T69 - Janeiro 2022

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ENTREVISTA COM RICARDO ALMEIDA,TANA ALMEIDA E CONCEIÇÃO BARBOSA ADMINISTRADORES DA GIVACHOICE

“O MADE IN PORTUGAL JÁ É UMA MAIS-VALIA”

FOTO: RUI APOLINÁRIO

P 20 A 22

DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS

EMERGENTE

EMPRESA

ANA NUNCA IMAGINOU QUE SERIA O TÊXTIL A ABRIR-LHE AS PORTAS

YGREGO GEROU A FORSOUL E ESTÁ AGORA ABERTA A NOVOS DESAFIOS

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MÃO-DE-OBRA N Ú M E RO 69 JA N E I RO 2 02 2

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PORTUGAL VAI TER QUE CONTRATAR IMIGRANTES PARA O SETOR TÊXTIL P 10

PERGUNTA DO MÊS

INOVAÇÃO

ANTÓNIO SALGADO CRIOU TAPETE QUE AVISA QUANDO ALGUÉM ENTRA

QUE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DOS CUSTOS GALOPANTES DO GÁS E DA ENERGIA?

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DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS

DOIS CAFÉS E A CONTA

PORQUE ESTÃO AS MARCAS DE TOPO A VOLTAR-SE PARA PORTUGAL?

CRIARAM UMA PLATAFORMA QUERESOLVE OS PROBLEMAS DA COR

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CRISTINA SAMPAIO

SUSTENTABILIDADE

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CORTE&COSTURA

EDITORIAL

Por: Júlio Magalhães

Por: Manuel Serrão

Miguel Máximo 30 anos Diretor de Finanças & Controle, a vida de Miguel está quase umbilicalmente ligada à TMR Fashion Clothing, que agora dirige numa parceria familiar com a tia Margarida (CEO) e a prima Mariana (Direção Comercial). Desde criança que as horas livres eram passadas na empresa, assumindo a gestão ainda antes de ter terminado a faculdade. Acumula formações em Direção de Empresas (Porto Business School) e Finanças e Controle de Gestão (Católica), queixa-se do “pouco tempo para namorar”, mas não dispensa os treinos de boxe - “aliviam o stress, são tão extenuantes que só consigo pensar na pancada que vou levar a seguir”

A MODA DO MADE IN Não é de agora nem se trata de uma notícia fresca, mas nunca é demais repeti-la e a nossa entrevista de capa puxa por ela. O made in Portugal está cada vez mais na moda e é fundamental aproveitarmos essa boa onda.

Como já levo mais de 30 anos destas andanças internacionais com a moda e o têxtil nacionais, lembro-me bem dos tempos em que o made in Portugal não era uma mais valia. Não esqueço aqueles tempos e aquelas feiras onde os expositores da época não só não tinham interesse em anunciar-se como portugueses, como chegavam ao ponto de usar toda a imaginação possível para disfarçar essa proveniência.

Os tempos atuais são felizmente bem diferentes e agora até existem casos onde parece quase obsessivo o exagero em “gritar” a alto e bom som que somos produtores portugueses, de Portugal.

Como salientou o nosso triunvirato da Givachoice, até nos Estados Unidos já é indesmentível a tendência para diversificar os mercados fornecedores e o made in Portugal, como parte integrante do made in Europe, está claramente na mira de muitos compradores americanos. Há que surfar esta onda, como agora também é moda dizer. t

O Miguel é um homem entre mulheres. Como é trabalhar com a tia e a prima?

Para um homem como eu, educado por mulheres, não poderia haver nada melhor do que trabalhar entre e com mulheres que tiveram um papel importantíssimo na minha educação e na pessoa e profissional que sou hoje. E no caso da TMR, o ADN de mulher está bem patente e ainda bem.

A vossa empresa tem o “conforto” de uma casa. É assim que fidelizam os vossos colaboradores?

Creio que esse fator fideliza não só os colaboradores mas também os clientes e no fundo todos os nossos stakeholders.

Como é que se mantêm os negócios em pandemia?

Felizmente conseguimos reinventar-nos mais do que uma vez em pouco mais de um ano, e assim não só manter como aumentar o volume de negócios. Numa fase inicial com a produção de máscaras, e de seguida surgiram com muita força as categorias de loungewear e sportswear, que acabaram

por ser as principais responsáveis pelo aumento do volume de negócios que tivemos em 2021.

Qual a estratégia da TMR relativamente à internacionalização? É a estratégia da própria empresa, já que exporta a 100% de forma direta. Tentamos tanto quanto possível adaptar a nossa proposta de valor a cada país e ao segmento de mercado, numa comunicação omnicanal, passando pelas feiras internacionais com o apoio da ASM. Qual é a grande aposta da TMR em termos de mercados para 2022?

Na reta final de 2021 adquirimos uma unidade produtiva que aumenta consideravelmente a nossa capacidade interna de produção. Em termos de mercados, continuamos focados na nossa presença na UE, nomeadamente na Alemanha e Holanda, e crescer no mercado francês, começando já pela nossa primeira participação na PV Paris. Também queremos crescer nos EUA, onde já temos clientes na costa este. t

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- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Cláudia Azevedo Lopes Telefone: 969 658 043 - mail: cl.tdetextil@gmail.com Registo provisório ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/

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“O Estado devia reduzir a taxa de IVA das faturas de energia ou conceder uma subvenção, à semelhança do que fez recentemente com o gasóleo e gasolina”

PERGUNTA DO MÊS Texto: Cláudia Azevedo Lopes Ilustração: Cristina Sampaio

RUI GORDALINA CEO DA OLDTRADING

QUE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DOS CUSTOS GALOPANTES DO GÁS E DA ENERGIA? Ano novo, problemas velhos.

Empenhada na retoma económica que a pandemia teima em condicionar, a ITV une-se a uma só voz contra os aumentos sem precedentes dos custos de contexto. Os preços do gás, energia e transportes estão a tornar-se asfixiantes e os empresários não se cansam de avisar que está em risco não só a viabilidade das empresas como a da própria economia nacional.

Neste momento, parece que só a intervenção do governo poderá ajudar a encontrar uma solução para esta situação. A indústria pede que não lhe apaguem a luz.

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s margens de lucro esbatem-se de dia para dia, mas este esforço por parte das empresas não pode durar para sempre, especialmente quando o problema parece não ter fim à vista.

“Fomos obrigados a rever os preços de venda e, consequentemente, os nossos clientes reagiram com enorme desagrado. É que para além do acréscimo destes custos energéticos, também

fomos forçados a acondicionar os aumentos brutais das matérias-primas”, conta Rui Gordalina, CEO da Oldtrading, que neste momento diz estar completamente refém dos aumentos energéticos, sem nada poder fazer para contornar a situação.

“A nossa estrutura produtiva e industrial não permite alterar as fontes de energia. Estamos completamente dependentes da energia elétrica”, explica.

A solução, garante o empresário, terá de passar por medidas

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“Ainda não vimos medidas reais de ajuda às empresas nesta área e garanto que quando acordarem, em muitas situações já será tarde!”

“Esta situação poderá ser atenuada através do investimento em fontes autónomas e redução do consumo via eficiência e controlo dos equipamentos”

“A única forma de uma situação destas ser travada ou atenuada é com a intervenção do Estado de forma objectiva reduzindo algumas taxas e impostos”

NUNO OLIVEIRA DIRECTOR-GERAL DA PERFIL CROMÁTICO

JOÃO BRANDÃO

CARLOS CARVALHO SÓCIO-GERENTE DA CARVEMA TÊXTIL

governamentais, já que as empresas não têm meios para dar resposta aos sucessivos aumentos. “O Estado devia reduzir a taxa de IVA das faturas de energia ou conceder uma subvenção, à semelhança do que fez recentemente com o gasóleo e gasolina”, sentencia.

E se em termos de volume de encomendas, a subida dos preços do gás e da energia não teve um efeito significativo na Perfil Cromático - que até aumentou a faturação em 2021 – o cenário

é bem diferente no que respeita aos lucros, que emagrecem a olhos vistos. “Os custos relacionados com a energia mais do que duplicaram e rapidamente absorveram todo o lucro existente, colocando facilmente as empresas com prejuízos altíssimos. A nível interno, o impacto é simplesmente brutal, uma vez que com esta nova realidade, o negócio da Tinturaria/Acabamentos passou a ser questionável”, afirma Nuno Oliveira.

O diretor-geral da Perfil Cro-

CEO DA ERT

mático diz mesmo que o que tem valido “é que todos os nossos clientes estão direcionados para um segmento de mercado médio/alto, e por isso conseguem suportar o inevitável aumento de preços a que também foram sujeitos”. No entanto, “a escalada de preços não pára, e por isso uma nova revisão de preços está a ser avaliada e será uma realidade”, alerta. É em medidas internas que a empresa se tem apoiado para conseguir manter a cabeça fora de água. “Estamos a agilizar o processo produtivo reduzindo a improdutividade e os reprocessamentos. Reativamos também a caldeira a biomassa e fizemos um novo contrato – parcial – de gás, que nos permitiu reativar parte da Cogeração, disponibilizando águas quentes para o processo produtivo”, explica.

Paliativos que estão, no entanto, longe de constituir uma solução. “A resolução deste problema não poderá ser feita ou imaginada por nós. A nós cabe-nos a tarefa de tingir e acabar malha. Está na hora de o governo central reagir de uma forma séria a esta questão. Eles é que têm a obrigação de arranjarem a solução para este problema. Ainda não vimos medidas reais de ajuda às empresas nesta área e garanto que quando acordarem, em muitas situações já será tarde!”, adverte Nuno Oliveira.

Considerando serem dos cost drivers mais significativos na produção têxtil, o CEO da ERT, João Brandão, vê estes aumentos a impactarem tanto de forma direta como indireta. “O aumento dos custos da energia, em especial a eletricidade, tem um impacto direto nos nossos processos produtivos, que não são focados em trabalhos de mão-de-obra intensiva, mas sim em capital intensivo, com elevado consumo energético.

Por outro lado, temos os fornecedores a passar globalmente pela mesma situação e a forçar aumentos nas matérias-primas, para além dos acréscimos ante-

riores, já tidos em 2021, relativos ao custo da matéria-prima e transportes”, relata, explicando que a única alternativa foi passar o aumento de custos para os clientes. “O que se tem demonstrado bastante difícil, porque clientes industriais, particularmente os da área automóvel, são adversos a este tipo de negociação”, expõe.

Para tentar atenuar o problema, a ERT está a avançar com um projeto interno de produção de energia fotovoltaica, ao mesmo tempo que realiza um trabalho exaustivo no que concerne à eficiência dos seus equipamentos para reduzir o consumo. E esta é, na opinião de João Brandão, a solução que o setor terá de abraçar.

“Esta situação poderá ser atenuada através do investimento em fontes autónomas de abastecimento, redução do consumo via eficiência e controlo dos equipamentos, e também pela via negocial. Por fontes autónomas, refiro a energia solar, que hoje traz um benefício para além da sustentabilidade.

Em termos de equipamentos, é necessária uma análise de consumos e picos, verificando onde estão a acontecer e o que pode ser feito. Quando possível, devemos equacionar produção em vazio/super vazio, caso seja possível, quer em termos técnicos, quer em termos laborais”, completa.

Posição semelhante definiu a Carvema, que nos últimos 15 anos fez questão que todos os investimentos feitos pela empresa tivessem em conta a vertente de eficiência energética, precisamente para reduzir o peso desse fator nos custos de produção e assim aliviar um custo de contexto que sempre foi dos mais pesados para o setor. Ainda assim, as recentes subidas obrigaram a um aumento na casa dos 40% do preço dos serviços da empresa, sob pena de passar a produzir com prejuízo operacional.

“Esta não é uma situação nor-

“Tentar produzir mais quantidades com a mesma estrutura e reduzir um pouco as margens de comercialização, é a única forma de contornar a situação” ALFREDO MOREIRA DIRECTOR-GERAL DA BABY GI

mal de aumento dos custos de produção, mas sim uma questão geopolítica com propósitos muito bem definidos e com o objetivo de provocar danos concretos. O seu impacto é imediato, alterando as margens do negócio, influenciando negócios já fechados, cancelando outros, etc.”, revela Carlos Carvalho, sócio-gerente na Carvema Têxtil, que de outubro de 2020 a janeiro de 2022, viu a conta do gás natural da empresa passar de 65 mil para 345 mil euros.

“E embora estes custos afetem diretamente o nosso negócio – tinturarias, estamparias e lavandarias –, lembro que fazemos parte de uma cadeia de produção. Se os nossos clientes não conseguirem encomendas, porque as perdem devido ao preço para países como a Turquia, tudo vai sofrer: as empresas vão fechar, o desemprego vai aumentar, etc,” explica Carlos Carvalho, que também é da opinião de que só o Estado poderá ajudar o setor neste momento.

“A única forma de uma situação destas ser travada ou atenuada é com a intervenção do Estado de forma objetiva, permitindo a redução de algumas taxas e impostos que as empresas pagam, de forma a se financiarem para pagar estes custos absurdos”.

Já Alfredo Moreira, diretor-geral da Baby Gi, afirma que para já o impacto do aumento da energia não se faz sentir diretamente na produção da empresa, mas sim através dos fornecedores de matérias-primas.

“Já nos fizeram aumentos muito grandes nos últimos fornecimentos”, afirma o diretor-geral, que revela não ver muitas soluções para esta questão, a não ser passar esse custo para o valor de venda das coleções da marca.

“A única forma de contornar a situação é tentar produzir mais quantidades com a mesma estrutura e reduzir um pouco a margem de comercialização, ficando na expectativa de que a situação a curto prazo estabilize”, revela ao T Jornal. t

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A DOIS CAFÉS & A CONTA MaSo Studio – Ferreira e Soeiro Rua do Passeio Alegre, 20 4150-570 Porto

Bebidas Dois café e uma água mineral, na sala de reuniões do Centro de Incubação do Porto, da ANJE, Associação Nacional de Jovens Empresários

MANUEL FERREIRA E TOMÁS SOEIRO

37 ANOS (AMBOS) FUNDADORES DA MASO STUDIO Manuel faz maratonas, Tomás pratica enduro e até já fez parte da seleção nacional de downhill, pelo que endurance e pedalada não lhes falta. Mas o que os juntou foi mesmo o propósito de encontrarem uma solução para resolver os processos de cor nas empresas, que tantas dores de cabeça lhes deram, embora partissem de diferentes posições.

Com formação técnica na área do audiovisual (Politécnico do Porto), Manuel foi parar a uma das gigantes dos acabamentos têxteis, enquanto o curso de gestão e negócios internacionais (IEFS) levou Tomás até ao negócio das máquinas para os sistemas de cor. É nos filhos que Tomás leva a dianteira, com dois (Aurora, 3 anos, e Tomás (11 meses), contra um do Manuel, o Mateus, que aos 8 anos já quer ser tenista

PORQUE NA COR NÃO TEM SEMPRE QUE SER ASSIM

Gostam de dizer que foi a cor que os juntou, mas à medida que vão explicando percebe-se que aquilo que verdadeiramente os associou foi, afinal, a dor. As dores de Manuel com as constantes dificuldades na gestão e afinação das cores na empresa têxtil onde trabalhou durante uma década, que por sua vez se transmitiam a Tomás, fornecedor de máquinas e material, constantemente chamado a resolver problemas. Uma dor de cabeça para ambos, que os levou a pensarem numa solução permanente. Para eles e para a generalidade das empresas que lidam com processos de cor.

Foi precisamente com esse propósito que criaram a MaSo Studio, que além de os juntar no nome – Manuel e o Soeiro (o apelido do Tomás) –, juntou também o conhecimento e experiência de ambos sobre a matéria. “O Tomás conhecia todos os problemas, as dores dos seus clientes a lidar com os processos de cor, e eu, que sofria todos os dias, desafiei-o para idealizarmos um cenário perfeito para as empresas que lidam com cor”, explica Manuel Ferreira.

E o que fizeram foi criar uma plataforma – a KIOSK by MaSo.Solutions - que, de forma automatizada e sem riscos, condensa e normaliza toda uma série de etapas do processo de cor. “Uma via rápida para a impressão”, como simplificam, já que permite antecipadamente e em ambiente virtual controlar todo o processo

e todas as variáveis. “Quando passa para a produção já vai com a segurança do processo correto”, asseguram.

“Nas empresas há sempre uma grande resistência à mudança, a ideia de que os impressores são artistas, a falsa segurança de que é assim porque sempre foi assim que se aprendeu e sempre se fez assim. Mas não tem que ser sempre assim, a indústria tem que estar mecanizada e ser eficiente”, expõe Tomás Soeiro, dando conta de que é preciso conhecer as características dos produtos, dos substratos e das máquinas.

E o que a plataforma faz é unificar todos os parâmetros. “Otimiza recursos, humanos inclusive, e ajuda a indústria a ser mais eficiente e ecológica”, avança Manuel, explicando o que se passa com as tradicionais cozinhas de cor: “o processo tem muitas vezes que se refazer duas e três vezes, com um consumo brutal de água e energia. Produções inteiras repetidas, o que faz com que a sustentabilidade não passe em muitos casos de uma ideia”.

Além da gestão de expetativas – o cliente sabe à partida o que é possível fazer – a aplicação web permite que o processo seja afinado em conjunto, por qualquer pessoa e em qualquer parte do mundo.

“Com a KIOSK, um designer que está em Nova Iorque ou na Austrália pode acompanhar o processo, testar várias opções e tomar a decisão. Quando vai para a im-

pressão, todos os parâmetros estão definidos”, exemplifica, dando conta que sem a aplicação tudo se faz na base da tentativa e erro e que para a confirmação ou se vão trocando amostras ou o cliente tem que se deslocar à empresa. “Daí que seja mesmo uma via rápida para a cor”, remata.

Fruto da experiência de ambos e dos problemas vividos, os fundadores da MaSo confessam que não foi difícil chegar à solução. O principal desafio foi mesmo desenvolver o modelo com os programadores informáticos. A versão funcional ficou pronta em junho e desde aí a missão tem sido espalhar a boa-nova.

Ao mesmo tempo avançaram com outro projeto, um sistema de rastreabilidade de processos e produtos capaz de fornecer aos consumidores uma etiqueta – em QR Code – que dá conta de todo o percurso que envolveu toda a cadeia de produção. Saber de onde vem e toda a intervenção que teve, para que chavões como ecologia, sustentabilidade e circularidade tenham conteúdo real. Utiliza a tecnologia blockchain, que valida todas as informações, mas quem quiser saber mais sobre esta novidade, o melhor é reservar já uma entrada para o MODTISSIMO (Exponor, 16 e 17 de fevereito). Foi o palco que os fundadores da MaSo Studio escolheram para dar a conhecer o projeto, bem como toda a informação sobre a plataforma KIOSK by MaSo.Solutions. t

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2. A EMPRESA BARATA GARCIA FOI UMA DAS PREMIADAS DA NOITE, RECEBENDO DAS MÃOS DE BRAZ COSTA O PRÉMIO PARA O MELHOR FILME DE TÊXTEIS TÉCNICOS

FOTOSÍNTESE Por: Mariana D'Orey

1. JÚLIO MAGALHÃES APRESENTOU PELA PRIMEIRA VEZ O ÚNICO FESTIVAL DE CINEMA DE MODA PORTUGUÊS

A NOITE DA MAGIA DO FFF Luzes, câmara e muita ação marcaram a 8ª edição do Fashion Film Festival, que regressou com toda a grandiosidade às antigas instalações da Fábrica ASA, em Guimarães.

Uma noite de encontros, de distinções e de arte, que fica marcada pela inabalável certeza de que juntos ficam todos mais fortes

7. MARTA MOTA PREGO FOI A ELEITA PARA ENTREGAR O PRÉMIO NA CATEGORIA DE TÊXTEIS-LAR

6. FOI EM CASA, EM GUIMARÃES, QUE FICOU O RECÉMCRIADO PRÉMIO DE TÊXTEIS-LAR, ATRIBUÍDO À EMPRESA VIDDA ROYALLE, DE TERESA SILVA

12. MAS NÃO SÓ OS FILMES DE MARCA TÊM LUGAR NO FFF, QUE VALORIZA TAMBÉM O TRABALHO DE AUTORES INDEPENDENTES COMO ANDRÉ TENTUGAL, DISTINGUIDO POR “FAGAN”

11. A MODA INFANTIL DEU TAMBÉM CARTAS NA CATEGORIA DE MELHOR FILME NACIONAL, ENTREGUE À JÁ VETERANA EM DISTINÇÕES PIUPIUCHICK, REPRESENTADA POR MARTA MOREIRA

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4. PARA ALÉM DOS PRÉMIOS, A NOITE FICOU AINDA MARCADA PELA VOZ INCONFUNDÍVEL DA JOVEM ARTISTA PORTUENSE GIIA

3. FOI COM UM SORRISO RASGADO QUE FÁTIMA LOPES ENTREGOU O PRÉMIO DE MELHOR REALIZAÇÃO A INÊS OLIVEIRA, PELO FILME “NEW EDEN” DA EMPRESA ADALBERTO

5. AINDA ANTES DA CERIMÓNIA, FÁTIMA LOPES, BRAZ COSTA, MARTA MOTA PREGO E ESTELA REBELO, O QUARTETO DO JÚRI PRESENTE FISICAMENTE NA ASA, POSOU PARA A FOTOGRAFIA

9. OS TÃO DESEJADOS PRÉMIOS AOS QUAIS CONCORRERAM MAIS DE 100 FILMES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

8. UM PENSAMENTO EM LINHA COM O DA DIRETORA EXECUTIVA DA ATP, ANA PAULA DINIS, QUE SUBLINHOU A IMPORTÂNCIA DE APROXIMAR A ITV DA ARTE E DAS PESSOAS

10. RECEBIDO COM MUITA SURPRESA E ENTUSIASMO, O PRÉMIO DE MELHOR FOTOGRAFIA FOI ATRIBUÍDO À RECÉM-CRIADA EMPRESA DE MODA INFANTIL COTTON MOON

13. O ENTUSIASMANTE DISCURSO DE ENCERRAMENTO DA 8ª EDIÇÃO DO FFF COUBE AO VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE GUIMARÃES, PAULO LOPES SILVA

14. ... E, CLARO, NÃO PODIA FALTAR A VOTAÇÃO DO PÚBLICO, MATERIALIZADA NO PRÉMIO T JORNAL, ATRIBUÍDO A “OWN TRADITION 2.0”, DE ANDRÉ CARDOSO

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PETRATEX TEM PARCERIA COM MAIS DE 150 GRANDES MARCAS Especializada no fabrico de todo o tipo de vestuário de luxo e alta gama e graças à polivalência das suas competências, a Petratex Confeções é hoje o parceiro estratégico de mais de 150 marcas conceituadas. A meta é continuar a inovar e fazer do seu departamento de P&D têxtil uma referência mundial.

A empresa de Paços de Ferreira “é considerada uma das líderes do mercado internacional, com técnicas patenteadas e dotadas de grande versatilidade”, como explica a última edição da BOW, a revista da AEP - Associação Empresarial de Portugal.

"É extremamente importante garantir competências para sermos mais eficazes e eficientes" Susana Serrano CEO da Acatel

PORTUGAL PRECISA DE CONTRATAR IMIGRANTES PARA O SETOR TÊXTIL

GREENIN APOIA CRIATIVOS COM PLANO DE FOMENTO

LE EUROPE/LA ESTAMPA APOSTA NA COSTUMIZAÇÃO

Solidária com os artistas nacionais, a Greenin acaba de propor um Plano de Fomento Artístico, no qual uma parte do valor das vendas da sua nova linha, ‘Arte’, será entregue a jovens criativos das mais diversas áreas. Para já, estão disponíveis duas peças para mulher ( leggings e top) e duas para homem (t-shirt e calção), com padrões idealizados pelo artista plástico Falcão.

Chama-se Matteria e é um novo projeto do grupo Satinskin, ao qual pertence também a estamparia Le Europe/ La Estampa. Trata-se de uma nova marca online, sustentável e tecnológica, que desenvolve estampados à medida de cada cliente. “Criámos a Matteria para chegar a mais clientes, dando resposta às pequenas encomenda”, explica Lígia Ramalho, coordenadora de estilo da marca.

6 milhões

de euros foram investidos pela JF Almeida nos últimos anos em melhorias ambientais

Multiplicam-se as queixas das empresas face às dificuldades na contratação de mão-de-obra e há já quem anteveja um enorme problema com a substituição dos 56 mil trabalhadores do setor que chegam à reforma até 2030. “Não há em Portugal quem substitua os trabalhadores que nos próximos dez anos se vão reformar e só com a imigração é que vamos conseguir superar a mão-de-obra que nos vai faltar”, avançou o Presidente da ATP em declarações à RTP. Uma solução que Mário Jorge Machado comparou com o que já fizeram a Alemanha e a França, para onde há décadas emigraram muitos portugueses. “Portugal já

foi um fornecedor de emigrantes para esses países e nós hoje em Portugal precisamos de imigrantes”, disse, explicando que “entretanto, uma parte dos trabalhos está já a ser subcontratada no norte de África, onde, ao contrário da Europa, há muita mão-de-obra jovem que precisa de emprego”.

Partindo da realidade de um setor que exporta a 80% e que com o envelhecimento pode perder 56 mil postos de trabalho até 2030, a reportagem partia dos exemplos das dificuldades de três empresas da zona de Barcelos na contratação de colaboradores.

Na confeção Os Cândidos, especializada em alfaiataria, a adminis-

tradora Cristina Laranjeiras pede que “se reconheçam os alfaiates como artistas, o seu trabalho como uma arte, de forma a valorizá-lo e cativar os jovens”, enquanto Francisco Correia, da Frasilpor, alerta que “um dia vamos ter encomendas e não vamos ter quem as execute”. Uma situação que, disse José Costa, administrador do grupo Becri, se não for rapidamente invertida se vai tornar num problema muito sério. “A indústria têxtil é de mão-de-obra intensiva mas não é de trabalho intensivo. É arte. E se olharmos isto como arte, eu acho que vamos atrair novamente os jovens para a indústria têxtil”, acredita o empresário. t

GOOGLE AVANÇA COM FERRAMENTA DE RASTREABILIDADE TÊXTIL A gigante digital Google uniu-se à designer britânica Stella McCartney, ao programa Textile Exchange e à ONG WWF para desenvolver a ferramenta Global Fiber Impact Explorer (GFIE), que tem como objetivo rastrear a sustentabilidade das matérias-primas usadas na produção da indústria da moda. À criadora britânica juntaram-se outras marcas e grupos como a Adidas, H&M e VF Corporation, que em conjunto participaram no desenvolvimento da ferramenta da Google, que se destina a ajudar as empresas a conhecerem a proveniência das matérias-primas usadas e permitir uma tomada de decisão ecologicamente mais responsáveis.

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JOAPS ASSINALA 25 ANOS COM PRÉMIO AOS TRABALHADORES A comemorar o 25º aniversário, a JOAPS decidiu fechar 2021 atribuindo uma gratificação a todos os seus funcionários. A empresa de confeção de malhas distribuiu um prémio de acordo com o salário e antiguidade de cada trabalhador.

Os que estão na empresa desde o seu início receberam 100% do salário e os novos membros metade dele. A esta iniciativa juntam-se as habituais distinções de mérito, assiduidade e a distribuição dos lucros mensais da empresa.

"Os custos da energia vão ter mais impacto nas empresas do que a Covid-19" Manuel Gonçalves Administrador do TMG Group

ALUNOS DA UNIVERSIDADE DE HAMBURGO NA PETRATEX

É a inovação e tecnologia do têxtil português a atrair a atenção dos especialistas de todo o mundo. Desta vez, foi a Universidade de Hamburgo, na Alemanha, que trouxe os seus alunos até Portugal para conhecerem o que de mais inovador se faz no cluster têxtil. Numa visita guiada à Petratex, ficaram a conhecer os serviços e práticas sustentáveis da empresa especializada no fabrico de todo o tipo de vestuário de luxo e de alta gama, graças à polivalência as suas competências. t

BARCELOS ASSINALOU OS 100 ANOS DA BARCELCOM Foi com uma conferência e a abertura de uma exposição documental e de equipamentos que o município de Barcelos comemorou o centenário do nascimento da Fábrica Barcelense, que está na origem da atual Barcelcom.

Gaspar Sousa Coutinho, o atual diretor-geral da empresa, foi um dos oradores convidados.

Para assinalar a efeméride, logo no início de 2021, a empresa de Barcelos especializada em têxteis técnicos para saúde e desporto tinha avançado com a apresentação de um novo logótipo e uma afirmação forte: “Não fazemos apenas 100 anos, vivemo-los de forma intensa”.

Fundada em 1921, a Fábrica Barcelense iniciou a sua atividade com o fabrico de rendas

e passamanarias, acabando em 1931 por se lançar no fabrico de meias e peúgas, ao que se seguiu, em 1935, a secção de tinturaria. Mais tarde, foi dotada com fiação de lã e, em 1960, com o fabrico de malhas e confeções.

Hoje a Barcelcom posiciona-se nos artigos tecnológicos e inovadores, com destaque para as meias e mangas de compressão graduada, orientadas para o setor da saúde (o tratamento pós-operatório, por exemplo), desporto e fisioterapia (a recuperação de lesões musculares). Com presença em múltiplos mercados – acaba de entrar no Iraque –, o grande objetivo da Barcelcom passa agora por acelerar o processo de internacionalização que tinha sido travado em 2020 pela pandemia. t

58 MILHÕES PARA INOVAÇÃO E DIGITALIZAÇÃO NA ITV Chama-se TEXP@CT e é um pacto que junta 35 empresas e entidades ligadas ao Têxtil e Vestuário, Tecnologias de Informação, Eletrónica e aos sistemas de Investigação e Inovação (I&I). Prevê um investimento à volta dos 58 milhões de euros e está já pré-qualificado no âmbito do PRR – Programa de Recuperação e Resiliência, no domínio das Agendas Mobilizadoras.

Liderado pela Impetus e com coordenação técnica do

CITEVE, o projeto associa ainda as empresas A. Fiúza e Irmão, LMA, Pedrosa e Rodrigues, Têxteis Penedo, P&R Têxteis, Tintex, Adalberto, Petratex, TMG, ERT, Borgstena, Têxteis JF Almeida, Riopele e Têxtil André Amaral. Da área das TIC e dos bens de equipamento estão o Grupo ESI, Sistrade, Inforcávado, F3M, Infos, Sampless, ViaTel, NOS, Plux, Smartex, Mind, Dynasys e M-Tex, enquanto as entidades não empresariais são

o CeNTI, CCG, INESC TEC, IPVC, FADEUP e CENIT. O objetivo é criar um conjunto de soluções inovadoras pra a ITV no âmbito da indústria 4.0, por via de atividades de I&I, o desenvolvimento de pilotos industriais demonstradores e reforço das competências digitais da força laboral. Com resultados imediatos nas empresas participantes, mas também comprometido no alargamento desse impacto à globalidade da ITV portuguesa. t

DIGIDELTA REFORÇA ESTATUTO DE EXPORTADOR EUROPEU A Digidelta reforçou a sua posição na área das exportações europeias ao integrar o Sistema de Exportador Registado. O registo permite aos exportadores e reexpedidores emitirem os seus próprios atestados nos documentos comerciais. A empresa portuguesa também foi recentemente distinguida com o selo “Estatuto Inovadora Cotec 2021”, que reforça a vertente inovadora das gamas Decal, marca própria da Digidelta de consumíveis para máquinas de impressão digital de grande formato.

MAIS APOIO À CAPITALIZAÇÃO DAS EMPRESAS O governo alargou as garantias públicas nos empréstimos do Estado e criou um novo instrumento de capitalização.

“São dois instrumentos muito importantes para ajudarmos a financiar o investimento produtivo e a recapitalizar as nossas empresas”, afirmou o ministro das Finanças, Pedro Siza Vieira. É alargado o âmbito de intervenção do Fundo de Contragarantia Mútuo de forma “mais permanente”, permitindo não só a concessão de empréstimos a PME, mas também empresas entre os 500 e os três mil trabalhadores. Foi também aprovado o regime dos empréstimos participativos que podem ser feitos às empresas que, em vez de pagarem uma taxa de juro, pagam uma remuneração em função dos resultados.

50%

das vendas de moda na Europa em 2020 foram feitas com desconto

SACOOR BLUE ALARGA A SUA REDE DE LOJAS A Sacoor Blue tem uma nova loja no GuimarãeShopping, onde disponibiliza ao público coleções que servem tanto um estilo casual como formal. Esta é a sexta loja da recente marca de roupa masculina e jovem do Grupo Sacoor, que se prepara para abrir também na Madeira, Amadora, Torres Novas, Braga e Vila Real. No mercado internacional, marcará presença na Malásia e Dubai. Há mais de 30 anos que o grupo Sacoor atua no ramo da moda, com as marcas Sacoor Brothers, Sacoor Outlet, Sacoor Kids, Sacoor One e, agora, Sacoor Blue.

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X A MINHA EMPRESA Ygrego – Têxtil, Lda

Zona Industrial de Vilarinho de Cima 4585-248 Gandra (Paredes)

O que é? Empresa de confeção Marcas Foursoul e Sanjo Plantel 28 trabalhadores diretos e mais cerca de 150 indiretos Faturação Cerca de 4 milhões de euros Clientes Lojas multimarca e marcas exportadoras

FILME DA VALÉRIUS 360 PREMIADO EM ITÁLIA Inspirado no ciclo de vida das roupas e na reciclagem dos têxteis, a Valérius 360 viu o seu primeiro filme de moda reconhecido: “Keep Moving by Valérius 360” arrecadou o prémio de melhor cinematografia no Digital Media Fest, em Itália. Nas redes sociais, a empresa agradeceu não só ao júri do festival mas também à realização, à Valérius Hub e à RDD Textiles . “Gostávamos de expressar também o nosso apreço à Farol de Ideias pelo trabalho incrível, em especial ao Miguel Sevivas, realizador do filme”, acrescentou ainda a empresa.

"O aumento dos custos de transporte, de energia e de mão de obra é um cocktail explosivo" Rui Martins Administrador da Inovafil

CONTEXTILE CONVIDA 10 TÊXTEIS PARA MECENAS DA 6A EDIÇÃO A Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea – convidou dez empresas têxteis a serem embaixadoras da edição de 2022, agendada para de 3 de setembro a 30 de outubro. O papel destes mecenas será o de dinamizar a inovação e a criatividade e promover a valorização da cultura têxtil. “A adesão destes dez mecenas transformam a cidade de Guimarães no epicentro de um processo de ligação entre artistas, criadores e a comunidade, e reforça a identidade do lugar”, anunciou a organização, sem ainda revelar o nome das empresas.

Ygrego suporta o sucesso da Foursoul, mas está aberta a desafios Há uma regra de vida que faz com que a determinada altura as pessoas deixem de ter nome próprio e passem a ser conhecidos como os pais deste ou daquele. Sinal de um novo ciclo, do reconhecimento dos descendentes, que é, afinal, o que todos procuram. Ora, é assim que hoje acontece com a Ygrego, a confeção onde tudo nasceu, mas que é hoje claramente secundarizada pela marca que criou, a Foursoul. Mas vamos por partes.

O espírito empreendedor de Pedro Carvalho e Maria João Lascasas vem já dos bancos da escola. Ainda estudantes de Gestão de Empresas, mas já namorados, vendiam aos colegas amigos, e no final do curso, enquanto todos iam trabalhar para a banca, eles começaram a vender T-shirts às lojas da Baixa do Porto. “Eram bons negócios, alguns pensavam que eram roubadas ou contrabando”, conta Pedro, dando conta de que o negócio corria tão bem que para abastecer os clientes tiveram que começar a colocar encomendas nas fábricas.

Estávamos na viragem do século e o passo seguinte foi começar também a fabricar, e assim nascia a Ygrego (2001). Depressa um agente, da Dinamarca, tomava conta de praticamente toda a capacidade produtiva, que exportava para marcas de vários países, e aí estava criado o problema. “Começou a apontar defeitos, a desvalorizar o nosso trabalho, mas logo percebemos que o objetivo era apenas baixar preços”, pelo que houve que mudar de vida.

“Queríamos valorizar o nosso trabalho, acrescentar criatividade e, por isso criamos a Foursoul. A pri-

meira coleção foram 15 T-shirts, mas foi um sucesso”.

Marcavam a diferença pelas cores e design. “No início trabalhávamos só com malhas mas fomos metendo os tecidos, de várias origens e matizes, e hoje até desenvolvemos tecidos de criação própria e enriquecidos com sublimados”, contam, com evidente satisfação.

Dirigida a um púbico feminino e cada vez mais jovem, a Foursoul é hoje uma marca com forte reconhecimento e implantada em todo o território nacional, incluindo as ilhas, com uma faturação que se tem sistematicamente duplicado nos últimos anos.

A par das malhas e dos tecidos, já oferece também gangas e até sneakers. E como a imaginam daqui a 10 anos? “Como a melhor marca em Portugal e conhecida em toda a Europa”, respondem sem hesitação.

Com a exigência da marca, também a Ygrego teve que crescer e modernizar-se. Com equipas de design e de desenvolvimento próprias, trabalha também com cerca de uma dezena de outras marcas portuguesas e acaba de tomar conta da produção e distribuição têxtil da Sanjo, que juntou à Foursoul numa parceria com a M2Bewear, dona da marca.

“Estamos bem. Temos as equipas de modelação e design e estamos com cerca de 150 encomendas em execução”, explicam Pedro e Maria João, dando conta dos projectos de expansão. Estão abertos a novos desafios, a propostas de produção para novas marcas, e a ideia é avançar no canal de exportação: estão já em processo de contratação de um comercial para esse efeito. t

74 milhões foi o volume de negócios da Sonae Fashion no segundo trimestre de 2021

DESFILE & SHOWCASE DO GUIMARÃES MARCA “CRIA NOVAS SINERGIAS”

Foi sob os motes otimizar e criar novas e surpreendentes sinergias que decorreu a 2ª edição do Guimarães Marca Fashion Festival, que reuniu nas antigas instalações da fábrica ASA 25 marcas vimaranenses. O ponto alto do evento, que procura valorizar os produtos de Guimarães, foi o Desfile & Showcase.

Desenvolvido com a curadoria, design e conceção de Katty Xiomara, contou com a presença de empresas da área têxtil, dos têxteis-lar ao vestuário, mas também marcas de calçado, peixe congelado ou detergentes. “O mais interessante foi criar uma unidade nesta grande diversidade mas ao mesmo tempo preservar a sua individualidade”, referiu Katty Xiomara, que pelo segundo ano consecutivo assumiu a curadoria do evento.

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SKATE E WORKWEAR NAS NOVAS COLEÇÕES DA SANJO

A FASHION FORWARD Por: Teresa Pereira

PRIMAVERA |VERÃO 23 A estação de Verão 23 convida-nos a analisar as mudanças para podermos encontrar o equilíbrio e a felicidade individual.

Podemos dizer que a auto-avaliação e a auto-realização caminham de mãos dadas e que a inspiração que procuramos pode unir vários conceitos.

Como uma valorização para um estilo de vida, o conceito do conforto da casa ou de explorar campos desconhecidos de lugares distantes ou pela nostalgia do passado ou da realidade virtual para que possamos sentir novas sensações.

A necessidade de criar novos produtos que promovam o bem-estar e a beleza, vão ser particularmente importantes nesse processo de mudança na estação de Verão 23.

As cores e os materiais sedutores são um bem necessário para a ligação entre natureza e tecnologia para nos transmitirem novas sensações, novas experiências, para alimentar a alma e o espírito.

A sensibilização para uma atitude sustentável aumenta.

O natural inspira a estação com tonalidades florais. Com tons suaves, leves e frescos, contrastantes com cores levemente pigmentadas, que criam impacto e que nos remetem a um ambiente botânico.

Inspiração virtual com tonalidades digitais.

As cores são agora adaptadas para o dia-a-dia pela frescura e o impacto visual, estão também associados a um lado mais espiritual e conceptual.

A importância da fluidez dos azuis e verdes vibrantes que contrastam no encontro de um universo otimista e energético.

Ligações à terra, às raízes, à sensação de calor e conforto que sentimos num lugar distante, num final de dia de sol.

Os tons quentes que ficam entre o laranja e o amarelo que nos envolvem numa atmosfera de tons terra e minerais.

A simplicidade dos tons neutros apreciada por si só, a sua origem natural e vegetal, como um desejo espontâneo pelo que é sustentável.

Cores clássicas e neutras vão ser priorizados na representação de peças intemporais e de grande qualidade e surgem como afirmações de moda. t

Com uma forte cultura do skate, a Sanjo lançou uma nova coleção de vestuário, desta vez em colaboração com a revista de skateboarding Surge.

As novas propostas vão desde calções a T-shirts, camisas e casacos zippers com inscrições relacionadas com a arte do skate.

Também ‘Timeless Resistance’ faz parte do novo portefólio da marca, uma coleção de workwear que mistura traços da marca dos anos 50 com um estilo desportivo, através de detalhes vintage urbanos.

+351 REFORÇA APOSTA NO ALGODÃO ORGÂNICO A urgência de abraçar o novo mundo orgânico motivou a marca portuguesa +351 a reforçar a sua aposta no algodão orgânico. Agora, 90% dos seus produtos são 100% orgânicos, um passo rumo à sustentabilidade que ganhou forma com as peças New Organic World da sua última coleção.

Como sublinha a marca, “os métodos orgânicos apoiam a diversidade e os ecossistemas saudáveis” ao mesmo tempo que “melhoram a qualidade do solo e geralmente utilizam menos água”.

MARITA MORENO DISTINGUIDA NOS GERMAN DESIGN AWARDS É mais uma distinção para a marca de acessórios sustentáveis Marita Moreno, que foi premiada nos German Design Awards.

Desta vez com os sapatos Dali Azores, vencedores nas categorias de Excelente Design de Produto e Eco Design. Femininos e à base de cortiça branca, os sapatos bicolores de tecelagem artesanal são produzidos com recurso ao cork-a-tex, um fio de cortiça e algodão.

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SIR TILE DESAFIA A PUXAR AS MEIAS PARA CIMA Puxa as tuas meias para cima ("Pull your socks up”) é a mais recente campanha da portuguesa Sir Tile, que chegou a este inverno com novos modelos de meias, coloridas e com os padrões de azulejo portugueses em destaque, não fosse esse o principal motivo de inspiração dos criadores, João Portas e Paula Cortez. São doze os novos modelos unissexo disponíveis numa mescla de cores e com padrões mais simples que outros. As meias, de 90% algodão egípcio, são confecionadas em Braga.

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"Na moda, em resposta rápida, Portugal está na vanguarda e isso cria uma certa apetência por parte dos clientes" António Cunha Sales Manager da Orfama

SMARTEX PREMIADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE INOVAÇÃO A tecnologia criada pela start-up Smartex para reduzir os desperdicios da indústria têxtil foi distinguida com o Born from Knowledge Award, atribuído pela Agência Nacional de Inovação no âmbito dos Altice International Innovation Awards. O projeto tinha já recebido o prémio Pitch da Web Summit. Já instalada em várias têxteis portuguesas, a tecnologia criada pela Smartex compreende sensores, câmaras e acelerómetros que, através de sistemas de visão computacional e de inteligência artificial, podem detetar defeitos nos tecidos logo a partir da tecelagem.

AOS 74 ANOS A LANIFÍCIOS IMPÉRIO TORNOU-SE DIGITAL Nasceu na serra da Estrela em 1947 e rapidamente se converteu na mais importante fábrica de lanifícios do interior do país, graças ao reconhecimento da sua qualidade e variedade de tecidos. Atingida em cheio pela crise de 2008, a Lanifícios Império foi depois levantada das cinzas por Isabel Costa e tornou-se na fábrica de tecidos de confeção da Burel Factory, recuperando um património único que chega agora também ao mundo digital.

“O tempo exigiu que a marca de adaptasse e se digitalizasse para poder acompanhar os seus pressupostos”, diz a Burel, dando conta de que a Lanifícios Império tem agora um site online onde a sua história continua. Uma novidade que, além de permitir conhecer a génese e o percurso histórico de uma fábrica que se tornou património coletivo, a coloca, aos 74 anos, no mundo dos negócios digitais.

“Podemos ver alguns dos seus tecidos, ter acesso ao catálogo digital, pedir amostras de tecido, orçamentar coleções e criações, tecer corpo a novas ideias e encontrar soluções de tecidos”, explica a Burel. Tudo com base num património único de arte e saber que esteve na iminência

de desaparecer e foi pacientemente resgatado e recuperado.

“Em 2012, quando já havíamos comprado a fábrica e avançado com o projeto de recuperação, fomos surpreendidos nos despojos da fábrica com um espólio vastíssimo de tecidos de confeção, livros de debuxo, segredos escondidos. A Lanifícios Império, nua e crua, cheia de história mas mais atual do que nunca”.

Um resgate só recentemente concluído que agora se oferece na Laniteca da Burel Factory,

que está aberta ao público.

Criada em 1947 e recriada em 2021, a Lanifícios Império é hoje uma marca portuguesa de tecidos de confeção com uma vasta coleção composta na sua maioria por lã da Serra da Estrela. Mas nem só, já que se complementa com outras propostas como flanelas, meltons , tartans , bouclés , tweeds ou outros que, pela sua tipologia e finalidade, exigem que a sua composição integre outro tipo de fibras como a seda, o algodão e fibras sintéticas. t

PROJETOS DA FILEIRA TÊXTIL APROVADOS PELO PRR O projeto liderado por 13 empresas do setor têxtil para a utilização otimizada da água em contexto industrial, que junta ainda as universidades do Porto, Minho e Beira Interior, CITEVE, INEGI e INESCTEC e prevê um investimento de 25 milhões de euros, foi aprovado no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Adalberto, Albano Morgado, Riopele, Fitecom, Valérius,

JF Almeida, Tintex, Domingos Sousa & Filhos, Acatel, Crispim Abreu, ATB, Rifer e Tinamar são as 13 têxteis envolvidas, às quais se juntam ainda cinco empresas de setores relacionados: Ioteck, Smart Separation, Aquitex, Castro Pinto & Costa e Enkrott.

O projeto prevê reduzir drasticamente a utilização de água nos diversos processos de produção da indústria têxtil e ainda a reutili-

zação daquela que entra nesse processo, o que permitirá a utilização cada vez em menor quantidade de novos f luxos.

Ainda no âmbito do setor têxtil, os responsáveis do PRR anunciaram também a aceitação de um outro projeto liderado pela Polopiqué, denominado Projeto Lusitano: Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial da Indústria Têxtil e do Vestuário de Portugal. t

RESULTADOS DA DAILY DAY CRESCEM COM PRESENÇA EM FEIRAS Depois de em 2020 ter registado um crescimento de 50% na faturação, fruto do redirecionamento da produção das roupas para as máscaras, a Daily Day acredita que o fecho de contas de 2021, com a produção já centrada novamente no vestuário, será igualmente de crescimento. Para suportar as previsões estão os bons resultados obtidos pela marca e pela sua empresa mãe, a Lagofra, na Munich Fabric Start, Première Vision e, mais recentemente, no MODTISSIMO 58.

“Em todas as feiras sentimos que quem nos procura tem uma grande vontade de produzir em Portugal, porque reconhece a nossa qualidade e a nossa capacidade em cumprir prazos.

O preço não é uma questão”, revela Ana Prata, sócia da Daily Day. A capacidade de produzir pequenas quantidades e a de proporcionarem ao cliente uma oferta completa dentro das portas – da modelagem à seleção das matérias-primas, passando pela criação de amostras – é outro dos pontos fortes da empresa, a par da sustentabilidade, expressa na certificação GOTS e na escolha de tecidos e fornecedores portugueses. Até porque, garante Ana Prata, “as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o que compram”. t

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"OS NORTE-AMERICANOS QUEREM SAIR DOS MERCADOS ASIÁTICOS"

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n ENTREVISTA Por: António Freitas de Sousa Conceição Barbosa, Ricardo Almeida e Ana Almeida A Givachoice optou por gerir os seus interesses em gestão colectiva, entre família. Com áreas devidamente distribuídas mas um poder de decisão que implica um foco e um alinhamento entre todos, esta forma de gestão tem dado evidentes ótimos resultados. E, com o fim previsto do período mais duro do confinamento, a empresa está no equilíbrio certo para responder positivamente ao que será o regresso em força do mercado onde se inserem. Passado o tempo em que uma parte considerável dos consumidores optou por ultrapassar em fato de treino, o vestuário de qualidade está de regresso aos escaparates

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Givachoice optou por nunca parar a produção, querendo isso dizer que nunca deixou de responder às solicitações dos seus clientes. Isso refletiu-se numa antecipada diminuição do volume de negócios ao longo de dois anos, mas os indicadores para este ano dizem que foi uma opção acertada: as encomendas dispararam e a perspetiva de faturação é suficiente para antecipar que será o melhor de sempre em dez anos de atividade – que a empresa comemora precisamente este ano.

Qual a composição acionista da Givachoice?

Ricardo Almeida (RA): A empresa tem quatro sócios. É uma empresa familiar: Conceição Barbosa e o marido, Albino Barbosa, têm 40% cada um, a sua filha, Ana Almeida, minha mulher, e eu, temos 10% cada um.

Como é gerir uma empresa em regime de triunvirato?

RA: Não sendo uma gestão estanque, existem vários setores dentro da empresa. A produção está mais ligada à Conceição Barbosa e à Ana, o setor financeiro está mais nas minhas mãos e de Albino Barbosa. Há depois alguns setores que se tocam: o comercial, os recursos humanos. As decisões nunca são tomadas individualmente.

Qual é a dimensão da empresa?

RA: Temos duas instalações, uma em Paços de Ferreira e outra em Rio Tinto. O nosso melhor ano em termos de volume de negócios foi 2019, quando atingimos 8,1 milhões de euros.

Depois tivemos uma queda devido à Covid-19, passámos para os seis milhões e fechámos o ano de 2021 com 7,15 milhões.

A empresa foi fundada em 2012.

Quantos trabalhadores?

Ana Almeida (AA): ao todo, 220 trabalhadores, 40 em Rio Tinto.

O que produzem e para quem produzem?

RA: Costumo dizer que somos uma empresa global. Estamos presentes em três continentes e importamos de todo o mundo. Foi isso que nos valeu durante a pandemia, quando houve mais restrições: o mundo não abrandou todo ao mesmo tempo, o que nos permitiu ajustarmo-nos. Nunca parámos, nunca perdemos o foco. Preferimos sacrificar os nossos resultados em prol de mantermos a nossa identidade.

Quais são os principais mercados de exportação?

RA: As exportações são a 100% - há pequenas vendas para Portugal, mas que seguem também para os mercados externos. Como principais mercados temos a Austrália – um mercado que tem vindo a crescer – o norte da América, queremos expandir nos Estados Unidos, mercado em que estamos focados, e a maior parte dos países europeus.

Como será processada a aposta nos Estados Unidos?

RA: Pela presença em feiras – nomeadamente já na maior feira do mundo, a Magic.

Vamos apresentar-nos como uma nova alternativa: nota-se que os clientes norte-americanos querem diversificar mercados, saindo da produção dos asiáticos.

Nota-se essa preocupação?

Pergunto isto porque os produtos asiáticos continuam a chegar em força à Europa.

RA: Não é uma coisa que se possa fazer da noite para o dia,

"Continuamos a trabalhar com o mercado inglês, mas há muitos constrangimentos alfandegários" Criada há cerca de quatro anos, a Miclair é a marca própria da Givachoice, que tem uma loja física no Porto mas está principalmente direcionada para as vendas online. “Ainda é um entretenimento”, refere Ana Almeida – mas que tem possibilidade para apostar num forte crescimento. Direcionada para os segmentos médio e médio-alto e apenas para senhora, “é uma linha com moldes adaptados a quem é jovem mas já não tão jovem assim”. O volume de negócios, estando a correr bem, ainda não é significativo. Mas a Givachoice tem em vista um enquadramento de sustentabilidade: “Portugal não pode vender só serviços, em alguma altura tem de apostar em marcas próprias”, diz Conceição Barbosa – sob pena de as melhores margens continuarem a escapar a uma indústria que já deu bastas provas das suas capacidades. O online é também a plataforma ideal para a Miclair dar o salto para os mercados internacionais – sendo esse precisamente um dos propósitos da marca. O alinhamento estratégico é para manter: vender produtos em que a relação preço/qualidade seja uma das suas mais-valias e por essa via se diferencie da concorrência. A experiência ainda está em consolidação, mas pode ser em pouco tempo um exemplo a replicar entre os que aspiram a que Portugal consiga entrar no restrito mundo dos países que conseguem manter marcas de referência nos mercados internacionais.

até porque a Europa deslocalizou toda a sua produção para a Ásia. Vai demorar o seu tempo, mas a Europa e os Estados Unidos têm que aprender com o que se passou: depender do outro lado do mundo não pode ser. O desperdício de tempo e energia com estas deslocações é um absurdo.

Nos Estados Unidos já é uma mais-valia ser made in Europe?

AA: Até o made in Portugal.

Mais que o made in Europe?

RA: Os clientes do grande volume tenderão a dividir as suas produções para diminuir o risco, optando por mais personalização e tecnicidade e aí a Europa pode ter uma oportunidade.

Temos que acrescentar valor à nossa produção, temos de aumentar as nossas margens.

Conceição Barbosa (CB): Na Givachoice, não temos uma produção massificada, mesmo sendo em regime de private label.

AA: Existe uma preocupação dos clientes não só em deslocar a produção mas em deslocar os próprios materiais. Ou seja: não querem algodão chinês, querem europeu. Estamos a sentir isso.

RA: há uma procura de alternativas nos mercados ditos de qualidade – que é o foco atual.

CB: A nossa política nunca foi a do preço baixo e nota-se que há uma preocupação pela qualidade, pela durabilidade.

RA: É aí que a Europa pode ser a diferença.

Acredita que a reindustrialização da Europa é efetiva?

RA: Existe essa preocupação, existe mesmo essa missão de nos tornarmos menos dependentes de mercados externos.

Mas não existe ainda um consenso na Europa para que seja possível. Se queremos ser Europa, tem de haver um governo Europeu. Não sou um federalista, mas alguém tem de traçar as linhas-mestras.

CB: Já ajudava muito se o nosso governo tivesse outras preocupações. Por exemplo, não nos adaptámos para as alterações do Brexit e a questão alfandegária.

Estamos com muita dificuldade, a criar problemas, ninguém se preparou.

AA: A nossa experiência prática: as coisas saem de Inglaterra, mas em Portugal há sempre entraves legais: as mercadorias ficam retidas duas, três semanas quando antes eram despachadas de um dia para o outro. Prefiro importar da China que de Inglaterra.

Continuamos a trabalhar com o mercado inglês, onde temos uma grande representação, mas há muitos constrangimentos alfandegários.

RA: Há a possibilidade de acordos entre países, temos que simplificar os sistemas de importação e exportação, e isso passa muito pelo nosso Estado.

AA: De qualquer maneira, o made in Portugal está muito bem, é mais valorizado pelos nossos clientes que por nós próprios. Nas peças que produzimos, colocamos a etiqueta da marca e outra que diz made in Portugal. Os nossos clientes destacam isso – é um reflexo do marketing mas também do nosso bom comportamento enquanto indústria. Mas, claro, sai-nos caro.

A Givachoice está portanto preparada para o relançamento em 2022.

O que aconteceu para, ao contrário de outras, não ter recuperado tudo em 2021?

AA: As peças de valor-acrescentado ainda não foram repostas no mercado.

RA:É um segmento que já deu alguns passos, mas ainda não estamos no patamar em que estávamos. Estando a pandemia controlada, não tenho dúvida que o nosso segmento vai dar um salto titânico.

CB: O valor dos negócios que já está previsto para este não tem nada a ver com 2019 e 2020, temos previsto um crescimen-

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À espera do Ramadão O Ramadão é um tempo de celebração dos muçulmanos e também de festa em que os segmentos mais altos do mercado do Islão estão em plena atividade. Entre 60% a 70% da produção da Givachoice segue para o Médio Oriente – por vias das marcas de topo de gama internacionais –, mas não tendo a empresa qualquer cliente direto oriundo dos países árabes. O período – que não obedece a um calendário fixo – obriga a Givachoice a um esforço suplementar que está neste momento a acontecer.

“Em Portugal, as pessoas nem se apercebem disso”, afirma Ana Almeida, por esta altura preocupada em responder às solicitações dos clientes que têm posições a defender no restrito mercado do Médio Oriente.

to brutal para este ano.

AA: Por outro lado, nunca nos dedicámos a máscaras ou a equipamento de proteção.

Preferimos em 2020 e 2021 aguentarmos o nosso trabalho, e agora estamos prontos para continuar. Decidimos continuar a apoiar os clientes, o que foi difícil, e dar a entender que continuamos cá. E eles também continuam.

Que perspetiva de volume de negócios para 2022?

A fasquia deverá andar à volta dos 9,5 milhões de euros. Não gosto de falar disso em janeiro…

CB: Mas o volume de negócios que já está contratado não é comparável sequer ao de 2019.

Terão de fazer investimentos para projetar esse crescimento? Tinham previsto a construção de um armazém.

RA: Vamos relançar esse projeto em 2022. A estratégia é aumentar a capacidade de corte e a logística. Mas também ter em atenção o ambiente em que os nossos recursos humanos trabalham.

AA: Tentámos relançar o projeto em setembro de 2021, mas os problemas na área da construção não o permitiram. O terreno está aqui ao lado.

RA: O maior investimento que fizemos em 2021 foi no reforço dos recursos humanos, que nos permite fazer frente ao crescimento sem causar constrangimentos aos nossos clientes. Aumentámos os sectores comercial, de compras, etc... É o investimento mais difícil: comprar uma máquina, qualquer um compra. Até 2019 não tínhamos uma equipa que acompanhasse o crescimento e com o abrandamento de 2020 e 2021 pudemos proceder a um investimento de médio prazo que nos permite suportar o novo crescimento.

Que impacto teve na empresa o triplo crescimento dos curtos das matérias-primas, dos transportes

"Tem de haver uma diferenciação fiscal das indústrias que têm na mão-de-obra o seu maior custo, as chamadas tradicionais" e das energias?

RA: Neste momento, estamos numa fase de forte procura, há muitos clientes a procurar Portugal, mas o negócio não liberta a margem que libertava há alguns anos. A isso acresce o aumento do valor da mão-de-obra – poucos profissionais inflacionam esse custo. Além disso, fala-se em inflação: mais um problema. Há uma série de obstáculos que não conseguimos prever.

Vão ser os clientes a pagar esses aumentos?

RA: Temos vindo a reduzir os nossos custos fixos. Temos olhado para a questão fiscal.

Temos aumentado a nossa eficiência.

AA: Colocámos painéis solares.

Temos de tentar não aumentar o preço final porque é isso que nos torna atrativos para o cliente.

RA: E temos procurado soluções de automatismos em que não precisamos de recursos humanos especializados. Com tudo, tentaremos chegar a uma redução do custo de produção.

Mas as margens continuarão a descer?

RA: Nos últimos dois anos, foi isso que aconteceu. Todos sabemos que aumentar margem depois de ela descer é muito complicado.

Para que segmento trabalham preferencialmente?

CB: O nosso segmento é o luxo e temos uma vantagem importante: os nossos clientes

dependem de nós. E o facto de não termos estado em lay-off foi muito importante para manter a ligação.

AA: Os clientes precisavam de nós, precisavam de estar preparados para responder ao regresso da economia.

RA: Falta muito conhecimento em termos de engenharia do produto. E o que acontece é que os clientes debitam muita da responsabilidade pelo desenvolvimento de peças no fabricante, principalmente do segmento que a Givachoice tem.

AA: Neste momento somos parceiros dos clientes. Isso aumentou o nosso trabalho - respondemos como uma extensão.

RA: As empresas vão ter de montar centros de desenvolvimento do produto – uma forma de aumentar o valor do produto. Para isso, é preciso que os centros de formação apostem na formação tecnológica.

Os novos investimentos vão nesse sentido?

AA: Os nossos clientes estão cada vez mais dependentes: fecharam armazéns, querem praticamente receber nas lojas e esse trabalho vamos ter de ser nós a fazê-lo. E já estamos a fazê-lo: temos clientes cujas encomendas não vão para eles, mas sim para o mundo todo.

A qualidade é controlada por nós, já não vai ao armazém do cliente.

RA: Cada vez mais o nosso cliente trabalha por encomenda e não por stock. Com a pré-venda, sabem que quantidades vão precisar e fazem os suprimentos a partir da fábrica.

E isso cria dependência.

RA: O cliente, tendo um serviço tão completo, já não é fácil deslocar-se para outro sítio. A estratégia é essa.

O que será a Givachoice daqui a dez anos?

Uma empresa que consolidou a posição - que já hoje tem - de referência no tipo de produto que fazemos. t

“A China oferecia-nos o tecido, nós só tínhamos de pagar o transporte”

Em termos globais, como é que o têxtil e vestuário português respondeu à crise?

RA: Os números falam por si. A indústria têxtil chinesa levou um rombo brutal. Os EPI ajudaram muito. Mas há uma coisa que tem de ser dita: a Europa financiou a indústria até 90% para a produção de EPI, montaram-se as linhas de produção e, a partir de 1 de janeiro de 2021, os próprios Estados foram procurar soluções na Ásia. Não consigo conceber uma coisa destas: invisto numa fábrica para produzir determinado produto e depois vou procurar na concorrência para poupar um ou dois cêntimos. Se a filosofia for esta, nunca vamos ser independentes. A China conseguirá sempre produzir mais barato.

Quem dá o exemplo, dá-o de forma muito fraca.

AA: Quando o transporte aumentou, a China oferecia-nos o tecido e nós só tínhamos de pagar o transporte. Ou seja, as fábricas estavam a trabalhar de graça. Não o podemos fazer. Daí termos preferido um crescimento mais lento, mas mais objetivo. Veja este exemplo: o financiamento da recuperação da economia norte-americana já está no terreno; aqui, a bazuca

já ‘está gasta’ – e o que vai chegar, 80% é Estado ou empresas do Estado. Não existe efetivamente um plano: os governos governam à vista. Onde vamos estar dentro de dez anos? Ninguém sabe responder a isto.

CB: O têxtil é o parente pobre da economia.

RA: As indústrias que em 2011 fizeram o país sair da crise – as que mantiveram as exportações, geraram impostos e responderam pela diminuição do desemprego – são hoje em dia altamente penalizadas. Tem de haver uma diferenciação daquele tipo de indústria em que o seu maior custo é a mão-de-obra, as chamadas tradicionais: não podem ter o mesmo tipo de taxação que, por exemplo, uma tecnológica.

O têxtil é uma indústria em que Portugal foi sempre bom, não pode desaparecer, seria o pior que podíamos fazer ao país. Devia haver um Ministério da Indústria, como houve no passado. Veja por exemplo a questão da semana de quatro dias: mas está tudo bem?

As pessoas acham isto normal?

Nos têxteis, na construção, na indústria? Ninguém se revolta?

Portugal continua atrasado [em termos de níveis de produtividade] e ainda vamos trabalhar menos?! t

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FEIRAS DE FEVEREIRO CONFIRMAM MODELO PRESENCIAL

GENDA DAS FEIRAS

MILANO ÚNICA 1 e 2 de fevereiro – Milão Adalberto Estampados, Albano Morgado, Anbievolution, Brito Knittings, Fitecom, Le Europe / La Estampa, Lemar, Modelmalhas, Paulo de Oliveira, Penteadora, RDD / Valérius, Riopele, Somelos Tecidos, Tessimax, TMG Textiles INTERGIFT 2 a 6 de Fevereiro – Madrid ACL Impex Lda, Irina & Sousa Lda, Dilina Têxteis, lda, Rio Sul, Lda MOMAD 4 a 6 de Fevereiro – Madrid Givec, Marcial Martins & Irmãos, M Rôlo – Manequins, SMF / Ramos & Ramos, Cotton Brothers / Confecções Bugalhós, Cubos de Algodão, Blackspider, Loco Luxo / Reis Pele Confeções, Scusi / Rosa Maria Coelho Martins, Lion of Porches / Textil Cães de Pedra, Milagrus / Vanda Raquel Pedrosa Eugenio, Toperla Project PREMIÈRE VISION PARIS 8 a 10 de fevereiro - Paris PREMIÈRE VISION FABRICS: A Sampaio & Filhos, Acatel, Adalberto Estampados, Albano Morgado, Anbievolution, Brito Knitting, Burel Factory | Lanifícios Império, Casa das Malhas, Crispim Abreu, Familitex, Fitecom, HappyProbability, João & Feliciano, Joaps – Malhas, La Stampa |Le Europe Sa, Lemar, LMA, Luís Azevedo, Lurdes Sampaio, Magma Têxtil, Modelmalhas, NGS Malhas, Paulo de Oliveira, Penteadora, RDD, Riopele, Sidónios Malhas, Somelos Tecidos, Tessimax Lanificio, Texser | Têxtil de Serzedelo, Tintex, TMG Textiles, Trimalhas, Troficolor Denim Makers, Vilarinho, Vilartex, Forum From Portugal Trends SS 23 PREMIÈRE VISION YARNS: Clariause, JFA, MAF/Filasa, Tearfil Textiles Yarns, Trifitrofa PREMIÈRE VISION SMART CREATION: Adalberto Estampados, RDD, iTechstyele Green Circle PREMIÈRE VISION MANUFACTURING: Lima & Companhia, Siena, TMR Clothing

MAGIC LAS VEGAS 14 a 16 de fevereiro – Las Vegas Givachoice Garments, Only Aspeto, Latino Confecções, CRS - JEF José Fernandes, Marina Yglezias Jewelry, Marita Moreno

Ref erên cia m a ior n a á rea dos t ecidos, a M il a no Un ica dá in ício n est e m ês de f everei ro a o regresso em f orça da s f eira s in t ern a ci o n a is a o f orm at o presen cia l . N a ca pit a l i t al ia n a da m oda , o t êxt il F rom Por t u ga l fa z- s e represen t a r por u m a com it iva de peso : Alba no Morga do, An bievol u t ion , Brit o & Mi ra n da , F it ecom , L e Eu rope/L a Est a m pa , L ema r, Model m a l h a s e RD D /Va l ériu s sã o a s empre sa s qu e com põem a com it iv a F rom Por t u g a l, à s qu a is se ju n t a m a Ada l ber t o Est a m pa d os , Riopel e, P a u l o de O l iv eira , P en t ea d ora , T essim a x, Som el os T ecidos e T MG T e xt i les .

D est ino da m a ior im por t â n cia pa ra a t êxt eis por t u gu esa s, t a m bém a P remi ère Vision a post a no f orm at o presen cial, s e gu in do -se vá ria s ou t ra s f eira s do ca lendá rio F rom Por t u ga l , com dest a qu e pa ra o MOD T I SSI MO , qu e regressa à Exponor nos dia s 1 6 e 1 7. D a m esm a f orm a , Mo ma d e I n t ergif t , em Ma drid, Ma gic e Sou rci n g L a s Vega s e F im i, em Va l ên cia , decorrem a o l on go do m ês em f orm at o prese n ci a l.

Record e -se que na mai s recente ed i ção d a P V – em fi nai s d e setembro – o têxti l por tu guês esteve representad o por cerca d e mei a centena d e empresas, uma presença reforçad a ai nd a com uma apresentação d e tend ênci as From Por tugal AW 22-23 e d o showcase d e i novação i TechSty le G reen Ci rcle. Uma i mpressi va presença d o set or têxti l naci o nal, também subli nhad a pelo G overno português, através d as v i si tas d os secretári os d e E stad o d a E conomi a, João Correi a Neves, e d a Internaci onali zação, E uri co Bri lhante Di as.

A par ti ci pação d as PME por tuguesas nes tas fei ras i nternaci onai s conta com o apoi o d o From Por tugal, o projet o d a Selec ti va Mod a e d a ATP – Associ ação Têxti l e V estuá ri o d e Por tugal que v i sa promover a i nternaci onali zação d as empresas por tuguesas d a área d a M od a. O projet o é co -fi nanci ad o pelo Por tugal 2020, no âmbi t o d o Compete 2020 – Programa Operaci onal d a Competi ti v i d a d e e Internaci onali z ação, através d o Fund o E uropeu d e Desenvolv i ment o Regi onal. t

FASHION SVP REGRESSA EM ABRIL COM NOVO FOCO

CO-FINANCIADO POR:

A Fashion SVP, único evento 100% dedicado ao sourcing de roupa e acessórios no Reino Unido e que regressa a Londres a 13 de abril de 2022, assumiu um novo foco na cadeia de fornecimento, apostando ainda mais na produção ética e responsável.

“Os últimos dois anos mostraram que ter um bom relacionamento com uma variedade de parceiros é a chave para manter e fazer

crescer o negócio”, mas por mais útil que tenha sido o mundo v ir tual nesta época de crise, “não há nada que possa superar o ser capaz de tocar e sentir os tecidos, ver de per to a qualidade de fabrico e produção e falar pes soalmente com as pessoas que vão dar v ida à v isão de negócio”, salientam os organizadores.

Para a organização, o formato da Fashion SVP

é o ideal: “eventos enormes e abrangentes já não são eficazes, ninguém tem d i a s p a r a g a s t a r n u m a e xposição”, dizem ainda os responsáveis pela Fashion S V P. P o r i s s o , “ n i c h o s e soluções específicas são a go r a n e c e s s á r i a s ” , n u m quadro em que “a sustentabilidade no processo de produção e as operações éticas são uma obrigação e já não uma opção”. t

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A Wise HS Protection é o seu aliado estratégico para fazer face à nova realidade da segurança e saúde do mercado global

SEGURANÇA

SAÚDE

NEGÓCIO

RENTABILIDADE

Foque‑se no seu core business, nós focámo‑nos nas novas diretrizes de saúde e segurança, ajudando‑o a rentabilizar ainda mais o seu negócio A Wise HS Protection concebe Planos de Contingência para eventos,num serviço integrado Chave na Mão, que cumpre as Normas da DGS, com acompanhamento permanente em: ► ► ►

auditoria técnica diagnóstico de necessidades implementação de procedimentos Safety & Security

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X DE PORTA ABERTA Por: Bebiana Rocha

Ela Lingerie

Rua de Passos Manuel 166 4000-463 Porto

Ano de abertura 2014 Produtos Lingerie, técnicos, nightwear, meias, collants, sapatos de quarto Público-alvo Homens e mulheres de todas as faixas etárias Marcas Impetus, Anita, Impar, Omsa, Fitwear, Falke, Burlington, Wolford, Chantelle, Simone Pérele, Lise Charmel entre outras Outras Lojas Amoreiras Shopping, Oeiras Parque, Almada Fórum, CC Vasco da Gama e Avenida João XXI Lisboa Site elalingerie.pt

AF VILAS BOAS ASSINALA 25 ANOS COM CONFERÊNCIA E NOVAS INSTALAÇÕES Especializada no fabrico de todo o tipo de bordados, transferes e aplicações têxteis, a AF Vilas Boas comemorou o seu 25.º aniversário com a inauguração de novas instalações fabris.

O programa comemorativo incluiu a conferência ‘O Têxtil (a) Bordado’ onde foram abordados temas atuais e fraturantes para o setor têxtil. Destaque ainda para o ‘Embroidery Show’, uma exposição em tempo real com a produção de bordados exclusivos, com técnicas e produtos inovadores e sustentáveis.

"As têxteis portuguesas têm que ganhar dimensão, têm de se adaptar à nova realidade" António Falcão CEO do Grupo Falcão

Na Ela Lingerie o interior é que conta O atual conceito das lojas Ela Lingerie remonta ao final da década de 70, quando a empreendedora Maria Helena Bettencourt Sardinha se aventurou na criação de uma marca de roupa interior que aliasse o conforto à beleza das mulheres. Já a loja localizada na Rua Passos Manuel é bem mais recente e tem atualizado a sua oferta conforme o tempo passa e as novas tendências chegam.

Hoje, quem visita a loja fica servido não só na lingerie e nightwear , mas também nas meias, collants , chinelos de quarto, sportswear, produtos técnicos e ainda uma linha de produtos terapêuticos. Destaque especial para os soutiens de mastectomia, próteses mamárias em silicone e cintas modeladoras.

Os produtos seguem na generalidade uma linha de sobriedade, com predomínio das cores clássicas nude, preto e branco. Os modelos selecionados são intemporais, com cortes que valorizam a silhueta feminina. Apesar de o nome sugerir uma loja para mulher, a verdade é que na Ela os homens encontram também produtos como boxers, meias, pijamas, robes e camisolas interiores.

A loja tem um posicionamento médio alto, sendo que todos os clientes podem contar com um atendimento personalizado, um elevado know-how técnico por parte das assistentes de loja e ainda um follow-up no pós-venda ímpar.

A qualidade dos produtos é outro fator diferenciador. Na loja multimarca pode encontrar as nacionais Impetus, Anita, Impar, Omsa e Fitwear, esta última exclusiva da casa. Já no leque de marcas internacionais estão disponíveis artigos das marcas Folke, Burligton, Wolford, Chantelle, Simone Pérele e Lise Charmel, enumera Ana Gonçalves, supervisora da loja. “Escolhemos o nosso leque de marcas de acordo com as necessidades do nosso público-alvo e de forma a disponibilizar as tendências num local acolhedor e de fácil acesso”, remata.

Para o futuro próximo a Ela Lingerie quer “ser uma marca de referência a nível terapêutico, manter a sustentabilidade empresarial e corporativa e crescer enquanto organização”, um propósito de novo ano que parece vir alinhado com a vontade de trabalhar com foco no interior. t

DESENHOS DOS DEBUXADORES TÊXTEIS NO CHÃO DA COVILHÃ

VIETNAME QUER EXPORTAR 35,5 MIL MILHÕES EM TÊXTEIS EM 2022

Alguns dos desenhos que os debuxadores locais criaram para os tecidos vão estar representados nos passeios das ruas da Covilhã. O objetivo é reforçar a ligação da cidade à indústria têxtil e criar a Rota do Debuxo, um projeto desenvolvido no âmbito da recente classificação como Cidade Criativa da UNESCO na área do design. A reprodução será semelhante ao que é feito na calçada portuguesa.

A gigante Vinatex – Vietnam National Textile and Garment Group quer chegar aos 35,5 mil milhões de euros de exportações, um crescimento de 2,5% face aos 34,6 mil milhões atingidos em 2019. Entretanto, o país espera ficar próximo dos 33,7 mil milhões de exportações têxteis no final das contas de 2021. Em 2020, o Vietename assinou um acordo de livre comércio com a União Europeia.

67 mil

quilos de tecido já foram poupados pela tecnologia Smartex

FORMANDAS DO MODATEX CONFECIONAM PRONTO-A-VESTIR

No âmbito da ação CAD – Modelação Assistida por Computador, que decorreu em Viseu, as formandas do Modatex conceberam, como projeto final, várias peças de pronto-a-vestir. Práticas, e com grande vestibilidade, são passíveis de serem produzidas industrialmente em diferentes tamanhos. O processo começou pela elaboração dos croquis e das fichas técnicas.

Seguiram-se os moldes base, de acordo com o tamanho industrial escolhido, e as respetivas provas. Por fim, as formandas cortaram e confecionaram os modelos em tecido definitivo.

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X O MEU PRODUTO Por: Bebiana Rocha

HelpinTex

Desenvolvido pela têxtil António Salgado, CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário e pelo CeNTI - Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes

O que é? Uma nova linha de tapetes inteligentes, capazes de detetarem e comunicarem movimento, tudo integrado na estrutura têxtil Principal contributo Alertar para movimentos atípicos, funcionando também como sistema de deteção de intrusão Fator inovador Combina a função antiderrapante com a capacidade de deteção e aviso de movimento numa determinada divisão

JF ALMEIDA SOBE SALÁRIO MÍNIMO PARA 740 EUROS Tal como já havia acontecido no início de 2021, a têxtil JF Almeida, sediada em Moreira de Cónegos, decidiu não esperar por decisões políticas e publicações em Diário da República e aumentou em 40 euros todos os colaboradores que auferem o salário mínimo, a que acrescem 4,33 euros de subsídio de almoço. Assim, em vez dos 705 euros de salário mínimo determinados, a JF Almeida paga 740, num contexto em que o Governo pretende atingir os 750 euros de salário mínimo em 2023”.

"Os compradores gostam de Portugal, confiam em nós e começam a valorizar mais do que nunca a nossa competência e serviço" Alexandra Araújo Administradora da LMA

MAROC IN MODE PRESENCIAL NO FINAL DE MARÇO Por questões logísticas relacionadas com o recinto da feira, o salão têxtil de Marrocos foi adiado para os dias 30 e 31 de março de 2022. A organização da AMITH – Associação Marroquina do Têxtil e Vestuário espera uma forte presença de empresas portuguesas, sobretudo fornecedoras de acessórios e maquinaria com forte componente sustentável.

FARFETCH LANÇA NOVO SERVIÇO DE PRÉ-ENCOMENDAS

Tapetes que dão sinais de alerta Foi com o objetivo de se inserir no quadro dos têxteis inteligentes que a António Salgado se lançou no desenvolvimento de uma nova linha de tapetes multifuncionais, conjuntamente com o CITEVE e o CeNTI. De nome HelpinTex, o projeto tem como base duas funções: detetar e comunicar a existência de movimentos estranhos numa determinada zona da casa – com recurso a uma aplicação móvel desenhada para o efeito – e servir como elemento ativo contra quedas, recorrendo à utilização de fios inovadores antiderrapantes.

De forma a dar corpo à ideia, o CITEVE ocupou-se da "investigação e desenvolvimento da integração do sistema de monitorização e dos fios antiderrapantes no tapete, bem como dos testes e caracterização têxtil", relata Lúcia Rodrigues, do Departamento de Tecnologia e Engenharia.

Já ao CeNTI coube o desenvolvimento do sistema de monitorização e comunicação, desenvolvimento dos fios antiderrapantes, e ainda os testes de caracterização dos componentes elétricos. Quanto à António Salgado, ocupou-se da criação da peça propriamente dita e apoiou em todas as áreas relacionadas com a componente têxtil.

Segundo Marta Midão, investigadora na área de materiais inteligentes, e representante do CeNTI no projeto, o fator inovador é precisamente “a com-

binação da funcionalidade de detecção de presença e/ou movimento – obtida pela integração de fios condutores durante o processo de produção do tapete – com a funcionalidade antiderrapante, obtida pelo desenvolvimento de fibras com estas propriedades e posterior integração na produção do tapete”.

Marta conta que as principais dificuldades sentidas pelo consórcio prenderam-se com o “desenvolvimento de fibras com propriedades antiderrapantes suficientemente eficazes para a solução e a sua posterior integração no processo de tecelagem”, isto para lá dos constrangimentos decorrentes da pandemia.

Neste momento, o projeto encontra-se em fase de prototipagem e realização de testes. Está também em processo de patenteamento e deverá chegar ao mercado ainda nesta primavera. “É sem dúvida desafiante e gratificante fazer parte deste projeto, uma vez que se enquadra no nosso know-how a nível têxtil e acrescenta uma vertente inovadora e diferenciada, que acompanha as exigências dos mercados futuros”, destaca Sara Rosmaninho, do departamento de marketing da António Salgado. A empresa vimaranense, dedicada aos têxteis-lar, salienta ainda “o apoio e trabalho feito pelo CeNTI e CITEVE, elementos cruciais no desenvolvimento tecnológico e inovador do projeto”. t

Em linha com a vontade de trazer novas experiências digitais e uma abordagem mais responsável da moda, a Farfetch lançou um novo serviço de pré-encomenda que passa a estar disponível mensalmente, oferecendo em primeira mão vários modelos de dez marcas de luxo diferentes. Balenciaga, Oscar de la Renta e Off White são algumas das marcas que já se associaram a esta modalidade de compra mais sustentável. A Farfetch dá conta de que as encomendas demoram cerca de quatro semanas a serem expedidas.

12,8%

é a taxa de circularidade (utilização de materiais reciclados) nos produtos na União Europeia

SLEEPWEAR E OUTWEAR SUSTENTÁVEL DA MAXI LEAF A Maxi Leaf é uma das mais recentes marcas portuguesas a assumir a sustentabilidade do sleepwear e outwear como uma caraterística distintiva e a sua chegada às vendas online é um convite para provar isso mesmo ao mercado. Tendo como influência a natureza e o respeito pela sua diversidade, todas as peças são inspiradas em nomes de frutos, flores e árvores. Todos os artigos são 100% produzidos com materiais sustentáveis e em pequenas quantidades, com venda exclusiva online, segundo adianta a marca em comunicado.

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ACADEMIA MARJOMOTEX QUER FORMAR DENTRO DE PORTAS É com o objetivo de formar mão-de-obra especializada, uma das principais carências do setor têxtil, que a empresa de confecções Marjomotex decidiu lançar a Academia Marjomotex. Um projeto de formação profissional que quer captar, fixar e desenvolver profissionais através da formação mas também da realização de estágios. São as funcionárias mais antigas da empresa que estarão encarregues de ensinar os formandos. “Numa primeira fase, serão as nossas funcionárias que irão receber uma formação sobre como melhor ensinar e passar o conhecimento.

Isto porque as nossas peças requerem formação especializada que só quem já trabalha há muito connosco domina”, explica Mónica Afonso, diretora-geral da empresa.

PEDROSA & RODRIGUES EM FESTA

Foi com uma “Pyjama Party” que a têxtil Pedrosa & Rodrigues realizou o seu habitual jantar de Natal. Administração e trabalhadores da empresa vestiram-se a rigor e “entre robes, almofadas e muita alegria, depois do hiato do ano anterior, convivemos e dançamos muito”, partilhou a empresa nas suas redes sociais, dando ainda conta de que houve também lugar a prémio para os melhores looks. t

COMPETE 2020 DESTACA TÊXTIL NA ÁREA MÉDICA Pafil, Coltec, JF Almeida e Têxteis Penedo – juntamente com o CITEVE, a Fibrenamics e a Ooze Nanotech – formam o conjunto de empresas do sector que, tendo em execução projetos de investigação na área dos têxteis médicos e sendo apoiados pelo COMPETE 2020, mereceram destaque num dos suportes noticiosos desta estrutura da administração central do Estado.

Apostando no desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na inovação, designadamente nos domínios da Estratégia de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente, o COMPETE co-financiou, entre muitos outros, os projetos Covitec4Life, TEX4SafeCare, 4NoPressure e MultiMed, que destacou numa das suas newsletter.

O Covitec4Life: Covid Protective Clothing for Life é um projeto desenvolvido em meio hospitalar no sentido da criação de equipamentos de proteção individual. Como co-promotores do projeto surgem o CITEVE, a Pafil e a Coltec, com o contributo

do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

O TEX4SafeCare é um projeto de criação de têxteis-lar com propriedades antimicrobianas que alertam o utilizador para uma possível contaminação. Foi promovido pela JF Almeida em co-promoção com a Têxteis Penedo e o CITEVE. Pensado para proteger os idosos, o tecido criado pode ser usado noutros sectores como a hotelaria, a restauração e até para uso doméstico.

Já o 4NoPressure promove a criação de vestuário inteligente para a prevenção de úlceras de pressão e é da responsabilidade da Fibrenamics. Pacientes acamados ou com incapacidade motora grave são os alvos principais da investigação.

Finalmente, o MultiMed preconiza a criação de acabamentos multifuncionais em tecido para aplicações médicas e é da responsabilidade da Ooze Nanotech, especializada em investigação multissectorial.

O desenvolvimento de uma linha de artigos têxteis reutilizáveis para a proteção da população exposta aos agentes infeciosos esteve no cerne da investigação.t

"O Governo tem que andar em sincronia com a economia real para que as consequências da crise possam ser substancialmente mitigadas" Mário Jorge Machado Presidente da ATP

LUSÓFONA VENCE CONCURSO DE FARDAS DO HOSPITAL LUSÍADAS A Universidade Lusófona viu premiados quatro dos seis fardamentos com que concorreu ao desafio lançado pelo Hospital Lusíadas, em setembro passado, cujo objetivo era desenvolver fardas (túnica e calça) para homem, mulher e grávida, na área dentária. O primeiro prémio foi atribuído a Jéssica Marques, da Escola Superior das Artes Aplicadas (Castelo Branco), enquanto os 2º, 3º, 4º e 5º lugares foram atribuídos aos alunos do primeiro ano do recente curso design de moda da Lusófona.

65,8%

das exportações mundiais são oriundas da China, União Europeia e Índia

GIOVANNI GALLI LANÇA COLEÇÃO SUSTENTÁVEL

MARCAS DE TOPO VOLTAM-SE PARA PRODUÇÃO PORTUGUESA As alterações nas cadeias de abastecimento e de custos de transporte, mas também o facto de a produção nacional não se ter desviado da sua aposta na circularidade e na sustentabilidade, menosprezando a competitividade pelo preço, transformaram o nosso país no lugar certo para onde estão a convergir as grandes marcas do luxo internacional.

Lançando a pergunta “Porque estão a marcas de topo e de streetwear a voltar-se para Portugal?”, a revista Page publicou um extenso trabalho concluindo que “a produção de têxteis na Ásia não diminuiu desde a

pandemia, mas as exportações têm sido um problema, para além da produção de qualidade. Portugal sentiu as suas cadeias produtivas abrandarem durante este período, mas manteve-se fiel à sustentabilidade dos seus processos. Mais importante ainda, Portugal posicionou-se como uma potencial capital da indústria têxtil sustentável numa altura em que a moda está a mudar”.

Neste contexto, Portugal mostrou “a união como um sinal de resiliência e tornou-se no paraíso dos materiais naturais, têxteis mais finos e processos sustentáveis de

produção de moda, convidando as marcas a desafiarem os seus canais habituais para a aposta numa melhor execução de produção com materiais sustentáveis e menos atrasos”.

A revista enfatiza ainda que Portugal ultrapassa outros concorrentes regionais que, bem implantados em termos de indústria e de internacionalização, não cumprem importantes funções sociais, tanto em termos de legislação como de modus operandi das empresas. Polónia e Turquia, por exemplo, “têm problemas muito para além dos têxteis”. t

Elegância com um toque ecofriendly a proposta da Giovanni Galli com uma nova coleção onde as peças-chave são os blusões e camisas com um estilo jovem e uma forte componente sustentável. Os blusões são impermeáveis, ideais para os dias de chuva, e com carapuço amovível ou retráctil para as alturas em que o sol quer espreitar.

Quanto às camisas, em tons de vermelho e cinza, são 100% ecológicas e feitas a partir de materiais reciclados.

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M EMERGENTE Por: Mariana d'Orey

Ana Azeredo Export Manager da Blue Kids

Família Vive com o marido, Fernando, com quem casou em Julho do ano passado Casa Moradia recuperada (fez questão de manter a traça original e fachada em azulejos) no centro da Póvoa de Varzim natal Formação Licenciatura em Gestão (Portucalense) e Pós-Graduação em Gestão e Desenvolvimento de Recursos Carro Smart Forfour Portátil Sony (branco) Telemóvel I phone 6 Hobbies Ouvir música, cozinhar (o bolo de chocolate e cheesecake são as suas especialidades) e viajar são o trio perfeito de Ana Férias Elege o Dubai e o Brasil como os destinos preferidos que já visitou. No Verão faz questão de passar sempre uma semana na Póvoa para estar com a família alargada Regra de Ouro Viver com paixão, na vida e no trabalho

Ana é apaixonada pelas crianças O novo slogan da educação, que preconiza que “mimo a mais não estraga”, encaixa que nem uma luva no perfil de Ana Azeredo, 32 anos, comercial e export manager da empresa de moda infantil Blue Kids. “Sempre fui muito, muito mimada pela minha família”, confessa a mais nova de uma família de quatro irmãos. Com uma diferença de 8 e 10 anos dos irmãos mais velhos, Ana Azeredo cresceu no seio de uma família alargada, onde os fins-de-semana de verão eram passados na praia entre mais de 10 primos. “Costumo dizer que tive vários encarregados de educação”, brinca a jovem que recorda com saudades a sua infância inundada pela proteção e afeto de pais e irmãos.

Reservada e tímida à primeira vista, Ana fez todo o seu percurso nos estabelecimentos de ensino da Póvoa de Varzim até ao momento em que teve de optar por uma formação superior. “O meu sonho sempre foi estar ligada à área da educação”, conta Ana, que desde muito pequena passava os dias a vestir os bonecos com roupa de bebé e que ainda hoje guarda uma secreta paixão pelas crianças: “quero muito ser mãe, adoro crianças e aproveito muito bem o tempo com os meus sobrinhos, que adoro ver crescer”.

No entanto, os conselhos dos pais e irmãos levaram-na para a licenciatura em Gestão da Universidade Portucalense, no Porto. “Foi uma segunda opção porque a área da educação não estava nada famosa, mas não me arrependo absolutamente nada”, admite.

Apesar de no primeiro ano não ter gostado muito do curso, rapidamente se foi adaptando e descobrindo novos interesses, sobretudo ao nível das disciplinas de liderança e gestão de recursos humanos. Nas idas e vindas entre Póvoa e Porto, Ana aproveitava para pensar um pouco no seu futuro sem nunca imaginar que o mundo têxtil lhe iria abrir as portas.

Verdade é que, no final do curso e depois de algumas pequenas experiências nas áreas do turismo e dos vinhos, o caminho de Ana se cruza com a Blue Kids.

“Inscrevi-me no centro de emprego e fui a uma entrevista na empresa que, na altura, estava à procura de uma pessoa na área da gestão que fosse jovem e versátil”, relata. Dedicada à moda infantil, a Blue Kids convida assim Ana para regressar à sua velha paixão pelas crianças, num projeto que se tem mostrado altamente desafiante ao longo dos quase oito anos que já leva na empresa.

“Esta é uma empresa familiar e, por isso, quando cá cheguei foi como começar do zero. Foi preciso criar uma estrutura de gestão de base”, conta. Com base na zona industrial da Varziela, em Mindelo, a Blue Kids tem atualmente onze lojas físicas de venda artigos de moda e acessórios de bebé e criança espalhadas pelo país, para além da loja online. “O facto de termos várias lojas obriga-me a trabalhar as minhas competências de liderança, o que é ótimo. Desafiante mas ótimo”, admite a gestora, que gostaria ainda de fazer crescer o volume de exportação da marca, atualmente próximo dos 10%.

“Já participamos em várias feiras internacionais e é nossa intenção continuar a olhar além-fronteiras, sobretudo para a possibilidade de chegarmos de forma mais efetiva aos vários mercados europeus”, conta, enquanto espera em 2022 aumentar também o número de parcerias entre a Blue Kids e outras entidades nacionais. t

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a MUNDO VERDE

do consumo de eletricidade em Portugal em 2021 foi de fontes renováveis

"Pegamos no desperdício do corte e fazemos uma coleção e todo o desenvolvimento de produto" Patrícia Ferreira CEO Valérius Hub

GERAÇÃO Z DE COSTAS VOLTADAS PARA A FAST FASHION

TOMMY E TIMBERLAND UNIDAS PELA ECOLOGIA A nova coleção Tommy X Timberland une a utilidade da roupa e calçado para exterior da Timberland ao estilo da assinatura Tommy Hilfiger. Esta é uma colaboração focada na eco-inovação, onde predominam peças com efeito camuflado e matérias-primas sustentáveis. O tingimento das roupas foi feito com corantes naturais à base de arroz e outras plantas. “Pegamos no melhor dos nossos designs e no potencial dos nossos conhecimentos sobre sustentabilidade e incorporamos tudo numa coleção focada no futuro”, explicou a Tommy Hilfiger.

30 MILHÕES DO PRR PARA CERTIFICAÇÕES

Um estudo recente mostra que mais de metade dos jovens entre os 18 e os 24 anos são sensíveis às questões da sustentabilidade no momento de compra.

Grande parte poderá mesmo optar por usar roupas de aluguer ou fazer compras em segunda mão.

Divulgada pela plataforma YouGov, a mostra conclui que os hábitos de consumo da denominada geração Z estão a mudar e cada vez mais de cos-

tas voltadas para a fast fashion.

Entre os 2.094 inquiridos em todo o Reino Unido, 25% dos representantes da Geração Z declararam ter escolhido roupas usadas ou alugadas durante a temporada de festas de 2021.

Mais da metade (58%) dos jovens de 18 a 24 anos questionados, afirmaram que provavelmente irão fazer compras de forma mais sustentável no futuro, sendo que são muito mais propensos a comprar roupas ou

presentes em segunda mão do que a geração mais velha, com apenas 5% dos maiores de 55 anos a ponderar usar roupas alugadas ou usadas durante o período de Natal.

“Seja por uma questão ambiental ou ética, o estudo mostra claramente que os jovens estão cada vez mais de costas voltadas em relação à fast fashion”, conclui Dan Parsons, diretor do Instituto de Energia e Meio Ambiente da Universidade Hull. t

RDD LANÇA FIBRA A PARTIR DE RESTOS DE LARANJAS A RDD Textiles apresentou no final do ano uma nova fibra, O/Range Citrus Textiles by RDD, que resulta do processamento de uma celulose de alta qualidade, extraída a partir de restos de laranjas. Descrito como “suave, com toque sedoso, leve e que pode ser usado sozinho ou misturado com outras fibras”, o objetivo é, mais

uma vez, reaproveitar ao máximo os desperdícios gerados pela indústria alimentar.

Este não é o primeiro produto da empresa do Grupo Valérius que envolve a utilização de frutas. Há uns meses a RDD Textiles apresentou também um processo de tingimento natural feito a partir de mirtilos e outras frutas e

vegetais. O pigmento extraído pode depois ser aplicado ao algodão cru, tecidos ou produtos já finalizados. PLNTFIBER & FRUTFIBER by PANGAIA, co-criado com a RDD é outro exemplo de que a partir da casca de banana e do ananás pode ser criado um novo tecido que tanto à vista como ao toque parece algodão. t

O secretário de Estado da Transição Digital, André de Aragão Azevedo, anunciou 30 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para apoiar as primeiras 15 mil certificações de empresas. A iniciativa faz parte do plano que tem como objetivo desenvolver selos de maturidade digital, certificando as boas práticas das empresas.

O modelo nacional de certificação da maturidade digital já está definido e integra selos em quatro áreas: acessibilidade, cibersegurança, privacidade e sustentabilidade.

"Neste momento a Polopique só trabalha praticamente com matérias sustentáveis" Isabel Carneiro Vice-presidente da Polopique

PELE ECO É A APOSTA SUSTENTÁVEL DA GUESS A Guess continua o seu compromisso com a sustentabilidade, desta vez com uma nova linha de peles eco, desenvolvidas em parceria com a Ecopel. Os novos produtos incluem modelos outwear com um toque natural e aparência realista. Os casacos são também de fácil manutenção e têm um elevado isolamento térmico, para poderem ser usados nos dias mais frios.

Depois do sucesso da última coleção, a Guess apostou numa linha expandida que inclui casacos clássicos, bombers reversíveis, bikers e coletes, para homem e mulher.

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MOBILIÁRIO E OBRAS DE INTERIORES

Remodelação de interiores Lojas

Showrooms

www.buildingdesign.pt geral@buildingdesign.pt 967 016 601

www.globaltendas.com

events & exhibitions

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B SERVIÇOS ESPECIALIZADOS Por: Bebiana Rocha

Febratex Group

Rua de Pedro Escobar, 49 4150-411 Porto

O que faz? Trabalha para promover e realizar eventos e negócios em todos os clusters têxteis do Brasil, de norte a sul e de leste a oeste Áreas Atua principalmente nos segmentos de máquinas para o têxtil, confeção e impressão digital Fundação 1981 Instalações Sede em Porto Alegre (Brasil), com filiais em São Paulo e no Porto (Portugal)

LAMEIRINHO PREMEIA ESPÍRITO DE EQUIPA Foi como reconhecimento do esforço coletivo e espírito de equipa de todos os seus cerca de 700 colaboradores que a Lameirinho decidiu distribuir um prémio extra.

Com o subsídio de Natal, todos recebem também 500€ de prémio, como forma de reconhecer o seu empenho e profissionalismo ao longo do ano, mas também de partilhar os resultados da empresa. Criada em 1948 e liderada pela quarta geração da família Coelho Lima, a Lameirinho é uma das unidades industriais mais antigas do país, assume-se como uma referência nacional e internacional no ramo dos têxteis para os segmentos casa, mesa e banho, fornecendo reputadas marcas internacionais.

" São precisos apoios

para cativar e incentivar os jovens a trabalharem na indústria têxtil " Carla Pimenta CEO da Texser

TÊXTIL E VESTUÁRIO COM 71 MILHÕES DA “BAZUCA” O Governo publicou a portaria de execução do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência na parte que respeita aos incentivos às empresas no âmbito da promoção da bioeconomia sustentável. Para o Têxtil e Vestuário estão atribuídos 71 milhões de euros, entre os 129,5 milhões destinados à promoção da produção de novos produtos a partir de recursos biológicos para três áreas, onde se inclui calçado (41 milhões) e a promoção e valorização da resina natural (17,5 milhões).

Conectar o têxtil português com o Brasil A Febratex Group é uma empresa com ADN 100% brasileiro que promove eventos como as feiras Febratex (Santa Catarina), Maquintex e Signs Nordeste (Ceará), Agrestex (Pernambuco) e Americana (São Paulo). Ao estabelecer-se em Por tugal pretende ser um agente de ligação para novos negócios entre a indústria têxtil brasileira e por tuguesa.

“O Brasil é um país com um potencial comprador gigante ainda não explorado pela indústria têxtil portuguesa”, avança Giordana Madeira, diretora exec utiva do Febratex Group Brasil, dando ainda conta que outra das funções do gr upo, desde 2019, é “atuar como agentes em projetos de internacionalização” dos seus expositores e v isitantes.

Com o avanço da digitalização, a Febratex apostou na criação de um marketplace onde reúne todos os seus expositores num único lugar o ano inteiro. É possível o v isitante filtrar por categoria, nome, empresa ou produto. Conta com mais de 70 mil

leads ativos. Por outras palavras, “é um facilitador para que as soluções comercializadas sejam encontradas já antes da feira acontecer”, explica Giordana ao T Jornal.

A Febratex destaca-se no mercado pela completude da sua plataforma e também pela sua abrangência geográfica, que a torna numa solução relevante quando o objetivo é a abertura de novos negócios com as Américas.

Para este novo ano, a diretora exec utiva só tem um desejo: “que os nossos eventos sejam agentes de rec uperação e crescimento económico e social”. No calendário para 2022 a organização tem já marcados dois eventos, em março a Agretex e em agosto a Febratex.

Esta última traz como novidades a Febratex Conec ta, exclusiva para soluções têxteis sustentáveis e disr uptivas, e a 3ª edição do StartUp Corner, que contará com 20 start-ups , e um preview do Febratex Summit – que traz informação qualificada à indústria do setor. t

60%

da produção da Inditex é contratada em Portugal, Espanha, Marrocos e Turquia

LEAF SEASON DÁ COR AO INVERNO DA CONCRETO

Neste inverno, a Concreto decidiu apostar na cor e a prova disso é a mais recente coleção da marca portuguesa do Grupo Valerius em tons de azul e coral.

Leaf Season surge como uma lufada de cor para os dias mais cinzentos e é composta por blazer, calça, top, camisola de malha e dois trench coats . As peças não têm qualquer padrão, assumem cortes retos, às vezes até oversized , para criarem silhuetas elegantes, mas igualmente confortáveis.

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OPINIÃO 2022 – CONSUMIDOR FORMATADO OU CONSCIENTE? José Guimarães Vice-presidente da ATP

FORMAÇÃO… OU NÃO? Noel Ferreira Vice-presidente da ATP

Quem determina as tendências de mercado são os consumidores. E o que determina as suas escolhas será o seu grau de consciência? Os estilistas e as marcas, através de catwalks, holofotes hollywoodescos e suportados pelos media especializados, definem o que está na moda. Cores, padrões, materiais, modelos, reinvenções e todos os fatores captam a veia consumista. Hoje o azul é o novo preto, amanhã será o rosa. Tem toda a pertinência assumir esta inegável constatação, porque tantas pessoas adoram “estar na moda”?

Desde crianças que o nosso ego sente necessidade de ter referências externas, sentido de pertença, identificação com A, B ou C. Ser original e especial, mas não ser excluído. Os paradoxos começam cedo.

Queremos estar integrados com os nossos pares (sejam eles quais forem) e simultaneamente queremos sentir-nos únicos e exclusivos nos diferentes contextos em que nos enquadramos.

Os nossos sensores captam o ambiente apelativo das zonas comerciais, a música vibrante, as cores do arco-íris, as sementes publicitárias que se alojam indiscriminadamente no nosso cérebro, os sonhos definidos por outros, os elogios de pessoas programadas de forma igual que nos elevam (ilusoriamente) a autoconfiança. Criam-se uniformes para as crianças, estampam-se nomes e marcas que não são nossos, resiste-se a quem desafia as nossas crenças coletivas. E como defino a minha marca pessoal?

Inundam-se as lojas com outfits versáteis, criam-se datas festivas e cerimónias pró-consumo, alteram-se tendências constantemente e colocam-se à venda

No início do século XX, a taxa de analfabetismo era de 75%, em 1950 era 40%, e em 1970, 25%. No Portugal moderno, era de 5% em 2010. O conceito de escolaridade foi sempre relativizado no bom sentido: se há 100 anos saber ler era bom, hoje será pelo menos com o 12o ano completo. A obrigatoriedade do secundário até ao 12o ano desde 2009 alterou o panorama educativo e deu uma machadada no trabalho infantil, que já era incipiente.

Uma vez vencida esta etapa da obrigatoriedade, vem a Universidade. Se o aluno chegar ao fim, vem o trabalho com canudo.

Para aqueles que não entraram ou desistiram a meio, trabalho à mesma pois esse é o destino transversal a todas as classes.

Mas será que, com diploma ou não, se está apto a entrar à velocidade cruzeiro na atividade em que se começa? Até pode ser que sim (lá vêm as exceções), mas na maioria dos casos não. O défice de conhecimento pode ser tão grande que a sua formação de base em pouco ajuda.

Quem não se lembra que o Eng. Belmi-

produtos atraentes, a preços apetecíveis e teoricamente democráticos. E surgem mais dilemas: faço compras uma vez por mês ou uma vez por estação?

Ou compramos fast-fashion para termos um guarda-roupa repleto e renovado – eu, a minha imagem e o meu entretenimento; ou o crivo do nosso armário é criterioso na qualidade e conforto dos artigos, no respeito social e ambiental – eu, a humanidade e o planeta.

Privilegio a etiqueta do preço ou procuro e exijo etiquetas de certificação ambiental e de comércio justo? Compro sem filtro o que quero, focado na estética e na atualidade mediatizada, ou dou especial relevância ao produzido localmente?

Como sabemos, as consequências chegaram para vencer: desflorestação, oceanos poluídos, espécies extintas, aquecimento global. A consciência de muitos de nós abriu-se à força, mas podemos agir e atuar agora. Procriam-se associações ambientais, apontam-se causas humanitárias, vozes megafónicas de igualdade e equidade, critérios económicos de sustentabilidade e visões empresariais de responsabilidade social que transcendem a tradicional lógica económica.

O agente mais poderoso do mundo é o consumidor, não devemos negligenciar que detém o verdadeiro poder, impondo crescentemente as opções estratégicas dos materiais e processos utilizados, visando acolher respeitosamente as perspetivas sustentáveis subjacentes e carinhosamente enfatizadas. É o início de um longo caminho de aprendizagem e reeducação para todos os intervenientes do nosso setor...! t

ro de Azevedo, um gestor que deixou a sua grande marca em Portugal, era licenciado em Química? Mas também não é menos verdade que, com mais de 35 anos, foi estudar Gestão de Empresas em Harvard e não se ficou por aí. Quando um jovem estudante de Medicina pode finalmente passar receitas depois do Juramento de Hipócrates, tem um ano de internato mais quatro a seis anos de especialização pela frente. Essa especialização é feita em contexto hospitalar. E para desempenhar uma tarefa especializada numa atividade que requer competência na sua execução, não merece algum tempo de especialização?

Aí entra a formação que nem todos valorizam. Talvez por isso as empresas sejam obrigadas a consagrar uma parte do horário laboral em formação. Essa medida foi implementada há alguns anos e pode ser que tenha um impacto similar ao de 2009, quando se passou à obrigatoriedade de 12 anos de escolaridade.

Aqui chegados, coloquemos a seguinte

questão: há cursos completamente apropriados a cada profissão e ramo de atividade? Não há mas convinha. Já que se gasta tempo (leia-se dinheiro) por imposição legal, há que transformar esse constrangimento em oportunidade. Formar para trabalhar pode encurtar anos de prática. Trabalhador valorizado pode ganhar mais. Pode mudar para outra empresa que lhe reconheça mais valor. Passaremos a ter mais competência e menos trapalhice.

As empresas que necessitam de recursos qualificados podem e devem procurar formação junto das instituições de formação.

Há tarefas simples que podem ser mal executadas só porque o operador a aprendeu de forma errada. Por outro lado, é necessário formadores com conhecimento de qualidade e comprovado ao que se junta aptidões pedagógicas. Essas podem ser adquiridas numa formação. Não é preciso ter formação académica, basta ser conhecedor na matéria em que se propõe dar formação. Como disse Robert Orben, “se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância”. t

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Braz Costa Diretor-geral do CITEVE

Nuno Oliveira Diretor-geral da Perfil Cromático

A OPORTUNIDADE FRANCESA

SUSTENTABILIDADE NA INDUSTRIA TÊXTIL

A década 2020-2030 tem vindo a ser apontada, mesmo antes do seu início, como uma década de muitas mudanças em matéria de ambiente, de energia e de clima. Os objetivos para o desenvolvimento sustentável encontraram o seu lugar no mundo e a estratégia europeia passa por fazer deste decénio um período de recuperação e convergência, assegurando maior resiliência e coesão social e territorial. Muitos são os exemplos por essa Europa fora que se coadunam com esta estratégia.

A Indústria Têxtil e do Vestuário portuguesa tem vindo a fazer uma adequada interpretação deste movimento e das especificidades que introduz nos nossos modelos de negócio, acelerando a transformação da nossa indústria nos últimos cinco anos, sobretudo ao nível da cultura de gestores, designers, etc. É, de facto, muito importante estarmos atentos a sinais que nos permitam contornar obstáculos e agarrar oportunidades.

O início de 2022 trouxe mais um sinal que muito pode impactar a nossa indústria: a França decidiu incluir os têxteis no quadro da proibição da destruição de bens não vendidos.

Atrás do pioneirismo francês, impulsionado pelo Secretário de Estado para a Transição Ecológica e Inclusiva, Brune Poirson, que foi já intitulado de ministro não oficial da moda francesa, sabemos que muitos outros países virão a adotar idêntica medida.

Ora, a adoção generalizada desta medida, aparentemente tão singela, impõe uma alteração profunda nos modelos de negócio das marcas, em especial das marcas de luxo.

Estas marcas, escudadas pelas gigantescas margens de lucro, recusam-se a desiludir os seus clientes por rotura de stock e promovem a produção em excesso, não hesitando a recorrer à incineração de excedentes, para não permitir que as peças não vendidas acabem por chegar ao mercado, destruindo assim um dos seus principais trunfos: a exclusividade.

E para a ITV portuguesa, fica o copo meio vazio ou meio cheio? É verdade que o controlo mais apertado de stocks le-

vará as marcas a reduzir as quantidades encomendadas, mas valorizará indústrias/ clusters que lhes apresentem soluções, muito provavelmente com base em proximidade, flexibilidade e rapidez.

Temos uma indústria já posicionada em segmentos high-end, perfeitamente reconhecida pela elevada qualidade dos seus produtos e serviços, pela crescente excelência no relacionamento com os seus clientes, com preços muito interessantes para esse segmento e que... está mesmo aqui ao lado.

Este passo em frente por parte dos franceses é mais uma oportunidade de a Indústria Têxtil e do Vestuário portuguesa se afirmar no fundo como a solução para o cumprimento inteligente da medida adotada. O copo fica a encher, diria eu, se o segurarmos direito. t

A sustentabilidade é um assunto que nos leva obrigatoriamente para os temas da reciclagem e da reutilização. Exige-se, portanto, por parte dos consumidores, a redução do consumo e, por parte das empresas, o bom senso no momento da decisão na aprovação dos parâmetros das encomendas durante o processo de fabrico. Estes são os outros dois temas que na minha opinião merecem ser referidos e analisados.

A indústria têxtil tem um forte impacto na sustentabilidade, sendo o setor da Tinturaria e Acabamentos aquele que maior responsabilidade apresenta, devido ao elevado consumo de água, energia, gás, auxiliares e corantes. Este setor tem uma importância fulcral na indústria têxtil uma vez que é nele que se dá o enobrecimento da matéria-prima têxtil, através da aplicação da cor, aspeto, toque e características técnicas especiais.

Infelizmente, a indústria química ainda não investiu verdadeiramente na área têxtil e com isto, nos últimos 40 anos, verificou-se uma reduzida evolução, sem grandes avanços na forma de tingir e de acabar.

A evolução verificada nesta área, que nos permitiu otimizar processos, baixando consumos, deve-se essencialmente aos desenvolvimentos nas áreas da informática, mecânica, eletrónica e também à grande aposta na formação de técnicos das nossas universidades e escolas de formação.

Nos últimos 25 anos assistimos a aumentos descontrolados das capacidades instaladas, provocando uma luta sem critério pelas encomendas, originando consumos absurdos de água, eletricidade, gás, corantes e auxiliares. Verificou-se, em simultâneo, que em muitas situações o volume das encomendas tinha mais importância do que a discussão do seu preço!

Recentemente foi publicado um estudo que dizia: "Consumimos hoje 60 vezes mais roupa do que nos anos 60". Apesar de ser uma afirmação chocante, não fico verdadeiramente surpreendido, uma vez que ainda me lembro da roupa, dentro das famílias, passar dos mais velhos para os mais novos. Nessa altura tínhamos a sensação de que a Natureza estava mais preservada.

Outra sensação que temos diariamente é a necessidade que todas as marcas têm de associarem os seus produtos a baixos consumos de água e energia durante o seu processo de fabrico. No entanto, constato a pouca sensibilidade para cederem ligeiramente em parâmetros como as pequenas diferenças de cor, que causam reprocessamentos e aumentos do consumo de água e energia que atingem os 70%! Os baixos consumos são um requisito obrigatório, no entanto o nosso mercado tem encomendas enormes, que em termos absolutos têm consumos verdadeiramente astronómicos.

Temos (todos!), portanto, de ter consciência e uma atitude diferente perante este assunto. Em termos industriais as ordens de fabrico terão, no futuro, obrigatoriamente de serem menores e a preços inevitavelmente mais altos, garantindo desta forma um trabalho mais sustentável, sem colocar em causa a viabilidade do setor têxtil. É urgente o compromisso das grandes marcas em colaborar de forma mais séria e verdadeira neste campo, fazendo algumas cedências no sentido de conseguirmos juntos, atingir objetivos mais concretos. Quanto ao consumidor final, terá de ter uma atitude séria e de compromisso com o nosso planeta, não hesitando no momento da escolha entre a real necessidade e o capricho da moda. t

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U ACABAMENTOS Por: Katty Xiomara

Katty encontrou nos debates eleitorais muito material de qualidade falado e dançado ao ritmo do “pisca-pisca” de Ruth Marlene, mas é na velha música dos Clash “Should I stay or should I go” que encontrou o mote para o look de António Costa. Um estilo moicano e carregado de simbologia, adequado não só para o estridente concerto de previsões e sondagens, mas também as inevitáveis passeatas e arruadas

Um look punk e very british para António Costa E aqui estamos nós a assistir a esta maratona de debates, uns mais catitas do que outros, alguns esclarecedores e outros simplesmente estranhos. Tem sido, porém, refrescante ver uma espécie de renovado interesse da sociedade pela política, mas será que esse interesse se materializa em votos? É que para votar, deixamos de ser treinadores de bancada, temos de nos levantar do sofá e comprometermo-nos com o voto. Isto é, claro, se até lá percebermos como podemos ir votar, caso estejamos “Covidiados” ou confinados. É inegável que estes serões televisivos são uma mina de material jocoso e poderíamos facilmente extrair destas conversas e do comportamento dos ilustres “concorrentes” elementos divinais para os caricaturar. Desde os insultos criativos de direitas “fofinhas” e “mariquinhas”, ao “quarto pastorinho de Fátima” e o “discurso prosaico de miss mundo e miss simpatia”, passando pela escolha de temas inabituais como a pena de prisão perpétua ou o rendimento básico incondicional, chegando às grandes revelações, como os voos da TAP mais baratos para nuestros hermanos e uma possível “eco-geringonça”. Tudo isto material de qualidade falado e dançado ao ritmo do “pisca-pisca” de Ruth Marlene.

Apesar destes ricos minerais oferecidos pelo subsolo político, decidimos concentrar-nos no incumbente António Costa. Ele que aconselha sensatez e bom senso, através do caminho mais seguro, o da continuidade. Algo que ele decidiu chamar de estabilidade, utilizando como bandeira de campanha o Orçamento de Estado. Sim, esse mesmo, o que provocou toda esta confusão e que ele orgulhosamente exibiu, qual bíblia de conteúdo inédito, no final do principal debate televisivo.

No fundo, Costa oferece mais do mesmo, confiado no nosso natural modo de estar de “deixa-andar”, esquecendo o nosso lado aventureiro, aquele de outros tempos e que nos fez dar a volta ao mundo. O secretário-geral do Partido Socialista até parece saturado do seu outro cargo, o de primeiro-ministro. Porém, perder não é opção. Nos debates notámos ora uma confiança muito ao estilo Costa, pedindo uma maioria absoluta e apontando Marcelo como o seu tutor, ora o vemos admitir uma governação à Guterres, denunciando um nervosinho em surdina quanto a Rio. Não sabemos qual a verdadeira vontade de Costa, mas a vontade do povo, segundo as sondagens, é de que tudo fique na mesma, como a lesma.

Assim, a velha música dos Clash “Should I stay or should I go” é a nossa inspiração de base para um Costa que tenta auxiliar-se, mais do que nas sondagens, em todas as previsões astrológicas e esotéricas, a fim de descobrir a indecisão do povo ou até a sua própria.

A música leva-nos numa viagem temporal com 40 anos, logo, decidimos adotar aquele look punk very british dos anos 80, carregando de preto o seu olhar otimista e esculpindo os seus cabelos brancos até formarem um exuberante moicano. Safety pins e correntes decoram as suas orelhas e espalham-se pelos rasgões de uma T-shirt preta rabiscada. Uma coleira de tachas em pele com umas genuínas bondage pants de tartã e umas clássicas Dr. Martens. E voilá!!! Prontinho para as passeatas e arruadas e para o concerto estridente de previsões e sondagens. t

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O AS MINHAS CANTINAS Por: Manuel Serrão

Piri Piri Steak House Pinhal do Concelho, Estrada das Açoteias 8200-912 Albufeira

A FESTA DO PICANTE Neste mês de janeiro em que o frio nos tem batido à porta com inusitada violência e nem as arruadas e arruaças eleitorais nos parecem conseguir aquecer os ânimos, lembrei-me de viajar até ao nosso cantinho menos agreste, o Algarve.

Não é que goste muito de ser picado (ao contrário do Dr. Rui Rio) mas ainda e sempre na luta contra as baixas temperaturas, escolhi de todos os restaurantes algarvios que conheço aquele que é mais famoso pelo seu picante. Até porque no nome que escolheu, Piri Piri, diz logo ao que vem. E o que aí vem.…

O Piri Piri Steak House está integrado no Pine Cliffs Resort, entre Albufeira e Vale de Lobo, mas tem entrada direta pela estrada que nos leva a um dos acessos públicos à enorme Praia da Falésia.

Mais do que falar da magnífica carne que lá se pode comer em muitas e variadas versões e cortes, gostava de destacar o serviço

O MESMO REQUINTE DAS MANTAS LORDELO

de excelência capitaneado pelo meu amigo Joaquim Fraga e, acima de tudo, a coleção de picantes que é posta à disposição de todos os comensais.

São seis os picantes que compõem o painel. Seis desafios diferentes na sua génese, origem geográfica e grau de “violência “, que está indiciado num ranking que tem no número um o mais friendly e no seis o mais perigoso. Para um adepto habitual e “passageiro frequente” destes ingredientes como o autor destas Cantinas, não é muito grave chegar ao topo da tabela, embora queira partilhar com os leitores que o nível seis exige alguma contenção e o nível três também tem muito que se lhe diga.

Fica o desafio feito para os leitores que gostam de novas experiências, com a cer teza que uma boa digestão está desde logo assegurada. t

CASAS DO CÔRO RESERVA TINTO 2018 Já multipremiado, este é um vinho com requinte e qualidade ao nível das mantas Lordelo ou dos famosos cobertores de papa que são feitos pela Têxteis Evaristo Sampaio, a histórica fábrica e lanifícios da Guarda, agora nas mãos das novas gerações. João Paulo Sampaio e a mulher, Carmen, são também a alma do projeto turístico sustentável Casas do Côro, igualmente já merecedor de vários prémios e distinções. Destaca-se fundamentalmente pelo bom gosto, elegância e glamour , que ambos trouxeram da fábrica para a histórica aldeia de Marialva, onde fazem também este vinho, com o apoio de Dirk Niepoort, cujos rótulos associam ao hotel de charme que agregou e recuperou as típicas casinhas de granito da aldeia que esteve abandonada. Um tinto beirão de alto nível e caráter muito elegante, à imagem das mantas Lordelo, que também estão à venda na loja das Casas do Côro.

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c MALMEQUER Por: Cláudia Azevedo Lopes

Mariana Pimentel, 42 anos, a engenheira do ambiente que é a responsável de Marketing, Comunicação e Vendas da Piupiuchick, a marca de roupa de criança que há dez anos lançou com a irmã Inês e a amiga Marta. Trabalhou vários anos em Consultoria de Gestão e Inovação, mas a paixão pelo marketing foi mais forte e levou-a a lançar-se nesta aventura por contra própria. Portuense de gema e casada com um Lisboeta que se rendeu ao Porto (por enquanto), têm três filhos: Salvador, Concha e Mateus.

SOUVENIR

A COLCHA DA SAUDADE

Gosta Rir Dançar com os filhos Pessoas com sentido de humor Fazer puzzles Viagens a dois Casas arrumadas Viagens de trabalho com a irmã Skates e Patins Netflix Romances históricos Tequila Fins-de-semana em Madrid Discotecas Caril Filmes da Pixar Costa Alentejana Ir à missa Festas Dirty Dancing Detalhes e pormenores Do mundo Apple Casas cheias Dos sobrinhos Do trabalho Pessoas que criam memes Logotipos e packaging Tecnologia Nomes dos grupos de Whatsapp de amigos Trabalhar com a melhor equipa do mundo Do Diogo Tradições Programas de última hora Conversas parvas Publicidade inesperada Amigos desbocados Abraços Otimistas Shots Discursos emotivos Dos pais Histórias de amor Beijos na boca Fins de semana de amigas Picante Gomas Stickers e gifs Matemática Lógica Receitas fáceis Hits do momento

Não gosta De fazer listas de coisas que não gosta Whatsapps de turmas Livros técnicos Fazer ginástica Nomes de ficheiros em maiúsculas Zaragatoas Insónias Tomar remédios Cogumelos Água fria Ir para a cama cedo Sites que não abrem em Safari HBO Talões Correio da Manhã Rum Calças de fato de treino Viagens de carro Fonte “Comic Sans” Detergentes sem cheiro Conversas chatas Junk mail Saldos Trump Ter medo Coisas desalinhadas Business plans Aspirar Anexos em word Pensar demais Espaços sem luz natural Não lembrar de nomes Ficar na ponta da mesa Ser tão alta Unhas de gel Newsletters de Boas Festas De se levar a sério Cortinas Luzes brancas Coisas que picam Meias-calças Cumprimentos de cotovelo Pôr gasolina Livros digitais Renovar cartão de cidadão Café sem açúcar 2ª pessoa do plural Choninhas Piolhos Sopa fria

É a prova viva que uma simples peça têxtil, neste caso uma colcha em crochet, nos pode fazer viajar no tempo para nos inundar de memórias, saudades e afetos.

Esta colcha branca de crochet foi feita era eu menina pela minha mãe e por uma senhora que, não sendo minha avó biológica, cumpria essa função e a quem eu chamava de Mãefia – porque a senhora se chamava Sofia – e por isso, sempre que os meus olhos se cruzam com essa peça, que atualmente está no quarto de um dos meus filhos, volto à minha infância.

Recordo-me que essa colcha foi feita aos bocados, ou seja, foram dias e dias que a minha mãe e a Mãefia passaram a fazer crochet para depois unir esses bocados, transformando-os numa enorme colcha branca de algodão.

Está atualmente pousada sobre a cama de um dos meus filhos e, sendo muito pesada, acaba por representar toda a proteção, o aconchego e o mimo que estas duas pessoas me deram ao longo das suas vidas e que foi fundamental para o meu desenvolvimento enquanto criança e, depois, mulher.

Aliás, se pensarmos bem, a função da colcha é precisamente a de aquecer e aconchegar e são esse tipo de sensações que sinto sempre que o meu olhar se cruza com essa peça de têxtil-lar que, em segundos, me leva até à minha infância ao encontro da minha mãe e “avó emprestada” que, já cá não estando, me enchem de amor e saudades. t

Isabel Marrana

Diretora Executiva da AEVP

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