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EMERGENTE

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SUSANA BETTENCOURT APRENDEU TODAS AS TÉCNICAS COM A TIA MARIAZINHA

SIDÓNIO SILVA

Fundador e líder do grupo Sidónios

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N Ú M E R O 4 8 N OVE M B RO 2 01 9

“TODOS OS ANOS REINVESTIMOS 50% DO LUCRO”

DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS

PERGUNTA DO MÊS

EMPRESA

VOLTOU A VALER A PENA FABRICAR FIOS EM PORTUGAL?

A CRAFIL TEM SIDO LEVADA DE ARRASTÃO PELOS CLIENTES

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DOIS CAFÉS & A CONTA

PARA NUNO SOUSA A FÁBRICA É UMA SEGUNDA CASA

INOVAÇÃO

PRODUTO

AUTOEUROPA ESTÁ INTERESSADA NO FATO SENSORIZADO DA P&R

BOTÕES QUE LIGAM AO TELEMÓVEL E TÊM MUITO PARA CONTAR

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FOTO: RUI APOLINÁRIO

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CORTE&COSTURA

EDITORIAL

Por: Júlio Magalhães

Por: Manuel Serrão

Pedro Lima 65 anos Sales Manager da Lantal Textiles (ex-Gierlings Velpor), há 40 anos na têxtil, atividade que abraçou depois do curso de Economia (FEP) e que já o fez correr meio mundo – “falta o outro meio, principalmente Argentina e Austrália, onde ainda tenho de ir”. Tal como a música, nos entretantos também tem dois amores. Um é o golfe e o outro os dois netos que, para já, lhe deu a Patrícia, a filha mais velha, enquanto o Pedro, o segundo, saltita ainda pelo mundo ao sabor da profissão

Como empresa exportadora, quais são actualmente os mercados mais importantes para a Lantal?

Na coleção para Vestuário são a Itália, Espanha, Alemanha, USA e França. Já na coleção Decoração são a França, UK e Itália, enquanto na coleção Transportes são a França, Alemanha e Suiça.

São uma empresa veterana mas em constante renovação. Há razões específicas para isso?

Como na vida de uma pessoa, numa empresa há momentos importantes que serão fulcrais para o futuro. Uma empresa nasce, amadurece, instala-se no mercado, mas se não introduzir melhorias, tende a estagnar. O mercado está a mudar constantemente, e a adaptação a ele e aos seus clientes é a única opção para continuar a trabalhar.

Isso não significa que o que se está a fazer esteja errado, mas há momentos em que se deve fazer alterações.

Os principais destinatários dos vossos produtos têm mudado ao longo dos tempos. Qual é hoje o segmento alvo?

No nosso tipo de produtos, e dado o estado atual da economia, ter um público-alvo bem definido é realmente importante. Seja qual for o nicho específico da marca, cada um dos seus clientes é um indivíduo – e merecem ser tratados como tal. O nosso segmento habitual é o médio alto.

O Brexit é um tema recorrente para quem trabalha com o Reino Unido, como a Lantal. Quais são as expetativas que têm neste momento?

De momento, de muita preocupação. Já verificámos uma queda nas vendas este ano e a situação pode piorar em caso de saída forçada, ou seja Hard Brexit. Nesse caso, sem um período de transição, seria muito prejudicial para as exportações. Com a saída, em teoria será necessário retomar o controlo físico aduaneiro, com as consequências negativas que daí advêm. Tudo ainda é possível, mas já há efeitos irrecuperáveis para este ano de 2019.

Num mundo globalizado e em constante revolução, qual é ainda a importância da presença da vossa empresa em feiras internacionais?

Além da constante mutação, a moda está em constante ascensão no mundo inteiro e as feiras internacionais são uma alternativa credível para as empresas apresentarem os seus produtos e angariarem novos contactos.

Hoje mais do que nunca, não nos podemos esquecer de que tudo que organizamos deve ter um cunho humano e cada vez mais apostar no marketing relacional.

As feiras internacionais são uma boa oportunidade de promover a empresa e os produtos junto a um vasto e heterogéneo número de clientes. t

ORGULHO NACIONAL Ganhámos a Barcelona e Paris o direito a organizar em Portugal a nova edição na Europa do Congresso Mundial da ITMF, depois de mais de dez edições realizadas um pouco por todo o mundo. A candidatura vencedora a este evento de importância mundial da International Textile Manufacturers Federation, com sede na Suíça, partiu da ATP mas contou com a parceria das câmaras de Matosinhos, Famalicão e Guimarães. A segunda vitória foi o Congresso ter registado um número recorde de inscrições (300 internacionais e 60 portuguesas), o que se ficou a dever à qualidade do programa e dos intervenientes, mas também à promoção que foi feita desta região de Portugal.

Confesso que mesmo sabendo que estas vitórias não foram fáceis, registo-as com agrado mas não me surpreenderam por aí além. Fui surpreendido por duas intervenções que também causaram um enorme espanto e admiração nas centenas de congressistas presentes. Estes homens de negócios de vários continentes, habituados a lidar com milhões e a participar em reuniões e congressos do mais alto nível, como podem imaginar, ficaram impressionados com as intervenções do Ministro Pedro Siza Vieira e do keynote speaker, Paulo Portas. Naturalmente mais curta a do Ministro, mas ambas prenderam os participantes pela fluência do inglês, pelo cuidado no conteúdo e pelo conhecimento que revelaram das magnas questões em discussão neste evento da ITMF. No coffee break que se seguiu, deambulei meia hora entre os participantes e todos os comentários que ouvi eram muito elogiosos das duas prestações. Admirados pela qualidade geral do Congresso e das intervenções do setor, como as de Mário Jorge Machado e Isabel Furtado, mas também pela enorme qualidade das intervenções políticas. Também lá fora muitos empresários duvidam destas capacidades nos políticos e talvez por isso a surpresa tenha sido ainda maior.

Agora já estão de regresso aos seus países e não tenho a mais pequena dúvida que a perceção de Portugal no mundo vai subir mais uns furos. Junto de muita gente , mas sobretudo junto de gente que conta muito. t

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- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Paulo Vaz Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Cláudia Azevedo Lopes Telefone: 969 658 043 - mail: cl.tdetextil@gmail.com Registo provisório ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/

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n PERGUNTA DO MÊS Texto: António Moreira Gonçalves Ilustração: Cristina Sampaio

VOLTOU A VALER A PENA FABRICAR FIOS EM PORTUGAL? A indústria da fiação em Portugal vive um novo fôlego. Longe vão os tempos em que eram os fios básicos e as encomendas em grande volume que faziam vibrar as fábricas. Agora são os artigos técnicos e sustentáveis, cada vez mais procurados pelos mercados europeus, que abrem uma nova oportunidade no horizonte.

Com um know-how acumulado por décadas de trabalho, as empresas portuguesas destacam-se pelas soluções inovadoras, de valor acrescentado, e já não se limitam a fornecer o setor da moda e têxteis-lar.

Também indústrias de ponta, como o sector automóvel, a aeronáutica, a área médica ou as forças de segurança

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“Uma fiação em Portugal só poderá ser competitiva se concentrar todos os seus esforços na qualidade, serviço, eficiência e inovação”

“A nossa indústria continua a diferenciar-se por produzir fios que não existem em mais lado nenhum”

FÁTIMA ANTUNES LASA

ANTÓNIO ALEXANDRE FALCÃO FITEXAR

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erá sido um dos setores mais fustigados pela entrada da China na Organização Mundial de Comércio em 2001. A consequente liberalização dos mercados e a concorrência direta com a indústria asiática – com custos de produção mais baixos e preços impossíveis de competir – condenou muitas fiações à falência ou, pelo menos, a uma mudança profunda na sua estratégia.

Com o desvio para oriente do mercado de fios básicos – as chamados commodities, por serem uma matéria-prima com características uniformes e sem valor acrescentado – a indústria portuguesa viu desparecerem as vendas em grande volume. “Durante muitos anos trabalhámos com fios mais básicos. Grandes produções e grandes quantidades.

Mas nessa área já não vale a pena produzir cá, tornou-se mais barato importar de países asiáticos”, explica António Alexandre Falcão, administrador da Fitexar e a terceira geração no negócio familiar fundado em 1957.

Em resposta à crise, que

em 2009 levou as exportações têxteis a mínimos históricos, as empresas do setor remodelaram a sua estratégia e subiram na cadeia de valor.

“A nossa indústria diferencia-se hoje por produzir fios que não existem em mais lado nenhum. Estamos a falar de fios mais técnicos, mais especializados e com uma qualidade superior. Esses sim, vale a pena produzir cá porque temos um know-how muito forte e uma boa capacidade de resposta, mesmo a problemas complexos”, afirma o responsável da em-

presa de Barcelos.

Nesta equação, tecnicidade e sustentabilidade andam normalmente lado a lado, com o mercado a procurar artigos com propriedades tecnológicas, mas com uma pegada ambiental cada vez mais reduzida. Antecipando as tendências, a Fitexar está a lançar no mercado um fio biodegradável PLA, produzido a partir de grãos de milho, que poderá ser utilizado como base para ma-

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“A procura por fios sustentáveis abre uma nova janela de oportunidade para a indústria portuguesa”

“Portugal tem a vantagem de ser um país estável, o que permite à nossa indústria estar mais protegida e ser mais proativa”

“Portugal tem de diversificar para áreas mais especializadas, como a indústria automóvel, a aeronáutica, ou as forças de segurança"

“Sempre valeu a pena produzir fios em Portugal, mas hoje temos de estar focados nos fios com muito valor acrescentado e inovação permanente”

RUI MARTINS INOVAFIL

MARIA BELÉM MACHADO SMBM E TEARFIL

JORGE PEREIRA LIPACO

PAULO MELO SOMELOS

teriais inteligentes.

Rui Martins, CEO da Inovafil, vê também nos fios técnicos e sustentáveis o único caminho possível para os desígnios da indústria nacional.

“Os fios básicos são produzidos na Ásia com um mínimo de qualidade e a preços que não justificam a produção em Portugal. Não é previsível que essa realidade venha a mudar a cur-

to prazo”, garante.

Mas apesar dessa porta se ter fechado às exportações nacionais, Rui Martins destaca o surgimento de novos segmentos que vêm beneficiar a indústria portuguesa. “O que estamos a assistir é uma mutação do mercado muito rápida e a procura por fios sustentáveis abre uma nova janela de oportunidade para as empresas portuguesas. Todas as grandes marcas de moda querem criar uma imagem amiga do ambiente e o consumidor tem mais dificuldade em ver um produto sustentável se souber que ele é produzido na Ásia”, salienta o líder da fiação do grupo Mundifios.

Com os mercados europeus como principal destino das suas exportações – que representam mais de 30% da faturação da empresa – a Inovafil vê também compensada a sua aposta em artigos técnicos, como fios termoreguladores ou que retardam a chama, que vão sendo cada vez mais procurados para workwear ou para forças de segurança.

“Portugal apenas é competitivo se estiver focado em artigos técnicos e sustentáveis” concorda Maria Belém Machado, principal acionista de duas fiações: a SMBM, do pai Sérgio Machado; e a Tearfil, adquirida ao grupo MoreTextile no passado mês de julho.

Com um investimento de 3,5 milhões de euros planeado para a Tearfil, a empresária de Moreira de Cónegos vê apenas uma alternativa para o futuro da indústria portuguesa: “temos de trabalhar para a moda de alta qualidade e para marcas de excelência”.

Uma ideia reforçada por Paulo Melo, administrador da Somelos. “Sempre valeu a pena produzir fios em Portugal, mas hoje em dia temos de estar fo-

cados nos fios diferenciados, com muito valor acrescentado, know-how, e inovação permanente”, afirma, dando conta de uma política que já terá protegido a Somelos de maiores impactos no passado. “Desde 95 que apresentamos consecutivamente novas coleções e é por isso que exportamos atualmente 70% dos nossos fios, especialmente para mercados muito exigentes”, destaca o líder da histórica empresa de Ronfe, Guimarães. “É sabido que as quantidades nas encomendas são cada vez menores, com prazos de entrega mais apertados e diversificadas, pelo que temos que estar preparados essencialmente ao nível da flexibilidade e de um acompanhamento de proximidade aos clientes”, explica Fátima Antunes, administradora da Lasa, que aponta a fórmula essencial para o sucesso no setor: “Uma fiação em Portugal apenas poderá ser competitiva se concentrar todos os seus esforços em quatro pilares fundamentais: qualidade de produto, serviço, eficiência e inovação”.

Por seu turno, Jorge Pereira, CEO da Lipaco, coloca a tónica na procura de setores totalmente novos, que tornem a fiação portuguesa mais impermeável às variações da moda.

“Portugal consegue ser competitivo se se direcionar para áreas mais técnicas. Não podemos depender do setor moda que, para além de sazonal, está bastante saturado. Devemos diversificar para áreas mais especializadas, como o setor automóvel, a aeronáutica, as forças de segurança ou a área médica”, defende o líder da empresa de Esposende.

Habituada a trabalhar para setores como o vestuário de trabalho ou de proteção, a Lipaco tem registado um aumento na procura dos fios mais técnicos, como os refletores ou os de elasticidade acima da média. “Os clientes são cada vez mais exigentes, que-

rem novidades, às vezes mesmo sem terem bem a certeza do que procuram. Vão batendo às portas até encontrarem a melhor solução e muitas vezes surpreendem-nos com as aplicações que pedem”, conta o administrador da empresa.

Mas nesta corrida pela procura constante de I&D, a palavra-chave que todos os empresários destacam é “persistência”.

Num caminho que nunca está completo, a concorrência esforça-se por nos seguir os passos. “A indústria espanhola e italiana acompanham este percurso, e na Turquia registam-se também vários desenvolvimentos”, afirma António Alexandre Falcão.

“A principal ameaça vem de países como a Turquia, que são fortemente apoiados pela UE, e que às diversas vantagens face a Portugal – como o facto de terem o seu próprio algodão, ou os custos de trabalho ou energia bastante mais baratos – juntam ainda a componente cambial para desvirtuarem as regras de concorrência”, afirma Fátima Antunes. “As marcas que procuram uma componente de sustentabilidade e tecnicidade mas têm critérios de preço, já encontram algumas soluções na Turquia”, reforça Rui Martins, da Inovafil.

Para Paulo Melo, depende muito do setor em que nos focarmos. “Na fiação algodoeira, não há mais nenhum país a fazer o que nós fazemos; na fiação laneira, a indústria italiana sempre foi muito forte”, resume o administrador da Somelos.

Já Maria Belém Machado, apesar de reconhecer as ameaças externas, nomeadamente a turca, prefere sublinhar as vantagens do nosso país: “Apesar de tudo, Portugal tem sempre uma grande estabilidade política, social e económica, que permite à nossa indústria estar mais protegida e ser mais proactiva na procura de novas soluções”. t

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A DOIS CAFÉS & A CONTA Pedra Furada

Rua de Santa Leocádia 1415 Pedra Furada 4755-392 Barcelos

Prato Tripas enfarinhadas, pataniscas e bolinhos de bacalhau Prato Galo assado no forno recheado à moda de Barcelos Bebidas Quinta do Barco Grande Escolha Loureiro, e dois cafés

NUNO SOUSA

Nasceu em Pereira, Barcelos, em casa dos pais, Ana e João, que cinco anos mais tarde iriam criar a Flor da Moda, nos baixos da casa de uma tia.

De pequeno habitou-se a olhar para a fábrica como uma segunda casa, pois a primeira era só para dormir. No tempo de aulas fazia os trabalhos de casa na fábrica. Nas férias grandes, os primeiros 15 dias estavam a 100% reservados para a brincadeira, mas nos restantes dava uma mão no chão de fábrica, tanto na limpeza do armazém como nas máquinas. “Só não passei pelo escritório”. Chegado ao 12º ano escolheu Economia (na Lusíada) por achar que era a formação mais adequada para ser útil na empresa. Não se mudou para o Porto – ia e vinha todos os dias, num jipe Patrol dado pelos pais. Em 1999, no final do curso, a mãe preferia que ele começasse a carreira fora, mas prevaleceu a vontade do pai, que o queria ao seu lado. Casado com Isabel (que conheceu em trabalho, quando ela era supervisora de loja na Charles), têm um filho, Nuno, de sete anos e moram em Pereira

O HOMEM DA FERRUGEM

FOTO:RUI APOLINÁRIO

47 ANOS ADMINISTRADOR DA FLOR DA MODA

“Há coisa de dois anos tivemos a consciência de que andávamos a cometer alguns erros e resolvemos parar, para repensar o nosso futuro. Envolvemos toda a família nesta reflexão e concluímos que para evitar a contaminação nas decisões só teríamos a ganhar se separássemos a indústria do retalho e adotássemos uma gestão profissional autónoma para cada uma destas duas áreas”, explica Nuno Sousa, que escolheu almoçarmos no Pedra Furada, o restaurante que usa no dia-a-dia como cantina, até porque fica a umas centenas de metros da Flor da Moda.

Nuno ficou à frente da indústria, é o homem da ferrugem, enquanto a sua prima Rute assumiu o comando do retalho, uma área fervilhante de novidades – o refrescamento da marca Ana Sousa, o lançamento da nova insígnia Temperatura, que tem as mulheres mais jovens como target, bem como uma operação de lifting em todas as lojas da cadeia.

A temperatura na área industrial é excelente. “Temos vindo a conquistar clientes a um bom ritmo. Todos os dias chegam

propostas de novos clientes, que estão a voltar da Ásia. Na última Who’s Next tivemos um contacto que desabafou: ‘Ainda bem que estão aqui, pois eu não quero mais nada da China”, conta Nuno, enquanto comíamos o galo do Pedra Furada (premiado em 12 dos 13 concursos Galo de Ouro promovido pela Câmara de Barcelos), regado por um vinho da quinta da família Sousa.

A Ana Sousa ainda é o principal cliente da Flor da Moda. O ano passado valeu 55% do seu volume de negócios, que rondou os 16 milhões de euros. “Ainda há bem pouco tempo eram 80%...”, nota Nuno, que fixou como objetivo reduzir esse peso para 40% no prazo de dois anos, para atenuar a dependência da marca que leva o nome da sua mãe, libertando capacidade industrial para acomodar a nova clientela.

A Flor da Moda está a crescer nos States (à boleia de guerra comercial EUA/ China) e a perder ligeiramente na Alemanha, mas os mercados nórdicos têm um peso cada vez mais importante. E em Itália as coisas estão a correr muito bem.

“Crescemos porque somos bons. Sa-

bemos fazer tudo de senhora. É claro que a imagem externa do país ajuda muito. Portugal está na moda porque sabemos fazer muito bem”, declara, satisfeito, o gestor da Flor da Moda, que trabalha em regime de private label (“Eles vêm cá, analisam a nossa coleção, alteram o estampado, mudam os botões e já está”) com marcas como a Cacharel, Zadig & Voltaire, Terre Bleue ou Victoria Beckham.

A flexibilidade é um dos grandes trunfos da Flor da Moda. “Somos muito versáteis. Fazemos o fato à medida do cliente.

Temos 115 pessoas em duas grandes linhas de produção, mas as restantes trabalham em pequenos células, de cinco a sete trabalhadores, o que nos permite estar a produzir oito modelos diferentes ao mesmo tempo”, garante Nuno Sousa, um gestor empenhado, que para chegar para as encomendas tem dez fábricas nas redondezas, num raio de 10 a 15 quilómetros, a trabalhar em exclusivo para a Flor da Moda – e não pára de investir em equipamentos, para ser capaz de produzir mais e mais rapidamente com as mesmas pessoas. t

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2. “PORTUGAL ESTÁ A TRABALHAR, A DAR A VOLTA. ESPANHA AINDA NÃO COMEÇOU A FAZER NADA”, AFIRMA MARINA LOPEZ (À ESQUERDA) PRESIDENTE DA ASOCIACIÓN DE MODA SOSTENIBLE DE ESPAÑA, COM PAULA GORINE, DUAS DOS MAIS DE 400 VISITANTES ESTRANGEIROS QUE VISITARAM O CERTAME

FOTOSINTESE Por: Cláudia Azevedo Lopes

1. O ESPAÇO DE CHECK-IN FOI PEQUENO PARA TANTOS COMPRADORES, QUE ANSIAVAM VISITAR OS MAIS DE SEIS MIL M2 DE ESPAÇO DE EXPOSIÇÃO, REPLETO DO MELHOR DO QUE SE FAZ EM PORTUGAL

A NOVA COMUNIDADE VERDE

Foi com uma enchente de visitantes prontos para surfar a onda da sustentabilidade que o MODtissimo 54 encheu até às costuras, nos dias 2 e 3 de Outubro, a Alfandega do Porto. Uma nova comunidade sob a égide da sustentabilidade engrossada pelo número recorde – mais de 400 – de visitantes estrangeiros vindos de doze diferentes nacionalidades, e apesar de o clima ser para cautela, os resultados falam por si. “O mercado está muito instável mas isso não impediu uma subida de 15% no número de visitantes profissionais estrangeiros, enquanto o número de compradores nacionais se manteve estável, em linha com o ano passado”, revela, em jeito de balanço, o organizador Manuel Serrão

7. NA SOMELOS, NÃO HOUVE MÃOS A MEDIR PARA A PROCURA

6. UMA DAS GRANDES NOVIDADES FOI O SEE NOW BUY NOW MARKET, QUE CONTOU COM 40 MARCAS NACIONAIS E COM UM ESPAÇO DEDICADO ÀS PEÇAS EM SEGUNDA MÃO

10. O BRINDE DOS VENCEDORES DO FASHION PEOPLE: DE VERDE FLEURY ANGELE (2º LUGAR) LADEADA POR DUAS AMIGAS, MANUEL SERRÃO, CEO DO FASHION PEOPLE, MATILDE COSTA, GESTORA DO CONCURSO, ANTÓNIO CUNHA, EM REPRESENTAÇÃO DE CLÁUDIA FERREIRA (1º LUGAR), PAULO VAZ, PRESIDENTE DO JÚRI, E JOSÉ PESSOA NETO (3º LUGAR)

11. NOS MOMENTOS ENTRE CLIENTES, NA JOSÉ DE ABREU APROVEITAVA-SE PARA LER O T

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4. PAULO GOMES, CURADOR DO GREEN CIRCLE SHOWCASE COM A PEÇA FEITA DE TOALHAS PURE BLENDS, DA MORETEXTILE, ELABORADAS COM 90% DE FIBRAS REUTILIZADAS E SEM RECURSO A TINGIMENTO

5. MAIS UMA VEZ, O ITECHSTYLE SHOWCASE TROUXE AO MODTISSIMO OS MAIS RECENTES E INOVADORES AVANÇOS TECNOLÓGICOS DA INDÚSTRIA TÊXTIL MADE IN PORTUGAL

3. FOI COM UM AVENTAL 100% ORGÂNICO, FEITO EM SARJA VERDE E COM ALÇA EM DENIM, QUE A TROFICOLOR VESTIU A EQUIPA DE ACOLHIMENTO DO MODTISSIMO

9. A EQUIPA DA ULTRA CREATIVE FOI UMA AUTÊNTICA CAMISOLA AMARELA NO ATENDIMENTO DOS VISITANTES

8. NO STAND DA FLOR DA MODA, A COLEÇÃO DA RECÉM LANÇADA TEMPERATURA CHAMAVA A ATENÇÃO DE TODOS OS QUE PASSAVAM

13. AS CADEIRAS NÃO CHEGARAM PARA ACOMODAR A LARGA COMITIVA DE CLIENTES ASIÁTICOS NO STAND DA TESSIMAX

12. A CARAVELA DE FIOS DA FIFITEX PROMETIA CONQUISTAR MERCADOS NUNCA ANTES NAVEGADOS, OU NÃO ESTIVÉSSEMOS NA ALFÂNDEGA DO PORTO

14. COM O SENTIDO DE MISSÃO CUMPRIDA, A EQUIPA DA SELECTIVA MODA DESPEDE-SE COM UM ATÉ JÁ: A PRÓXIMA EDIÇÃO DO MODTISSIMO JÁ ESTÁ MARCADA PARA 19 E 20 DE FEVEREIRO DE 2020, NO AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

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JF ALMEIDA À PROCURA DE NOVOS MERCADOS FORA DA EUROPA A JF Almeida, têxtil de Moreira de Cónegos, está a apostar na diversificação dos mercados de exportação, dando assim uma resposta imediata ao amadurecimento dos principais mercados europeus – que há alguns meses estão a dar mostras de abrandamento. Segundo Juliana Almeida, uma das responsáveis do grupo, os Estados Unidos e o Dubai – como possível ponte para o poderoso mercado da Península Arábica – afiguram-se como os mais promissores para que a JF Almeida faça baixar o peso dos mercados maduros europeus no seu volume de negócios. Mas a Ásia também está nos radares do grupo.

"Estamos num processo de intimidade com os clientes, a trabalhar cada vez melhor com eles, numa relação mais estreita" Rita Ribeiro Business manager da TMG Textiles

SIZA VIEIRA:“É TEMPO DE INVESTIR SIGNIFICATIVAMENTE” Foi na abertura da Convenção ITMF, o maior encontro de sempre do têxtil mundial, que o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, veio dizer aos empresários que este é um tempo para investir. “E para investir significativamente. Quem investir agora vai sair à frente no futuro”, garantiu o agora número dois do Governo, notando que “a indústria têxtil portuguesa tem estado na vanguarda do ajustamento a um novo paradigma”.

Uma boa notícia que veio também do presidente da Euratex, ao dizer que a indústria têxtil portuguesa está bem posicionada, já que tem uma fórmula muito competitiva que lhe permite boas perspetivas de crescimento. Para o máximo responsável da mais importante confederação têxtil da Europa, o que é preciso é “tornar os têxteis mais sexy”– tanto em Portugal como na Europa em geral –, porque o setor tem de conseguir atrair conhecimento, modernidade e flexibilidade e para isso precisa do contributo dos mais novos.

Uma questão que foi igualmente sublinhada por Isabel Furtado, presidente da Cotec e CEO da TMG Automotive, deixando clara a urgência de “convencer as gerações mais jovens de que o setor é atualmente um cluster de modernidade”. É por isso que “a têxtil tem um lugar garantido no futuro”, disse também o presidente da ATP, Mário

EGIPTO INVESTE 1.160 MILHÕES NO SETOR TÊXTIL E DA MODA

UNIFARDAS VAI ESTAR NA A+A COM NOVOS ARTIGOS

O governo do Egipto quer transformar o país num grande centro mundial de produção têxtil, e para isso lançou um plano de investimentos orçado em 1,16 mil milhões de euros. A par do aumento da produção, prevê a abertura de quatro fábricas, ao mesmo tempo que apoia a renovação do parque de máquinas e a formação dos trabalhadores. Este plano pode chamar ao Egipto investimentos privados da ordem dos 16 mil milhões de euros.

É à boleia do projeto “From Portugal” que a Unifardas marca presença na A+A Dusseldorf, a feira internacional de Segurança, Saúde e Proteção no Trabalho.

O objetivo é aproveitar esta montra internacional para dar a conhecer todo o seu know-how na área do vestuário profissional e apostar no desenvolvimento de produtos e coleções próprias para os mercados externos.

5%

é o crescimento que a Endutex espera alcançar este ano no seu volume de negócio, após a queda de 2% em 2018, ano em que as vendas do grupo liderado por Vítor Abreu estiveram na casa dos 38 milhões de euros O ministro Pedro Siza Vieira foi um dos muitos oradores a elogiar a têxtil nacional

Jorge Machado. “Isso depende apenas da nossa imaginação, criatividade e determinação em transformar ameaças em oportunidades”, afirmou no seu discurso de abertura da convenção que reuniu à volta de 350 delegados, oriundos de 34 países.

A maior de sempre da ITMF e que a ATP conseguiu organizar em Portugal pela terceira vez. Uma clara demonstração da “dinâmica e importância que a indústria têxtil e vestuário portuguesa ganhou no negócio global do setor”, registou Paulo Vaz, diretor-geral da ATP, associação que nos últimos anos

trouxe para o Porto os três maiores congressos internacionais relacionados com o sector: o da IAF – International Apparel Federation, em 2012; o da Euratex, em 2017; e agora a ITMF Convention.

O inovador programa, dedicado às questões da “Digitalização e Sustentabilidade” e cobrindo todos os momentos da cadeia de valor, aliado à atratividade da cidade, foram também razões apontadas pelo presidente da International Textile Manufacturers Federation, Kihak Sung, para o elevado número de empresários presentes. t

FFF BATE RECORDE DE PARTICIPAÇÕES Mais de 40 filmes de marca num total de 165 ‘fitas’ a concurso é o surpreendente resultado das inscrições para a 6ª edição do Fashion Film Festival. O total de incrições revela uma também interessante paridade entre participantes nacionais e estrangeiros: 82 inscrições portuguesas e 83 oriundas de participantes estrangeiros. A realizadora Leonor Teles (Urso de Ouro de Berlim 2016 para melhor curta), Eva Font (CEO do FFF de Barcelona), Susana Albuquerque (diretora criativa da Uzina e presidente do Club Criativos de Portugal), Braz Costa (diretor geral do CITEVE), Mário Augusto (jornalista da RTP), Josh Brandao (fotógrafo e realizador baseado em Londres), Sophia Kah (designer) e Hugo Veiga (diretor criativo do Akqa Português de São Paulo) cumprem a difícil função de jurados do FFF.

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PORTUGAL FASHION A CAMINHO DA INTERNACIONALIZAÇÃO

TROFICOLOR MOSTRA COMO DAR UMA VIDA NOVA A TECIDOS VELHOS Upcycling é a palavra chave do novo projeto da Troficolor, que consiste em usar a criatividade para dar uma vida nova a excedentes de produção que estavam encalhados em stocks.

“A verdadeira sustentabilidade está aqui, pois a reutilização de tecidos evita os custos para o planeta de uma nova produção, ou seja representa 0% de consumo de água, energia ou químicos”, explica Carlos Serra, o CEO da Troficolor.

11%

da produção da Barcelcom é destinada ao segmento de desporto

Os jardins da Casa de Serralves acolheram o desfile off-site de Marques'Almeida, que decorreu no último dia do Portugal Fashion

A internacionalização da moda enquanto produto nacional de excelência é um desígnio central do Portugal Fashion e a presença maciça de novos nomes ao longo dos quatro dias da 45ª edição é, para Mónica Neto, project leader do evento, um sintoma de que os designers já incorporaram essa realidade.

Depois de Paris, Milão e Londres, o Portugal Fashion regressou ao Porto – à Alfândega, mas também a Serralves e à Tipografia do Conto – e encheu a cidade de criatividade, irreverência e cosmopolitismo. O programa era particularmente ambicioso, numa mescla entre nomes consagrados e jovens talentos à procura do seu próprio caminho – e por isso também devidamente heterogéneo: entre o Brand Up e os 31 desfiles e apresentações, a dimensão internacional foi reforçada pela

participação da marca Nicolas Lecourt Mansion e pelo desfile dos sete finalistas da Milano Moda Graduate SS20.

“A nossa estratégia de internacionalização passa também por trazer o mundo até nós, nomeadamente convidando designers internacionais que possam promover no exterior a nossa fashion week e a fileira da moda portuguesa”, explicou Mónica Neto.

Entre desfiles mais convencionais e apresentações mais performativas, entre a moda de autor e o pronto-a-vestir, com o calçado pelo meio, a 45ª edição do Portugal Fashion saldou-se num sucesso, com um recorde de 44 mil visitantes e os olhos do mundo da moda a convergirem para o Porto. Ou, como sintetizava Mónica Neto, “quem nasce para a moda, nasce global”. t

AUTOEUROPA ESTÁ INTERESSADA NO FATO SENSORIZADO DA P&R A AutoEuropa já manifestou interesse em utilizar em testes de colisão automóvel o fato sensorizado que um consórcio liderado pela P&R Têxteis está a desenvolver no âmbito do Cluster Têxtil, na vertente Tecnologia e Moda. O grupo de que a P&R é a promotora responsável incluiu cinco outros parceiros: CITEVE, INESC Tec, FEUP, Fade Up/Labiomep e LMA. O final de junho do próximo ano é a data prevista para a conclusão deste projeto estruturante.

O projeto contempla não só o desenvolvimento do fato (do tipo underwear) mas também de uma aplicação móvel, sendo que a informação reco-

lhida por esta inovadora peça é convertida em dados objetivos para o desenvolvimento de protótipos e será disponibilizada à equipa de desenvolvimento através da app.

“A ferramenta que estamos a desenvolver neste projeto tem como objetivo gerar informação para o desenvolvimento e validação de vestuário técnico para desporto – alta competição incluída – com apuradas funcionalidades e adaptando-se perfeitamente não só à ergonomia do desportista mas também às suas necessidades, reduzindo ainda, de uma forma substancial, o tempo e custos de desenvol-

vimento ao eliminar várias fases de prototipagem”, explica Duarte Nuno Pinto, presidente da P&R. “Queremos ainda desenvolver um equipamento para otimização do desempenho dos ciclistas que registe a posição do atleta na bicicleta em movimento, informação que cruzada com a da pedalada obtida através da sensorização da palmilha/gáspea, nos permitirá aconselhar o ciclista a uma postura que melhore a sua performance”, conclui o fundador da P&R, que só da sua parte está a investir 132 mil euros neste projeto estruturante do Cluster Têxtil. t

O PRÓXIMO DESAFIO DA MODA: VENDA POR ASSINATURA

LECTRA DE OLHO NOS 60% DE MILLENNIALS QUE SÃO ASIÁTICOS

A norte-americana Stitch Fix é talvez a pioneira no desbravar de uma nova tendência, a venda por assinatura. Criada em 2011 e lucrativa desde 2014, a empresa atingiu em 2018 valores de faturação próximos dos mil milhões de euros e tem 2,7 milhões de assinantes. O modelo Netflix – que muitos consideravam um verdadeiro disparate – está a ser replicado em cada vez mais áreas, incluindo a moda.

A Lectra aproveitou a CISMA 19, em Xangai, para apresentar as suas soluções de industria 4.0, bem como a Vector Automotive, de corte para assentos e interiores do automóvel. A CISMA - China International Sewing Machine é a maior feira de tecnologia para as indústrias têxtil, e cerca de 60% dos millennials vivem na Ásia, uma realidade demo-geográfica que potencia o crescimento na procura de produtos personalizados.

"Design, criatividade e inovação são os fundamentos da nossa proposta de valor" André Relvas Administrador da Sorema

LAMEIRINHO DÁ CONFORTO A BORDO NOS MARES GELADOS

O World Explorer é um paquete de cruzeiros preparado para as águas geladas do Árctico e Antártica, que por isso escolheu os têxteis de cama, banho e mesa da Lameirinho. Para garantir o conforto durante a navegação, os passageiros vão repousar em lençóis de cetim 100% algodão fabricados na Lameirinho, tal com os roupões e toalhas que usam após o banho. Tudo de produção exclusivamente portuguesa, tal como o World Explorer, que é o primeiro paquete de cruzeiros oceânicos totalmente fabricado no nosso país, nos Estaleiros de Viana do Castelo.

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X A MINHA EMPRESA Crafil

Rua das Casas, 386 Oliveira São Mateus 4765-720 Famalicão

O que faz? Linhas de costura para denim Exportação 65% da produção Principais mercados Tunísia, Marrocos, Paquistão e Turquia Marcas clientes Tommy Hilfiger, Salsa, Pepe Jeans e Calvin Klein Fundação 2004 Trabalhadores 16 em Portugal e seis na Tunísia Volume de negócios 2,3 milhões de euros

TEXBOOST CRIA TECNOLOGIA QUE DÁ NOVA VIDA AO COURO E EVA Uma tecnologia que dá nova vida a resíduos de couro e EVA (espuma vinílica acetinada) é um dos primeiros resultados do Texboost, o maior consórcio de inovação têxtil nacional. Esta é uma das 17 tecnologias que o projeto, que junta 28 empresas e 15 centros de investigação nacionais, promete apresentar.

“Utilizamos aparas de corte da indústria automóvel e do calçado, que de outra forma não teriam qualquer utilidade”, explica Helena Vilaça representante do projeto que é liderado pela ERT e conta com a colaboração do CITEVE, CeNTI e CTIC.

"Se numa feira conseguirmos dois ou três clientes bons, já valeu a pena" Jorge Pereira CEO da Lipaco

GRUPO AQUINOS REFORÇA LIDERANÇA EUROPEIA Especialista no fabrico de sofás e colchões, a portuguesa Aquinos reforçou a sua liderança europeia no setor com a aquisição do grupo francês H&F (Home & Furniture). Com fábricas em Tábua e em Nelas, o grupo liderado por Carlos Aquino passa a ter mais de 3.200 colaboradores diretos e deverá superar este ano os 300 milhões de euros de faturação, 90% para o mercado externo. Além de Portugal e França, com a integração da H&F o Grupo Aquinos passa também a operar directamente na Polónia, China, Hong Kong e Brasil, tornando-se assim num dos cinco maiores players mundiais do setor.

Levados de arrastão pelos seus clientes O grande boom foi em 2013, o ano em que investiu a sério na automatização da fábrica e as vendas deram um salto de 46%. De então para cá tem sido sempre a subir, com aumentos do volume de negócios sempre na ordem dos dois dígitos. Para este ano, os sócios da Crafil (Vitor Alves, 45 anos, e António Novo, 53 anos) projetaram um crescimento mais modesto, na ordem dos 5% a 8%. Enganaram-se.

A Crafil vai voltar a crescer a dois dígitos. “Estamos a ser levados de arrastão pelos clientes”, confessa Vítor Alves, um comercial que tinha feito carreira na Linhas Casais quando, na sequência da insolvência desta empresa, arriscou fundar a Crafil, tendo como ponto de partida a carteira de clientes que construíra.

“Temos de aproveitar enquanto dá...”, acrescenta o pragmático Vítor, orgulhoso de um caminho de 15 anos, que transformou uma pequena firma comercial, criada em Riba d’Ave, numa empresa industrial com uma filial na Tunísia e que se distingue no panorama internacional pela sua capacidade de inovação.

“Uma rápida capacidade de resposta e preços competitivos são a base da nossa competitividade, mas não posso deixar de ficar satisfeito quando verifico que somos mais procurados pelas nossas inovações do que propriamente pelo preço”, afirma o fundador da Crafil.

O início foi muito duro. “Não éramos conhecidos”, explica Vítor. Começaram com duas máquinas muito velhinhas, a que juntaram mais três, semi-automáticas, trazidas por António Novo. Mas a ambição era grande e dois anos volvidos sobre a fundação, já tinham

posto um pé na Tunísia, para estarem próximos das fábricas onde os seus clientes confecionam os produtos.

A especialização no denim foi uma opção acertada, a que os irmãos Vila Nova deram gás. “Foi a Salsa que nos abriu as portas do mundo do denim”, confessa Vítor. Mas 2013 foi o ano do grande salto em frente, com a automatização total da produção, um caminho que conheceu um novo e decisivo desenvolvimento quando, no início do ano passado, mudaram de Riba d’Ave para novas instalações em Oliveira São Mateus, com uma área coberta superior a 1.800 m2.

“Precisávamos de mais espaço. Onde estávamos não tínhamos sequer condições para receber os nossos clientes”, diz Vítor Alves, sócio de uma empresa que tem feito surf em cima da onda da sustentabilidade.

“Em 2014 fomos pioneiros, a nível mundial, no fabrico de uma linha 100% reciclada”, recorda, acrescentando que o alfa e ómega da estratégica da Crafil consiste em fugir do produto básico e apostar no de valor acrescentado.

A linha de costura de poliéster de alta qualidade 100% reciclada a partir de um polímero de garrafas de plástico PET é um dos exemplos desta estratégia, que pressupõe uma política continuada de investimento.

“Nos últimos cinco anos investimos cerca de 1,5 milhões de euros em máquinas de bobinar, etiquetar, embalar, etc. Já este ano, investimos num programa de gestão de stocks e numa nova máquina de etiquetar a cores. E estão para chegar novas máquinas de bobinar de última geração“, conclui Vítor Alves, um empresário que está a ser levado de arrastão pela sua clientela. t

ITALIANOS SEDUZIDOS PELO ESTILO BRITÂNICO DA B’LOVELY Não se sabe ao certo se é dos smocks, dos bordados ou das malhas delicadas, mas a verdade é que a marca de roupa infantil B’Lovely é um autêntico sucesso em Itália. “Os italianos adoram esta coleção. Tivemos um cliente de Nápoles que nem sequer quis saber preços. Gostam e pronto. Fartaram-se de nos comprar smocks… Simplesmente deliram”, contou ao T a proprietária da marca, Cristina Ribeiro.

2,6 milhões de euros é quanto a Twintex está a investir na reorganização do seu layout, o que aumentará em cerca de 30% a sua capacidade instalada

LUÍS BUCHINHO DESENHA NOVAS FARDAS DO CONTINENTE Vestir uma equipa com mais de 19 mil funcionários foi o desafio colocado pelo Continente a Luís Buchinho. Os novos fardamentos vão vestir toda a rede de supermercados Continente e Modelo por um período mínimo de cinco anos. Ao todo, mais 200 mil peças e tudo made in Portugal. “O desafio foi criar algo que se mantivesse atual com a passagem do tempo”, explica o designer, que desenvolveu seis looks diferentes para trabalhadores com funções distintas.

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quality impact arquitetura e soluções de espaços

Rua do Cruzeiro, 170 R/C | 4620-404 Nespereira - Lousada T. 255 815 384 / 385 | F. 255 815 386 | E. geral@qualityimpact.pt

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SOCORTE É TAMBÉM PRODUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO

FARIA DA COSTA GANHA EXÉRCITOS DA HOLANDA E DINAMARCA A Faria da Costa ganhou contratos para fornecer meias aos exércitos da Holanda e Dinamarca, o que leva a empresa de Barcelos a encarar 2019 como um ano de crescimento, em contra-ciclo com o que acontece na generalidade do setor. “O ano está a correr bem, as vendas estão a subir, não só em quantidade mas também em valor. No final do ano, as nossas vendas deverão andar muito perto dos quatro milhões de euros, que até pode ser ultrapassado”, afirma Nuno Costa, responsável comercial da Faria da Costa, que fechou 2018 com um volume de negócios de 3,5 milhões de euros.

"Certos trabalhos repetitivos serão substituídos pela Inteligência Artificial, o que nos deixará mais tempo livre para as componentes criativas e estratégica" Daniela Braga CEO da Definidcrowd

Pedro Miranda assumiu o leme da Socorte há seis anos e liderou um investimento de 400 mil euros na modernização da empresa

O nome pode enganar. Em 1979, quando foi fundada por Manuel Miranda, a Socorte trabalhava apenas com o material das confeções suas clientes, cortando-o e transformando-o nos acessórios de que elas precisavam. As fitas de viés eram a sua especialidade. 40 anos volvidos, já com a terceira geração no comando, a largura de banda da empresa aumentou substancialmente.

O mais recente salto em frente foi dado há coisa de dois anos, quando a Socorte investiu cerca de 400 mil euros na renovação das instalações (que contemplou um showroom e a requalificação da área de atendimento) e na compra de teares que lhe permitem comprar fio e produzir internamente as fitas – garantindo assim um suplemento de qualidade e eficiência.

No capítulo da oferta, às tradicionais fitas de viés foram acrescentando novos produtos, mais complexos e completos, como, por exemplo, fitas para o cós das calças, fitas refletoras ou velcros.

Confeções, têxteis-lar e automóvel são os

setores onde se encontra a clientela da Socorte, que emprega 32 trabalhadores e tem na Zona Industrial do Porto o centro de gravidade da sua atividade de transformação e comercialização de fitas, passamanarias e outros acessórios têxteis. “É muito difícil que alguém nos consiga bater em qualidade de produto e rapidez na entrega”, garante Pedro Miranda, 31 anos, neto do fundador, licenciado em Gestão pela Católica e com um mestrado em Economia feito na FEP. “Este ano sentimos o mercado muito instável. Por isso intensificámos a aposta na diversificação da oferta e em produtos complementares da nossa gama”, completa.

A Socorte deverá fechar o ano com um volume de negócios de 1,5 milhões de euros, dos quais cerca de 50% exportados diretamente (Espanha, Grécia, Suécia e Estados Unidos são os principais mercados) – percentagem que sobe para mais de 90% se incluirmos as exportações indiretas. t

MARITA MORENO GANHA PRÉMIO SUSTENTABILIDADE DA MOMAD A marca portuguesa sustentável de acessórios de moda Marita Moreno foi a vencedora da segunda edição do prémio “Moda, Sustentabilidade e Negócios” atribuído no âmbito da última edição da Moda em Madrid, na qual marcou presença integrada na comitiva From Portugal.

A decisão, que destaca uma marca entre as centenas de participantes, naquela que é a mais importante feira de moda da península, é tomada tendo em conta uma série de fatores distintos, como a imagem de marca

e produto, o design da coleção, a matéria-prima utilizada, o local de produção, e a responsabilidade como marca. A par da visibilidade e prestígio de uma distinção obtida numa feira internacional dedicada às últimas tendências de moda, calçado e acessórios, a marca tem garantida a participação gratuita na próxima edição da Momad, em Fevereiro de 2020.

Marita Setas Ferro é a fundadora e diretora criativa da marca, que a par dos fatores de sustentabilidade, assenta também numa perspetiva ética, na qual a histó-

ria dos produtos é fundamental para a sua definição como marca de slow fashion.

“Só trabalhamos com materiais sustentáveis, apenas utilizamos mão-de-obra e fabricação portuguesa na criação das peças e utilizamos a textura dos materiais e cores como elementos fundamentais na criação de um design geométrico e escultórico”, destaca a marca que na produção das suas coleções privilegia ao uso de materiais amigos do ambiente, como cortiça, linho, madeira, rendas ou fibras resultantes de casca de bananas.t

AMBIENTE 2020 VAI TER ESPAÇO DEDICADO AO CANAL HORECA A Messe Frankfurt, o maior recinto mundial de feiras, congressos e organização de eventos, deu a conhecer em Lisboa as novidades para a Ambiente 2020 – que se realizará entre 7 e 11 de fevereiro do próximo ano – e onde estarão presentes cerca de uma centena de empresas portuguesas em interação com fornecedores de hotéis, restaurantes e catering de todo o mundo. Dividida em três segmentos diferentes – dining, living e gift – a feira do próximo ano terá um novo espaço, o salão HoReCa, dedicado ao segmento Horeca. O objetivo é concentrar-se nas necessidades de um crescente número de visitantes interessados no setor.

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almofadas é a capacidade de produção diária da nova linha de produção da Jobitex, que deverá estar operacional ainda este ano

GIOVANNI GALLI APRESENTA COLEÇÃO PARA OS DIAS MAIS FRIOS

A Giovanni Gali apresentou os seus looks mais cool para a estação fria, em que a versatilidade e a qualidade dos materiais são as palavras-chave. Dos outfits para o escritório até às peças para um final de semana descontraído, muitas são as opções para as aventuras da temporada. Sobretudos, fatos, peças em malha, urban sportswear, calçado e acessórios de cerimónia fazem parte do leque que compõe a nova coleção.

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O CASACO QUE FAZ SELFIES E ATENDE CHAMADAS Resulta de uma parceria entre a Levi’s e a Google o casaco que permite acionar as funções de um smatphone, como efetuar chamadas ou tirar selfies. Chama-se Trucker Jacket e foi colocado à venda só em alguns mercados. Uma versão mais simples – e muito mais cara – tinha já sido desenvolvida em roupas da Levi´s em 2017, mas o conceito foi entretanto aperfeiçoado e o preço baixou consideravelmente: passou de 350 para menos de 200 dólares.

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"O objetivo do projeto 360 da Valerius é fechar o ciclo. Ou seja, pegar no desperdício, nas peças não vendidas e transformá-las em novas peças" Elsa Parente CEO da RDD

TABEL AFIRMA A DIFERENÇA COM ÁCIDOS E FLOCAGEM Estampados digitais com ácidos e flocagem são duas das mais fortes novidades que a Tabel está a oferecer aos seus clientes, na sequência de um investimento superior a seis milhões de euros, em equipamentos e instalações, que lhe permitiu renovar o parque de máquinas e triplicar a capacidade produtiva. Com centro de gravidade em Moreira de Cónegos, o grupo Tabel emprega cerca de 150 pessoas e trabalha para dois segmentos de mercado – moda e têxteis-lar – e compreende, para além da Tabel, a Humberline (artes de impressão) e a HBS (centrada na estamparia digital).

MALHA INOVADORA DA TINTEX BRILHA NOS GLOBOS DE OURO O ousado vestido lilás da apresentadora Cristina Ferreira na noite dos Globos de Ouro consagrou também a inovação têxtil e o design nacional. Desenhado por Micaela Oliveira, o vestido foi concebido a partir de uma malha inovadora e sustentável da Tintex, que utiliza espuma de cortiça e lhe confere características únicas e especiais.

Depois de vários prémios internacionais, as inovadoras malhas B.Cork da têxtil de Vila Nova de Cerveira estão a ser utilizadas por designers e fabricantes tanto em coleções de vestuário como de calçado. Micaela Oliveira colocou-a agora também nos grandes palcos do glamour.

“Temos registado reações muito peculiares, especialmente pela estética do produto e por ser um material elástico e maleável, muito diferente do que normalmente é associado à cortiça”, assim explicava no ano passado Ricardo Silva, Head of Operations da Tintex.

Desenvolvido pela Tintex, o B.Cork foi premiado na ISPO Munique, com o galardão Best Product Award in TexTrends.

Para além da estética e textu-

O vestido de Cristina Ferreira foi feito com a malha B.Cork, galardoada como Best Product na ISPO Munique

ra muito caraterística, a elasticidade e flexibilidade do produto são as grandes mais-valias do revestimento em cortiça. “Como é utilizada cortiça em espuma, o material não parte, nem dobra” explicou então Ricardo Silva.

Este novo produto surgiu no seguimento do projeto Cork.a.Tex-

-Yarn, o fio com elevada incorporação de cortiça criado em parceria pelo CITEVE, pela Sedacor e pela Têxteis Penedo. Foi com base nesta nova tecnologia totalmente produzida em Portugal que a Tintex adaptou este processo para o revestimento de produtos têxteis como malhas e tecidos. t

PORTUGAL É LÍDER NO PREÇO NA EXPORTAÇÃO DE ROUPA DE CAMA Portugal é não só o segundo maior produtor e exportador europeu de roupa de cama de algodão, mas também o país que exporta a preços mais elevados – 15.547 dólares por tonelada, bem acima dos 11.134 dólares que é valor médio para a União Europeia, segundo revela um estudo da Indexbox.

Itália lidera a produção (27 mil toneladas em 2018), logo seguida por Portugal (25 mil toneladas) e pela Alemanha (13 mil toneladas), repre-

sentando os três países 70% da produção europeia. Seguem-se a Polónia, Espanha, França e Roménia, que correspondem a 21% da produção na EU. Quanto ao volume de exportações, Alemanha (33 mil toneladas) e Portugal (19 mil toneladas), voltam a estar no pódio, seguidos por Polónia (17 mil toneladas), Bélgica (16 mil toneladas), Países Baixos (15 mil toneladas), Itália (7,9 mil toneladas), França (7,8 mil toneladas) e Espanha (7,4 mil toneladas).

Em 2018, as exportações de roupa de cama em algodão na União Europeia, um total de 147 mil toneladas, representaram, segundo o mesmo estudo, cerca de 1,45 mil milhões de euros. É neste aspeto que a produção portuguesa se destaca ao atingir o valor alto por tonelada (15.547 dólares). Bem acima do valor médio para a UE (11.134 dólares) e sensivelmente o dobro das exportações da Polónia (7.852 dólares por tonelada) que teve os preços mais baixos. t

ERT APRESENTA O BANCO DE COMBOIO DO FUTURO A têxtil ERT apresentou um inovador banco ferroviário modular, versátil e customizável, para comboios da classe regional/intercidades. A sessão, que teve lugar em Lisboa no final de setembro, no Instituto Superior Técnico, encerrou o projecto Modseat – Modular Ligth-Rail Seat.

Trata-se do protótipo concebido no âmbito do projeto patrocinado pelo Compete 2020 que junta empresas e grupos de I&D portugueses na área ferroviária, e que pretende demonstrar o know-how e as capacidades tecnológicas dos vários participantes. Além da ERT estão envolvidas a MCG Mind for Metal, Almadesign, SETsa (grupo Iberomoldes) e o Instituto Superior Técnico.

O banco, que tem duas versões, uma em pele outra em tecido (da Penteadora), pretende responder às exigências futuras dos transportes públicos: é mais leve, reduz os custos nas operações de reabilitação e desmantelamento, e aumenta o conforto ao utilizar materiais e processos de fabrico inovadores. Smartsolutions e sistemas de infotainment permitem a adaptação do banco ao tipo de serviço prestado.

Fernando Merino, managing director do grupo ERT, explicou ao T Jornal que a função da sua empresa foi “demonstrar a incorporação de eletrónica em materiais”. Ou seja, o contributo da têxtil ERT patrocina aquilo que de mais interessante surge do projeto na ótica do utilizador: a tecnologia incorporada no banco (ao nível do apoio da cabeça) permite (usando wi-fi ou com a utilização de dados móveis) a interação entre o telemóvel pessoal e o ecrã do banco. Por outras palavras, o viajante deixa de ser ‘obrigado’ a ver o que o operador de transportes escolhe, podendo optar pelo seu próprio ‘programa’. A versão em pele já foi apresentada em Berlim. t

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FOTO: RUI APOLINÁRIO

"NÃO É VERDADE QUE A TÊXTIL PAGUE MAL"

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n ENTREVISTA Por: António Freitas de Sousa

Sidónio Teixeira da Silva 57 anos, nasceu em Barcelinhos, sendo o mais velho dos cinco filhos de Sidónio Ferreira da Silva, que foi responsável técnico pelos teares da TOR. Na adolescência, jogou basquete no Óquei de Barcelos, mas no particular do futebol tem dois amores: o Futebol Clube do Porto (de que o pai era adepto fanático) e o Gil Vicente. Casado com Amélia Arantes, têm dois filhos que já trabalham no grupo, Bruno, 33 anos, licenciado em Economia (Católica), e Alexandre, 29, licenciado em Engenharia e Gestão Industrial (U.Minho)

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emos sido assediados por capitais de risco, o que prova que a têxtil é apetecível – afirma Sidónio Silva, fundador e líder do grupo Sidónios.

2019 está a ser um ano difícil?

Está. Na nossa área, o preço do algodão – reciclado, orgânico e 100% algodão – tem muito relevo. A origem do algodão que entra em Portugal é a Turquia, e como a Turquia desvalorizou a moeda, tem a mão-de-obra ao custo que tem e a matéria-prima, não precisa de fazer importações. A Turquia é muito competitiva nas áreas em que o algodão é predominante.

Qual é a solução para os fabricantes de malhas?

Pegar nos algodões e criar estruturas de malha que se possam diferenciar.

A Sidónios tem uma exposição grande à Turquia?

Não temos, porque apercebemo-nos disso e fugimos para outros tipos de fibras: os lyocéis, as lãs, misturas com seda.

Com essa estratégia ganhámos competitividade e começámos a trabalhar para marcas de preço superior. As coisas têm-nos corrido bem, mas estamos a procurar outros mercados.

Nomeadamente…

O Mercosul. A têxtil está demasiado vocacionada para o mercado europeu, mas tem de olhar para o mercado americano. O Mercosul começa a ser interessante, até porque a União Europeia está a negociar um tratado que prevê a eliminação de taxas alfandegárias.

O Brasil conseguiu bloquear

o acordo, ou pelo menos ameaçou!

É uma questão de tempo.

Temos de pensar que devemos ter alguma presença nesses mercados.

E os Estados Unidos?

Já são um grande mercado para nós.

"Boas práticas ambientais são determinantes na seleção de fornecedores"

indoor é uma proteção para nós.

A três níveis: a velocidade de resposta às encomendas; o controlo e a qualidade da produção; e os cadernos de encargos de alguns clientes – nomeadamente questões de confidencialidade que só podemos garantir fazendo tudo dentro de portas.

fruto de várias certificações que foram surgindo – estabelecem objetivos nessa área (nas matérias-primas, nas energias, nas águas, nos químicos) e a nossa produção está vinculada e esses pressupostos. As boas práticas ambientais são muitas vezes determinantes na seleção dos fornecedores.

Isso é fundamental?

Já fechou o primeiro semestre. Os números indicam alguma variação negativa?

Não. O primeiro semestre deste ano foi melhor que o de 2018, mas não é o que tínhamos previsto como meta. E ainda temos o Brexit – as empresas portuguesas estão muito expostas aos grandes grupos comerciais britânicos. Mas pensamos que em 2020 as coisas podem começar a melhorar.

A verticalização da empresa foi uma resposta aos tempos mais difíceis?

Até abril de 2020 concluiremos a parte das infraestruturas para a ampliação das instalações, uma parte essencial do investimento que temos em curso em tinturaria e acabamentos.

Em termos financeiros é um grande investimento?

São oito milhões de euros, mas é um número inicial, até porque nas empresas temos um investimento contínuo: em novas tecnologias, em tudo o que o que nos possa trazer mais-valias. A Sidónios Tech é um exemplo disso: simplesmente não existia – e nós pegámos na tecnologia, originalmente das meias, para fazer vestuário sem costuras.

A Sidónios Tech também vai beneficiar?

Consideramos que é um investimento das duas empresas, a Malhas e a Tech. Com o acrescento do tingimento e dos acabamentos, vamos funcionar em circuíto fechado.

Acabado o Secundário em Barcelos, o jovem Sidónio partiu para Itália, onde durante três anos fez a formação em teares na Orizio (Brescia) e Mecmor (Varese). Regressado à pátria, fez a tropa em Braga, na arma de Cavalaria, antes de, em 1984, se aventurar a fundar, em parceria com o pai, a Sidónios, que começou por se dedicar à reparação de teares. Comprava-os velhos, restaurava-os, fazia peças, kitava-os, pintava-os e comercializava-os. Enquanto não vendia os teares recondicionados, ia fazendo malhas que desapareciam num ápice. “Havia muitas fiações e pouca oferta de malhas”, lembra a propósito do momento decisivo em que passou de mecânico a malheiro. A procura era tanta, que a Sidónios, nascida em Galegos, não tardou em mudar-se para a nova fábrica em Roriz, que o pai, prematuramente falecido com 52 anos, não chegou a ver a laborar. Já neste século, acrescentou à Sidónios Malhas a Sidónios Tech, especialista em seamless. No seu conjunto, as duas empresas empregam 155 pessoas e deverão fechar o ano com um volume de negócios de 20 milhões de euros

Sim, porque há marcas que obrigam à aprovação prévia dos fornecedores, o que quer dizer que investem numa cadeia fechada, que não pode estar exposta ao outsourcing. Mas continuaremos a trabalhar com os nossos parceiros.

Porque optam por investir capitais próprios?

A nossa cultura de empresa é avessa ao endividamento.

Apesar do dinheiro estar muito barato e de termos as portas dos bancos abertas, preferimos sempre usar capitais próprios.

Se tivermos que recorrer pontualmente, recorremos – mas sempre muito controlado.

Verticalizar e aumentar a capacidade são os objetivos deste investimento?

O investimento neste aumento de capacidade será feito consoante as tendências de mercado – sempre numa ótica de produzir o que é novo. São oito mil m2 para tingimento à peça e tingimento e acabamento.

Todos os anos a empresa investe mais de 50% dos seus lucros.

Sempre com um foco na sustentabilidade?

Se assim não for, não faz sentido. Ainda estamos a estudar o sistema energético: caldeiras, geradores, gás e fotovoltaicas. Já temos na Sidónios Tech cerca de 400 painéis: nos picos dos dias de sol somos completamente autónomos, mas recorremos a fornecedores de energia em base renovável: 100% da energia fornecida é verde.

Já não é bem assim, até porque já havia produção sustentável que simplesmente não era motivo de notícia. Por exemplo: somos dos maiores clientes de um grupo italiano que produz linho, que é sustentável; o lyocell a mesma coisa, o cupro – feito do desperdício de sementes de algodão – de que somos os maiores produtores da Europa, sendo o fio japonês. É isto que temos de dar a conhecer ao consumidor final.

O que falta é convencer os consumidores a pagarem essa mais-valia?

Há custos associados à produção sustentável, mas também há poupanças: na água, nos corantes, etc. Os preços têm vindo a cair, até porque os produtos sustentáveis e os reciclados já não são novos e houve um nivelamento. Há outras coisas que continuam a ser caras, como por exemplo as fibras sintéticas biodegradáveis.

A qualidade do reciclado é idêntica à das fibras virgens?

Há que ter cuidado com alguns reciclados: podem produzir artigos sem qualidade. Na Sidónios acrescentamos 30% de reciclados a fibras virgens e o resultado tem sido excelente.

Estamos a homologar na Lenzing fios que são 70% lyocell e 30% refibra e também de refibra com linho; e de refibra com algodão.

Os clientes gostam…

Como previnem a ausência de solavancos na passagem de geração para geração?

Hoje em dia, as marcas – por

Quatro anos após a função da

O outsourcing vai desaparecer?

Não completamente. Mas a capacidade de tingir e acabar

A produção sustentável continua a ser mais cara?

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Viciado em aeromodelismo O aeromodelismo é o hobby nº 1 de Sidónio Silva, o que não espanta num homem com muito jeito de mãos e que desde miúdo gosta de montar e desmontar coisas – e a quem nunca sobravam peças no fim. Sempre que pode (e há mais de 30 anos), aos sábados vamos encontrá-lo num aeródromo a telecomandar aviões com quatro metros de comprimento e turbina a jato, que atingem estonteantes velocidades de 400 km/hora – e são obviamente montados pelo próprio.

Sidónios, quando estamos a mudar de Galegos para Roriz, o meu pai faleceu, com 52 anos.

Não chegou a ver a fábrica nova a trabalhar. Eu tinha 26 anos e houve algumas dúvidas. Era o meu pai que lidava com os fornecedores e com a banca. As pessoas interrogavam-se: “Será que o miúdo vai conseguir?”

Conseguiu…

Mas primeiro tive de acalmar toda a gente :-) Apostámos em artigos diferenciadores, como jacquards estruturados. E envolvi o resto da família na empresa.

Os seus sócios são ao mesmo tempo os seus irmãos…

Consegui incutir-lhes o gosto por isto. Vieram todos trabalhar para cá. Quando o meu pai faleceu, a minha mãe e os meus quatro irmãos herdaram os 40% dele. Eu não quis nada.

E o Carlos, o mais velho a seguir a mim, ficou com 20% da Sidónios.

Já começaram a pensar como vai ser a passagem para a próxima geração?

Há dois anos, face ao alargamento da família – em conjunto, eu e os meus quatro irmãos temos doze filhos – começámos a refletir sobre o que devíamos fazer para assegurar o futuro deste grupo. Quisemos evitar o que acontece com muitas empresas: há uma fatalidade e elas desaparecem. E estamos a concluir uma reestruturação das posições no capital das duas empresas.

A hipótese de um CEO profissional vindo de fora nunca esteve em cima da mesa?

Não encaixa numa indústria como a nossa. Um CEO vindo de fora tende a focar-se apenas na gestão e a descurar a produção. Ora, para haver bons resultados na têxtil é preciso saber tomar diariamente decisões que correm seriamente o risco de serem erradas se foram tomadas por alguém que não conheça

empregos no nosso setor são qualificados.

"2020 vai ser melhor do que este ano"

intimamente o nosso mercado e o nosso processo produtivo.

O próximo quadro comunitário deve repetir o Portugal 2020 ou alterar as prioridades?

Os investimentos têm sido retidos, os concursos não abrem com a cadência devida.

A anterior legislatura [do PSD] foi muito eficaz. As empresas têm timings de investimento, têm que responder às necessidades de mercado e não podem estar um ano à espera para os concursos abrirem e depois afinal não abrem. Não pode ser. As aberturas de concurso incertas e muito desfasadas no tempo criam sérios problemas de planeamento às empresas.

Há aí um desincentivo…

Claro. E há incongruências entre a política fiscal e os incentivos financeiros: com limitações de calendários, a que se soma a burocracia, acaba por haver incompatibilidade entre benefícios fiscais e benefícios financeiros. No que tem a ver com o sistema de incentivos à inovação, mais vale aproveitar os incentivos fiscais do que recorrer aos fundos comunitários. Temos de fazer um mapa de investimento a dois ou três anos, mas as necessidades mudam diariamente – o que acaba por não ser muito eficaz.

Porque é que há tanta dificuldade em encontrar quem queira trabalhar na ITV?

Há uma dificuldade grande em encontrar pessoas porque a generalidade da população desconhece que boa parte dos

A formação que há não chega?

Há pouca e a que há não interessa às pessoas. Nos cursos do Modatex, há taxas de desistência muito elevadas, apesar da empregabilidade dos que concluem a formação atingir os 100%. Há países que têm formação muito mais eficaz, como é o caso da Turquia. Em Portugal, as pessoas vêm para as empresas para aprender ao invés de trazer algo de novo. A escola é aqui. E há uma enorme necessidade de cursos intermédios.

A formação deve regressar às prioridades do próximo quadro comunitário?

Sim, é preciso aproximar as competências de formação das necessidades das empresas, em vez de andarmos a distribuir diplomas só por questões estatísticas. Porque é que não se fazem inquéritos às empresas sobre as suas perspetivas imediatas e as necessidades futuras?

A formação é um dos calcanhares de Aquiles do cluster?

Não vale a pena desenvolver o cluster se a formação não seguir a par. Há um grande desfasamento entre as competências ministradas, em conteúdo e em quantidade, e as necessidades do mercado. É por essas e por outras que os salários não crescem como deviam.

O conhecimento externo da realidade da nossa ITV é o suficiente?

Não. Tenho clientes que quando chegam a Portugal desconhecem quase tudo, todas as competências que as empresas têm. O turismo recebeu campanhas de marketing brutais, o calçado também vai sendo conhecido, mas nos têxteis – desde logo nos mercados emergentes do Mercosul e no Canadá – falta promoção. O novo quadro comunitário deve ter isso em atenção. t

As perguntas de

Duarte Nuno Pinto Chairman da P&R Têxteis Como perspetiva a disponibilidade de recursos humanos face às necessidades futuras das empresas, nomeadamente de quadros técnicos, intermédios e operadores?

Não está fácil. Há um estigma que é preciso vencer. As raparigas preferem ser caixas num supermercado, a ganharam o salário mínimo, a serem costureiras, uma profissão artesanal num ambiente industrial onde podem ter gosto no que fazem.

Ao deficiente investimento do Estado em formação, soma-se o pouco interesse de uma população convencida de que a têxtil paga mal, o que não é verdade. Com horas extra, os salários andam nos 900/1.000 euros. E nos quadros, oscilam entre os mil e os dois mil euros.

Encara a hipótese da gestão de topo ser entregue a alguém exterior à família? E de abrir o capital a investidores institucionais?

Neste momento não encaramos nenhuma dessas hipóteses, apesar de termos vindo a ser muito assediados por sociedades de capital de risco – o que demonstra que a têxtil se tornou um setor apetecível para os investidores. t

Pedro Fiusa Administrador da António Fiúza & Irmão Como avalia a eficácia dos Portugal 2020 para as PME têxteis?

De uma forma bastante crítica. Os concursos não abrem com a cedência que deviam.

A planificação das empresas não pode ficar refém da burocracia e de um calendário incerto. No nosso caso, preferimos aproveitar os incentivos fiscais a candidatar projetos ao Portugal 2020. Relativamente ao próximo quadro comunitário, as prioridades devem ser alteradas – dando particular atenção à formação e inovação – e o seu ritmo deve estar em sintonia com as necessidades das empresas.

Que desafios e oportunidade antevê para 2020 e anos seguintes?

Estou convencido que 2020 será melhor que 2019. E quanto ao futuro, apesar da incerteza ir ser uma constante, haverá lugar para quem invista continuamente em tecnologia e inovação – e seja capaz de surpreender o mercado com produtos inovadores. Outro imperativo para ser competitivo no futuro é ter boas práticas ambientais e ser capaz de demostrar aos clientes o seu compromisso com a sustentabilidade. t

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FEIRAS

A AGENDA

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A+A DUSSELDORF 5 a 8 de novembro - Dusseldorf A Sampaio & Filhos, Artefita, ASC Moldes, Axfilia, CARITE, Citeve, Endutex, FALL SAFE, Heliotextil, HR Group, Penteadora, SANCAR, Trotinete, Ultra Creative, Unifardas

Atrai, Joseli, Planitoi

MARE DI MODA 9 a 11 de novembro - Cannes East Ocean, Lemar, Luipex

MILIPOL 19 a 22 de novembro - Paris A. Sampaio & Filhos, Axfilia, ICC Indústria e Comercio de Calçado, Latino Confecções, Penteadora

PERFORMANCE DAYS 13 e 14 de novembro - Munique A. Sampaio & Filhos, LMA, Sidónios Malhas, Tintex ZERO GRAU BRASIL 18 a 20 de novembro - Gamado

MEDICA 18 a 21 de novembro - Dusseldorf Barcelcom, Citeve, Hydrustent, Nunex, Oasipor, Raclac, Trotinete, Wisehs

INTERIOR LIFESTYLE LIVING TOKYO 20 a 22 de novembro - Tóquio Burel Factory, Patrícia Lobo Ceramics, Rui Tomás, Sugo Cork Rugs, Vicara

HEIMTEXTIL VAI FAZER 50 ANOS E PREPARA UMA FESTA RIJA A Messe Frankfurt está a preparar um programa suculento de festas para sublinhar a 50a edição da Heimtextil, a mais importante feira mundial de têxteis-lar, que terá lugar de 7 a 10 de janeiro de 2020. O programa contempla uma grande festa noturna no dia 8 de janeiro, no hall 11.1, onde será exibido um filme recordando os momentos mais importantes da história da feira. “50 edições nas últimas cinco décadas são um fenómeno raro, praticamente uma eternidade, numa indústria de feiras global em constante e trepidante mudança, afirma Detlef Braun, CEO da Messe Frankfurt.

"Não vendemos investigação, vendemos produtos" Clementina Freitas CEO do grupo Latino

PRESENÇA RECORDE NA PREMIÈRE VISION Foi com uma presença recorde de empresas e marcas que a ITV portuguesa mostrou a sua força na Première Vision, a maior feira têxtil da Europa que contou com cerca de 50 stands com a bandeira nacional. Por si só, a comitiva do projeto From Portugal juntou 35 marcas e empresas, uma demonstração da força, criatividade, inovação e sustentabilidade, que são hoje a marca da nossa ITV.

500

pessoas trabalham na TMG Textiles

PARFOIS REFORÇA MODA COM CORNERS NO EL CORTE INGLÈS A Parfois está a reforçar a sua aposta no vestuário, uma área estratégica definida pelo novo CEO da empresa, José Maria Folache, a que dá novo impeto com a criação do Parfois Corner Apparel, um conceito que está por enquanto a ser experimentado nos centros El Corte Inglès La Vanguada e Princesa, na zona de Madrid. Em cada um deles, o espaço conta com uma superfície de 50 m2 e uma oferta de moda superior a 200 referências.

JAPONESES ATENTOS AO MADE IN PORTUGAL

Filas para visitar os stands portugueses e uma azáfama constante no fórum From Portugal foram a prova viva do interesse crescente que os têxteis portugueses suscitam nos compradores japoneses, há muito conhecidos pelo seu elevado grau de exigência e pela constante procura de novidades. Na Jitac, em Tóquio, as cores portuguesas estiveram em destaque com uma dúzia de empresas a representarem as cores nacionais: Albano Morgado, Burel Factory, Eurobotonia, Fitecom, Lemar, Otojal, Texser e Troficolor, integradas na comitiva From Portugal, à qual se juntaram ainda a Adalberto, Paulo de Oliveira, Riopele e Tessimax. t

LMA LEVA MALHA COM CÂNHAMO E TRIGO AOS MARES DO NORTE Malhas tricotadas com fibras de cânhamo ou num poliéster natural produzido a partir do trigo foram alguns dos artigos inovadores que a LMA levou até à Baltic Fashion & Textile, a feira que decorreu em Vilnius, Lituânia, entre os dias 17 e 19 de Outubro.

Focado nos mercados nórdicos, o certame contou com uma representação From Portugal, que incluiu ainda as empresas Realfio, Ridi e Samofil.

“Este é um mercado que já trabalhámos. Viajamos até uns dias antes para visitar clientes e apresentar estas novidades”, explica Luís Sousa Dias, agente comercial da LMA. Quanto à feira, ainda com o segundo dia a decorrer, o representante da empresa de Rebordões, Santo Tirso, destacava já o grande fluxo de visitantes: “Estivemos presentes no ano passado, e esta

edição está a correr melhor, já fomos visitados por novos clientes”. Um interesse naturalmente alavancado pelas novidades apresentadas.

Aumento de clientes é também a constatação por parte da Samofil. “Encontramos nesta feira mais clientes do que acontece por vezes em algumas das principais capitais europeias.

Está acima das nossas expetativas”, disse Ana Sacramento, representante da terceira geração da empresa especializada em malhas. Capaz de oferecer um serviço vertical – “apenas compramos o fio, depois somos nós que tricotamos, tingimos e acabamos”– a Samofil regressou de Vilnius com vários e prometedores contactos, não só da Lituânia, mas também da Finlândia e da Rússia.

Realfio e Ridi completaram a

comitiva portuguesa em Vilnius.

Representadas pelos irmãos Rita e Diogo Rodrigues, construíram um showcase que conjuga as especialidades das duas empresas. “São dois negócios familiares distintos: na Realfio produzimos linhas de coser, bordar e de calçado, e na Ridi somos fabricantes de fechos de vários tipos, como metálicos, espirais ou injetados”, explicava Rita Rodrigues.

A juntar a forte afluência, o facto de se tratar de uma feira orientada sobretudo para profissionais do setor é também sublinhado pela Associação Selectiva Moda, responsável pelo projeto From Portugal. Uma realidade que os expositores logo constataram face ao genuíno interesse por parte dos visitantes em concretizar negócios.t

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PROCHEF APOSTA NAS GANGAS E TAMBÉM OFERECE SAPATOS Gangas, linhos, orgânicos e reciclados são os materiais com que a Prochef promete surpreender na sua nova coleção de fardamento para restauração, que tem disponível no site da empresa. “Além de serem pensadas para o conforto no trabalho, as 15 novas peças são quase artigos de moda, até pelos materiais com os quais são feitas”, afirma Orquídea Silva, diretora-geral da Prochef, acrescentando que dada a sua polivalência, a nova coleção “é capaz de dar resposta às necessidades de personalização de toda a brigada de restauração”.

90%

da produção da fábrica da Faroma, em Barcelos, é absorvida pelas marcas do grupo. Maloka, Paul Brial e Goze

DECENIO BY ALEXANDRA MOURA JÁ DESFILOU

Foi na Moda Lisboa, a 12 de Outubro, que Alexandra Moura e a Decenio apresentam a coleção cápsula SS20, um desfile também visto em direto através do Instagram. A colaboração com a designer marca o início do processo de rejuvenescimento da marca do grupo Cães de Pedra, que passa a estar mais ligada à moda de autor e aos novos criadores. A estratégia é surpreender os jovens consumidores de moda, chamando-os à marca, o que está já a ser feito com a alteração da comunicação nas plataformas digitais da Decenio. t

CARLO VISCONTTI ESTÁ DE VOLTA PELA MÃO DE FRANCISCO BATISTA A CBI está a preparar a ressurreição da marca Carlo Viscontti através da sua participada Amma 1981, uma empresa de confeções baseada em Arganil que o grupo liderado por Francisco Batista resgatou da insolvência em 2017. “A marca Carlo Viscontti foi muito importante em Portugal. O nosso projeto consiste em dar-lhe também uma projeção internacional como marca ready-to-wear de alfaiataria industrial feita por medida”, explica Francisco Batista, um empreendedor que gosta de dar vida a fábricas mortas.

A Amma, dona da marca Carlo Viscontti, estava insolvente quando, em 2017, os credores lhe foram bater à porta, propondo-lhe ficar com os trabalhadores, parque de máquinas e a marca Carlo Viscontti.

Ele disse que sim e reconhece que neste particular teve sorte porque pouco depois a Ralph Lauren estava a colocar-lhe encomendas na ordem dos 60 a 70 mil peças por ano, que ele não teria forma de satisfazer sem a incorporação desta nova capacidade.

“Tivemos sorte. Mas a sorte protege os audazes – e dá muito trabalho a conseguir”, conclui Francisco Ba-

tista, administrador e fundador deste grupo de confeções, que tem o centro de gravidade em Mangualde, emprega 780 trabalhadores e fechou 2018 com um volume de negócios próximo dos 30 milhões de euros.

Além da Amma 1981, o grupo CBI compreende a casa mãe em Mangualde (uma fábrica com uma linha de fatos de senhora e uma linha de fatos de homem semi-tradicionais, numa área de sete mil m2), a CBI 2 (a primeira fábrica industrial de fatos por medida criada de raiz no nosso país, com três mil m2, em parceria com os belgas da Scabal, que controla 60% do capital) e a AfroPants, em S. Vicente (Cabo Verde), que além de fabricar 1.500 calças por dia, passou agora a produzir também casacos de senhora.

“Estamos a reestruturar-nos no sentido de sermos mais polivalentes e subirmos na cadeia de valor, de maneira a fornecermos segmentos cada vez mais altos, que possam pagar para produzirem em Portugal”, diz o administrador do grupo CBI, que conta já na sua carteira de clientes com marcas como a Massimo Dutti, Polo Ralph Lauren, Calvin Klein ou Sacoor. t

MODATEX É INTERNACIONAL E MOSTRA-O EM DOIS OPEN DAY

PORTUGUESA POTHOS DESFILOU EM PARIS

“Modatex e o mundo” foi o mote para dois Open Day no Modatex Porto, para mostrar aos alunos que para lá da formação podem realizar um estágio noutro país ou competir no campeonato do mundo das profissões. O Modatex faz parte do Erasmus+, que permite aos formandos até aos 25 anos realizarem um estágio além-fronteiras.

A marca portuguesa de roupa interior de luxo POTHOS desfilou no final de Setembro em Paris, onde apresentou uma coleção cápsula unissexo desenvolvida em parceria com a marca WeDú, do artista angolano Coréon Dú. O desfile teve lugar nos Salons De Marceau, na mesma altura que na cidade se realizava a Paris Fashion Week.

"O vale do desespero já passou, agora estamos a subir a montanha, a caminho do pico" Isabel Costa CEO Burel Factory

MARQUES SOARES INVESTE UM MILHÃO DE EUROS NAS CARMELITAS

TECNOLOGIA ANTI-INSECTO PORTUGUESA TEM PATENTE EUROPEIA É uma tecnologia que confere aos têxteis propriedades de repelência de insetos e acaba de ver publicada a sua patente europeia.

Baseada em nanopartículas de sílica, a Sil2U® Anti-Insecto foi criada em Portugal pela Success Gadget, uma empresa de I&D que integra o grupo Sonix.

Atualmente utilizada no fabrico de roupas para caça e pesca, destaca-se pela sua solução única repelente, sem impacto nocivo

para o ambiente. A par dos produtos têxteis, a sua aplicação pode estender-se a outras superfícies, como tintas e vernizes, conferindo aos materiais propriedades de repelência contra insetos.

Este é um projeto que nasceu, no início da década, na Universidade do Minho e foi levado à Sonix para poder desenvolver a sua aplicabilidade no campo da indústria. “A tecnologia Sil2U® Anti – Inseto é baseada num sistema

olfactivo que repele os insetos das regiões funcionalizadas, sem prejuízo para a sua sobrevivência, não havendo por isso dano para a natureza nem quaisquer contra-indicações”, informou a empresa, que entretanto lançou já também uma derivação tecnológica do produto, o spray têxtil Sil2U® Anti-Insecto, que é desde Abril o primeiro produto deste âmbito com autorização de venda pela European Chemicals Agency. t

A Marques Soares investiu perto de um milhão de euros na remodelação da sua loja-mãe, situada na Rua das Carmelitas. Uma intervenção que pretendeu melhorar a circulação no interior, sem descurar a traça que faz do edifício um dos mais emblemáticos daquela zona. Os Armazéns Marques Soares abriram em novembro de 1960, com um espaço de 150 m2 e 10 funcionários. Actualmente tem 14 mil m2 e 300 colaboradores, divididos pelas diferentes lojas do Porto, Braga, Aveiro, Santarém, Beja, Vila Real e Évora.

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X DE PORTA ABERTA Por: Cláudia Azevedo Lopes

Another Life

Rua Augusto Correia, 45 Vila Nova de Famalicão

Ano de abertura 2015 Produtos Vestuário para homem e mulher Estado Artigos em segunda mão mas também novos vindos de excedentes de produção Estilo Eclético, do vintage e retro ao clássico contemporâneo, e orientado para todos os públicos

OSDM DEBATE LIKES, INFLUENCERS E O FUTURO DO MARKETING Perceber como as marcas podem conquistar uma influência qualitativa em vez da quantitativa foi o tema central da 3ª edição do Meet The Maker, que além do fundador da OSDM – O Segredo Do Mar, José Cardoso, juntou Ludovic Freitas, especialista em marketing digital, Maria Guedes, do blog Stylista, e a influencer Drizinha. Audiência não significa influência e por isso uma das princiais conlusões do debate foi que o fundamental é que as marcas consigam captar talento.

"Ficaríamos muito vulneráveis se nos mantivéssemos apenas na tinturaria" Rui Teixeira CEO da Gulbena

Dar outra vida à vida Abrir uma loja de roupa em segunda mão, em pleno 2019 e com a retórica da sustentabilidade por todo o lado, pode não parecer nada de especial. Mas foi.

Principalmente quando estamos a falar de uma loja em segunda mão não em Barcelona, Londres ou Paris, onde povoam como cogumelos, nem tampouco em Lisboa ou Porto, que, mais modestamente já vão tendo a sua quota-parte, mas sim em Famalicão, onde em 2015 não existia nenhuma loja do género.

Um desafio (ou uma oportunidade?) que não assustou Juliana Brito. Em conjunto com o marido e sócio Nuno Gomes, decidiu dar outra vida à sua vida e abrir a Another Life, que, tal como o nome indica, pretende resgatar artigos de vestuário que, descartados por uns, têm ainda muito para dar a outros.

“Tanto eu como o Nuno trabalhávamos como engenheiros alimentares quando fiquei desempregada.

Aí surgiu a ideia de abrir algo meu”, revela Juliana ao T. A paixão pelo vintage e pelas peças em segunda mão já vinha de trás, quando corriam as feirinhas de usados nas viagens a Barcelona e Madrid, e nas suas passagens pelo Porto. Havia paixão e vontade mas faltava o modelo de negócio, nos meses que se seguiram delineado com a ajuda do Famalicão Made In, que contribuiu com apoio e aconselhamento.

Em 2015 abre portas a Another Life, cujo sucesso faz Nuno deixar o trabalho e dedicar-se também a tempo inteiro à loja. Para além do vestuário, a loja vende acessórios, como óculos de sol e bijuterias, e até mobiliário. O estilo: um pouco de tudo.

“Quando abrimos tínhamos um estilo orientado para o vintage, até porque pensámos que o nosso

cliente-alvo seriam os jovens. No entanto, começámos a perceber que tínhamos clientes muito distintos, alguns com um estilo mais clássico e que requerem peças mais atuais. Começámos então a diversificar o estilo da oferta”, explica Juliana.

A grande parte das peças são compradas a fornecedores de artigos em segunda mão, a quem compram por atacado. No entanto, também conseguem adquirir excedentes de fábricas ou peças que sobram de encomendas feitas para exportações, e restos de stocks de lojas que encerraram, o que torna possível terem na loja artigos novos a preços de segunda mão.

As redes sociais e o passa-palavra têm sido, garante Juliana, os melhores relações-públicas da loja, que recebe visitantes de todo o lado: para além dos clientes de Famalicão, os vizinhos da Trofa, Barcelos, Santo Tirso, Braga, e até do Porto são presença assídua.

Com o negócio a correr às mil maravilhas, para Juliana esta foi uma mudança de vida que lhe soube pela vida. “Em termos de dinheiro, não posso mentir: ganho menos do que quando trabalhava em engenharia alimentar. Mas agora tenho uma coisa que o dinheiro não compra: a liberdade de fazer uma coisa de que gosto.” E a certeza de estar a trabalhar para um mundo melhor. “Famalicão é um meio pequeno, ainda há preconceito. Temos clientes que escolhem os produtos e quando se apercebem que é em segunda mão torcem o nariz e saem. Mas alguns depois voltam e isso é um sinal de que algo está a mudar. Pensam: “afinal tenho coisas aqui que estão novas e que posso comprar a bom preço. Porque não?”, completa Juliana. E o planeta agradece. t

EL CORTE INGLÈS PODE ABRIR CAPITAL AO PÚBLICO

ZIPPY REABRE NO VASCO DA GAMA COM NOVO CONCEITO

Hamed Thani, o xeque do Qatar que controla 10% do El Corte Inglès, solicitou à administração a análise da possibilidade de abertura em Bolsa do capital do grupo. Segundo o jornal El Confidencial, o pedido de Thani surge na sequência de um financiamento de 1.000 milhões de euros que fez à quatro anos, cujo contrato especifica que, a partir do quinto ano, pode reivindicar a recuperação dos seus créditos por meio de um IPO.

A Zippy reabriu a sua loja no Centro Vasco da Gama, em Lisboa, com o último conceito de loja da marca, que oferece uma experiência de compra fácil e divertida, para pais e filhos.

A loja apresenta uma nova organização interior, e no exterior tem um LED que maximiza o impacto da comunicação. A reabertura cumpre mais uma etapa no plano de remodelação do parque de lojas, atualmente mais de 50 em Portugal.

4,7 milhões

foi o investimento feito pela Coltec em novas instalações e tecnologia, que triplica a área disponível e aumenta em 1/3 a capacidade produtiva

ELEGÂNCIA E OUSADIA VINTAGE NA COLEÇÃO DE GIO RODRIGUES

Os courts centrais do Clube VII no Parque Eduardo VII foram o cenário da apresentação da coleção prêt-à-couture 2020 de Gio Rodrigues. No ano em que comemora 20 anos de carreira, o designer voltou a surpreender numa ode à feminilidade e à ousadia com looks vintage inspirados em Suzanne Lenglen – uma tenista francesa, reconhecida por ser a campeã de ténis mais jovem nos anos 20. As cores sóbrias, os tecidos fluidos, os padrões e as linhas sensuais marcam a linha prêt-a-couture, inspirada na graciosidade de cada mulher.

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X O MEU PRODUTO Por: António Moreira Gonçalves

Botões Elite 4.0

Desenvolvido pela Fábrica de Botões Elite

O que é? Uma nova geração de botões com tecnologia Near Field Communication incorporada, que permite armazenar informações e conectar com smartphones Para que serve? Podem ser utilizados para gerir stocks ou para comunicar com o público Estado do projeto? Em produção e já entre os nomeados para os iTechStyle Awards

2019 É ANO DE CRESCIMENTO PARA A BLUE KIDS Até ao final do ano a Blue Kids prevê faturar cerca de 5,5 milhões, um aumento de meio milhão face a 2018. “Até ao momento, já faturámos quatro milhões e quinhentos mil euros. Com as encomendas das últimas feiras podemos ultrapassar até os 5,5 milhões até ao final deste ano”, prevê Ana Azeredo, export manager da empresa. Os resultados vão em linha com a estratégia de crescimento da empresa, que desde 2014 tem vindo a apostar nas exportações.

Alemanha, Áustria, Holanda, Grécia, Itália, Chipre, Irlanda e Dinamarca são as geografias onde está instalada, apontando agora à Polónia, Ucrânia e aos países bálticos para alargar os negócios.

10%

é o aumento na capacidade instalada (25 mil pares de peúgas/dia) que a Faria da Costa espera conseguir na sua fábrica em Ucha, Barcelos, com um investimento de 500 mil euros em modernização e equipamentos

ALBANO MORGADO COM UMA NOVA TINTURARIA NO VERÃO DE 2020 A nova tinturaria e laboratório da Albano Morgado, que representam um investimento de 1,5 milhões de euros, deverão estar prontos até ao final do primeiro semestre de 2020, de acordo com Baltasar Lopes, administrador da empresa de lanifícios de Castanheira de Pera. Os alicerces já estão prontos pelo que tudo leva a crer que no próximo verão já esteja a laborar uma tinturaria moderna e verde, com enorme automação de processos e uma alteração na fonte energética da caldeira, que passa da nafta para a o gás natural, com as inerentes vantagens ambientais.

Botões que têm muito para contar A velha expressão “falar com os botões” ganha agora sentido literal com a tecnologia inovadora que a Fábrica de Botões Elite levou ao último MODtissimo.

Trata-se de uma nova geração de botões, que através de um chip são capazes de armazenar informação e de comunicar com smartphones. Uma solução revolucionária, que pode vir a substituir as etiquetas na roupa e a mudar por completo os sistemas de comunicação, tanto dentro das empresas, como com o público final.

“A ideia surgiu-me quando vi uma aplicação que era usada numa lavandaria para gerir os movimentos das roupas. Na altura usavam um bocado de plástico com a tecnologia integrada, e eu apercebi-me que aquilo poderia estar nos próprios botões”, conta Paulo Neves, responsável pela Elite, um negócio familiar criado há 47 anos, em Ribeirão, Famalicão, e que emprega cinco pessoas.

O segredo dos Botões Elite 4.0 está num chip integrado com a tecnologia Near Field Communication (NFC) – a mesma utilizada nos cartões bancários contactless ou nas chaves de hotel. “Esta solução tem uma grande vantagem, já que não requer um leitor específico. Qualquer smartphone, com uma aplicação gratuita, pode ter acesso à informação inserida no botão”, explica o empresário.

Com o conceito já maturado, Paulo percebeu que havia ali uma janela de oportunidade. “Aqui em Portugal nunca ninguém me falou nisto. Em Itália, encontrei uma empresa que oferece o mesmo produto, mas com um serviço de gestão de dados, o que exige que os clientes forneçam as suas informações. Não é isso que

nós queremos fazer”, clarifica. A Elite quer apenas fornecer os botões para que os clientes depois adaptem o software às suas necessidades. O chip poderá ser utilizado tanto para a gestão de stocks – com um número de série único, pode registar todos os movimentos de cada peça – como por uma marca para comunicar com o público, inserindo informações no botão e substituindo as etiquetas com informações comerciais.

“A tecnologia tem muito potencial para efeitos de marketing, porque a informação pode ser atualizada depois da peça vendida. Como o botão apenas tem o link, a página de destino pode ser mudada as vezes que entendermos”, esclarece o responsável pela empresa.

No MODtissimo, o projeto atraiu as atenções do público e impressionou o júri dos iTechStyle Awards, que o nomeou na categoria de Melhor Acessório. Mas para além disso, Paulo Neves nota que os botões têm deixado os seus clientes cada vez mais curiosos: “Depois de mostrar isto às pessoas, muitas vezes voltam a ligar para que explique de novo. Os clientes percebem que é algo novo e interessante, ficam a pensar no assunto, e depois querem conhecer todas as potencialidades”.

Com a tecnologia já aperfeiçoada, a Elite consegue aplicá-la em qualquer botão com um mínimo de dez milímetros de diâmetro. O próximo passo é levar o projeto às grandes marcas de moda. “Este produto é interessante sobretudo para quem trabalha com o público”, afirma o responsável pela empresa, que tem já o conceito a ser estudado pelos alunos de Marketing do MBA Executivo, da Católica Porto Business School. t

"Os têxteis lar são a área que está a crescer mais. São o motor do nosso crescimento" António Oliveira Pereira Administrador da Foot by Foot

MODA ESPANHOLA POUPA NA INOVAÇÃO A indústria da moda espanhola diminuiu os seus gastos com inovação: os dados disponíveis, lidos pelo jornal ‘Moda.es’, dizem que em 2017 (último ano para que há indicadores), as empresas gastaram 129,2 milhões de euros naquela área, 13% menos que os 148,9 milhões aplicados em 2016. Esta é a segunda queda consecutiva nos gastos com inovação na indústria da moda, após uma queda de 18,1% em 2016 face ao ano anterior – depois de, em 2015, ter sido atingido o limite máximo de gastos, com 181,9 milhões de euros.

RAINHA ISABEL DETESTA JEANS E SAPATOS PLATAFORMA Na preparação da sua primeira visita à sogra no Castelo da Balmoral, na Escócia, Meghan Markl recebeu instruções detalhadas sobre o que podia usar, sendo que os jeans (uma das peças preferidas da norte-americana) estiveram absolutamente proibidos. “A rainha odeia jeans – em especial se forem rasgados – e sapatos de plataforma”, confidenciou uma fonte do Palácio de Buckingham ao Daily Express.

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VILARINHO COM OS OLHOS POSTOS NA MITTELEUROPA Aumentar a penetração na Europa Central – designadamente Alemanha, Áustria e Suíça – é um dos objetivos da Fábrica de Tecidos Vilarinho, que exporta directamente 70% da sua produção. “As nossas vendas no mercado alemão estão a crescer mas ainda vão crescer mais”, garante Jorge Lopes, comercial da Vilarinho. Os Estados Unidos são o destino de cerca de 50% das exportações da Vilarinho, que tem na França e Reino Unido os outros mercados externos mais importantes.

"Não acordámos ontem para o assunto. Desde 2007 que temos uma gama de produtos sustentáveis" João Mendes Administrador da A.Sampaio

TECIDO DA LEMAR NO VESTIDO AMARELO

Foi com um tecido da Lemar que a estilista Micaela Oliveira criou o imenso e imponente vestido amarelo que a cantora Bárbara Bandeira exibiu na Gala dos Globos de Ouro. O tecido foi produzido com base em fio da marca italiana NewLife – conseguido a partir da reciclagem de garrafas de plástico recolhidas em terra. A Lemar produziu uma peça em cor natural, à qual a designer introduziu um acabamento especial que lhe conferiu a cor amarela e o aspeto ‘plastificado’.

Nas redes sociais, Bárbara Bandeira mostrou-se exultante com o vestido. t

ADALBERTO PRODUZ TECIDOS COM DERIVADO DE CANNABIS Um tecido tratado com um derivado de cannabis foi uma das grandes novidades que a Adalberto Estampados levou à mais recente edição da Première Vision.

O encapsulamento de CBD (canabidiol), uma das substâncias químicas da cannabis, confere aos tecidos diversas propriedades funcionais, como os efeitos anti-inflamatório, relaxante e anti-stress.

Outra das grandes vantagens do tecido com derivado de cannabis reside no facto de facilitar uma mais rápida recuperação do esforço muscular – daí que as grandes marcas de desporto sejam os grandes clientes do novo e inovador produto da Adalberto.

“Para já só estamos a produzir tecidos CBD para desporto. Mas vamos também lançar este produto para a área da camisaria, uma vez que proporciona um maior conforto diário a quem o usa”, explica Mário Jorge Machado, 57 anos, dos quais 34 ao leme da Adalberto.

Neste ano em que comemora 50 anos (o aniversário foi a dia 26 de maio) a Adalberto tem apresentado

uma série de novos produtos, como o Silk/Cotton (um tecido de algodão que fica com o toque da seda após ser submetido a um tratamento e um acabamento especial), poliésteres 100% reciclados ou tecidos com repelentes naturais de insetos.

Tecidos com acabamentos funcionais, que possibilitam o controlo da humidade corporal e mantêm o cheiro a fresco ao longo do dia, foram outras das novidades que a Adalberto levou à edição de fevereiro da PV, a par da aposta em novos desenhos e fibras recicladas.

“Estamos a verificar uma procura cada vez maior de produtos reciclados e em algodão orgânico. Este acentuar das preocupações ambientais é um bom sinal. Significa que há cada vez mais gente convencida que é necessário fazer alguma coisa pela sustentabilidade do planeta”, concluiu Mário Jorge Machado, administrador de um grupo que emprega 380 pessoas e fechou 2018 com um volume de negócios na ordem dos 30 milhões de euros. t

KIABI AUMENTA COLEÇÃO PÓS-OPERATÓRIA

SER INFLUENCIADOR É UMA PROFISSÃO?

A Kiabi mantém o compromisso com a luta contra o cancro de mama ao apresentar uma coleção de lingerie pós-operatória e outras peças complementares. Desde 2015 que a Kiabi desenvolve esta linha de lingerie para mulheres com cancro de mama, com peças bonitas, impercetiveis e acessíveis.

É no mundo da Moda que parecem ter o maior protagonismo, mas falta saber se os influenciadores têm ou não estatuto profissional. A questão foi analisada durante o Congresso Internacional Labour 2030, que juntou no Porto mais de 150 oradores de todo o mundo para debater o futuro do trabalho.

3 milhões

é quanto a MCS está a investir numa nova fábrica em Valongo, com uma área coberta de 12 mil m2, onde concentrará toda a atividade industrial

MODELO LUÍS BORGES É IMAGEM DA NOVA COLEÇÃO LAGERFELD

BELÉM MACHADO INVESTE 3,5 MILHÕES A RELANÇAR A TEARFIL Belém Machado, a nova acionista da Tearfil, está a preparar um investimento de 3,5 milhões de euros no relançamento desta fiação, que adquiriu em julho ao fundo que controla o grupo MoreTextile.

A primeira fase do investimento. orçada em 1,5 milhões de euros, contempla a aquisição de equipamento de bobinagem e de maquinaria que permitirá à empresa produzir compact siru, um fio que que não tem pêlos.

A instalação de painéis fotovoltaicos, para reduzir a fatura energética, além da compra de novas máquinas, integrarão a segunda fase do investimento. “A nossa estratégia para a Tearfil consiste em focar a empresa nas grandes quantidades e no fabrico de fios técnicos”, explica Belém Machado, uma médica que em 2001, ao fim de 23 anos de prática, trocou a bata pelo comando da Fifitex, a fiação do pai, no entretanto rebati-

zada SMBM (iniciais de Sérgio Machado, o pai, e Belém Machado, a filha), ficando a antiga razão social como marca para os seus fios.

Com 200 trabalhadores e instalações industriais com 30 mil m2 de área coberta, a Tearfil fechou 2018 com um volume de negócios de 12 milhões de euros e é um gigante comparada com a SMBM, sua vizinha em Moreira de Cónegos, que emprega 76 pessoas e facturou 2,7 milhões de euros em 2018.t

O modelo português Luís Borges é a imagem da nova coleção masculina de Karl Lagerfeld. “Estou tão feliz com esta parceria.

Muito obrigado por tudo, equipa da Karl Lagerfeld”, escreveu nas redes sociais. Depois da Tommy Hilfiger, Luis Borges colaborou várias vezes com a marca do famoso criador. “Já tinha fotografado para a linha de active wear da marca”, diz em comunicado a Central Models, a agência à qual Borges está ligado.

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M EMERGENTE Por: António Freitas de Sousa

Susana Bettencourt Designer Família Vive com o namorado, Aníbal Leite, que também trabalha na área da moda Formação Licenciada em Design de Moda com especialização em Malhas, na Central Saint Martins College of Art and Design, e mestrado em Moda Digital, no London College of Fashion Casa Acaba de comprar um apartamento em Guimarães, para deixar de ser nómada Carro Audi Q2 Portátil HP Telemóvel Huawei Hobbies Leitura, anda a ler ‘You are a badass’ Férias Servem para “respirar outras culturas”, na Austrália, no Quénia ou em Moçambique Regra de ouro As pessoas são boas naquilo que gostam de fazer

FOTO: RUI APOLINÁRIO

A designer que ambiciona todo o tempo do mundo A Tia Mariazinha, 97 anos, é a ‘culpada’ de tudo: ensinou-lhe todas as técnicas da arte das malhas, as subtilezas de cada ponto, todo o empenho e a paciência necessárias. Susana Bettencourt Lopes, que em devido tempo decidiu adotar o apelido da mãe como arma de combate, diz que “desde pequena foi a malha que me escolheu” e que as dúvidas sobre o que queria ser quando fosse grande se foram dissipando, deixando para trás outras opções.

Nos Açores – de onde diz que é, mesmo tendo nascido em Lisboa há 34 anos – “toda a gente fazia malha” e o som caraterístico das velhas máquinas de tricotar Singer serviam para sibilar o arquipélago posto no seu silêncio.

A depuração do seu caminho começou pela escolha da área das Ciências – “era muito boa aluna”, apesar dos voos solitários na TAP, que a levavam num corrupio entre Lisboa e os Açores e vice-versa – mas as subtilezas das matérias que explicam o mundo deixavam-na indiferente: “era infeliz”, confirma, para explicar que trocou aquilo tudo pela área das artes, que correspondia bem mais ao seu desejo de “transformar coisas noutra coisa”, num desassossego.

Os pais, atentos aos avatares da jovem Susana, não se opuseram, antes pelo contrário, à mudança de azimutes de uma coisa certa para outra coisa incerta, mas bem mais capaz de transmitir à filha a felicidade necessária para fazer coisas bem feitas: “as pessoas são boas naquilo que gostam de fazer”, diz, definitiva.

Para além dos pais, os docentes da Central Saint Martins, universidade de artes em Inglaterra, também perceberam o mesmo: confrontados com o seu portefólio de apresentação, não precisaram de mais nada: Susana passou por cima da enfadonha fase de entrevistas aos candidatos e foi aceite na escola, no curso de Costura e Moldes (“ali era tudo muito específico”), apesar do reduzido número de lugares destinados aos alunos vindos da União Europeia (sete, cerca de 30% do total – mais uma coisa que irá por certo perder-se na loucura do Brexit). Mais lá para a frente, ainda haveria de concluir com distinção o mestrado em Moda Digital, no London College of Fashion.

Esteve dez anos em Londres – que pontilhou com estágios em lugares tão distantes e estranhos como Portugal e a Austrália – e essa década foi necessária para se aperceber, se é que não o tinha feito já, que “a minha cabeça funciona para isto”, e ‘isto’ é a malha.

Quando chegou à vida ativa, talvez Susana Bettencourt se tenha apercebido que esse destino que não lhe levantava qualquer dúvida nem inquietação, tem sempre o outro lado: “preciso que as fábricas percam tempo comigo, com as malhas que eu quero produzir”, diz, para explicar que esse tempo de criação e de passagem do desenho para o fio não é coisa que importe a alguém que comprou teares para ganhar dinheiro e não propriamente para fazer arte. Mas essa é a parte que menos lhe interessa: não será pelo desinteresse de quem tem outros interesses que Susana Bettencout deixará de ter interesse por aquilo que sempre a interessou.

Ou, dito de outra forma: Susana Bettencourt traçou o seu caminho e está a seguir por ele, mesmo que isso às vezes a coloque numa espécie de trincheira contra os modos de funcionamento do setor onde escolheu estar. Correndo o risco de ‘sindicalismo’, não se coíbe de afirmar o que quer afirmar sobre a indústria, sobre a relação da indústria com a criação e mesmo, pecado dos pecados (para os mais distraídos), sobre o que de mais fútil existe numa passerelle: “a mensagem que queremos passar com esta coleção [apresentada há um ano no Portugal Fashion] é a que a mulher de hoje não é uma raiz, não é um país, não é uma cor e não é um género. Temos de pensar em pessoas, não só em mulheres e homens”.

Susana Bettencourt parece dar-se bem com essa arte maior (não, não são as malhas): a de pensar – na sua carreira de empresária, na forma como se distingue enquanto professora do MODATEX e da Universidade do Minho, para além das palestras em Saint Martins – no impacto ‘extracurricular’ que a moda pode ter em contexto social. E também no seu sonho, talvez o desafio com que culminará este tempo de aprendizagem: a criação de uma fábrica/ atelier, onde os designers tenham todo o tempo do mundo.t

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B SERVIÇOS ESPECIALIZADOS Por: António Moreira Gonçalves

Top Atlântico

Av. D. João II, Lote 1.16.1, 9ºPiso, 1990-083 Lisboa

O que faz? Organiza, gere e acompanha viagens corporativas e de lazer Áreas No setor corporativo, atua nas várias vertentes das viagens de negócios (colaboradores, reuniões, congressos, seminários ou eventos de incentivo) Fundação 2003 (com origem na junção da Top Tours e da Space Travel) Equipa O grupo Wamos Portugal (de que faz parte) conta com mais de 900 colaboradores Escritórios Sede em Lisboa, escritórios espalhados por Portugal continental e ilhas, Angola e Moçambique

SONAE COMPRA A VILA NOVA OS 50% QUE LHE FALTAVAM DA SALSA O grupo Sonae já tem tudo acordado para comprar a Filipe Vila Nova os 50% do capital da Salsa que ainda não controlava e que formalmente ainda estão nas mãos do fundador da empresa. A nomeação, no início do ano, de José António Ramos para CEO da Salsa foi o penúltimo passo para a Sonae assumir o controlo total da marca portuguesa de denim.

Como o grupo fundado por Belmiro de Azevedo tem as suas ações cotadas no Euronext Lisbon, mal o negócio esteja completamente fechado terá de ser comunicado à CMVM.

"Precisamos de pessoas que trabalhem com computadores, pessoas que analisem os dados e os usem de forma adequada" Isabel Furtado CEO da TMG Automotive

ELIFE DESENVOLVE NOVOS BOTS DE COMUNICAÇÃO DA BERSHKA A tecnológica Elife, com presença em Portugal, foi a responsável pelo desenvolvimento da mais recente plataforma de comunicação da Bershka. Através de um Bot global que utiliza o Messenger do Facebook para manter um diálogo interativo, a marca do grupo Inditex quer criar maior proximidade com o seu público jovem. Disponível para os 15 países onde a marca está presente – em inglês e espanhol – o Bot dá uma resposta automática aos pedidos de clientes, oferece sugestões de looks e dá informação pormenorizada sobre as peças.

LVMH COM VENDAS DE 13,3 MIL MILHÕES NO 3O TRIMESTRE

A dar novas asas às empresas Planear a presença numa feira internacional pode revelar-se uma tarefa complicada. Desde a conceção do stand ao desenvolvimento dos novos produtos, há um sem número de tarefas a cumprir para que tudo corra bem. Uma das mais aflitivas é por vezes tratar da própria viagem, especialmente quando o destino é novo, ou surgem imprevistos. Para dar resposta a estas ansiedades, a Top Atlântico tem-se focado neste mercado, acumulando um know-how especializado na organização e gestão de viagens corporativas.

“Trabalhamos com todo o tipo de organização e empresas, desde multinacionais a pequenas e médias empresas, e vamos adaptando o nosso trabalho aos objetivos de cada uma”, começa por explicar Margarida Blattmann, diretora de Comunicação e Marketing do grupo Wamos, detentor da Top Atlântico.

Quer para viagens individuais como com grandes grupos, a Top Atlântico organiza todas as fases daquilo a que chama “Operação de Viagens”, desde o agendamento à solução de problemas in loco.

O objetivo é facilitar os contactos comerciais em ambos os sentidos, tanto no caso das expedições fora de portas, como na receção de compradores ou empresários que vêm a Portugal visitar empresas ou participar em seminários e congressos.

Integrada num grupo com mais de 900 colabora-

dores, a Top Atlântico organiza não só viagens corporativas, mas também de lazer. Uma dualidade que para a empresa se traduz numa das suas principais vantagens competitivas. “A dimensão do grupo significa um enorme poder negocial, porque permite obter a melhor contratação com os prestadores de serviços, sejam elas companhias aéreas, hotelaria ou Rent-a-Car”, concretiza a representante da empresa.

O facto de trabalhar em rede torna-se especialmente valioso quando surgem imprevistos. Se as condições meteorológicas interrompem o tráfego aéreo ou a cidade de destino é afetada por acontecimentos imprevistos – como aconteceu no ano passado com os coletes amarelos em Paris – a Top Atlântico coloca os seus parceiros ao serviço dos clientes. “Trabalhamos com uma rede de fornecedores locais que permitem um serviço de excelência e a apresentação de soluções céleres e eficazes quando os imprevistos acontecem”, explica Margarida Blattmann Com as empresas portuguesas cada vez mais focadas nas exportações – “temos assistido a um crescimento enorme no que se refere à presença de empresas portuguesas nos maiores certames internacionais” – a Top Atlântico prepara agora o lançamento de novos serviços.

Exemplo disso será uma app que a empresa está a desenvolver e que permitirá aos viajantes obterem atualizações constantes do seu itinerário e programa de viagens. t

Número um do mundo em artigos de luxo, o grupo LVMH continua a crescer e atingiu um volume de vendas de 13,3 mil milhões de euros no terceiro trimestre, contrariando assim as previsões dos analistas, que apontavam para números sempre abaixo dos 13 mil milhões. O mercado asiático foi fundamental para a manutenção da linha de crescimento, embora o grupo tenha registado avanços em todas as regiões do mundo.

41 milhões

de euros foi o volume de negócios da Mehler Portugal em 2018, que representa um crescimento de 12% sobre as vendas do ano anterior

PONTO POR PONTO COM LITTLE DARLINGS, A OLHAR PARA FRANÇA A Ponto por Ponto está a trabalhar a todo vapor numa encomenda para a marca britânica Little Darlings e fixou como objetivo pôr um pé no mercado francês, uma estratégia traçada por esta empresa portuense especializada em roupa de cerimónia para criança para aumentar o peso das exportações nas suas vendas. “O mercado nacional está mais que maduro. Não tem por onde esticar”, afirma Sílvia Marques, uma engenheira eletrotécnica que há 20 anos trocou a carreira autónoma para trabalhar com os pais e as três irmãs na Ponto por Ponto.

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OPINIÃO FAZER O FUTURO À NOSSA MEDIDA Mário Jorge Machado Presidente da ATP

DEVER CUMPRIDO Paulo Vaz Diretor-Geral da ATP e Editor do T

A década que vivemos foi de recuperação para a nossa ITV, que após ter sofrido sucessivos e dramáticos choques competitivos de 2001 a 2008, conseguiu reinventar-se com base em novos e mais valorizados drives, como o design, a inovação tecnológica e o serviço, tornando-se cada vez mais internacional e competitiva, especialmente nos segmentos mais exigentes do mercado.

Se quiséssemos resumir a transformação havida na nossa indústria nos últimos dez anos, poderíamos dizer que ela deixou a competição pelo preço para concorrer pelo valor; deixou de ser tomadora de encomendas para ser ativa prestadora de soluções ao cliente; e deixou de atuar de forma casuística e desordenada para passar a alinhar a estratégia coletiva das empresas privadas com as políticas públicas, para melhor utilizar os recursos comuns, nomeadamente ao aplicá-los em áreas prioritárias como a formação profissional, a inovação tecnológica e a internacionalização.

Hoje, a ITV portuguesa é vista como um case study internacional, que quer ser imitada por outras atividades similares nas mais diversas geografias, procurando fórmulas idênticas de sucesso.

Embora satisfeitos por termos conseguido inverter uma tendência de declínio e termos demonstrado que é possível manter indústrias transformadoras em países desenvolvidos, comprovando na prática o que muitas vezes só cabe nos discursos políticos, sabemos que não podemos ser complacentes connosco, não nos podemos acomodar e não podemos subestimar as dificuldades que se estão a colocar a toda a indústria, em Portugal e no mundo.

O tema da Convenção da ITMF, que tivemos o pra-

A Convenção ITMF 2019, que decorreu no Porto, nos passados dias 20 a 22 de Outubro, reuniu mais de 370 congressistas, de mais de 30 países, tendo a delegação portuguesa ultrapassado as seis dezenas, um recorde de assistência, e sendo considerada, por muitos, como a melhor edição de sempre.

Pelo programa e seus conteúdos. Pela qualidade dos palestrantes e suas comunicações.

Pelo brilhantismo do key speaker, Paulo Portas, que traçou um quadro incerto e volátil do nosso mundo e do seu futuro imediato, que nos obriga a refletir. Pela organização primorosa, atenta a todos os detalhes, preocupada em deixar a melhor imagem possível de uma indústria e de um país, que hoje se quer diferenciar sobretudo pela qualidade e pelo valor, em todas as suas manifestações.

Portugal não tem a maior indústria têxtil do mundo. Mal chegamos a 1% do total global, quando a China e a India asseguram mais de 65%. Só entre os congressistas da ITMF havia empresários que tinham 80 mil empregados e um deles tinha na sua empresa um vo-

zer e orgulho de receber no Porto, não podia, por isso, ser mais atual, pois combina dois dos mais importantes desafios com os quais a indústria têxtil mundial está confrontada: a digitalização e a sustentabilidade, que vão moldar o que será a nossa atividade para o futuro. Um futuro que afinal é já hoje.

Há quem afirme que a têxtil é o maior negócio do mundo, permanentemente em crescimento, expandindo-se para novas áreas de intervenção, que, ainda há escassos anos, não estavam sequer identificadas.

Os têxteis estão por toda a parte e vão ainda aumentar mais a sua presença, pois oferecem respostas para as necessidades humanas que mais nenhum outro material ou atividade produtiva conseguiu satisfazer, pelo menos da mesma forma e com igual eficiência.

Esta é a primeira certeza de que o têxtil tem um lugar garantido no futuro, dependendo apenas da nossa imaginação, trabalho e determinação para que o sucesso do passado se converta igualmente num sucesso ainda maior no futuro.

As tensões geopolíticas e geoeconómicas que estão a condicionar atualmente o crescimento mundial e que podem eventualmente antecipar uma crise global são apenas dados de uma complexa equação que teremos de resolver, transformando as meaças em oportunidades.

Sem perder o realismo e sem escamotear os problemas que se nos colocam, assim como a sua gravidade e consequências, quero deixar a todos os meus colegas empresários uma mensagem positiva, pois ninguém melhor do que eles saberá dar um futuro à nossa indústria pelo simples facto de que são capazes de fazer esse futuro à nossa medida. t

lume de negócios consolidado que era mais de três vezes o de toda a fileira portuguesa.

Não podendo disputar o campeonato da escala, sobra-nos o campeonato da qualidade, da tendência e da inovação, onde não preside o preço, mas o valor. E neste campeonato estamos a classificar-nos cada vez melhor, pois somos cada vez mais distinguidos por conservarmos o último reduto industrial têxtil da Europa, que funciona como cluster que gera inovação tecnológica e criatividade, que garante que a produção é uma arte qualificada e que alinha cada vez mais com a sustentabilidade e a economia circular, demonstrando efetivamente esta realidade e não apenas invocando-a para ter boa comunicação.

Não competimos para sermos os maiores, mas competimos para sermos os melhores; e o mundo está a reconhecer-nos por isso.

Nos últimos sete anos a ATP fez o extraordinário esforço para trazer para Portugal os três maiores congressos mundiais do setor, no âmbito de um programa de fundo destinado a dar visibilidade ao made in Por-

tugal, designado “Fashion From Portugal”: em 2012 trouxe o IAF (International Apparel Federation), em 2017 a conferência anual da Euratex, e agora em 2019, o ITMF (International Textile Manufacturers Federation).

Nem todos compreenderão o alcance desta iniciativa estratégica e dos investimentos efetuados para o efeito, embora mesmo aqueles que disso desdenham ou subestimam já hoje estejam a beneficiar com isso. E muito.

Desconhecemos o que o futuro trará, embora seja quase certo que os próximos anos serão difíceis e que uma nova purga no setor se vai suceder, especialmente entre os que insistem em velhas soluções para novos problemas.

Resta saber se todos os esforços realizados para nos promovermos serão suficientes, dentro e fora do país, para se reunirem as condições capazes de assegurar que um futuro positivo se continue a perfilar para a generalidade das empresas e do setor em geral.

Da nossa parte o dever está cumprido, há que esperar que os demais cumpram também o deles. t

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Ana Roncha Diretora do mestrado em Strategic Fashion Marketing no London College of Fashion

Daniel Agis Consultor em marketing de marca e estratégias de distribuição

A MODA E A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O FAST FASHION COMO O INIMIGO A ABATER? NÃO!

Um dos grandes drivers da mudança a nível da indústria da moda é a crescente inovação tecnológica. O impacto da 4ª Revolução Industrial é inegável. Através da automatização de sistemas e tecnologias conseguimos criar networks inteligentes possíveis de controlar toda a cadeia de valor.

O ritmo crescente das inovações tecnológicas e a adoção de ferramentas disruptivas têm vindo a alterar a dinâmica da indústria moda. É necessário, no entanto encarar a tecnologia de um ponto de vista holístico, englobando a inteligência artificial, robótica, machine learning, NFC, RFID, AR, VR, projection mapping, 3D printing, etc, e perceber as mudanças que estas tecnologias trazem e o que permitem atingir.

A tecnologia abre inúmeras potencialidades para personalizar a experiência de compra, facilita a interação com as assistentes de loja e acelera a capacidade de oferecer uma comunicação e serviço mais personalizado.

Integrar redes sociais, gestão de stocks, desenvolvimento de produto, gestão de tendências e/ou gestão de relacionamento do consumidor são consequências, mas acima de tudo oportunidades.

Adotar uma cultura de digital first e acima de tudo, mobile first. Conseguir fundir com o online com o offline e ter a consciencialização que o consumidor não interage com canais, mas sim com marcas. E daí a estratégia digital das marcas encarada como algo holístico, que abrace a organização como um todo e que coloque o consumidor em primeiro plano.

A tecnologia deve ser usada para facilitar e agilizar as opções do consumidor e ajudar a prever comportamentos. Ter uma correta perceção da consumer journey e dos vários touchpoints ajuda a gerir e entender a relevância da marca em cada um deles e a criar formas de interação que facilitem a integração dos variados canais, numa estrutura omnicanal.

As grandes áreas de oportunidade a que assistimos estão nas formas de pagamento o mais conveniente possível, com recurso ao reconhecimento facial, biométrica ou self-service checkouts. No uso de tecnologias como blockchain para facilitar o fluxo de informação e a transparência entre as variadas atividades da cadeira de valor, com ligação direta às questões da sustentabilidade em cima referidas e o recurso a assistentes de voz e chatbots para uma maior personalização da oferta. Prevê-se que em 2020 cerca de 85% das interações com marcas sejam geridas sem a presença humana.

Neste contexto, modelos de negócio que fazem uso bem-sucedido dos desenvolvimentos tecnológicos focam-se na agilidade e inovação, na tecnologia como forma de adicionar valor, juntam o físico ao digital de forma integrada e criam ecossistemas que levam à criação de novas capacidades e funções.

Este mercado global em permanente mudança exige uma cultura de constante atualização e a perceção de que existe um novo mindset instalado – nos consumidores e na forma de fazer negocio, independentemente do segmento e da categoria de mercado. Nesta realidade, marcas fortes são as capazes de oferecer benefícios que vão alem dos atributos funcionais, mas que tocam o lado emocional e criam uma relação com o consumidor, num fundir das potencialidades digitais com a ainda inimitável empatia humana. t

Os políticos que consideram o fast fashion como inimigo abordam o tema com uma alta dose de desconhecimento sobre a evolução do setor e com uma ponta de populismo, pois é politicamente correcto pensar-se assim. Fast fashion é uma forma de estruturar, produzir e vender artigos de moda dentro duma faixa de preços acessível para as massas.

A produção massiva concentra-se em algumas grandes cadeias internacionais, e são europeias as mais inovadoras e económicamente revelantes.

A forma como estas cadeias democratizaram o acesso à moda com uma qualidade normalizada, foi positivo para o consumidor e ampliou os horizontes de todo o setor.

A indústria têxtil foi a base da revolução industrial no Reino Unido no século XIX e de muitos outros países e zonas geográficas. Com a globalização e com a abertura dos mercados a partir da década de 90, a têxtil foi a base da revolução industrial da China, e é hoje a base de países como, por exemplo, o Bangladesh. Amanhã será de Africa, pois já começamos a ter exemplos como o da Etiópia.

A partir de 2000, a deslocalização massiva acabou por ser inevitável, considerando o rumo que tomava o mercado, ainda que uma parte da indústria resista na Europa e bem, respondendo a necessidades mais especificas, técnicas ou de time to market.

Felizmente a comunicação na rede tornou o mundo mais transparente (apesar de gerar também fakes), e os grandes grupos tiveram que tornar-se cada vez mais transparentes e rigorosos na forma como abordam o offshoring, pois más praticas ambientais e sociais são uma ameaça à reputação das marcas.

Por exemplo, a eventualidade de se descobrirem crianças a trabalhar numa fábrica que produza para a Zara na Ásia seria notícia nos media de todo o mundo: os erros hoje são mediaticamente castigados, e por isso o controlo dos subcontratados nos aspetos do trabalho passaram a ser muito elevados, assim como também as preocupações ambientais, procurando-se refúgio na certificação de organismos internacionais (como a IndustriAll ou a Greenpeace).

Os salários praticados por um fabricante partner de um grupo como a H&M ou outra empresa europeia semelhante no Bangladesh é baixo se comparado com o padrão europeu, mas normalmente está acima da média do praticado em muitos outros setores desse país. Algo semelhante ao que aconteceu, na devida proporção, na Europa (Portugal, países do leste) ou na Turquia.

Centrando-nos no Terceiro Mundo, a têxtil é a base da vida de milhões de pessoas, e não há forma melhor de partilhar a nossa riqueza que transferindo actividade económica e emprego, pois entretanto a indústria europeia teve que se reconverter e reinventar para ultrapassar os obstáculos originados pela abertura do mercado. A Europa também mudou, e não há volta atrás possível.

Paradoxalmente, o fast fashion foi o setor mais visado mediaticamente (pelo consumidor) e por isso teve que adaptar-se para proteger a própria reputação. É a indústria do Terceiro Mundo que não trabalha para marcas reputadas e para os grupos fast fashion, e que normalmente distribui os seus produtos exclusivamente num âmbito local/regional. Aquela que, livre de amarras (regras do seu próprio Estado), recorre aos padrões sociais e ecológicos que não aceitamos no Ocidente.t

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U ACABAMENTOS Por: Katty Xiomara

É a fatiota ideal para que Ana Gomes e as suas denúncias não possam passar despercebidas. Body em látex, encarnado estridente na cor e, nas mãos, o megafone que lhe amplia o estrondo. Genial e implacável, a nossa Katty cobre-a com a capota de inquisidor-mor

O fato de Halloween para Ana Gomes Uma das vozes políticas mais polémicas e mais ativas no twitter , continua a surpreender. Todos conhecemos as faculdades comunicativas da Ana Gomes e as ameaças de processos de difamação que delas resultam… A lista dos seus alvos é longa e complexa - Sócrates, Salgado, Benfica, Luis Filipe Vieira, “lavandarias”… etc.

A mais recente até parece incluir provas contundentes e recai sobre a conhecida empresária angolana Isabel dos Santos, piscando o olho ao banco presidido pelo antigo ministro do governo “Socrático”.

Estes motivos são suficientemente aguçados para chamar a atenção do nosso radar. Por isso decidimos que a experiente ex-eurodeputada seria a vítima perfeita para a nossa noite de Halloween. Pensámos na fatiota ideal para não deixar Ana Gomes e as suas demandas passarem despercebidas por um único segundo.

Escolhemos um justíssimo body de ombros altivos em latex, pintado num estridente tom encarnado, como os nossos amigos da “mouraria” gostam de chamar a esta cor tão querida pelas águias.

Calçámos os pés com umas elevadas botas no mesmo material e cor, e as mãos com um estrondoso megafone. Por cima colocámos a capota de inquisidor-mor, toda em veludo preto com um delicado saiote de renda branca e uma ostentosa cruz de prata.

Contamos que nesta noite de bruxas a fogueira da nossa inquisidora esteja ON FIRE!!! t

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O AS MINHAS CANTINAS Por: Manuel Serrão

Vinha Nova Rua José Carvalho Sá Miranda, 44 4760-354 Vila Nova de Famalicão

TUDO NOVO E AINDA BEM Há uns bons 10 anos atrás fui convidado por um cliente e amigo de uma empresa têxtil de Famalicão para almoçar, com a promessa de que me iria fazer uma surpresa levando-me a um restaurante onde eu nunca tinha ido de certeza. Acontece que acertou. Levou-me a um restaurante chamado Benfica e eu comi e calei, e devo dizer que, decoração à parte, até gostei.

Dez anos volvidos, sou novamente desafiado para ir experimentar um sítio novo que apostavam que eu não conheceria. Mal me acerquei do local verifiquei que era o do tal Benfica e até arrisquei um pedido de mudança de planos, porque afinal não era novidade e certamente haveria outros locais mais aprazíveis para jantarmos na Cidade Têxtil.

Rapidamente fui esclarecido da minha ignorância porque o Benfica ali já tinha “falecido”, e aliás até antes deste novo Vinha Nova, já lá tinha tentado a sua sorte um outro chamado Cheers, entretanto também desaparecido.

Ainda bem que sou de dar o braço a torcer (de vez em quando...) porque este novo projeto do Gilberto Rodrigues é imperdível. Sem qualquer tipo de comparação com o anterior, a começar pela decoração e a acabar no serviço, passando pelo que lá servem, last but not the least .

O Vinha Nova é novo em tudo e ainda bem.

As suas duas salas são muito engraçadas, o serviço esmerado sem ser chato, e o que lá pedi e me deram a provar, irrepreensível. Como estava em noite de ser bem mandado, apesar de não ser de sopas, aceitei a sugestão firme de um creme de alho francês e suas texturas, que agora aqui recomendo vivamente.

Já no caso do risotto de cogumelos com gambas e azeite de trufa, os louros são para mim que o escolhi e comi, mas os parabéns são para quem o fez com tanta categoria e frescura. O mesmo podia dizer de um estufado de ervilhas com língua de vaca e ovo escalfado que veio antes do risotto e muito antes do tornedó, mais corriqueiro, com que fechei a minha primeira ida ao Vinha Nova.

Vou tentar lá voltar depressa, o que até posso fazer de comboio, porque a estação é mesmo ao lado. Como é que a CP adivinhou que o Vinha Nova merecia uma estação à porta? t

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c MALMEQUER Por: Cláudia Azevedo Lopes

Carla Reis, 45 anos. Licenciada em Engenharia Zootécnica e pós graduada em RH, passou por um monte de empresas, até decidir que o futuro passava por ter uma coisa sua. Foi assim que há seis anos fundou a Brandin - com o Edgar, com quem tem um menino de três anos – e é entre os designers portugueses e os mercados externos que tem focado a sua energia. "É uma adrenalina viciante e inquietante acordar de manhã e ter emails do Japão, Hong Kong, NY a validarem encomendas!”

SOUVENIR

O BLUSÃO DE MARROCOS

Gosta

Não gosta

Sashimi Neve Malmequeres Margaridas

Ressaca

Girassóis Pragmatismo Optimismo

Dor

Honestidade Humildade Dos meus

Ansiedade

Pessimismo Mosquitos

pais Do Edgar Do Nicolau Ceviche Designers portugueses Dançar Cerveja

Escuro

Pó

Descascar cenouras Comida salgada

Flacidez

Vinho Viajar Férias Passear Fins de

Roupa justa

semana com amigos Dos amigos Roupa

Barriga inchada

lavada Tomar banho Cortar o cabelo

Legumes Do sofá Bronzear Dormir Sopa Malagueta Graciosidade Assertividade

Fritos unhas

eles Cinema Filmes

Arranjar as Desorganização

Arrumar a casa por fazer

Objetividade Pragmatismo Trabalhar Gente boa Jantar com ele Estar com

Frio

Deitar tarde

Rir muito Amarelo Sol Praia Música Verão Primavera Calor Fruta Cereais

Gordura

Camas Fazer malas

Chá preto Lavar a louça

Conduzir Mexer em dinheiro

Nunca fui muito apegado à roupa e ainda menos às modas, e mesmo em adolescente não me identificava muito com os meninos pipis que à sexta já iam para o liceu todos aperaltados para as festas desse dia. Quando chegámos ao 7O ano era preciso decidir onde ir na viagem de finalistas. Depois de muita conversa lá escolhemos Marrocos, quando os pipis queriam ir para Torremolinos, já na altura muito em voga. Venceram os freaks e alguns pipis acabaram por alinhar também. Viagem em autocarro, dormida em parques de campismo e quanto a comidas... cada um tratava de si. A coisa ficou barata (escuso-me a dizer quanto custou para não chocar mentes mais sensíveis...) mas adianto que uma garrafa de Papa Figos já pagava a viagem e os parques durante duas semanas. Com preços baratos ainda deu para fazer compras e até trazer prendas. Numa das inúmeras lojas onde entrámos e discutimos preços até ao tostão (coisa que dava um gozo imenso), pedi a um sujeito para escrever o meu nome, a esferográfica, nas costas do meu blusão. Disse o nome alto e bom som e foi pela sonoridade que ele escreveu. O blusão era de tecido castanho e durante anos andei orgulhoso com ele e isto apesar de, numa outra tenda da medina, ter pedido a alguém para ler o que estava escrito nas minhas costas e ele ter dito uma coisa nim, nem sim nem não, nada de muito parecido com o meu nome. Mas a verdade é que o blusão me foi útil para as abordagens junto das garotas, coisa bem difícil na época em que as escolas não eram mistas.

Uma geração desgraçada! Usei-o até não poder mais, sempre como memória da viagem a Marraquexe que, para quase todos nós, foram os nossos 15 dias de loucura, cada uma a fazer e a fumar o que lhe dava na real gana. Como é que eu me ia desfazer daquilo? Nem pensar! t João Paulo Martins

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