, consegue passar os valores da marca de uma forma subtil, quase sem se perceber que é um produto de marketing”, explica, salientando que o público está cada vez menos receptivo à publicidade tradicional. Com o número de candidatos para o festival a bater recordes, Arminda Deusdado não tem dúvidas que este é um formato que veio para ficar e começa já a preparar-se para a próxima revolução. “Os fashion films vão tornar -se cada vez mais tecnológicos, imersivos e interativos, com a utilização de tecnologias 3D ou de georeferência. Depende do ritmo a que os telemóveis evoluírem”, avisa. t

É na revista Forbes que o analista de mercado Henry DeVries explica a importância da participação nas feiras de negócios, sendo que é necessário não confundir participação com mera presença. Para isso propõe seis passos importantes: planear com tempo; conhecer o programa e objetivos do certame; escolher e trabalhar uma mensagem; agendar compromissos; acompanhar o que está a acontecer a cada momento; e analisar, no final, todos os aspetos da presença na feira.

"O desafio é manter a mente aberta. Porque se as pessoas estiverem de mente aberta conseguem alcançar tudo. Os clientes podem vir com novas exigências, mas se a estrutura for aberta consegue absorver rapidamente as transformações que o mercado traz" José Costa Administrador da Becri

KNOT AJUDA MOÇAMBIQUE A SER MAIS FELIZ

“Eu seria mais feliz se…” foi o mote de lançamento da ação solidária que uniu a organização não-governamental para o desenvolvimento Um Pequeno Gesto, que apoia projetos solidários no sul de Moçambique, e a marca Knot. T-shirts que ilustram os sonhos dos pequeninos da Escolinha de Santa Catarina, na província de Gaza, em Moçambique, estão à venda desde 1 de junho, Dia da Criança.


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OPINIÃO FAZENDO O BALANÇO DO MANDATO Paulo Melo Presidente da ATP

UM DIA PARA NOS LEMBRAR QUE CONTAMOS Paulo Vaz Diretor-Geral da ATP e Editor do T

Tive a maior honra e responsabilidade de presidir à Direção da ATP ao longo dos últimos três anos. Está assim concluído o mandato e as eleições no final de Julho indigitarão órgãos sociais renovados e certamente um novo ciclo na vida da instituição, que todos desejamos mais forte e mais dinâmica no futuro, pois isso irá beneficiar todas as empresas que nela estão representadas. É também tempo de fazer um balanço do mandato que agora termina e que, sem qualquer dúvida, reputo de muito positivo. O setor cresceu em volume de negócios, emprego, investimento e exportações, completando um longo período de expansão, que fez ressurgir a indústria têxtil e vestuário nacional e conferiu-lhe um futuro promissor para o qual todos trabalhamos. Demonstramos à sociedade que as indústrias tradicionais podem modernizar-se e ganharem mercados à escala global, diferenciando-se pelo valor, pela inovação, pela criatividade e pela intensidade do serviço. Foi a aposta central no mandato que se completa a recuperação da imagem do setor, o qual nem sempre esteve devidamente considerado pelas instâncias do poder, pela comunicação social e pela sociedade em geral, o que se efetivou pela promoção internacional do “made in Portugal” como uma etiqueta de qualidade e prestígio, do mesmo modo que se apresentou a fileira como geradora de oportunidades para jovens talentos, procurando-se regenerar o tecido empresarial com novos profissionais, mais qualificados, e com novos empreendedores, nos mais diversos domínios, incluindo nos serviços de apoio à indústria. É com grande satisfação que afirmo, de forma inquestionável, que a aposta foi ganha e todos os ob-

Os sinais que o mercado global da moda enviou, no último trimestre do ano passado e que se têm vindo a intensificar nos primeiros meses de 2019, obrigam-nos a fazer uma reflexão mais profunda sobre o que está a suceder, mas, sobretudo, o que pode estar aí para vir. A Indústria Têxtil e Vestuário portuguesa é feita de empresas e estas são feitas de pessoas. As pessoas são o seu elemento central, a que tudo se reconduz afinal. Se o setor resistiu aos brutais choques competitivos que o obrigaram a uma dramática reestruturação, na década passada, foi, em primeira linha, porque as pessoas não quiseram desistir dele: os empresários, os gestores, os técnicos, os operários e todos os demais stakeholders que o constituem e lhe dão a razão de ser. Teimaram em continuar, persistimos em sobreviver. O elemento psicológico e sociológico,

jetivos propostos completamente concretizados: o setor é hoje reconhecido e até modelar, no país e no exterior; um verdadeiro case study de sucesso de uma atividade tradicional que se manteve moderna e até de vanguarda, também expresso pela filiação da ATP nas mais importantes organizações representativas, na Europa e à escala internacional. Embora enfrentemos dificuldades na atração de mão-de-obra, algo que aliás perpassa por toda a atividade produtiva em Portugal, é com satisfação que vemos surgir novas empresas, lideradas por jovens bem preparados e com mundo; que assistimos à chegada de novas gerações à liderança de empresas já tradicionais, com décadas de existência, assegurando a sua continuidade; e que registamos o regresso expressivo de alunos aos cursos de engenharia têxtil e ao design têxtil e de moda, entre sinais encorajadores. Significa que o futuro está a ser preparado e vai acontecer. Finalmente, há que dizer que, apesar de todos os esforços, não foi possível realizar ainda o desejado sonho de criar uma única Associação representativa do setor, tal como estava consagrado no programa deste mandato e nos anteriores, mas que, estou certo, o mandato que se seguir e os que se seguirem a esse não deixarão de prosseguir, com persistência, tenacidade e perseverança, até o alcançarmos, pois sabemos que só unidos, a pensar estrategicamente e a falar a uma só voz poderemos amplificar a sua influência, reconhecimento e resultados. É com esta mensagem de dever cumprido, na passagem de testemunho, que encorajo todos aqueles que realizarão o mandato seguinte e lhes desejo as maiores felicidades para os desafios que terão pela frente e que estou certo serão vencidos com sucesso. t

que integra a dimensão humana da ITV nacional, foi crucial para que hoje, por simples vontade dos seus atores, possamos ter uma indústria viva, dinâmica, moderna e com futuro. Por essa razão superior, a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, como a Associação de toda a fileira, entendeu celebrar anualmente, no dia 4 de Julho, o dia do “Profissional Têxtil”, como forma de homenagear todos aqueles que consagram o seu esforço, o seu engenho, as suas capacidades e talentos, assim como aqueles que arriscam o seu património e o das suas famílias, em suma a sua vida, de forma profissional – e tantas vezes para lá disso – à atividade do têxtil, do vestuário e da moda. Quando falamos de “Profissional Têxtil”, falamos tanto do mais bem sucedido empresário ao mais humilde operário, pois todos eles construíram e fazem prevalecer

um ecossistema, extraordinariamente vivo e sinérgico, que tem demonstrado capacidades únicas de resiliência e adaptação, de absorção da mais moderna tecnologia e da mais diferenciadora criatividade, contribuindo, cada um a seu modo e na proporção das suas capacidades, competências e responsabilidades, para sermos o que somos: muito mais do que alguns gostaríamos que fossemos, mas ainda menos do que desejamos ser. O dia do “Profissional Têxtil” serve para dizer que contamos, que importamos e que continuaremos, geração atrás de geração, a orgulhar o país, mesmo se este anda distraído desta poderosa verdade. O dia do “Profissional Têxtil” foi criado para lembrar que a nossa indústria têxtil e vestuário tem um rosto, muitos rostos, e uma avassaladora humanidade que nos faz ter continuadamente esperança que o melhor ainda está para vir. t


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Marta Pimenta Departamento de Qualidade/Sistemas de Gestão da Cottonanswer

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Ana Lima Garcia Sociedade de Advogados Cerejeira Namora, Marinho Falcão & Associados

CERTIFICAÇÃO: UM PASSO DE GIGANTE

VEM AÍ O FIM DOS FALSOS SALDOS?

No mercado, tanto nacional como internacional, a certificação dos Sistemas de Gestão significa aumentar a competitividade entre empresas. Significa igualmente a abertura a novos mercados. Mas afinal o que é isso de Certificação? Desconhecida por muitos e adorada por muitos outros, a certificação traduz-se na conceção, implementação e certificação de um Sistema de Gestão inserido num Modelo de Garantia da Qualidade direcionado e pensado para cada empresa. Num momento em que assistimos a uma guerrilha de empresas pelo reconhecimento por parte dos consumidores e destaque entre a concorrência, a Certificação vem auxiliar a tarefa de colocar qualquer organização no topo da tabela. Dotar uma empresa de Sistemas de Gestão é oferecer-lhe um sem-número de vantagens. A adoção e o desenvolvimento de um sistema de certificação é uma decisão puramente estratégica que permite às organizações potenciar a sua performance geral e concentrar esforços na oferta de produtos e serviços de qualidade ao consumidor. No cluster têxtil, desde as fiações ao produto final, existe um espaço imenso para aplicação de Sistemas de Gestão. Se queremos manter o setor de boa saúde, temos de garantir a produção com qualidade e durabilidade para nos posicionarmos na cadeia de valor da área de negócio. É aqui que a adoção de normas como as ISO 9001:2015 (Qualidade), 14001:2004 (Ambiente) e 45001:2018 (Saúde e Segurança), referências internacionais para a Certificação de Sistemas de Gestão em empresas públicas e privadas, bem como a adoção da Certificação do produto Oeko-tex e GOTS, especialmente no setor têxtil, pode auxiliar de forma incalculável uma organização. Adotar estes sistemas é garantir a melhoria do rendimento dos processos de trabalho, é operar com maior eficiência, controlar os custos operacionais e valorizar os recursos. Para que se consigam gerar resultados neste âmbito é necessário nela envolver todos os membros da organização, cada roda da engrenagem deve estar envolvida no processo e girar no sentido correto. Só desta forma será possível espremer todo o sumo que os Sistemas de Gestão têm a oferecer. O segredo de uma organização passa pela certificação dos seus produtos e serviços? Sim, o segredo em “vestir o futuro” mora na produção de têxtil certificada e de qualidade! A qualidade é nada mais nada menos do que a forma como gerimos uma organização, a forma como desempenhámos a nossa atividade, é o cuidado no trato e na oferta aos nossos clientes. t

Como funcionam os saldos? Será que a redução do preço é real? A compra de um produto em saldos é sempre uma jogada inteligente do ponto de vista da poupança de dinheiro? São tudo questões que, invariavelmente, ocorrem ao consumidor. Assim, uma maior transparência nos preços e nas percentagens de redução dos mesmos, aliada a uma uniformização da comunicação das épocas de baixa de preços, são os aspectos norteadoras do projeto de lei do governo que se prepara para mudar o Decreto-Lei n.º 70/2007, que regula as práticas comerciais com redução de preço. Para alcançar esse desiderato, concretizam-se, por um lado, os conceitos de “preço anteriormente praticado” e de “percentagem de redução”, dotando o consumidor de uma informação mais precisa, permitindo-lhe comparar preços, avaliar o desconto praticado, o montante da sua poupança e o custo-benefício da decisão de compra. Com efeito, se na primitiva redação do Decreto-Lei n.º 70/2007 de 26 de Março, se entendia por “preço anteriormente praticado” o preço mais baixo efetivamente praticado para o respetivo produto no mesmo local de venda, durante um período continuado de 30 dias anteriores ao início do período de redução, já com a posterior redação ao mesmo diploma conferida pelo Decreto-Lei n.º 10/2015, essa disposição foi revogada, passando a lei simplesmente a prescrever que a redução de preço anunciada “deve ser real, por referência ao preço anteriormente praticado”. A não concretização desta cláusula geral dava, mediatamente, margem a práticas comerciais menos transparentes por parte dos agentes económicos. É, pois, com base nesta sequência legislativa que este projeto, recentemente aprovado na generalidade, vem estabelecer que se entende “preço anteriormente praticado” ou “preço mais baixo anteriormente praticado” o preço mais baixo a que o produto foi vendido, fora de eventuais períodos de saldo ou de promoção, nos 90 dias anteriores ao dia em que é posto à venda em saldo ou em promoção. Note-se, inclusive, que segundo o diploma em emersão, sendo progressiva a redução de preço, deverá ser considerado como “preço mais baixo anteriormente praticado” o preço mais baixo a que o produto foi vendido antes da primeira venda com redução, sendo aliás obrigatório que qualquer anúncio de venda com redução de preço indique o preço anteriormente praticado. Com esta legislação, suscetível de ser aplicada em todos os setores de atividade, pretende-se fechar a porta a certas práticas desleais, como o inflacionar dos preços imediatamente antes do período de saldos ou promoções. Contudo, prevê-se uma janela de exceções, sobretudo em casos de setores com legislação específica, como a alimentação. Outra das novidades é a intenção do Governo uniformizar a comunicação dos saldos e promoções. Desta forma, com as alterações propostas estabelece-se agora que a venda em saldos fica sujeita a uma declaração emitida pelo comerciante dirigida à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, com uma antecedência mínima de cinco dias úteis, através do portal ePortugal. Este projeto de lei irá agora ser encaminhado para o Conselho Nacional do Consumo, que irá emitir o seu parecer, podendo ainda sofrer alterações, antes de entrar no processo legislativo que conduzirá à sua aprovação. De todo o modo, a intenção do governo revela-se em tudo benéfica para o aumento da transparência nas transacções comerciais entre empresas e consumidores. t


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U ACABAMENTOS Por: Katty Xiomara

Entre as longas reuniões de Bruxelas e as novas eleições que estão à porta, o nosso PM vai ter que aproveitar as férias para fazer campanha. Dai que a nossa Katty lhe tenha preparado umas frescas indumentárias para o efeito. Pouco pano e muito engenho, padrões de leopardo ou de tigre, e sempre bem protegido por uns radicais óculos de sol.

Calção e zunga para as férias de campanha de António Costa O nosso PM regressou de Bruxelas com as suas reconhecidas qualidades de persistência e paciência postas à prova nas longas negociações para escolher o rei ou rainha que ocupará o trono da Europa. “Guerra dos tronos da União Europeia” foram as palavras que António Costa usou para demostrar a sua falta de interesse no cargo, deixando, assim, algumas mágoas plantadas em quem o apontava como candidato surpresa, ideia que ele refutou imediatamente, colocando Portugal como a sua grande prioridade, ou, como será mais certo dizer, colocando em lugar de primazia a luta pela inequívoca maioria absoluta. Agora que Costa chegou a casa, irá desfrutar de uns merecidos dias de descanso. Está claro que esta casa em nada se assemelha à majestosa Westeros das histórias do George R. R. Martin, sendo mais facilmente comparada a pequena cidade de Bedrock, que para quem não sabe, ou não se lembra, é a cidade berço dos Flintstones (a velha e conhecida série animada de Hanna Barbera). É provável que neste tempo de férias o PM sinta falta dos seus paladinos; o grande Carlos César, com as suas fortes e austeras opiniões, e a intrépida Ana Catarina Mendes, com as suas estratégias de campanha. Por outro lado, conseguiu uma cómoda distância do antigo braço direito de Sócrates, que foi por lá deixado… no reino da Europa. Por isso, mesmo sem os seus paladinos, estes dias não deixam de ser uma ótima oportunidade para dedicar algum tempo à autopromoção. Preparámos para esse digno espetáculo umas frescas indumentárias, mas claro, ao nível das possibilidades “Flintstonianas”, utilizando métodos ancestrais, pouco pano e muito engenho. Assim sugerimos um Costa ora de zunga, ora de calção (venha o diabo e escolha), com padrões de leopardo ou de tigre, calçando chinelos ou Crocks, protegido por uns radicais óculos de sol, ou por um clássico chapéu… bem, digamos que poderá ser ao gosto do freguês! O importante é perceber que nestes dias de lazer, a faixa da “Geringonça” fica na gaveta sendo substituída pela faixa da “Costância”. t


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O AS MINHAS CANTINAS Por: Manuel Serrão

O Valentim Terrace R. Gago Coutinho 11 4450-142 Matosinhos

UMA ESPLANADA COM NOME DE TERRAÇO Porque é que as esplanadas, que existem agora em grande numero em Matosinhos, são todas cobertas? De dia, claro que também será por causa do sol dardejante, mas durante o almoço e o jantar a verdadeira razão é o medo da praga das gaivotas! Espero que não haja nenhum fanático do PAN a ler este artigo, senão ainda me processa por falta de respeito com essa ave que quando voa não respeita ninguém que lhe passe por baixo! Este arrazoado é para se perceber porque é que o Valentim Terrace se afirma como esplanada apesar de ser mais um rooftop . Nomenclatura à parte, o que interessa é que lá se comem dos melhores peixes grelhados de Matosinhos, que podem e devem ser antecedidos de umas lulas salteadas sempre no seu ponto certo. O meu amigo Rui Sousa Dias (que tem ascendência e família no mundo têxtil) é que “inventou” este Terrace, a partir do Valentim Hotel, que instalou entre o restaurante O Valentim tradicional e este novo espaço no último andar do mesmo prédio. Com isso conseguiu concentrar com o Dom Peixe (que entretanto ocupou o espaço do antigo Sempr’Assar) um galeria de bem ser vir de que Matosinhos se pode bem orgulhar e a nós só nos cabe aproveitar. Apesar da lota, acaba por ter talvez a melhor vista dos restaurantes da zona por causa da localização elevada e o peixe não perde pela demora. Porque a demora deixou de existir desde que foi instalado um grelhador na varanda, que também recebe os outros fumos dos fumadores que assim juntam o útil ao agradável... ainda que evitável em nome da saúde de todos! t


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c MALMEQUER Por: António Moreira Gonçalves

Rafaela Norogrando, 39 anos, é professora de Design de Vestuário na Universidade da Beira Interior, onde fundou o “Xi-coração Little Project”, que desafia os futuros designers a criarem roupas para grupos mais desfavorecidos. Brasileira, do Rio Grande do Sul, chegou a Portugal para fazer carreira académica e, além da UBI, já lecionou na ESAD (Matosinhos) e no Politécnico de Viseu. Vive em Aveiro – todas as semanas viaja horas de autocarro – é casada, tem uma filha, Francesca, de cinco anos, e uma segunda menina a caminho.

SOUVENIR

A CAMISA BRANCA QUE NUNCA COMPROMETE

Gosta Paisagens com água Sorriso Bom humor Dança Trilhas sonoras Brilho nos olhos Lasanha Punheta de Bacalhau Água com gás e limão Meritocracia Trabalhar Estudar Investigar Ler Escrever Criar Cuidar do jardim Ver crescer Ser mãe Amar Rever amigos distantes Ter mãe e pai Ser casada Alunos insaciáveis Profissionais apaixonados Trabalhar em equipe Ioga Pilates Não precisar de carro Andar a pé De bicicletas Tecnologia Do mundo conectado e da relatividade das distâncias Natureza Reciclagem Borboletas Champagne Cidadania "Ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer quero viver... (música Preciso Me Encontrar, do Cartola)"

Não gosta Poluição Planeamento pró era-industrial (pró-carros) Politicagem Má vontade Inconsistência administrativa Menosprezo Constrangimentos Mesa mal feita Comida sem tempero Fora do ponto Bagunça Corrupção Violência doméstica Desigualdades Racismo Fumo de cigarro Machismo Grosseria Brutalidade Água com sabores industriais Adição de açúcar em sumo doce Ciclovias inacabadas Planeamento urbano retrógrado Portagens indevidas ou exorbitantes IVA de 23% Contratos precários Auxílio à bancos e não a professores Um carro em dois lugares de estacionamento Violações Método de ensino escolar vigente Pouca criatividade Falta de capricho

Como diria uma grande atriz Portuguesa, Ivone Silva, “Com um simples vestido preto, eu nunca me comprometo!” Eu adaptaria esta célebre frase e diria, “com uma camisa branca, eu nunca me comprometo”. Uma camisa branca é uma peça básica para nos apresentarmos com elegância em diversas ocasiões da nossa vida pessoal e profissional. Com uma camisa branca estamos sempre bem vestidos. E quando o nosso problema de tempo é um fator crítico, a camisa branca simplifica a nossa tarefa, pois ela adapta-se a todos os momentos, ocasiões e eventos, sem termos a preocupação de conjugar cores e padrões. A camisa branca torna-se assim um fator prático, versátil e facilitador. Ao longo dos anos fui dando cada vez mais importância à camisa branca e fui refinando os meus gostos. Uma simples camisa branca pode ter muitos detalhes, que fazem toda a diferença, e de uma certa forma definem a nossa personalidade. Os modelos à primeira vista podem parecer todos iguais, mas não são. Temos de saber escolher o nosso modelo, o tipo de colarinho, o punho, o tecido, o botão... que melhor se adapta ao nosso corpo. No passado sempre usei a camisa branca com uma gravata. Hoje, prefiro uma camisa branca sem gravata, mas tenho sempre uma gravata na gaveta do escritório para colocar, se a ocasião assim o exigir. Gosto de ter no meu armário diferentes tipos de camisas brancas, desde as simples camisas brancas, às camisas para uso de botões de punho ou às camisas de punho duplo. Escolho-as consoante a ocasião. As camisas de punho duplo e botões dão sempre uma elegância marcante. Mas dou especialmente valor ao tecido, pois gosto de me sentir confortável e aposto sempre na confeção por medida com trabalho manual e com pormenores introduzidos à mão. t Eduardo Rangel

Presidente do Conselho de Administração da Rangel


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