T73 - JUNHO 2022

Page 1

APOLINÁRIORUIFOTO: INOVAÇÃO A. SAMPAIO, LOUROPEL E VENCEMXR-PROTEXPRÉMIOSITECHSTYLE P 10 DOIS CAFÉS LION OF PORCHES ATACA EM ITÁLIA PARA SE AFIRMAR COMO MARCA EUROPEIA P 6 A MINHA EMPRESA MARJOMOTEX É UMA ACADEMIA GUIADA POR MULHERES P 14 EMPRESAS LÍDER DA CONDECORADATMGPELOPRESIDENTEDAREPÚBLICA P 20 SUSTENTABILIDADE MAKE IT BIO PROCESSA TÊXTEIS 100% SEM PETROQUIMICOSPRODUTOS P 32 NÚMERO 73 JUNHO 2022 DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS TOBIAS GRÖBER / ISPO A ITV PORTUGUESA TEM TUDO PARA SE AFIRMAR E ESTE É O MOMENTO P EMERGENTE4-5 MARIA CRIOU A WHEAT & ROSE PORQUE QUER ESTAR SEMPRE SEGURA DO PASSO SEGUINTE P 31 “TEMOS CONDIÇÕES PARA PRODUTORES”NADISTINGUIRMOSNOSEUROPACOMO P. 20 A 22 JORGE SILVA, ADMINISTRADOR DA TIAJO

T02 Junho 2022 FEIRAS DE MODA Fimi – Valência – 17/ 19 junho Pitti Bimbo - Florença – 22/ 24 junho Playtime Paris – Paris – 2/4 julho Pure London - Londres – 17/ 19 julho Colombiamoda – Medellín – 26/ 28 julho Magic. Project. Market. Las Vegas – 8/ 10 agosto Who's Next - Paris – 2/5 setembro Show Up - Vijfhuize - Holanda – 4/5 setembro Momad - Madrid – 16/ 18 setembro Coterie NY- New York – 18/ 20 setembro FEIRAS TÊXTEIS Première Vision Paris - Paris - 5/ 7 julho Milano Unica - Milão – 12/ 14 julho Première Vision NY – Nova Iorque - 19/ 20 julho TexWorld USA – Nova Iorque – 19/ 21 julho Colombiatex - Medellín – 26/ 28 julho Munich Fabric Start – Munique – 30 agosto/ 1 setembro The London Textile Fair - Londres – 5/6 setembro Jitac European Textile Fair - Toquio – 4/6 outubro Mare di Moda – Cannes – 8/ 10 novembro PRIVATE L ABEL / SOURCING Première Vision Manufacturing – Paris – 5/ 7 julho Pure Origin - Londres – 17/ 19 julho Apparel Sourcing – Nova Iorque – 19/ 21 julho Sourcing at Magic. Project. Market. - Las Vegas – 7/ 10 agosto Munich Fabric Start Sourcing – Munique – 30 agosto / 1 setembro Fashion SVP - Londres - 20/ 21 setembro Mare di Moda – Cannes - 8/ 10 novembro FEIRAS DE TÊXTEIS L AR E DECORAÇÃO Heimtextil – Frankfurt – 21/ 24 junho NY Now – Nova Iorque – 14/ 17 agosto Show Up - Vijfhuize - Holanda – 4/5 setembro Intergift - Madrid – 14/ 18 setembro Homi Milano - Milão – 16/ 17 setembro FEIRAS DE TÊXTEIS TÉCNICOS Outdoor by ISPO – Munique - 12/ 14 junho Techtextil / Texprocess – Frankfurt - 21/ 24 junho Febratex Brasil – Blumenau – 23/ 26 agosto Medica - Dusseldorf - 14/ 17 novembro Ispo – Munique – 28/30 novembro Performance Days Munich - Munique – novembro FEIRAS DE FILEIRA TÊXTIL Baltic Fashion & Textile – Vilnius – 16/ 18 setembro MARKETPL ACES INDEPENDENTES TheSuperFoursourceJoorFairlingEtageBrandshow. TV View & Playologie www.fromportugal.com.pt

T

Qual é a importância que o e-commerce assume nas contas da empresa ? Neste momento ainda representa muito pouco, mas estamos prestes a lançar uma nova plataforma de e-commerce B2B e B2C para aumentar as vendas, por que temos a certeza que o futuro passa por aí. As lojas tradicionais terão sempre que existir porque no nosso sector os clientes ainda dão muita importância à quali dade do produto e para isso querem sempre ver e tocar para ter a certeza que vão dar o melhor aos seus filhos. Quais são os principais mercados de exportação? Itália, Reino unido, Bélgica, EUA e Medio Oriente Como é que a Baby Gi ultrapassou as dificuldades da pandemia? Nessa altura apercebemo-nos que o mercado iria abran dar ou mesmo parar, porque estávamos numa fase de entregas da coleção de verão 2020 e começamos a rece ber emails dos clientes a pedir para atrasar as entregas e alguns a cancelar as encomendas. Nesse momento perce bemos que tínhamos de fazer alguma coisa para manter a produção em funcionamento, foi quando surgiu a ideia de produzir máscaras e fatos de proteção devido aos pedidos de várias instituições. Mas para nosso espanto o mercado internacional nunca parou e as encomendas de verão foram enviadas para os clientes inclusive com reposições, apenas o mercado Espanhol ficou bloqueado. Que mercado mais gostava de abrir ou qual será a vossa próxima aposta internacional? Como é do conhecimento de todos, a Europa está e vai passar por momentos difíceis resultantes de uma pandemia e agora de uma guerra que cria muitos problemas energéticos e de inflação, por estes moti vos estamos a apostar no mercado Norte Americano onde já apresentamos duas coleções. Nos últimos anos como variou a percepção dos con sumidores internacionais sobre o made In Portugal? O made in Portugal tem cada vez mais importância para os compradores internacionais, mas sinto que ainda é muito difícil vender como marca, ainda vêem Portugal como um país que sabe fazer bem. Para além do made in Portugal é necessário vendermos mais as marcas Portuguesas, é necessário criar valor nos nossos produtos, o Estado em conjunto com as empresas tem que investir mais na promoção das marcas, temos que olhar para os exemplos de Itália, França e Espanha onde existem as marcas mais importantes no setor do bebé e como todos sabemos a maior parte dos seus produtos é são made in Por tugal, mas são estas marcas que ficam com a maior parte da cadeia de valor, na minha opinião temos que inverter esta situação porque temos todas as condições para fazer com que a maior do valor fique em Portugal. t Alfredo Moreira

Diretor-geral da Baby Gi, a marca 100% made in Portugal dedicada à roupa e acessórios de puericultura lançada em 2016 e que aprendeu a andar depressa, tanto comercialmente como industrialmente, já tem nas exportações cerca de 70% do seu volume de faturação. Para além do mercado europeu, com destaque para países como Itália, França e Inglaterra, a marca está já presente em destinos como EUA, Kuwait, Dubai, Panamá e Colômbia

MAIS UM MOTIVO DE ALEGRIA Devo confessar que ao longo dos meus mais de 35 anos de trabalho com a indústria Têxtil e Vestuário Portuguesa já aprendi que não é muito difícil tropeçar em perfis como o do nosso entrevistado de capa desta edição do T Jornal. Faz claramente parte do ADN deste nosso sector um tipo de empresário ou industrial (como preferirem chamar-lhe) que não nasceu em berço de ouro, não sucedeu obrigatoriamente à liderança de uma empresa familiar (ainda que também não exista mal nenhum nisso) e que subiu a pulso a carreira de sucesso da sua vida. Aquilo que mais me surpreendeu na entrevista do Jorge Silva, da Tiajo , é como é que um homem que passou o que passou na sua carreira, que o levou de empregado de armazém da TMG a dono de uma empresa que fatura 16 milhões de euros, chega aos 58 anos e já fala como se estivesse a postos para entregar o trabalho à sua Foidescendência.umprazer conhecer o Jorge Silva e ouvi-lo contar a sua história de vida, mas também devo dizer que pelo conhecimento que também já tive com o seu filho homónimo, consegui perceber mais facilmente o desprendimento que o Jorge Silva pai já vai alardeando. Para os leitores do T que conhecem a preocupação que temos tido com as sucessões familiares das grandes empresas da ITV, será mais fácil ainda entender esta alegria de que aqui damos conta. t n

CORTE&COSTURA Por: Júlio Magalhães

03Junho 2022 EDITORIAL

Por: Manuel Serrão

- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Cláudia Azevedo Lopes Telefone: 969 658 043 - mail: cl.tdetextil@gmail.com Registo ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/ T T

1

T04 Junho 2022 7 PERGUNTAS A TOBIAS GRÖBER / ISPO Executive Director Business Unit Consumer Goods n Texto: Mariana d’Orey

Tendo em vista as compe tências ao nível dos têxteis técnicos e da sustentabili dade, como olha para a ITV portuguesa no contexto internacional? Este é um momento histórico para esta indústria em todo o mundo. Portugal beneficia do facto de ter uma indústria pra ticamente vertical e, por isso, esta é uma oportunidade única para se afirmar na Europa como grande produtor. Porque Portu gal tem know how e qualidade, e do que eu tenho conversado com os nossos clientes portu gueses há aqui um trabalho muito honesto de cumprimen to das normas de sustentabili dade. Aliás, a sustentabilidade está no centro dos modelos de negócios das empresas portuguesas: desde a criação de produtos sustentáveis, até aos processos de menor consumo de água ou energia, etc. Penso que estamos a caminhar glo balmente para uma diminuição do consumo de fast fashion e para uma aposta em produtos de qualidade e o problema de Portugal vai ser conseguir dar resposta ao aumento da procura. 2 Há também uma percepção de que Portugal é um bom fornecedor, mas que faltam ainda algumas ferramentas de marketing, o que se reflete na dificuldade de portuguesas…internacionalmenteafirmarmarcas

4 E quais são as razões concre tas para a mudança? Uma feira de tendências em ge ral tem de estar alinhada com os deadline da área da inovação e o que é facto é que foram lançados no mercado recente mente novos produtos, muita inovação, muitos detalhes inte ressantes e é por isso tomamos a decisão de realizar a feira em MasNovembro.paraalém da mudança de datas, nós também introduzi mos algo que já queríamos ter introduzido há muito tempo mas que só agora fez sentido: as marcas passam a ter um espaço máximo de exposição, ou seja, já não podem ter um número abismal de metros quadrados disponíveis para exibir a sua coleção. 5 E porquê? Porque defendemos que o tempo de mostrar todos os produtos acabou. O atual desafio das marcas é diferen ciarem-se pelos seus valo res, pela sua singularidade. Querem continuar a mostrar a coleção inteira? Ou querem mostrar dois ou três produtos que realmente os tornem únicos e especiais no merca do Porglobal?exemplo: eu sou uma marca de sky, há centenas de marcas de sky a expor na ISPO, o que me diferencia,o que defendo? São essas as perguntas que as marcas tem de fazer hoje e que estão ali nhadas com uma diminuição generalizada do consumo que

Portugal tem tudo. Tem know how, maquinaria, empresas, gente com formação, e beneficia ainda de ter uma indústria praticamente vertical. Tobias Gröber esteve no iTechStyle Summit e não tem dúvidas de que a ITV portuguesa tem tudo para se afirmar. O problema é conseguir dar resposta ao aumento da procura.

“ESTE É PORTUGAL”PARADEMOMENTOOOURO

Sim, isso é um facto, mas penso que está a melhorar muitos nos últimos anos. Penso que os empresários portugueses se devem apoiar em melhores planos de comunicação, uma estratégia bem clara, e uma maior coor denação que faça com que o bolo seja maior para todos e não ande cada um a tentar afirmar a sua fatia. Não há dúvidas de que algu mas empresas portuguesas têm uma enorme capacidade para criar grandes marcas internacionais. Mas a per gunta é: que valores são os da marca? Qual é a sua visão? Hoje as marcas já não se podem prender a produtos, a perspetiva tem de ser muito mais ampla, global e ambi ciosa. Em última instância, os clientes têm de perceber quais os valores da marca e de que forma podem contribuir para eles. 3 A propósito da próxima edição da ISPO, quais são as novidades? A grande novidade são as novas datas. Se há uns 20, 10 ou até 3 anos atrás me tivesse perguntado se algum dia a feira se iria realizar em Novembro eu diria claramen te que não. Mas o mundo está a mudar e as cadeias de fornecimento estão também a alterar-se e essa é para a or ganização da ISPO a mudança mais significativa.

Os que vão primar pela ausên cia argumentam que não vale a pena investir num stand quando já têm toda a sua capacidade pro dutiva comprometida, as ten dências para a temporada foram divulgadas em agosto do ano passado e estão em produção - e nem como exercício de relações públicas e networking compen saria visto que os seus clientes não planeiam visitar a feira. Já os mais fiéis, que mais uma vez dizem presente, esperam encontrar novos clientes e no vas oportunidades de negócio para o futuro - e, ainda, tentar ti rar partido das sinergias criadas pelo facto da simultânea da Hei mtextil decorrer em simultâneo com a Techtextil/Texprocess no recinto da Messe Frankfurt.

T 05Junho 2022 DO SOBRETUDO AO FATO DE BANHO

OTECHTEXTIL/TEXPROCESS:SUCESSOVAISER

HEIMTEXTIL SUMMER SPECIAL

“Um sucesso brutal” - é essa a elevada expetativa da Seletiva Moda relativamente à participação nacional na próxima edição da Techtextil/Texprocess que decorre de 21 a 24 de junho, na Messe Frankfurt, em simultâneo com a Heimtextil Summer Special.

Há meio século que é fatal como o destino: Natal em Dezembro, Heimtextil em janeiro. Mas a pandemia veio baralhar tudo e, após ano e meio de ausência forçada, a maior feira mundial de têxteis-lar está de volta com uma edição especial (21 a 24 de junho) que em vez de ser no pino do inverno abre as portas no dia do solstício de verão - ou seja em vez de desembarcarem em Frankfurt embrulhados num sobretudo, os visitantes e expositores devem trazer na mala um fato de banho para se refrescarem, ao fim do dia, na piscina do hotel. Em vez dos nove pavilhões que habitualmente ocupa, a Hei mtextil Summer Special apre senta-se em formato de bolso, preenchendo apenas três e aco modando cerca de 850 exposito res - em 2020 contou com 2.918 vindos de 64 países. Na edição 2020 (a última antes da pande mia) da maior feira mundial de têxteis-lar, a embaixada por tuguesa apresentou-se com 77 stands. Nesta edição especial essa participação cai drasticamente para cerca de 1/3 - 25 stands “Não há dúvida de que janeiro é o timing certo, mais adequado, para uma feira de têxteis-lar. Por isso mesmo a edição de 2023 volta ao calendário habitual”, re conhece Cristina Motta, a repre sentante em Portugal de Messe Frankfurt.Osignificativo emagreci mento da participação portu guesa na próxima Heimtextil Summer Special denuncia a existência de duas diferentes avaliações sobre a importância desta feira Olhandointercalar.paraalista das em presas portuguesas que vão expor os seus produtos na Hei mtextil Summer Special salta aos olhos a ausência de alguns dos pesos pesados, como a La meirinho ou a Adalberto, que contrasta com a aposta de outros peixes graúdos do nosso têxtil -lar, como a Lasa, Mundotêxtil ou Penedo (só para citar três exemplos), que mais uma vez marcam presença em Frankfurt. Sendo consensual que, para o calendário da fileira de têxteis lar, o mês de junho é demasia do tarde para uma feira, estas ausências e presenças indiciam duas diferentes visões e expec tativas relativamente a este certame.

BRUTAL

6

Mas em 2023 tudo deverá voltar à normalidade. As inscri ções com desconto para a Hei mtextil (10 a 13 janeiro), já es tavam esgotadas a mais de sete meses de distância, sinal óbvio e ululante que a magra repre sentação nacional na próxima edição especial de verão não significa um menor empenho do setor na maior feira mundial deOstêxteis-lar.60stands já garantidos por expositores portugueses para edição do próximo mês de janeiro são um claro sinal de confiança no futuro, que ainda é sublinhado pela reserva de mais de 500 metros quadrados feita pela Seletiva Moda para instalar os três fóruns que pro move. está a acontecer e que se vai agravar. Menos e melhor, é essa a proposta. Uma orientação que, associa da às consequências da pan demia, fará com que a ISPO tenda a ser uma feira mais europeia e menos mundial? Sim, talvez. A realidade é que antigamente tínha mos uma grande parte dos nossos expositores vindos do mercado asiático e dos Estados Unidos, sobretudo de Las Vegas. Creio que em relação aos EUA será fácil e não sentiremos grande diferença, mas em relação à Ásia, nomeadamente à China que se pensa que possa manter-se fechada até ao final deste ano, é bastan te evidente que não estarão connosco nem expositores nem compradores. Por isso é que que digo que a ISPO é o sweet spot de Portugal. Agora mais do que nunca precisamos da sua presença e que as suas em presas possam mostrar o que são capazes de fazer. 7 O futuro é o abastecimento de proximidade? A aproximação dos canais de fornecimento é inquestio nável. A pergunta é se vão fixar-se na Turquia, em Mar rocos, em Portugal ou noutro sítio qualquer? Portugal tem tudo: k now how, maquina ria, empresas, colaboradores formados, etc. É o momento de ouro. É tempo dos portu gueses fazerem erguer a sua bandeira bem alto e dizerem algo como: “estamos cá, somos sustentáveis, per tencemos à União Europeia, cumprimos todos requisitos legais, temos qualidade e podemos ajudar”.

Montra onde se apresenta o último grito das novidades tecnoló gicas para a ITV, não só em produtos mas também equipamentos, a Techtextil/Texprocess abre ao público no início do verão, como habitualmente, só que com um ano de atraso. Bienal, este certa me acontecia nos anos ímpares até a pandemia ter posto todos os calendários de pernas para o ar. “Se quando se realizava de dois em dois anos já era impressio nante o fervilhar de novidades, agora, que as empresas tiveram três anos para trabalharem em inovação, não tenho a menor dúvida de que a Techtextil/Texprocess vai ser um sucesso brutal”, prevê Manuel Serrão, CEO da Selectiva Moda. A Selectiva apoia o contingente português, que apresenta em 28 stands, dos quais quatro na Texprocess e 24 na Techtextil distri buídos por três ilhas From Portugal excelentemente localizadas num cruzamento no meio de um pavilhão. De salientar o poderoso stand da S. Roque, que ocupa uma área de 280 m2 na Texprocess, e o número não negligenciável de es treias na Techtextil, como a Trim NW, a DeHora ou a Filasa.

LION ÀATIRA-SEPORCHESOFITÁLIA APOLINÁRIORUIFOTO:

É neste enquadramento que o gru po aposta em que este seja um retorno a todo o gás, o que sentiram já em fe vereiro com a operação Momad, onde à presença na feira se seguiu um grande showroom em Madrid durante dois me ses para fomentar a relação com os clien tes da marca em Espanha. “Correu tão bem que em setembro vamos repetir”, avança o Diretor dos Mercados Interna cionais, dando conta dos objetivos de ex pansãoCominternacional.apresençadestacada na Pitti –inédita para uma marca portuguesa de vestuário – esta é, dada a afluência ao cer tame, também uma apresentação para o mundo, enquanto a presença na Semana de Moda de Milão representa a estreia na alta moda italiana. Assim, num contex to que as exportações representam mais de 10% das vendas da Lion of Porches, o objetivo é mais que duplicar durante o próximo ano, atingindo números perto dos No25%.que respeita ao mercado italia no, é que se expanda tanto como está atualmente o espanhol, onde a marca está já em cerca de 100 espaços de venda e com todo o país coberto por represen tantes e agentes. t

Duas garrafas de água Serra da Penha e dois cafés Buondi, na mesa de pés altos do showroom da Lion of Porches instalado na moderna e desafogada sede do grupo têxtil Cães de Pedra Grupo Cães de Pedra Av. Primeiro de Maio 1666 4485-105 Mindelo, Vila do Conde CAFÉS & A CONTA A Com origem em Guimarães, não admira que na sede do grupo Cães de Pedra se ofereça água Serra da Penha. Será apenas coincidência - até porque é um produto da vizinha Lactogal - mas nem por isso deixa de remeter para a lógica de comu nidade, que é uma das ideias-chave as sociadas à comunicação da marca Lion of Porches. Nuno Azevedo é o Diretor de Mercados Internacionais do grupo que é também dono da marca Decenio, e explica que a Lion é precisamente uma marca de comunidade: “veste a família, as pessoas de todas as idades, e é a partir das pessoas e das famílias que se desen volvem as comunidades”. Ora, é com o pensamento nessas di nâmicas coletivas que a Lion of Porches partiu neste ano em que completa 20 primaveras de existência para um plano de reforço da sua afirmação como marca europeia. Começou por Espanha, em fe vereiro, a partir da feira Momad, e reforça agora em Itália, aproveitando a força dada à marca pela presença destacada na Pitti Uomo, em Florença, seguida pela entra da na roda da alta moda italiana com a apresentação na Semana da Moda de Mi lão, e ainda por três grandes showrooms, em Milão, Roma e Nápoles.

T06 Junho 2022

NUNO AZEVEDO 52 ANOS DIRETOR DE INTERNACIONAISMERCADOSDOGRUPOCÃESDEPEDRA

“A ambição das nossas marcas não depende apenas de Portugal, deste mer cado de 10 milhões, queremos estar em paralelo noutros mercados”, diz Nuno Azevedo, que explica as razões da escolha deste momento para a ofensiva. “Depois de dois anos sem contactos, sem relacio namento, há uma vontade muito grande nas pessoas em voltar ao normal. Vão apostar na satisfação, vão querer com prar, pensar que não vão ter que estar em casa”, expõe, mostrando que estes dois anos de interregno foram aproveitados para adaptar a marca aos novos tempos. Este é um novo normal, e por isso com a coleção Primavera-Verão 23 a Lion of Porches quer valorizar a aposta de moda e posicionamento no lifesty le pelo que traz de novo ao mercado. “É uma espécie de upgrade dentro do que somos, mantendo uma linha moderna e atual mas com capacidade de adaptação ao novo normal. Por um lado, as pessoas deixam de estar em casa e desaparece o efeito pijama mas querem roupa com mais conforto; por outro, também nas empresas o dress code corporativo tem que se adaptar, com um estilo mais con fortável e também mais refinado”, sinte tiza Nuno Azevedo.

“Sou sempre uma ferramenta da em presa”, diz homem que anda nisto há muitos anos. Começou logo após os 20 como retail manager para um escalão de franchisados da Levi’s, esteve no início do processo de retalho da Salsa, foi para Itália com a Wearplay, correu o mundo com a Gas Jeans (“dormia nos aeroportos”) e, por entre consul torias no retail de moda, ainda teve tempo para um Bacharel em Gestão de Publicidade, MBA em Gestão de Marketing, e avança noutro (“que é vi sionário e disruptivo”) em Digitaliza ção. Pelo meio fez também formação digital na PBS (Porto Business School).

Pai de um youtuber precoce - Lucas, que aos 10 anos joga xadrez e domina três idiomas – e padastro de uma gestora (Sofia, 24 anos, trabalha na Deloite), está proibido por Patrícia, mãe de Lucas, de falar em casa de marcas e de moda.

DOIS

T 07Junho 2022

5. AS MEGATENDÊNCIAS FORAM ANALISADAS LOGO NO PAINEL DE ABRTURA, COM LISA LANG, ANTÓNIO CUNHA, ADRIANA DOMINGUEZ, THOMAS GRIES E TOBIAS GRÖBER

1. COM A PLATEIA SEMPRE PREENCHIDA COM PERSONALIDADES DAS MAIS RELEVANTES EMPRESAS E DO SECTOR, O DIRETOR-GERAL DO CITEVE, ANTÓNIO BRAZ COSTA, ENCARREGOU-SE DE CONDUZIR OS TRABALHOS COM A SUA JÁ RECONHECIDA EFICÁCIA E OBJETIVIDADE

6

TRÊS DIAS DE PREGO A FUNDO FOTOSÍNTESE

Foram três dias de intenso e fru tuoso debate, focado sobretudo para as questões do futuro e as megatendências que orientam a evolução do sector têxtil. Além de promover o contacto direto entre a ciência e a indústria, o iTechStyle Summit projeta também a ITV por tuguesa como um player cada vez mais central no mundo da inovação e dos têxteis técnicos, atraindo participantes dos mais variados países e um conjunto de oradores de primeiro nível. Três dias que marcaram também o regresso das pessoas ao contacto direto, à alegria da partilha, ao networking profissional. E se, como disse o secretário estado Estado da Eco nomia, a têxtil é uma indústria que tem como mote acelerar a inova ção, então estes foram mesmo três dias de prego a fundo.

T08 Junho 2022

6. ALÉM DE ORADORA, GIUSY BETTONI FOI TAMBÉM UMA DAS PARTICIPANTES MAIS INTERVENTIVAS 11. VÂNIA CANHA (SELECTIVA MODA), CRISTINA TERRA DA MOTTA (MESSE FRANKFURT), DE COSTAS, TOBIAS GRÖBER (ISPO) E TÂNIA BARROS (MESSE MUNICH), A MESA DAS FEIRAS NO JANTAR DE GALA

10. SEDE DO CITEVE E SPONSOR DO ENCONTRO, O MUNICÍPIO DE FAMALICÃO TEVE REPRESENTAÇÃO DE PESO NO PALCO DOS PRÉMIOS DE INOVAÇÃO ITECHSTYLE

T 09Junho 2022 2. RECEBIDA PELO PRESIDENTE DO CITEVE, ANTÓNIO AMORIM, A LÍDER DA TMG AUTOMOTIVE, ISABEL FURTADO FOI UMA DAS ORADORAS 3. TAL COMO A FUNDADORA DA C.L.A.S.S. GIUSY BETTONI, AQUI À CONVERSA COM O DIRETOR DE INOVAÇÃO DA TINTEX, PEDRO MAGALHÃES 7. TANTO EM GRUPO COMO INDIVIDUALMENTE, TODOS QUISERAM REGISTAR O MOMENTO COM A PASSAGEM PELO FOTOPRINT 4. COM AS MULHERES EM MAIORIA E ATENTAS A TODAS AS INTERVENÇÕES, O GRUPO DE QUADROS DA RIOPELE NÃO PASSOU DESPERCEBIDO 9. TAL COMO DOS REPRESENTANTES DA TÊXTIL PENEDO, AGOSTINHO AFONSO E SANDRA VENTURA 8. O INTERESSE DAS APRESENTAÇÕES PRENDEU A ATENÇÃO DO PRESIDENTE DO INEGI, ALCIDIADES GUEDES 14. PARA ASSINALAR OS 30 ANOS DA CERTIFICAÇÃO, A EQUIPA DO CITEVE DA OEKO-TEX PROMOVEU UM SUNSET NO TERRAÇO DO TERMINAL DE CRUZEIROS 13. REPRESENTANTES DAS PREMIADAS, LOUROPEL, A. SAMPAIO E DO PROJETO XR-PROTEX, REGISTAM O MOMENTO COM OS RESPECTIVOS TROFÉUS 12. O SECRETÁRIO DE ESTADOO DA ECONOMIA, JOÃO CORREIA DAS NEVES, E O PRESIDENTE DO CITEVE, ANTÓNIO AMORIM, ENTREGARAM OS PRÉMIOS DE INOVAÇÃO

PRÉMIOS ITECH STYLE PARA A. SAMPAIO, LOUROPEL E XR-PROTEX

Com duas subidas ao palco, a A. Sampaio foi a grande protagonista da cerimónia de en trega dos iTechStyle Awards, que teve lu gar durante o jantar de gala do iTechStyle Summit. A fabricante de botões Louropel e o consórcio que concebeu o Xr-ProteX foram os outros vencedores anunciados durante a cerimónia, que foi presidida pelo secretário de Estado da Economia, João Correia Neves. Estes são os prémios de inovação têxtil, que todos os anos são atribuídos nas cate gorias de Tecidos, Produto Acabado, Aces sórios e Sustentabilidade, na sequência do iTechStyle Showcase. Trata-se de uma organização conjunta do CITEVE e da As sociação Selectiva Moda, sendo os projetos candidatos apresentados durante as duas edições anuais do salão MODTISSIMO, onde são apurados os finalistas.

VALÉRIUS PROPÕE “CLUSTER AUTO SUSTENTÁVEL”

T10 Junho 2022

TÊXTIL SOMA CANDIDATURAS DE 201 MILHÕES AO PRR Polopique , Impetus e Adalberto, lideram os três projetos inovadores apresentados ao PRR no âmbi to das agendas mobilizadoras. No conjunto somam candidaturas de 201 milhões de euros e envolvem várias dezenas de outras empresas com o propósito de acelerar a transformação estrutural da ITV através de um conjunto de soluções inovadoras no âmbito da indústria 4.0 e a utilização otimizada da água em con texto industrial. “Entendo que todas as candidaturas com mérito devem ser apoiadas. Esta é a medida mais disruptiva do PRR para mudar o perfil produtivo e alavancar tudo o que de melhor se faz no país”, disse o ministro da Economia, António Costa Silva.

PARA A ENERGIA

O presidente do grupo Valé rius, José Manuel Ferreira, defende que as empresas têxteis devem controlar 75% da energia que con somem e, por isso, avança com a ideia de criação de um “ cluster auto-sustentável para que a energia pertença a que a subi da dos preços do gás natural está a tornar insustentável para a atividade das tintura rias e das tecelagens, o líder da Valérius adverte mesmo para a possibilidade de co lapso do sector. “São a carruagem do meio do sector têxtil; se falham, falhamos todos”, destacou em declarações ao jornal Público, dando conta de que a energia “é um custo que ninguém consegue contro lar”.Épor isso que avança com a ideia de que as empresas devem passar a controlar boa parte do abastecimento da energia que consomem, propondo a criação de “um cluster auto-sustentável” para a região do Cávado e do Ave, onde estão concentra das cerca de 80% das empre sas do sector têxtil. “Pode ser um passo para criar uma comunidade exemplar no país”, disse, esperançado com a consta tação de que “desde que co meçou a guerra os empresá rio têm comunicado muito mais entre si”. Ouvido também pelo mesmo jornal, o presidente da ATP, Mário Jorge Macha do, explicou que as empre sas “podem produzir calor através de caldeiras de bio massa e aumentar a produ ção de eletricidade por pai néis fotovoltaicos” e que o Estado pode contribuir neste aspeto com a “majo ração dos apoios previstos no Plano de Recuperação e Resiliência para a área da descarbonização”. t "Em todas as feiras sentimos uma grande vontade de produzir em Portugal " Ana Prata Sócia da Daily Day 22,8% é a queda das exportações globais de moda para o UK em 2021

FFF FOI À UMINHO EXPLICAR PROMOÇÃO DA MODA

Vencedora na categoria Tecidos a A. Sam paio arrecadou também a categoria Susten tabilidade, prémios que foram recebidos por João Mendes, que, por isso, teve que su bir ao palco por duas vezes. O prémio para o Produto Acabado foi atribuído ao proje to Xr-ProteX, da responsabilidade de um consórcio que integra as empresas Lemar, Polyanswer , Ownwork e vários centros de ciência e investigação, tendo o prémio sido recebido pelo representante da Polyanswer PedroVencedoraPinto. do prémio Acessórios, a Lou ropel esteve representada por Hernani Bar ros, que subiu ao palco para receber o respe tivo Troféu. Nesta edição candidataram-se perto de 200 projetos, tendo o júri durante as duas edições do iTechStyle Showcase, no MODTISSIMO, selecionado um total de 27 finalistas, entre os quais foram agora esco lhidos os vencedores. t

O filme de moda, consagrado pelo Fashion Film Festi val (FFF), é cada vez mais uma linguagem audiovisual privilegiada para promover e difundir o trabalho de criadores da indústria da moda e do audiovisual. Isso mesmo explicou Manuel Serrão, diretor-geral do FFF nas II Jornadas de Design e Marketing de Moda da Universidade do Minho (UM), onde aproveitou para dar a conhecer a evolução do próprio festival, exemplo para muitos outros que se realizam inter nacionalmente, realçando a sua importância não só para a promoção da moda nacional, mas também para a projeção de novos criativos ligados ao cinema e ao design

O VERÃO DA FOURSOUL JÁ CHEGOU ‘Who Loves the Sun’ é a mais recente coleção da marca portuguesa Foursoul. A coleção é inspirada no nascer e pôr do sol e resulta num conjunto de peças com cores vibrantes e tecidos frescos. Crepes finos, transparências, redes e tecidos de perfurados são as tendên cias da marca feminina, que assumem a forma de saias, vestidos, macacões ou blusas nas cores laranja, rosa, azul e verde. Com uma oferta cada vez mais diversificada, a Foursoul conta também na sua coleção com toalhas de praia com efeito degradé, beach bags, biquinis, chapéus e fatos de banho. Não esquecendo os blusões em denim, os elegantes conjuntos de tweed e os vestidos plissados.

todos”.Considerando

T 11Junho 2022 EVENTOS EXPOSIÇÕES CONGRESSOS FEIRAS STANDS 35 anos de experiência em montagem de eventos e exposições: ELEVE O SEU NEGÓCIO EM QUALQUER PARTE DO MUNDO ZONA NORTE +351 253 233 comercial@spormex.pt000 ZONA SUL +351 218 942 comercial.lx@spormex.pt148 events & exhibition s ww w.globalt endas.com +351 253 233 info@globaltendas.com020 TENDAS PALCOS ESTRADOS MOBILIÁRIO ACESSÓRIOS

Após dois anos em que a Pitti Bimbo foi organizada em formato conjunto com a Pitti Uomo e a Pitti Filati, a feira italiana de moda infantil organizada pela Pitti Imagine volta a autonomizar-se. Uma “independência que permi tiu ampliar os espaços para expositores, onde a marcas portuguesas costumam ocupar lugar de destaque. Para a sua edição número 95, de 22 a 24 de junho, a feira quer reforçar o seu caráter internacional: cerca de 70% dos 194 expositores que já marcaram presença são oriundos de mercados externos.

Chegou uma nova coleção de pijamas à loja online da Vintage for a Cause. Bloom, Savannah e Flourish são as propostas alegres da marca portuguesa de upcycling para esta primavera-verão, disponíveis nas cores laranja e verde. A coleção conta com a qualidade do made in Portugal, não só na confeção, mas também no tingimento e estampado do tecido, e assumem um preço justo. O projeto Vintage for a Cause foi criado em 2012 com o ob jetivo de oferecer peças exclusivas com recurso a métodos sustentáveis. t

JORGE PEREIRA CEO da Lipaco 25,1% é a previsão de crescimento do segmento Athleisure até 2025

TEMPERATURA ABRE NOVAS LOJAS EM BRAGA E SETÚBAL A marca Temperatura, do grupo Ana Sousa, abriu duas novas lojas em Setúbal e Braga. Os novos espaços são divididos entre a elegância da marca mãe, a Ana Sousa, e a irreverência e os tons quentes da Temperatura, marca destinada aos consumidores mais jovens. Criada em 2019, a Tempe ratura surgiu com o objetivo de expandir o espectro de consumido res da Ana Sousa.

SAURER APOSTA NA FIAÇÃO COM MATERIAIS RECICLADOS Especialista no fabrico de máquinas e componentes para a produção de fios, o grupo Saurer aposta agora na nova Autocoro 10 como uma solução especializada para a fiação com base em matérias-primas recicladas ou regeneradas. Em todo o mundo já foram vendidos mais de um milhão de pontos de fiar Autocoro, garante a empresa. Uma das vantagens apontadas à nova máquina é a que se prende com a produtividade, uma questão que é normalmente associada ao trabalho com matérias -primas sustentáveis.

CITEVE É UMA DAS ‘101 VOZES PELA SUSTENTABILIDADE’ Ana Tavares, diretora de Sustentabilidade do CITEVE, é uma das personalidades que contribuem para o livro ‘101 vozes pela sustentabilidade’, organizado pelo ISCTE Executive Education, coordenado por Mónica Bello, e com nota introdutória de António Guterres, secretário -geral da ONU. “Um número crescente de empresas está a abraçar esta mudança social, ambiental e financeira. Juntos, podemos pôr as pessoas e o planeta em primeiro lugar”, incita António Guterres.

T12 Junho 2022

PITTI BIMBO ESTÁ DE REGRESSO ENTRE 22 E 24 DE JUNHO

Um fio de poliéster reciclado produzido a par tir de garrafas de plástico está a ser usado pela Continental no fabrico de pneus na sua uni dade de Lousado, em Famalicão. Denominada ContiRe.Tex, a nova tecnologia que foi desen volvida no interior da empresa permite subs tituir o poliéster convencional que era utiliza do na carcaça dos pneus. O novo fio é obtido a partir de garrafas PET usadas sem quaisquer etapas químicas inter médias e não recicladas, o que o torna ambien talmente mais eficiente em comparação com outros fios de poliéster de alto desempenho obtidos a partir do plástico. Em comunicado, a unidade portuguesa da fabricante de pneus dá conta da novidade que passa a ser aplicada nalgumas séries da sua produção. “ A Continental é o primeiro fabri cante de pneus a lançar a produção em série de fio de poliéster reciclado, obtido a partir de garrafas de plástico PET. O novo material de alto desempenho será utilizado em algumas dimensões dos pneus PremiumContact 6, EcoContact 6 e AllSeasonContact”, anuncia a empresa, dando conta de que “um conjunto de pneus standard de um automóvel de pas sageiros utiliza cerca de 40 garrafas PET re cicladas”.AContinental afirma que o fio poliéster feito de PET é usado há muito tempo como material na montagem de pneus de passagei ros e camiões ligeiros. “Os cordões têxteis ab sorvem as forças da pressão interna do pneu e permanecem estáveis, mesmo sob cargas e temperaturas elevadas. Para tornar os pneus ainda mais eficientes no consumo de energia e amigos do ambiente no fabrico, utilização e reciclabilidade, a Continental está a investigar intensivamente materiais alternativos para a sua produção”, nota ainda o comunicado. t

FORDAECOFRIENDLYPIJAMASVINTAGEACAUSE

PARIS FASHION WEEK JÁ TEM DATAS ATÉ SETEMBRO DE 2023 Após dois anos de cancela mentos e atrasos devido à pandemia, a Fédération de la Haute Couture et de la Mode estabeleceu o calendário das três feiras da Paris Fashion Week até setembro de 2023. A primeira data da Haute Couture, Paris Fashion Week Womenswear e Paris Fashion Week Menswear será entre os dias 21 e 26 de junho, se gue-se a edição da Haute Cou ture, de 4 a 7 de Julho, e para fechar o ano a Paris Fashion Week Womenswear, de 26 de setembro a 4 de outubro. Em 2023, o primeiro even to será a passarela masculina da Paris Fashion Week, entre 17 e 22 de janeiro, segue-se, de 23 a 26 de janeiro, a Paris Fashion Week Haute Coutu re. A próxima edição da pas sarela feminina será realizada de 27 de fevereiro a 7 de mar ço de Mais2023.tarde, em 20 de ju nho, começa a celebração das edições de verão, com a Paris Fashion Week Menswear, até 25 de junho e a Haute Coutu re, entre 3 e 6 de julho. t

NOVO FIO DE POLIÉSTER RECICLADO NO FABRICO DE PNEUS

"Estamos à espera de medidas que possam atenuar todos os custos excessivos associados à produção"

T 13Junho 2022 SEGURANÇANEGÓCIO SAÚDE RENTABILIDADE ► auditoria
técnica ► diagnóstico
de
necessidades
 ► implementação
de
procedimentos
Safety
&
Security A Wé
o
seu
aliado
estratégico
para
fazer
face
à
nova Wise HS Protection realidade
da
segurança
e
saúde
do
mercado
global Foque‑se
no
seu
core
business,
nós
focámo‑nos
nas
novas
diretrizes
de
saúde e
segurança,
ajudando‑o
a
rentabilizar
ainda
mais
o
seu
negócio A Wise
HS
Protection
concebe
Planos
de
Contingência
para
eventos,num
serviço i n t e g r a d o C h a v e n a M ã o , q u e c u m p r e a s N o r m a s d a D G S , c o m acompanhamento
permanente
em:

Na foto vê-se apenas um homem, mas Mónica Afonso explica que há um outro lá atrás e ainda mais dois que não estão na imagem. Um é o comercial da empresa e o outro ainda divide o estágio com a Universidade Lu síada onde finaliza o curso de Gestão Industrial e, por isso, não vestiram nesse dia a camisola da Marjomotex. Ao todo, são 30 mulheres que deixam esse sorriso ras gado na face da General Manager (ao centro) da fábrica de confeções especializada em denim, muitas delas no primeiro e único emprego, onde se cruzam gerações de mães, filhas, cunhadas e irmãs. É quase como uma acade mia de mulheres, onde a formação é uma constante, com ações de team building que por vezes incluem piqueni ques ou passeios. O último foi aos passadiços do Paiva. “Investimos sempre na formação para fomentar o espírito de equipa e cooperação, a qualidade dos recur sos humanos é o nosso paradigma", explica Mónica Afonso, que fala da equipa “como uma segunda família”. Fundada pelos pais em 1977, que deixaram os em pregos numa confeção, e com o nome inspirado nos três filhos Marco, José e Mónica, o plano familiar passava pela sucessão de pai para filho, mas o desaparecimen to precoce do progenitor obrigou Mónica – que se tinha formado em Gestão e trabalhava em contabilidade – a vir em socorro do irmão para apoiar na parte financeira. Mas passaram poucos anos e uma nova fatalidade dei xou-a sozinha com a empresa e as empregadas nas mãos. “Cheguei a pensar parar, mas cresci aqui no meio de las, são como uma segunda família e tive que assumir em pleno”, conta Mónica, que hoje se “sente gratificada por ter dado continuidade e ter mantido as funcioná rias” às quais agradece também “por terem estado sem pre comigo e terem enfrentado juntas as dificuldades”.

A MINHA EMPRESA

TWINTEX AUMENTOU O SUBSÍDIO DE ALIMENTAÇÃO A Twintex encontrou uma forma diferente de “celebrar o dia do trabalhador”: aumentou o subsídio de alimentação a todos os seus colaboradores, como revelou em comuni cado. Esta medida vem ao encontro de um dos conceitos Twintex EcoLife que representa “a responsabilidade social patente na empresa , que se desenvolve em diversas atividades para dar sempre as melhores condições aos trabalhadores”, acrescenta a Twintex em nota.

é o número de lojas da marca Temperatura em Portugal “A digitalização é importante, mas não chega. O boca a boca tem uma função muito importante”

X

T14 Junho 2022

Trabalhadores À volta de 30 pessoas Faturação Crescimento de 20% no último ano

23

A linha Sloggi Zero Feel, caracte rizada por modelos de soutiens sem costuras e sem aros, surge renovada, contando com novos modelos. A começar por um novo design em renda, totalmente invisível, elástico e mais suave. Em termos de paleta de cores também temos novidades, o rosa, cinza, verde e lilás são as cores tendência para esta estação. ÍNDIA PONDERA SUSPENDER AS EXPORTAÇÕES DE ALGODÃO O governo indiano está a considerar proibir as exportações de algodão face ao aumento dos preços e da escassez de oferta, de acordo com Upendra Prasad Singh, secretário do Ministério dos Têxteis. A medida insere-se num contexto de defesa da indústria do país, com a priorização do forneci mento da produção interna em detrimento da exportação da matéria-prima, sendo mais um incentivo ao aumento dos preços nos mercados mundiais. Na Índia, o preço do algodão passou de 60 mil rúpias (743 euros) por bala (unidade de medida usada na Índia e equivalente a 365 quilos), para 95 mil rúpias (1.177 euros). Singh destacou que, até outubro, os preços da matéria-prima continuarão a subir.

4760-692RuaMarjomotexdaVarziela852Outiz,VNFamalicão

Uma academia guiada por mulheres Dificuldades que surgiram quando deci diu que para enfrentar o futuro a Marjomotex ti nha que mudar de paradigma e o tipo de clien tes. Ou seja da confeção a feitio para a contratação direta, verticalizando a atividade, o que fez com que os até então clientes passassem a vê-la como concorrente. Mas em pouco tempo acabou por duplicar a faturação, do denime calças passou a produzir qualquer outro mate rial, em sarjas, bombazines, malhas etc. Em regime de pri vatelabel, com os moldes e tabelas de medida de cada clien te, ao que junta a personalização de acessórios e etiquetas. “Somos o parceiro produtivo das marcas. É a vanta gem de estarmos no seio do cluster, tudo o que é neces sário está na proximidade. Temos parceiros com muita qualidade inovação, principalmente nos processos de lavagem ou tingimento, com preocupações de sus tentabilidade e certificações”, explica Mónica Afonso. De forma direta ou indirecta, a empresa expor ta praticamente a 100% com clientes que vão des de a Alemanha, o principal destino, aos países nór dicos, Espanha e Reino Unido. Com o brexit e os problemas burocráticos iniciais, “os clientes que tinha reforçaram e até apareceram mais – Portugal é o melhor fornecedor”, e também “com a pandemia e a procura pelo produto casual tivemos mais encomendas”, regis ta a gestora, que não quer avançar números mas apon ta um crescimento da faturação de 30% em 2020 e de 20% em 2021, que perspetiva manter no final deste ano. O periscópio aponta agora também a clientes dos EUA e do Canadá, mas ainda que o futuro passe pela subcon tratação nunca vai extinguir o braço produtivo. “O know -howdelas é o património da empresa”, conclui Mónica. t

PRIMARK: REI DO LOW COST NÃO RESISTE À INFLAÇÃO A Primark, gigante da moda de baixo custo proprieda de do grupo irlandês AB Foods, não resistiu ao avanço da inflação e viu-se obrigada a mexer na sua tabela de preços, tendo anunciado em comunicado que terá de proceder a um ajustamento já no segundo semestre do ano. “Refletindo as novas pressões inflacionistas, espe ramos uma redução ainda maior na margem operacional no segundo semestre”, afirma o comunicado – o que dá a entender que o grupo assumirá a absorção de uma parte dos aumentos.

O que é? Empresa de confeções Tipo de clientes Private Label (“somos o parceiro produtivo das marcas”) Exportações De forma direta ou indireta rondam os 100%.

Alexandra Araújo CEO da LMA SLOGGI RENOVA LINHA ZERO FEEL

T 15Junho 2022

FASHION FORWARD A Por: Teresa Pereira

A Parfois reforçou o digital, através da contra tação de um novo Chief Technology Officer, Jesús Salceda – com mais de 18 anos de experiência e que passou por empresas como a Inditex (durante 12 anos) e a Clarks, para além de estar ligado à academia. O gestor ficará responsável pelas áreas de informática, ciência de dados e o desenvol vimento tecnológico no canal online

DEBELEZAACRESCENTAFARFETCHÀVENDAMODADELUXO A Farfetch , especiali zada na venda online de produtos de luxo, lançou na sua plata forma mais de 100 marcas de beleza de prestígio, acrescentan do assim um novo foco ao negócio, paralelo à própria venda de moda. O objetivo é levar “a experiência para além dos limites, com um destino único para ins pirar a próxima geração de amantes da moda de luxo e da beleza”, revela o grupo fundado por José Neves.

DENOVODUTTIMASSIMOTEMCONCEITOLOJA No Almada Fórum e com uma imagem mais clean, a Massimo Dutti inaugurou um novo conceito de loja que se traduz num espaço com cores neutras e formas artesanais, e uma abordagem mais eco -eficiente, uma vez que permite reduzir em 30% o consumo de energia e em 40% o consumo de água, comparativamente a ou tras lojas. O novo conceito apresenta também novos serviços para melhorar a experiência do cliente, entre eles um Style Advi sor by Appointment, para acompanhar o cliente no processo de shopping

T16 Junho 2022

Neste INVERNO celebramos a exploração de novos cami nhos, onde a criatividade e o saber fazer, utiliza valores estéticos da história reinter pretados de uma forma con temporânea sóbria e opulen ta, com materiais tácteis e cores que levantam o humor e texturas que nos ligam com a natureza.Aharmonia da natureza associada a tecnologia, reve la-nos uma nova estética de paisagens de mundos etéreos de cenários crepusculares em conexão com o natural e um minimalismo mutável, numa expressão mais divertida, para impulsionar uma estação emocionante e inovadora. A proximidade do mundo físico e digital inspira cores, texturas, motivos e ritmos contrastantes, próximos de um mundo virtual. Uma estação com uma as censão, prismática e pigmen tada com cores escuras, com meios-tons, cores quentes e nuances claras, brilhantes e metalizadas.Acoralinha-se a um oti mismo renovado de tons esti mulantes e que apelam ao in teresse cada vez maior de um estilo de vida mais atrativo, repleto do humor moderno e artístico.Asensibilidade por ques tões ambientais e o desejo por momentos para relaxar ao ar livre, com simplicidade e pra zer, reforça a importância de cores discretas e naturais. Esta evolução cromática é factual, com cores derivadas de algas, de corantes vegetais e minerais, com cores visual mente estimulantes e ecolo gicamente corretas. t O amarelo luminoso e o laranja que invoca vivências sensoriais através das estruturas e luz O aspecto mineral da cor empoeirada, que relem bra o desejo de explorar novos destinos de um universo distante A cor natural e o castanho que evocam uma sensação de acolhimento Um vermelho e um rosa, luminoso, numa ascensão prismática inspirada na metamorfose da luz e da cor O verde escuro, verde folha para uma nova realidade digital A omnipresença dos azuis, serenos e seguros, com nuances inspiram numa nova realidade virtual O cinza matizado e metalizado, tonalidades mais claras surgem mais quentes

OUTONO |INVERNO 23|24

GESTÃOEQUIPAREFORÇAPARFOISDEDIGITAL

T 17Junho 2022 10095752550 Anuncio T Jornal 235x279 mm ER 2019 segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019 10:53:52

T18 Junho 2022 ZARA APOSTA NA MODA DESPORTIVA

“A indústria têxtil portuguesa não só é muito boa como é a melhor a nível Europeu”

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, vice-presidente da ATP e presidente cessante da COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação, foi condecorada pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Or dem do Infante D. Henrique. A empresária já tinha sido conde corada em 2014 pelo então che fe de estado Cavaco Silva como comenda de mérito da indústria. que penso que o meu sucessor, António Rios Amorim, tam bém ele um industrial do norte dará um importante contributo nesta lógica de valorização da indústria no tecido económico português”, considerou Isabel Furtado.ACEO da TMG Automotive vai manter-se na direção da As sociação Empresarial para a Ino vação por mais um mandato. t “Foi um mandato difícil [na COTEC], mas com muito êxito”, disse o Presidente da República durante a cerimónia de condeco ração de Isabel Furtado, a quem Marcelo Rebelo de Sousa não pou pou nos elogios. “O Presidente da República ficou muito satisfeito por eu ser a primeira mulher, industrial e acionista de uma empresa, a ocu par o cargo na COTEC e é por isso

“A visão e as estratégias da indústria têxtil portuguesa para 2030 estão to talmente alinhadas com as recomen dações da Comissão Europeia, tendo a sustentabilidade como uma das áreas de desenvolvimento mais importantes”, resumiu o presidente da ATP, Mário Jor ge Machado, na apresentação que aquela estrutura organizou no Press Club Brus selsFazendoEurope.parte do projeto ‘Moda Sus tentável de Portugal’ – que pretende transmitir à fileira europeia os tópicos essenciais do ADN da indústria nacio nal – o colóquio contou ainda com a pre sença de representantes do tecido em presarial, entre eles Paulo Lopes, da JF Almeida, e da indústria europeia, como Marie-Hélène Pradines, chefe da Unida de de Turismo e Têxteis da DG Grow. O eurodeputado Nuno Melo também mar couMáriopresença.Jorge Machado especificou que a produção portuguesa já há mui to incorporou requisitos fundamentais – muito para além dos básicos – de sus tentabilidade e de economia circular, tanto em termos da utilização das ma térias-primas como de reciclagem e de supressão de desperdícios, bem assim como de utilização otimizada de recur sos como a água. Portugal exporta têxteis para mais de 180 mercados e a marca ‘ Made in Por tugal’ tem uma reputação positiva em todo o mundo”, sublinhou. t “TÊXTIL ESTRATÉGIAALINHADONACIONALCOMDAUE”

ISABEL FURTADO CONDECORADA PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

A moda técnica desportiva está cada vez mais presente como um nicho de mercado que vale a pena explorar: a Zara, marca do grupo Inditex, acaba de lançar uma coleção cápsula de roupa (e calçado desenvolvido em parceria com a Tenaya) específica para escalada e ci clismo. A ciclista Sami Sauri e a alpinista Svana Bjarnasson são as embaixadoras da nova coleção.

JÁ ARRANCOU A EDIÇÃO NÚMERO 60 DO MODTISSIMO A edição é a número 60 e a tradi ção conta ainda mais que o costu me nestes dias de novos desafios: o MODTISSIMO, a feira onde a inovação, a sustentabilidade e o design do têxtil e da moda portu gueses se juntam no palco mais internacional do país, está de vol ta nos dias 6 e 7 do próximo mês de setembro.Repete-se a Exponor – que tanto feedback positivo sus citou ao longo da edição anterior -, mas desta vez no pavilhão 6, ain da mais preparado para um even to com as características do mais antigo salão têxtil da Península Ibérica.Começa a não ser fácil ao MODTISSIMO bater recordes –na edição 59, cerca de cinco mil visitantes e 300 expositores en cheram o pavilhão 5 da Exponor – mas, numa altura em que o con finamento da pandemia parece já não ser mais que uma memória es quisita e as exportações regressam ao topo da agenda de negócios, a presença na feira pode fazer toda a diferença.Onúmero redondo implica uma edição especial. A organização está a preparar uma série de eventos que marcarão a sexagésima vez que a fileira têxtil e da moda se junta, não só para assinalar o que de mais eficaz e único se faz em Portugal, mas também para ins crever o evento no lado feliz da memória dos que lá estiverem. t

Gabriela Melo Diretora de Criação e Design da Somelos MARCA FRANCESA INFANTIL OKAIDI CHEGA A PORTUGAL A Okaidi, marca de moda infantil integrada no grupo francês IDKids, abriu no centro comercial Colombo, em Lisboa, a sua primeira loja em Portugal. Um espaço com uma superfície de 160 metros quadrados onde passará a distribuir as suas coleções para meninos e meninas dos 0 aos 14 anos. Esta é a primeira loja da marca em Portugal, mas não será a única: a empresa prepara-se para abrir um segundo espaço no centro comercial NorteShopping. Até agora, a marca atuava no mercado português com apenas três lojas da sua marca Jacadi.

T 19Junho 2022

T20 Junho 2022 "SOMOS OS PARCEIROS DOS CONFECIONADORES DE VESTUÁRIO DE TRABALHO" APOLINÁRIORUIFOTO:

Sociedade familiar detida por marido e mulher e com o nome dos filhos filhos, Tiago e Jorge, inscritos na designação social, a Tiajo está agora a precisar de acrescentar o SA. Um acrescen to que é sugerido em tom de brincadeira, não por neces sidade de qualquer mudança organizacional ou alteração do estatuto, mas apenas porque entretanto nasceu a Sara, 17 anos, a única da família que não tem o nome associado à empresa. “É fácil, ascrescenta-se o SA”, brinca o patriarca dando conta da fortaleza dos laços que ligam a família à empresa. Tanta que mesmo tratando-se de um universo ainda jovem, também a transição se mostra já plenamente assegurada. E até de uma forma completa. Tanta, que o filho é também Jorge Silva e é hoje pilar fundamental da modernização, crescimento e funcionamento da Tiajo. Partiu dele o grande impulso para a construção e organização das novas ins talações, concebidas com um funcional centro logístico que acolhe em permanência quatro a cinco milhões de metros de tecidos, nos quais assenta o crescimento que levou até aos 16 milhões de euros que atinge hoje a facturação da empresa. Jorge Silva Aos 58 anos, o administrador da Tiajo sente-se plenamente realizado. Começou aos 17 anos como empregado num armazém de tecidos da TMG e aos 22 criou o próprio negócio, que pouco depois evoluía para uma empresa especializada no fornecimento de tecidos para fardamentos de trabalho. É hoje uma referência internacional, tendo atingido um estatuto – e faturação – que nem nos sonhos mais fantasiosos teria alguma vez imaginado.

E porquê os tecidos para fardamento de trabalho? Pois, essa era a questão do milhão de dólares. Éramos dois jovens, ele ainda com menos dois anos que eu, e foi ele que sugeriu, porque achava que havia esse necessidade, que o mercado não estava a trabalhar bem a área dos tecidos para o vestuário de trabalho. Se há mé rito é todo dele, do José Martins, cuja amizade ainda hoje tenho o privilégio de manter. E ambos tinham já expe riência na têxtil? Eu comecei a trabalhar com 17 anos, numa área muito idêntica, que era um armazém de tecidos da Têxtil Manuel Gonçalves, uma espécie de depósito de tecidos de segunda qualidade e restos de coleções. Foi esse o meu primeiro contacto com o setor, e onde percebi que podia ser a minha vida. Curiosamente co mecei no dia um de setembro de 1981 e foi no dia um de setembro de 1988, sete anos depois, que constitui a minha empresa. Mas a Tiajo só nasce em 1994, o quer dizer que o iní cio do negócio já é consigo? Exatamente, com o meu nome. Uma empresa em nome indivi dual cujo número de contribuin te ainda trago na cabeça...que depois passou a sociedade. Mais uma vez com influência do meu amigo, que era - e é - confeciona dor de fardamentos. No fundo, identificou uma necessidade que ele próprio sentia e foi esse o caminho por onde enveredei. Tem ideia de quanto faturou a Tiajo nesse primeiro ano? Andaria, se não erro, pelos 800 mil euros. E hoje? Ronda os 16 milhões. Um salto com base ape nas nessa reorientação do negócio? Há vários fatores ao longo do caminho. Desde a vinda do meu irmão, que nos deu uma maior abrangência, e também a grande revolução na empresa com a entrada do Jorge, o meu filho mais velho, que trouxe uma visão muito mais agressiva e alargada do negócio. É com ele que acon tece a internacionalização. Antes tínhamos praticamente só Espa nha, hoje estamos em variadíssi mos países, com três vendedoras em Espanha, outro em França, outro na Polónia e ainda uma estrutura específica para visitas e contactos com clientes de vários países.

Isso pressupõe o desenvolvimen to e criação de novos produtos. É por vossa iniciativa ou são desafios que são colocados pelos clientes? Basicamente temos de estar muito atentos ao mercado e procurar oferecer produtos que vão de encontro às suas neces sidades. Há naturalmente os mais convencionais, que têm dezenas de anos e acabam por ser os de maior consumo, mas procuramos sempre em função dos desafios que vamos tendo identificar as necessidades dos clientes e oferece-lhes produtos que a elas possam responder. Depois é só esperar que tenham sucesso comercial. Os desafios podem ser de natureza diversa, características ignífugas, anties táticas, antinódoas, mas também produtos com maior resistência à luz, à lavagem, etc. Procuramos ir de encontro às necessidades dos clientes, mas há também muitos casos em que desenvol vemos produtos específicos para o cliente.

ENTREVISTA n o "O desafio perceberempresasdaséoqueomercadopedeeoferecê-loaumpreçojusto"

T 21Junho 2022 futuro da Tiajo já não é preocu pação. O filho, também Jorge Silva, já vai assumindo as rédeas do negócio, o que o deixa numa posição de grande conforto. Mas o fundador não esquece, e agra dece, o papel fundamental que tiveram os conselhos amigos no decisivo arranque para o sucesso da empresa. O que é a Tiajo e como se enquadra na cadeia da têxtil? Antes de mais é a junção dos nomes dos meus filhos Tiago e Jorge. Trabalhamos com tecidos especializados para workwear, tudo tem a ver com fardamentos de trabalho, essa é a área específi ca da Tiajo. Mas se quisermos ir à origem e recuarmos uns 30 anos vemos um grande trabalho diá rio, muito esforço que resultou em algo incrível, uma coisa que nem em sonhos julgava então ser possível, uma empresa ao nível que hoje está e que é consequên cia da conjugação de muitos ingredientes. Quem são, então, os vossos fornecedores e os vossos clientes? Basicamente aqueles que desenvolvem as nossas coleções e os nossos parceiros confeciona dores. Concebemos e desen volvemos as nossas coleções e contratamos para a execução desses tecidos e telas, que depois fornecemos aos confecionadores, também a alguns armazéns de revenda, mas maioritariamente às confeções. Sempre tecidos, não es tamos a falar de produto acabado? Só tecidos, só vendemos tecido. Diria que no fundo somos os parceiros dos confecionadores de vestuário de trabalho.

Algum caso emblemático que queira explicar? Há muitos, não será boa ideia individualizar, mas veja-se, por exemplo, o caso das petrolífe ras que necessitam sempre de tecidos muito específicos. É claro que nestes casos estamos a falar de produtos muito complexos e há também a questão dos preços. O importante acaba por ser o ajustamento entre preço e as necessidades do cliente. Bons negócios, portanto? Todos os negócios são bons desde que o produto corresponda às necessidades do cliente e seja vendável. Este acaba por ser o desafio de todas as empresas, perceber o que o mercado pede e oferecê-lo a um preço justo. As empresas vivem de objetividade e não de fantasias ou da poesia que muitas vezes acaba por entrar no mercado. Temos de perceber se o produto é efeti vamente uma necessidade ou apenas uma moda. A poesia pode muitas vezes até funcionar em termos de marketing, mas no meu modesto entender não será esse o caminho para as empresas. E no caminho de cresci mento da Tiajo há algum produto em particular que o tenha surpreendido? A surpresa tem sido uma cons tante, diria que ao longo destes trinta anos todos os dias têm sido uma boa surpresa. A Tiajo nasceu no dia um de setembro de 1988 e tem sido uma descoberta cons tante, a cada passo que temos dado as coisas têm corrido bem. Mas há pelo menos, como se diz no futebol, alguma espécie de jogada de ante cipação... Eu até poderia ir por aí, mas lá está, é a tal poesia...Prefiro falar da presença e apoio dos amigos, que têm uma influência enorme nas nossas histórias de vida. E a Tiajo especializada no workwearé fruto precisamente do conse lho, uma conversa de amigos. Quando iniciei, tinha 22 anos, o negócio não era exatamente este. Comprava lotes, as napas, nas vá rias empresas aqui à volta, como Sampaio & Ferreira, Somelos ou TMG. Tecidos de segunda qua lidade ou peças mais pequenas que em alguns casos revistava manualmente e depois colocava nos estofadores e vendia para feirantes. Foi nessa conversa, no início dos anos 90, que o meu amigo me disse: está tudo muito bem, tens um bom negócio, mas isto não pode ser o teu futuro. Devias pensar numa especializa ção, ter o teu produto, para que em vez de andares por ai a vender sejam as pessoas que te ligam a pedir aquilo que sabem que tu tens. Seres uma referência.

Orgulhoso presidente

Concebidas como centro logístico de excelência, as novas instalações da Tiajo destacam-se também pela volumetria e estética depurada de linhas minimalistas. É um edifício que nasceu de dentro para fora, explica Jorge Silva, dando conta de que a grande preo cupação foi sempre o que está dentro e que a estética exterior é apenas consequência disso. Primeiro a logís tica e só depois a arquitetura. Incluindo uma moderna área administrativa, a nave ocupa uma área de seis mil m2, com doze de pé direito, um investimento que entre obra e equipamentos rondará já os cinco milhões. Centro logístico

dos melhores do mundo, são áreas que se vão claramente reforçar e que vão continuar a crescer. Mas é importante que todos percebam que é preciso estarmos juntos, trabalhar em conjunto para potenciar o negó cio de todos. E como produtor e criador de têxteis técnicos? Creio que há ainda um longo ca minho a fazer. Desenvolvemos algumas soluções de acabamen tos realmente diferenciadoras, mas na construção de tecidos o que temos é ainda muito pouco em termos de mercado. Creio, do meu ponto de vista, que há condições para o fazer, mas é um caminho que não está ainda a ser feito. Mas dada a nossa dimensão sempre na lógica da especialização, de aposta em produtos muito específicos. Voltando à Tiajo, quantas pessoas trabalham na empresa? Somos uma equipa com 22 pessoas. Estão num edifício com for te impacto arquitectónico, como se organizam? Ora aí está a necessidade de digitalização. Estávamos num espaço onde a organização logística era caótica. De início tinha tudo na minha cabeça, cores, quantidades, referências, mas isso tornou-se impossível. Se quiséssemos afirmar-nos e diferenciar-nos não podíamos continuar assim. Foi o meu filho que identificou os problemas e avançou com o processo, se que ríamos crescer tínhamos que nos organizar. A grande preocupação foi criar uma área de armazém que fosse funcional, assente na logística. A arquitetura foi em função da logística. Estamos a falar de que áreas, quando foi inaugurado? São seis mil m2 com 12 de pé di reito. Ainda não houve inaugu ração, foi uma ocupação (risos)! Mudamos a partir do dia 30 de março de 2021, porque o pessoal quis brindar-me por ser o dia do meu aniversário. t

A empresa está primeiro, mas Jorge Silva não esconde o orgulho de ter resgatado o Futebol Clube de Famalicão das divisões secundárias, que puxou até ao lugar de destaque que hoje ocupa na I Liga. E nem só a primeira equipa. Em todos os escalões o clube disputa hoje os títulos das divisões principais, e no futebol feminino – que entretanto criou – equipa disputou agora a final a Taça de Portugal. Era a cereja que o presidente tanto queria para bolo dos 90 anos do clube. Autarca (quatro mandatos), escuteiros, bombeiros e cooperativa agrícola, são outros exemplos da forte ligação Jorge Silva com a sociedade civil.

Sobretudo da Europa? Sim, vendemos para a gene ralidade dos países da Europa, mas também para os do norte de África e também os países de expressão portuguesa. E temos também ainda alguns clientes na América Latina. Temos uma relação de grande afinidade com os nossos clientes, muitos deles, tanto em Portugal como na ex portação, começaram connosco e são hoje grandes referências na área do fardamento de trabalho. Quanto representam hoje as exportações no volume de negócios da Tiajo? Neste momento já andam na ordem dos 50%. E há 10 anos atrás? Seriam 5%. Qual é a ambição em termos de abrangência de mercado? A nossa ambição é a cada dia fazer melhor. E se queremos fazer melhor não podemos nunca conformar-nos com aquilo que temos. Não pegamos no mapa no sentido de dizermos queremos estar aqui, ali e acolá, mas estamos atentos e se sentirmos que num dado lugar há uma determinada necessidade, então nós vamos lá. Não temos fronteiras definidas mas estamos constantemente à procura de novos mercados. Isso exige ter sempre produ to diferenciado, quem são os vossos principais parceiros? São os nossos fornecedores, aqueles a quem recorremos para que os artigos com a marca Tiajo sejam sempre observados como um produto de qualidade, independentemente de se tratar do artigo mais básico ou o mais diferenciado. Mas também temos de ter o preço para que o nosso cliente seja competitivo. Dando a volta à questão, onde estão os vossos forne cedores, em Portugal? Maioritariamente não. Estão na Índia, Paquistão, Indonésia, Tailândia, Taiwan. Por uma questão de preço ou outras circunstâncias?

T22 Junho 2022

armazém"Normalmentetemosemquatroacincomilhõesdemetros"

José Martins Sócio-gerente da Tacafar, Ldª Que perspetiva tem sobre uma possível estabiliza ção de preços para o ano corrente? Eu creio que a partir deste momento estamos no cami nho da estabilização dos pre ços. É claro que temos sempre a variável cambial, estou convencidos que ainda haverá alguns aumento, mas que a partir de outubro, após férias, as coisas vão estabilizar. É possível pensar numa normalização no curto prazo para o setor dos transportes? Essa é uma questão mui to complexa. E também preocupante, já que pode vir complicar-se ainda mais. A questão dos transportes é claramente nesta altura uma grande incógnita. t Sendo uma das principais referências na área, quais os produtos que a Tiajo pretende acrescentar ao seu catálogo no curto/médio prazo? Onde temos claramente que investir e encontrar os parcei ros adequados é nos artigos mais técnicos, com fibras téc nicas. Já utilizamos muito os acabamentos técnicos, mas é preciso avançar para as fibras técnicas e essa é uma aposta que teremos que fazer. Tendo em conta a situação mundial, com a pandemia e a guerra na Ucrânia, como perspetiva o futuro da in dústria da têxtil/confeção? Não vejo grandes alterações, desde logo porque é um setor fundamental. Se há guerra temos que vestir os soldados, fazer mais fardas, também a pandemia obriga a equipa mentos de proteção. Ou seja, com todos estes problemas o consumo tenderá ainda a ser maior. t Não, não! Já não tem que ver com preços mas sobretudo com capacidade de resposta e quan tidades que não temos como encontrar noutra origem. É claro que o preço conta, mas hoje o que claramente conta é a capacidade de resposta e as quantidades que hoje é impensável cá encontrar. Que quantidades tem em stock a Tiajo? Normalmente temos em arma zém quatro a cinco milhões de metros. A nossa característica é que o cliente pede hoje e tem amanhã o artigo dentro de por tas, em qualquer ponto do país. E a disrupção nos transpor tes não vos tem colocado entraves no abastecimento? Muitos, muitos! E para lá dos aumentos de custos de 800%, há o problema das entregas das encomendas, que costumavam chegar em quatro meses e já vai em mais de seis, o que nos está a obrigar a maiores stocks O que tem custos. Estão a conseguir refleti-los nos clientes? Somos obrigados. Mas apenas os custos, não o investimento. E tem sido um aumento cons tante, quer o resultante das ma térias-primas, quer da energia, quer com a relação euro-dólar. E não há como não imputar esses custos aos clientes. Mudando a agulha, como vê hoje o têxtil português no seio da Europa? Portugal tem claramente uma palavra a dizer, tem condições para se distinguir na Europa como produtor têxtil, funda mentalmente na produção de vestuário e têxteis-lar. Temos uma longa tradição e conheci mento e somos efetivamente

As perguntas de Albino Martins Administrador da Lerdeira & Martins, Lda

T 23Junho 2022

GUESS LANÇA CAMPANHA DE REFLORESTAÇÃO A marca internacional Guess lançou este ano o pro jeto global de refloresta çã o da Guess Eco ‘Be(leaf) in Change’, uma iniciativa em colabora çã o com a Treedom, plataforma que permite a qualquer pessoa plantar árvores em diversos países do mundo e que pretende plantar milhares de á rvores. Como parte deste progra ma, e alinhado com o compromisso cont í nuo da marca com a sustentabilidade e prote çã o do planeta, a Guess comprometeu- se inicialmente a plantar cinco mil á r vores, com planos para aumentar este n ú mero através de uma campanha a longo prazo, dirigida a clientes e colaboradores.

O novo fardamento desenvolvido por um consórcio de fabricantes portugueses lide rado pelo CITEVE vai passar a ser a norma de vestuário para todos os ramos das Forças Armadas. O Conselho de Chefes de Estado -Maior destaca o envolvimento e inovação das empresas nacionais na conceção das no vasEmfardas.nota agora divulgada, as Forças Arma das explicam que o uso dos novos camuflados será incrementado de “forma gradual e fasea da, tendo em consideração as especificidades de cada ramo”, muito embora esteja já a ser utilizado pelos soldados portugueses “nos di ferentes ambientes internacionais em que as Forças Armadas atualmente operam, como é o caso, por exemplo, do Mali, do Iraque e da RepúblicaDesenvolvidoCentro-Africana”.noâmbitodo programa Sis temas de Combate do Soldado (SCS), o pro jeto do Estado Maior do Exército e do CITE VE associou as empresas Damel, Riopele, A. Sampaio, Lavoro Europe e Monte Campo, que desenvolveram o novo padrão do farda mento camuflado e equipamentos para o sol dadoUmportuguês.programa abrangendo três áreas com plementares, uma das quais a Sobrevivência, em que se inclui o fardamento e sistemas de carga cujo principal objetivo é aumentar a ca pacidade de sobrevivência do soldado, tanto evitando a sua deteção, como equipando-o com fardamento que lhe confira maior pro teção.Os novos fardamentos que agora serão generalizados como fardamento das Forças Armadas Portuguesas foram apresentados ao Presidente da República já em 2018 (foto), no âmbito das comemorações do Dia de Por tugal, que tiveram lugar nos Açores. t

LOVE NATURE: A NOVA CAMPANHA DA ANTARTE Parceira habitual da Selectiva Moda, a marca portuguesa de mobiliário e decoração An tarte está de regresso às televisões com um novo anúncio protagonizado por Catarina Gouveia. O vídeo realça o de sign único dos móveis feitos com matérias -primas sustentáveis e relembra a campa nha de plantação de árvores autóctones - Love Nature. "Por cada encomenda a Antarte vai plantar uma árvore nativa, por si, por nós, por quem vai chegar amanhã", sublinha a embaixadora Catarina Gouveia (foto).

ONLINE RESPONDERÁ POR 40%

Mário Jorge Machado Presidente da ATP 80% é a meta de redução das emissões de carbono da ERT até 2031

AÇORES QUER FAZER FIO TÊXTIL COM ALGAS E LIXO MARINHO

Um consórcio que junta em presas, investigadores e um investimento a rondar os 680 mil euros, são as bases para um projeto que quer transformar lixo marinho e algas infestantes em fios têxteis. As bases de ação fo ram apresentadas no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira, DenominadoAçores.Azores

DAS VENDAS DE MODA EM 2026

T24 Junho 2022

Eco Blue, o projeto tem por base um consórcio lidera do pela empresa Circular Blue, que integra o Parque de Ciência, centro Okeanos da Universidade dos Açores, Universidade do Minho, a empresa Visual Thinking, o Centro Internacional de In vestigação do Atlântico (Air Centre), a Associação Em presarial de Portugal (AEP) e o Centro de Inovação da Islândia.“Com este projeto, iremos desenvolver o nosso próprio fio, feito a partir de desper dícios do mar, desenvolver uma tela ou uma membrana que poderá servir ou de iso lamento ou de proteção solar e, com isso tudo, fazer uma coleção têxtil e integrar to dos estes produtos numa ca bana que será feita a partir de barcos descaracterizados ou parados na nossa orla costei ra”, explicou à Lusa, a arqui teta Nieta da Ponte Rocha, detentora da Circular Blue e da marca Nieta Atelier. Financiado pelo EEA Grants e pela Direção-Geral de Política do Mar, o proje to orçado em cerca de 680 mil euros, será desenvolvido até 2024. Para além do lixo marinho, será trabalhada também uma alga invasora identificada nos Açores pelo centro Okeanos, da Univer sidade dos Açores. t “Só no norte, o sector têxtil emprega cerca de 135 mil pessoas de forma direta”

Em 2026 , as vendas online de artigos de moda atingi rão mais de 740 mil milhões de euros, o que significará cerca de 40% do negócio global do sector, antecipa um estudo da consultora Euromonitor. Este patamar representará um crescimento da ordem dos 48%.A im portância do online cresceu exponencialmente durante o período mais severo da pandemia, mas, segundo o mesmo estudo, o crescimento previsto até 2026 com preende um abrandamento do registado nos últimos dois anos. Entre 2019 e 2021, o comércio eletrónico de moda cresceu 52,1%, para 500 mil milhões de euros, pesando cerca de 30% das vendas totais.

FORÇAS ARMADAS ADOTAM FARDAS DESENVOLVIDAS NO CITEVE

T 25Junho 2022 [CASSIANO FERRAZ] www.cassianoferraz.com FASHIONPHOTOGRAPHY/ADVERTISING

MIFRI: UMA NOVA MARCA DE ROUPA INCLUSIVA A Mifr i tem pouco mais de três meses como marca e já conquistou um nicho de mercado: pessoas com ne cessidades específicas de saúde. Concebida por Elsa Soares e Ana Rito, mas feita a várias mãos, a marca bracarense cria vestuário para adulto ou criança made in Portugal adaptado a diferentes condições de saúde e mobilidade para facilitar a rotina de vestir. "Há dois caminhos para criar uma marca própria: com persistência ou com muito dinheiro" Alberto Figueiredo CEO da Impetus

T26 Junho 2022

RETALHO DE LUXO CONTINUA CONCENTRADO NA CHINA Em 2021, a China foi o único país onde o número de novas aberturas de lojas de retalho de luxo registou um aumento significativo quando comparado com o período pré-pandemia: com mais 55%, o país continua a ser o mercado mais promissor para este tipo de arti gos. A uma enorme distância, verificou-se um aumento de 3% na Austrália e na Nova Zelândia.

X

EL GANSO CRESCE EM PORTUGAL E CHEGA AO PORTO A marca espanhola El Ganso, especializada em moda masculina, abriu um novo ponto de venda no El Corte Inglés de Gaia e quer continuar a crescer no país, onde já tem um total de quatro pontos abertos ao públi co. Até agora presente apenas em Lisboa e Cas cais, a El Ganso prevê continuar a alargar a sua influência no nosso país nos próximos anos atra vés de novas aberturas.

DE PORTA ABERTA Em plena Foz do Douro, a loja Cate & Co mos tra-se uma agradável surpresa para as mulheres que por estes meses de verão procuram ves tidos de cerimónia com personalidade. Mas não só. Com produtos de marca própria, a loja portuense conta também com oferta de cal ças, blusas, camisas, coletes, calções e maca cões, que chamam à atenção pelas suas cores vivas, com design e estampados exclusivos. “Apostamos em produções de pequenas séries, cerca de dez unidades por modelo, para assegurar exclusividade às nossas clientes e tentamos ofe recer diversidade”, explica Catarina Pinto Sousa, dona da loja e fundadora da marca Cate & Co. Para quem entra, o espaço está harmonio samente organizado por cores: um charriô de dicado aos roxos e violetas, outro aos verdes, e ainda mais dois para azuis e rosas. É só escolher! Pelo meio encontramos modelos intemporais, o brilho da nova coleção Ready to Party, peças fluí das com bordados, rendas e mangas bufantes em tons de branco e preto. Ao fundo estão os acessó rios (lenços e bijuteria) e no centro a mais recente coleção de biquínis e fatos de banho Cantê, marca com que estabeleceu parceria em maio passado. “Há 10 anos que trabalhava no ramo têx til, tenho família ligada ao sector e no final de 2019 senti que era altura de criar o meu pró prio projeto, que vejo como um terceiro filho”, explica Catarina. Abriu portas em fevereiro de 2020 e desde aí não tem parado de crescer.

Durante a pandemia apostou no online (onde se mantém com bons resultados), agora aproveita a onda de turistas que lhe entra loja a dentro: “desde abril que nos chegam imen sos estrangeiros, alemães, espanhóis, tam bém ingleses e italianos”, avança. “Turistas diferentes dos outros anos, com mais poder de compra. A Senhora da Luz já começa a ser vis ta como uma zona de referência para compras, recebemos clientes direcionados”, nota, sem deixar de referir o peso das clientes habituais. Na Cate & Co o atendimento é personaliza do ao máximo: para além de aconselhamento, a loja tem ainda um serviço de arranjos, com uma costureira que faz os ajustes da peça. Uma es tratégia que se tem refletido num baixo núme ro de trocas e devoluções e também de stocks Com ainda muitos dias quentes pela frente, a Cate & Co prepara-se para receber já em julho uma nova fornada de novidades: “já estamos a preparar o próximo editorial ligado à praia, com linhos, muitos bordados, muito branco mas tam bém muita cor”, desvenda a mentora. “Vão chegar também gangas italianas”, que pelo seu bom cor te se tornaram já num dos best-sellers da loja. t Por: Bebiana Rocha 24,6%

foi a subida homóloga dos preços na produção industrial em abril

DADESPORTIVAATRIACTION,NOVALINHATRIUMPH Foi a pensar no confor to durante a prática de exercício físico que a Triumph lançou a coleção Triaction, composta por sutiãs funcionais, com suporte extra e capa cidade de controlo do impacto do salto até 77%, que os tornam uma boa escolha para despor tos intensos. Os sutiãs desportivos contam com diferentes formatos para maior ou menor suporte e diferentes cores.

Ano de abertura 2020 Produtos Vestuário feminino, acessórios e biquínis Público-alvo Mulheres dos 35 aos 60 anos Loja online cateandco.pt Outras Lojas Contam com um corner na The Hut Boutique, no Algarve (Av. 5 de outubro 284, 8135-103 Almancil) Cate & Co Rua Fonte da Luz, 254 4150-754 Porto

Um espaço de cor ediversidade na Foz do Douro

T 27Junho 2022 events & exhibitions www.buildingdesign.pt geral@buildingdesign.pt967016601 REMODELAÇÃO DE INTERIORES LOJAS SHOWROOMS MOBILIÁRIO TENDAS PALCOS ESTRADOS MOBILIÁRIO ACESSÓRIOS www.globaltendas.com info@globaltendas.com

O MEU PRODUTO X O que é? Um vestido feito com o tecido Giro Tenowa que é produzido a partir de desperdícios da produção da Riopele, e com acabamento rico em vitaminas e antioxidantes Principal contributo? Apresenta-se como uma alternativa de vestuário de baixo impacto ambiental e que contribuiu para o equilíbrio da pele Fator inovador? Desfibração de excedentes e de resíduos de fios e tecidos na sua cor natural e a sua conservação num tecido reciclado Por: Bebiana Rocha Um vestido que à circularidade acrescenta bem-estar "A única solução são apoios que cubram o aumento dos preços da energia" VITOR ABREU CEO da ENDUTEX 4,5 milhões é o investimento da JF Almeida na nova unidade de tecelagem TECIDOS DA 6DIAS EM DESTAQUE NA MUNICH FABRIC START São oito os tecidos da coleção SS23 da 6Dias a figurarem nas tendências da plataforma online da Munich Fabric Start. A mais recente coleção da têxtil portuguesa divi de-se em três temas – Retro Resort, Garden Party & Neo Boheme – os padrões energéticos e primaveris conquis taram a atenção da equipa da Munich Fabric. “Desfrute destes novos tecidos com cores frescas (como lime, mint e brown), estampados da moda e tecelagem criativa”, apre senta a estrutura alemã.

MANGO E IESE LANÇAM ACELERADORA DE START UPS A Mango, um dos principais grupos europeus da indústria da moda, acaba de reforçar a sua vocação inovadora com a cria ção de uma aceleradora de start-ups de moda, em colabora ção com a escola de negócios IESE Business School. A Mango StartUp Studio tem como objetivo promover a inovação, detetar novas oportunidades de crescimento e participar no desenvolvimento de novas tecnologias ou modelos de negócio. As empresas selecionadas serão de âmbito europeu e deverão estar principalmente nas fases iniciais de desen volvimento ou dispor de um produto lançado recentemente.

SALSA ABRE NOVO CONCEITO DE LOJA EM LISBOA A Salsa inaugurou uma nova flagship store na Baixa de Lisboa sob o recente concei to de Jeans Studio. A ideia de dar um destaque especial ao denim já tinha sido aplicada em Madrid em 2020 e Paris no ano passado e agora a per sonalização das calças jeans pode ser feita na Rua Augusta, em Lisboa. “É um espaço onde celebramos a experiência de compra”, afirma Hugo Martins, diretor executivo da Salsa. EL CORTE INGLÉS APROXIMA-SE DO MODELO DE CENTRO COMERCIAL

O El Corte Inglés continua à procura de novas fórmulas que lhe permitam tirar mais partido das suas lojas e decidiu lançar um plano de transformação dos estabelecimentos nos complexos Xanadú em Madrid e Marineda City na Co runha, aproximando-os do conceito clássico de centro co mercial. A ideia é que vários pisos de cada uma daquelas lojas podem passar a funcionar como centros comerciais. O grupo já está a comercializar estas novas instalações através da divisão do El Corte Inglés Real Estate e não da divisão de retalho.

T28 Junho 2022

Giro DesenvolvidoTenowapelaRiopele

Escolhido como finalista dos iTechStyle Awards em fevereiro deste ano, o vestido Giro Tenowa criado pela Riopele apresenta-se como uma peça de vestuá rio de baixo impacto ambiental e design moderno. É feita a partir da reciclagem e reutilização dos des perdícios têxteis da própria empresa e conta ainda com um acabamento de bem-estar por microencap sulação, que quando exposto a fricção liberta CBD. O processo de acabamento do vestido é feito atra vés de um sistema de spray-coating, explica Albertina Reis, diretora de I&D da Riopele: “utilizamos uma receita de acabamento com produto micro-encapsu lado com funcionalidade de bem-estar. Com os mo vimentos do dia-a-dia as microcápsulas rebentam por fricção e libertam CBD, rico em vitaminas e antioxi dantes, potenciando a nutrição e equilíbrio da pele”. O nome Giro Tenowa identifica não só o pro duto finalizado, mas também a marca Tenowa, da Riopele, que com o seu conceito de design e pro dução circular venceu o prémio de Produto Ino vação COTEC, e identifica também um novo fio. “O fio Giro Tenowa é produzido através de des perdícios, dado o comprimento de fibra possui um aspeto irregular que se assemelha a um fio de li nho”, característica que o torna difícil de tecer. Para facilitar o processo a Riopele procedeu à “retorção, dando-lhe um aspeto mais redondo, sem retirar a sua irregularidade”, desconstrói Albertina Reis. Para conceber a construção da peça a Riopele uti lizou a tecnologia do sistema de Giro Inglês – proces so de tecelagem que combina jogos de liços com um tipo de malha diferente. E é aqui que reside o principal fator desafiador do projeto: “face ao movimento dos liços para entrelaçamento dos fios da teia como tra ma, revelou-se complexa a sua exequibilidade”. Para percebermos melhor o que é o Giro Inglês, a diretora de I&D vai mais longe na sua explicação: “a estrutura montada possui a flexibilidade de rotação que consiste no entrelaçamento tipo tricot dos fios da teia, por for ma a fabricar um tecido não convencional tipo malha”. O fator inovador do Giro Tenowa é “a desfibra ção de excedentes e de resíduos de fios e tecidos na sua cor natural e a sua conservação num tecido reciclado”. Depois de todo o processo de conceção do fio e tecido, que tomou aproximadamente seis meses de envolvimento da equipa de I&D, o design da peça foi entregue à criatividade dos jovens de signers internos da Riopele, dando lugar ao vestido exposto no Modtissimo59 e que vemos na imagem. O artigo encontra-se já a ser comercializado, com vendas já realizadas. O próximo passo é continuar a apostar no projeto Tenowa e evoluir na tecnologia, nos processos, na reutilização dos materiais, com vista a criar novas estruturas de tecidos, “que encantem pelo visual, mas também que possuam características téc nicas que valorizem a peça”, conclui Albertina Reis. t

T 29Junho 2022

A empresa Paula Borges acaba de fazer um novo investimento de meio milhão de euros em maquinaria, software e hardware com o intuito de acompanhar as mais recentes ino vações na área da confeção de vestuário de luxo.Reconhecida internacionalmente pelo de talhe com que trabalha os tecidos, a empresa está agora também capacitada para confecio nar malhas sofisticadas, que abrem uma nova frente de oferta. O ano ainda não vai a meio, mas as pers petivas são já as melhores para a empresa de confeção de vestuário de luxo, que, à custa dos novos investimentos, espera um subs tancial crescimento da faturação já em 2022. “Investimos este ano em nova maquinaria que, entre outras coisas, é capaz de trabalhar malhas sofisticadas, algo que não fazíamos até então. A experiência começou com um cliente e hoje temos já vários que nos pedem, para além dos tecidos, artigos em malha de alta qualidade”, afirma Paulo Faria, diretor -comercial da empresa com sede na Maia e um outro polo em Baião. O investimento, acredita Paulo Faria, está já a ser justificado com o incremento de pro cura a que a empresa tem assistido. “Todos os dias sem exceção nos chegam novos projetos que, infelizmente, não podemos aceitar”, re vela o diretor-comercial da Paula Borges, la mentando-se pela atual escassez de recursos humanos no setor da ITV. Com uma ampla carteira de clientes na Eu ropa, com destaque para os mercados inglês, francês, sueco e recentemente holandês, mas também com bons negócios nos Estados Unidos, a Paula Borges tem atualmente 100 colaboradores – 70 na sede na Maia e 30 no polo de Baião – e produz, em média, 500 pe ças de vestuário de alta-costura feminina por dia. “O detalhe é algo essencial para nós, há peças que chegam a demorar dois dias a ser produzidas por uma pessoa”, desvenda Paulo Faria, que espera um ano muito positivo para a empresa.“Fechámos 2019 com um volume de negó cios de 2,5 milhões. Este ano, se tudo se man tiver, vamos andar à volta dos 3,5 milhões de euros o que é muito positivo”, remata o di retor comercial da empresa que celebrará em 2023 os 50 anos de existência. t Com o apoio dos alunos de design de moda da Escola Profissio nal de Vouzela, a cidade vai ter uma oficina de costura aberta à comunidade que utilizará como matéria-prima excedentes e outros resíduos da indústria têxtil local. A iniciativa é integrada no pro jeto sustentável By.Vouzela e conta já com o apoio das empresas locais Faurecia e Britons – Indústria de Alcatifas na cedência de materiais. t

SWIMWEARLANÇAPARAGRÁVIDAS

T30 Junho 2022

FORTEAMS LAB NA FINAL DOS HERÓIS PME A têxtil vizelense FORteams LAB marcou presença na gala Heróis PME, uma iniciativa da consultora Yunit Consulting destinada a identificar (e transformar em exemplo) as melhores práticas de desenvolvimento de negócio. A FORteams foi uma das 10 finalistas escolhi das estre ano, entre várias áreas de atividade. “É um orgulho enorme estar na final desta grande distinção”, disse Pedro Santos, CEO da FORteams LAB.

25 é o número de países onde a Salsa tem lojas próprias “Apenas a médio e longo prazo se poderá pensar numa semana de trabalho de quatro dias” João Vieira Lopes Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

COSTURAOFICINACRIAVOUZELADE

MAIORIA PREFERE COMPRAR EM LOJA

Destaca-se no universo têxtil como administradora da Pizarro, S.A., mas Margarida Pizarro é também uma furiosa escritora. Um talento que tem procurado partilhar em livros, tendo agora apresentando, no dia 14 de maio, a sua terceira publicação. “Não Escolhi Amar-te”, é o título da sua nova obra. A primeira, já com várias edições, é um romance passado em Nova Iorque, com o título “Em busca das borboletas”, sendo no papel de mãe que se lançou na segunda publicação, um conto infantil.

Um estudo focado nas motivações de consumo de roupas, marcas e momentos de compra, mostra que os consumidores escolhem a época de saldos e prefe rem comprar em loja. O estilo casual domina entre as preferências e as marcas Primark, Zara e H&M captam o grosso das atenções dos consumidores. Realizada pela Multidados.com – The Research Agency, a mostra aponta que a maioria (43,7%) mostra preferência pela compra de vestuário em loja, enquanto 13,5% admite preferir comprar roupa online. Já a principal razão para comprar roupa é a existência de uma necessida de (35,7%), seguindo-se as promoções/saldos (31,3%), o início de uma estação (13,1%), ou o lançamento de novas tendências/coleções (4%).

De modo a incluir as futuras mães na sua oferta, a Naji lança a tempo do verão uma coleção de swimwear para grávidas. Kiling Collection é composta por biquínis com partes de baixo reguláveis em tons de bran co e as partes de cima podem variar entre a oferta da coleção Essen tials. As peças são desenhadas de modo a darem para toda a gravidez, têm selo made in Portugal, e podem mais tarde serem trocadas por outra parte de baixo da coleção Essentials t NAJI

MARGARIDA PIZARRO LANÇOU

PAULA BORGES INVESTE MEIO MILHÃO EM NOVO SEGMENTO

O SEU TERCEIRO LIVRO

“Gosto de medir todos os passos, preparar o futuro”

T 31Junho 2022

EMERGENTE M Família Vive com o namorado, Lourenço (e ainda Gastão, um cão boxer) Casa Aparta mento no bairro de Anjos, em Lisboa Formação Licenciada em Design de Moda pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa e Mestre em Gestão na Católica Carro Volkswagen Fox com mais de 10 anos, que foi também do seu irmão Portátil Surface Telemóvel Xiaomi Hobbies Adora ir ao cinema e é também uma amante de desporto. Sempre que pode entra no mar para surfar Férias Como o namorado é madeirense tem apro veitado os últimos anos para explorar as ilhas da Madeira e de Porto Santo, mas “ um dia destes gostava muito muito de conhecer o Japão” Regra de Ouro “Interessa-me o futuro porque é o lugar onde vou passar o resto de minha vida” (Woody Allen)

Em miúda vivia com a cabeça na lua, entre o deambular de uma infância cheia dividida entre a vida cosmopolita do Chiado, em Lisboa - onde vivia com a mãe - e a liberdade que encontrava na quinta na zona da Serra de Sintra, onde nasceu e onde ficava sempre que estava com o pai, o incontornável Rui Veloso. Mas hoje, Maria Trigo Roza, fundadora da marca portuguesa de vestuário feminino de luxo sustentável Wheat & Rose, deixou a lua para colocar a sua cabeça no presente mas, sobretudo, no futuro. “Gosto de pensar quais os passos a seguir, como vou preparar o futuro”, conta a jovem de 28 anos. Herdeira das artes, Maria é também uma apaixonada pelas áreas criativas. “Adorava moda, escultura, joalharia, design gráfico, comunicação, psicologia… muita coisa! Mas acabei por decidir que iria fazer a licenciatura na área criativa e, mais tarde, um mestrado em Gestão para adquirir outras ferramentas até porque sempre tive na cabeça a ideia de ter um negócio meu”, revela. E assim foi, ou não fosse Maria uma mulher de planos bem definidos. Licenciou-se em Design de Moda na Faculdade de Arquitetura de Lisboa e, durante o segundo ano, teve oportu nidade de fazer Erasmus em Milão, o que descreve como “uma experiência maravilhosa”. Lá, na capital da moda italiana, sentiu toda a liberdade durante o processo criativo, que acredita ser fundamental para o resultado final dos produtos. “Em Portugal as escolhas eram muito mais limitadas do que em Milão, já para não falar das óptimas condições. Tínhamos na faculdade o maior estúdio de fotografia do mundo, por exemplo”, relata. De regresso a Portugal e após terminar a licenciatura Maria decide que está na altura de seguir com os seus planos mas, antes de ingressar no mestrado em Gestão, opta por viver a sua primeira experiência profissional no setor da ITV e para isso, claro está, rumou ao Norte. “Trabalhei durante seis meses na Trot & Trotinete, uma empresa especializada em unifor mes e onde tive oportunidade de fazer o catálogo, contactar com a produção e, inclusive, fazer um rebranding. Foram meses muito intensos mas muito giros”, como descreve esse período em que trabalhava na empresa em Leça do Balio e vivia no Porto, entre as zonas da Foz e Boa vista. “Adorei morar no Porto, as pessoas são muito acolhedoras. Tem aquele espírito aldeia-ci dade enquanto Lisboa é o contrário: é uma cidade-aldeia”, acrescenta. Mas nem isso a fez mudar de planos e, conforme tinha definido, regressa a Lisboa onde ingressa no mestrado em Gestão da Universidade Católica: “Adorei, adorei. Abriu-me a cabeça para temas que não dominava minimamente”. E é assim, numa importante combinação de valências, que Maria decide estar na altura para criar a sua marca. Estávamos em Maio de 2019 quando, inspirada na sua avó materna, Ângela, que viveu entre Hong Kong e Lisboa, faz nascer a sua marca: a Wheat & Rose, ou seja trigo e rosa. Uma marca portuguesa de vestuário feminino de design intemporal e que abriu recentemente a sua primeira loja, em Campo de Ourique, Lisboa. “No on-line, apesar de termos vários clientes internacionais, o processo é mais lento. Com a loja física esperamos chegar mais aos turistas que passeiam por Lisboa, para além de todo o impacto ao nível da credibilidade da marca”,Versatilidade,explica. qualidade e detalhes é a trilogia que serve de base ao trabalho da Wheat & Rose, que prima por peças versáteis, requintadas e de design intemporal, com um twist diferenciador ao nível dos padrões e dos cortes. “O facto de ser bastante intemporal faz com que as nossas peças sejam usadas por mulheres de diferentes idades e estilos”, acredita Maria Trigo Roza, que espera agora levar a sua marca além-fronteiras. t

Maria Trigo Roza Fundadora da marca Wheat & Rose Por: Mariana d'Orey

Integrado no projeto EcoBioInks4SmartTextiles, o CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnico, Funcio nais e Inteligentes e o CEB – Centro de Engenharia Bioló gica da Universidade do Minho, desenvolveram bio-tin tas sustentáveis que prometem revolucionar o fabrico de têxteis com propriedades inteligentes, seja vestuário ou decoração. As novas tintas são feitas a partir da purifica ção de biomoléculas e mudam de cor em função da luz.

A Inditex, gigante galega da distribuição de moda, assinou um acordo de três anos com a Infinited Fiber Company para comprar 30% da produção da sua fibra Infinna por cem milhões de euros. A fibra resulta de uma produção alavancada por tecnologia de reciclagem, com o benefício de ser ter grande capacidade industrial. A Infinited Fiber desen volveu uma solução para converter materiais com alta composição de ce lulose e algodão. “Através desta fibra, a Inditex poderá continuar a minimizar o uso de recursos virgens e avançar para um modelo de produção circular”.

“É urgente para a indústria que todos os players uniformizem critérios de sustentabilidade”

Paulo Gomes Manifesto Moda

Hugo Castro Gestor para o mercado espanhol da Riopele Para fazer face aos constantes aumentos no preço do gás e da energia, a têxtil-lar JF Almeida investiu 10 milhões de euros em energia verde, mais concreta mente na aquisição de novos painéis solares e numa caldeira a biomassa, alimentada não só a madeira, mas também com desperdícios de cotão que sai dos tecidos que utiliza. Outra das preocupações é fazer uma gestão mais eficiente da água. Para tal, a empresa integrou o projeto GIATEX, que vai permitir reciclar entre 60 a 70% da água e colocá-la novamente no circuito.

T MUNDO VERDE a 55% da água usada na Riopele é reintroduzida no circuito “Mais de 50% da produção da ITV portuguesa já é focada sustentabilidade”na

JF ALMEIDA APOSTA EM ENERGIAS VERDES INDITEX INVESTE 100M EM FIBRA RECICLADA O programa Make it Bio, para produzir um têxtil 100% sem produtos petro químicos nocivos para o am biente e com redução de con sumo de energia e água, foi o vencedor do Prémio Verde Visão. Desenvolvida pela plataforma biotecnológica portuguesa NGC – Next Ge neration Chemistry, a nova tecnologia quer revolucio nar o processamento têxtil em toda a sua cadeia, desde o branqueamento, ao tingi mento e acabamento. O programa, que está já a ser aplicado em várias têx teis portuguesas, foi reco nhecido pelo júri pela sua valia ambiental e contributo para a batalha da sustenta bilidade, atribuindo-lhe o primeiro prémio na cate goria Tecnologia Verde. É numa ação completa para a mudança do impacto e a sustentabilidade dos pro cessos de preparação, tingi mento e acabamento têxtil que assenta o Make it Bio.

cionando a indústria têxtil”. Baseada em Perafita, Ma tosinhos, a NGC é uma pla taforma biotecnológica que tem como objetivo transfor mar as indústrias poluentes em modelos de desenvolvi mento económico sustentá veis, tendo como parceiros o Centro de Biotecnologia da Universidade Católica, o Instituto de Medicina Mo lecular João Lobo Antunes e o Instituto Politécnico de Bragança.Promovidos pela revista Visão e o Grupo Águas de Portugal, com o patrocínio da Presidência da Repúbli ca, os Prémios Visão Verde destinam-se a premiar as pessoas individuais, empre sas e organizações que mais se destacam em Portugal na área do ambiente. Presidida pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, a cerimó nia de anúncio dos vence dores e entrega dos prémios teve lugar no Dia do Ambien te, 6 de junho, em Lisboa. t

Para isso, “a NGC formulou e desenvolveu produtos e combinações de substâncias ativas para atingir os prin cipais indicadores de KPI para redução de H2O, ener gia, emissões de CO2, liber tação de resíduos nocivos e uso de compostos de origem petroquímica. O programa Make it Bio é constituído por Branqueamento a Baixa Temperatura, Biolavagem, Tingimento Biológico, Ama ciadores de Base Biológica e PlantCovid”, como explica na “Comcandidatura.estatecnologia con seguimos reduzir a energia gasta em 50%, as emissões de CO2 em 50%, a água em 57%, o consumo de gás natu ral também em 50% e redu zimos o tempo de processo em 49%”, informam ainda os mentores do projeto, dan do conta de que “utilizando este programa foi possível processar pela primeira vez um têxtil 100% sem produ tos petroquímicos, revolu

TECNOLOGIA TÊXTIL DA NGC VENCE PRÉMIO VERDE VISÃO

32 Junho 2022

CENTI E U.MINHO CRIAM TINTAS SUSTENTÁVEIS

T 33Junho 2022

ENDUTEX ADQUIRE DISTRIBUIDORA PALETE DE SOLUÇÕES A Endutex, empresa de revestimentos têxteis e uma das maiores produtoras mundiais de têxteis técnicos, anun ciou a aquisição da empresa Palete de Soluções, distribui dora de consumíveis de impressão, com sede em Lisboa. O objetivo é consolidar a sua presença no mercado nacional e mais particularmente em Lisboa, onde passa agora a ter artigos disponíveis para entrega imediata. A Palete de Soluções, que conta com mais de 25 anos de experiência, “passará a desenvolver a sua atividade sob a designação Endutex Trading, mantendo-se Luís Martins na liderança das operações e respetiva equipa”, avança a Endutex na sua página de Linkedin.

O que faz? Presta serviços de consultoria, auditoria, formação e outsourcing Fundação Janeiro 2014 Escritórios Maia Plantel 5 colaboradores diretos Nasceu em 2014 do sonho de Rui Nogueira, formado em Engenharia e Qualidade Indus trial, com o grande objetivo de apoiar as em presas a melhorar os seus processos produti vos e prestar serviços de consultoria nas áreas da auditoria e gestão de sistemas. A ISONEED, explica Rui Nogueira, segue uma metodologia “personalizada respeitando a realidade e ne cessidade de cada cliente e tem por base pro cedimentos simples e objetivos, por forma a garantir o envolvimento de todos e potenciar os melhores resultados a custos reduzidos”. Atualmente, para além da área da segu rança e qualidade do trabalho e formação de quadros, prestando um apoio concreto nos processos de candidaturas às certificações na cionais e internacionais, a ISONEED apoia ain da os processos de certificação relacionados com o ambiente e a responsabilidade social. “Na área têxtil em concreto apoiamos os nos sos parceiros e prestamos apoio por exemplo na aquisição da certificação GOTS e prestamos um serviço desde o processo em si até ao mo

mento da auditoria estando lado a lado com os nossos clientes”, esclarece Rui Nogueira que, nos últimos anos, tem visto crescer significati vamente a carteira de clientes da ITV nacional. Para além da indústria têxtil, a ISONEED presta serviços nas áreas dos serviços, logís tica e outras indústrias tendo recentemen te desenvolvido novos projetos na área do ensino com cobertura de norte a sul do país. “O nosso foco é estar com o cliente desde a implementação de novos processos até ao momento da certificação. É o facto de estar mos com o cliente no momento da avaliação, uma vez que a mesma é feita por especia listas externos aos nossos serviços, que nos distingue da concorrência”, considera ain da o gerente da empresa com sede na Maia. “Temos feito um caminho interes sante, sem grandes pressas, mas de mui ta solidez ao longo destes 15 anos”, acres centa Rui Nogueira que dá ainda nota do crescimento sustentado que a ISONEED tem vindo a registar ao longo dos últimos anos. t

ISONEED quer apoiar as empresas na melhoria dos processos produtivos

T34 Junho 2022

Isoneed – Soluções Integradas TecMaia Parque Rua Engº Frederico Ulrich 2650 4470-605 Maia SERVIÇOS ESPECIALIZADOS B Por: Mariana D'Orey

“Os fundos europeus não se orientam para os sectores virados para o exterior”

Pedro Ferraz da Costa Presidente do Fórum para a Competitividade 35 é o número de países para onde exporta a Riopele

BASE DETAILSPORT ENTRA EM PORTUGAL A Base Detailsport, centro de compras especializado no segmento desportivo oriundo de Barcelona, vai iniciar a sua expansão internacional com a aposta em Portugal, onde irá integrar trinta pontos de venda do grupo portu guês Brands Leaders, com os quais vai abrir trinta lojas Base e Wanna Sneakers nos próximos três anos. A expan são ocorrerá tanto com a transformação das lojas Brands Leaders como com novas inaugurações. “O nosso objetivo é continuar a ganhar cobertura geográfica e fortalecer a nos sa internacionalização para sermos globalmente relevan tes”, assegurou Toni Maristany, administrador da empresa.

MO ALARGA OFERTA DE FATOS DE BANHO A TAMANHOS GRANDES A MO apresentou uma nova coleção de banho: ‘Escape to Paradise’ foi pensada para misturar partes de cima e de baixo e combinar com toda a família. A cápsula vem ain da acompanha por uma novidade: uma linha de banho XXXL, disponível exclusivamente online, criada com o objetivo de servir cada vez mais corpos. A marca portu guesa inspirou-se para este verão em motivos tropicais, florais e nas clássicas riscas.

A DADOSDIFICULDADECUSTOSENERGIA

T 35Junho 2022

OPINIÃOOPINIÃO

João Costa Presidente da ASM e membro da Direção da ATP, membro do Conselho Estratégico Nacional da Energia (CIP) e do Conselho Consultivo da ERSE Se, há cerca de um ano, havia dificuldades para identi ficar as causas justificativas dos abruptos aumentos do preço do gás natural (GN) - nessa altura da ordem dos 300% - e, por via deste, do da eletricidade em idêntica grandeza, a invasão da Ucrânia pela Rússia em feve reiro de 2022, e desde há muito planeada e em pre paração, veio evidenciar as razões da violenta subida dos preços do GN, do carvão e do Petróleo no mercado internacional.Aindaháquem pense que não foi a guerra, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, a causa principal e deter minante da subida dos preços das energias a partir de abril de 2021, por considerar que não havia conheci mento de um tal propósito da Rússia, absolutamente injustificado e tido por improvável nos tempos atuais. No entanto, a Rússia, que, a longo prazo, planeou e decidiu a invasão do país vizinho, à semelhança, aliás, do que tinha feito em 2014, embora em menor esca la, e tinha fomentado a dependência da Europa dos seus fornecimentos de energia – sendo muito difícil a substituição, a curto prazo, especialmente no GN -, começou também, com a necessária antecedên cia, a intervir indiretamente no mercado de futuros, comprando contratos em quantidade suficiente para elevar os preços e impulsionar compras de segurança e movimentos especulativos até atingir o patamar de preços máximos naquelas condições de mercado. Em momentos posteriores (no início da invasão), pôde vender esses mesmos contratos por preços mui to superiores, obtendo fortes ganhos e mantendo os preços em níveis elevados face ao risco de redução nos fornecimentos.Sendoosegundo maior produtor mundial de GN, com cerca de 700.000 milhões de m3 em 2021, logo a seguir aos EUA (800.000 milhões de m3), e com mais do triplo do terceiro produtor, o Irão (220.000 milhões de m3), e com a Europa dependente dos seus fornecimentos por gasodutos (em que a Alemanha, já dependente em 60%, se preparava para inaugurar um segundo gasoduto pelo Mar Báltico – o Nord Stream 2), a Rússia tinha todas as condições para intervir for temente no mercado de futuros e fazer escalar os pre ços. Foi o que aconteceu. Agora, com os preços do GN pelo sêxtuplo dos preços de 2020/início de 2021, pode vender menos à Europa (redução de 27% no primeiro quadrimestre de 2022, face ao mesmo de 2021), como está a acon tecer e a acentuar-se (entretanto aumentou em 60% as vendas à China, numa base relativamente baixa), que, contrariamente ao que seria necessário como pe nalização, ainda obtém, por enquanto, com este nível de preços, uma receita muito superior à do período anterior ao das subidas. Pelas mesmas razões, o preço do carvão quintuplicou e o preço do petróleo duplicou desde o primeiro trimestre de 2021. Trata-se de um aumento de custos de muito difí cil integração no preço dos produtos, e que, por con sequência, requer mecanismos de apoio às empresas. Pelo DL 30-B/2022, de 18/4, é estabelecido um sis tema de apoio para mitigar os impactos da evolução do preço do GN, e que pode atingir um máximo de € 400.000, por empresa, no período de fevereiro a de zembro de 2022. E, pelo DL 33/2022, de 14/5, é estabelecido um mecanismo de apoio à produção de eletricidade com GN, aplicável às cogerações, em que, por cada MWh de eletricidade produzida, é apoiado 1,82 MWh de GN consumido na sua produção, multiplicado pela dife rença entre o preço médio de mercado e um valor de referência inicial de 40€ por MWh. A ERSE comuni cou uma redução nas Tarifas de acesso às Redes (-6,2% na Média Pressão; -48,6% na Alta Pressão) para o ano gás 2022/2023 (1/10/2022 a 30/09/2023). Não resol ve tudo, mas atenua as dificuldades. t

Se a indústria da moda tem sido lenta na adoção de novas formas de produção, afirma-se uma das pioneiras na entrada nos mundos virtuais. A moda é, por de finição, expressão de identidade. O multiverso que cresce vive de experimen tação, o que faz com que a moda esteja a testar aceleradamente as dinâmicas emergentes e todo o potencial de diferentes manifestações de personalidade. Um casaco não precisa de existir fisicamente para ser vestido. Isso signi fica que pode não ser feito de algodão ou outra matéria, mas sim de pixéis. E, para além de usado num avatar, pode vestir um corpo humano. Não faltam exemplos, como o provador virtual da Farfetch no Snapchat, onde o utilizador fotografa-se com peças virtuais. Esta nova economia digital e de criadores tem sido potenciada pela block chain, um tipo de base de dados encriptada distribuída que guarda um registro de transações permanente e à prova de violação. Com as criptomoedas, o espa ço para o crescimento é vasto. Com este contexto, a digitalização da moda é uma área em profunda ace leração. Desenvolver uma coleção 3D abre inúmeras possibilidades. Pode dar poder de personalização ao consumidor, customizando a sua peça, para além de permitir um grande realismo de visualização 360 ou uma experiência de realidade aumentada no e-commerce. Possibilita a produção on-demand, mui to mais sustentável do ponto de vista operacional e ambiental. E permite a escalabilidade do produto para realidades imersivas. Uma coleção 3D pode ser trabalhada a partir de um produto físico, criando a sua versão digital, mas podemos também considerar o desenvolvimento de amostras virtuais, com poupança de recursos físicos ou sessões fotográficas, e testando-se antecipadamente a reação à coleção. Várias indústrias já o adotaram há muito tempo, e agora a moda está a capi talizá-lo dia após dia. O 3D melhora, portanto, o design e a produção, mas tam bém as vendas. Uma animação 3D tem a capacidade de explorar a criatividade sem limites temporais e espaciais, com visuais impressionantes. Alguns marcos mostram esta caminhada que ganha confiança. Em 2019 foi vendido o primeiro vestido digital de alta costura, desenhado pelo estúdio The Fabricant. Em 2020 a marca Hanifa promoveu o primeiro desfile virtual. Em 2021 a Nike adquire o RTFKT, uma startup de cybersneakers. Recentemente, aconteceu a primeira Fashion Week no metaverso Decentraland, onde marcas como Tommy Hilfiger, Dolce & Gabbana e Forever 21 marcaram presença com lojasAlgunsvirtuais.dados apontam que, num futuro não muito distante, 10 a 15% do nosso armário tornar-se-á digital. Movimento que já se vê no gaming, com o comércio in-game de skins a crescer vertiginosamente. Só o Roblox atingiu os 202 milhões de utilizadores ativos por mês, o que mostra a dimensão da au diência.Talvez mais do que perguntar o que mudará daqui a cinco anos, importe perguntar: o que se manterá? Num estudo da Wunderman Thompson, 83% dos consumidores globais acreditam que a tecnologia une as pessoas. Como construir uma melhor base que combata muitos dos problemas já existentes e que melhore a vida real? O desejo de pertença, de maior inclusão e sustentabi lidade cresce. E esta transformação digital abre janelas de maior conexão, ave nidas de novas possibilidades para o criador que existe em cada um de nós. t

T36 Junho 2022

A

Benilde Reis Professora Auxiliar na Universidade Lusófona MODA E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA INDÚSTRIA Marta Pais Oliveira Managing Director DDIGITT QUE VESTIMOS NOS MUNDOS VIRTUAIS?

O

O Covid-19 veio dar um boost na velocidade e evolução das tecnolo gias digitais na indústria e na forma como experienciamos a moda, acelerou e reinventou todos os processos na Indústria do Têxtil e do Vestuário (ITV), de forma a estes adaptarem-se às tecnologias digi tais e à Indústria 4.0. É neste contexto que a ITV se reinventa. O futuro da moda passa pela digitalização do processo de produção e comunicação de vestuá rio. Desde desfiles realizados virtualmente ou em 3D, corpos digita lizados por scanners, provadores de vestuário virtuais, peças de ves tuário confecionadas em impressão 3D, as propriedades e caimento de tecidos já podem ser tratados digitalmente, já é possível desen volver modelagem e testar as peças de vestuário em avatar vendo um resultado quase imediato, o que começa a ser uma realidade na ITV Anacional.oportunidade que as marcas atuais e as novas marcas digitais têm, de através da renderização em 3D de vestuário, poderem pro porcionar provadores virtuais, filtros no Instagram, ou outras redes sociais, é uma forma das marcas entrarem num contacto mais pro fundo com os Auroborosconsumidores.éaprimeiracasa de moda a fundir ciência e tecnolo gia com costura, bem como pronto-a-vestir apenas digital. A equipa criou uma premissa para o futuro, que representa inovação, susten tabilidade e design imersivo, dando uma dimensão mais profunda, redefinindo a forma como imaginamos, desenhamos e afetamos o consumo de vestuário. A educação e o ensino devem acompanhar esta evolução da in dústria, inserindo unidades curriculares e atividades extracurricula res, de forma a que os estudantes de moda tenham uma melhor per ceção sobre as novidades, acerca das tecnologias digitais na Indústria do Têxtil e do Vestuário. As instituições de ensino devem investir e suportar o acesso às próprias tecnologias, sejam elas em hardware ou softwareNãoesquecendo ainda a importância das tecnologias digitais na indústria da moda, na forma como podem ajudar esta na sustenta bilidade ambiental e social. Havendo simultaneamente uma con solidação das tecnologias digitais, as marcas estarão mais próximas do consumidor final e até tornar todo o processo das indústrias mais transparente.Contudo, para tudo existem limites, e um dos limites para as tecnologias digitais será o toque e o contacto físico não só com o teci do, mas também com a peça de vestuário em si. Algo que a realidade virtual imersiva já pode estar a explorar, para ajudar as empresas e as marcas chegarem ao consumidor de forma mais eficaz. É importante que as discussões à volta de um futuro digital, ape sar de parecer utópico, continuem. A indústria da moda e a ITV pode juntar-se à próxima onda de inovação tecnológica que está a trans formar a economia, a cultura e a sociedade, levando-nos a mundos virtuais e mais além. t

Falhou o iTechStyle Summit por sobreposição de agendas, mas a criativa Katty está atenta e já arranjou uma solução para a nova ministra da Ciência. Elegante e inovadora, e que Elvira Fortunato vai apreciar. Veste-a com um body de efeito acordeão, com acesso a mapas e coordenadas e espaço suficiente para anotar todas as suas reuniões e presenças, para que não volte a falhar.

Por: Katty Xiomara ACABAMENTOS U Decididamente não podem ser sempre os homens a roubar as atenções desta rúbrica, embora sejam alvos fáceis e com muito sumo para espremer… Temos de embarcar na saudável ideia da igualdade, mesmo quando se trata de escarnecer, as mulheres também têm direito de ser zombadas nesta peculiar página do T Jornal. Por isso, hoje vou realçar o trabalho de uma mulher, Elvira Fortunato, que conseguiu destacar-se mundialmente num dos campos mais competitivos, o das ciências. Claro que, ainda teremos de esperar para perceber se consegue dar conta do recado no outro campo, o campo minado da política. A nossa nova Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ou ministra do papel, como alguns carinhosamente já a apelidaram, por causa da sua re volucionária invenção - o primeiro transístor de papel. Tem um currículo extenso, tanto em estudos publica dos como em factos comprovados que revolucionaram o mundo da eletrónica. Motivos de sobra para pairar no ar a promessa duma reforma eficiente do ensino superior e maior investimento na investigação. A nos sa grande esperança não reside apenas naquilo que enuncia o seu currículo, mas no facto deste não ter sido formulado, naquele novo clube socialista, o ISCTE. Porém, a tarefa de conjugar esta mente brilhante na mecânica política do Estado, não se revela uma tarefa fácil, as solicitações têm sido muitas e parecem sobrepor-se na sua agenda. Pois é… todos sentimos a sua falta no recente iTecStyle Summit. Uma presença confirmadíssima, que na verdade, não se concretizou. Aparentemente, nessa mesma altura a ministra Fortunato tinha de estar presente na votação final do Orçamento de Estado na Assembleia da República. Não sabemos ao certo como esta sobreposição de horário aconteceu, porventura falta de espaço na agenda, ou uma certa inocência de pensamento ubíquo, ou, o mais provável, um problema de geografia. Talvez pensasse que este Summit era ali ao a lado e não aqui para cima. Por isso, decidi vesti-la com um body de efeito acor deão em papel plissado, com espaço suficiente para tomar nota de todas as suas reuniões e aparições, minuto a minuto e sem sobreposições, com acesso imediato a mapas e coordenadas. Sobre este delicado body repousa uma leve estrutura de leds luminosos que se estendem acima da cabeça e acompanham suavemente todos os movimentos da ministra. Esperemos que a técnica funcione e que este outfit seja um bom aliado para esta grande promessa da política portuguesa. t

T 37Junho 2022

Um outfit com electrónica para a nova ministra

38 Junho 2022 GUIMARÃESMARCATAMBÉMÉVINHOS

QUINTA DOS ENCADOS | GRANDE ESCOLHA Parceiro co-organizador do Fashion Film Festival, o Guimarães Marca abarca não só o vasto universo das empresas têxteis como também outras áreas que contribuem para a afirmação do território. A Quinta dos Encados é uma dessas empresas Guimarães Marca que têm enchido os vimaranenses de orgulho. Propriedade com história e produtora de vinhos de excelente qualidade, que não pára de arrecadar mais títulos para a sua já longa lista de prémios. O mais recente foi a Medalha de Ouro do Concours Mondial de Bruxells, um dos mais conceituados e abrangentes concursos de vinhos do mundo, juntando provadores e vindos das mais variadas geografias do planeta. Trata-se da última colheita do Quinta dos Encados Grande Escolha, que tem já também a distinção Ouro do Concurso da Região dos Vinhos Verdes 2019, a que junta ainda as medalhas de Prata do Concours Mondial de Bruxells de 2020, e do Concurso da Região dos Vinhos Verdes de 2020 e 2022. A par do Grande Escolha, que combina as castas Lureiro e Arinto produzidas na bela propriedade da encosta nascente do Monte da Penha, a Quinta dos Encados engrarrafa também um varietal da casta Loureiro, igualmente aromático, fresco e sedutor. Dois vinhos que surpreendem ao primeiro trago e excelentes para acompanhar os petiscos e refeições de verão.

Ainda estamos longe das mil manei ras de cozinhar o bacalhau, mas nos últimos anos sinto que o polvo tem ameaçado o fiel amigo neste parti cular.Os dedos das duas mãos (a que posso juntar sem medo os dedos dos dois pés) começam a não chegar para enumerar os restaurantes de que me lembro e frequento por causa de uma determinada forma de cozinhar e apresentar o polvo . No meio desta reflexão veio-me à memória o Jardim, em Vila Nova de Famalicão , muito perto do meu Por to. Mas mais perto ainda de muitos dos meus portos de abrigo nesta bela localidade minhota, a começar logo pelas sedes da ATP e do CITEVE por onde passo amiúde, ainda que nem sempre, como devem imaginar, a ca minho da alegria do polvo. Um dos desejos mais antigos de curiosos cozinheiros não praticantes como eu, é muitas vezes querer saber os segredos deste ou daquele prato. No Jardim já exerci essa curiosidade gastronómica por diversas vezes e até já a disfarcei, diga-se que em vão, de mera pergunta inocente sobre o molho e as suas raízes mais profun das. Como é bom de adivinhar, o dono e zelador deste Jardim á beira de Famalicão plantado, sempre se escusou amavelmente a correspon der ás minhas insistências e por isso, dez vezes que já lá tenha comido o polvo, são dez vezes em que saí de lá a saber o mesmo sobre ele. Saber o mesmo neste caso é sa ber que o polvo do Jardim não tem nada a ver com os polvos doutras paragens, mas também não consi go explicar aos meus leitores destas Cantinas o porquê ou porquês dessa diferença.Assim sendo resta-me incenti var-vos a lá irem e se algum tiver a sorte de conseguir arrancar ao nosso jardineiro mor o segredo da receita, aqui fica o meu mail: serrao.ma nuel@gmail.com. E acto continuo, o meu sincero e antecipado muito obrigado. t

T Restaurante Jardim Av. Santiago de Gavião 4760-003 VN Famalicão Por: Manuel Serrão AS MINHAS CANTINAS O A ALEGRIA DO POLVO

T Gosta Não gosta

39Junho 2022

MALMEQUER SOUVENIR

Pensar num bem material ao qual esteja muito conectado é sempre um exercício difícil porque sou muito desligado. Para terem uma ideia: sou capaz de estar uma tarde inteira a conversar, entusiasmado, com uma pessoa que conheci mas não fazer a mínima ideia de que cor era a camisola que usava. Por isso, para mim, mais do que apenas a estética, a funcionalidade é mesmo importante. Talvez por isso me lembre com saudade de um conjunto de malas em tecido que comprei na MAKRO, teria eu uns 16 ou 17 anos. O meu pai tinha o cartão da MAKRO e recordo-me de lá ter ido um dia e ter visto esse conjunto de malas muito funcio nais e as ter comprado. Uma em particular, a cabine size, usei-a durante mais de dez anos (e só a deixei de usar porque ma rou baram, mas já lá vamos!): era uma mala preta com um tecido ótimo e resistente, umas rodas tipo de pa tins profissionais que não faziam barulho e uma pega em alumínio e borracha super confortável. Não havia viagem que eu fizesse que não a usasse e a minha mulher até me costumava gozar porque temos em casa malas de marcas boas mas eu só gostava daquela que, honestamente, nem sei de que marca era. Infelizmente em 2012, creio eu, numa viagem que fiz ao Porto o meu carro foi assaltado na zona do Amial. Estava cheio de malas e por isso eu fui com a polícia procurar e ver se tinham deixado algum rasto: conseguimos recuperar as duas malas mais valiosas em termos monetários, onde eu tinha todos os meus truques de magia, mas a tal mala da MAKRO, onde eu tinha apenas as minhas roupas, nunca mais a recuperei. Parece que, além de mim, tam bém os assaltantes perceberam o quão especial era. t Alice Sampaio, 26 anos, departamento de marketing e comunicação da Bloomati by Carvema. É apaixonada por moda, por viajar e por conhecer pessoas e lugares novos, mas também adora animais, com um especial carinho pelos cães. Madrugadora e amante de uma boa conversa, Alice, torce o nariz sempre que alguém (ou ela própria) chega atrasado a compromissos ou tem de ir para a cozinha fazer o jantar. Mas nada que uns bons passeios pela natureza ou uma jantarada com os amigos não resolva e devolva à sua natural alegria.

Música Café Praia Mar Animais Nadar Moda Decoração Estar em casa Pontualidade Massa Filmes Viajar Natureza Acordar cedo Sapatilhas Verão Rir Jantar com amigos Relaxar Sentido de humor Boas conversas Cães Noites de verão Boas discussões Frutos vermelhos Água Vitória de Guimarães Relaxar Humildade O meu trabalho Vestidos Ter sono Carne vermelha Saltos altos Pessoas atrasadas Atrasos Frio Cheiro a tabaco Arrogância Injustiça Cozinhar Acordar cedo Trânsito Lavar o carro Roupa amarrotada Cheiro a fritos Ir ao dentista Arranjar o cabelo Chuva Burocracias Estender roupa Aeroportos Cerveja Deitar tarde Esperar Preconceitos Atrasar-me Incerteza A MALA QUE OS LADRÕESADORARAMTAMBÉM MárioIlusionistaDaniel Por: Mariana d'Orey

6 w w w . m o d t i s s i m o . c o m PARCEIROS PRIVADOSPARCEIROS INSTITUCIONAISORGANIZAÇÃO PATROCINADORES

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.