CORTE&COSTURA
Por: Júlio MagalhãesAlexandra Araújo, 46 anos
Foi a protagonista da rubrica na edição inaugural do T, em agosto de 2015. A fotografia é a mesma, as perguntas também. Só as respostas é que foram renovadas. Administradora da LMA Filha única, sempre soube desenrascar-se sozinha. É espontânea, extrovertida, empreendedora e criativa. A mãe e o pai são os seus heróis.
Confirma-se que filha de peixes sabe nadar?
Sem sombra de dúvida que tenho que concordar... falsa modéstia à parte acredito que este dito da sabedoria popular vai muito mais além da sua lei tura pela vertente natural ou cultural, acredito que encerra em si o conceito de saber de onde viemos, as nossas raízes e agradecer sempre a quem nos guiou...
Para nadar melhor, que contributo pode dar a LMA?
Acho que a meu percurso na LMA acaba por falar por si próprio, nós na LMA, porque não sou eu sozi nha - mas sim a equipa - tentamos sempre fazer do melhor que temos, o melhor que podemos... este é o nosso principal contributo. Já "nadamos" em contex tos íngremes e disruptivos, mas conseguimos sempre alcançar o bom porto, pois estamos conscientes de onde viemos, o caminho que percorremos e para onde queremos ir.
Depois de ter passado o mau tempo, a ITV já está em velocidade cruzeiro?
Penso e acredito, até porque a nossa história recente e o próprio tempo acabou por nos demonstrar que as intempéries, mui suis generis da ITV e mesmo da própria vida, fazem parte do caminho, não as conseguimos evitar, uma vez que volta e meia elas surgem. Neste momento confesso que me sinto apreensiva e preocupada com as variadas flutuações económicas que o nosso setor vive.
Os têxteis técnicos são um acelerador de velocidade para o futuro?
Para nós, os têxteis técnicos sempre se assumiram como um impulsionador da indústria têxtil. Penso é que apenas agora despertou a atenção de todos, pois falar de têxteis técnicos hoje em dia é falar não só de desporto, mas também de indústria automóvel, de in dústria aeroespacial, de indústria abrasiva, de saúde, de ambiente, de vestuário de proteção e militar, entre muitas outras… O avanço tecnológico e científico dos têxteis técnicos, possibilitou um crescimento expo nencial da indústria têxtil.
Acha que a LMA vai voltar a ter muitos votos na ISPO? Confesso que nós na LMA estamos muito empolga dos e expectantes com este novo formato da ISPO! O nosso índice de confiança é bastante elevado, não nos podemos esquecer que a ISPO é o certame de referên cia mundial do nosso core business
PS: Está aí à porta mais uma edição do Modtissimo, a sexagésima edição!! E não poderia deixar passar esta oportunidade, sem dar os parabéns ao meu querido amigo Manuel Serrão, bem como a toda a equipa, que colocaram não só este certame na rota internacional, como ao longo destes edições todas conseguem sem pre surpreender-nos e superar todas as expectativas. Que continuem o excelente trabalho que têm desen volvido e lá nos encontremos nesta edição! Orgulho samente portuguesa! t
EDITORIAL
Por: Manuel Serrão75 BOAS RAZÕES
Como será fácil de prever as 75 edições do nosso T Jornal seriam sempre 75 boas razões para comemorar. Mas na verdade as boas razões que nos levam a festejar esta edição 75 são muito mais do que apenas 75. Basta evocar os milhares de leitores que mantemos e as dezenas de milhares de seguidores do nosso T Digital, quer na versão Today quer na newsletter do T Internacional para percebermos que sendo cada um deles uma boa razão, temos muitíssimo mais do que apenas 75 razões para comemorar.
Como qualquer outro meio de comunicação o T Jornal e o T Digital só existem e só faz sentido que existam, quando coexistem com uma comunidade de leitores que se mostra interessada em continuar a saber mais de cada vez que lê mais.
Desde a sua génese o T sempre deixou bem claro que o seu objetivo número um é informar a ITV do que se passa à sua volta e no seu seio . Mas também sempre deixamos claro que outro objetivo não menos prioritário é apoiar em força e sem qualquer hesitação todas as empresas e agentes deste sector que tanto nos orgulhamos de servir.
Aqui no T , responsáveis, jornalistas e colaboradores sem esquecer também os nossos estimados patrocinadores , queremos continuar a merecer a vossa confiança e a vossa disponibilidade para podermos continuar a servir a ITV o melhor que sabemos. t
Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/
A TECER NOTÍCIAS
E A APOIAR AS EMPRESAS DESDE 2015
O T chegou à edição 75 e com ele outros tantos capítulos da história do têxtil português. Em cada capa há sempre o rosto de uma empresa. São elas e os seus protagonistas que fazem a história do sector, que espelham os momentos de glória, mas também as crises e dificuldades que sempre têm sabido superar. Retratos que dão conta da enorme evolução, dos avanços tecnológicos, das conquistas de novos mercados, da afirmação sustentável, da veia criativa e inovadora que marca o génio do têxtil português. Para ver e recordar, mas também 75 bons motivos para refletir e pensar.
“Mais vale feito que perfeito. Há 75 edições a apoiar a nossa ITV.”
MANUEL SERRÃO DIRETOR DO T
JOÃO MENDES | ANA FURTADO 42 ANOS | 54 ANOS
PRIMOS E AMBOS NA EQUIPA DE ADMINISTRADORES DA EMPRESA
Ana, que é a neta mais velha do avô fundador, foi a pioneira da terceira geração, estatuto que já transmitiu à filha, Inês, 21 anos - (tem ainda a Beatriz, 26 anos, médica, e o Afon so, 18, estuda na FEP) - a primeira representante da quarta geração na empresa. Responsável pela gestão financeira, formou-se em Economia (FEP), de onde há 30 anos saltou para a empresa. João fez Gestão Industrial (Universidade de Aveiro), com tirocínio na Unicer, “que foi muito útil para o que hoje faço”.
Fora da empresa, foi jogador de andebol (a sério, mesmo, no Ginásio de Sto Tirso) e toca guitarra numa banda de jazz e blues que se chama So What. Pois. E daí?
DOIS CAFÉS & A CONTA
AOS 75 ANOS A. SAMPAIO MANTÉM-SE DE OLHOS NO FUTURO
Com 75 anos completados este ano, coincidindo com as 75 edições do T, a A. Sampaio & Filhos sempre foi uma empresa à frente do seu tempo, com uma permanente visão de futuro. An tónio Sampaio, o fundador, não seria propriamente um visionário, era antes um homem meticuloso, organizado e prevenido. “Tive ainda oportunida de de conviver com o meu avô aqui na empresa e vi a coragem de investir em contraciclo. Dizia que quando as coisas melhorassem já estaríamos preparados para o que os clientes pedissem, tinha essa preocupação, essa visão dinâmica de antecipar o futuro”, conta Ana Furta do, uma das representantes da terceira geração à frente dos destinos da empre sa. Outro é o primo João Mendes, e am bos dão conta dessa postura de vanguar da que sempre foi a imagem de marca da empresa.
Como exemplos, apontam o facto de ainda antes da viragem do século, em 1998, todo o planeamento e controle de produção da empresa estar já informati zado, numa altura em que a digitaliza ção das empresas não era ainda sequer um sonho. “Hoje, com mais de 60 mil artigos e mais de 200 máquinas, é inevi
tável”, compara João.
Também em 2007 lançavam já a pri meira coleção com vertente de susten tabilidade, quando isso era então um pormenor sem qualquer importância. “Algodão orgânico? Ninguém queria saber, o que interessava era se era bo nito ou feio, suave ou áspero, barato ou caro”, relembra Ana, com o primo a destacar que a prioridade da A. Sampaio sempre esteve focada no produto, na qualidade e na inovação.
“O conceito de caro ou barato é hoje uma ilusão. Barato é o cliente receber o produto que escolheu, com qualidade, no prazo combinado e no local escolhi do”, atalha João Mendes, destacando a importância da rastreabilidade, tanto das matérias-primas como da produção.
“Hoje a malha já não é de algodão, é de cristal. É transparente e completa mente rastreável, identifica a origem e como é processada, não há surpresas”, descrê dando conta de que às mais diver sas certificações a empresa junta a RWS, que garante não só a rastreabilidade da lã desde a origem, mas também as con dições de bem-estar animal, condições sociais e restrições do processamento.
Mas Ana Furtado recorda que já nos
anos 90, quando a generalidade dos compradores não sabiam sequer a ori gem do produto, o seu avô fazia questão de receber os clientes na fábrica. “Foi em 1997, para assinalar os 50 anos da empresa, que inaugurou o showroom para receber clientes com coleções pró prias. Um espaço concetual, com esté tica, sistematização e storytelling para cada produto. Uma festa que contou com os clientes mais representativos, mas também com o pessoal da empre sa, para terem orgulho naquilo que fa ziam”, relembra Ana, a neta mais velha que hoje se ocupa da gestão financeira da A. Sampaio.
Uma prática que a terceira geração à frente da empresa se esforça por manter e incrementar. Para assinalar os 75 anos, todos os 189 colaboradores tinham à porta do dia de trabalho vários autocar ros que os transportaram para um dia de convívio. “Foi um dia de festa e partilha, com almoço, muita animação, jogos e atividades de conjunto. E até uma sur presa, ao final da tarde, com a atuação do cantor Toy”, conta João Mendes, outro dos netos da equipa de administração que quer manter a A. Sampaio & Filhos sempre com os olhos no futuro. t
Uma água mineral e dois cafés – Delta, lote de platina, como João Mendes faz questão de sublinhar - no bar do amplo showroom instalado no primeiro andar do edifício administrativo da empresa. AA. Sampio & Filhos- Têxtil, S.A Rua São Bento da Batalha 76 4780-547 Santo TirsoGRUPO VALÉRIUS TAMBÉM JÁ CHEGOU AO METAVERSO
Criatividade, intuitividade e acessibilidade num único pacote: é isto que o grupo Valé rius, através da Valérius Hub – sempre na li nha da frente da inovação – tem como pro posta na novíssima área do Metaverso, onde acaba de nascer a mais recente coleção Meet in Meta (MIM). A nova aposta recorre a um software de design de moda 3D de última ge ração, o CLO 3D, que constitui um apetrecho de design de moda simplificado, oferecendo uma variedade de benefícios para designers, clientes e também para o meio ambiente, ex plica a Valérius.
Desde a redução na quantidade de amos tras de produção e nos gastos com transporte até à supressão dos desperdícios de material – o que implica a redução de impactos ecoló
gicos derivados de possíveis mudanças que podem ocorrer ao longo do processo de de sign, o recurso a este sistema tem enormes vantagens.
E se isto é válido para a logística da fase pré-industrial, no que toca especificamente ao design as possibilidades são infinitas: ajus te em tamanhos, aplicação de estampas, bor dados ou outras técnicas, misturas de cores e inovação de texturas, tudo está à distância de um click
Segundo o grupo, o MIM “foi inteiramente concebido em @itsclo3d – um software ino vador que promove conveniência e liberdade criativa, tornando-se a porta de entrada per feita para os designers de hoje, que procuram inspirar as roupas de amanhã”. t
ACATEL PÕE OS TECIDOS A CUIDAR DAS PESSOAS
Sempre com olhos no futuro e na inovação, e com o lema “The textile of tomorrow”, a Acatel apresentou duas novidades para a sua coleção outono-inverno 23/24: o Moov & Cool e os acabamentos moisture boost com cápsulas Q10 que ajudam na manutenção da hidratação da pele, contribuem para as defesas naturais e têm um efeito antiidade. “Cuidamos dos nossos tecidos como cuidamos de nós mesmos, com atenção ao detalhe e sempre de olhos postos num futuro revitalizado”, anunciou a empresa do Grupo Impetus nas suas redes.
TRIUMPH MOVE-SE
COM O CORPO
TIAJO REFORÇA APOSTA NOSEGMENTO DOS TECIDOS TÉCNICOS
A Tiajo, especialista em tecidos workwear e técnicos, reforçou a sua aposta nos tecidos de alta performance com certificação Titech – uma gama que ofere ce proteção avançada e melho rias ao nível do desempenho, nomeadamente no campo dos tecidos de alta visibilidade, à prova de água, de alta resistên cia, retardantes de chama e an ti-estáticos.
A gama de produtos Titech é constituída por 12 tipos de teci
dos técnicos, todos certificados e cada um com caraterísticas específicas, de que são exem plo o X149 FR, uma sarja 100% algodão que retarda a chama; o Thunder 110, um tecido em poliéster e anti-estático com proteção ESD; o Storm 300, um produto multinormas prepara do para todas as adversidades; e o Hippo, um softshell em poliéster e elastano que tem a presença de uma membrana TPU que o torna ideal para con
dições de trabalho exterior com exposição a baixas temperatu ras e humidade elevada. Deste grupo faz ainda par te o Caracal, que representa o novo mundo dos tecidos fun cionais. Concilia num só pro duto o conforto do elastano e do algodão presente no interior do tecido, com a elevada resis tência da poliamida no seu ex terior e que é conjugada com repelência a líquidos, óleos e sujidade. t
FROM PORTUGAL COM EMBAIXADA SUSTENTÁVEL EM LAS VEGAS
Foram nove os bravos From Portugal que levaram o entusiasmo e qualidade sustentável do made in Portu gal até à Magic Las Vegas / Sourcing at Magic (7 a 10 de agosto). A aposta na diferenciação, nos produtos e soluções orgânicas e amigas do ambiente foi o trunfo que preencheu as bagagens que levaram ao encontro do competitivo mercado dos EUA. Uma forte comitiva que inclui as empresas Aspecto Homme, Bamburi, Barata Garcia, Benjamins Club, Brito e Miranda, Fepratex, J. Caetano, Marita Moreno e Red House.
FFF: 9A EDIÇÃO ACUMULA GRANDES EXPECTATIVAS
Único do género em Portugal, a 9ª edição do Fashion Film Festival está a levantar grandes expectativas. As catego rias desta edição são: Filmes de Moda Nacionais de Autor Independentes, de Marca, de Têxteis Técnicos, de Alive Mobile, Filmes de Moda Internacionais e a categoria dos Têxteis-lar, em homenagem à capital deste segmento –Guimarães, que acolhe o Festival pelo quarto ano consecu tivo. As inscrições decorrem até ao dia 7 de Outubro.
NOVA COLEÇÃO IMPETUS É UMA VIAGEM NO EXPRESSO ORIENTE
Impetus, a marca portuguesa especializada na produção de underwear e nightwear, lançou uma coleção extensa e diversa para homem e para mulher para o outono-inverno de 2022. É inspirada pelo imaginário de uma viagem no Expresso do Oriente, onde as paisagens e culturas se sucedem e se refletem nos padrões das peças. Os modelos refletem variedade, qualidade e conforto extremo, ca racterísticas potenciadas pelas matérias-primas utilizadas, modal e Iyocell, ambas produzidas em processos sustentáveis e sem desperdício.
"Tenho ido às feiras todas e tem corrido bem. Ficar em casa é que não resolve nada"
ANTÓNIO COELHO LIMA CEO da ACL
é a percentagem das exportações da BeStitchChama-se Triaction e é a nova coleção de activewear feminina da Triumph, que se encaixa em guarda-roupas e estilos casuais e que oferece o suporte necessário para qualquer movimento. A marca explica que usufrui da tecnologia Cloud-tech, que se move com o corpo e garante leveza e um dos melhores controlos de estabili dade do mercado. t
Desde o século XIX que o Vale do Ave se transformou num território de grande densidade fabril nos segmentos da fiação e da tece lagem. Aliás, a têxtil algodoeira tornou-se uma atividade dinami zadora da região, com um grande impacto sobre toda a vida econó mica e social da sua sociedade. Localidades como Pedome, Riba d’Ave, Delães, Ronfe e Pevidém eram freguesias com diversas unidades fabris e um importan te volume de trabalho fabril. No que diz respeito ao algodão, se gundo o inquérito de 1890, o seu protagonismo era tal, que estava instalado nas freguesias com tra dição de tecelagem.
Apesar de tudo, a Riopele nas ceu numa conjuntura difícil, uma vez que o mercado estava saturado e era fortemente concorrencial, o que dificultava a atuação de uma pequena empresa. Neste contex to, o crescimento da Riopele teve muito mérito do jovem José Dias de Oliveira, que deu uma dinâmi ca própria à empresa.
Filho de Maria de Abreu e Francisco Dias de Oliveira, José Dias Oliveira, o fundador da Riopele, nasceu em Mogege a 17 de agosto de 1902, e desde cedo tomou contacto com o mundo da tecelagem que constituia o meio de subsistência para a maioria da população da região têxtil do Vale do Ave.
Ainda jovem, José Dias Olivei ra mostrou o seu empreendedo rismo, montando um negócio próprio com o objetivo de alcan çar a independência económica. Tinha 25 anos e trabalhava na distribuição de pão, quando de cidiu instalar dois teares num moinho de água, na margem esquerda do rio Pele e pedir um empréstimo para a compra dos teares de caixão.
Começou a produzir tecidos grossos de algodão, como cotins e riscados. Nesse mesmo sítio, com o moinho no epicentro, projetou a sua primeira tecelagem.
Estabelecido com o empresá rio têxtil, o fundador da Riopele
"Tiago Alves
Aprender comas dificuldadesé a dagramática Riopele
a capacidade produtiva e assim poder crescer na exportação, pelo que no final da década já empregava 140 trabalhadores.
Empresário dinâmico, arro jado e com visão estratégica, o fundador da Riopele aproveitou o fluxo de dinheiro conseguido através do aumento das vendas para comprar novos equipamen tos de tecelagem (urdideira, ca neleiras) e verticalizar a sua ati vidade investindo a jusante, no mercado retalhista, abrindo em 1943 uma loja de artigos têxteis, em Santa Catarina, a principal rua comercial do Porto.
No ambiente complicado do pós-guerra, José Dias de Oliveira, chamou para junto de si o filho mais velho, José da Costa Oliveira, que o ajudou a manter a empresa com a cabeça fora de água numa conjuntura marcada pela falta de matérias-primas e energia.
Para contornar a debilidade e incipiência da rede elétrica na cional, sintoma do atraso estru tural do país, a Riopele inovou ao adquirir um gerador a gasóleo que lhe permitiu suprir as falhas de fornecimento.
não demorou a lançar as bases da sua família, casando-se em 1928 (o ano em que António de Olivei ra Salazar toma posse como mi nistro das Finanças) com Olinda da Costa Reis, que contribuiu de cisivamente para o sucesso futu ro da start up nascida na margem esquerda do rio Pele.
Iniciada nas artes da tinturaria e da tecelagem, Olinda deu uma ajuda preciosa ao formar as ope rárias que foram sendo contrata das para sustentar o aumento da capacidade produtiva da jovem empresa - que começou a comer cializar os seus produtos com a marca própria J.O., derivada das iniciais do nome do fundador.
O sucesso foi rápido. A fama da qualidade do cotim fabricado pela empresa de Olinda e José
alastrou-se ao ponto da produ ção se esgotar em pouco tempo, sendo integralmente comprada na zona à volta de Mogege.
A Grande Depressão dos anos 30 e a política de Condiciona mento Industrial do Estado Novo - que restringia a margem de manobra das empresas para investirem em novos equipa mentos, ampliação de instru ções e aumento da capacidade instalada - foram os dois prin cipais obstáculos que a Riopele teve de superar para prosseguir o seu caminho.
Apesar destas dificuldades, José Dias Oliveira logrou conti nuar a crescer, transferindo em 1933 a fábrica para a margem direita do rio, para novas insta lações com dois espaços autóno
mos - um estava dedicado à fia ção e tecidos enquanto o outro albergava caldeira, tintura, aca bamentos, refeitório e vestiário.
O nascimento formal da de signação atual deste grupo em presarial deu-se a 10 de novem bro de 1934, quando José Dias Oliveira registou na Repartição da Propriedade Industrial o nome de Fábrica de Tecidos do Rio Pele.
Nuns anos 30 assolados por violentos conflitos armados no coração da Europa - a Guer ra Civil de Espanha (1936/39), mesmo aqui à nossa porta, e a II Guerra Mundial, que deflagrou em 1939 - a Riopele soube tirar partido das novas oportunidades de mercados, que a neutralidade de Portugal abria, para aumentar
O coração traiu José Dias Oli veira num momento em que a sua Riopele atravessava um momento risonho de grande ex pansão, beneficiando do abran damento das peias impostas pela Lei do Condicionamento Industrial.
A morte do fundador não ma tou o sonho que prosseguiu com os seus filhos, que inspirados na tenacidade do pai conseguiram afirmar a Riopele como uma marca referência de qualidade no universo têxtil internacional -em particularmente nos tecidos destinados a vestuário de moda, área em que gradualmente se es pecializou - e a transmitir às novas gerações o espírito indomável, inovador e empreendedor de José Dias Oliveira, uma gramática que permitiu ao grupo continuar a deixar para trás os escolhos que lhe vão surgindo pelo caminho e comemorar a provecta idade de 95 anos com a flexibilidade e en tusiasmo de um adolescente.
Nascida em 1927, numa conjuntura adversa, enfrentando forte concorrência num mercado hiper saturado, a Riopele aprendeu com o espírito indomável, inovador e empreende dor do seu fundador, José Dias Oliveira, a fazer das fraquezas forças e por isso está a comemorar 95 anos de vida com a flexibilidade e o entusiasmo de um adolescente Fotos: Site RiopeleFASHION FORWARD
Por: Dolores GouveiaREVOLUÇÃO NOS MATERIAIS?
abraça ingredientes improváveis: Ananás, Uvas e Cogumelos!
O foco na sustentabilidade tornou crítica para as marcas a questão da fonte das matérias-primas. As marcas de moda líder, nomeada mente as do segmento de luxo têm vindo a procurar ativamente por materiais de nova geração e especificamente por alternativas bio fa bricadas à pele natural com origem animal.
E na realidade, 70% dos inovadores identificados pela organiza ção filantrópica Material Innovation Initiative (MII) dedicam-se a soluções para substituir esta matéria-prima.
De observar, que o investimento em novos materiais desde 2015 representa 2,3 mil milhões de dólares (MII, dezembro de 2021) e di versas publicações afirmam que o interesse das marcas de luxo, bem como de outros investidores, em suportar tecnologias para a produ ção de alternativas à pele tem vindo também a crescer.
Voltando ao perfil dos inovadores que contribuem para esta re volução na moda de luxo – vestuário e acessórios: 73% apresentam soluções derivadas de plantas; 12% bio mimetizam a pele natural com recurso ao “Mycelium”; os restantes 15% suportam-se em ou tras tecnologias de criação de materiais em laboratório, tais como, cultura de células, micróbios, ou ainda blended technologies.
Ananás, Uvas e Cogumelos, mais precisamente o micélio – parte vegetativa do fungo – são os ingredientes de ouro da moda de luxo, neste ano de 2022. E é inegável que as práticas de grandes grupos ou marcas – Kering Group, Stella McCartney, Gucci – que lideram esta macrotendência contribuem para acelerar a mudança e transição da pele animal para peles vegan em todo o sistema da moda.
Segundo estudos recentes do comportamento dos consumidores de moda, os indivíduos manifestam uma atitude muito positiva no que respeita à aquisição de produtos de pele produzidas com base em tecnologias de nova geração, no entanto, obviamente, a disponibi lidade e valor/produto no mercado constituem constrangimentos.
Convido os leitores a pesquisarem alguns casos focados na parce ria entre inovadores e marcas de luxo que sinalizam esta revolução.
PIÑATEX é a marca do não tecido substituto do couro da ANA NAS ANAM, produzido com desperdício das folhas da planta do ananás. Esta empresa pioneira oferece diversas linhas do produto e a sua lista de parcerias tem crescido significativamente. HUGO BOSS e PAUL SMITH são duas das marcas referência na utilização da PIÑATEX.
A VEGEA é conhecida pela sua “GRAPE LEATHER”, uma pele produzida de resíduos do processo vínico. Esta organização inovado ra, focada na investigação e desenvolvimento de biomateriais, ofe rece coleções diversas e mesmo edições especiais às marcas globais. MARNI, PANGAIA, MR PORTER e GANNI são algumas das marcas que têm feito chegar ao mercado de consumo a GRAPE LEATHER.
A BOLT THREADS cultiva micélio para produzir pele de nova ge ração. Os inovadores lançaram o seu material MYLO™ em 2018 e desde então construiu uma rede de abastecimento que lhe permite agora fornecer em quantidade o seu biomaterial ao mercado de des porto e moda. Os primeiros produtos foram lançados, este ano de 2022 através do seu consorcio com a ADIDAS, LULULEMON, KE RING GROUP e STELLA MCCARTNEY.
A MYCOWORKS dedica-se, também à cultura de micélio, bem como à produção de pele vegan através de uma tecnologia que de senvolveu e patenteou. Em 2021, a empresa estabeleceu uma par ceria exclusiva com a luxuosa HERMES para a criação do primeiro produto com o seu bio não tecido – FINE MYCELIUM ™. A VICTO RIA BAG da HERMÉS tem agora uma reduzida pegada de carbono e é biodegradável. t
ACATEL RENOVA ESTATUTO INOVADORA
COTEC
São várias as empresas têxteis reconhecidas com o estatuto Inovadora COTEC e a Acatel congra tulou-se nas suas redes sociais com a renovação da sua distinção. A lista abrange a nível nacional cerca de 650 empresas, dos mais variados sec tores. “A Acatel obteve, pelo segundo ano, o estatuto Inovadora CO TEC, é o reconhecimento pelo nosso desempenho, pela nossa gestão e pelas nossas pessoas, é para nós motivo de grande orgulho”, congratulou-se a têxtil do grupo Impetus.
FARFETCH PERDE DIRETOR DE LOGÍSTICA
A Matchesfashion, em presa de moda de luxo com sede em Londres, renovou a sua equipa de direção e contratou como novo diretor de operações Stuart Hill, que até agora era o líder da área de logística da Farfetch. A contratação de Stuart Hill surge na sequência da nomeação como líder do executivo da empresa londrina de Nick Beighton, ex-CEO da Asos – que foi substituído por José António Ramos, antigo presidente execu tivo da Salsa.
EL CORTE INGLÉS AUMENTA OFERTA SUSTENTÁVEL
Entre marcas próprias e externas, o El Corte Inglés tem à venda mais de 120 mil produtos con siderados sustentáveis. Este número representa um aumento de 9% da oferta comercial susten tável em relação ao ano transato e demonstra que o grupo de origem espanhola aderiu ao paradigma da sustentabi lidade e da circularidade.
O objetivo passa, agora, por aumentar, pelo me nos, 5% dessa oferta por ano até 2025.
GO RIBBED É A NOVA COLEÇÃO DE ESSENCIAIS DA SLOGGI
Uma vez que o look ideal começa com a escolha da melhor roupa interior, a Sloggi anuncia a sua mais recente coleção de básicos essenciais ‘Go Ribbed’. Uma di versidade de modelos de b ralettes e cuecas leves com materiais elásticos feitos a partir de algodão orgânico, onde o tecido cane lado é combinado com acabamentos de renda delicada, conferindo deste modo um look casual chic.
BARATA GARCIA E RED HOUSE DISTINGUIDAS EM LAS VEGAS
TÊXTEIS DOS ESTADOS UNIDOS CADA VEZ MAIS LONGE DA ÁSIA
Mais de 60% das empresas norte-americanas do sector têxtil e da moda aumentaram os seus fornecimentos nos mercados de proximidade, abandonando paulatinamente as compras nos países asiáticos, segundo revela o mais recente estudo da US Fashion Industry Association (USFIA). Uma mudança que tem privilegiado, como seria de esperar, os países subscritores do Tratado de Livre Comércio entre Estados Unidos, América Central e República Dominicana (CAFTA-DR). O estudo mostra ainda que 95% planeia au mentar a sua exposição à produção da América Central.
TINTEX, CENTI E CITEVE CRIAM AS LEGGINGS DO FUTURO
Peça de vestuário habitualmente utilizada no desporto, as leggings do futuro terão in corporadas estruturas têxteis avançadas que incorporarão sistemas inteligentes de ele troestimulação, aquecimento, massagem e compressão localizados.
CeNTI, Tintex (e a sua subsidiária Hata), CITEVE e Faculdade de Desporto da Univer sidade do Porto estão a desenvolver umas leggings, que irão permitir otimizar e acelerar o processo de recuperação muscular após a prática de exercício físico. Além de diminuir o tempo de recuperação, a solução tecnológica irá aumentar a eficácia e o desempenho des portivo, refere o CeNTI em comunicado.
A organização da Magic Las Vegas (7 a 10 de agosto) entregou à Barata Garcia e à Red House distinções nas áreas Sus tentabilidade e Marca Revelação, respe tivamente. Uma distinção que, entre centenas de presenças, serviu também para reforçar a evidência do foco do made in Portugal na inovação e no de sign. “Uma surpresa, não tínhamos co nhecimento que existia tal distinção, mas penso que vai ajudar a alavancar a nossa implementação no mercado americano”, refere Luís Marvão, agen
te para os mercados dos EUA e América do Sul da Red House.
“Tinham estado jornalistas a falar connosco mas achámos que era uma en trevista, mas depois apareceram para nos entregar o prémio”, acrescenta com en tusiasmo. A marca conhecida pelos seus jeansousados esteve em estreia absoluta em Las Vegas: “Correu lindamente, para primeira edição foi muito interessante, saímos já com encomendas”.
A oferta sustentável que a também estreante Barata Garcia, produtora de
malhas circulares, levou a Las Vegas, conquistou igualmente a organização da feira, que lhe atribuiu a distinção Sustentabilidade: “É mérito daquilo que estamos a seguir e da oferta que aqui trazemos. É um orgulho sermos distinguidos entre centenas de outras marcas/empresas aqui presentes e é um sinal que estamos no caminho cer to”, disse Sérgio Araújo. “Sem dúvida que a aposta no mercado americano está a valer a pena”, confere o sales ma nager da Barata Garcia. t
INOVAFIL LEVA PROJETOS DE CICLO FECHADO AOS SEUS PARCEIROS
Com foco no combate à poluição, a Inovafil desenvolveu uma solu ção a que chamou InovafilReci cla e que se consubstancia “numa plataforma que tem como princi pal objetivo promover parcerias para a criação de projetos têxteis 360 graus (ciclo fechado)”.
O projeto, apresentado no site oficial da empresa, “permitirá aos clientes/parceiros da Ino vafil, efetuarem uma gestão e tratamento dos seus resíduos pré
e/ou pós consumo, no sentido de lhes conferir uma ‘Nova Vida’, contribuindo desta forma para a diminuição dos resíduos têxteis e minimizando o consumo de ma téria-prima virgem”.
Há muito que a Inovafil tem como objetivo central investir na componente de sustentabili dade da indústria têxtil. Assim, há cerca de um ano, foi uma das empresas que integrou o proje to europeu liderado pela H&M e
pela Adidas, que assumiu como objetivo a produção de novas fi bras têxteis a partir de desperdí cios têxteis e agrícolas.
O projeto, que teve como base a fibra Infinitive Fibre, desenvol vida em parceria com a empresa finlandesa Infinited Fiber Com pany, tinha como objetivo encon trar uma solução para as tonela das de roupa em fim de vida que todos os dias enchem aterros um pouco por todo o mundo. t
“Estes sistemas inteligentes atuam ao ní vel da estrutura têxtil, sendo a combinação de ambos o aspeto diferenciador face a outras soluções comerciais. Para o desenvolvimento dos sistemas de massagem e compressão serão integrados, por processos têxteis, materiais com memória de forma; para o desenvolvi mento dos sistemas de eletroestimulação se rão incorporados, por processos têxteis, fios condutores e, para a criação dos sistemas de aquecimento, serão incluídos na estrutura têxtil circuitos de aquecimento através de ele trónica impressa”, revelam os investigadores.
Apesar de ainda estar em desenvolvimen to, o projeto (denominado Wear2Heal), as expetativas quanto à sua entrada e recetivida de no mercado são positivas. “Há um elevado interesse do consórcio em comercializar as so luções desenvolvidas”, matéria a cargo da Tin tex, que, além dos mercados onde já se afirma (Portugal, Alemanha, Suécia, entre outros), pretende dinamizar novos mercados. t
"Apostar 60% dos fundos nas empresas é perfeitamente razoável"
LUÍS MIGUEL RIBEIRO Presidente AEP
"TODOS QUEREM TRABALHAR COM PORTUGAL"
Lidera aquela que é considerada a maior plataforma de sourcing B2B do mundo especializada na indústria têxtil e moda. Com sede em Berlim, a Foursource tem mantido uma parceria privilegiada com a Selectiva Moda e o projeto From Portugal, e Jonas Wand não poupa nos elogios à ITV portuguesa, “uma indústria muito experiente, eficiente e com uma grande sens ibilidade às temáticas da sustentabilidade”.
2E quando estará concluída essa possibilidade de execu tar as transações na Four source?
Neste momento isso ainda não é possível.
4De que forma Portugal se pode afirmar neste mercado global?
Portugal pode claramente dar essa resposta.
1De que forma é que a Four source põe em contacto os players da indústria têxtil e promove negócios transpa rentes e sustentáveis?
Antes de mais, é urgente ga rantir que quem trabalha nesta área faz efetivamente o que diz que faz. Existem alguns players no mercado global que não tra balham de forma transparente e esta é uma das indústrias que mais contribui para a poluição no mundo.
Assim, sentimos que a Four source pode dar um contributo muito positivo ao sector, já que crescemos como uma rede social, ou seja, crescemos através da interação real dos utilizadores e da forma como se conectam entre si.
O segundo ponto está relacio nado com a forma como é feita esta conexão entre os com pradores e fornecedores, que é mais global, mas ágil e mais
rápida. Ou seja, há uns anos um comprador que chegasse a Portugal teria de viajar, teria de procurar fornecedores junto das associações, pedir refe rências, fazer várias reuniões, etc. Agora, todas as informa ções podem ser verificadas na plataforma, saber quais as certificações de cada fornece dor, comparar preços, etc. Para os fornecedores isto também é muito interessante porque, não querendo naturalmente expor a uma rede global as suas mais recentes inovações, podem partilhar, através de processos de digitalização sofisticados, alguns dos seus produtos e ino vações estrela a um comprador em específico. Graças a este processo de digitalização hoje já não há necessidade de pedir amostras de todas as cores e to dos os produtos, com o enorme desperdício que representavam. Há mais escolhas, mais poder de escolha.
Por último, a nossa terceira meta prende-se com a possibilidade de realizar as transações comerciais dentro da Foursource.
Nós promovemos apenas conexão mas o negócio em si realiza-se fora da plataforma.
Sentimos que devemos dar esse passo, que é importante para os nossos utilizadores.
Estamos em estudos para o lançar essa nova mais valia no final deste ano, início de 2023.
Antes de mais, Portugal é muito importante para nós e o nosso país número um na Foursource. De uma forma geral diria que precisamos de mais flexibili dade, maior desenvolvimento, inovação e rapidez na indústria têxtil mundial. É evidente que os mercados asiáticos não podem dar resposta a esta tripla necessidade.
Para além de que precisamos de ter em consideração os princí pios da sustentabilidade. Ora, Portugal é um país próximo, com uma ótima indústria e se guro a todos os níveis. Se é mais caro produzir em Portugal?
5Há já em Portugal um longo caminho na sustentabilidade, tanto nos materiais como nos processos de fabrico?
Exatamente. Isto não significa que os compradores deixem de trabalhar com o mercado asiá tico. Até porque para as linhas de básicos, onde a quantidade é relevante e o preço mais baixo conta, esses países continuarão a dar uma resposta ajustada. Agora quando falamos de produtos estrela e de coleções cápsula, que são uma enorme tendência global, precisamos da flexibilidade, rapidez e quali dade do mercado português. É uma indústria muito experiente e eficiente com uma grande sensibilidade às temáticas da sustentabilidade. Em Portugal são poucos os fornecedores que não tenham as maiores certificações nesta área, que são absolutamente crucias para a transparência que este sector necessita e que, felizmente, o consumidor começa a exigir. Agora Portugal tem também aqui desafios. Nomeadamente os fornecedores que até agora trabalhavam para um ou dois grandes clientes e que podem agora questionar se vale ou não a pena estar dependente apenas desses grandes clien tes ou se querem arriscar em novas marcas e clientes. Neste momento toda a indústria quer trabalhar com Portugal o que é bom, mas exige uma adaptação das empresas.
3Referiu os importantes contributos da digitalização para a ITV mas, sendo esta indústria altamente senso rial, como pode ser feita essa transposição?
Não pode.
A equipa da Foursource de fende que esta indústria será sempre de toque.
Mas assim como hoje em dia todos nós fazemos compras online, coisa que há uns dez anos atrás ninguém acredi taria, também esta indústria sofrerá uma transformação.
As circunstâncias exigem essa mudança de mentalidades.
Com certeza que sim, mas os compradores precisam hoje de uma resposta mais rápida, com maior qualidade e com índices de sustentabilidade efetivos que possam ser comprovados com certificações. Produzir em Portugal compensa claramente até porque há, necessariamente, um encurtamento dos tempos de espera pelas encomendas. O mundo mudou muito. Há uns anos, as grandes marcas encomendavam a coleção com mais de um ano de antecedên cia e hoje já não pode ser assim. Já não se faz moda com tanta antecedência. É precisa uma flexibilidade muito maior e
6Vão estar presentes na edição 60 do MODTISSIMO. Quais são as vossas expectativas? Estivemos na última edição em Fevereiro e confesso que fiquei muito surpreendido, quer com a qualidade e inovação dos produtos apresentados pelas empresas portuguesas quer pela organização da feira que está ao nível do que melhor se faz em todo o mundo. Para nós é muito importante estar presentes até para visitar muitos dos nossos clientes e contactar com as áreas mais técnicas do têxtil. Aliás, a colaboração entre a Foursource e o MODTISSIMO é o exemplo acabado de como o mundo físico e digital não só coexistem como são interdependentes.
nENTREVISTA
Eduardo PinheiroAos 43 anos, o Secretário de Estado do Planeamento fez um percurso de sul para norte. Filho de alentejano e nascido em Pombal, estudou em Lisboa –Sociologia e pós-graduação em Gestão – e foi trabalhar para norte, onde acabou por constituir família e entrar na vida autárquica (vice-presidente e presidente da Câmara de Matosinhos). Em 2019 fez a viagem ao contrário e rumou a Lisboa para integrar o governo anterior como Secretário de Estado (da Mobilidade), mas é agora, no Planeamento, que se sente bem, graças à longa experiência de trabalho em estruturas de fundos comunitários.
um contexto em que a pan demia primeiro e a guerra na Ucrânia depois fizeram surgir um conjunto de desafios inesperados e de forte impacto na economia e nas empresas, os fundos comunitários são um ins trumento essencial para o equilíbrio – para o equilí brio possível – da envol vente e para a recalibragem das prioridades comuns.
O secretário de Estado do Planeamento tem neste particular um papel de ges tão essencial.
O Governo disse recen temente que é preciso revisitar o Plano de Re cuperação e Resiliência (PRR) à luz da guerra e da inflação. Que perspe tiva há sobre a matéria?
O PRR já teria necessaria mente de ser revisitado, até porque temos um incremento relativamente ao valor inicial. Ou seja, em junho foi aprovado um aumento superior a 10% relativamente ao valor das subvenções iniciais: cerca de 1,6 mil milhões de euros, que têm de ser acomodados. Isso não tem necessaria mente a ver com a circuns tância difícil que estamos a atravessar, nomeadamente com as consequências da guerra na Ucrânia, com a inflação, e com a escassez de matérias-primas.
Contudo, ao mesmo tempo, o Governo já enviou e formalizou as suas preocupações junto da Comissão Europeia?
Evidentemente que estas dificuldades, para além dos custos associados, trazem
Noutras dificuldades de execução, para Portugal e para todos os países mem bros, no que tem a ver com o cumprimento de prazos, que tem de ser considerado. É necessário que o assunto seja considerado para 2023 nas discussões e na agenda da própria Comissão. Por isso, no âmbito da revisão iremos ter em consideração que há condições objetivas, dados objetivos que, em função nomeadamente da escassez de matérias-pri mas, trazem (sobretudo no que está ligado à constru ção) atrasos. Não diria do ponto de vista da concre tização dos investimentos e dos objetivos finais, mas das metas e dos marcos que estão previstos para o PRR.
Será necessário ponde rar caso a caso?
Diria que a envolvente não atinge de forma homogénea todas as metas e os marcos.
Vamos a prova todos os semestres, período em que temos de cumprir metas e marcos que devemos reme ter para a Comissão devi damente consubstanciados e com provas de concreti zação. Reconhecemos – e acho que todos reconhecem – as dificuldades que po dem surgir. É nesse sentido que, a partir de setembro, o que está acordado com a Comissão, vamos proceder a essa revisão.
Digamos que é uma questão instrumental?
É uma dilatação dentro do período que está previsto à data de alguns dos prazos, de algumas metas e marcos. É de facto essencialmente uma revisão instrumental, com dois fatores: escassez de matérias-primas (por exemplo) e o incremento do valor. Depois, há um problema mais complexo –e daí Portugal ter colocado isto na agenda – que é a necessidade, que conside ramos transversal a todos
O Banco de Fomento está sob o olhar atento dos empresá rios, que querem perceber se a opção do Governo na sua criação – decidida no execu tivo anterior – encerrará ou não as virtudes para que foi concebido. Uma espécie de falsa partida não foi o melhor cartão de visita, mas a avalia ção de Eduardo Pinheiro é que a sua principal função está já a ser cumprida. “Já tínhamos identificado as necessidades de capitalização das empresas portuguesas e a pandemia só veio agravar esse problema”. Nesse contexto, e sendo uma das componentes específicas do PRR assegurar a capitali zação das empresas, afigu rava-se imprescindível haver um instrumento que servisse de veículo ao financiamento. “Com todas as dificuldades que existem, o Banco de Fomento tem por um lado uma capacidade de 1,3 mil milhões de euros disponíveis no âmbito do PRR só num instrumento de capitalização das empresas – em particular da PME – e por outro lado tem a obrigação de o fazer”, destaca Eduardo Pinheiro. Há portanto “um recurso existen te perante uma necessidade que foi identificada”.
os Estados-membros, de prolongar o prazo que está previsto para 2026.
Mas diria que em ter mos das grandes linhas de força o PRR está completamente estabi lizado?
O PRR tem um conjunto de objetivos que estão previstos de forma não isolada, que tem a ver com a estratégia de fundo, que abarca não só o PRR como também o Portugal 2030. Consideramos que este fa tor novo da guerra só veio dar mais força aos objeti vos que estavam traçados – nomeadamente ao nível da energia e da ambição da transição climática, da transição energética, que são determinantes. Di ria que os princípios que constam do próprio PRR só veem ser reforçados pelas circunstâncias. Os três pilares, a resiliência – que é por demais evidente que tem de ser reforçado – o da transição climática, mas também o da transição digital. Era um projeto am bicioso desde o início…
Tornou-se obrigatório! Isso mesmo.
Em termos mais microeconómicos, a questão energética é fundamental para as empresas. Querem ser diretamente ajudadas e o medo é um aumento exponencial das falên cias. Como compaginar as exigências das em presas com a estratégia global do Governo? Temos de fazer dois cami nhos. Desde o início que o Governo lançou o apoio às empresas – nomeadamente as consumidoras intensivas de gás natural, e desde logo para a indústria têxtil. Há aqui um apoio imediato, para dar resposta a uma situação urgente. Mas é importante destacar – e
esta crise demonstra-o bem – a urgência de acelerar a transição energética. Em particular no PRR, destaca ria os apoios à descarboni zação da indústria – que é um ponto sem retorno e é importante que as empre sas consigam mesmo ter alternativas, seja do ponto de vista de uma maior eficiência energética, do ponto de vista do armaze namento de energia, ou do ponto de vista das renová veis. Mas também com a inclusão de tecnologias de baixo carbono na indústria. E daí esta componente da descarbonização que consta do PRR.
Uma mudança radical? Admito que tínhamos al guma expectativa relativa mente à procura para esta componente em particular – estamos a falar de uma dotação de 715 milhões de euros – mas felizmen te a procura foi bastante elevada. O que demonstra por um lado a necessidade sentida, mas também que a medida está bem dese nhada para as indústrias. Destacaria que 20% no número de candidaturas para a descarbonização são associadas à indústria têx til. A ambição do governo é que estes contratos para a descarbonização comecem a ser assinados a partir de outubro, quando estava inicialmente previsto para o final de 2023. Temos um problema global do ponto de vista do forneci mento de componentes, de matérias-primas, o que é um desafio, mas temos de ter a capacidade de as empresas darem resposta a toda esta ambição. Há uma intervenção imedia ta do Governo no sentido de ajudar em função dos valores que aumentaram de forma substancial, mas é preciso reconhecer que o paradigma energético está a mudar.
"20% das candidaturas para a descarbonização são associadas à indústria têxtil"
Vestir a camisola verde
Verde em todos os aspetos, assim se pode dizer de Eduardo Pinheiro, um sportinguista praticante que aposta tudo nas fontes verdes para acelerar a transição energética. “Em Portugal, a questão da transição climática foi sempre uma prioridade, e não só no PRR”, diz, apontando a um conjunto de medidas que, “se não tivessem sido tomadas atempadamente e com algum pioneirismo”, a situação, sobretudo ao nível da energia elétrica, seria muito mais dramática. “Mas isso não significa que possamos desace lerar. Temos compromissos internacionais, temos de atingir a neutralidade carbónica em 2050”, assegura apontando um futuro cada vez mais verde.
A resposta das empre sas é satisfatória? É de bom grado que vemos que as empresas – e no meadamente o têxtil – se associaram e o Governo cá estará para assegurar rapidamente a aprovação das candidaturas, para que possamos ter resultados a curto prazo, para que as faturas energéticas ao final de cada mês baixem substancialmente. O que é essencial para que as em presas mantenham compe titividade em termos inter nacionais. Principalmente no que tem a ver com as empresas que são grandes consumidores energéticos – e se o têxtil responde por 20% das candidaturas, isso diz alguma coisa.
Como estão as contas do fecho do Portugal 2020? Ainda há alguns desafios pela frente, mas estamos numa fase final. Estamos com uma execução de cerca de 76%. Historicamente, Portugal tem uma boa execução, sejam programas regionais sejam temáticos, estamos sempre destacados dentro dos países que mais executam relativamente a programas comparáveis. Devemos ter uma expecta tiva de encerramento bem sucedido em 2023. Execu ção e concretização dos pro jetos é uma preocupação constante na relação com os diferentes beneficiários e com as empresas em par ticular. Ainda que, por tudo o que foi dito, a realidade não ajude: há um grau de imprevisibilidade que nos acompanha nos últimos anos. Mas, mais que a ques tão financeira, obviamente importante, diria que os re sultados concretos estão aí: 44 mil empresas apoiadas no âmbito dos sistemas de incentivos, 6.700 empresas com vista à internacionali zação, quase 90 mil traba lhadores com formação em contexto empresarial.
A Pandemia obrigou a um PRR 1. A Ucrânia vai obrigar a um PRR 2?
Há uma medida já lança da e que está em debate com os Estados-membros, o Repower EU, que visa precisamente dar resposta às questões energéticas e à sua transição, que vem trazer maior ambição que a que já existia nos diferen tes planos dos diferentes países. Temos compromis sos internacionais, temos de atingir a neutralidade carbónica em 2050, resta saber agora os recursos que vão ser disponibilizados pelo Repower EU, para reforçar essa componente no PRR.
Uma questão específica em relação ao 2030: os empresários clamam pelo fim das janelas de inscrição, querem um sistema mais aberto, sempre disponível. Isso será contemplado?
Os programas não estão ainda ultimados, foram submetidos em junho à Comissão; só após a aprova ção, espectável até ao final do ano, haverá condições para o fechar. É uma ques tão a considerar no âmbito da tutela governativa, nes te caso com o Ministério da Economia.
Diria que o Portugal 2030 é fundamental mente uma continua ção?
Há naturalmente uma continuação relativamente a um conjunto de medidas
que já constam do Portugal 2020 – nomeadamente no que tem a ver com os in centivos às empresas, com a formação de ativos. Es tamos a falar, no Portugal 2030, de 5,4 mil milhões de apoios diretos às empre sas – que comparam com 4,7 mil milhões do Portugal 2020. Mas, para além dos sistemas de incentivos, dos apoios à internaciona lização, temos de dar este passo ao nível das alte rações climáticas. É uma temática a continuar no Portugal 2030: temos que assegurar que as empresas têm condições para serem competitivas. A ambição do Portugal 2030 é manter o apoio às empresas reconhe cendo-lhes a importância para criar riqueza e postos de trabalho cada vez mais qualificados. Queria deixar uma nota em relação ao que parece ser uma dico tomia entre o público e o privado, muitas vezes levantada e que é vista de forma restritiva e que é preciso desmistificar.…
Há muitos vasos comu nicantes… Exatamente. Para além dos apoios diretos às empre sas e das contratações de empresas privadas por parte de entidades públi cas – isso no PRR é muito evidente – há um conjun to de investimentos e de reformas nomeadamente na administração pública que são obrigatórios para flexibilizar – não retirando exigência – custos de con texto, para que as empresas se possam concentrar efe tivamente nas suas ativida des. Justiça, digitalização, o facilitar da relação entre o cidadão, entre as empresas e a administração pública, têm um forte impacto. E é preciso lembrar que o PRR não é só investimento: são também reformas com que o Estado português se comprometeu. t
“Privados contam com 38% do PRR, média na Europa é de 32%”
No PRR, o Governo está con fortável com os apoios diretos às empresas?
Relativamente ao PRR, os apoios diretos às empresas são percentualmente superiores à média dos Estados-membros, e isso importa destacar. E essa média, convém referir, vai ser aumentada, não por qualquer necessidade que tenhamos sentido de reequilibrar a distri buição, mas uma vez que os 1,6 mil milhões de euros que vão acrescer ao PRR vão fortalecer as agendas mobilizadoras.
Dirigidas às empresas? São essencialmente dirigidas às empresas e essa percentagem vai ser reforçada.
Pode mensurar?
Em Portugal, as entidades privadas, no âmbito do PRR, o valor para execução é de 38%, enquanto a média dos 27 Esta dos-membros é de 32%. É desta ordem de grandeza que estamos a falar, e vai ainda ser reforçado.
A maioria dos 1,6 mil milhões de euros terá esse objetivo.
Já havia o compromisso do reforço do investimento se hou vesse muita procura. Estamos a falar de 51 agendas. Mais que os valores, o que é de destacar é o seguinte facto: fala-se muito de juntar as empresas à academia.
Estas agendas têm este mérito – e já está testado – de obrigar a juntar universidades, empresas de diferentes dimensões, cen tros tecnológicos.
Mensuremos novamente…
Temos 1.200 entidades envolvi das sendo 900 empresas. Mais que isso, temos uma abrangên cia territorial muito significati va. Isto pode ser verdadeiramen
te revolucionário pela inovação que incorpora. Com um risco associado, como tudo o que é inovador, com investimentos muito elevados, que podem ter um impacto muito significa tivo, inclusivamente ao nível da coesão. É por outro lado um excelente teste para os apoios às empresas no futuro.
Servirá de para fazer doutri na?
Exatamente. Não transmi timos um quadro fechado relativamente ao que deveria ser feito, mas sim um conjunto de prioridades e objetivos a que as empresas, a academia e os cen tros tecnológicos se associaram, com grande ambição e caráter inovador. São um bom exemplo do que está a ser feito e do que vai ser feito no futuro.
Já há uma previsão para o lan çamento do primeiro concurso do Portugal 2030?
O objetivo do Portugal 2030 – os programas operacionais foram submetidos em junho à Co missão, prevendo-se aprovação até ao final do ano. Portanto, prevê-se que consigamos ter os primeiros avisos e concretização no início de 2023. Neste quadro, importa realçar as agendas mobilizadoras – onde, reforço, há muitas empresas têxteis. Já havia o compromisso do reforço do investimento se houves se muita procura. Estamos a falar de 51 agendas. Mais que os valores, o que é de destacar é o seguinte facto: fala-se muito de juntar as empresas à academia. Estas agendas têm este mérito – e já está testado – de obrigar a juntar universidades, empresas de diferentes dimensões, cen tros tecnológicos. t
"Temos uma expectativa de encerramento bem sucedido do Portugal 2020 em 2023"
THE WOOLMARK COMPANY EM ESTREIA NO MODTISSIMO
HAELIXA GARANTE RASTREABILIDADE DA CADEIA TÊXTIL
A Haelixa encontrou uma fórmula não-tóxica que ga rante a proveniência de bens de consumo da cadeira de fornecimento de ponta a ponta, com foco em produtos manufaturados sustentáveis. A empresa desenvolveu um marcador vegan (não-tóxico) aplicável a diversos tipos de fibra, que está aprovado pelo GOTS (Global Organic Textile Standard) e é compatível com o OEKO-TEX STAN DARD 100, não detendo organismos geneticamente mo dificados. A aplicação deste marcador é realizada atra vés de uma solução aquosa por pulverização e, portanto, de fácil implementação e automatização industrial.
ANTÓNIO COSTA SILVA Ministro da EconomiaLUSÓFONA ORGANIZA ‘SUSTAINABILITY CONFERENCE’
Os australianos da The Woolmark Com pany estão presentes pela primeira vez no MODTISSIMO, apresentando a nova edi ção do The Wool Lab e dando a conhecer o guia dos melhores tecidos e fios de lã Meri no disponíveis nos mercados internacionais.
Através da investigação e inovação, os labora tórios da The Woolmark Company “combinam evolução e inovação” numa área tradicional, transformando numa “proposta singular, assu mindo um papel essencial na indústria” como uma das únicas coleções globais dos “melho res e mais inovadores tecidos e fios de lã”.
Em comunicado oficial, a companhia aus traliana afirma ter um foco especial na cria ção de oportunidades de colaboração entre compradores e designers, entre produtores e industriais, contribuindo para a expansão do ‘casamento’ entre tradição e inovação.
A inovação “começa com a escolha de colabo rar com Edward Crutchley, um jovem designer com uma abordagem eco-sustentável, vencedor do Prémio Internacional Woolmark de 2019 e atual diretor de Tecidos e Acessórios Soft da Dior. Crutchley colabora com a The Woolmark Com pany como curador para fornecer ao The Wool Lab “uma nova interpretação contemporânea e pes soal, usando o seu vasto conhecimento do mun do têxtil”. Assim nasceu The Wool Lab x Edward Cruthcley: “uma edição especial de tecidos com curadoria pessoal do designer, que conta histó rias emocionantes sobre o mundo da lã” e “explo ra o fantástico potencial das suas caraterísticas”.
A The Woolmark Company é uma subsidiária da Australian Wool Innovation, uma organização sem fins lucrativos, propriedade de mais de 60 mil produtores de lã, que investe em I&D e marketing –reforçando a cadeia de fornecimento australiana. t
TINTEX AVANÇA COM PROJETO DE BIOECONOMIA FUTURISTA
Agregar os consumidores e a co munidade aos princípios da sus tentabilidade, incrementar o de senvolvimento dos seus produtos Naturally Cleen/Advanced e, com isso, mostrar que o têxtil já não é um trabalho pesado, com baixos salários e poucas oportunidades. Estas são as bases do projeto de Bioeconomia Futurista que a Tin tex está a desenvolver no âmbito do programa Novo Rumo a Norte, que é enquadrado pela AEP.
Assente na inovação sustentá vel que carateriza a atividade da Tintex e no principio de que na base de tudo estão as pessoas, o projeto da Tintex “acredita que o consumidor é a chave da mudança para um mundo mais sustentável, e por isso quer sensibilizar a comu
nidade local/regional para a rele vância e impacto da inovação têx til no ambiente e na economia”, descreve o Novo Rumo a Norte no Estudos de Caso Empresariais onde a Tintex é analisada.
Apresentada como “empresa de referência no sector têxtil”, o objetivo passa por promover a “proliferação dos princípios de sustentabilidade na verticalidade da ação interna e externa da Tin tex”, cuja atividade “amplifica e desenvolve estratégias eco susten táveis ao longo de todo o seu pro cesso de produção”, refere ainda o estudo.
Como resultados, o projeto prevê “o aumento do conheci mento por parte da comunidade dos processos e produtos da Tin
tex, de forma a contribuir signifi cativamente para que os consumi dores possam fazer escolhas mais informadas e conscientes”. Para isso, contribuirão as suas “sólidas parcerias no campo da sustenta bilidade, a criação de um website informativo e organização de wor kshops temáticos envolvendo a co munidade local e regional, em que a empresa dará a conhecer os seus produtos e métodos inovadores e sustentáveis”.
No final, “antecipa-se também o impacto positivo deste projeto para desmistificar a visão de que a indústria têxtil é um trabalho pesa do, com baixos salários e reduzidas oportunidades de progressão pro fissional”, avança o estudo do Novo Rumo A Norte. t
A Universidade Lusófona está a organizar uma confe rência internacional para debater a sustentabilidade nas suas diferentes vertentes e unir o meio empre sarial e a academia, através de diferentes palestras e apresentação de trabalhos. A conferência terá lugar em Lisboa/Cascais de 3 a 5 de novembro, estando a decorrer a Call for Papers.Temas como sustentabilidade têxtil; tendências de comunicação de moda; moda e audiovisual para a sustentabilidade; moda, tradição e identidade e educação para a moda sustentável serão abordados ao longo de três dias em formato híbrido (online e físico).
milhões
foi a faturação da Mundotêxtil no ano passado
FOURSOUL ABRE AS PORTAS DO CÉU COM NOVA COLEÇÃO
Com a contínua inspiração na elegância e trans versalidade da figura feminina, a Foursoul quer abrir as portas do céu com a nova coleção. Pelo menos o nome assim o indica. Chama-se “Heavens Door” (portas do céu) e chega para assinalar a entrada no outono e o final do verão. Peças cropped e modelos soltos e oversized caracterizam as novas propostas da marca de roupa femini na concebida na portuguesa Ygrego por Pedro Carvalho e Maria João Lascasas. A paleta de cores é diversificada. As criações apresentam tons vibrantes e os brilhos das lantejoulas, em cores como o roxo ou o laranja intenso, mas também tons pastel, neutros e terrosos típicos das estações frias. Com a versatilidade que tem vindo a ser habitual da Foursoul, há espaço para uma variedade de estilos: mais arrojado com a utilização do color blocking, mais delicada com a aposta em padrões florais e um estilo mais desportivo alcançado através do monograma.
"O pior que pode suceder é sairmos de uma crise e entrarmos noutra"
DOZE MANEIRAS DE OLHAR PARA O PERCURSO DO T EM SETE ANOS E 75 EDIÇÕES
Costuma-se dizer que à dúzia é mais barato, mas neste caso é porque a maioria, nuns casos reformou-se, noutros mudou de vida. Doze depoimentos, pela ordem de chegada, de quem fez e faz com que diariamente o T se intrometa nas linhas com que se tece a vida do têxtil português.
foi num verão que tudo começou. Era agosto e era preciso mostrar os casos e as caras que teste munhassem a nova era da ITV nacional. Com Manuel Serrão como diretor, nascia o T Jornal, um órgão da ATP – Asso ciação Têxtil e Vestuário de Por tugal, que representa toda a fileira do sector.
JORGE FIEL, Jornalista
No princípio, a ideia do T - não a única, mas uma das maiores - foi mostrar casos de sucesso, dar pal co aos seus protagonistas, ouvir o que os empresários pensam e têm para dizer, de modo a todos poder mos aprender com os erros e êxi tos dos outros. Resumindo: parti lhar toda a informação disponível e suscetível de ser transformada em conhecimento. 75 edições de pois, estou em crer que esse objeti vo continua a ser cumprido e que d.T (depois do T), a comunidade têxtil é um bocadinho mais co munidade do que era a.T.(antes do T) - e nós só nos podemos orgulhar de termos contribuído para isso.
CAROLINA GUIMARÃES, Jornalista
O T foi casa, foi família e foi parti lha durante os dois anos em que aí trabalhei; mas, acima de tudo, foi escola. As aprendizagens que trouxe do jornal não se contabi lizam em "cadeiras" nem se resu mem a jornalismo ou têxtil, mas sim sobre a vida no geral: a comi da, a futebol, a livros, a filmes, a viagens e, claro, a pessoas. O T é feito por pessoas, para pessoas e, sobretudo, sobre pessoas: aquelas que levam o têxtil na mão, que fazem acontecer e a indústria mo ver. E foram as histórias de todas as vidas que conheci, aromatiza das por aquele cheirinho a fábrica de que tanto gosto (e, hoje, condi mentadas por pitadas de saudade), que me inspiraram a dar o salto e fazer a minha escolha, passando para o lado do saber fazer em vez do fazer saber.
PEDRO PIMENTEL, Diretor gráfico
Já lá vão uns anos, mas lembro com muito carinho as primeiras reuniões para definir a estrutura e a ideia subjacente ao T Jornal. O nome era em si mesmo um desa fio. E é com agrado que observo o poder do design e da tipografia, ao perceber que a eficácia e a fun cionalidade de um simples carater perduram no tempo e se mantêm atuais e elegantes. Assim conti nue o jornal e a sua equipa. Longa vida ao T!
RUI APOLINÁRIO, Fotógrafo Dou por mim a procurar no tele móvel a edição número zero, ape nas para não errar o ano, porque do mês recordo-me muito bem: Agosto! Ano de 2015, confirmo. E com a memória agora atualizada, revejo também a primeira equipa móvel, aquela que se deslocou à sede da ATP ( o "Maestro", o "De nominador Comum" e o "Bate Chapas" que é quem escreve es tas palavras), com o propósito de registar a perspetiva, as palavras e a imagem do então presidente João Costa e ouvir-lhe a afirma ção confiante "O mau tempo já passou".
Os jornais são isso mesmo e o T não é exceção: são eles mesmos mais a sua circunstância. A cir cunstância do Jornal está-lhe na pele, entenda-se, confunde-se com a sua própria sigla T, de Têxtil.
RAPOSO ANTUNES, Jornalista Foi um salto no desconhecido para quem, como eu, vinha de uma área completamente distin ta - a política. Entrar em fábricas textêis já o tinha feito várias ve zes, mas para ouvir as promessas dos candidatos partidários e não as queixas de quem andava com a mão na massa. O T proporciou -me essa experiência que me per mitiu perceber os andamentos do tecido empresarial. Proporcio nou-me também ficar a conhecer o enorme salto tecnológico que a indústria têxtil estava e está a dar, uns por conta própria, outros com a ajuda do CITEVE, que é um centro de excelência na área da
investigação com a indispensá vel ligação à realidade industrial. Tive também o privilégio de ver a internacionalização deste sec tor nas feiras que se realizam por todo o mundo, com o apoio da Se lectiva Moda, e nas duas que ocor rem em Portugal.
JOSÉ AUGUSTO MOREIRA, Jornalista
Olhando para as 75 capas conden sadas nas páginas de abertura, há um mixed feeling de orgulho e raiva de que nunca me tinha aper cebido. Orgulho, porque o T, mais a sua newsletter diária, mostra que tem conseguido acompanhar o ritmo de um sector que chega a ser frenético no seu arrojo e ca pacidade de iniciativa. E os meses de bloqueio pandémico foram disso exemplo eloquente. A raiva é porque o país, e principalmente os decisores, ainda não sabem que têm na ITV, no seu ADN compe titivo e inovador e ímpeto expor tador, um modelo que bem lhes pode ser útil. E o que o T quer, é que todos saibam disso.
CLÁUDIA AZEVEDO LOPES, Jornalista
Desde a sua fundação, o T Jornal tem cumprido com distinção e afinco o seu trabalho de represen tante da indústria têxtil portu guesa, tendo-se afirmado como o porta-voz por excelência do sec tor. Foi um grande privilégio po der trabalhar de perto com as pes soas que fazem da têxtil um dos mais importantes sectores da eco nomia nacional, a aprender com as suas lições de inovação, susten tabilidade e resiliência. Que o T possa continuar por muitos anos a espalhar dentro e fora de Portugal as boas-novas desta indústria que, mais do que um negócio, é um motor de desenvolvimento social e cultural.
ANTÓNIO GONÇALVES, JornalistaLembrarei o T Jornal como uma Catedral, onde o manto sagrado do jornalismo dá voz a muitas das novas ideias que povoam o sector têxtil, uma indústria com uma energia gloriosa, mas que nem
sempre é hábil na forma de se pro jetar tanto no mercado nacional como à escala internacional, onde tem grande histórico de sucessos. O T tem contribuído para termi nar essa maldição e trazer à luz essa imagem renovada.
ANTÓNIO FREITAS DE SOUSA, Jornalista
Um jornal sectorial é necessa riamente um aprofundamento em termos de conhecimento e de perceção em relação ao gene ralismo dos jornais tradicionais. Nesse contexto, o jornalismo sec torial é um desafio improvável para quem caiu no hábito fácil das generalidades - que tantas vezes mascaram o simples desconhe cimento ou a mera preguiça. O T Jornal obriga ao foco, a pensar dentro de uma caixa com for matação definida e por isso a ser mais eficaz nas mensagens que pretende passar e menos redondo na abordagem dos temas. No meu caso, esta experiência resultou num poderoso exercício de reca libragem face ao jornalismo, a que só consigo reconhecer virtudes.
MARIANA D’OREY, Jornalista
Se o T fosse uma parte do meu ar mário para mim seria aquela peça básica, de grande qualidade que nos apetece usar todos os dias. Não precisa de ser um vestido extrava gante um de ter um padrão muito marcado. Pelo contrário. O T é um lugar seguro, discreto e aconche gante para a ITV nacional e tam bém para quem lá trabalhar. Um lugar feito de pessoas para pessoas, de histórias que se cruzam com a sabedoria, a experiência e o sentido de missão do jornalismo ao serviço da indústria têxtil nacional.
BEBIANA ROCHA, Jornalista
Ser jornalista no T dá-me a opor tunidade de perceber a verdadeira dimensão da têxtil nacional, de me surpreender com a veia inven tiva e sustentável das empresas e comunicá-la, sempre num tom energético, rigoroso e de prova de resiliência para que também ele [público] se surpreenda. Cada vez mais o T está em todo o lado e po der trabalhar o awareness da ITV nacional dentro de portas e além fronteiras é uma responsabilidade crescente, que espero podermos continuar a levar a bom porto... Com o apoio das nossas preciosas fontes e dos insights nos nossos estimados leitores. O T é coletivi dade, é feito a várias mãos e cabe ças e esta edição 75 reflete isso.
EDIÇÕES DO T
Foi em agosto de 2015 que foi publicada a edição zero do T. Desde então mais 75 capas do T a destacar a atividade do têxtil português.
ANA RODRIGUES, Jornalista O T é uma porta aberta quando tantas outras se fecharam. É uma oportunidade de caminhar tri lhos nunca antes percorridos. É compreender a perseverança do têxtil português e conhecer o co ração visionário que o compõe. Um coração que bombeia inova ção, sustentabilidade, o desejo constante de quebrar barreiras e de levar a bandeira do made in Portugal mais longe. Ser jornalis ta no T é conseguir partilhar com rigor e entusiasmo as conquistas da ITV nacional. Um trabalho que não se faz sozinho. Um trabalho que é uma constante conquista e que esperamos que se repita por mais e mais edições.
LAMEIRINHO FAZ PARTE DO ÁLBUM OFICIAL DO JUBILEU DE ISABEL II
FIBRAS CELULÓSICAS FAZEM DISPARAR LUCROS DA ALTRI
Enquanto avança com o gigantesco projeto – 800 mi lhões de euros – para a produção de fibras sustentáveis para a indústria têxtil, o Grupo Altri viu crescer 56,9% os seus resultados no primeiro semestre. Um crescimen to impulsionado sobretudo pela crescente procura de fibras celulósicas no mercado internacional. Agregando as empresas Caima, Celbi e Biotek, o grupo apresentou contas do primeiro semestre que reportam um aumento de 56,9% no resultado líquido, próximo dos 70 milhões de euros. As receitas, de 521,7 milhões, sobem 41,8%, tendo a produção de fibras celulósicas atingido as 562,5 mil toneladas, 86% com destino a exportação.
A empresa de têxtil-lar Lameirinho foi uma das marcas selecionadas para figurar no ál bum comemorativo do Jubileu de Platina da Rainha Isabel II, distinção de que a empre sa se orgulha e que a liga a um dos reinados mais marcantes da história do mundo con temporâneo.
A presença no único livro oficial das ce lebrações de Platina do reinado de Isabel II – composto por mais de 250 imagens ilus trativas dos 70 anos da rainha como Chefe de Estado do Reino Unido, levou a empresa a afirmar, através das redes sociais, que “a Lameirinho está orgulhosa de ter sido es colhida como uma das marcas a figurar no Álbum Comemorativo do Jubileu de Platina
de Sua Majestade a Rainha”.
A empresa, que produz sobretudo para o segmento dos têxtil-lar, foi fundada em 1948 por Joaquim Martins Coelho Lima, sendo uma das unidades industriais mais antigas do tecido empresarial português. Emprega atualmente cerca de 700 trabalha dores e pertence à quarta geração da família vimaranense Coelho Lima.
No início deste ano, a Lameirinho havia sido distinguida com o Prémio Cinco Estre las – que resulta de uma avaliação que mede o grau de satisfação que os produtos, servi ços e marcas oferecem aos seus utilizado res, sendo da responsabilidade da Five Stars Consulting. t
FORTEAMS À PROCURA DE NOVOS SEGMENTOS DE MERCADO
“Somos capazes de criar uma coleção para equipas desportivas ou para marcas de moda”. É com esta de claração de intenções que a FORteams anuncia no seu site oficial que está prepa rada para ‘dar o salto’ do merchandising para a pro dução de coleções de moda.
“O merchandising repre senta, há muito anos, o core business da FORteams”, mas as oportunidades de mercado surgiram noutros segmentos e a empresa não enjeita o desafio.
É no merchandising “que mora a nossa identidade, nos cachecóis e gorros que nos tornaram mundialmen te conhecidos e que nos abriram portas para, ao lon go dos anos, estarmos pre sentes nas maiores compe
tições desportivas”, refere a empresa no seu site
Não é a primeira vez que a empresa diversifica a sua produção, que tem como core estratégico os cache cóis e os gorros fabricados para algumas das maiores equipas e seleções de fute bol do mundo.
Em 2020, para respon der ao confinamento – que obrigou os estádios despor tivos a manterem-se vazios por muitos meses – a em presa investiu na aquisi ção de máquinas de costura para produzir máscaras.
Findo esse período, pode agora chegar a vez do loun gewear, vestuário confor tável e informal que, curio samente, ganhou nova vida e novo posicionamento social precisamente com o
confinamento.
O ‘trabalho de casa’ está feito – o que ficou bem pa tente quando a FORteams foi a vencedora da 4.ª edi ção dos Prémios Heróis PME – Categoria Geral.
E à possibilidade de es tender a produção para no vos segmentos de merca do, junta-se a vontade de investimento na susten tabilidade: a circularidade é a meta e a neutralidade carbónica é o objetivo para 2030.
Grandes clubes e sele ções europeias, como o Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Liver pool, Manchester United, Porto, Sporting e Benfica, fazem parte do extenso rol de clientes da empresa de Caldas de Vizela. t
FROM PORTUGAL SOMA CONTACTOS NA FEBRATEX
Uma verdadeira enchente. Foi assim que a comiti va From Portugal e o próprio CITEVE descreveram o ambiente vivido na Febratex, a maios feira têxtil da América Latina, que decorreu de 23 a 26 de agosto em Blumenau (Brasil) “Não tenho memória de estar numa feira com um fluxo tão grande de visitantes e o balanço é excelente. Recebemos pessoas interessadas em saber como trabalhamos, e muito interessadas nos produtos que estão expostos. Os visitantes levam o catálogo com os nomes das empresas, passamos contactos…”, relatou Cristina Castro, relações públicas do CITEVE, que levou ao certame o os showcase Green Circle e iTechStyle, com produtos inovadiores de deze nas de têxteis nacionais.
H&M RENOVA APOSTA NO SEGMENTO DA MODA DESPORTIVA
Assumindo que a moda desportiva é um dos segmentos mais inte ressantes do mercado da moda, o grupo sueco H&M acaba de lançar uma nova marca, a Move H&M. O objetivo está estabelecido: desafiar todas as pessoas para o movimento, através da democra tização da roupa desportiva. A nova marca consubstancia-se numa linha de movewear – e não de sportswear – que inclui tops funcionais, casacos leves, meias e soutiens. À linha básica junta-se a linha H&M Move Monogram, que se constitui das peças exibidas na campanha por Jane Fonda e JaQuel Knight, os embaixadores da H&M Move.
"O que faz falta é concentrar empresas, ter posição de mercado "
JOSÉ CARLOS CASTANHEIRA CEO da Goucam Groupé a área coberta da Costa Guerreiro Lda.
FESTA RIJA NA MUNDOTÊXTIL
“Faz parte de Nós Celebrar” é um dos lemas da Mundotêxtil, em presa onde a dinâmica, interação e espírito de equipa são outras marcas fortes da atividade. Não admira, por isso, o vigor da Festa de Verão que reuniu na Casa do Park a alargada família da empre sa liderada pelo clã Vaz Pinheiro. Desta vez até com simbolismo ainda mais especial, pelo regresso a um convívio que a pandemia fez interromper. “Passados quase três anos, voltamos a juntar toda a família Mundotêxtil. Num ambiente descontraído, onde não faltou animação, quisemos celebrar mais um ano de trabalho e renovar as energias para vencer novos desafios. Obrigado a todos por fazerem parte desta família e tornarem a nossa festa tão espe cial!”, registou a têxtil de Vizela nas suas redes sociais. t
EURATEX QUER TETO MÁXIMONO PREÇO DO GÁS NA EUROPA
A Euratex, associação patronal europeia do sector têxtil, quer o lançamento urgente de “uma estratégia única europeia para lidar com a crise energética” que passe por “uma revisão do mecanismo de preços da eletrici dade e um teto máximo em toda a União Eu ropeia para os preços do gás”.
A Euratex propõe limitar os preços do gás a 80 euros por megawatt. “Devem ser conce didos apoios especiais às empresas para evi tar a falência e a deslocalização da produção têxtil para fora da Europa”, afirma a Euratex. A associação destaca que houve um aumento “sem precedentes” do preço do gás e da ele tricidade na Europa, o que levou algumas em presas têxteis a reduzir a capacidade e a parar a produção.
Mário Jorge Machado, presidente da ATP e membro da direção daquela estrutura eu ropeia, disse ao T Jornal estar de acordo com a proposta e sublinha que “faz todo o senti do que os grandes consumidores europeus se juntem para impor um preço que impeça uma inflação artificial dos preços”. A infla ção decorre da guerra e da troca de sanções entre a Rússia (enquanto produtora de gás) e os países ocidentais liderados pelos Estados Unidos. As sanções criaram um crescimento artificial do preço do gás, que está a ter um fortíssimo impacto na indústria (e nos parti culares) da União Europeia.
A Euratex destaca ainda que se a situação persistir, “estão previstos encerramentos e transferência da produção para fora da Euro pa , o que levará a uma maior desindustria lização do nosso continente e a uma maior dependência de fornecedores estrangeiros”.
Segundo a Euratex, a indústria têxtil é “particularmente vulnerável ao aumento dos preços da energia”, uma vez que a produ ção de fibras artificiais e sintéticas, corantes e acabamentos é muito intensiva.
A Euratex também criticou “a prolifera ção de iniciativas nacionais contraditórias e descoordenadas para enfrentar a crise ener gética”. A organização destaca que esse de sencontro “levou a uma fragmentação do Mercado Único, o que gerou um ambiente regulatório caótico e pressiona a nossa cadeia de fornecimento”.
Alberto Paccanelli, presidente da Euratex, destacou que “dada a situação atual, não pode ser excluído um cenário em que segmentos da indústria têxtil desapareçam”. “Isso leva ria à perda de milhares de empresas e dezenas de milhares de empregos”.
A indústria têxtil e de vestuário na Euro pa é composta por cerca de 154 mil empresas, que empregam 1,47 milhões de trabalhado res – num sector que responde por 53 mil milhões de euros de exportações para fora da Europa. t
LONDON TEXTILE FAIR DESTACA 6DIAS E MAGMA TÊXTIL
Uma seleção de produtos sustentáveis da Magma Têxtil e da 6Dias Têxteis foi destacada pela London Textile Fair nas suas redes sociais, como é o caso das malhas da Magma Têxtil que utilizam algodão orgânico e recicla do, poliéster reciclado, modal e viscose Ecovero, entre outras matérias-primas amigas do ambiente. Já a 6Dias Têxteis viu destacadas peças da nova coleção que apre senta “veludos aconchegantes, tecidos de lã e acolchoa dos para exterior e tecidos sustentáveis com algodão orgânico e BCI, ecovero e tecidos da Lenzing”.
"Os aumentos da fatura energética estão a comprometer fortemente a competitividade das empresas"
HÉLDER ROSENDO Business Manager da TMG TextileSUSPENSÃO DE ENCOMENDAS
ESTÁ A TRAZER O LAY-OFF
O momento é de arrefecimento, há cada vez mais clien tes a atrasarem ou suspender encomendas e algumas empresas estão já a recorrer ao lay-off. O alerta é do Presidente da ATP, que pede o regresso de apoios e re gras de flexibilidade idênticas às que foram adotadas no pico da pandemia. Apesar de os indicadores das expor tações apontarem ainda para um cenário aparentemente positivo, Mário Jorge Machado avisa que o momento atual é mesmo de “arrefecimento”, lembrando que “a faturação é sempre reflexo de decisões de encomendas entregues alguns meses antes”.
LAMEIRINHO BRILHA JUNTO DA ROLLS-ROYCE E DA BENTLEY
A Lameirinho está em destaque em duas publicações onde figuram as mais reputadas marcas internacionais. ‘Exploring the Extraordinary – 100 Years of Bentley Motors’ comemora os 100 anos da Bentley e a edição de 2021 da ‘Strive for Perfection: The Royal Edition’ é uma publicação oficial para o clube internacional de entusias tas da Rolls-Royce e Bentley. Ambos livros ilustrados, celebram a herança daquelas marcas de automóvel, bem como o estilo de vida de luxo, onde um portefólio de produtos e serviços excecionais é exibido e a Lameirinho merece destaque como uma marca a ser considerada.
é o número de colaboradores da Pinto Cardoso SAS I D A H C R E M A P E N G A G E M E N T N E
T 33Setembro 2022 G N I O E J P U B L I C I D A D E E I L H S A C I R T É M
P A N T O N E L O P O S O D O A Z C U J Z D U E H A
R I M T I A I I P V S O C I A L M E D I A N N G U R
J H F I D E L I Z A Ç Ã O Y G E H T L T T Q I B R E
E G A P G N I D N A L G O W E D B U F W R E P O R T
T S S B T H U E A H Q E A G V I R S Z W W Q G A G I
O R A N Ú N C I O F Y R E T E A A S W E N N N S R N
B K J C K E R D M R U Z R C N Z N B A G I A S S L G
F V I D E O K U T P P A R A T P D J K D V V T E P N
M I Q F O A I E S R D T H M O J I E N O S L O S O B
O E D I V F L A Y O U T K A T M B Q F E E D B A
MUNDO VERDE a
THE GREEN BOOK, A CARTILHA VERDE DO TÊXTIL PORTUGUÊS
É uma publicação luxuosa, impactante tanto no gra fismo, como nas imagens e conteúdo, que tem como destinatários os players do sector têxtil mundial mas também o consumidor fi nal . “A ideia era que tives se uma imagem intempo ral, tanto no design como nas escolhas de matérias a abordar. Que aliasse a tra dição têxtil portuguesa à inovação com que aborda o tema da sustentabilidade, que não só é atual mas que é ao mesmo tempo o pre sente e o futuro do sector têxtil. Quizemos produ zir um livro que dentro de uma década se mantivesse atual”, explica Paulo Go mes, responsável pela edi ção e direção artística do projeto.
A publicação, da respon sabilidade da ATP, surge no âmbito o projeto “Sustai nable Fashion From Por tugal: Fashion Industry's New Chic”, que surgiu precisamente com o obje tivo de “dar a conhecer ao mundo algumas das me lhores práticas, iniciativas e projetos em curso na in dústria têxtil e vestuário portuguesa”, como explica o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, no prefácio da publicação, editada em inglês.
A diretora do projeto, Sofia Botelho, explica que “a questão da sustentabili dade no mundo da moda, o seu aparecimento em Por tugal e como está a ser vis to o seu enquadramento nos dias de hoje por produ tores, criadores, consumi dores e público”, são os te mas abordados, com textos das jornalistas Patrícia Bri
to e Patrícia Bernabé, e tam bém da escritora convidada Isabel Lindim (excertos na coluna ao lado).
Além das autoras, há também a “opinião de per sonalidades públicas sensi bilizadas para o tema, pro movendo esta nova visão criativa, bem como de vá rios profissionais e opinion makers do mundo da moda, expressando a sua opinião sobre o futuro da indústria, e qual a herança deixada para os futuros criadores e produtores, de modo a dar um sentido de continuida de à criação de novos proje tos cada vez mais ecológicos sem perder a sua irreverên cia, sentido de inovação e espírito crítico”, completa Sofia Botelho.
“Portugal é um dos prin cipais produtores de têxteis e vestuário na Europa, onde clientes de todo o mundo encontram o parceiro cer to, uma relação de negócios duradoura, de confiança de benefício mútuo, com uma oferta de valor acrescenta
do, onde produto e serviço se complementam num output diferenciador”, considera ainda Mário Jorge Machado.
Uma oferta que Paulo Gomes quis ancorar nas ca racterísticas de tradição e inovação que claramente distinguem a ITV portugue sa, o que o levou à escolha de três projetos que bem ilustram essa dualidade: O Cork-a-Tex, o fio de Corti ça desenvolvido pela Têx teis Penedo, o projeto Uva da Tintex, um couro artifi cial a partir das películas de uvas de Alvarinho, e a Bu rel, com a lã das ovelhas da serra da Estrela. “Pilares da economia tradicional que se atualizam como elementos de trabalho neste paradig ma. Queríamos que o livro fosse espelho deste empe nho, vontade de casamento entre ciência, tecnologia e know-how o sector têx til português tem face aos atuais motivos de preocupa ção com o ambiente e ecos sistema global”, sintetiza Paulo Gomes. t
"Temos uma indústria responsável, comprometida com a redução do seu impacto e pegada ambiental"
MÁRIO JORGE MACHADO Presidente da ATPEXCERTOS
PORQUE PRECISAMOS DE MUDAR?
Patrícia Brito
Todos os dias são anunciadas revolucionárias inovações no campo da sustentabilidade, fruto da colaboração entre a ciência, a tecnolo gia e as indústrias. Das fibras produzidas a partir do cânhamo aos insetos comestíveis.
Do outro lado, os consumidores estão cada vez mais atentos e exigentes, mas continuam a ter com a moda uma relação emocio nal que os leva ao consumo. Paulatinamente, as marcas têm vindo a introduzir nas suas coleções modelos mais sustentáveis pelos quais os clientes não se importam de pagar mais. A revolução já está em curso e a indústria da moda, tradicionalmente fundada em novas expressões, em ideias ousadas e originais e em pensamen tos radicais, tem-se mostrado à altura das suas responsabilidades, encontrando-se na linha da frente desta cruzada pela sobrevivência do planeta e da humanidade.
Atenta aos sinais, pioneira, a indústria têxtil portuguesa reinven tou-se e investiu fortemente nas oportunidades do mercado da sustentabilidade – onde não tem de competir pelo preço, mas pela qualidade –, afirmando-se atualmente como um centro de inovação e assumindo um papel de vanguarda nesta revolução desejada.
COMO ESTAMOS A MUDAR?
Patrícia Brito
Líder na inovação e na sustentabilidade. Eis o novo cartão de visita internacional da Indústria Têxtil e do Vestuário Portuguesa que, em anos recentes, soube como reinventar-se, assumindo o papel de ponta-de-lança mundial na transição para um sector mais amigo do planeta e acrescentando valor “verde” aos seus inovadores produtos. Fibras biodegradáveis, tingimentos com bactérias e com pigmentos naturais, acabamentos e tecidos inteligentes, reaproveitamento dos desperdícios, processos e maquinarias mais eficientes, produtos de senhados para durarem e para serem reciclados, uma nova filosofia de investimento que rima com investigação e com inovação. Com estas linhas se vai cosendo a nova imagem de marca dos têxteis portugueses, líderes mundiais no capítulo da inovação e exemplo a seguir no que respeita à sustentabilidade e à circularidade da economia na indústria da moda.
O FUTURO É AGORA
Isabel Lindim
As regras mudam quando vemos um mundo que respira as conse quências das alterações climáticas e da poluição. Ninguém sai ileso deste impacto. E é nesta nova consciência que reside a esperança de um planeta mais saudável.
Se o consumidor for mais exigente e mais informado, também essa tal máquina de produção irá traçar um caminho diferente, mais sustentável, com materiais ecológicos - como vimos nas novas formas de tingimentos, no crescente uso de algodão orgânico e de tecidos smart, no aproveitamento de desperdícios, na adaptação de antigos métodos de produção e no potencial da cortiça como material ecológico.
Está provado que estamos num caminho irreversível em termos de sustentabilidade. O futuro está à nossa frente, com informação e tecnologia suficientes para reverter o impacto no meio ambiente e a pouca durabilidade de uma indústria massificada. Tudo está ligado: nós, aquilo que vestimos e a forma como usamos os recursos. Para proteger a natureza, temos em primeiro lugar de sentir empatia por ela. Depois, é tudo uma questão de escolhas.
número de páginas do The Green Book, lançado pelo projeto Sustainable Fashion From Portugal da ATPMAIS DE 2.200 EXPOSITORES JÁ GARANTIDOS NA HEIMTEXTIL
Há boas perspetivas para o primeiro evento de feiras de 2023, a Heimtextil, que já tem mais de 2.200 expositores de todo o mundo inscritos e está agendada para de 10 a 13 de janeiro, na Messe Frankfurt. Esta procura forte pela maior feira de têxteis-lar do mun do, que já garantiu 3/4 dos expositores pre sentes na Heimtextil 2020 (a última antes da pandemia), tem como única exceção os fabri cantes chineses – o que se compreende aten dendo à incerteza que se vive naquele país.
Antecipando mais um excelente momen to para as empresas portuguesas do segmen to, será de lembrar que, na edição de junho, estiveram presentes 22 empresas portugue sas que, através dos seus produtos, deram cor, forma e tendência ao fórum ‘From Por tugal’, onde foram exibidos os grandes des taques da presença portuguesa.
Com uma já habitual forte presença no reputado certame de decoração e têxteis -lar, que este ano se realizou num formato e
VOUZELA RECOLHE 5 TONELADAS DE RESÍDUOS TÊXTEIS
numa data fora do habitual, o fórum ‘From Portugal’ assumiu-se como a montra do que de melhor se faz em termos de têxteis-lar em Portugal. O que acabou por ser “uma porta que se abre para a nossa indústria, para as nossas empresas e é, tantas vezes, ponto de partida dos compradores e visitantes”, consi derava na altura Dolores Gouveia, consulto ra de tendências e responsável pela concep ção deste fórum promovido pela Associação Selectiva Moda.
A capacidade de inovação das empresas portuguesas tanto ao nível dos produtos apresentados como de reorganização dos procedimentos de negócio para se adapta rem às alterações orgânicas da Heimtextil, marcou a presença da comitiva portuguesa e, mais importante ainda, determinou um saldo muito positivo para todos – quer em termos de exposição ao mercado e de multi plicação de contactos, quer de conclusão de negócios. t
12 contentores colocados no concelho de Vouzela recolheram no primeiro semestre deste ano um total de 5.236 kg de resíduos têx teis. Com isso, foram desviados do aterro sanitário 3,51 toneladas, o que corresponde a uma redução de 18,85 toneladas nas emis sões de CO2. Os dados foram divulgados pelo operador de gestão de resíduos que mantém parceria com a autarquia, a H Sarah Tra ding, indicando que desde o início do ano e até ao final de junho a recolha seletiva de têxteis correspondeu a uma média de 50 kg por cada habitante do concelho de Vouzela. t
FARFETCH AGREGA SALVATORE FERRAGAMO AO SEU PORTEFÓLIO
THE FEETING ROOM TEM NOVO PROJETO
The Feeting Room inaugurou este verão um novo projeto desig nado LOT (Labels of Tomorrow), instalado num edifício histórico da Rua de José Falcão nº144,na Baixa do Porto – e que promete não ser apenas mais uma loja. LOT é um espaço com 800m 2 e dois andares, que quer proporcionar uma experiência de retalho única, que é reforçada e complementada pela colaboração com a galeria de arte Underdogs Gallery e pelo restaurante com terraço Eleven Lab Concept. t
A empresa italiana de moda de luxo Salvatore Ferraga mo aumentou a sua presença na plataforma de co mércio eletrónico Farfetch com o objetivo de alcançar novos públicos e acelerar o crescimento das suas re ceitas – que pretende aumentar para o dobro até 2026. O grupo italiano assinou um acordo que lhe permitirá implementar a tecnologia da Farfetch para alavancar o canal online e expandir a sua presença no e-commerce, juntando-se assim a marcas como a Chanel, Neiman Marcus, Alibaba e Richemont, que também contam com o mesmo tipo de tecnologia na plataforma criada pelo empresário português José Neves.
ANA PAULA DINIS Diretora-Geral da ATPTÊXTIL PORTUGUÊS VAI FORNECER FARDAS À UCRÂNIA
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse durante uma visita à Ucrânia que conta com “os têxteis portugueses” para cumprir a promessa transmitida ao seu homólogo Dmytro Kuleba de forne cer fardas ao exército do seu país. Segundo disse João Gomes Cravinho, que visitou a Ucrânia a 24 de agosto, o presidente Zelensky “transmitiu alguns pedidos de natureza militar”, que incluem a possibilidade de forne cimento de fardas ao exército ucraniano.
EL CORTE INGLÉS ORGANIZOU CONCURSO DE MODA SUSTENTÁVEL
O El Corte Inglés organizou um concurso interno de moda sustentável que teve por função sensibilizar os seus colaboradores das lojas de Lisboa e Vila Nova de Gaia para novas formas de produção e compras de moda mais sustentáveis. As peças a concurso deveriam ser criadas a partir da reutilização de outras peças/ acessórios, ou do aproveitamento de materiais, deven do ser produzidas a custo zero. O vencedor foi Stefan Ciubuc, vendedor da sapataria dos Grandes Armazéns de Lisboa, com um top e tote bag feitos a partir de tecido de um antigo macacão, argolas de caixas de sapatos e sacos de rede reutilizáveis.
é a percentagem de portugueses que já faz compras online
"É essencial a fiscalização do mercado, tendo em conta as importações de países terceiros"
PRODUTOS SUSTENTÁVEIS GARANTEM
76% DAS VENDAS DA RIOPELE
“O primeiro semestre de 2022 terminou com 76% dos produtos comercializados inseridos em categorias de sustentabilidade, como por exemplo tecidos em poliéster reciclado, te cidos da marca Tenowa e tecidos produzidos em processos de tingimento e acabamento com menor consumo de água e energia”, re fere a Riopele.
Os valores atingidos revelam que a estra tégia de sustentabilidade – na qual o grupo tem investido vários milhões de euros – está consolidada: “Face a 2017, a percentagem de produtos comercializados com materiais sus tentáveis aumentou praticamente 50%, pas sando de 51% em 2017 para 76% no primeiro semestre de 2022”.
De acordo com José Alexandre Oliveira, CEO do grupo, “a sustentabilidade não é uma moda na Riopele”, mas antes “a forma de es tar nos negócios desde a nossa fundação, em 1927”. Por esse motivo, na última década, a
empresa reforçou os investimentos em áreas críticas como eficiência energética, recicla gem ou reaproveitamento da água.
Mas não só: ao nível das matérias-primas, o grupo tem vindo a reforçar a aposta na uti lização de produtos reciclados e a criar teci dos com maior durabilidade, recorrendo a tecnologias de ponta para otimizar a eficiên cia dos seus processos produtivos. Até 2027, a Riopele quer que “toda a energia utilizada no processo produtivo seja proveniente de fon tes renováveis”.
Atualmente, a empresa, com sede em Vila Nova de Famalicão, tem mais de 750 clientes ativos nos cinco continentes, o que a coloca como referência europeia no sector. Um dos re sultados desse posicionamento reside no facto de o número de colaboradores ter crescido 23% na última década e mais de 10% do total são agora quadros superiores – ao mesmo tempo que a média de idades está nos 41 anos. t
ZEITREEL REGISTA 174 MILHÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE
A Zeitreel, antiga Sonae Fashion, registou no final do primeiro semestre um vo lume de negócios da ordem dos 174 milhões de euros, o que significa um aumento de 28,1% em relação ao que ti nha atingido no final do pri meiro semestre do ano pas sado. A empresa já recuperou níveis pré-pandemia.
Em comunicado à CMVM, o grupo informou ainda que, no segundo trimestre, “o ne gócio de moda continuou a ser afetado por um contexto desafiante, com o conflito na Ucrânia a impactar a confian ça dos consumidores e a evo lução da inflação a pressionar os níveis de rendimento dis
ponível dos consumidores”.
No entanto, a Zeitreel “tem vindo a mostrar a sua resiliência, através de um portefólio diversificado de marcas e canais, com o volu me de negócios a recuperar para os níveis pré-pande mia”, refere ainda o comuni cado. No segundo trimestre, o volume de negócios atingiu os 78 milhões de euros, mais 4,3% em termos homólogos.
As vendas online atingi ram 8,9% do volume de negó cios total no semestre, man tendo-se acima dos níveis pré-pandemia, alavancado numa estratégia omnicanal.
Na sequência do desempe nho do volume de negócios, a
Zeitreel registou um EBITDA subjacente de 1,3 milhões no segundo trimestre e de 7,3 milhões no semestre, “uma melhoria significativa” de 5,9 milhões de euros face ao ano anterior, “apesar da pres são adicional em alguns cus tos relevantes, como energia, salários e logística, compen sada por uma base de custos otimizada, implementada nos últimos anos, que condu ziu a ganhos de eficiência”.
No total, o grupo apresen tou no final do semestre um resultado líquido de 118 mi lhões de euros, mais 89%, e um volume de negócios con solidado a crescer 7,9% para os 3,4 mil milhões. t
SET.UP (IN)DUSTRY REÚNE PARCEIROS EM SETEMBRO
No próximo dia 22 de setembro irá ter lugar o evento de encerramento do Set.Up (IN)dustry – o programa de aceleração e incubação de startups do município de Guimarães, criado para apoiar a geração, desenvolvi mento e crescimento de ideias de negócio. O evento terá lugar no Parque de Ciência e Tecnologia Avepark e irá contar com apresentações dos empreendedores participantes no programa, bem como com a presença de vários convidados, investidores, founders e parcei ros do ecossistema empreendedor.
FRASERS GROUP AUMENTA PARTICIPAÇÃO NA HUGO BOSS
A empresa britânica Frasers Group já controla direta e indiretamente mais de 30% das ações da marca alemã de moda de luxo Hugo Boss. Dois anos após a primei ra entrada no capital, os britânicos detêm agora 4,9% das ações e uma opção de compra sobre mais 26%, num total avaliado em cerca de 900 milhões de euros. Mas a Frasers Group, que se distingue pelas diver sas aquisições que tem concluído no sector da moda, refere que a participação não envolve a possibilidade de avançar para uma aquisição total: o negócio é visto como um investimento estratégico numa área conside rada de potencial.
euros é o investimento da Paula Borges em software e hardware
INOVAÇÃO DA DIGIDELTA DE NOVO DISTINGUIDA PELA COTEC
A Digidelta recebeu o Estatuto Inovadora COTEC 2022 pelo se gundo ano consecutivo, renovando a distinção da COTEC Portugal pelos seus padrões elevados de solidez financeira, inovação e desempenho económi co. “O reconhecimento volta a destacar a qualidade da liderança, gestão e desempe nho desta empresa”, refere em comuni cado a empresa, que destaca também a sua “experiência de 36 anos no mercado da impressão digital para garantir resulta dos sólidos aos seus clientes”.
"A nossa estratégia tem sido o mercado nacional e continuará a ser"
PEDRO MATOS Administrador do HR Group
OPINIÃO
APESAR DAS NUVENS CINZENTAS, ORGULHO E SATISFAÇÃO NESTE MOMENTO DE CELEBRAÇÃO
Mário Jorge Machado Presidente da ATPChegamos à 75ª edição do T Jornal no momento em que ce lebramos 60 edições de Modtissimo e 30 anos da Associação Selectiva Moda (ASM), iniciativas de sucesso da ATP. É, por isso, um momento de celebração, de orgulho e satisfação pelo trabalho realizado por nós e por muitos, em prol do sucesso do sector Têxtil e Vestuário português, apostando na sua internacionalização, na diversificação de clientes e mercados, ultrapassando obstáculos, vencendo desafios, superando fragilidades.
Ao longo destes 30 anos, e no âmbito de vários projetos e iniciativas, a ATP e a ASM ajudaram mais de mil empresas portuguesas a internacionalizar as suas atividades, produ tos e serviços, cobrindo toda a fileira, desde as matérias-pri mas (fios, tecidos, malhas, acessórios) a produtos acabados, como o vestuário (homem, mulher, criança, desporto), os têxteis-lar e decoração, os têxteis técnicos e funcionais, onde pudemos mostrar a qualidade, o serviço, a inovação, a I&D, a diferenciação, o design, a criatividade e a evolução que tem vindo a ser feita pelo sector ao longo destes 30 anos, valorizando o made in Portugal, hoje referência re conhecida e distinta, significando também competência, rapidez de resposta, flexibilidade, sustentabilidade, proxi midade, comunhão de valores, compromisso, cooperação, fatores que resultam do empenho e da dedicação de todos os que colaboram com esta indústria.
Nestas três décadas foram realizadas mais de 10 mil par ticipações em feiras internacionais, um pouco por todo o mundo, à semelhança das exportações deste sector que ex porta para mais de 190 países e territórios.
Nos últimos 30 anos, apesar de termos sido confronta dos com vários desafios a testar a resiliência e a fibra deste sector, vivendo momentos de grande instabilidade que muitos acreditavam ser o fim, as exportações de têxteis e vestuário aumentaram 30%, passando de 4,2 mil milhões de euros (em 1992) para 5,4 mil milhões de euros (em 2021). Embora o vestuário continue a representar 58% do total das exportações do sector, neste período, foram as exportações de matérias-primas têxteis, incluindo fios, tecidos e malhas, as que registaram maior aumento (+137%), um sinal da di versificação de estratégias por parte das empresas ao nível do seu mix de oferta no internacional.
A pandemia resultante da COVID 19 trouxe-nos a di versificação de estratégias ao nível da promoção e uma valorização do digital também na internacionalização. No
entanto, engane-se quem julgue que as feiras perderam importância. Prova disso têm sido as últimas edições do MODTISSIMO com números crescentes de expositores e visitantes que obrigaram inclusive à mudança de local para a sua realização.
As feiras continuam a ser um palco primordial de pro moção e angariação de negócios que devem fazer parte da estratégia de internacionalização das empresas do sector. Uma oportunidade única para se mostrar o que de melhor se faz em Portugal, incluindo ao nível da sustentabilidade e circularidade, um dos vetores estratégicos que temos vin do a apostar e que coloca Portugal como destino primordial na oferta de serviços e produtos inovadores, sustentáveis, circulares e responsáveis, sendo essencial que empresas, as sociações e entidades governamentais continuem a apostar nesta ferramenta.
Fomos enfrentando os diferentes desafios (desde a glo balização, à liberalização, à hegemonia de certos players, à crise económica e financeira de 2008, ao alargamento da Europa a leste, à COVID-19), sempre acreditando no nosso valor e resiliência. Hoje vivemos mais um momento de cisivo para o futuro deste sector em Portugal e na Europa, com nuvens negras a pairar sobre as nossas cabeças. Ainda a lutar contra os efeitos de uma pandemia, estamos a viver uma crise energética sem precedentes, um aumento subs tancial da inflação com inevitáveis impactos no consumo e na procura, sem esquecer o grande desafio e imposição da transição climática, de uma economia linear para uma eco nomia circular, num momento em que, em Portugal, e de forma surpreendente, ainda vivemos um quadro de indefi nição face aos incentivos comunitários que deveriam estar a ajudar as empresas a enfrentar todas estas dificuldades e reptos, mas que não estão, conferindo ainda maior incerte za e complexidade a este cenário.
Conforme sabemos, o que não nos destrói torna-nos mais fortes e com certeza iremos encontrar o caminho certo para mais uma vez dar a volta a estas difíceis circunstâncias, sabendo que embora o caminho se faça de forma mais rá pida individualmente, apenas em cooperação esse caminho se torna robusto e sustentável. Pelo que, apelamos a todos um reforço da cooperação com clientes, fornecedores, cola boradores, entidades de apoio, mas também com os pares, reforçando o valor e a integração deste cluster, no contexto nacional e internacional. t
PROJETOS DE SUCESSO
Este ano, assinalam-se 30 anos da SELECTIVA MODA, 60 Edições do MODTISSIMO – a única Feira Nacional do Sector Têxtil e Vestuário – e 75 Edições do T Jornal, que teve a primeira edição em agosto de 2015. Desde 1992, a SELECTIVA MODA tem vindo a desenvolver, com inten sidade, diversidade e aperfeiçoamento crescentes, importantes ativida des ao serviço da ITV, que se materializam, essencialmente, em ações de promoção interna e externa desta relevante indústria, em todas as suas dimensões, e da Moda Portuguesa.
O MODTISSIMO - com duas feiras anuais em Portugal, 250 expo sitores em cada uma, 4.500 visitantes nacionais e 400 estrangeiros, 12 jornalistas estrangeiros e vários nacionais de diferentes órgãos de co municação, além da visita de muitos profissionais do Sector, do Sistema Científico e Tecnológico, das Universidades e Politécnicos, designers, estilistas, estudantes, governantes e dirigentes políticos e associativosé hoje uma feira de referência nacional e internacional, e a única do STV que se realiza em Portugal.
A nível internacional, a SELECTIVA organiza a participação em 80 feiras por ano, em 35 países, com 300 empresas e 1.000 participações (o maior número de empresas e participações de Portugal em feiras inter nacionais), de que se destacam: Alemanha - 9 feiras; Itália – 6; Espanha – 6; França – 6; Inglaterra – 4; EUA - 4/5.
O T Jornal , propriedade da ATP, com 7 anos de profícua existência, é um veículo de comunicação especializada e abrangente do STV, um jor nal ao serviço da informação e da promoção da ITV e das suas empresas e organizações.
Um jornal atrativo, com design gráfico e impressão de alta qualida de e vivacidade cromática, com qualidade jornalística e conteúdo ape lativo, que fortalece e eleva a imagem e valorização do STV. É mensal, tem 6 edições internacionais por ano, em inglês, distribuídas em feiras, mailing internacional e no site, e uma newsletter em todos os dias da semana. Trata-se, pois, de assinalar os três eventos cronológicos e numé ricos, e de, com eles, evidenciar a relevância destes importantes vetores estruturais do STV.
E, porque as organizações são constituídas por pessoas e pelas suas lideranças, é de elementar justiça que aqui se exprima o elevado apreço que merece o trabalho de todos os que, na SELECTIVA MODA e no T Jor nal, com a sua dedicação e profissionalismo, têm contribuído para a efi ciência da sua atividade no desempenho das suas missões. A SELECTIVA MODA, fundada com forte empenho de Paulo Vaz e Manuel Serrão, e em parceria com a Federação Francesa da Malha, que saiu em 2000, tem, desde a sua fundação, há 30 anos, o Dr. Manuel Serrão como seu líder executivo e principal responsável.
Com trabalho árduo e disciplinado, dedicação e competência, eleva do sentido de responsabilidade e profissionalismo, tem conseguido im pulsionar e dinamizar uma trajetória de sucesso. E, na sua qualidade de jornalista, é o Diretor do T Jornal, cujo projeto assumiu com total afinco e profissionalismo. Pelos serviços prestados ao STV, é merecedor de ele vado apreço e reconhecimento.t
Paulo Melo Anterior Presidente da ATPMADE IN E CREATIVITY IN
Quando me pediram um texto para o T, pensei “escrever sobre o quê ?”, já que sobre o sector tudo se tem escrito. Entretanto, a ler um jornal vi um título que me mereceu bastante atenção - “MADE IN / CREATIVITY IN” - e achei interessante.
Não tenho dúvidas do enorme e consistente trabalho desenvolvido ao lon go dos últimos anos pelas empresas, empresários, associações, em especial pela ATP, pela Selectiva Moda, Portugal Fashion, nas suas atividades nas principais feiras internacionais, além dos vários congressos que realizámos no nosso país, bastante marcantes, senão fundamentais, para transmitir a todos os players in ternacionais a importância e relevância do sector e que em Portugal se produz bem, com muita qualidade, com confiança, em empresas bem organizadas, com uma alta flexibilidade, com elevado conhecimento técnico e com um nível tec nológico de equipamentos industriais do que melhor existe.
Foi um trabalho que demorou mas valeu a pena. A referência MADE IN PORTUGAL é hoje um caso de sucesso, que foi conquistado e que está a ser consolidado cada ano que passa.
Se em relação ao MADE IN, o trabalho foi realizado com sucesso, quanto ao CREATIVITY IN, na minha opinião, o assunto é bem diferente e aqui ainda temos muito trabalho pela frente. É diferente e exige das empresas um foco no produto, na diferenciação, na criatividade, no design, que faz com que cada empresa seja mais especializada no seu segmento de mercado, nos seus pro dutos e nas vendas. É um caminho que não se esgota em uma ou dez coleções, mas que se vai construindo com consistência até se tornar uma referência in ternacional para os seus potenciais clientes.
É um caminho que se constrói não só com máquinas, mas com conheci mento humano, técnico, investigação e com pessoas altamente qualificadas, introduzidas num mundo muitas vezes subjetivo, mas que, com o seu know how, sabem ler e antecipar tendências, usando a sua criatividade, imaginação, arte, vertendo tudo isso para produtos com elevado grau de sofisticação e di ferenciação. É uma outra forma de investimento.
Condições que só ao alcance de empresas com um sistema de organização e especialização muito grande e com uma estratégia altamente definida e es pecializada. É um caminho muito próprio, podendo não ser para todos, mas é fundamental que as empresas trabalhem nesse sentido, pois só assim, com mais massa crítica, é que podemos ser reconhecidos desta forma, pelo nosso CREATIVITY IN. Hoje em dia, existem ainda muitas poucas empresas a serem reconhecidas nesta dimensão.
Se conseguirmos juntar a força e reconhecimento que o sector têxtil por tuguês tem no MADE IN com o CREATIVITY IN, e se conseguirmos manter a nossa atual capacidade industrial, que é a mais importante da Europa Ociden tal, não tenho dúvida nenhuma que está ao nosso alcance aumentar as ex portações em valor e com margens mais robustas. Todos ganhamos com isso.
Esta será a maior consolidação que o têxtil poderá alcançar. Sei que não é um caminho fácil, mas é aquele que melhor resiste a mudanças mais agressi vas de mercado, de ciclos económicos, e o que melhor convive com a incerte za e instabilidade em que hoje vivemos. Será este o caminho que melhor nos pode defender e que nos dará maior reconhecimento internacional.
Atingir este reconhecimento é possível, mas pode não ser para todos. t
João Costa Primeiro Presidente da ATP desde o nascimento do TACABAMENTOS
UPor: Katty XiomaraPara assinalar as 75 edições do T e para que ninguém fique de fora, a criativa Katty quis envolver os queridos leitores. A tarefa é vossa, e o desafio é encontrar palavras começadas por T. Mãos à obra!
Sopa de letras com sabor a T
O nosso jornal está de parabéns, hoje chegámos à edição 75 e para comemorar o editor pediu-me um T… Não sei bem o que ele espera deste pedido… mas aqui deixo-vos a minha interpretação. Que não é um, mas vá rios, rodeados de palavras que refletem o nosso sector e as suas pessoas, palavras, começadas por T. A restante tarefa será inteiramente vossa, não resistam à tentação e procurem, a começar por este texto, que será o guião para esta caça às palavras.
O T brinda-nos sempre com as novidades do sector têxtil e da moda, divulgando inovações tecnológicas e tendências e dando voz aos nossos ta lentos. O T fala-nos da tenacidade das nossas pessoas, da teimosia otimista e da coragem temerária, muitas vezes confundida com tolice e até com uma ténue loucura, mas, na verdade, tudo isto dá-nos uma grande trabalheira e
consome muito do nosso tempo, numa espécie de teste contínuo à resistên cia. Tanto que em alguns casos até temperamos as nossas horas pessoais com esta azáfama e confundimos comida com teias e tramas, cozinha com tinturaria e sonhamos com taxas alfandegárias, tamanhos trocados, e lutas de cores e tonalidades. O real e o imaginário misturam-se nas nossas cabeças, que mesmo sem tiaras de diamantes brilham com ideias. Não interpretem isto como uma fórmula trapalhona de viver, é apenas o nosso coração mergulhado na tela que interpreta o tema sem trocadilhos e de forma direta e transparente. Nestas minhas palavras, penso que fica tácita a homenagem que o nosso T faz aos seus leitores, congratulando a paixão deste tecido empresarial e pedindo-lhe continuidade sem término, mas com visão. Muito obrigada pela resiliência! t
NOÉLIA, A CHEF DOS CHEFS
Ir ao Algarve e não ir à Noélia é como ir a Roma e não ver o Papa. Noélia, a menina da Ria Formosa e segura no seu jeito próprio de misturar quase toda a verdura que a terra lhe dá com a fartura possível que lhe chega do mar. E da Ria. Noélia, menina da Ria. No meio de tanto calor descobrimos um valor que arrepia.
Para quem um destino como o Havai é o paraíso sonhado pode ficar a saber que tem nesta terra de Noé lia todos os lugares com que sonhou, incluindo o Havai. Depois desta enorme experiência que é ir jantar no meio de agosto a este restaurante Noélia e Jerónimo, fica o desejo de voltar a ter este desejo sempre que nos quisermos lembrar das ondas dos mares que povoam a nossa ima ginação. A experiência começa logo pela absoluta dificuldade que temos em conseguir um lugar, seja na es planada ou na zona mais recatada no interior.
Foram muitos os “vencedores” da
noite, mas a sopa de peixe, o caril de robalo selvagem com arroz e manga e as farófias subiram ao podium e não estou a ver como hão-de um dia de lá sair. Mesmo assim, ainda pos so enumerar alguns outros pratos que provei e estão a caminho des se pódio, como a tapa de sardinhas braseadas em tosta e o não menos triunfante arroz de forno com roba lo selvagem e gambas.
A excelência dos sabores, a fres cura genuína dos produtos e a atra ção exclusiva de todos os sentidos a que nos obrigam, levaram-me a tirar uma conclusão inesperada à hora a que chegava o café. Tinha sido a primeira vez em que tinha estado num restaurante a abarrotar de gente a jantar e a esperar e não ti nha sentido o mínimo desconforto com a situação. Julguei mesmo que por algum milagre tínhamos janta do sozinhos sem nada à nossa volta para além dos aromas e sabores que emergiam de cada prato. t
T42 Setembro 2022 CASA DE COMPOSTELA | GRANDE ESCOLHA É a faceta mais apegada às origens e à natureza da família do fundador da Têxtil Manuel Gonçalves. Separada das atividades e interesses do grupo TMG, a Casa Agrícola de Compostela destaca-se pela produção de Vinhos Verdes, que, tal como acontece com os têxteis, têm como destino maioritário a exportação. No caso dos vinhos, sobretudo para países da Europa, mercado que absorve cerca de 60% da produção dos vinhos engarrafados na propriedade de Requião, em Famalicão, que Manuel Gonçalves começou a edificar a partir dos anos 60 do século passado. Atualmente liderado por Isabel Furtado, o ramo agrícola mantémse como atividade de família e com base na propriedade onde estão as suas origens. São cerca de 40 hectares de vinha, uma adega modelar – desenhada pelo arquiteto Januário Godinho – com mais de 2.000m 2 e capacidade para processar e armazenar um milhão de litros de vinhos. Juntando as castas Loureiro e Arinto, o Grande Escolha é um branco típico da região. Frutado, fresco e vibrante, a deixar a marca da TMG nos Vinhos Verdes.
MALMEQUER
Gosta Não gosta
Cães , comer, cerveja , viajar, ouvir AC/ DC , fotografar, estar sempre presente nos amigos , de uma família unida, ar condicionado, sumos naturais, caminhar na montanha , cinema, televisão, estar em casa, comida tradicional (mas também de autor), fã de doçaria conventual, desporto, ser realista, jantares com amigos , arranjar soluções, ter sempre um plano B na vida , tecnologia, francesinhas , frio, organização
Pessoas medíocres, comer peixe , praia, gatos , calor, chuva , tabaco, arrogância , prepotência, pessoas sem objetivos de vida , dormir muito, teatro , andar de bicicleta, locais pequenos e fechados , alturas, pessoas pessimistas , envelhecer, ter pouco cabelo , comer sozinho, pessoas stressadas , velhice desamparada, olhares tristes , insetos, piercings , maltrato a animais, ter pouco tempo para mim
O EQUIPAMENTO DE CORRIDA
A corrida faz-me sentir bem. Desafia a mente e o corpo da maneira que ambos precisam. Vício, prazer, saú de, desporto? Um pouco de todos. Depois do dia em que comecei a correr não mais consegui parar. Sou um corredor tardio, mas desde logo fascinado, ultrapassada a fase da car reira futebolística que me “passou ao lado”.
Penduradas as luvas e as chuteiras, foi em 2007 que me estreei em provas de atletismo nacionais e internacionais, primeiro só com fôlego para 20 quilómetros, e mais tarde, em 2010, com coragem e pernas para as tão ambicionadas maratonas.
Já não me lembro quantas t-shirts, calções e meias vesti e troquei. Por isso, a minha escolha não é uma peça específica. É antes o equi pamento desportivo enquanto conjunto.
Acompanhei desde cedo, fruto da minha longa experiência profissio nal no CITEVE, a evolução tecnoló gica do sector têxtil. No desporto foi onde mais se sentiu a incorporação da inovação e do design no vestuá rio e como isso interfere na perfor mance e no bem-estar do atleta.
Agora, nas minhas atuais funções de Vereador da Economia na Câmara Municipal de Famalicão, continuo a acompanhar, num misto de satis fação e orgulho, a aposta contínua das empresas famalicenses neste fundamental caminho de desen volvimento tecnológico, inovação e design Madrid, Budapeste, Amesterdão, Barcelona, Berlim, Lille, Havana, Austin, Rio de Janeiro, Roma, e outras cidades.
O certo é que continuarei a fazer as minhas corridas. A próxima em Valência em dezembro.
O equipamento que levar vestido será o meu primeiro aliado para con cluir mais uma maratona. E tudo o que puder ajudar para o rendimento desportivo será bem-vindo. Até porque a idade não perdoa...! t
Paulo Faria, 52 anos. Foi o protagonista do Malmequer da edição nº 1 do T. Evoluiu a idade, nos gostos e preferências, mas ficam as fotos de então como recordação. Mantém também a atividade como diretor comercial da Paula Borges Confeções Lda, empresa que está a comemorar 50 anos e trabalha com as melhores marcas e criadores mundiais em alta gama. Designer de Moda Industrial, jogou andebol (guarda-redes) na alta competição (Águas Santas, FC Porto e ABC Braga). Continua casado com Lúcia Faria, também ela designer de moda e Diretora de Produção da mesma empresa, e também a filha, Mariana, agora com 21 anos, continua a jogar voleibol, mas agora no SC Braga. SOUVENIR Augusto Lima Vereador na Câmara Municipal de Famalicão