T68 - Dezembro 2021

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MÁRIO JORGE MACHADO, PRESIDENTE DA ATP

“A GRANDE VANTAGEM DO SETOR TÊXTIL É A CAPACIDADE DE SE ADAPTAR” P 20 A 22

FOTO: RUI APOLINÁRIO

DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS

DOIS CAFÉS E A CONTA

PRODUZIR TUDO DENTRO DE PORTAS É A MAIS-VALIA DA T TANTOS

PERGUNTA DO MÊS N Ú M E RO 6 8 D E Z E M B RO 2 021

P8

QUAIS SÃO AS ESPERANÇAS E OS DESEJOS DA ITV PARA 2022? P4A7

LANIFÍCIOS

EMERGENTE

INOVAÇÃO

BUREL INVESTIU MAIS DE UM MILHÃO PARA COMPRAR A ALÇADA & PEREIRA

JOÃO ALMEIDA ASSUME TODOS OS DESAFIOS COMO OPORTUNIDADES

TINTEX CRIOU UMA ALTERNATIVA AO COURO PARA A JAN ‘N JUNE

P 18

P 31

P 32

A MINHA EMPRESA

SUSTENTABILIDADE

B&YOU QUER OCUPAR TODA A PRODUÇÃO DA CONFEÇÕES BELEZA

FORBES MOSTRA COMO PORTUGAL PRODUZ QUALIDADE PARA MARCAS DE LUXO

P 14

DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS

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CORTE&COSTURA

EDITORIAL

Por: Júlio Magalhães

Por: Manuel Serrão

Ana Barbosa 36 anos

Diretora Comercial, é uma espécie de elo do meio no trio responsável pelo sucesso da Givachoice. Com a mãe como líder e diretora de produção e o marido gerente e diretor financeiro, Ana funciona como o combustível que, através das vendas, alimenta a máquina. Um trio maravilha ao comando do atelier gigante de alta-costura, como gostam de chamar à sua confeção, que abastece algumas das mais famosas casas do luxo feminino

VERDADE E CONSEQUÊNCIA Depois de dois anos atípicos e desafiantes para todos nós, mas também para a nossa Indústria Têxtil e Vestuário, achámos obrigatório fazer um balanço com o Presidente da ATP, a maior e mais representativa associação da ITV. Mário Jorge Machado aceitou o desafio de bom grado e os leitores poderão encontrar nas nossas páginas centrais as respostas que impunha a dar a quase todas as questões que se levantam à ITV neste momento. Gostava de chamar particular atenção para um aspeto da entrevista em que o Presidente da ATP me fez lembrar um jogo muito habitual nos meus tempos de liceu: o verdade e consequência. Se é verdade que a tendência dos produtos sustentáveis parece ter vindo para ficar e corresponde cada vez mais à procura dos consumidores, a consequência obrigatória é que exista por um lado a consciência de que essa sustentabilidade tem custos acrescidos e é preciso que as entidades públicas criem uma taxa que incida sobre os produtos concorrentes que não possuem essas características que todos elogiam. Como o Estado português já faz por exemplo na energia e nos automóveis. t

Nas vossas instalações respira-se a poesia. É uma fonte da inspiração? Sem dúvida, tanto para os clientes como para os nossos colaboradores. Como é trabalhar entre o marido e a mãe? Há algum segredo que possa revelar? Um privilégio! O segredo é simples: respeito e profissionalismo. Formamos um trio bastante completo. Como é que conquistam e fidelizam os vossos ilustres clientes?

Uma excelente comunicação com o cliente e prestar um serviço de total apoio. Qual vai ser a grande aposta ou grande repto da Givachoice para 2022? Abertura de novos mercados, aumentar a nossa capacidade de resposta e disponibilizar soluções aos nossos clientes. Tornar a Givachoice uma empresa ainda mais verde. Quais vão ser os vossos mercados prioritários em 2022? EUA e países nórdicos. t

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- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Cláudia Azevedo Lopes Telefone: 969 658 043 - mail: cl.tdetextil@gmail.com Registo provisório ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/


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4.

ANA PINHEIRO

PERGUNTA DO MÊS

ADMINISTRADORA DA MUNDOTÊXTIL

Por: Cláudia Azevedo Lopes

1.

AGOSTINHO AFONSO

ADMINISTRADOR DA TÊXTEIS PENEDO

QUE ESPERANÇAS E DESEJOS PARA 2022? O ano foi difícil e pautado pela incerteza, mas isso em nada impediu que o Cluster têxtil continuasse o seu caminho, sem medo, rumo à prosperidade, ou não fosse o têxtil um dos setores mais resilientes da indústria nacional. Sem receios, retomaram a produção, mantiveram investimentos e regressaram às feiras, prontos para afirmar as bandeiras de qualidade, inovação e sustentabilidade da ITV portuguesa. Abre-se uma nova era como parceiro europeu de proximidade e por entre votos de crescimento e bons negócios para todos, o setor une-se também a uma só voz de protesto contra a subida dos custos da energia, matérias-primas e transporte. E faz votos também para que o PRR seja o bálsamo para atingir a tão desejada estabilidade económica. Que venha 2022!

"Espero que em 2022 possamos voltar a uma maior normalidade, que os clientes continuem a a apostar na indústria Portuguesa, valorizando o nosso serviço, qualidade, inovação e sustentabilidade. Seria fundamental que os preços das matérias-primas estabilizem, para que possamos ter um ano positivo, reforçando a nossa capacidade de investimento e posicionamento nos mercados mundiais."

2.

ALEXANDRA ARAÚJO

ADMINISTRADORA DA LMA

"Ac re d i t o e d e s e j o q u e, a p e s a r d e st e s d i a s d e i n ce r t e z a e d e g ra n d e exp e t a t i va e m q u e v i ve m o s – e m q u e s e r e m p re g a d o r é u m a t a re fa d eve ra s d e s a f i a n t e e p o r ve z e s d e s e n co ra j a n t e –, 2 0 2 2 s e j a p a ra o s et o r t êx t i l u m a n o d e s u st e n t a d o c re s c i m e n t o ! Fe l i z A n o ! "

"Q u e o p a í s , e a i n d ú s t r i a t êx t i l p o r t u g u e s a , d e f i n a m e p ro s s i g a m u m a e st ra t é g i a co e s a e d e co m p ro m i s s o c a p a z d e re s p o n d e r e f i c a z m e n te aos enormes desafios d e st e n ovo a n o"

5.

talentos, para reiterarmos a força do made in Portugal. Fica o desejo do retorno à celebração da vida por um abraço a quem bem-queremos, passado o ano de todas as crises e privações."

8.

ANTÓNIO CUNHA

SALES MANAGER DA ORFAMA

"Que em 2022 continuemos com o espírito de otimismo no futuro, e que o valor

ANTONINO PINTO

ADMINISTRADOR DA TRIMALHAS

"Que 2022 seja o ano da erradicação da pandemia, de estabilização de custos dos transportes, das matérias-primas e dos custos

energéticos. E por fim que deixe de existir dificuldade na contratação de gente para trabalhar."

6.

ANTÓNIO AMORIM

da cooperação para fortalecer os negócios seja um desígnio de todos. Desejo que este setor globalmente continue a ser reconhecido e admirado pela sua relevância econômica e social, possuindo sempre como diferencial a ética e as competências humanas. Votos de Feliz Ano Novo!"

9.

ANTONIO TEIXEIRA

ADMINISTRADOR D’A PENTEADORA

PRESIDENTE DO CITEVE

3.

ALFREDO MOREIRA

CEO DA BABY GI

"Espero que 2021 nos traga a resolução deste problema que afeta toda a sociedade, a saúde pública e a economia. Para a Baby Gi esperamos manter o crescimento sustentável e continuar a levar a marca Portugal a todo o mundo."

"Desejo que no próximo ano todos os projetos propostos da têxtil e vestuário, financiados em grande parte pelas verbas do PRR, se realizem e que possibilitem ao setor tornar-se cada vez mais competitivo, moderno, sustentável e com futuro."

7.

ANTÓNIO CÂNDIDO

PRESIDENTE C.A. COINDU SA

"Existem duas formas de viver: acomodar-se ou ousar. A segunda leva-nos ao inconformismo, a resistir às vicissitudes, à experimentação de novas soluções e ao êxito. Que 2022 seja um ano de afirmação da nossa capacidade de resistir, de inovar e de grandes sucessos pessoais e profissionais."

10.

AUGUSTO LIMA

VEREADOR DA ECONOMIA,

"2022 será um ano de continuidade da aposta na inovação e excelência operacional digital, a par com o desenvolvimento de

EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO NA CÂMARA DE VILA NOVA DE FAMALICÃO

"Faço votos que 2022 seja um ano de estabilidade


Dezembro 2021

política e económica, que permita a empresários e trabalhadores trilharem caminhos de crescimento e competitividade. E, claro, de muita saúde para todos, que será sinónimo de que os tempos mais difíceis estarão a ficar para trás."

11.

BÁRBARA MACHADO

ASSISTANT ADMINISTRATION DA VILLAFELPOS

"Que o ano de 2022 nos traga mais estabilidade económica e que o Estado

e q ue a marca Portu ga l co n ti n ue a ter um l u ga r d e d estaq ue n o p ano ra m a mun d i al ."

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16.

CRISTINA CASTRO

RELAÇÕES PÚBLICAS DO CITEVE

14.

CAROLINA GUIMARÃES

CEO DA JOÃO PEREIRA GUIMARÃES

"O me u mai o r d es e j o p a ra 2 0 2 2 é o f i m d a i n ce r teza e d a i n stab i l i d ad e q u e v i ve mos e m 2 0 2 1 : qu e r ao n í ve l d a p an d e m i a , co mo n os tran s p o rtes e n as maté ri as-p ri ma s . E , cl aro, q ue aci ma d e tu do h aj a n egó ci os !"

“Desejo que o ano de 2 0 2 2 n o s t ra g a a c a p a c i d a d e d e s u p e ra r m o s as dificuldades que se a v i z i n h a m . M a s co m o o t i m i s m o, s a b e d o r i a e re s i l i ê n c i a a q u e e st e s e t o r j á n o s h a b i t u o u, s e rá c a p a z d e a s u l t ra p a s s a r. Fe l i z A n o N ovo p a ra t o d o s , co m m u i t a s a ú d e e s u ce s s o s p e s s o a i s e p ro f i s s i o n a i s . "

17.

cidade de inovação e de crescimento sustentável na área têxtil. Numa altura em que é fundamental pensar no futuro do planeta, que este setor seja também um exemplo a seguir."

24.

JOÃO BRANDÃO

CEO DA ERT

21.

DOLORES GOUVEIA

RDD DESIGN AND MARKETING

CRISTINA FLORES

MANAGER, FASHION TRENDS,

DIRETORA GERAL DA IORA LINGERIE

DESIGN AND MARKETING CONSULTANT

tome como prioridade o apoio às industrias exportadoras no sentido de as tornar mais competitivas."

15.

CLEMENTINA FREITAS

CEO DO LATINO GROUP

12.

CARLA PIMENTA

CEO DA TEXSER

" Desej o que seja um an o d e n ormal idade e estab ili d a d e para que nos p ossa m os focar inteirame n te n o n oss o negóc io. "

"Faço votos p ara q u e 2 0 2 2 s e j a um an o de retoma e estab i l i d a de n a s n oss as v i d as p rof i ss i o n a l e fami l i ar. Q ue os e n s in ame n tos ad q ui ri d os n a ati p i ci d ad e d o an o q u e agora acab a p ro mova m a cl ari v i d ên ci a n as n oss a s d e ci s õ es , d e mo d o a q u e co n s i gamos al can ça r os n oss os ob j eti vos . Fe l i c i d ad e p ara to d os !"

CONCEIÇÃO SÁ

MANAGING DIRECTOR + R & D DA LURDES SAMPAIO

CARLOS SERRA

“Que 2022 seja a continuidade da retoma do setor têxtil e que seja também menos agreste

GENERAL MANAGER DA TROFICOLOR

"Pa ra 2 022 esperamos qu e o s etor têxtil se depa re com um cenári o mai s estável ao nível dos custos de produção, esp eci al mente no que d i z respei to à ener gia e aos tran sp or tes. Que seja um an o d e retoma sustentad a

"Q u e o a n o de 2 0 2 2 tra ga o re g ress o s e m co nstra ng i m e n tos dos e nco ntros e eve n tos p rof i ss io na is d e es ca l a g l o b a l , p a ra vo lta rm os a vi ve r e m ple no a di m e n s ã o f í s i ca e e mo cion a l do n e gó c i o d a mo d a . D es e j o a i n da q ue a IT V n a c i o n a l i n te g re o D es ig n Th i n k i n g co m o u ma metodo l o g i a a t i va , centra d a no h u m a n o e n o p l a neta ."

"2022 deverá ser um ano de normalização das cadeias logísticas e dos custos energéticos. Só assim poderemos manter um crescimento sustentável da nossa indústria. Acredito na resiliência dos nossos empresários para colocar a indústria têxtil nacional num patamar de sucesso a nível global."

25.

JOÃO GRAÇA

18.

ADMINISTRADOR DA JOAPS MALHAS

CRISTINA MOTTA

"D es e jo que este a no d e 2 0 2 2 nos tra ga pr incipa lme nte s a úd e e que ve nha co nfir ma r a res iliê ncia ,

REPRESENTANTE DA MESSE FRANKFURT PARA PORTUGAL

22.

GIO RODRIGUES

19. 13.

" D es e j o q u e o s eto r têxt i l co n t i n u e co m a te n dê n c i a de c res c i m e n to ve r i f i cado e m 2021 e q u e a Io ra L i n ge r i e co n t i n u e a i mp o r-s e co m o u m a m a rca de re n o m e. "

"Q u e 2 0 2 2 s e j a s i n ó n i m o d e r e c u p e ra ç ã o e co n ó m i c a e t a m b é m d e co n s c i e n c i a l i z a ç ã o d a urgência climática que n o s a fe t a c a d a v e z m a i s . P r e v e m o s co n t i n u a r a c r e s ce r, a b r i n d o n o v o s m e r c a d o s , t ra n s fo r m a n d o problemas em oportunidades, potenciando a d i fe r e n c i a ç ã o r e co n h e cida do nosso design e co n t i n u a n d o a co l o c a r a s p e s s o a s n o ce n t r o d a s n o s s a s d e c i s õ e s ".

DESIGNER

"A s u s p e n s ã o f o r ç a d a das feiras profissionais veio mostrar o quanto elas são importantes para as empresas. Por isso, é com franco otimismo que abraço o ano de 2022, tanto mais que temos grandes expetativas relativamente ao lançamento da Semana da Moda em Frankfurt."

20.

DIANA PEREIRA

nas restrições globais da pandemia. Saúde e s u c e s s o p a r a t o d o s ".

FUNDADORA DA DFIT

" 2 0 2 2 va i s e r o a n o d a s o l i d i f i c a ç ã o d e p ro j e t o s . Ac re d i t o q u e t o d o s o s q u e t ra b a l h a m co m q u a l i d a d e vã o c re s ce r e s o l i d i f i c a r. Ve n h a 2 0 2 2 ! "

26.

JOÃO PERES GUIMARÃES

PROPRIETÁRIO DA PERES GUIMARÃES

23.

GUILHERME PAIXÃO

GLOBAL RESEARCH & DEVELOPMENT

"Portugal mostrou capa-

inova çã o e ca pa cid a d e d e tra ba lho d o s eto r têxtil po r tuguês d e mo nstra d a s e m 2 0 2 1 . Votos d e Fe liz N a ta l e um a no che io d e s ucess o".

MANAGER DA BORGSTENA

"Gosta r ia que e m 2 0 2 2 s e pa ss a ss e d a s pa la v ra s a os a tos e m ma té r ia d e re ind ustr ia liza çã o e que os fund os d o PRR foss e m ess e ncia lme nte investid os


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tendam que não a podem asfixiar com aumentos excessivos, tanto na energia como com outros impostos associados à boa pratica para quem quer trabalhar". onde se p roduz a ri q ueza, nas emp resas , e n ão onde simp l esmen te e l a s e con some, n o Estad o."

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"Muito sucesso para a Paula Borges, todos os seus colaboradores e empresas têxteis em geral em Portugal. Que o ano de 2022 seja uma lufada de ar fresco e que a nossa arte de transformar seja apreciada pelo mundo."

"Desejo que 2022 seja o ano de viragem no mundo empresarial com muitos desafios e viagens para que consigamos levar a vida de uma forma mais leve e alegre".

35.

NUNO ALMEIDA

COMMERCIAL MANAGER DA IDEPA

30.

JOSÉ MANUEL CASTRO

27.

JOAQUIM CUNHA

CEO DA CUBOSDALGODÃO

"O ano 2022 será sem dúvida alguma o melhor ano de sempre da marca Cristina Barros, que com o apoio da Associação Seletiva Moda, vai continuar a consolidar o From Portugal em todo o mundo".

DIRETOR DO MODATEX

33.

JORGE PEREIRA

CEO DA LIPACO

31.

“2022 será um ano para recuperar o tempo passado. Não perdido, porque espero que todos tenhamos aprendido algo com este vírus. Não há outro planeta! Temos de fazer melhor, com muita mais sustentabilidade emocional".

resiliência e perseverança, e que o novo ano seja também sinónimo de regresso à normalidade. Um bom Natal e um excelente 2022!"

34.

36.

PRESIDENTE DA ATP

CEO & CBO DA OLMAC

"Para 2022, o que de melhor poderia acontecer para o país seria ter uma maioria parlamentar que percebesse que precisamos de mudanças e reformas ao nível de uma série de leis, para

"Que a indústria têxtil, no seu todo, consiga superar as dificuldades acrescidas trazidas pelo aumento dos custos energéticos, das matérias-primas e dos transportes. E como povo resiliente que somos, levantar o made in Portugal como porta-estandarte, da imagem de marca de qualidade, produto e serviço, mantendo Portugal na fileira têxtil mundial como sendo dos melhores".

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E ENGENHARIA DO CITEVE

"Desejo que a têxtil portuguesa continue a reinventar-se, consiga ultrapassar os problemas atuais das matérias-primas e dos consumíveis e se assuma cada vez mais como uma indústria inovadora, sustentável e digital. E já agora, que os políticos não atrapalhem e façam chegar os apoios do PRR a tempo e horas às nossas empresas. Bom 2022!

permitir que o crescimento económico seja comparável com os países de leste. O melhor que nos poderia acontecer seria termos uma maioria parlamentar que permitisse essas reformas, que induziriam maior crescimento económico. E isso permitiria pagar os salários, as condições de vida e o sistema social de forma significativamente melhor".

34.

29.

MÓNICA RIBEIRO

CEO DA SQUARCIONE

JOSÉ ARMINDO FERRAZ

CEO DA INARBEL

"Espero que em 2022 se perceba que a indústria é o grande motor da nossa economia e que os nossos governantes en-

PAULO FARIA

DIRETOR COMERCIAL DA PAULA BORGES

DESIGNER

JOSÉ MORGADO

"Que 2022 seja um ano de superação das dificuldades e contrariedades de 2021 com a Covid, os preços das matérias-primas e da energia. Que seja tempo de termos um governo em linha com as empresas, sem demagogias e que tenha a clarividência e transparência de apostar tudo no PRR e projetar Portugal para o futuro".

38.

MARCIA NAZARETH

"Desejamos que a esperança possa ser rima de transcendência, signo e significado de excelência e sagacidade. 2022 terá de ser um ponto de viragem e mudança proativa, seja das empresas, dos empresários e das pessoas que nelas trabalham. O MODATEX procurará ser interlocutor e agente nesse momento de (trans) formação do setor ITV".

MÁRIO JORGE MACHADO

28.

"Que a etiqueta do ano 2022 seja de esperança e sucesso, que o impacto da pandemia comece a dissipar-se e que a têxtil mais uma vez demostre a sua

mos continuar a ser líderes no setor e a trazer o máximo de inovação e agregação de negócio possível.”

32.

LÚCIA BORGES

DESIGNER DE MODA NA PAULA BORGES

ORLANDO MIRANDA

"Os tempos são mais desafiantes do que nunca. Crescimento e competência máxima na ordem do dia! Teremos que primar pela diferenciação, qualidade e clareza elevada. Votos de um excelente 2022 para todos, pois todos nós bem merecemos. Votos também de uma ITV mais forte do que nunca".

39.

PAULO NEVES

CEO DA COLTEC

Para 2022 esperamos que mercado das matérias-primas estabilize, de forma a garantir alguma tranquilidade aos mercados onde operamos, e que a Coltec possa lançar todas as soluções inovadoras que estamos a desenvolver.

37.

PATRÍCIA FERREIRA

CEO DA VALÉRIUS HUB

“Espero que no próximo ano o setor têxtil em Portugal consiga prosperar e reduzir a dependência dos clientes Internacionais. Espero que continuemos a investir na inovação e no serviço de excelência para que o made in Portugal consiga atingir o renome que tanto desejamos. Por parte da Valérius, espere-

40.

PAULO RODRIGUES

MANAGING DIRECTOR DA FIORIMA

"Não obstante a loucura dos preços e da falta de matérias dos últimos meses, temos uma forte expetativa de poder recuperar em vendas o que, pelas condi-


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ções de todos conhecidas, perdemos no ano anterior. Por isso, a maior incógnita tem a ver com o resultado económico final".

41.

pelos aumentos sucessivos das matérias-primas e outros custos de produção, pois sem isso as empresas não conseguirão criar riqueza e, consequentemente, melhorar as condições dos seus colaboradores. Resiliência, perseverança e confiança serão seguramente as palavras de ordem para o próximo ano".

EXPORT SALES MANAGER

DA TÊXTIL CÃES DE PEDRA

lua em parceria com as empresas para formarem os recursos humanos que a fileira moda necessita."

NA F.S. CONFECÇÕES

RODRIGO SIZA VIEIRA

MANAGING DIRECTOR DA LECTRA EM PORTUGAL E ESPANHA

“Assistimos já em 2021 à recuperação em alguns segmentos da nossa industria têxtil e de vestuário, mais uma vez uma prova da resiliência e capacidade de adaptação das empresas do setor. Acredito que os restantes segmentos possam iniciar esta recuperação já em 2022. Da nossa parte continuamos confiantes no futuro destas indústrias e disponíveis para desempenhar o nosso papel e contribuir para o seu crescimento".

43.

RUI GORDALINA

CEO DA OLDTRADING

"Desejamos que a pandemia e os seus brutais impactos desapareçam. Que desapareçam também todas as entropias criadas

tecnologia e a formação de RH irão desempenhar um papel fulcral na capacidade de inovação das empresas para se adaptarem ao mercado. Neste sentido, é fundamental que o ensino superior e técnico-profissional evo-

RUI MAIA

INTERNATIONAL BUSINESS MANAGER

42.

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44.

RODNEY DUARTE

"Desejamos a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, com saúde e felicidade. Juntos conseguiremos ultrapassar todos os obstáculos e continuaremos o trabalho árduo que tão bem caracteriza o setor têxtil".

T

47.

SANDRA VENTURA

de limbo que vivemos, a fim de nos superarmos, regularizar o mercado e assumir os novos desafios ambientais".

53.

VÍTOR ABREU

"Desejo para 2022 que a nossa indústria têxtil e vestuário reforce a sua capacidade de resposta a um mercado cada vez mais exigente. Uma indústria resiliente, que seja capaz de renascer revigorada apesar de tudo. Espero que o “ao vivo” regresse livre de receios e de mascarados!"

50.

TERESA MARQUES PEREIRA

CEO TRICOTHIUS

R&D MANAGER NA TÊXTEIS PENEDO

"A nossa indústria tem pela frente muitas oportunidades que podem ser determinantes para projetar o nosso “velho” têxtil para patamares nunca antes alcançados. Saibamos aproveitar e exigir aos governantes que nos apoiem para, no mundo, assumir Portugal como marca de excelência e inovação no “novo” têxtil".

45.

RUI MARTINS

ADMINISTRADOR DA INOVAFIL

"Que 2022 seja o ano da erradicação desta pandemia e que personifique o regresso a alguma estabilidade nos fatores pro-

“2022 apresenta-se como um ano cheio de desafios sustentáveis e ambientais, que vão ser grandes

desafios também para a inovação. A Têxteis Penedo vai ter que continuar o seu caminho e acompanhar estas novas tendências no seu caminho de sucesso".

48.

SUSANA BETTENCOURT

"Espero que o ano de 2022 seja a consolidação da nossa empresa. Passamos por dias difíceis e aguar-

damos com esperança e calma o reconhecimento do nosso esforço. Um ano de muito sucesso para toda a ITV".

51.

UMBELINA RIBEIRO

SÓCIA-GERENTE DA DILINA TÊXTEIS

DESIGNER

"Em 2022, a indústria têxtil portuguesa irá provar o seu poder de mutação e adaptabilidade aos desafios criados pela crise

dutivos. Acreditamos que vai ser o ano do arranque de projetos muito relevantes na área da sustentabilidade, os quais vão mostrar com mais clareza as linhas de orientação do futuro dos têxteis. Um excelente 2022 com muita inovação e acima de tudo com saúde".

46.

RUI MIGUEL

PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA TÊXTEISDA UBI

"Em termos profissionais, desejo estabilidade nas regras que nos são impostas para que possamos ter

o mínimo de planeamento futuro. Em termos pessoais, saúde e paciência para todos os colegas do setor, já que, infelizmente, penso que o desejo profissional não terá o menor sucesso".

54.

VÍTOR DUARTE

DIRETOR COMERCIAL DA MIND

"Vivendo-se momentos de incerteza, que podem fazer mudar as regras do jogo a qualquer momento, olhemos para o copo meio cheio e vejamos no horizonte uma montanha de boas oportunidades e de boas perspetivas que a incerteza reinante nos oferece também. Que 2022 seja um ano de sucesso para toda a ITV".

"Que a retoma se concretize mais rápido e que parem as especulações, para que se possa fazer negócios com mais segurança".

ambiental que atravessamos. Com criatividade e engenho iremos criar mais produtos diferenciados e de valor acrescentado sustentados pelo nosso legado têxtil”.

52.

55.

CEO DA CRISPIM ABREU

MANAGER DA DAMEL

"Espero que consigamos ultrapassar esta espécie

"É nos tempos mais difíceis que se prepara o futuro. 2022 vem cheio de inovação e novas metodologias de trabalho. Queremos estar aptos para agarrar a transformação que está a acontecer. Festas Felizes e um Próspero Ano Novo!"

VIRGÍNIA ABREU

49.

SUSANA COSTA

MARKETING MANAGER DA LECTRA

"Em 2022, a ciência e

CEO DO GRUPO ENDUTEX

PORTUGAL

VÍTOR PAIVA


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A DOIS CAFÉS & A CONTA Cantina T Tantos Têxteis Rua do Negral, 753 4558-187 Campo

Quatro cafés, algumas bolachas, madalenas, dois queques e água mineral, durante a pausa de meio da manhã

JOSÉ TEIXEIRA (CEO), PAULO JESUS (CFO) E KATE STANTON (DIRETORA COMERCIAL)

T TANTOS TÊXTIL Uma trindade, que não sendo santíssima, trouxe mesmo muita alma e pujança à T Tantos. Vindo do imobiliário, Teixeira começou a trabalhar cedo, mas sem nunca imaginar que depois da restauração, comércio e finanças iria envolver-se nos trapos. Formado em Gestão e Contabilidade, Paulo conviveu com o têxtil no negócio dos pais, mas a formação levou-o para as áreas da cortiça e imobiliário, onde se juntou com o sócio José Teixeira. Já Kate, embora tenha nascido na Irlanda, desde os 11 anos que está em Portugal e sempre ligada aos têxteis. Foi o pai que veio montar uma fábrica (CVF, S. Mamede de Infesta), tendo passado por uma agência (Dodweel, Perafita), antes de pousar na Sonix e chegar à T Tantos

SE UNS CHORAM, OUTROS VENDEM OS LENÇOS

Na T Tantos, já os salários de base eram de 700 euros ainda antes das discussões sobre o aumento do salário mínimo. Caído na têxtil em 2015 quase por acidente, José Teixeira desde logo percebeu a importância decisiva da experiência neste tipo de trabalho, daí que os trabalhadores sejam o ativo que mais valoriza. “Para mim, isto foi um acidente de trabalho”, brinca o CEO, que, juntamente com Paulo Jesus, o CFO, viram cair-lhes nos braços uma empresa e uma atividade a que até então eram completamente alheios. Um no ramo do imobiliário, outro no setor contabilístico e financeiro, foi para solver créditos que acabaram por “tomar conta de uma situação complicada”. Além da degradada empresa e das 60 máquinas em mau estado, rapidamente perceberam que o principal ativo estava, afinal, nas 60 costureiras que tinham dentro de portas: “ou fechávamos e as mandávamos para o desemprego ou tomávamos conta, e foi mesmo para não fechar que nos agarramos nisto”. “Deixei de dormir”, diz José Teixeira que, no entanto, hoje já não consegue esconder o orgulho por aquilo que nestes curtos anos foi conseguido. A receber encomendas em sub-contratação e depois de terem investido cerca de 2,5 milhões de euros na mudança de instalações e com a compra de novas

máquinas, a T Tantos já conseguia faturar 1,3 milhões em 2018 e chegar aos 1,5 no ano seguinte. Vem depois a pandemia em 2020 e as receitas explodem para os 3,6 milhões. “Quando uns choram, há outros que vendem os lenços e nós estávamos do lado dos que vendem”, simplifica o CEO, sem querer valorizar o caminho andado no sentido da qualidade e apetrechamento da empresa, que já exporta a 60% e espera passar dos três milhões no fecho das contas deste ano. “Fomos dos primeiros a certificar máscaras e vendemos muitos milhões para toda a Europa”, explica Paulo Jesus, mas também cá, para o Exército, para escolas, autarquias e muitos outros”, revela, dando conta de que este é um negócio que acabou por ficar, se bem que sejam bem reduzidas as quantidades que continuam a fabricar. Mas o arranque não foi nada fácil e no início apenas José Teixeira se dedicou à empresa a tempo inteiro. “Não percebíamos nada disto, quanto mais nos envolvíamos mais nos enterrávamos”, conta o CEO, explicando que foi a pandemia e o fabrico de máscaras que acabou por lhes “abrir as portas para o trabalho vertical”. Houve que comprar tecidos, adquirir máquinas de corte, contratar modelistas. “Até tivemos que subcontratar algumas

confeções e tudo isto acabou por nos dar um maior conhecimento do mundo têxtil”, considera. No fundo, “apanhámos esse comboio e tentamos não o perder”, acrescenta Paulo Jesus, para explicar como Kate Stanton acabou por se juntar à equipa como diretora comercial. Era preciso avançar com uma estratégia comercial e Kate era já uma amizade antiga conhecida do mundo da subcontratação. “Avançamos com a certificação da empresa e também com alguns investimentos na área da digitalização, a nossa produção tem hoje uma autonomia superior a 90%. Apenas recorremos a alguns trabalhos mais específicos de tingimento e lavandaria”, diz o CFO. “A produção dentro e portas é uma clara mais-valia”, acrescenta Kate, descrevendo que contam com serviços de modelagem, corte, sublimação, impressão digital, bordados, transferes, confeção, lavandaria e expedição. Com marcas do segmento médio alto como clientes, a T Tantos quis fugir do fast-fashion, com pequenas séries, flexibilidade, rapidez e sem depender de terceiros. “O cliente pede uma peça de manhã e ao final do dia está pronta. Mesmo com retificações a aprovação de cor e desenho”, orgulha-se a diretora comercial que veio completar o trio que pôs a empresa a todo o vapor. t


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ADALBERTO SURPREENDE COM PIGMENTOS MINERAIS Nada melhor que uma inovação materializada num livro com um nome bem apropriado: “The New Eden”. Trata-se de um conjunto de estampados desenvolvidos a partir de pigmentos minerais numa palete de cor alinhada com a natureza. “Tínhamos um mundo perfeito que fomos estragando e é uma obrigação da indústria apresentar alternativas mais sustentáveis”, reflete Carlos Araújo, o team leader de moda da Adalberto que levou a novidade ao mais recente Modtissimo.

"Não queremos ser reconhecidos pela grandeza, mas pela qualidade e diversificação dos nossos produtos" Tiago Pereira da Cunha Administrador da Pereira da Cunha

GARMENT TYE É UM DOS GRANDES TRUNFOS DA ORFAMA

LECTRA PROMOVE WEBINAR SOBRE MODELAGEM AVANÇADA

EURATEX: ENERGIA E TRANSPORTES AMEAÇAM RECUPERAÇÃO

Acompanhar a tecnologia na área da modelagem pode ser meio caminho para poupar tempo durante a produção e por isso a Lectra organizou um webinar de modelagem avançada focada “no que há de mais tecnológico” na área. Através da plataforma Zoom, ao longo de uma hora foram abordados assuntos relacionados com produtividade e eficiência na modelagem, bem como “uma solução na nuvem que estima o consumo de matérias-primas em minutos”.

Onze países da União Europeia (Espanha, França, Áustria, Alemanha, Noruega, Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Finlândia e Luxemburgo) uniram forças na preparação de um projeto de controlo e gestão de resíduos têxteis, que acaba de ser apresentado à Comissão Europeia. Os promotores afirmaram que “é necessário um plano estratégico ambicioso e abrangente” para lidar com o problema dos resíduos e tornar a têxtil europeia “mais competitiva e sustentável”.

10 milhões de metros quadrados de PVC para impressão digital foram vendidos pela Endutex nos últimos cinco anos

A capacidade de personalização e de resposta, a par com a proximidade e a extrema qualidade dos produtos, são os grandes trunfos da Orfama, que aposta neste tríptico de mais-valias para se destacar da concorrência. Trabalhar de forma inteligente e valorizar o valor acrescentado é a regra de ouro da empresa de confeção, que neste momento divide a sua operação por duas áreas distintas: a marca própria e o private label. Para alimentar esta estratégia de exclusividade, a empresa trabalha apenas com fios 100% orgânicos, lãs orgânicas e com tra-

tamentos diferenciados, como é o caso do Garment Tye, uma técnica de tingimento à peça que faz com que a peça final tenha um toque muito semelhante ao da caxemira e que seduz os clientes pelo seu conforto. “Para além da suavidade, esta técnica permite uma grande personalização porque basicamente consiste em tricotar a peça em cru e só depois fazer o tingimento. Ora, isso permite ao cliente escolher ao pormenor a cor que quer e não fica limitado a uma palete cromática prévia”, explica António Cunha, Area Sales Manager da Orfama.

Outro dos destaques é o uso de algodão orgânico, que custa três vezes mais do que a 100% lã. “Isto é só mesmo para clientes que valorizam a exclusividade e estão dispostos a pagar por um produto assim, é esse tipo de clientes que privilegiamos. Para além disso, forma-se uma relação de proximidade entre a Orfama e o cliente, que sabe que só connosco é que consegue obter este tipo de artigos”, diz o responsável da empresa que tem a atividade dividida entre o private label a as marcas próprias - Poles e Montagut - cada uma delas a valer 50% do volume de faturação. t

MARJOMOTEX QUER CRESCER 30% À BOLEIA DO CASUALWEAR Tendo registado um crescimento na ordem dos 30% em 2020, alavancado pela estratégia de internacionalização e diversificação do portefólio de clientes que teve início cerca de quatro anos antes da pandemia paralisar o mundo, para 2021 a Majormotex prevê voltar a crescer na mesma ordem de valor, com a ajuda do online e da tendência casualwear. “A nossa estratégia passou por tentar não ficar dependente. Com mais clientes, mesmo que uns parem ou passem por dificuldades, há sempre outros que continuam a trabalhar e, assim, nós também. Até porque muitos desses clientes trabalham muito bem o online, que cresceu muito recentemente”, explica Mónica Afonso, a diretora-geral da empresa.


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OTIMISMO É A PALAVRA DE ORDEM NA IOAKIMIDIS “As empresas não vão deixar a produção asiática na totalidade mas se há coisa que esta crise pandémica lhes ensinou foi a não ficarem dependentes só de um parceiro”. Quem o diz é Hernâni Martins, representante da Ioakamidis, que se mostra otimista. “Há uma vontade de dividir esse risco e o nosso serviço de stock-service garante a disponibilidade de stock e a possibilidade de entrega imediata. Neste clima de incerteza é o que os clientes querem, para não terem de fazer encomendas com muitos meses de antecedência”, completa.

"Percebemos que não existia ninguém que fizesse a reciclagem no pós-consumo" Patrícia Ferreira CEO da Valérius Hub

ISABEL FURTADO É A NOVA CÔNSUL DOS PAÍSES BAIXOS

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive e vice-presidente da ATP, acaba de juntar aos seus múltiplos cargos a função de cônsul honorária dos Países Baixos para o Porto e Região Norte. A empresária que é também presidente da Associação Empresarial para a Inovação, a COTEC, foi empossada pela embaixadora em Portugal do Reino dos Países Baixos, Nienke Trooster, numa cerimónia que teve lugar na Fundação AEP. t

SINAIS DE ALARME COM ENERGIA, TRANSPORTES E MATÉRIAS-PRIMAS Os custos galopantes da energia e transporte marítimo, a incerteza nas entregas de matérias-primas e as crescentes dúvidas sobre a evolução desta situação estão a lançar fortes sinais de alarme. Neste contexto e face à ausência de sinais de estabilização, há empresas que ponderam até parar a sua atividade. “Vamos ter dificuldades em cumprir prazos, sim. E isso significa que as pessoas podem chegar à loja e não ter aquela peça de roupa que queriam comprar”, assume Miguel Pedrosa Rodrigues, vice-presidente da ATP, avançando que “com a subida do preço da energia temos tinturarias e estamparias já a admitir que preferem parar a produção. Se isso acontecer pára toda a cadeia. A situação tem um potencial explosivo grande”, alerta. Sinais de alarme corroborados por Rui

Martins, da Inovafil, que fala de “algo que não tem explicação, uma espécie de negócios de Bolsa a que os consumidores não estão habituados”, dando conta de que um frete para trazer matérias-primas da Ásia custa agora dez vezes mais e que aos prazos de chegada, que eram de cinco semanas, podem ser agora de dois ou três meses. Também Joaquim Almeida, CEO da JF Almeida, relata que num dos últimos meses a fatura de energia da empresa teve um acréscimo de 113 mil euros face ao mesmo mês do ano passado, enquanto o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, alerta que a situação está a travar a retoma, antevendo que pode pôr em causa os objetivos traçados para o final do ano pelo setor, que apontavam para um resultado superior ao registado em 2019, antes da pandemia. t

FORBES EXPLICA COMO PORTUGAL ESTÁ A MUDAR OS PADRÕES DO LUXO Apesar de Itália ser o padrão, “Portugal é o país que, afastando-se da fast fashion, está a preencher a lacuna da produção de qualidade para as marcas de luxo, mas com preços mais acessíveis”. A conclusão é da Forbes, que explica como quatro marcas made in Portugal estão a mudar os padrões mundiais do luxo em sapatilhas. Tomando o exemplo os fabricantes Wayz, Koio, Marita Moreno e R3 Concept, a influente

revista mostra que a qualidade e sustentabilidade dos produtores portugueses está a lançar as linhas do futuro da moda. Olhando para a Wayz – que apreciou na última edição do MODTISSIMO -, a revista norte-americana diz que “está a definir a produção de calçados de alta qualidade, acessível e ética”, destacando também a Marita Moreno, “uma marca slow fashion e sustentável que utiliza materiais como a cortiça ou couro feito

com base na pele de maçã numa demonstração de luxo de alta qualidade e eticamente feito de fontes sustentáveis”. A reportagem da Forbes encontra outras geografias onde a sustentabilidade, a aposta na produção de proximidade e a slow fashion são caraterísticas da produção, mas isola o caso português por ter instalado um cluster num pequeno espaço regional, onde os clientes podem encontrar todo o tipo de produtos. t

TERESA PEREIRA APRESENTA TENDÊNCIAS NA PV MAGAZINE Teresa Pereira, especialista em tendências de cor e materiais têxteis do CITEVE, foi a eleita para representar Portugal no encontro internacional de especialistas da Première Vision, em Paris. Como resultado desse encontro, a colaboradora do CITEVE tem disponível na PV Magazine um artigo de opinião sobre as tendências outono-Inverno 22/23, onde destaca duas grandes áreas: Sophisticated Sustainable Proposals, com a escolha de fibras que respeitam o meio ambiente e são socialmente responsáveis, e as propostas Eco-Friendly Sports, que combinam conforto, performance e sustentabilidade.

PARFOIS ABRE NOVA LOJA NA CIDADE DO MÉXICO A marca portuguesa Parfois abriu mais uma loja no México, onde já conta com cerca de três dezenas de espaços de venda espalhados por várias cidades do país. Desta vez, a inauguração foi na capital, a Cidade do México, no piso de entrada do centro comercial Encuentro Oceania, também ele recentemente inaugurado. Fundada no Porto em 1994 por Manuela Medeiros, a Parfois está hoje presente à escala global, respondendo por cerca de mil lojas que estão espalhadas por 70 países. Além da capital, no México está ainda em cidades como Guadalajara, Monterrey, Puebla e Toluca.

98 milhões é o volume de negócios da Polopique

DECENIO LANÇA NOVAS PROPOSTAS COM OVERSIZED E SPORT CHIC Para introduzir o público à estação de outono, a Decénio lançou a linha Luna, com peças fluídas, formas oversized e um estilo sport chic. Inspirada nas várias fases lunares, põe em destaque as cores azul, laranja e branco e conta com propostas eco-friendly, feitas a partir de algodão e poliéster reciclados. Um vestido polka dots, uma camisa, um pulôver, um polo, uma blusa, umas calças, um lenço e uns sapatos clássicos são as oito peças-chave.


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X A MINHA EMPRESA Confeções Beleza

Parque Empresarial de Basto, Polo 2 4890-264 Celorico de Basto

O que é? Empresa de confeções que recentemente lançou uma marca própria Exportações Para Espanha, sobretudo de forma indireta, e também França Plantel 42 trabalhadoras Marca B&You Loja própria Celorico de Basto Objetivos Alargar e diversificar o leque de clientes e fazer crescer a marca própria

COMISSÃO EUROPEIA E SAC JUNTAS NA ECONOMIA CIRCULAR A Sustainable Apparel Coalition (SAC) juntou-se à Comissão Europeia para em conjunto encontrarem um pacote de medidas de promoção da economia circular e da produção sustentável. A parceria permite aproximar a Comissão das múltiplas partes interessadas no processo, e terá como tarefa desenvolver vestuário e calçado que sirva como padrão da política de sustentabilidade do bloco europeu. “Ao colaborarmos com as instâncias políticas e enquanto parceiros do ecossistema Policy Hub- Circularity for Apparel & Footwear, a SAC atuará como uma importante alavanca para facilitar a mudança da indústria”, refere a organização em comunicado.

"Estar ou não no MODTISSIMO nem é assunto, porque somos portugueses, somos têxteis e esta é a nossa convenção bianual" Nuno Almeida Diretor comercial da Idepa

SONAE FASHION SUSTENTA VENDAS E MELHORA RENTABILIDADE

"O que eu queria é que a B &You nos ocupasse toda a produção" Amélia Meireles é a alma e a imagem da sua empresa. Determinada e dinâmica, daquelas que não esmorecem à primeira contrariedade e sempre com espírito positivo. “Os farrapos sempre foram o meu vício, sempre tive tendência para a confeção. Primeiro estragava a roupa, depois, aos 14 anos, a minha mãe deu-me uma máquina de costura e aos 17 já trabalhava numa confeção”, conta a sócia-gerente da Confeções Beleza. O emprego, no entanto, foi fugaz, já que a dinâmica que traz no corpo a impulsionou três anos depois a estabelecer-se por conta própria com uma colega. “Éramos as duas mais quatro costureiras mas aquilo durou pouco”. E como rei morto, rei posto, montou logo a seguir outra confeção, em 1998, agora sozinha, “já com sete ou oito costureiras e dez máquinas novas”, que financiou com recurso à banca e ao crédito de fornecedores. Trabalhava a feitio, subcontratada, com destino à Inditex, nuns fundos com 100 m2, um espaço que se foi tornando pequeno e obrigou à mudança. Primeiro para o rés-do-chão de sua casa, durante uns dez anos em que o negócio foi sempre crescendo, mas sempre na dependência de duas ou três empresas. É em 2017 que resolve avançar para a independência e muda-se para o atual pavilhão, já com 600 m2. Um sonho que passava pela moda, por criar beleza, e daí o nome que tinha já escolhido para a sua empresa. É com a chegada da pandemia que lhe entra pela porta dentro o primeiro cliente direto. Um espanhol, de Pamplona, a pedir máscaras e batas de proteção. “Já conhecia o nosso trabalho porque fazia roupa de desporto para ele”, explica a empresária, dando conta de que foi a partir daí que começaram a trabalhar diretamente com clientes, até porque

entretanto caíram as encomendas para a Inditex. À confeção juntou o design, corte e modelagem e além de espanhóis começam já a chegar também clientes franceses, mas o que Amélia destaca mesmo é que “foi também a rampa de lançamento para avançar com a nossa marca”, a B&You que este ano já levou ao MODTISSIMO. “O que eu queria era que nos viesse a ocupar toda a produção”, aspira Amélia Meireles, que aposta no estilo jovem e ousado e na relação direta com o cliente final. Desenvolvida com a designer da empresa, Marisa Marinho, a B&You quer interagir com os consumidores. “O nome é um desafio aos consumidores. Esta marca és tu, é a tua cara, é esta a mensagem”, descreve a empresária, que tem como objetivo alargar o leque de clientes da confeção ao mesmo tempo que faz crescer a marca própria. “É uma luta, mas estamos já a preparar a coleção de verão. Um estilo diferente e ousado, género atreve-te a usar para jovens de todas as idades”, desvenda Amélia Meireles, que destaca também a marca de indentidade que querem imprimir a todas as coleções. “Mesmo que copiem não faz mal, porque vai ser sempre diferente, sempre novo”, desafia. E para preparar o futuro, a Confeções Beleza está já a ocupar um outro pavilhão, com dois pisos e 1.300 m2, na Zona Industrial de Crespos, onde está a instalar uma máquina de corte automático. Um novo investimento resultante de um projeto financiado, mas a empresária não se esquece de agradecer o empenho e entusiasmo das suas colaboradoras – “o único homem aqui é o meu marido, faz de tudo” – mas também o apoio da Câmara de Celorico de Basto na divulgação e notoriedade que tem dado à marca. t

A Sonae Fashion registou, nos primeiros nove meses do ano, e apesar de todas as restrições à operação das lojas (maior período com as lojas encerradas quando comparadas com o período homólogo de 2020), um volume de negócios de 230 milhões de euros, representando uma ligeira redução de 0,6% em termos homólogos. Apesar disso, salienta a Sonae em comunicado enviado à CMVM, a divisão de moda do grupo conseguiu apresentar um crescimento da rentabilidade, atingindo um EBITDA subjacente de 10 milhões de euros, seis vezes superior aos nove primeiros meses de 2020.

SACOOR BLUE: A NOVA MARCA SUSTENTÁVEL E JOVEM O grupo Sacoor abriu uma nova janela de negócio direcionada à camada jovem masculina. Sacoor Blue, é assim a nova marca do grupo português, que aposta forte na sustentabilidade, com grande parte da nova coleção A.W.A.R.E produzida com algodão orgânico e outras fibras recicladas. Mantem-se o estilo casual misturado com propostas formais.

67mil

quilos de tecido já foram poupados pela tecnologia Smartex

YAY LANÇA ‘UGLY SWEATERS’ SUSTENTÁVEIS É uma versão sustentável e portuguesa das famosas Ugly Sweaters, que surgiram na época do Natal na década de 50, e estão já a dar que falar. O projeto, da autoria da marca portuguesa de moda infantil sustentável YAY, materializa-se numa coleção cápsula desenvolvida a partir de excedentes de produção. O ponto de partida foi o reaproveitamento de cachecóis de dead stock de lã e caxemira para esta coleção que apresenta três modelos: uma camisola, um vestido e um saco reutilizável para as compras de Natal.


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A FASHION FORWARD Por: Luís Buchinho

NEOBARROCO Para as saudosistas do período áureo de Christian Lacroix, entre o final dos anos 80 e início dos 90, ou simplesmente para aquelas que procuram uma dose extra de tudo nas suas escolhas para o vestuário, eis que surge esta tendência maximalista, com o seu toque divertido e super fashion . A milhas da contenção minimalista ou de tendências mais casual , derivadas do sportswear, esta corrente quer-se festiva, opulenta e colorida. A época barroca e a corte do Rei Sol são sem dúvida uma das inspirações mais presentes, com as suas silhuetas exageradas, peças extremamente decoradas com rendas, folhos, cortes decorativos e bordados ornamentais. Os tecidos utilizados para este festim têem geralmente um aspeto luxuoso (não obstante a utilização de materiais mais básicos, mas valorizados por bordados ou aplicações), onde os cetins, as musselinas e os brocados imperam. Curiosamente, a paleta de cores pode partir de um conjunto neutro e sóbrio, baseado em negros, branco e tons marfim, mas trabalhado com uma vibrante paleta de tons primários – vermelhos, amarelo, azul–, multiplicados nos seus próprios tons. Absolutamente imprescindível a utilização de metálicos, onde o ouro e prata são reis, com maior incidência no primeiro. Estes surgem em bordados, botões ou fivelas gigantes, ou no brilho intenso de lantejoulas e cetins. Uma tendência mais exclusiva, que celebra o retorno à festa, ao bom humor e ao lado mais frívolo (tão necessário) da moda. t

H&M ULTRAPASSA A PANDEMIA E REGRESSA AOS LUCROS O grupo de moda sueco Hennes and Mauritz (H&M) teve um lucro líquido de 626 milhões de euros nos primeiros nove meses do seu ano fiscal (dezembro a agosto), que comparam com prejuízos de 122 milhões no mesmo período do exercício fiscal anterior. Durante os piores momentos da pandemia, cerca de 1.800 lojas do grupo foram fechadas temporariamente, um número que caiu para 100 no final do terceiro trimestre e que permitiu a reversão de alguns indicadores.

HAPPY SOCKS LANÇA COLEÇÃO ASSOCIADA AOS MONTY PYTHON A Happy Socks preparou para esta estação uma colaboração com os Monty Python, o lendário grupo de comédia britânico, com a qual celebra alguns dos momentos mais icónicos dos comediantes e toda a sua originalidade. A coleção Monty Python & Happy Socks conta com um conjunto de dois packs e seis modelos diferentes, todos eles com a representação plena da cor e diversão da Happy Socks em conjunto com a criatividade e originalidade dos Monty Python.

VAULT É A LOJA ONLINE VINTAGE DA GUCCI A Gucci tem uma loja online vintage que reúne objetos raros e coleções de jovens estilistas independentes. Chama-se Vault e conta com a curadoria de Alessandro Michele, diretor criativo da Gucci há vários anos. “Este projeto é fruto da minha paixão pelos objetos em geral, pelos do passado ainda mais, pelo vintage que sempre colecionei”, disse Alessandro na apresentação do projeto na Semana da Moda de Milão.


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FARFETCH AVANÇA TAMBÉM COM MARCA PRÓPRIA, A TWO A Farfetch criou uma marca em nome próprio, a There Was One (TWO), que promete oferecer aquilo que todos os consumidores procuram: moda duradoura e que se enquadre no guarda roupa que já têm. A primeira coleção feminina é composta por 126 peças, feitas em parceria com o New Guards Group, e prima pela sofisticação e pelas matérias-primas sustentáveis. Algodão orgânico certificado, seda orgânica, Ecovero, lã virgem e nylon reciclado são algumas das que se podem encontrar nesta estreia.

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"Para conseguir a excelência da sustentabilidade e da inovação temos de o fazer como grupo, não o podemos fazer sozinhos" Alexandra Araújo Administradora da LMA

MODATEX E ATP AVANÇAM COM FORMAÇÃO NAS EMPRESAS Para promover a requalificação digital, o Modatex associou-se à ATP e construiu um plano de formação para os funcionários das empresas associadas. Os cursos, previstos para horário pós-laboral (19/22h) e em formato e-learning estão orientados para o Marketing Digital (25h), Técnicas de Marketing Digital e Gestão de Redes Sociais (25h) e Técnicas de Informação, Comunicação e Negociação (50h). Os cursos são totalmente gratuitos e a oferta apresentada enquadra-se no programa Emprego Mais Digital, uma iniciativa da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) em parceria com o IEFP.

BUREL FACTORY INVESTE UM MILHÃO NA COMPRA DA ALÇADA & PEREIRA A Burel Factory comprou a insolvente Alçada & Pereira por mais de um milhão de euros, que rebaptizou como Transformadora – Fábrica do Pisão Novo. A primeira intenção do investimento passava por não deixar desaparecer os elementos centrais da cultura laneira na Serra da Estrela, mas sem que alguma vez tivesse parado de laborar já está à procura de novos clientes. Isabel Costa, responsável da Burel Factory, explicou ao T Jornal que a aquisição, por leilão bancário, foi processada em duas fases: a compra da maquinaria e depois das instalações – cerca de 2 nove mil m em pleno casco urbano. A Transformadora – Fábrica do Pisão Novo “vem dar continuidade a uma longa história na Covilhã, na transformação, ultimação e tinturaria dos tecidos laneiros”, disse. A fábrica de acabamentos têxteis, tingimentos, processamento de ramas, fio e tecido manteve os 17 colaboradores e já está a prestar serviços aos clientes, “alguns com décadas de ligação à empresa” e a posicionar-se como uma alternativa para novos clientes. Mas mais do que uma fábrica, Isabel Costa entende que A Transformadora – Fábrica do Pisão Novo “é um símbolo de uma

indústria importante no interior do país e continua agora a sua história com a abertura do seu leque de clientes, renovando a sua visão de futuro como uma empresa têxtil de referência, enquanto promove as boas práticas de sustentabilidade e responsabilidade com a comunidade local”. Com um parque de máquinas completo e recuperado, a renovada unidade industrial faz o acabamento e tingimento de todos os tipos de tecidos, de artigos penteados muito leves, até tecidos

cardados muito pesados, com a qualidade exigida no toque e no aspeto, tanto na confeção como no uso. Com a inovação e a sustentabilidade como focos de todo o grupo, a Burel Factory mantém também com a universidade local um trabalho constante de investigação de novos métodos industriais, mais amigos do ambiente – no quadro de uma indústria que era tradicionalmente considerada particularmente poluidora. Outros tempos. t

SETOR TÊXTIL E VESTUÁRIO É DOS QUE MAIS INTERNACIONALIZA A área dos têxteis e vestuário é uma das mais internacionalizadas da economia portuguesa, sendo das que mais pedidos de registo de marca submeteram durante a pandemia. O barómetro Marcas Made in Portugal conclui, no entanto, que no geral as empresas continuam muito focadas no mercado nacional. “As áreas de vestuário e calçado, programas informáticos, aparelhos e instrumentos de

investigação são aquelas com produtos mais internacionalizados”, revela o documento, notando que os pedidos de marca realizados por empresas com origem em Portugal nos últimos 20 anos indicam que em cada 100 pedidos apenas 20 são dirigidos ao mercado internacional, bem abaixo da média europeia, que é de 46%. O vestuário foi uma área em destaque no ano passado, quando

em plena pandemia se registaram no nosso país 21.471 pedidos de marca nacionais, praticamente o mesmo do ano anterior (21.627). “A criação de muitos micronegócios no setor do vestuário que, com a pandemia, aderiram às vendas online” é um dos fatores apontados para o segundo lugar do ranking per capita do registo de pedidos de marca nacionais registados em 2020 na UE. t

INOVARTEX APOSTA NA QUALIDADE E CRESCE COM A MY SHIRT Depois de alguns anos centrada na produção de fast fashion , a Inovartex decidiu reposicionar a produção e apostar nos produtos de valor acrescentado. Uma mudança que alavancou a empresa para um volume de negócios na ordem do meio milhão de euros, 95% dos quais obtidos nos mercados externos. Gil Ferreira, administrador e dono da empresa, explicou que a Inovartex – inicialmente dedicada apenas à produção de camisas mas que entretanto diversificou para vários outros produtos – deu um verdadeiro salto em frente quando decidiu apostar na qualidade. Para isso, explicou, foi fundamental a criação de uma nova área de negócio: um pacote tecnológico que permite apresentar aos clientes desde a amostra até ao produto final. “Com tecnologia digital e com o uso de 3D para a passerelle e modelagem 4D, propomos a gestão total da coleção”, descreve a Gil Ferreira. Genericamente, a proposta segue quatro passos essenciais: modelação e graduação; prototipagem; fichas técnicas e portfólio de coleção; e consultoria. A par do private label , que responde por cerca de 80% do volume de negócios, a Inovartex tem também uma marca própria, a My Shirt – de venda online – e cujo negócio está também em alta. Estados Unidos, Canadá, França, Bélgica, Holanda e Reino Unido figuram na galeria dos principais mercados de exportação. t


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FOTO: RUI APOLINÁRIO

"O SETOR ESTÁ A RECUPERAR A VÁRIAS VELOCIDADES"


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n ENTREVISTA Por: António Freitas de Sousa Mário Jorge Machado Foi eleito presidente da ATP no último dia do mês de julho de 2019. O até então CEO do grupo Adalberto tinha pela frente um desafio de curto prazo que já conhecia: estava a chegar ao fim uma década que se constituía como um dos ciclos mais virtuosos da indústria têxtil nacional. Economia circular, sustentabilidade, inovação, reindustrialização, digitalização e indústria 4.0 eram os chavões que começavam a ganhar corpo e a impactar o futuro. Mas esses eram apenas os desafios endógenos: é que, entretanto, chegou a pandemia de Covid-19 e tudo passou a ser tremendamente mais difícil. No final de um ano híbrido entre confinamento e desconfinamento, impõe-se um balanço em discurso direto

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urgiu em 2019, mas o seu impacto manteve-se ao longo de todo o ano de 2021: a pandemia e as suas metástases estiveram presentes nas decisões, no desempenho e até nas motivações do setor têxtil, como aliás no de toda a indústria. Que balanço faz deste ano tão desafiante para a indústria têxtil? Tínhamos a expetativa que o ano de 2021 fosse um pouco mais tranquilo – com a introdução da vacinação. Mas acabou por ser um ano em que a pandemia não foi bem resolvida – alguns constrangimentos mantêm-se e com as novas variantes podem tornar-se ainda mais complexos – mas para além das dificuldades ao longo do ano, houve a quebra das cadeias de abastecimento, houve alterações dos preços da energia e das matérias-primas.… Foi muito desafiante para a indústria, para quem precisa de manter toda a cadeia produtiva. Houve incrementos de custos muito grandes, muitas dificuldades de negociação para passar esses aumentos de custos aos clientes. O setor têxtil e vestuário está ensanduichado entre grandes fornecedores – como os do setor energético, que são price makers – e as grandes marcas com muita capacidade de negociação, o que fragiliza a sua posição. Esses aumentos em cadeia não foram antecipados, não há, aparentemente. uma razão lógica para que estes aumentos tenham acontecido? Depois de vermos o filme, con-

seguimos arranjar explicações. Não conseguimos antecipar. Mas, mesmo que o tivéssemos conseguido, muito pouco poderíamos ter feito. Com a diminuição abrupta da procura, houve muitas unidades que encerraram e cuja reabertura, por exemplo no setor energético, não se faz de um dia para o outro. A pandemia alterou, por um lado, o portefólio dos produtos mais vendidos,e por outro, fez com que alguns tipos de produtos tivessem uma queda muito abrupta. Um exemplo: neste momento estão a ser construídos muitos barcos para transportar contentores, mas entretanto foram muitos barcos abatidos; ora, abater um barco demora uma semana, fazer um barco demora dois a três anos. É também uma questão de consumo? Houve grandes alterações. Estivemos em casa, conseguimos mais poupanças, começámos a comprar determinados produtos em maior quantidade. No caso do têxtil temos essas alterações bem evidenciadas: os têxteis para o lar apresentam este ano crescimentos próximos dos 30%; o vestuário de malha 10%; o vestuário mais formal ainda está aquém de 2019, com valores negativos da ordem dos 20%. É um setor que está a recuperar a várias velocidades. Neste momento, há empresas que produzem tecidos para automóveis que estão em lay-off. Estamos a assistir a uma situação que não conhecíamos: há procura, há capacidade instalada, mas falta um pequeno componente, os microships, e toda a cadeia de abastecimento está a ser fortemente impactada. Há nisso um lado virtuoso: as cadeias de fornecimento que usam o sudoeste asiático talvez estejam fora de moda? Há duas situações. Uma é essa: percebermos que, na Europa, o

"A europa devia aplicar uma taxa de sustentabilidade na importação de têxteis" Muito mais que apenas por causa do PRR, o futuro do têxtil está nas mãos da União Europeia, que está a negociar o plano estratégico para o setor num prazo de dez anos. O facto de já dever estar pronto mas só vir a ser apresentado no início do próximo ano demonstra bem as dificuldades que a Comissão tem sentido em acomodar todos os interesses em jogo. Grosso modo, duas grandes famílias antagonizam posições: os pró-ecologistas, que não querem ver a trabalhar na Europa nem mais uma máquina que liberte CO2; e os economicistas, que preferem um equilíbrio entre a obrigação de descarbonizar e a imperiosa função de não destruir postos de trabalho. Se a opção for a ecologista, a Europa perde competitividade, capacidade de crescimento e importância geopolítica; se for a economicista, também: os preços da produção europeia jamais competirão com os do sudoeste asiático. A única solução, defende a Euratex, é o ‘conluio’ entre os setores público e privado, que permita ao segundo garantias e apoios do primeiro numa lógica de divisão de riscos – para alavancar os enormes investimentos que são necessários para combinar uma indústria eficaz com um planeta verde. Se essa parceria se fizer - como defende Mário Jorge Machado - e o espaço europeu souber defender-se da concorrência, o futuro pode ser a identificação do made in Europe como a garantia de uma indústria limpa, com padrões elevados de gestão dos recursos humanos, intransigência face à propriedade intelectual e grande potencial exportador

não termos as fileiras industriais completas evidenciou as nossas fragilidades – o caso das máscaras foi um exemplo gritante. Isso mostrou quão míopes fomos em não termos percebido que há componentes que são estratégicos para o funcionamento equilibrado da economia. Mas não estamos a tirar as devidas ilações. A miopia ainda não passou? Infelizmente não passou na totalidade. Ainda estamos numa posição em que se continua a comprar à Ásia por uma questão de cinco cêntimos. E manifesta-se junto dos empresários, junto da decisão política ou estão todos envolvidos? Todos temos responsabilidade. Desde logo como consumidores: preocupamo-nos pouco com a cadeia de abastecimento quando encontramos um produto mais barato. Ao nível da decisão política, não se pode impedir que um dado importador vá comprar produtos em qualquer zona do globo. A questão é mais de perceção estratégica. Dos governos para perceberem de que forma vão dar competitividade global às economias dos seus países. Estamos a falar de quotas estratégicas. Um exemplo: uma empresa que esteja a exportar para a China mais que um determinado montante de um produto, é obrigada a instalar uma fábrica na China, senão não pode aumentar as suas exportações. Se a Europa tomasse algum tipo de medidas similares, haveria uma garantia estratégica de abastecimento. Os puristas da democracia iam ficar com os cabelos em pé… Estamos a falar de uma visão estratégica. Se a China a tem – a visão de perceber que, se está a importar muito de um produto é porque ele é essencial para a sua economia, então uma parte tem de ser produzi-

da na China – porque não nós? Do ponto de vista estratégico, faz todo o sentido. A Comissão Europeia está a fazer tudo o que pode, nomeadamente na frente da industrialização? Só existirá reindustrialização se ela incorporar alguma mais-valia económica. Veja o caso dos equipamentos de proteção individual: neste momento, a grande maioria do que se vende na Europa já é novamente produzido na Ásia. Porque a Ásia está a fazer preços que são mais baixos que a produção da Europa. Estamos a repetir o mesmo erro: os equipamentos existem na Europa, só que estão parados. Os transportes estão a atenuar esta diferença, mas voltou a compensar produzir na Ásia. A via fiscal não resolve esse problema? No que diz respeito à energia elétrica, a Europa defende que quem produzir por fontes não renováveis e exportar para a Europa tem de pagar uma taxa correspondente ao custo da licença de emissão de CO2. Permitir que quem produz fora da Europa o faça sem ter em conta encargos adicionais que foram introduzidos aos produtores na Europa é desincentivar que os investimentos sejam feitos na Europa. Os acordos preferenciais, por exemplo com o Vietname, não são a evidência desse problema? Exatamente. Estamos a procurar ajudar alguns países a terem maior desenvolvimento económico – o que é louvável – mas não podemos ser ingénuos... A Europa empobrece alegremente… Isso mesmo. A arte é ajudar quem produz fora sem prejudicar quem produz dentro. A discriminação positiva da produção europeia é


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Mudanças estruturais nas exportações É convicção de Mário Jorge Machado que as exportações de têxtil e vestuário vão, no final deste ano, ultrapassar a fasquia fixada em 2019, o que pressupõe o regresso a uma rota de crescimento, mas chama a atenção para mudanças estruturais. Os últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que até outubro, Portugal exportou quase 4,5 mil milhões de euros de têxteis e vestuário, um crescimento de 1,5% face a outubro de 2019, ano pré-pandemia, mas há mudanças na estrutura das exportações. O vestuário de todos os dias continua em baixa, ao contrário dos têxteis-lar e dos produtos mais próximos do vestuário desportivo. E as empresas terão de se adaptar a estes indicadores, tanto mais que tudo indica que a Europa está prestes a ter de passar por um novo período de confinamento, que necessariamente afetará a recuperação das economias.

outra via? Voltamos à questão da tributação na entrada das fronteiras. Se estamos a produzir de forma sustentada na Europa, devíamos construir um conjunto de regras a dizer o que é a produção sustentável e quem produzisse fora dessas regras devia ser taxado. Devia fazer-se nos têxteis o mesmo que se faz na energia: uma taxa de sustentabilidade. Se não for assim, corremos o risco de eliminar a indústria têxtil e do vestuário da Europa, através da inviabilidade da produção sustentável. Do outro lado, e felizmente, vamos tendo alguns consumidores que estão disponíveis para comprar apenas produto sustentável. Há consumidores que já têm uma visão sobre a importância do planeta que ainda falta a alguns políticos. Veja a questão dos automóveis: porque é que o governo concede um incentivo fiscal a quem compra carros elétricos? Esta visão tem de ser generalizada a toda a produção sustentável. A Euratex tem, neste particular, um papel importante? A União está a fazer o plano estratégico para o têxtil e o vestuário na próxima década, deve estar pronto no início do próximo ano, já com atraso. A Euratex é a instituição que tem estado a negociar e a fazer lobby. Há dois grupos na Europa: o pró-ambiental e o pró-economia. O primeiro, tem uma visão muito redutora. O outro defende o pagamento de uma taxa sobre quem, fora da Europa, não produz de forma sustentável. Internamente, o ano fica marcado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, mas também pelo chumbo do OE 2022. Como comenta, do ponto de vista das empresas? Tudo o que é instabilidade torna mais difícil a gestão das empresas. A expetativa é que o ano acabe com um incremento

"Só existirá reindustrialização se incorporar mais-valia económica" das exportações relativamente a 2019, o que mostra a capacidade que o setor tem de se adaptar. É a sua grande virtude, apesar de vivermos num quadro regulatório e legislativo adverso, nomeadamente no que tem a ver com as leis laborais, onde se introduziu maior rigidez. Tudo vai no sentido da rigidificação do sistema, que vai no oposto do que é necessário ao crescimento da economia. Temos de perceber que a economia não cresce por decreto, mas sim pelo grau de competitividade. A questão, por exemplo do salário mínimo: o seu incremento não tem sustentabilidade no crescimento da produtividade... O que, no limite, pode acabar com postos de trabalho… Acaba sempre: está estudado que estes incrementos acabam com algumas empresas; se a economia está a crescer, o desemprego será absorvido. Em Portugal, há ainda um risco acrescido: não haver jovens que substituam os reformados. O ministro Pedro Siza Vieira parece ser bastante liberal nestas matérias. Perdemos uma oportunidade? Perdemos, porque este governo estava apoiado em dois partidos que têm uma visão rígida do mundo. São partidos que acreditam que a iniciativa privada não deve existir e que as empresas devem ser nacionalizadas. Nacionalizámos a TAP. Mas, por outro lado, a Efacec, correu para os braços do Estado, pedindo a nacionalização. Como

se compatibilizam estes movimentos contrários? O Estado deve ter um papel de harmonização. Defendo um Estado regulador, mas que seja também um sistema que, perante situações anómalas, funcione como um amortecedor. Deve ser o último recurso em termos de garantia. Como aconteceu com o sistema financeiro. Este é um papel muito importante, o último recurso, que foi o que aconteceu na Efacec – mas é o último recurso, não uma forma de estatização. Uma intervenção estatal excessiva acaba por provocar rigidez. A gestão do PRR está a ser bem conseguida? Quando existe uma oportunidade para a iniciativa privada investir, ela responde. As candidaturas foram muito superiores àquilo que era perspetivado, o que mostra mais uma vez que, no país, há quem esteja disponível para investir, para arriscar, para criar riqueza. As Agendas para o Investimento tinham um valor inicial de 980 milhões de euros – as candidaturas chegaram a perto de 15 mil milhões. Estamos a falar de uma capacidade assombrosa que uma parte das empresas têm para criar projetos. De qualquer modo, o apoio do PRR vai ser curto – devíamos tê-lo usado muito mais para apoiar o investimento privado, que iria gerar riqueza, que pagaria impostos, que permitiria o Estado social. Ao contrário, estamos a usar o PRR para pagar o Estado social, o que não gera riqueza no futuro, não se reproduz. Por fim, 2021 é um ano positivo ou é para esquecer? No setor têxtil, e olhando para as exportações e para a criação de riqueza, 2021 acaba por ser positivo. Podia ter sido melhor, mas na generalidade é positivo. A grande questão é 2022: como vamos enfrentar os novos desafios? O setor está preparado? Sim: vai continuar a ser um ano de crescimento. t

As perguntas de

Braz Costa

José Robalo

Diretor Geral do CITEVE

Presidente da ANIL

Como compara os desafios da ITV portuguesa com os assumidos pela ITV europeia?

Os desafios são similares. Tanto a Europa como Portugal têm como principal objetivo ter moda sustentável e que seja também competitiva. E esse é que é o grande desafio: produzir moda sustentável sem perder a competitividade. Quais são as especificidades de Portugal e como está a fazer valer os seus interesses junto da Comissão Europeia?

O setor do têxtil e vestuário tem uma grande importância no tecido económico português. Representa 18% da indústria transformadora, o que implica uma responsabilidade acrescida no país. Atuamos, por um lado, junto da Euratex, onde a ATP tem tido um papel importante, nomeadamente na definição da estratégia para a Europa, onde tivemos intervenção de relevo. Por outro, também junto do nosso governo, que naturalmente os repercute no seio dos órgãos europeus. t

Não acha que o governo devia apoiar mais a participação dos têxteis nos encontros internacionais, que ficam muito caros tendo em conta a realidade portuguesa?

Deveria não só apoiar mais, já que as comparticipações são muito pequenas, mas ir também mais longe a apoiar a criação de novas coleções, considerando-as como inovação. E isto são propostas que a ATP já fez chegar ao governo. Face às novas ameaças da pandemia, pensa que os apoios para a indústria serão suficientes?

Em caso de problemas no abastecimento de matérias-primas, quebras de produçao ou de encomendas, deveria ser aplicado o regime de lay-off simplificado nos moldes em que foi utilizado no início da pandemia. E a ATP opôs-se vivamente quando no ano passado esse regime foi precocemente retirado. t


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LANIFÍCIOS IMPÉRIO TORNOU-SE DIGITAL AOS 74 ANOS

ARTEFITA ATINGIU EM JULHO O SEU RECORD DE VENDAS MENSAIS Dos desportos de ar-livre aos cuidados de saúde, da puericultura à aeronáutica, a Artefita tem conseguido levar as suas fitas e soluções têxteis a um leque cada vez mais abrangente de setores de atividade, tendo atingido em julho o máximo histórico de vendas mensais nos seus 27 anos de atividade. A partir da fábrica de Escariz, Arouca, a produção da Artefita já chega a 35 mercados um pouco por todo o mundo e atravessa setores muito distintos. Com um volume de negócios na ordem dos 7 milhões de euros em 2019, a empresa destina 87% da sua produção aos mercados externos, com destaque para países como a Suécia, a Alemanha, o Reino Unido e os Estados Unidos da América.

"Somos a única empresa em Portugal que produz, sob o mesmo telhado, tecidos, malhas circulares, malhas ketten e malhas raschel" Alexandra Araújo Administradora da LMA

Nasceu já em 1947, na Serra da Estrela, e rapidamente se converteu na mais importante fábrica de lanifícios do interior do país, graças ao reconhecimento da sua qualidade e variedade de tecidos. Atingida em cheio pela crise de 2008, a Lanifícios Império foi depois levantada das cinzas por Isabel Costa e tornou-se na fábrica de tecidos de confeção da Burel Factory, recuperando um património único que chega agora também ao mundo digital. “O tempo exigiu que a marca de adaptasse e se digitalizasse para poder acompanhar os seus pressupostos”, diz a Burel, dando conta de que a Lanifícios Império tem agora um site online onde a sua história continua. Uma novidade que, além de permitir conhecer a génese e o percurso histórico de uma fábrica que se tornou património coletivo, a coloca, aos 74 anos, no mundo dos negócios digitais. “Podemos ver alguns dos seus tecidos, ter acesso ao catálogo digital, pedir amostras de tecido, orçamentar coleções e criações, tecer corpo a novas ideias e encontrar soluções

de tecidos”, explica a Burel. Tudo com base num património único de arte e saber que esteve na iminência de desaparecer e foi pacientemente resgatado e recuperado. “Em 2012, quando já havíamos comprado a fábrica e avançado com o projeto de recuperação, fomos surpreendidos nos despojos da fábrica com um espólio vastíssimo de tecidos de confeção, livros de debuxo, segredos escondidos. A Lanifícios Império, nua e crua, cheia de história mas mais atual do que nunca”. Um resgate só recentemente concluído que agora se oferece na Laniteca da Burel Factory, que está aberta ao público. Criada em 1947 e recriada em 2021, a Lanifícios Império é hoje uma marca portuguesa de tecidos de confeção com uma vasta coleção composta na sua maioria por lã da Serra da Estrela. Mas nem só, já que se complementa com outras propostas como flanelas, meltons, tartans , bouclés , tweeds ou outros que, pela sua tipologia e finalidade exigem que na sua composição se integrem outro tipo de fibras, como a seda, o algodão e as fibras sintéticas. t

SMARTEX GANHA CONCURSO DE STARTUPS NA WEB SUMMIT Já instalada em várias têxteis portuguesas, a tecnologia Smartex foi a vencedora do prémio Pitch, da Web Summit, tendo-se destacado entre 75 empresas a concurso pelo software que deteta defeitos nos tecidos no momento da tecelagem, impedindo a produção de produtos com defeito que acabariam no monte dos desperdícios. A empresa desenvolveu sensores, câmaras e acelerómetros que, através de sistemas de visão computacional e de inteligência artificial, podem

detetar defeitos nos tecidos logo a partir da tecelagem. A solução foi testada nas fábricas Rifertex e João António Lima Malhas, e a partir daí a Smartex, fundada pelos jovens António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, já instalou o sistema em pelo menos 30 unidades industriais, entre elas a Familitex, Tintex e Polopiqué. A empresa, sediada no parque empresarial da Universidade do Porto (UPTEC), está presente no Porto, em Shenzhen (China) e em São Francisco (Estados Unidos). Hanna Hennig, diretora

de Informação da Siemens, que entregou o prémio, adjetivou a Smartex como uma empresa “intrigante” e “atrativa” por combinar a internet das coisas com inteligência artificial, com o foco na sustentabilidade. Na apresentação da empresa, no âmbito do concurso, António Rocha afirmara que é possível reduzir o desperdício a quase 0%: “É o sonho de todos os fabricantes têxteis no mundo”, uma vez que, entre outros atrativos, o sistema conseguiu poupar 7,5 milhões de litros de água e 67 mil quilogramas de tecido. t

MAIS DE METADE DAS FALSIFICAÇÕES VENDIDAS ONLINE SÃO MODA O setor da moda lidera as apreensões de falsificações online feitas na União Europeia, com o vestuário e calçado a assumirem uma quota-parte de mais de 50%: 17,3% para a roupa e 33,7% para o calçado – logo seguidos dos artigos de perfumaria e cosmética (9,6%) e artigos de couro (8,7%). A lista é da responsabilidade do Gabinete para a Propriedade Intelectual da União Europeia e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), e revela ainda que os equipamentos elétricos, brinquedos e relógios fecham o top das falsificações. Em relação à origem dos produtos falsificados, a China ocupa o primeiro lugar no ranking, com 75,9% das apreensões, seguido por Hong Kong (com 5,7%), Turquia (5,6%), e Singapura (3,3%).

16%

foi a redução no consumo de energia da Riopele nos últimos cinco anos

NOVA DECORAÇÃO DA BUREL PENSADA PARA O INVERNO Inspirada na natureza e na paisagem típica da Serra da Estrela, a Burel Factory lançou novas propostas de decoração, ainda a tempo do inverno. O tradicional tecido burel, 100% pura lã, volta a ser usado de forma criativa e única, com destaque para as texturas e efeitos tridimensionais das peças. Almofadas, pantufas bicolor com forro de pêlo e tapetes são algumas das sugestões da Burel, às quais se juntam individuais de serigrafia e mantas com padrões de azulejos feitas em teares tradicionais e com acabamentos à mão. Os tons dourados, terracota, bordeaux e apontamentos de azul criam uma atmosfera aconchegante que convida a ficar por casa nos dias mais frios.


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X DE PORTA ABERTA Por: Bebiana Rocha

La Paz

Rua da Reboleira, 23 4050-492, Porto

Ano de abertura 2014 Produtos Vestuário e acessórios para homem, com possibilidade de ser uma marca unissexo Público Pode ser usada tanto por um jovem adulto como por uma pessoa de mais idade, que aprecie um estilo descontraído e confortável Marca Própria Outras lojas Rua das Flores, 16, em Lisboa, e na Rua Conselheiro Medeiros, 21, na Horta, Açores, para além dos 105 pontos de venda em lojas multimarca espalhadas pelo mundo Site lapaz.pt

JOÃO PEREIRA GUIMARÃES JÁ TEM CERTIFICAÇÃO ISO9001 A João Pereira Guimarães acaba de obter a certificação ISO9001, um reconhecimento internacional que atesta a capacidade de rastreabilidade de todos os produtos e processos da empresa, desde o fio até à malha final expedida. Uma grande vantagem competitiva, garante a administradora Carolina Guimarães, tendo em conta que a JPG trabalha com produtos de alta tecnicidade, como é o caso dos velcros utilizados em máquinas para bricolagem, que exigem essa certificação.

"Num futuro muito próximo vamos ter encomendas a mais e pessoas a menos para as executar" José Vilas Boas Ferreira CEO da Valerius

La Paz: uma marca inspirada na tradição e no mar É na antiga farmácia da Reboleira, no Porto, conhecida por tratar doenças venérias, que encontramos a La Paz. Uma marca orgulhosamente portuguesa e com fortes inspirações marítimas. Pela loja estão espalhadas redes, lemes, bóias, e se espreitar pela janela, terá uma vista privilegiada sobre o rio Douro. José Miguel de Abreu e André Teixeira são os impulsionadores deste projeto, que foi pensado em 2011 para um público masculino, mas que atualmente recebe também a aprovação de mulheres. As peças da La Paz foram pensadas para servirem qualquer faixa etária, e para que a mensagem passasse sem dúvidas a dupla de amigos escolheu um único modelo: “O Senhor Pereira está connosco desde o primeiro dia, faz parte da mobília. É um homem cheio de histórias, ligado ao mar e com ar robusto, tal como idealizamos quando criamos a marca”, partilha José Miguel de Abreu. As roupas da La Paz são made in Portugal e em fibras naturais, como é o caso do algodão, linho e lã. Têm algumas misturas com poliéster reciclado, usadas sobretudo para calções de banho. “As peças que mais saem hoje em dia talvez sejam as sweatshirts com imagens de diferentes cidades, a primeira que fizemos foi para um showcase no Japão, e tem vendido bem, vários clientes pedem para fazermos versões para as suas cidades”, partilham os sócios.

A La Paz foi-se instalando no mercado através da participação em feiras internacionais: Nova Iorque, Paris e Londres foram as primeiras paragens. “Na primeira coleção que fizemos arranjamos logo 10 clientes, na segunda, já tínhamos à volta de 30”, recordam. A entrada em mercados importantes e a presença em loja-âncora também ajudaram no processo de expansão da marca, que atualmente se encontra em países como o Canadá, o Japão, a Tailândia, a Suíça, a Oceania e o Reino Unido. “Os nossos maiores mercados são os Estados Unidos e a Inglaterra. Tem sido um crescimento muito orgânico, fruto de um grande trabalho em equipa, nosso e dos produtores”, acrescenta José. Durante o confinamento, criaram alguns mecanismos para compensar a ausência das feiras, como lookbooks digitais e envio de amostras de tecidos, “para ser uma coisa mais palpável”. O online também ajudou a manter as vendas a partir de 2020: “como não sabíamos o que ia acontecer e o mercado retraiu-se, reduzimos o mapa de produção das lojas e no online tivemos curiosamente de fazer restocks. O online mais do que duplicou”, explica ao T Jornal. Para o futuro a dupla espera abraçar novos projetos, novos mercados e continuar a crescer em equipa, não deixando de vincar o potencial da marca a médio e longo prazo. t

GREENKISS APOSTA EM PEÇAS PRÁTICAS E SUSTENTÁVEIS

ID KIDS ABRE MAIS QUATRO LOJAS OKAIDI EM PORTUGAL

Há uma nova marca de moda feminina para conhecer: a GreenKiss foi criada em março deste ano e destina-se a mulheres elegantes, práticas e informadas. É sustentável, conta com uma oferta abrangente e tem produção made in Portugal. As peças podem ser divididas em cinco estilos: loungewear, homewear, casualwear e activewear, ao qual se junta ainda uma coleção de acessórios com calçado e fronhas para almofadas.

O grupo francês de moda infantil ID Kids vai instalar quatro lojas em Portugal, duas Lisboa e outras duas Porto, nos espaços Colombo e Norteshopping, pertencentes ao grupo Sonae. O grupo francês operava até agora em Portugal com a marca Jacadi, mas vai optar pela marca Okaidi. As aberturas estão previstas para a primavera e o outono de 2022 e o grupo prepara-se também para abrir o seu canal digital ao mercado português.

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painéis fotovoltaicos foram instalados pela Somelos

“FUNAMBULANDO LA VIDA” COM KATTY XIOAMARA

Funambular é a arte do equilíbrio em cima de uma corda, conceito que inspirou a nova coleção de Katty Xiomara. São cerca de 20 peças utilitárias e sem estação pré-definida, onde se destacam os tons quentes e os apontamentos gráficos mesclados com os habituais pormenores românticos e hiper-femininos. Uma coleção que imprime também uma forte componente sustentável, com estampados feitos numa base de poliéster reciclado e com a incorporação do ecodesign, que confere às peças uma maior funcionalidade.


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X O MEU PRODUTO Por: Bebiana Rocha

Vestuário de Proteção para Raios-X

Desenvolvido pela Onwork, Lemar, Polyanswer, CITEVE, ICETA, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

O que é? Vestuário de proteção para Raios-X com recurso a novos materiais Produtos Bata leve, bata com protetor de tiróide integrado, avental de costas cruzadas, protetor de tiróide, saia e colete de proteção 360 Principal Contributo Proteção contra as ondas libertadas durante as radiografias e mais amiga do ambiente Inovação Não utilização de chumbo nas formulações base e maior leveza do produto final Estado do Projeto Em fase de análise do modelo de exploração de negócio e patenteamento

TAJISERVI COM NOVO SOFTWARE DE AUTOMAÇÃO PULSEID Fornecedora de equipamentos e consumíveis para as empresas têxteis, a Tajiservi abriu as suas portas para apresentar à comunidade têxtil o PulseID, um software de automação de fluxo de trabalho para equipamentos têxteis. A par da agilização do processo de trabalho, a nova ferramenta agrega ainda uma melhoria para a qualidade de vida dos colaboradores, explicou a empresa de Vila das Aves, que apresentou também os mais recentes recursos do software de picagem de bordados.

"A nossa inovação está 100% relacionada com o que é a economia circular" Elsa Parente CEO da RDD

RIOPELE RECEBE PRÉMIO MELHOR INVESTIMENTO DA AICEP A AICEP consagrou a têxtil Riopele com o Prémio Melhor Investimento, destacando um volume de negócios que atingiu os 76 milhões de euros e os cerca de 98% da produção total a ser encaminhada para exportação em 2020. O anúncio foi feito durante a Conferência Anual da agência presidida por Luís Castro Henriques, que este ano teve lugar em Coimbra, no auditório do antigo Convento de S. Francisco.

OS CABIDES DA BULHOSAS SÃO PARA TODOS OS GOSTOS

Proteção contra Raios-X sem chumbo Com o objetivo de apresentar ao mercado uma solução isenta de chumbo e com um peso significativamente mais reduzido, a Onwork lançou-se, juntamente com a Lemar, Polyanswer, CITEVE, FEUP, FCUP e ICETA, no desenvolvimento de um conjunto de peças de vestuário de proteção Raios-X, tanto para profissionais de saúde como para os pacientes que estejam em contacto com as ondas libertadas durante as radiografias. “O nosso objetivo principal era termos equipamentos para proteção sem chumbo e que fossem mais leves”, explica João Almeida, sócio-gerente da Onwork. Depois de quatro anos de trabalho, o consórcio encontra-se neste momento em fase de patenteamento dos produtos e discussão do modelo de exploração do negócio. A primeira fase do projeto, de estudo e desenvolvimento das formulações, coube às faculdades de Ciências e de Engenharia da Universidade do Porto, em parceria com o ICETA (Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto). Numa segunda fase, foi a vez do CITEVE e da Polyanswer avançarem para a aplicabilidade da solução desenvolvida. “Analisámos como ela poderia ou não aderir ao têxtil, estudámos as técnicas de estamparia e coating para podermos chegar a uma formulação otimizada e que aderisse ao têxtil de forma flexível e durável. Ou seja, que não se deteriorasse com as lavagens”, explica Gilda Santos, do CITEVE. Embora a solução base seja única, uma formulação à base de óxidos metálicos, de acordo com a aplicabilidade e tipologia da peça, são necessárias diferentes arquiteturas. A tarefa de desenvolver

o design também coube ao CITEVE, relata Gilda. Por sua vez, coube à Lemar a seleção dos tecidos. “Procuramos um 100% reciclado, feito à base de garrafas e plásticos recolhidos do oceano, que tivesse a gramagem e o peso indicados”, explica Miguel Pinto. Acabou por ser selecionado um tecido de poliéster SEAQUAL, “mas foi um desafio inovar a nível de peso. Num pequeno avental pode não ser significativo, mas numa bata depois de um dia de trabalho, é notória a redução do peso”, diz o responsável de desenvolvimento e produção da Lemar, satisfeito com o resultado. Por parte da Polyanswer, “a solução encontrada para a aplicação do material em substrato têxtil, bem como em termos de sustentabilidade e componente reciclável, é uma mais-valia para o projeto porque vai ao encontro da agenda verde e daquilo que o mercado valoriza”, destaca o administrador Pedro Pinto. No final da cadeia está a Onwork, responsável pela confeção das peças, que se espera que entrem para o mercado já em 2022. “Foi um projeto verdadeiramente desafiante. Foi tentativa e erro para encontrar o caminho, e a solução que nos parece neste momento melhor é o coating”, resume João Almeida. O produto esteve presente nas feiras MODTISSIMO, A+A e Medica e o feedback foi positivo: há já empresas interessadas e o consórcio espera avançar rapidamente para o mercado. “Já existe um princípio de acordo de exploração de resultados, pelo que a Polyanswer estará disponível para fornecer a solução o mais rapidamente possível, pois o feedback tem sido bom por parte dos players do setor”, garante Pedro Pinto. t

Fluorescentes, coloridos, mais clássicos, de um design gráfico e até com aromas agradáveis: são para todos os gostos os cabides de cartão desenvolvidos pela empresa portuguesa Bulhosas. “Temos hoje soluções muito criativas e de excelente qualidade”, comenta Francisca Trevisan, do departamento de marketing & comunicação da empresa especializada em soluções gráficas. Os novos cabides, que têm já atraído várias marcas, foram recentemente premiados na categoria de Tintas Especiais do Papies 2021, um concurso da Revista do Papel.

95 milhões

é o volume de vendas da Sonae Fashion no terceiro trimestre

TÊXTEIS DO FC PORTO JÁ TÊM LOJA ONLINE O FC Porto tornou-se no primeiro clube português a abrir um espaço de e-commerce na plataforma OLX Pro. Camisolas, hoodies, gorros, cachecóis e até pijamas ou bodies para bebés estão agora disponíveis na loja online do clube. Para a OLX “é uma honra enorme poder contar com a presença do Futebol Clube do Porto na nossa plataforma e, se uma empresa/marca de dimensão internacional, como é o caso do Futebol Clube do Porto, imagine-se o que o OLX Pro não poderá representar para as PMEs nacionais”, referiu a plataforma em nota de imprensa.


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CENATEX AVANÇA COM FORMAÇÃO DE TÉCNICOS INTERMÉDIOS É para cobrir a carência de técnicos no setor têxtil, nomeadamente de tecelões, afinadores e debuxadores, que o CENATEX/RF avançou com novas formações teórico-práticas. “Queremos capacitar de novo o setor nestes cargos intermédios tão importantes”, diz Joaquim Jorge Peixoto, formador e técnico superior na área têxtil. A falta de técnicos é apontada como o grande problema da próxima década para o setor têxtil nacional: “os nossos quadros intermédios são poucos para as necessidades atuais e têm já perto de 60 anos o que significa que, em poucos anos, ficaríamos sem resposta”, explica o formador do CENATEX/RF.

MÖM(E) VENCE NOS JUNIOR DESIGN AWARDS

Um dos prémios do Junior Design Awards, na categoria de Best Children’s Eco Fashion, foi atribuído à portuguesa Möm(e). A coleção SS21 premiada intitula-se ‘a.v.o’ e é inspirada na avó da criadora, tendo conquistado o júri pela simplicidade, bom gosto e carácter sustentável das peças. Os jurados destacaram as “silhuetas simples, tons suaves e tecidos dos mais suaves” da coleção e ainda o trabalho de artesãs e costureiras experientes para criar coleções limitadas e que desafiam a fast fashion, e que são feitas com amor e dedicação. t

PREÇOS DA ENERGIA PODEM LEVAR AO FECHO DE EMPRESAS Com os custos do gás cinco vezes mais caros e a eletricidade a duplicar em três meses, há já empresas que admitem ter que fechar portas. Juntam-se ainda as dificuldades no abastecimento de matérias-primas, também elas numa escalada de preços, num contexto que, adverte o presidente da ATP, põe em causa a retoma económica anunciada pelo Governo. “Já tenho associados que estão a ponderar encerrar as empresas porque não estão a conseguir passar o aumento dos preços da energia para os seus clientes”, disse o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, explicando que “o problema não se vai resolver porque a fragilidade já vinha dos tempos da pandemia, por isso, há gente a ponderar encerrar”. O representante da têxtil alerta que a gravidade da situação não está a ter a devida atenção, razão

pela qual a ATP decidiu remeter uma carta ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. “Os aumentos dos custos da energia colocam em causa a viabilidade das empresas e esta é uma situação que atinge particular gravidade no setor têxtil, grande consumidor de energia”, explicou. A funcionar numa lógica de fileira, as empresas têxteis vão acabar por passar o aumento de preços para a confeção que, por sua vez, vai ter de passar para os respetivos clientes, afetando a competitividade do setor, explica Mário Jorge Machado, dando conta que na indústria têxtil a energia pesa 20 a 30% nos custos de produção. “Com esta subida dos preços da energia estamos perante aumentos de 20 a 30% do produto final o que terá um impacto muito significativo e põe em risco a retoma da economia”, conclui o presidente da ATP. t

"Uma rede de transportes forte e competitiva torna as empresas exportadoras mais fortes e competitivas" António Teixeira Administrador d' A Penteadora

INOVAÇÃO PORTUGUESA ATRAI AS ATENÇÕES NA A+A DUSSELDORF Com três ilhas From Portugal e uma impressiva representação das empresas portuguesas, com uma área de exposição com mais de 300 m2, a inovação portuguesa atraiu as atenções na A+A Dusseldorf, feira que é a grande montra mundial para equipamento de trabalho e segurança. ASC Models, A. Sampaio & Filhos, Dune Bleue, Fall Safe, Sancar Premium Socks, Ultra Creative, Unifardas e Walkmore foram as empresas que integraram a comitiva From Portugal, às quais se juntaram ainda a Endutex e o CITEVE.

60%

é o objetivo da JF Almeida para a reutilização de água

SANTOS CAMISEIROS APOSTA NOS SERVIÇOS PERSONALIZADOS

HÉLDER ROSENDO JUNTA-SE À EQUIPA DA TMG TEXTILES Com funções de Business Manager, Hélder Rosendo acaba de juntar-se à equipa do grupo TMG – Têxtil Manuel Gonçalves. Um reforço de peso para a TMG Textiles, que chega com o objetivo de fazer crescer o negócio nos segmentos dos produtos mais técnicos daquele que é um dos maiores fabricantes europeus de tecidos e malhas. Com uma carreira nas áreas de desenvolvimento de negócio e da gestão da I&D e inovação, com particular ênfase nos produtos e materiais técnicos, Rosendo foi subdiretor geral do Citeve, diretor de Inovação da P&R Têxteis e

nos últimos três anos e meio esteve no grupo Prozis, onde arrancou com o negócio de vestuário e ocupando-se ultimamente da direção de operações da fábrica de seamless. É licenciado em Engenharia Têxtil pela Universidade da Beira Interior (UBI). Recentemente rebatizada para TMG Textiles, a área tradicional têxtil do grupo fundado em 1937 em Vale S. Cosme, Vila Nova de Famalicão, decidiu abraçar toda a cadeia produtiva, recorrendo a parcerias e a uma aposta reforçada na confeção para poder dar resposta à necessidade crescente

de desenvolvimento de coleções cápsula para as grandes marcas. A par da Textiles, as áreas de negócio do grupo abrangem o Automotive, Energia e Retail, com uma faturação que se aproxima das duas centenas de milhões de euros e um plantel com cerca de 1300 trabalhadores. Quase tudo o que produz é para exportação, focada nos mercados da Europa e Estados Unidos. O negócio dos tecidos assegura 80% das vendas da TMG Textiles, que fornece para grandes marcas com o Carolina Herrera, Balenciaga, Hugo Boss, Ralph Lauren ou Massimo Dutti. t

De regresso às feiras presenciais, a Santos Camiseiros aproveitou a presença no Modtissimo para reforçar contactos com clientes alemães e espanhóis, mercados onde a empresa se encontra estabelecida. A par da intemporalidade das camisas, o core business da empresa, o serviço personalizado é outro dos grandes trunfos: "Os clientes enviam o modelo e o material e nós apenas confecionamos, pode ser camisas, blusas de senhora, pijamas e até boxers”, destaca Carla Cruz, a comercial da empresa.


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M EMERGENTE Por: Mariana d'Orey

João Almeida Diretor de Produção da J.F. Almeida, S.A.

Família Vive com a mulher, Rita, e a filha, Carolina, com 20 meses. Os dois canídeos, Shuck e Kiara, compõem o ambiente caseiro Casa Moradia com piscina em Vizela, onde nasceu e cresceu Formação Licenciatura em Gestão de Empresas (IP Coimbra) e pós-graduação em Finanças (UMinho) Carro Audi A6 Portátil Microsoft Surface Telemóvel Samsung S21 Hobbies Teve sempre o bichinho do desporto. Dedica-se agora sobretudo ao ginásio e ao padel, a nova grande paixão Férias “Antes de nascer a Carolina, costumávamos viajar três vezes por ano”. Nova Iorque, Praga e Viena (onde pediu a mulher em casamento) estão entre os destinos preferidos Regra de Ouro Não perder tempo e fazer acontecer

Um gestor que é avesso às rotinas É um rapaz avesso às rotinas e para quem os desafios se assumem sempre como oportunidades para crescer e fazer crescer. João Almeida, 32 anos, é um dos herdeiros da peso-pesado dos têxteis-lar J.F. Almeida, S.A. e atual diretor de produção da empresa. Cresceu em Vizela numa família grande mas muito unida, como o próprio a descreve, onde, apesar de ser o rapaz mais novo da linhagem, sempre teve espaço para contestar e mostrar as suas opiniões diferentes. “Sempre fui muito ativo e dos quatro, sem dúvida, o mais reivindicativo”, conta o jovem gestor, que cedo saiu de casa – há mais de uma década – para juntar os trapinhos com a sua namorada de liceu, Rita, com quem tem uma filha de 20 meses, a Carolina. Mas não foi só a componente pessoal que andou rápido na vida de João Almeida. Também a vida profissional tem corrido a toda a velocidade. Nascido e criado em Vizela, onde fez todo o percurso até a licenciatura em Gestão de Empresas na Universidade de Coimbra, logo aos 21 anos começou a trabalhar na empresa da família. “Quando entrei na J.F.Almeida, o meu pai colocou-me na área da tinturaria e acabamentos. A primeira coisa que fiz foi pôr em prática o que tinha aprendido na faculdade: analisava consumos, desperdícios, etc”, explica o jovem, que rapidamente começou a acumular mais e mais funções na empresa 100% vertical em felpos. Desde desenvolver o projeto que alavancou a produção de fio e peça para outros clientes, até à reorganização da área da confeção, à gestão financeira do departamento de produto acabado ou – a menina dos seus olhos - o novo departamento de I&D por si criado. “Adoro trabalhar aqui mas se ficarmos apenas entre portas acabamos por não ter tanta percepção da realidade”, considera o jovem empresário que tem complementado o seu currículo com outras formações, como por exemplo uma pós-graduação em finanças e outros cursos na TEC Minho. Na verdade, o tempo parece ser gerido milimetricamente por João Almeida, que aos fins-de-semana confessa aproveitar as sestas da filha para “pôr o trabalho em dia”, tal como todas as noites da semana assim que Carolina cai no sono. “Quero ser um pai presente e, de alguma forma, o nascimento da minha filha tornou-me mais eficaz no trabalho: aprendi a delegar e a dar conta dos afazeres por ordem de prioridade”, explica. Mesmo assim, mantém a veia desportiva e associativa. Jogou mais de doze anos andebol no Callidas Club, clube do qual é atualmente vice-presidente e esteve também recentemente na direção Futebol Clube de Vizela – onde se orgulha de ter criado o basquetebol – e integra também a direção da Associação Empresarial do Minho e da Associação Jovem e Comercial de Guimarães. “Sinto que temos de dar de nós à comunidade, é um dever”, conclui o gestor que é avesso às rotinas e, por isso, tem já em curso novas ideias de negócios. t


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80%

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a MUNDO VERDE

Da moda pode torna-se circular até 2030, indica um estudo da McKinsey

João Paulo Barbosa CEO Source Textile

TINTEX CRIA ALTERNATIVA AO COURO PARA A JAN ‘N JUNE É uma alternativa ao couro desenvolvida pela TINTEX para uma coleção cápsula da marca alemã JAN ‘N JUNE. O inovador processo da têxtil portuguesa é baseado num revestimento de espuma sobre malha 100% algodão orgânico que representa uma alternativa sustentável ao couro. De acordo com a TINTEX, a marca líder alemã escolheu um revestimento que se distingue pelo menor impacto ambiental em comparação com as tecnologias tradicionais. “Nenhum solvente inorgânico é utilizado, nem substâncias tóxicas ou nocivas serão encontradas ou liberadas no produto final, garantindo a segurança do usuário e do meio ambiente”, informou a têxtil portuguesa, explicando ainda que por ser 100% algodão “confere uma sensação de conforto ao artigo e essa matéria-prima natural cres-

HYUNDAI TRANSFORMA DESPERDÍCIOS EM MODA A Hyundai Motor Company volta a surpreender no que toca ao upcycling, transformando desperdícios da indústria automóvel (pneus, airbags e cintos de segurança) em moda. Re.Style foi o nome dado ao projeto que contou com o apoio das lojas L’Eclaideur e BoonTheShop. “Estamos a intensificar as nossas colaborações com indústrias internacionais para inaugurarmos um futuro sustentável” refere Thomas Shemera. Em comunicado, o diretor de marketing da Hyundai acrescenta que espera que este projeto sirva para “os jovens consumidores entenderem o impacto da produção de materiais descartáveis”.

PORTUGAL É RECONHECIDO PELA ECOLOGIA NA TÊXTIL ce sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes sintéticos”. Este é um processo inovador da TINTEX que confere um revestimento de espuma sobre malha, formando microcanais no revestimento que permite a passagem do ar. A empresa de Vila Nova de Cerveira realizou ainda testes de referência com

bom desempenho de abrasão e fricção, bem como de resistência à água. A JAN ‘N JUNEé uma marca alemã de referência que vende para mais de 15 países em 3 continentes e com uma forte componente de sustentabilidade, fator que tem feito reforçar a ligação à TINTEX. t

POLOPIQUE ALIA-SE À RECOVER PARA PRODUTOS SUSTENTÁVEIS A Polopique e a empresa norte-americana Recover, que produz algodão reciclado a partir de resíduos têxteis, assinaram um acordo para a promoção de produtos sustentáveis e para o desenvolvimento de soluções integrais ecológicas para a indústria da moda. A Recover é um spinoff da Hilaturas Ferre controlado desde o ano passado pelo fundo norte-americano Story3 Capital, e acordo plurianual com a Polopique vai permitir que as duas empresas tenham um maior alcance internacio-

"Queremos ser, e somos de facto, diferenciadores e sustentáveis"

nal e ofereçam mais proximidade com o consumidor final. Com esta iniciativa as empresas darão às marcas a oportunidade de utilizar fibras de algodão reciclado da Recover – que, em julho passado, tinha fechado uma aliança estratégica com a Happypunt e a sul-coreana Hansae tendo por base os mesmos pressupostos estratégicos. A Polopique é uma das poucas empresas têxteis totalmente verticais, que controla a produção desde a fiação à tecelagem e aos acabamen-

tos. Exporta os seus produtos para mais de 47 países e trabalha com mais de mil colaboradores à escala global. A sua produção incorpora 50% de algodão orgânico e poliéster reciclado com certificação Global Recycled Standard (GRS). A partir de agora, ao incluir as fibras Recover, a empresa reduzirá ainda mais a sua pegada ecológica. Com tecnologia própria, a Recover planeia aumentar a sua produção para 200 mil toneladas por ano de fibra de algodão reciclada até 2025. t

“Portugal é reconhecido a nível mundial como o país onde as empresas têm as melhores práticas sustentáveis”, disse o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, no painel ‘Sustentabilidade e comércio internacional, no âmbito da 16ª edição do Portugal Exportador. Nesse quadro, recordou, o setor nacional assume uma importância preponderante no contexto europeu, ao mesmo tempo que destacou a importância que o setor teve para a economia nacional quando, em junho de 2020, em plena pandemia, começou a produzir as máscaras sociais que permitiram a retoma da atividade económica e da vida social.

"Já desde 2018 que temos

clientes que nos aprovam modelos sem peças físicas" Samuel Costa Administrador da Sonix

LUSOS NA BASE DO PRÉMIO DE SUSTENTABILIDADE DA ONU É apoiada na produção portuguesa de empresas como o Grupo Valérius e a Crispim Abreu que a marca House of Baukjen foi reconhecida como líder em moda sustentável, tendo-lhe sido atribuído pelas Nações Unidas o prémio Neutralidade Climática Agora. É a primeira vez que este prémio global foi atribuído a uma empresa de moda, distinção que foi entregue durante a COP26, em Glasgow, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática.


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MOBILIÁRIO E OBRAS DE INTERIORES

Remodelação de interiores Lojas

Showrooms

www.buildingdesign.pt geral@buildingdesign.pt 967 016 601

www.globaltendas.com

events & exhibitions


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B SERVIÇOS ESPECIALIZADOS Por: Bebiana Rocha

LCampos –Soluções Metálicas Rua Nova de Abrute, 100, 4590-407 Freamunde

O que faz? Empresa especializada em metal, desde ferro, inox, aço corten, latão e alumínio Áreas Opera no equipamento de lojas, ramo imobiliário, hotelaria e outros Fundação 1983 Equipa 10 funcionários Instalações Freamunde

CHICCO ABRE FLAGSHIP STORE EM BRAGA A Chicco acaba de abrir uma renovada flagship store no Braga Parque, desta vez sob um conceito inovador que já se estreou no CascaiShopping e que pretende oferecer uma melhor experiência de compra a toda a família. A nova loja Chicco tem um espaço mais amplo e moderno, que pretende facilitar a vida dos pais no momento das compras. Os produtos estão dispostos de forma clean em vários espaços estratégicos da loja, e este é o fator diferenciador neste novo conceito de lojas Chicco.

"A cooperação

é o ingrediente-chave para criar os melhores produtos" Maria de Belém Machado CEO da Tearfil

CENTI MOSTRA NA MEDICA TECNOLOGIAS INOVADORAS Uma manga têxtil que faz fisioterapia e máscaras com sistemas de sensorização, são algumas das tecnologias que o CeNTI mostrou na feira MEDICA, em Dusseldorf. Com a presença de cerca de 30 empresas e instituições, a inovação made in Portugal foi um dos destaques na prestigiada feira alemã para o setor da saúde. Duplamente representado, no stand do Health Cluster Portugal e no espaço Selectiva Moda, o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes apostou na apresentação do projeto mobilizador Smart-Health-4-All, dedicado à investigação e desenvolvimento de tecnologias médicas de Smart Health, que foi uma das novidades do stand do Health Cluster Portugal, sob a marca Health Portugal.

Mobiliário de decoração para as lojas de moda A LCampos nasceu há 35 anos pelas mãos de José Luís Ribeiro de Campos, e é viciada em fazer peças à medida e ao gosto dos clientes. Desde a sua fundação que se dedica ao fabrico de mobiliário com detalhes em metal, madeira e vidro. As suas instalações ficam em Freamunde, precisamente na capital do móvel, uma localização que por si só quase que atesta a qualidade do serviço prestado. “Temos um produto muito diversificado, mas a nossa aposta para o futuro passa sobretudo pelo equipamento de lojas na sua totalidade”, começa por explicar Luís Campos, sócio-gerente da empresa. A LCampos trabalha no equipamento de lojas, no ramo imobiliário ou na hotelaria, sendo o seu público-alvo variado: “trabalhamos com outras empresas de decoração, clientes particulares, figuras públicas e a TVI também nos procura pela qualidade e rigor que oferecemos”, confidencia. A experiência acumulada ao longo de vários anos trouxe à LCampos uma capacidade impar de personalização e adequação das

peças ao espaço envolvente, atribuindo-lhes sempre um toque moderno e sofisticado. Ao contrário do que aconteceu em outros negócios, a pandemia não abalou o trabalho da LCampos: “felizmente há muita procura nesta área. Acreditamos que o confinamento, em certa medida, foi bom para as famílias, que começaram a dar mais importância ao lar e ao conforto”, partilha Luís, que não teve mãos a medir para os pedidos de remodelação em casas e estabelecimentos. E para percebermos melhor o ritmo de crescimento desta empresa, Luís Campos adianta que até ao final do ano irão contratar mais dez funcionários e alargar as suas instalações, adquirindo um novo pavilhão e criando uma nova seção para estofadores. Num futuro próximo, esperam ainda abrir uma loja em Lisboa e criar um gabinete técnico e tecnológico para acompanhar a inovação. 2022 será um ano de crescimento para a LCampos, que tem ainda como meta começar a jogar também no mercado internacional. t

94%

das PME da Europa passaram parte do negócio para o online durante a pandemia

FORMANDOS ASSINALAM 10 ANOS MODATEX

Os formandos da ação de Técnico de Tecelagem da modalidade EFA, do centro de formação da Covilhã, confecionaram uma gigantesca bandeira destinada a assinalar o 10º aniversário do Modatex – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confeção e Lanifícios. Com 18 m2, foi confecionada com tecidos trabalhados na secção de tecelagem, tendo como objetivo criar o efeito de um tafetá, e colocada no exterior do edifício do centro de formação.


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OPINIÃO A TEMPESTADE MAGNA Paulo Vaz Administrador AEP e Consultor ATP

UMA ETIQUETA PARA PROMOVER A PRODUÇÃO EUROPEIA ATP Associação Têxtil e Vestuário de Portugal

Escrevi recentemente, num semanário especializado em temas económicos, que estávamos a caminhar para uma tempestade perfeita; ou melhor, face às circunstâncias e à convergência de acontecimentos, para uma tempestade mais que perfeita, atendendo que à crise sanitária se juntou uma crise económica, de que a disrupção das cadeias de fornecimento, o aumento exponencial das matérias-primas, da energia, dos transportes e dos salários, correspondente à manifesta escassez de todos estes fatores produtivos em simultâneo, é a expressão mais evidente, para agora estar rematada, entre nós, por uma crise política inesperada, antecipando com elevada probabilidade uma crise financeira. O aumento da inflação determinará o disparar do custo do dinheiro nos mercados internacionais e os países mais endividados como Portugal estarão na primeira linha do seu impacto negativo, o que finalizará com uma crise social, pois serão sempre os mais vulneráveis a sofrer as consequências dos desequilíbrios precedentes. Neste contexto, as indústrias transformadoras, como a indústria têxtil e vestuário, estão mais expostas a esta intempérie magna, pois sofrem com a falta de matérias-primas, sacrificam as margens já curtas do negócio para acompanhar a carestia das mesmas, para aguentar com a galopante subida do preços dos transportes, da energia e até para suportar a inflação dos salários, disputando o talento, sem qualquer possibilidade de repercutir o aumento do custo dos fatores de produção nos produtos e serviços, pelo menos a curto prazo e na justa proporção. O mundo mudou dramaticamente e a pandemia foi apenas um catalisador da transformação que já estava em curso. A indústria da moda, já o tinha referido neste espaço, estava – e está – sobre pressão, pois a mudança de valores nas novas gerações de consumidores vai mostrar-se devastadora para

O negócio têxtil e da moda é muito complexo e envolve várias etapas desde o cultivo de matérias-primas naturais, à produção de fibras sintéticas ou artifíciais, passando pelo seu processamento e transformação em fios, malhas, tecidos, tecidos-não-tecidos, até à confeção, sem esquecer os tingimentos e outros acabamentos essenciais na obtenção das características de qualidade, funcionalidade ou criativas dos produtos têxteis e vestuário. Ora, o rótulo destes produtos nada diz sobre todo este processo. Para colmatar esta lacuna nasceu o ETIC - European Textile Identity Card. O sistema de etiquetagem ETIC tem como foco permitir que os consumidores saibam onde se realizaram as principais etapas do processo de produção: fiação, tecela-

os modelos de negócio mais clássicos e para aqueles que resistem ou ignoram a mudança. É certo que a indústria têxtil e vestuário portuguesa tem muitos argumentos para prevalecer, como aliás a pandemia sobejamente comprovou em muitas empresas sólidas, bem geridas, resilientes, proativas e inovadoras, mas revelando igualmente que existe parte do tecido produtivo que não tem as mesmas capacidades e que, a prazo, mais curto que longo, vai desaparecer liminarmente. O mercado, sobretudo sob a pressão da crise, funciona ainda melhor, expurgando quem não é capaz de se adaptar e de evoluir, para que os melhores progridam mais. Os cenários para a indústria têxtil e vestuário até 2030 estão longe de serem catastróficos, mas não permitirão complacência para quem não fizer o trabalho de casa: apostar apenas na eficiência, sem valorizar a criatividade ou a inovação, apenas contribuirá para estender o sofrimento da sobrevivência sem prémio no final, o mesmo se diga que diferenciar pelo conhecimento ou pelo design, sem garantir a fortaleza da capitalização da organização e mais ainda a produtividade dos fatores, pode significar um exercício sem sentido, apenas gastador de recursos e sem consequência. Seremos menos do que somos, teremos de fazer bem mais com bem menos, arriscar na reestruturação do cluster, fortalecendo a fileira a montante e deslocalizando as atividades a jusante onde ainda é possível encontrar recursos humanos abundantes e a custos moderados, de preferência em proximidade. É habitual ouvir-se que após a tempestade chegará a bonança. Também os tempos instáveis que vivemos irão terminar, contudo, não creio que voltaremos ao estádio de onde saímos no início de 2020. Já tivemos coisas piores no passado e surpreendemos. Não há nenhuma razão para voltarmos a repetir o desempenho da nossa melhor natureza. t

gem/tricotagem, acabamentos e confeção. No caso do vestuário, a etiqueta ETIC estará única e exclusivamente em peças que possam garantir que duas ou mais das etapas principais sejam made in UE, uma escolha importante, visto que a União Europeia estabeleceu os padrões de produção mais restritivos do mundo para proteger o meio ambiente, a saúde e os direitos das pessoas. O ETIC é uma iniciativa privada e voluntária, em prol da indústria europeia, através da qual as empresas poderão identificar a origem dos seus produtos através de uma etiqueta, reforçando a comunicação dos seus compromissos com os valores sociais, éticos e ambientais. Todos os fabricantes da cadeia produtiva

têxtil e as marcas de moda que produzem na UE terão agora uma ferramenta para etiquetar os seus produtos, contar a história do processo produtivo, dando por um lado, resposta ao desejo dos consumidores de uma maior rastreabilidade, mais informação e transparência na cadeia de valor e, por outro, valorizando e distinguindo a produção europeia. O ETIC é uma marca coletiva, criada e gerida pela associação ETIC European Textile Identity Card, criada por associações representativas dos principais países produtores de têxteis e moda na UE: Itália, França, Bélgica, Espanha e Portugal. Em Portugal, o ETIC está representado pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. t


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António de Souza-Cardoso Consultor

Ana Leopoldo Fernandes Advogada na João Fraga de Castro & Associados

O TIRO CERTEIRO

SUSTENTABILIDADE E RENTABILIDADE NO TÊXTIL E VESTUÁRIO

Sou caçador e nos muitos anos que levo a calcorrear os montes do meu país, já me aconteceu algumas vezes sentir a angústia de ficar sem cartuchos. Com as perdizes a correr à nossa frente, lá descobrimos no fundo dos bolsos os dois últimos cartuchos. E, naquela altura são aqueles últimos fogachos que nos restam, os decisivos para a glória da caçada. Os que ainda nos separam do sonho e da memória que faremos da jornada. Não sei como e quem começou a dar ao PRR o nome de bazuca. Claro que o insigne pensador queria ilustrar aquilo que deve reter a nossa atenção: o facto de nestes 10 anos que medeiam entre este e o final de 2029, existir a nível nacional e europeu um ciclo de disponibilização de incentivo público absolutamente extraordinário, de que as economias nacional e europeia jamais beneficiaram. Em suma, uma enorme explosão de dinheiro público a ser injectado nas economias da UE. Se olharmos para o que falta executar do P2020 – os últimos números apontam para mais de 35% do valor global –, o PRR e o próximo quadro plurianual, estamos a falar de incentivo público por dia cinco vezes superior ao valor disponibilizado por dia pelo quadro comunitário anterior num período de tempo semelhante. E são, no total, 60 mil milhões de euros a executar até ao final de 2029. Tal como quando a cartucheira está cheia e somos displicentes nos tiros que damos, também aqui devemos estar avisados para este momento decisivo de encontro com o crescimento, a competitividade e a inovação. Sabemos que o PRR não tem o perfil de apoio às empresas que todos gostaríamos. Afinal são as empresas que geram riqueza e emprego no país. Mas a tentação de centralização e de estatização do incentivo público é demasiado grande, e o calendário apertado de execução legitima a proximidade e o domínio que o Governo reclama. Mas a diferença clara é que, com maior ou menor pendor empresarial, a bazuca tem que servir para criar novas condições de competitividade e inovação e não para substituir despesa pública nas contas apertadas do orçamento de Estado. O novo quadro plurianual, cujo acordo de parceria foi assinado recentemente, é portador de muitas expetativas para um impulso mais forte ao investimento das empresas e das organizações. Aqui não podemos falhar! Se o PRR pode e deve criar dinâmicas e contextos capazes de melhorar o ambiente de fomento do empreendedorismo e da atividade empresarial, o P2030 tem que ser o instrumento de estímulo ao investimento privado que permita robustecer e capacitar um tecido empresarial fortemente fragilizado pela pandemia. Rumo a níveis de competitividade, conhecimento e criação de valor capazes de nos aproximarem de uma Europa que aposta forte na diferenciação positiva das suas empresas e dos seus principais clusters. Por tudo isto, esta é uma hora decisiva. Um tiro certeiro é algo que não nos pode escapar para que possamos abater os estigmas da crise e avançar decisivamente na conquista do futuro. t

A preocupação com o impacto ambiental que o setor têxtil provoca é algo relativamente recente, havendo ainda um longo caminho a percorrer no sentido de o tornar um setor sustentável. A indústria têxtil é a quarta indústria que causa um maior impacto ambiental, pois todo o processo, desde a produção à comercialização, tem um grande peso no ambiente. Desde logo sendo um dos setores que mais exige o uso de matérias-primas e água, utilizando na sua maioria fibras de origem fóssil e não renováveis, químicos no processo de tingimento. Também um elevado consumo de energia, bem como quantidades elevadas de gases com efeito de estufa emitidas no transporte e comercialização, devido aos padrões de consumo atualmente instaurados.Consumimos demasiado, logo, produzimos demasiado, o que conduz ao descarte rápido do vestuário em aterros. Assim, o caminho para a sustentabilidade deste setor passará, obrigatoriamente, pela implementação de medidas conjuntas e aplicadas ao longo de todo o ciclo, e pelo envolvimento e participação activa de todos os países. Ainda que se opte pela utilização de matérias-primas menos poluentes, a verdade é que mesmo o cultivo destas matérias-primas implica a utilização de diversos produtos químicos, que são prejudiciais para o ambiente, pelo que, não obstante de ser uma melhor alternativa à utilização de fibras de origem fóssil, tendo em conta os padrões de consumo que existem presentemente, não será esta a melhor solução para a sustentabilidade do setor. O futuro e a sustentabilidade da indústria têxtil passará pela chamada “economia circular” e pelo desenvolvimento de tecnologias que permitam efectuar a correcta reciclagem têxtil, transformando “lixo” em matéria-prima. Mas será a sustentabilidade economicamente rentável? A grande dificuldade das empresas, no que toca à reciclagem, é a separação dos têxteis e a introdução de novos sistemas que permitam transformar os resíduos em novas matérias-primas que possam ser reintegradas no ciclo de produção, evitando assim a fabricação de novos produtos. Existem já alguns projetos tecnológicos desenvolvidos no sentido de facilitar este processo, no entanto, esta ainda é uma área com grande margem de progressão e, como tal, é um recurso que não é barato para as empresas, sendo ainda mais rentável o recurso a matérias-primas de origem fóssil do que o recurso a tecnologias que permitam a transformação de resíduos em matéria-prima. Estatisticamente, segundo dados fornecidos pela Agência Portuguesa do Ambiente, em 2019 foram produzidas em Portugal 5,281 milhões de toneladas de resíduos urbanos, sendo que 3,51% eram resíduos têxteis. Não obstante, esta percentagem ter vindo sempre a diminuir em comparação com os anos anteriores, ainda é uma percentagem bastante elevada. No entanto, enquanto o reaproveitamento destes resíduos têxteis não for economicamente mais rentável do que o seu desperdício, a sustentabilidade do setor não atingirá o objetivo ideal. t


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U ACABAMENTOS Por: Katty Xiomara

Num Natal que ainda é diferente, Katty Xiomara veste o Zé Povinho de Pai Natal, mas o saco das prendas vem desta vez carregado com votos para as eleições que estão aí a chegar. Ora, como não há prendas para os meninos mal comportados, os partidos que se cuidem. Ou não soubessem de antemão que aquilo que este Pai Natal melhor sabe fazer é o famoso manguito. Toma lá! Dirá aos que não merecem a prenda.

Toma lá! O Zé Povinho veste-se de Pai Natal Este ano o Natal é diferente, aparentemente um pouco mais livre de restrições do que o Natal passado, mas ainda muito diferente de todos os outros natais das nossas vidas. Desde o ficar em casa e evitar os jantares de Natal até à aceitação de uma nova dieta, pois tudo nos obriga a comer menos neste Natal. Desde a consciência pesada do consumo desenfreado, até à falta de matérias-primas e à subida dos preços, que transformam o bolo-rei no bolo mais imperialista de sempre. Outra peculiaridade são as decorações, que este ano trazem novas cores e símbolos, pois de forma mais ou menos discreta já começámos a sentir o frenesim das campanhas eleitorais para as eleições legislativas antecipadas. Mais um motivo para prever um Natal diferente! A questão será convencer o povo a sair do quentinho para dar o seu voto…. As sondagens não prometem decisões definitivas e o frio tende a amedrontar tudo e todos e, mais ainda, aqueles que pouca esperança têm no sistema político. Mas nós acreditamos na importância do voto, e sabemos que em poucos minutos conseguimos exercer este dever e direito cívico, que tantos outros povos por este mundo fora gostariam de poder exercer livremente. É certo que a nossa oferta não é a melhor, mas também não é a pior. Decidimos, por isso, oferecer-vos esta reinterpretação da caricatura de Rafael Bordallo Pinheiro, o Zé Povinho, mas num estilo bem Natalício, envergando um luxuoso fato de veludo vermelho com decorações felpudas e carregando um saco cheio de votos, enquanto nos oferece o seu tradicional TOMA!... Prontinho para convencer o povo a deixar o calor da lareira por uns minutos na fila das urnas. Mas com esta capacidade que a simbiose “Pai Zé Povinho do Natal” lhe dá, ele compromete-se a exigir mais dos partidos, pedindo-lhes ideias de maior qualidade e utilidade. E nesse seu compromisso, irá também tomar nota de todas as promessas não cumpridas. Assim, os partidos que se portarem mal, tanto no poleiro como na oposição ao poleiro, nem precisarão de escrever as suas cartinhas no próximo Natal, porque, como todos sabemos, não há prendas para os meninos mal comportados… E embora, o nosso sistema político e legal cisme em dar-nos demostrações do contrário, nós, os sonhadores, ainda gostamos de acreditar no Pai Natal! t


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O AS MINHAS CANTINAS Por: Manuel Serrão

Garfo Torto Avenida Marquês Sá da Bandeira 4480-916 Vila do Conde

O DIREITO A NASCER TORTO Há um verso que reza assim: um nome é só um nome, é só um nome. Garfo Tor to podia ser um nome desses. Sem beleza especial, não fosse ele em Vila do Conde, essa bela localidade, espraiada entre pinhais, rio e mar. Lembra-me Vila do Conde, ponho -me logo a suspirar... Mas vou deixar o Régio por aqui, não vá o diabo tecê-las. Diz o povo que o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Mas este restaurante, como acontece a muitas mulheres v ila-condenses, sejam ou não caxineiras, nasceu para dar luta. Foi numa das suas trincheiras divertidas que eu o fui conhecer e não estou nada arrependido. O melhor de cada luta é experimentar o enorme prazer e o divertimento de não ter a vi-

ESPUMANTES DE LUXO COM A MARCA TMG

tória garantida. Precisamente o que sinto de cada vez que me estreio numa nova aventura destas. Outro poeta lembrou que devemos aproveitar a v ida porque a v ida é um conv idado que nunca nos visita duas vezes. Já este Garfo Torto tem direito a ser visitado muitas vezes, tantas quantas me lembrar do excelente bacalhau que lá me serviram. Muito bem acomodado entre a broa de se lhe tirar o chapéu e uma cama de grelos como há muito não comia a acompanhar o bacalhau. Como também vou querer muito voltar ao lugar do creme. Um leite-creme envolto em folhado finíssimo e finérrimo. É e n g r a ç a d o co m o u m r e s taurante nos consegue por a escrever direito por linhas tortas.t

VÉRTICE GOUVEIO MILLESIME Fundado há 85 anos por Manuel Gonçalves, o grupo TMG é quase desde a nascença um dos gigantes do têxtil, da confeção de tecidos e malhas, à tricotagem e tecelagem. Nos últimos tempos, emergiu também a TMG Automotive, que fornece têxteis técnicos não só para os mais prestigiados fabricantes de automóveis mas também para a indústria aeronáutica. Com interesses e investimentos em várias áreas, muitos diriam que falta o setor do vinho. Mas sim, o braço TMG estende-se também – e há muito - aos vinhos, pese embora esta seja talvez a faceta menos conhecida dos investimentos do grupo. É na originária quinta e casa da família que produzem os Casa de Compostela, nos Vinhos Verdes, mas é no Douro que está a aposta nos vinhos de topo, com uma participação qualificada nas Caves Transmontanas. Estas sim, sobejamente conhecidas pelos vinhos Quanta Terra e os espumantes Vértice, normalmente reconhecidos como os de maior qualidade em Portugal. Ora nada melhor que o período de festas natalícias para saborear o melhor das bolhinhas e poder brindar com um espumante de excelência com a marca têxtil. E são várias as opções dentro do portefólio Vértice para o tchim tchim de Feliz Natal!


Dezembro 2021

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c MALMEQUER Por: Cláudia Azevedo Lopes

Diogo Barbosa, 44 Anos, com um percurso profissional sempre ligado às áreas de Gestão e Marketing, já passou pelo têxtil e é o atual Diretor Geral da Exponor. Nascido e criado no Porto, apenas abandonou a sua cidade para um interregno de dois anos na Holanda, de onde trouxe um MBA em Estratégia. Casado há 15 anos, tem dois filhos e também dois cães que são a perdição lá de casa

SOUVENIR

O VESTIDO DA POSITIVIDADE

Gosta Persistência Honestidade FC Porto União Europeia Rojões Bacalhau dourado Anime Ficção científica Indie Concertos Rock Mar Francesinhas Vinhos do Douro Moscatel Piscina Bares de praia Azul Laranjas Tecnologia Android Viajar Bons hotéis Holanda Algarve Minho Alentejo Madeira Açores Foz do Douro Sushi Comida picante Barcos Rabanadas Maças Bananas Água das Pedras Gin tónico Cerveja Inedit Cerveja Duvel Camisas de Flanela Grunge Boxers Sapatilhas Timberland Barbour Adidas World of Warcraft

Não gosta Vaidade Cobardia Locais de fumadores Mau cheiro Reality-shows Música étnica Piercings Lobbying Desarrumação Desordem Fazer a barba Unhas sujas Mosquitos Melgas Pesadelos Vermelho Discotecas Buracos na estrada Barulhos nos carros Alarmes a tocar Prepotência Arrogância Andar de avião Maus hotéis Acampar Fast Food Urbanismo caótico Percebas Marisco em geral Lampreia Bolo Rei Dióspiros Uísque Cerveja preta Autocarro Camionetas WC públicos Gravatas Laços Alfinetes de gravata Meias brancas Suspensórios Cuecas Sandálias Crocs Correr Jogos de Tabuleiro Jogar às cartas Carnaval Halloween

Basta fazer uma curta vistoria ao meu guarda-roupa para facilmente identificar a peça de roupa que guardo com mais carinho. É um vestido que a minha mãe me comprou, preto, de napa, com um pormenor de renda na zona do peito. Foi já há uns cinco anos e era para eu usar numa passagem de ano. Recordo-me perfeitamente do momento em que ela chegou a casa com o vestido, que julgo ter comprado num showroom na zona do Grande Porto, e me ter dito algo como “vá, põe-te bem disposta e bonita para a passagem de ano. Tens aqui este vestido para usares hoje”. Na época eu estava a passar uma fase mais desanimada e não tinha grande vontade de festejar a passagem de ano, mas aquele gesto da minha mãe, representado naquele vestido curto de napa, fez-me levantar o ânimo. Por isso, representa para mim não só o carinho e a atenção de uma mãe, mas também a importância de cultivarmos um pensamento e uma energia positivas na vida, mesmo nas alturas mais cinzentas. E é curioso porque é uma peça extremamente versátil que eu uso muito durante todo o ano, apesar de ser um vestido que me foi oferecido para usar na passagem de ano. No inverno uso-o ou com uma camisola de lycra por baixo ou, num estilo mais descontraído, com umas sapatilhas e camisolão de lã por cima, transformando o vestido numa mini-saia de napa. Já no verão, durante o dia para ir trabalhar, por exemplo, gosto de o usar com uma t-shirt por baixo ou, num contexto mais festivo, apenas o vestido com umas sandálias bonitas. De qualquer forma em todas as situações que o visto sinto-me invadida por uma energia positiva e pela presença da minha mãe.

Alexandra Costa Martins Apresentadora do Porto Canal


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