T76 - OUTUBRO 2022

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FOTO: RUI APOLINÁRIO EMPRESA SER VERTICAL É A NOVA ESTRATÉGIA DA ACATEL P 18 INOVAÇÃO PONCHO DA ADALBERTO ABRE CAMINHO PARA O METAVERSO P 28 PRODUTO COLTEC CRIA REVESTIMENTO COMPATÍVEL COM IMPRESSÃO DIGITAL P 30 FEIRAS DIRETORA DA HEIMTEXTIL ELOGIA QUALIDADE E DESIGN DO TÊXTIL PORTUGUÊS P 24 PERGUNTA DO MÊS DEIXAR DE TRIBUTAR HORAS EXTRA PODE ATENUAR A FALTA DE MÃO-DE-OBRA? P 4-5 NÚMERO 76 OUTUBRO 2022 DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS DOIS CAFÉS E A CONTA WONDER-RAW QUER SER A CASA DE APOIO PARA AS NOVAS MARCAS P 6 A MINHA EMPRESA ANA MACHADO QUER A RISCAS SUCESSIVAS A EXPORTAR DE FORMA DIRETA “AS MARCAS DE LUXO FAZEM AS COISAS EM PORTUGAL” P. 20 A 22 MIGUEL SILVA, FUNDADOR E DIRETOR CRIATIVO DA REDHOUSE
T 02 Outubro 2022

CORTE&COSTURA

Sector têxtil europeu unido na defesa dos interesses comuns

O sector têxtil europeu está concentrado na defesa comum de um conjunto de instrumentos que per mitam combater os terríveis custos de contexto patrocinados pelo aumento da inflação e da guerra na Ucrânia – de que resultaram custos das energias (combustíveis, gás e eletricidade) totalmente im pensáveis até agora.

Esta conjugação de esforços ficou bem patente ao longo dos dois dias de trabalho da 10ª Conven ção Europeia do Têxtil e Vestuário e do 24 o Fórum da Indústria Têxtil Portuguesa, com Alberto Pacca nelli, presidente da Euratex, e Mário Jorge Macha do, presidente da ATP, a convergirem na análise do contexto económico e na ‘receita’ para o ultrapassar.

A defesa comum de regras de apoio financeiro –em detrimento de medidas nacionais avulsas e po tencialmente contraditórias – e a aposta no plano da Comissão Europeia para os têxteis, são as vertentes que aquelas duas entidades identificaram como fun damentais.

E se o apoio financeiro ao preço do gás e da ele tricidade é uma medida imediata, já a agenda para a sustentabilidade e a economia circular proposta pela Comissão Europeia é o esteio para um cresci mento sustentável do sector na Europa – que im plica também medidas de combate à concorrência desleal promovida por entidades que até agora con seguem introduzir no espaço dos 27 materiais que não cumprem com os normativos da União.

Mas esta aliança europeia de que a Convenção foi testemunha esbarra na demora com que os pla nos europeus tendem a chegar ao terreno. “Estamos desapontados com a União Europeia”, disse Alberto Paccanelli, para denunciar o tempo que o sector está

a perder enquanto os responsáveis políticos tentam chegar a uma plataforma de entendimento que per mita alavancar o plano para os têxteis.

Para Alberto Paccanelli, a resposta à crise tem de ser dada por via da “união entre todos os agentes eu ropeus do sector”, e na insistência naquilo que “nos diferencia”: a sustentabilidade, a circularidade.

Mário Jorge Machado disse por seu turno que, sendo a guerra o principal problema com que os têx teis se debatem neste momento, “é importante que o sector tenha canais abertos com o poder político” para que não haja disrupções no bloco. “Cada falên cia é uma vitória de Putin”, enfatizou.

Os trabalhos do duplo fórum – cujas inscrições se esgotaram, tendo-se a organização visto obrigada a encontrar uma alternativa online – ficaram marca dos por uma assistência muito interventiva, o que permitiu concluir que a agenda proposta pela orga nização era precisamente a que o sector precisava de debater.

Mereceu ainda destaque unânime a intervenção de fundo de Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Eco nomia e do Mar, que expôs as linhas gerais – tanto macro como micro económicas – que trouxeram o sector europeu até ao patamar em que se encontra. Um caminho sinuoso, mas em que Siza Vieira desco bre um foco de esperança: “os têxteis portugueses passaram o teste de stress há 20 anos”. O ex-minis tro referia-se ao início do milénio, altura em que a entrada da China na Organização Mundial do Co mércio e o regresso da Rússia ao entendimento com o Ocidente mudou tudo. As empresas têxteis portu gueses que sobreviveram passaram o teste e não vão agora ser derrotadas por mais uma crise. t

UMA LANÇA EM LAS VEGAS

A capa desta edição 76 do T é realmente muito diferente do habitual. Em termos de imagem, mas também em termos conceptuais.

Como os leitores já devem ter percebido, o critério de escolha tradicional da entrevista de capa tem sempre muita relação com a dimensão da empresa em causa, nomeadamente tendo em conta a sua faturação.

Desta vez a escolha do Miguel, CEO da RedHouse, foge a esse critério porque em termos de faturação esta empresa ainda está bem longe dos milhões de euros que faturam as empresas das capas anteriores.

A razão pela qual decidimos fazer esta capa tem a ver com a novidade de uma empresa que tem uma marca portuguesa que ganhou uma notoriedade internacional muito pouco habitual e num prazo de tempo verdadeiramente incrível.

De facto, não é todos dias que ouvimos falar de uma marca portuguesa que é comprada, usada e elogiada por personalidades tão famosas, eu diria até galácticas, como o argentino Lionel Messi, o brasileiro Neymar ou o piloto Lewis Hamilton.

Basta aceder ao Instagram oficial da RedHouse para conhecer estes exemplos, mas igualmente muitos outros mais e nem todos do mundo do futebol.

Last but not the least, também fui testemunha de um sucesso inédito na sua primeira presença numa feira internacional com os pergaminhos da Magic las Vegas no último mês de agosto.t

Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/

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03 Outubro 2022
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EDITORIAL
- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Cláudia Azevedo Lopes Telefone: 969 658 043 - mail: cl.tdetextil@gmail.com Registo ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053
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Porto recebeu a 10ª Convenção Europeia do Têxtil e Vestuário e 24º Fórum da Indústria Têxtil Portuguesa Presidentes da Euratex, Alberto Paccanelli, e da ATP, Mário Jorge Machado, cumprimentam-se na abertura do encontro

PERGUNTA DO MÊS

DEIXAR DE TRIBUTAR HORAS EXTRA PODE ATENUAR A FALTA DE MÃO DE OBRA?

Além de um incentivo para os trabalhadores, as empresas entendem que um alívio fiscal sobre os rendimentos das horas extra é também fundamental como fator de competitividade. Seria também uma ajuda preciosa para enfrentar a tradicional sazonalidade dos picos de encomendas.

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04 Outubro 2022

Entre um conjun to de medidas tendentes a di minuir a carga fiscal sobre o segmento do tra balho, as associações têxteis levaram ao Governo propostas com o objetivo de aumentar o rendimento dos trabalhado res que quiserem fazer horas extraordinárias e ao mesmo tempo diminuir o custo do tra balho para as empresas.

Após a reunião, em finais de setembro, com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, o presidente da ATP explicou ao T

que a intenção das associações é encontrar uma alternativa “à falta de mão de obra que assola o sector, contribuindo para que os trabalhadores que estão dis poníveis para um esforço extra possam exatamente ser com pensados por esse esforço”.

Mário Jorge Machado enten de que “é fundamental que o sistema fiscal não onere as ho ras extraordinárias em termos de subida nos escalões do IRS”, o que a acontecer funcionaria como incentivo para o trabalho a mais desaparecer ao mesmo tempo que promoveria a dimi nuição do rendimento líquido mensal. A proposta foi apre

sentada em conjunto pela ATP e pela ANIVEC, com vista a ser incluída no Orçamento de Es tado, que vai agora para a fase de discussão na especialidade, tendo o secretário de Estado garantido que iriam ser levadas em consideração e avaliadas” sem que, no entanto, se tivesse comprometido com a sua acei tação.

É neste contexto que surge a questão de saber o que pensam empresas e empresário sobre se deixar de tributar horas extra pode atenuar a falta de mão de obra?

Para Paulo Melo, “este tema é já com alguns anos”, sen do que até hoje “os diversos governos não atenderam aos argumentos defendidos pelos empresários e as associações do sector”. O Presidente do Conselho de administração da Somelos, está convencido de que “se a tributação das horas extraordinárias fosse abrangi da por um regime especial, não a isenção, cativava mais cola boradores a trabalhar nesses períodos. Estes rendimentos auferidos pelos colaboradores dentro deste enquadramento especial não deveriam contar na subida de escalões no IRS, bem como, não deixavam de auferir o abono de família”.

Mesmo assim, continua, “considero que não suprimia totalmente a falta de mão de obra, mas atenuava, além de ser uma ajuda preciosa nos pi cos das estações, onde é sempre necessário recorrer ao trabalho suplementar. Quem trabalha neste sector sabe muito bem que o negócio ao longo do ano tem ciclos fortes de chegada e entrega de encomendas e ou tros não tão fortes, e é assim que funciona e vai continuar a funcionar”.

Recorrendo aos exemplos que encontra na sua empresa, José Armindo Ferraz, CEO da Inarbel, aplaude e subscreve a proposta: “Concordo plena mente com esta ideia, eu tenho funcionários que não fazem

horas extras por essa mesma razão”, adianta, enquanto o responsável da Lipaco entende que esta pode ser mesmo uma das principais soluções para o problema da falta de mão de obra. Para Jorge Pereira, “ob viamente que pode e seria talvez até uma das principais soluções uma vez que os cola boradores fiscalmente deixam de ser prejudicados em sede de IRS, como acontece muitas das vezes, e até passam a estar muito mais motivados e dispo níveis para trabalharem mais horas sobretudo na conjuntura atual em que o custo de vida é superior e as necessidades fi nanceiras são superiores para combater a perda de poder de compra que estão a sofrer”.

Mas o CEO da Lipaco vai ain da mais longe: “por outro lado permite combater sazonalida des no volume de encomendas das empresas e ainda, e não me nos importante, ser mais com petitivo, porque o custo-hora médio acabaria por baixar. E até reduziam a necessidade que muitos tem de fazer part-times com a possibilidade de sem deslocações obterem um ren dimento extra superior”, dis corre Jorge Pereira, concluíndo que também por outras razões se justifica o incentivo. “Afi nal, a taxa de empregabilidade ainda é neste momento pra ticamente de 100% na maior parte das regiões do país”.

Para Miguel Pedrosa Rodri gues, da Pedrosa & Rodrigues, deixar de tributar as horas ex tras é mesmo “algo que a in dústria necessita urgentemen te”. Não só porque “estas horas são essenciais para aferir algu

ma flexibilidade ao contexto operacional nas empresas”, uma vez que “as flutuações da procura, pela sua imprevisibi lidade, só são acomodáveis se houverem incentivos ao au mento ativo da capacidade de produção, neste caso, por via das horas extraordinárias. Tra ta-se, portanto, de um factor de competitividade e de miti gação da falta de mão de obra.

Olhando mais para o fundo do problema, José Carlos Cas tanheira, CEO Goucam Group, entende sobretudo que deixar de tributar “elimina uma injus tiça, que é as pessoas pagarem para trabalhar em casos de li mite de isenção de IRS, ao fazer horas passam a ser abrangidas e taxadas”.

Mas o empresário entende que pode ser “ainda mais gra ve” uma vez que perdem toda uma quantidade de regalias que só assistem aos rendimen tos mínimos. Daí compreender que os trabalhadores “se sin tam desmotivados a colaborar com as empresas quando ne cessário, já que quando o fazem por vezes saem prejudicados”.

Assim há, no seu entender, que distinguir as coisas. “Do meu ponto de vista, são duas coisas completamente dife rentes. Falta de mão de obra permanente nunca poderá ser coberta por horas extra. Ho ras extra servem para resolver imprevistos de curta duração e nunca devem ultrapassar uma pequena percentagem do tem po normal de trabalho, nem nunca devem comprometer o período de descanso dos fun cionários, deve-se entender como a exceção e não a regra”.

DE TAXA DE EMPREGABILIDADE

O que o leva a concluir que deveria ser outra a solução. “Defendo, sempre defendi e defenderei, que deverá haver uma discrepância entre o SMN e o valor taxado em IRS de pelo menos 125 a 150€/mês, o que viabilizaria não só um plafond para horas como alguma justa diferenciação entre funcioná rios”. t

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“Os trabalhadores passam a estar muito mais motivados até reduziam a necessidade que muitos têm de fazer part-times para obter um rendimento extra”
“Não suprimia totalmente mas atenuava, além de ser uma ajuda preciosa nos picos das estações, onde é sempre necessário recorrer ao trabalho suplementar”
JORGE PEREIRA LIPACO
“Deverá haver uma discrepância entre o SMN e o valor taxado em IRS de pelo menos 125 a 150€/mês, o que viabilizaria alguma justa diferenciação entre funcionários”
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05 Outubro 2022

Viajar no futuro não estava nas co gitações, mas o homem que depois de passagem por peso-pesados como a Adalberto ou a italiana Mascione navegava agora no sossego de múltiplas consultorias encarou o desafio. Licenciado em Relações Internacionais e Econo mia (UMinho), com mestrado em Gestão Comercial (FEP), até come çou pela banca (não gostou) para depois saltar para a indústria do calçado antes de assentar arraiais na têxtil. Focado nos têxteis técni cos, mercado digital e e-commerce shop, encontra também algum tempo para o ténis e a natação, as suas paixões secundárias. A princi pal é a família, focada no Mário, que aos 11 anos gosta de piano e é um agarrado ao digital.

DOIS CAFÉS & A CONTA A

WONDERRAW ANTECIPA O FUTURO DA INDÚSTRIA

Luís Oliveira nem costuma recorrer ao restaurante para almoçar, mas, afinal, iria conhecer um que até lhe pode ser útil para as conversas com os clientes da WonderRaw. Com um percurso que o fez passar por estruturas como a Adal berto e os italianos da Mascioni, estava agora sossegado na atividade de consul torias – têxteis, claro! -, quando esbar rou com o futuro da indústria da moda.

Ou seja, foi desafiado para encabe çar o projeto que quer antecipar aqui lo em que se vai tornar a indústria da moda. “Vender e depois produzir é o ca minho para a indústria, que vai ter que se adaptar”, sintetiza para introduzir a explicação sobre o que é a empresa que começou por investir 6,5 milhões para poder concretizar os desejos e ambições de muitos jovens criadores, artistas, in fluenciadores ou pequenas marcas do di gital que querem lançar as suas coleções.

E é isso mesmo que explica até o nome adotado para a empresa, já que esses desejos (wonder) se podem tor nar realidade a partir de peças em esta do cru (raw) guardadas em armazém. “A vantagem é que os clientes não pre cisam de investir nem de saber nada sobre têxteis e maquinaria para produ

zir as suas coleções. Tratamos de tudo, temos uma base de t-shirts, sweats, woodies, calças e calções em malhas de alta qualidade, que podem acabar e per sonalizar de acordo o próprio conceito de marca, com as suas ideias e estilos”, explica.

Além do fabrico e acabamento, é também feita a embalagem e expedi ção, pelo que os criadores não precisam de se preocupar com a vertente prática do negócio, que é em regra a parte mais difícil no lançamento de pequenas marcas.

Outra das características é que tudo nasce vocacionado para facilitar o im pulso digital e assente nos princípios de sustentabilidade. “Onde vimos que po díamos fazer a diferença foi na estam paria. Temos máquinas com tecnologia single step, que prescinde de pré e pós tratamento, o que representa um con sumo de água quase nulo e poupança de energia correspondente a esses proces sos, e trabalham com tintas eco-frien dly com todas as certificações”, explica Luís Oliveira.

Já na vertente digital, todo o pro cesso assenta em tecnologia 3D, que não só evita - e poupa - na produção de

amostras, como permite às marcas e criadores usarem nos seus sites os mo delos Mockup.

No fundo, o que se pretende é que a WonderRaw represente a democrati zação do acesso à produção de coleções próprias para muitos jovens criadores ou marcas online. Uma resposta para um mercado que é uma realidade cres cente. “já temos muitos contactos, na grande maioria da Europa, e uma meia dúzia de projetos em desenvolvimen to”, avança o líder do projeto que apon ta nesta fase de arranque para uma pro dução de 800 mil a um milhão de peças anuais.

Para isso, a par do investimento de 6,5 milhões para equipar as instalações no Cávado Park, em Manhente, Barce los, foi criada também uma equipa de 10 pessoas, todas com vasta experiência e know-how, para apoiar ao desenvol vimento dos novos projetos.

O objetivo é que a produção corres ponda a encomendas concretas e que em duas a três semanas o cliente esteja já na posse das coleções. Ou seja, ven der e depois produzir é o caminho para a indústria e Luís Oliveira uma via onde já pôs a rolar a WonderRaw . t

T 06 Outubro 2022
Entrada Sopa de legumes Prato principal Fígado de cebolada e vitela estufada Sobremesa Folhado de chila com amêndoa Bebidas Água do Fastio, Quinta do Infantado, tinto do Douro e dois cafés. Restaurante Maria de Medros Av. São João 267 4755-064 Barcelinhos LUÍS OLIVEIRA
T 07 Outubro 2022 Contactos: 253 590 226 - geral@jbcastro.com at your side R J .B. & C A STR O TEXTIL SOLUTIONS VISITE-NOS - STAND 426 DISTRIBUIDORA OFICIAl

FOTOSÍNTESE

É a grande reunião bi-anual da grande família têxtil, mas desta vez teve também ambiente de festa, já que não só o MODTISSI MO celebrava a sua 60ª edição como também se assinalavam os 30 anos da Associação Selectiva Moda e 75 edições do T Jornal. Uma festa de dois dias no amplo pavilhão 6 da Exponor, que esteve sempre em grande rotação, com destaque para a grande afluência de compradores estrangeiros que desta vez acorreram em massa oriundos das mais variadas geo grafias. No final, como nas boas histórias, todos ficaram felizes. Um sucesso acima das melhores expectativas tanto para os expo sitores, visitantes e compradores como para a organização. Em Fevereiro há mais!

5. PELA PRIMEIRA VEZ NO SALÃO PORTUGUÊS, THE WOOLMARK COMPANY APRESENTOU A NOVA EDIÇÃO DO THE WOOL LAB, UM GUIA DOS MELHORES TECIDOS E FIOS COM LÃ MERINO

T 08 Outubro 2022
UM SUCESSO ACIMA DAS MELHORES EXPECTATIVAS 6
6. ATRAVÉS DA DIRETORA ANA PINTO MACHA DO, A AICEP TAMBÉM QUIS ESTAR PRESENTE, NO APOIO ÀS EMPRESAS E À ORGANIZAÇÃO 11. NA HELIOTEXTIL OS VISITANTES CONCENTRAVAM-SE NAS SOLUÇÕES DE SMART LABELLING QUE LHES ERAM APRESENTADAS 10. MARGRIET LEEMHUIS E ISABEL FURTADO, RESPECTIVAMENTE EMBAIXADORA E CÔNSUL HONORÁRIA DOS PAÍSES BAIXOS, NA ABERTURA DO COCKTAIL QUE OFERECERAM NO DIA DE ABERTURA 1. NO HALL DE ENTRADA, A DIMENSÃO E IMPACTO DO SHOWCASE ITECHSTYLE GREEN CIRCLE (O MAIOR DE SEMPRE) MOSTRAVA LOGO A DINÂMICA QUE ANIMA O SITEMA TÊXTIL/MODA PORTUGUÊS Por: Ana Rodrigues & Bebiana Rocha
T 09 Outubro 2022 2. O MOVIMENTO NO STAND DA SOMELOS CONFIRMAVA LOGO NO INÍCIO O REGRESSO –APÓS AS RESTRIÇÕES DA PANDEMIA - DOS COMPRADORES ASIÁTICOS 3. QUASE SEMPRE SEM MÃOS A MEDIR, NO ESPAÇO DA RIOPE LE A QUALIDADE E AS CORES VIBRANTES DOS SEUS TECIDOS ATRAÍAM A ATENÇÃO DOS COMPRADORES 7. PARCEIRA DE LONGA DATA DO MODTISSIMO, A ANTARTE MONTOU UM LUXUOSO LOUNGE PARA OS MOMENTOS DE DESCANSO 4. GRANDE AFLUÊNCIA TAMBÉM NA ADALBERTO, QUE APRESENTOU UMA INOVA DORA COLEÇÃO EXECUTADA COM RECURSO À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 9. AS CONVERSAS DE CORREDORES E ANIMA DOS ENCONTROS CONSTITUEM JÁ UMA LONGA TRADIÇÃO DO MODTISSIMO 8. SAMUEL COSTA, CEO DA SONIX, EM DESTAQUE DURANTE AS ITECHSTYLE TALKS NA SESSÃO EM QUE PARTICIPOU COM ALBERTA MARIMBA (SOMELOS), MIGUEL DOMINGUEZ (ATP) E BRAZ COSTA (CITEVE) 14.
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12. A
CIA
DORES, LEVANDO A QUE
TIVESSEM QUE
QUENAS
CONCEBIDAS E FABRICADAS PELA MARJOMOTEX, ATÉ AS FARDAS DA EQUIPA DE ACOLHIMENTO TINHAM MENSAGENS DE BOAS-VINDAS EM VÁRIAS LINGUAS
PRESENTE EM PESO, A DIREÇÃO COMERCIAL DA AICEP, LIDERA DA PELA DIRETORA MARIA MANUEL BRANCO (AO CENTRO), FOTO GRAFADA COM O PRESIDENTE DA ATP, MÁRIO JORGE MACHADO E O CEO DA SELECTIVA MODA, MANUEL SERRÃO
GRANDE AZÁFAMA E AFLUÊN
ERA EVIDENTE NOS CORRE
MUITOS
AGUARDAR EM PE
FILAS JUNTO AOS STANDS

OS PARABÉNS DA FAMÍLIA TÊXTIL

Para celebrar os 30 anos da Associação Selectiva Moda e as 60 edições do MODTISSIMO, o palco não podia ser outro senão a Cidade Têxtil, e nem a Câmara de Famalicão quis ficar de fora. Uma gala que juntou a nata da família têxtil para cantar entusiasmada os parabéns numa noite animada pela atuação do artista Fernando Pereira e suas partenaires, mas onde as estrelas foram, como não podia deixar de ser, as empresas que são as grandes protagonistas do salto nas exportações e inter nacionalização do sector ao longo destas três décadas. Com brindes e o bolo da praxe, a noite foi de grande animação.

T 10 Outubro 2022
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5. AUGUSTO LIMA, O VEREADOR PARA A ECONOMIA E EMPREENDEDORISMO DA CÂMARA DE FAMALICÃO, DESTACOU A IMPORTÂNCIA DO CONTRIBUTO TÊXTIL PARA A ECONOMIA E VALORIZAÇÃO DO CONCELHO 6. AMBIENTE DE GLAMOUR COM SALA CHEIA E CONCENTRADA NO ESPECTÁCULO DE FERNANDO PEREIRA 11. PELA VOZ DO PRESIDENTE DA ANIL, JOSÉ ROBALO, DESTACOU O DESEMPENHO DAS EMPRESAS E O PAPEL DA ASM NA INTERNACIONALIZAÇÃO DO SECTOR 10. PARA O ÁLBUM DA ASM, A POSE DE JOSÉ ARMINDO FERRAZ (INARBEL), ANTÓNIO CUNHA (ORFAMA) E MANUEL RODRIGUES (REPRESENTANTE DA SCHOELLER EM PORTUGAL) 1. TAMBÉM NO MOMENTO DE APAGAR AS VELAS, OS RESPONSÁVEIS DA ASM TIVERAM O APOIO DOS REPRESENTANTES DA CÂMARA DE FAMALICÃO, AUGUSTO LIMA, DO COMPETE, ANA LEMOS GOMES, E DA AICEP, ANA PINTO MACHADO Por: Ana Rodrigues & Bebiana Rocha
T 11 Outubro 2022
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SEMPRE, A PAULA BORGES MARCOU PRESENÇA COM AS DUAS GERAÇÕES DA FAMÍLIA À FRENTE DA EMPRESA 14.
QUE NA
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2. OS MAIORES ORGANIZADORES DE FEIRAS DO MUNDO TÊXTIL, COMO A MESSE MUNICH E A MESSE FRANKFURT, REPRESENTADAS, RESPETIVAMENTE, POR TÂNIA BARROS E CRISTINA MOTTA, TAMBÉM SE ASSOCIARAM À FESTA
NA ABERTURA DA GALA, O PRESIDENTE DA ATP, MÁRIO JORGE MACHADO, ELOGIOU A RESILIÊNCIA E CAPACIDADE EXPORTADORA DO SECTOR
EM REPRESENTAÇÃO DO COMPETE, ANA LEMOS GOMES DEU CONTA DA CONTINUAÇÃO DO APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO
A
JOGAR EM CASA, O CITEVE ENQUADROU
-SE NA
VERTICAL NO
60
DO MODTISSIMO,
COM
ANA TAVARES, ANTÓNIO BRAZ COSTA E CRISTINA CASTRO
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EM REPRESENTAÇÃO DA AICEP, ANA PINTO MACHADO ELOGIOU A ATIVIDADE DA ASM E DO PROJETO FROM PORTUGAL
IMPECÁVEL COMO
MANUEL SERRÃO APROVEITOU PARA ENTREGAR DIPLOMAS DE HOMENAGEM AO SEU DREAM TEAM, A EQUIPA
SELECTIVA MODA FAZ COM QUE AS COISAS ACONTEÇAM
FERNANDO PEREIRA ONE MAN SHOW E AS PERFORMANCES DAS SUAS ASSISTENTES RECOLHERAM O APLAUSO DA SALA 12. JOÃO COSTA, PRESIDENTE DA DIREÇÃO DA SELECTIVA MODA, É O ESPELHO DO ENTUSIASMO E ANI MAÇÃO QUE MARCARAM A GALA

Mário Jorge Machado, administrador da Estamparia Adalberto, foi reeleito como presidente da direção da ATP para o período 2022-24, à frente de uma lista única, que propôs António Falcão para a presidência da Assembleia Geral, em representação da Têxtil An tónio Falcão, e Ana Júlia Furtado para presidente do Conselho Fiscal, em representação da A. Sampaio & Filhos.

Sob o mote ‘Reinventar o sector, Construir um futuro sustentável’, os novos órgãos sociais preten dem continuar o trabalho desenvolvido pela ATP em vários domínios, destacando-se de entre eles “lutar pela defesa dos interesses do sector e das suas em presas, particularmente na melhoria das suas con dições de competitividade, através dos modernos fatores críticos de competitividade, indispensáveis à diferenciação dos produtos e serviços, em concor rência global, algo nem sempre bem compreendido e promovido pelo poder político, quase sempre des valorizando o papel económico e social das empresas e dos empresários”, lê-se no comunicado oficial da associação.

“Prosseguir o esforço de dar visibilidade à fileira têxtil e da moda portuguesa, no país e no exterior, enquanto sector estratégico para o país, paradigma de inovação e modernidade na tradição, e igualmen te fundamental para o equilíbrio da balança comer cial” e “reforçar a proximidade da associação aos as sociados e o seu papel estruturante em toda fileira têxtil”, são outras das prioridades. O comunicado elenca ainda como prioridade “promover a contrata ção coletiva com o objetivo de assegurar a paz social e o desenvolvimento sustentado, com uma melhor e mais equilibrada partilha de benefícios, que só o decorrente aumento da produtividade do trabalho e dos restantes recursos pode proporcionar; e de senvolver os projetos que possibilitem a realização da missão e objetivos consignados à ATP, particular mente aqueles que terão de estar alinhados com a estratégia da União Europeia, em que prevalecerão as iniciativas destinadas à descarbonização e transi ção energética, à sustentabilidade e circularidade, à digitalização, à capacitação, à inovação produtiva e à internacionalização das atividades”.

MAQUITEX: MÁQUINAS PARA O TÊXTIL REGRESSAM À EXPONOR

A Maquitex – Exposição de Máquinas, Tecnologia e Aces sórios para a Indústria Têxtil, da Confeção, Vestuário e Bordados, regressa à Exponor entre 10 e 12 de novembro, apresentando as últimas criações industriais para o sector e promovendo o networking entre fornecedores e clien tes. Nesta sua 18ª edição, a Maquitex – que decorrerá em simultâneo com três eventos - regressa com uma área de exposição duplicada, consolidando-se assim como a maior feira de máquinas têxteis da Península Ibérica.

KIABI MARSHOPPING JÁ TEM CORNER DE ROUPA USADA

A Kiabi do MarShopping já tem um corner de roupa em segunda mão. O novo espaço tem peças multimarca para homem, mulher e criança. Empenhada em apostar na circularidade a Kiabi promove ainda uma campanha de recolha de roupa usada. O registo deve ser feito na app Kiabi Bag ou no site, que irá emitir uma etiqueta de envio como comprovativo. Os clientes podem depois remeter as encomendas de roupa em segunda mão e em troca a mar ca oferece um voucher de 5€ para gastar nas lojas Kiabi.

7,5 milhões

de euros, é a perspetiva da faturação da Coltec para 2022

SUSTENTABILIDADE É “MUITO IMPORTANTE” PARA AS PME

As PME sentem cada vez mais pressão de clientes, da administração central e local e da cadeia de abastecimen to para se focarem na sustentabilidade. De acordo com o estudo ‘Small Business, Big Opportunity?’, conduzido pela Sage, 59% das PME portuguesas estão focadas nesse fator. A empresa especialista em soluções de gestão empresa rial na cloud diz ainda que, daquele universo, 21% afirma mesmo ser um fator central nas suas operações. Por outro lado, quase metade das empresas inquiridas já está a reduzir o impacto ambiental (48%).

Vice-Presidentes:Idepa(EduardoMouraeSá),TMG(IsabelGonçalvesFurtado),Lipaco(JorgePereira)

Vogais: LMA (Alexandra Pinho), Têxteis J.F. Almeida (Joaquim Almeida), Valérius (José Manuel Villas Boas), Pedrosa & Rodrigues (Miguel Pedrosa Rodrigues), A. Ferreira & Filhos (Nöel Ferreira), Somelos (Paulo Melo), Tintex(RicardoSilva)eFelpinter(RuiTeixeira)

Suplentes:MalhasSonix(SamuelCosta)eConfetil(StéphanePicciotto)

Conselho Fiscal

Presidente:A.Sampaio&Filhos(AnaJúliaSampaioFurtado)

Vogais:OSegredodoMar(JoséCardoso)eAlvesPereiraTapeçarias(PedroAlvesPereira)

Suplentes:Primma(PauloSantos)eL’AtelierdesCréateurs(RicardoConceição)

Conselho Consultivo

Alberto Castro, Alberto Paccanelli, António Amorim, António Saraiva, Carlos Vieira, Daniel Agis, Fátima An tunes, Fernando Ferreira, João Costa, José Manuel Castro, João Peres Guimarães, JoséAlexandreOliveira, Luís Miguel Ribeiro, Luís MiraAmaral, Miguel Coelho Lima, Pedro Ferraz da Costa, Pedro SizaVieira, Rui Miguel, SérgioNetoeVítorAbreu t

ZARA COMBINA FANTASIA E VANGUARDA NO METAVERSO

Combinando moda de vanguarda e fantasia, a Zara criou a ‘Y2K Creatures’, a nova coleção metaverso. Foi concebida dentro da app e algumas peças foram inspiradas pela criatura digital da Zara, existindo também versões físicas. São ao todo dez peças: um colete, três sweatshirts, um top em forma de coração, um vestido sem alças, um par de calças flare azul turquesa com penas, duas saias e uma seleção de acessórios.

T 12 Outubro 2022
"Uma das nossas forças é a versatilidade, podermos confecionar todo o tipo de vestuário"
MÁRIO JORGE MACHADO REELEITO PRESIDENTE DA ATP Órgãos Sociais da ATP para o mandato 2022/2024: Assembleia Geral Presidente:TêxtilAntónioFalcão(AntónioFalcão) Vice-presidente:LantalTextiles(ConstantinoSilva) Secretário:Orfama(AntónioCunha) Suplentes:MalhasCarjor(HonoratodeSousa)ePaulaBorges(PauloFaria) Direção Presidente:EstampariaAdalberto(MárioJorgeMachado)
T 13 Outubro 2022 events & exhibitions www.buildingdesign.pt geral@buildingdesign.pt 967 016 601 REMODELAÇÃO DE INTERIORES LOJAS SHOWROOMS MOBILIÁRIO TENDAS PALCOS ESTRADOS MOBILIÁRIO ACESSÓRIOS www.globaltendas.com info@globaltendas.com

X A MINHA EMPRESA

O Ferrari e os botões Swarovski

O Ferrari de Ana Machado não tem rodas e esse é um dos segredos que está na base do sucesso da Riscas Sucessivas, empresa que está ainda a celebrar o quin to aniversário mas que este ano deverá fechar contas com vendas a rondar 1,5 milhões, duplicando 2020 e com um crescimento de 30% face ao ano passado.

Ana é a jovem CEO da empresa e o seu Ferrari é a máquina último grito que é capaz de fazer múltiplas operações com um grau de perfeição que deixa sur preendidos todos os clientes. “Trabalhamos com uma gama média-alta, com tecidos nobres e delicados, e te mos até peças com botões Swarovski que a máquina consegue pregar. Normalmente têm que ser cozidos à mão, mas nós conseguimos fazer com a máquina, é um troféu nosso”, orgulha-se a dona da empresa.

Mas não são só os botões, o investimento contí nuo em equipamentos faz da Riscas Sucessivas uma máquina afinada e capaz de responder aos mais exi gentes desafios. É através de agentes que conhecidas marcas como Bimba & Lola, Purificacion Garcia, Max Mara ou Rita Raw. “Somos procurados e distinguidos pelo que fazemos com tecidos delicados como sedas e organzas e temos também uma equipa de design e modelação para responder aos desafios de alguns clien tes, sugerimos tecidos, propomos alterações”, destaca Ana Machado, que foi roubada aos bancos da facul dade quanto se preparava para uma carreira jurídica.

Com a família há muito dedicada à confeção, o mundo dos trapos nunca lhe foi estranho. Primeiro focada na camisaria, a mãe começou depois a derivar para os tecidos e sedas com a confeção de blusas e ves tidos o que fez com que Ana tivesse crescido entre as sucessivas riscas do design, da modelação e da confeção.

“Chegou uma altura em que a minha mãe precisava

de apoio, era preciso acompanhar a parte mais técnica”, conta. E como a atração pela moda sempre foi mais for te que a vocação pelo Direito, a decisão não foi nada di fícil. Nascia, assim, em 2018 a empresa e parecia óbvia a designação social. Afinal, toda a vida de Ana tinha até aí sido feita entre as riscas sucessivas da atividade da mãe.

A par da vertente técnica e do apetrechamen to com maquinaria último grito, o foco esteve tam bém no desenvolvimento de novos produtos, na orientação para novos mercados e clientes. Hoje as encomendas chegam também de destinos como França ou Suécia e a par das roupas delicadas tam bém coleções de outras peças, como calças de ganga.

“Temos crescido muito bem e a procura é cada vez maior, atualmente não conseguimos aceitar to das as encomendas”, conta a empresária dando con ta que estão já a subcontratar serviços. “Trabalhamos com uma dúzia de empresas mas queremos contratar mais e crescer, o problema é a falta de mão-de-obra”.

Quanto ao crescimento, “tem a ver com a qualidade e capacidade de resposta naquilo que fazemos, mas tam bém a crescente procura pelo made in Portugal associa da ao regresso à produção de proximidade”, avança Ana, dando conta que “o preço ainda é uma luta” mas que tem recusado clientes em que o objetivo é apenas o preço.

Numa altura em que, de forma indireta, toda a produ ção vai para a exportação, o objetivo é que metade das en comendas passem a ser executadas de forma direta pela Riscas Sucessivas. “Sem prazos, o caminho faz-se cami nhando”, mas com a meta de que mais cedo que tarde me tade da produção assente na relação direta com os clientes finais. Um caminho que começou em casa, com a presen ça no MODTISSIMO, “que correu muito bem”, a que se seguirá a visita a feiras como Momad e Première Vision. t

SECTOR TÊXTIL E UE CRIAM CONSÓRCIO PARA A CIRCULARIDADE

O Cisutac é um novo consórcio que inclui entre os 27 membros a Euratex, Inditex, PVH, Decathlon, Lenzing, Oxfam e ReFashion, e que, cofundado com a UE, tem como objetivo identificar e eliminar os estrangulamen tos que dificultam a circularidade no sector do vestuá rio. Com foco na moda sustentável, o trabalho inicial recairá sobre as questões técnicas, sectoriais e socioe conómicas onde serão desenvolvidos projetos-piloto no sentido da reparação e desmontagem de produtos, da separação entre produtos recicláveis e reutilizáveis, a reciclagem de fibra em fibra, bem como o desenho cir cular. A Euratex, líder do projeto Rehubs, fará a ligação com outros projetos e iniciativas.

AS CARNES VÃO SER FONTE DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA A TÊXTIL

O objetivo , explicou já o diretor-geral do CITEVE, é marcar “um novo ritmo de mudança e acelerar a cria ção de produtos de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos, em alternativa às matérias de base fóssil”. Feita esta manhã, a apresentação abriu o “Meat Meetings’22”, encontro promovido pelo TECMEAT, o congénere do CITEVE para o agroalimentar, igualmente instalado em Famalicão. Durante as apresentações da manhã, também Manuel Pintado, docente da Univer sidade Católica, apresentou o projeto R4Texteis, que trabalhou no desenvolvimento de têxteis sustentáveis com base na valorização de resíduos têxteis e agroa limentares. Foi deste projeto que nasceu já o tecido Tenowa, da Riopele, que foi reconhecido com o Prémio Inovação Cotec logo que foi lançado no mercado. Como sublinhou Braz Costa, o alimentar e o têxtil têm hoje desafios comuns, seja pelas exigências sustentáveis dos consumidores, pelas alterações dos hábitos de con sumo, pela nutrição personalizada e costumização da moda ou a exigência crescente de equilíbrio e bem-es tar. Ou seja, há uma caminho paralelo para ambos os sectores mesmo que, como brincou Braz Costa, “quanto melhor é o têxtil mais fraca se torna a carne”.

10,4 milhões

de euros, foi o volume de negócios da Sorema em 2021

DAVII E NOPIN ESTREARAM-SE EM PARIS

A moda portuguesa voltou aos holofotes de Paris, com as marcas Davii, Nopin e Susana Bettencourt a mostrarem as suas criações no âmbito da parceria entre o Portugal Fashion e o Tranoi, trade show oficial da Semana da Moda de Paris. Foi nos últimos dias de setembro que as marcas de roupa feminina Davii e Nopin estiveram em estreia absoluta na capital francesa, mais concretamente no Palais Brogniart.

T 14 Outubro 2022
O que faz? Confeção de vestuário feminino Início da atividade 2018 Exportações 100%, de forma indirecta Capacidade de produção 600 peças diárias Instalações Pavilhão com mais de 1.600m2 Plantel 65 colaboradores Faturação Fecho de contas deste ano aponta aos 1,5 milhões Riscas Sucessivas Travessa da Avenida São Gonçalo 36 4620-316 Macieira, Lousada
"Gostamos muito desta proximidade. Ter a produção próxima é uma vantagem"
Bruno Lopez Diretor Geral da Asturex
T 15 Outubro 2022 0 5 25 75 95 100 Anuncio T Jornal 235x279 mm ER 2019 segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019 10:53:52

A

FASHION FORWARD

Haverá no universo da Moda algo mais sustentável do que aquelas peças que tran sitam, estação após estação, saltando anos no armário e ultrapassando sem dó ten dências passageiras? Aque las que se tornam incontor náveis, as grandes aliadas de um guarda-roupa? Talvez haja, ou virá a haver, mas dificilmente nos ocorre al guma.

Geralmente cortadas em formas roubadas ao léxico do vestuário formal mascu lino - fatos calça, sobretu dos, camisas brancas e ca misolas de gola alta - talvez por este ter sido até aos dias de hoje, pelo menos, consi derado mais prático e prag mático, esta tendência tão intemporal quer-se retrata da em formas XL, amplas e confortáveis e executadas em matérias luxuosas. As lãs frias puras ou misturadas com fibras stretch imperam, e as texturas nobres das al pacas e mohair têm um re torno à Moda bem-vindo.

A opção recai em silhue tas minimalistas, de cor te simples e eficaz, onde a qualidade dos materiais na turais fala por si. Destaque dado a blazers e sobretudos maxi em alfaiataria irre preensível, calças de corte reto ou pata de elefante, e maxi-echarpes em cores es curas. A pormenorização das peças é feita com pespontos ou botões em contraste, ge ralmente em branco natu ral.

A sofisticação não termi na aqui, e temos como rema te final uma paleta de tons esverdeados desde o tropa até ao verde-garrafa, pas sando pelos khaki, mostar da e camel. As combinações querem-se em total look ou em tom sobre tom de cores, permitindo apenas aos aces sórios contrastes subtis de efeito luxuoso. t

OMC PREVÊ DESACELERAÇÃO ACENTUADA DO

COMÉRCIO MUNDIAL

PLUSA Organização Mundial do Comércio prevê que o tráfego de mercadorias manterá uma baixa taxa de crescimento em 2023, o que significará uma “desaceleração acentua da” do comércio global no próximo ano. Segundo o último relatório, os eco nomistas da organização preveem que os volumes do comércio mundial crescerão 3,5% em 2022, mas que para 2023 o aumento será de apenas 1%, sobretudo por efeito da guerra na Ucrânia.

ONLINE ATINGIRÁ 52% DAS VENDAS DE MODA EM 2028

Após o grande salto regis tado durante a pandemia o comércio nos canais online responderá por mais da metade das ven das, concretamente 52%, de vestuário e moda na Europa em 2028, segundo dados do Credit Suisse. Com um crescimento de 22% em 2018, antes dos efeitos da pandemia, de verá saltar para os 38% no final de 2023, significando isto que os 52% a que eventualmente chegarão as vendas online em 2028 resultam no aumento para mais do dobro das vendas há apenas quatro anos.

CRESCIMENTO DA CHINA ATRÁS DO RESTO DA ÁSIA

Pela primeira vez desde 1990, as projeções do Banco Mundial para o PIB da China, de apenas 2,8% para 2022, ficam atrás do crescimento do total da região do leste da Ásia e Pacífico, que asseguram uma expansão da ordem dos 5,3%. O Banco Mundial atribui a desaceleração económica da maior economia do mundo tanto à política Covid Zero, que provocou o confinamento, como à crise no mercado imobiliário.

T 16 Outubro 2022
T 17 Outubro 2022

SONAE

FUNDE NEGÓCIOS

DA ZIPPY E LOSAN

É no âmbito da reestruturação da área da moda – agora agrupada na Zeitreel – que a Sonae decidiu avançar com associação dos negócios das marcas Zippy e Losan na Península Ibérica, fundindo-os numa única marca. Em Portugal passa a ser apenas a Zippy, enquanto em Espanha sobrevive a Losan. Trata-se, no entanto, de uma reor denação meramente administrativa, já que ambas as marcas vão continuar a operar de forma independente.

VERTICALIDADE É A NOVA ESTRATÉGIA DA ACATEL

GUIMARÃES REINCIDE NO SETUP IN(DUSTRY)

Foi em ambiente de partilha e animação que encerrou a primeira edição do SetUp IN(dustry), o programa de Acele ração e Incubação Industrial promovido pelo Município de Guimarães. Com casa cheia no auditório principal do Ave park, onde se destacavam os representantes das empresas da comunidade Guimarães Marca, todos ficaram a conhecer as cinco ideias empreendedoras que chegaram à fase final do programa. Houve também lugar para uma mostra das startups instaladas nas incubadoras da Set.Up Guimarães. Depois do sucesso desta primeira edição, abriram as inscri ções para uma segunda vaga.

COMPETE AVANÇA COM APOIOS DE 30 MILHÕES

Mesmo não estando ainda fechado o quadro e apoios do Portugal 2030, o COMPETE avan çou desde já com um projeto de 30 milhões para apoio a ações de internacionalização. O primeiro aviso do concurso foi lançado na primeira semana de Outubro, depois de a no vidade ter sido anunciada pela representante do COMPETE durante o evento de celebra ção dos 30 anos da Selectiva Moda e 60 edi ções do MODTISSIMO.

Apoios que Ana Lemos Gomes fez ques tão de anunciar perante os muitos repre sentantes das empresas têxteis presentes na festa, depois de se ter destacado “os números impressionantes com que a Selectiva Moda nos tem habituado, sempre com iniciativas de muito sucesso”. Por isso, “não é preciso di zer que contamos convosco, porque sabemos que vamos ter o vosso envolvimento e empe nho e que vai ser um sucesso”.

Outrora uma empresa de serviços, a Acatel quer ter em mãos toda a cadeia de valor que só a verticalidade da pro dução viabiliza, quer em termos in dustriais quer das margens do negó cio. “É toda uma nova estratégia que está em curso, estamos a desenvolver coleções, a desenvolver produto”, disse Susana Serrano ao T Jornal.

Com foco na sustentabilidade e na circularidade do produto, a Acatel tem apostado nos recursos naturais como matéria-prima – como são o

exemplo dos que recorrem às cascas de banana e de ananás – só possível através de um investimento impor tante em termos de investigação e desenvolvimento. Mas também em termos da área industrial: “acabámos de investir cerca de 1,2 milhões de eu ros numa caldeira de biomassa” que permitirá à empresa um novo posicio namento num segmento, o da ener gia, que é a principal dor de cabeça da indústria.

Num contexto de fortes desafios

internacionais, Susana Serrano an tecipa que a Acatel poderá, no final de 2022, atingir o mesmo nível de volume de negócios do ano anterior: cerca de 15 milhões de euros. No gru po Impetus, de que a Acatel faz parte, responde por cerca de 14% do total da faturação. Diretamente, a exposição da empresa às exportações era da or dem dos 15% em 2021, mas Susana Serrano está convencida que a mar gem poderá ir até aos 20% no final deste exercício. t

FASHION FILM FESTIVAL LANÇA OLHAR SOBRE O MEDITERRÂNEO

A levantar já grandes expecta tivas, a nona edição do Fashion Film Festival, novamente com palco em Guimarães, tem como mote ‘Show us your point of view’ e ruma já em velocidade de cruzeiro, depois de encerrado o período de inscrições.

Num festival que a ligação en tre a moda e os audiovisuais e a cada ano mais surpreendente, esta 9ª edição procura perspeti vas únicas, juntando uma novi

dade às habituais categorias de Filmes de Moda Internacionais, Autor Independente, Alive Mo bile, Marca e Têxteis Técnicos e Têxteis-lar. A nova categoria - Mediterrâneo, Essência e Tra dição - pretende conhecer histó rias inspiradas no Mediterrâneo, nos seus valores e cultura (ves tuário, artesanato, sentimentos e lifestyle).

Outra novidade é a parceria entre o Fashion Film Festival

Iberia, a IPSA RATIO S.L. e o Museo Automovilístico y de la Moda, que dará origem a uma segunda avaliação fora de Portu gal. A decorrer desde 2014 com um conceito simples, “colocar em relevo o filme de moda como linguagem audiovisual privile giada para promover e difundir o trabalho de criadores da indús tria da moda e do audiovisual”, o Fashion Film Festival é o único do seu género em Portugal.t

A representante do COMPETE fez ainda questão de frisar a importância e dinamismo que o sector têxtil vem demonstrando, com peso crescente nas exportações. “A ITV tem um peso ímpar na nossa economia, porque tem conseguido evoluir e adaptar-se para vencer. É hoje sinónimo qualidade, valor acrescentado, design e inovação”, afirmou.

Já quanto aos projetos financiados pelo COMPETE, quis destacar também a mais valia que representam para as exportações aquele que são apresentados de forma con junta. “Os projetos conjuntos, desenvolvidos por vários parceiros, têm tido mais sucesso, são melhor sucedidos que os projetos indivi duais”, vincou Ana Lemos Gomes. t

T 18 Outubro 2022
"O têxtil português beneficia do facto de ter uma indústria praticamente vertical"
Tobias Gröber Diretor da ISPO
T 19 Outubro 2022 EVENTOS EXPOSIÇÕES CONGRESSOS FEIRAS STANDS 35 anos de experiência em montagem de eventos e exposições: ELEVE O SEU NEGÓCIO EM QUALQUER PARTE DO MUNDO ZONA NORTE +351 253 233 000 comercial@spormex.pt ZONA SUL +351 218 942 148 comercial.lx@spormex.pt events & exhibition s ww w.globalt endas.com +351 253 233 020 info@globaltendas.com TENDAS PALCOS ESTRADOS MOBILIÁRIO ACESSÓRIOS
T 20 Outubro 2022 “É MAIS FÁCIL VENDER UMAS CALÇAS A 300 E TAL DO QUE A 80 EUROS” FOTO: RUI APOLINÁRIO

nENTREVISTA

Miguel Silva

Aos 37 anos, o fundador e diretor criativo da RedHouse já deixou a sua marca no universo da moda e do têxtil português.

Com um conceito de exagero de luxo, as suas calças ostensivamente rotas e manchadas com tinta são vendidas a preços nunca antes imaginados e usadas por famosos e figuras públicas em todo o mundo. Miguel Silva é uma espécie de outsider, que corre em pista própria e que a partir de Portugal quer afirmar a sua marca no circuito do luxo da moda internacional.

objetivo de Miguel Silva não é vender e fazer mais, é afirmar a RedHouse como conceito de luxo para poder depois fazer aquilo que lhe apetecer a nível criativo.

Como explica o sucesso e a rápida notoriedade inter nacional da RedHouse num mercado tão específico e de alto valor acrescentado?

Foi sempre um bocado degrau a degrau, começamos por fazer um produto não normal, que na altura não existia. O nosso principal produto, que são as calças de ganga, comecei por criar apenas para mim. Como não encontrava calças de que gostasse, comecei a criá-las e à medida que as usava as pessoas vinham perguntar onde podiam comprar. Foi um pouco viral. Do mesmo modo com a expor tação, foi um bocado andar atrás. Recebemos primeiro um contacto de uma cadeia de lojas da Suíça, metemo-nos no avião e fomos lá falar com eles. Não tivemos quaisquer apoios ou incentivos.

E como surgiu esse contac to da Suíça?

Foi alguém que terá ido a uma das lojas perguntar pela nossa marca, nessa altura já tínha mos alguma notoriedade em Portugal. Foi o nosso início de exportação e com isso começa mos a ter algum fluxo de caixa e a procurar distribuidores em todo o lado.

Mas a marca ganhou rapi damente notoriedade em Portugal, como é que isso aconteceu?

Se eu agora pensar é estranho, normalmente não penso nisso, mas foi um conjunto de coisas, essencialmente a explosão do

oFacebook na altura. Ou seja, se tivesse iniciado o negócio três ou quatro anos antes, não tinha resultado. Foi naquela altura em que explodiu o Facebook, ainda não havia Instagram. Foi uma mistura de sorte com trabalho, tínhamos uma boa ideia de fo tografia e conteúdo e fazíamos uma coisa que ninguém fazia. Coincidiu com uma fase em que as pessoas começaram a sair mais à noite a expor-se no Face book, a ter gosto na forma e no estilo com que se vestiam, o que até aí não acontecia, principal mente com os homens.

O fluir de uma cultura alter nativa…

Não era cultura alternativa. Não havia antes a cultura de comprar roupa para postar nas redes sociais, isso não existia. Hoje em dia as pessoas gostam de quase todos os dias comprar roupa nova, postar nas redes sociais, e com isso a nossa marca começou a subir a qualidade, a subir os preços e o estatuto. Os jogadores [de futebol] a procurar-nos porque tínhamos uma roupa diferente, que não existia.

O que é que procurou que desse essa diferença, eram os tecidos, o design, o que foi?

Essencialmente a vestibilidade e o design, fundamentalmente era isso.

E qual era o modelo que procurava e que não existia no mercado?

Toda a gente vestia o mesmo, era tudo padronizado. Lem bro-me que quando Cristiano Ronaldo foi para o Manchester fez uma campanha para a Pepe Jeans com umas calças rotas.

Creio que foi a primeira marca a fazer calças rotas, e foi um sucesso mas na coleção seguinte deixou de se fazer. Foi um click para mim, gostei tanto daquilo que depois por mais que procu rasse não encontrava em lado nenhum. Havia um ou outro pormenor, mas não aquela coisa de destruir tudo, de pintar a calças, meter picos...

Fora da caixa e por conta própria. Esta são os princípios em que parece assentar o rá pido sucesso e reconhecimento internacional da marca criada por Miguel Silva. Sozinho, sem apoios, mentores, consultores, planos de marketing ou inves timento, avançou com as suas ideias criativas e fora da caixa e em pouco tempo viu com pensada a sua ousadias com a procura e reconhecimento internacional da marca. Reconhece que foi muito por intuição, movido por uma vontade pessoal que come çou a fazer um produto que não encontrava no mercado. Soube, por isso, ler o mundo e identificar uma necessidade no contexto de moda e o universo recompensou-o com o advento do Facebook e do Instagram, que tornaram viral o seu mode lo de calças exageradamente rotas e manchadas com tintas. Apesar do sucesso da marca e do assédio para grandes negócios que inevitavelmente orientariam a RedHouse para a produção em série, Miguel resiste aos cantos de sereia e mantém-se fora da caixa. Quer continuar fiel às suas ideias e a correr em pista própria, tendo como meta a afirmação da marca no universo do luxo extravagante. Ou exagero de luxo, como gosta de descrever.

O pintar as calças foi uma inovação da RedHouse, ou já havia alguém a fazer isso?

Já devia ter havido algo do género, só que não da mesma maneira que nós fizemos as cores.

Explique lá então essa diferença…

Há calças que nós pintamos quase completamente, pare cem daquelas de quem anda nas obras. É, como hei-de dizer, um exagero de luxo. Fazemos coisas exageradas mas que remos ter sempre a melhor qualidade possível, desde que começamos. E cada vez temos melhor qualidade, vamos aprendendo mais, estão sempre a aparecer coisas novas. Mas há coisas que não me lembro de ver noutras marcas, como calças cheias de tinta, com picos, com trabalhos de patch como nós fazemos. Tudo junto, não há.

E como chega a essas soluções?

Vou ser sincero, no início era aquilo que eu gostava de vestir. Hoje em dia é uma mistura de gosto pessoal e daquilo que as pessoas querem.

No fundo, o vosso é um mercado de luxo. Isso resulta do conceito ou da qualidade dos materiais? É semi-luxo, luxo são as marcas grandes. A qualidade é funda mental e conseguimos ter pre ços de vendas que nos permite ir sempre ao melhor. Compra mos as gangas no melhor sítio do mundo, numa empresa em Itália, onde nem as melhores marcas compram porque é muito caro. A gama premium dessa fábrica somos só nós e outra marca a comprar.

É assim desde o início, ou foram percebendo que quanto mais qualificado era o produto melhor vendia?

Quando começamos vendía mos as calças a 80 euros, e eu já achava caro, mas fomos

percebendo que se fizermos um produto melhor, com mais qualidade e com mais coisas, há sempre cliente para ele. É mais fácil vender umas calças a 300 e tal euros do que a 80. A 80 há muita concorrência, e uma pessoa não olha para uma calça a 80 euros como olha para a de 300, não é a mesma coisa. Não pode ter a mesma qualidade, só o processo de lavagem nas nos sas calças custa quase 50 euros. Temos uma área na lavandaria com pessoas a trabalhar à mão, a dar tinta a fazer bigodes, é tudo manual.

E com as tintas é o mesmo processo?

É tudo à mão, tudo manual. É por isso que nenhuma calça é igual à outra, umas têm mais tinta, noutras está noutro sítio, cada peça é única.

Muitos dos vossos clien tes são figuras mundiais, desportistas de topo, pilotos de Fórmula 1, como chegaram a esse tipo de mercado?

É um mercado que, na minha ótica, na altura não existia. Nós não pensamos a curto prazo, se o fizéssemos tínhamos outra mentalidade no segmento onde estamos inseridos. Desde o início que tentamos procurar um mercado que não existe, não podíamos concorrer com marcas consagradas como Pepe Jeans ou Kenzo Paris. Olhamos para um mercado entre os cento e tal, duzentos euros e as marcas que vendem a 800, quisemos entrar a meio do seg mento. Porque eu olhava para tudo e não existia, não existia um segmento intermédio.

E como alcançaram esses clientes, ou como é que eles chegaram à RedHouse?

Normalmente olha-se para os futebolistas como uns deuses, mas eles também são miúdos, gente normal. Conheço e dou-me bem com muita gente, vão-se conhecendo pessoas, e eles também querem aparecer, participar nos grupos. Nos casos dos jogadores mais importan

T 21 Outubro 2022
"Procuramos um mercado que não existia, não podíamos concorrer com marcas consagradas"

Hamilton, Messi e Neymar como clientes

Do futebol à Fórmula 1, são muitos e de varias áreas os famosos que se orgulham de vestir os modelos da RedHouse. Sobretudo as calças, mas também blusões, hoodies, t-shirts, camisas e bonés que afirmam a identida de da marca. Com o crescimento e disseminação internacional, hoje já não é possível à marca dar conta de quantas figuras públicas mostram a vaidade em vestir a marca portuguesa, mas bastará uma breve passagem pelas suas redes para ver o rol de famosos, sobretudo futebolistas, que são fãs incon dicionais RedHouse.

tes, do Messi ou do Neymar, isso foi através de um parceiro de negócios que os conhecia. Levou os nossos produtos, eles adoraram, começaram a pedir mais. Mas os casos são muito diferentes, há os que vêm falar connosco, através do Instagram, ou os que simples mente compram no site. Cada caso é diferente, depois há também aqueles que chegam ao balneário e os colegas vêm e perguntam onde comprou. Por exemplo, no Lille estava o Cheka, o Renato Sanches e o Rafael Leão, o Cheka foi o primeiro mas depois já todo o balneário nos comprava.

Mas entretanto já chega ram à Fórmula 1, o Lewis Hamilton usa as vossas calças…

Há muita gente que se calhar usa e nós não conseguimos ver. No início andávamos sempre à procura disso, lembro-me das primeiras vezes que o Messi começou a usar, mas se a pessoa não postar nós não consegui mos saber. Há muitos jogadores do Porto que as pessoas me vêm dizer que usam, mas já não conseguimos saber.

Falando agora do negócio, têm uma lógica de coleções, como aparecem os produ tos no mercado?

Há sempre uma lógica de fazer primavera/verão e outono/in verno, mas no nosso mercado já não há aquela coisa dos timings para isso acontecer. Fazemos calças, T-shirts, sweats, mas também casacos, às vezes, calçado, chapéus, meias, cintos, fazemos já muita coisa. Temos agora também coisas de verão, toalhas, calções, mas a ideia da qui para a frente é mais ter um brand concept. Produtos para dar imagem à marca, mesmo que nem sequer se vendam.

Como assim?

Coisas que envolvam um con ceito de luxo. Imagine-se um conjunto de loiça, um chapéu, a associação a uma marca de carros ou um Rolex com a marca RedHouse. Nem que se faça só

um e nem se venda. O objetivo é encontrar parceiros para fazer isso, para que a marca seja cada vez mais visualizada em cada vez mais sectores e projetar uma imagem de luxo, porque é assim que cresce o luxo. O objetivo não é fazer mais pro dutos ou vendê-los, é afirmar a RedHouse como conceito de luxo, fazemos vestuário e nem queremos entrar por outro patamar, mas que tudo o que nós fizermos esteja rodeado de luxo.

Entre vendas diretas online e colocação em lojas, qual é a proporção nas vendas?

Muito maior nas lojas. Também vendemos bem online e não vendemos mais porque muitas vezes as coisas esgotam. Mas antes de vendermos online as coisas estão já há algum tempo nos distribuidores, as lojas com pram dois ou três meses antes.

Em quantos mercados está hoje implantada a RedHou se?

Não tenho ao certo, mas serão mais de 30 países um pouco por todo o mundo.

Estiveram recentemente na Magic Las Vegas e foram logo premiados pelo con ceito e marca inovadora, o que vos levou até aos EUA?

Foi um desafio de pessoas amigas e fomos experimentar, até porque é um mercado onde ainda não estamos. Nunca andamos muito atrás de feiras e exposições, até porque nos ocupam muito tempo e não temos stock para entrar em novos mercados. É tudo um bocado passo a passo para não falharmos com ninguém.

O facto de ser feito em Por

tugal tem sido importante para a afirmação da Marca?

Os distribuidores gostam, é ga rantia de qualidade e além disso agora quase todas as marcas de luxo fazem cá as coisas. As pes soas gostam que seja português, a qualidade do produto portu guês é muito boa e reconhecida em todo o mundo.

Como é o processo de produção?

Com exceção da ganga, o resto da matéria-prima fazemos em Portugal, modelamos, corta mos e confecionamos. Depois vai tudo para a lavandaria e delegamos também alguns aca bamentos, como meter botões. Mas o objetivo é dominar cada vez mais todo o processo, até porque tudo isto tem um pouco de segredo e a experiência é também muito importante.

Têm confeção própria? Sim, montamos uma confeção, temos cada vez mais pessoas a trabalhar e queremos em breve concentrar todo o processo. Precisamos cada vez mais, até para garantir que não falha mos nos prazos. Não é só por uma questão de negócio, mas também para controlar todo o processo.

Em termos de marca qual é a sua ambição?

Não sei, para ser sincero. O que eu queria era que isto crescesse para um nível em que eu tenha a maior liberdade do mundo para fazer o que quero, chegar a um ponto em que tenha uma notoriedade grande e eu possa fazer aquilo que me apetecer a nível criativo.

Para terminar, qual é ori gem ou foi a ideia do nome da marca?

Está relacionado com um gran de amigo meu que faleceu em 2012 num acidente de carro, um episódio muito chato. Chamá vamos-lhe “red”, por ser muito corado, vermelho, e quando comecei trabalhar nisto pensei que esta podia ser também a casa dele, daí RedHouse, como uma espécie de homenagem.t

As perguntas de

Cândido Freitas Sócio-gerente JSB Inovação Têxtil, Ldª

Quais os maiores desafios para lançar uma marca como a sua a partir de Portugal?

Uma das grandes dificuldades foi ter que andar a chatear as pessoas nas lojas, a bater às portas em todo o lado e tentar impingir-lhes o produto. Deveríamos ter uma feira de multimarcas, onde as marcas se apresentassem às lojas e distribuidores.

Que dificuldades/obstá culos tem encontrado a RedHouse na sua afirmação internacional?

Encontrar os distribuido res certos é mesmo muito complicado. Além disso, a falta de visibilidade, e quem podia dar visibilidade, que são os grandes sites como a Farfetch, não estão a dar. E são eles que nos podem dar visibilidade para todo o mun do. O processo é através das lojas, que fazem o produto subir para a Farfetch, mas por alguma razão isso ainda não se concretizou. Mas vai chegar a altura.t

Numa marca com a sofisti cação e características da RedHouse que importância/ influência podem ter os consumidores na evolução dos produtos?

Às vezes penso que são as pes soas que ditam as tendências, mas outras já acho que não é bem assim. Nem sei, mas hoje em dia o público é cada vez mais influenciador, há muitos miúdos que influenciam outros no Instagram, muitos mesmo. Mas tento não ligar muito, porque o que o público está mesmo à espera é que o surpreendam, de coisas dife rentes, o efeito surpresa de que não estavam à espera.

Por onde perspetiva que possa avançar a RedHouse em termos de inovação e customização?

Acho que está tudo interliga do. O facto de crescermos e chegarmos a certos sítios vai ter que ver com a capacidade de inovação e diferenciação, mas depende também dos nossos fornecedores. Sozi nho não posso chegar a uma fábrica e dizer que quero uma malha com estas e estas carac terísticas, é um processo mais alargado. t

T 22 Outubro 2022
Vasco Pizarro Diretor de Marketing Lavandaria
"Nenhuma calça da RedHouse é igual à outra, cada peça é única"
T 23 Outubro 2022 NEGÓCIO SEGURANÇA SAÚDE RENTABILIDADE ► auditoria
técnica ► diagnóstico
de
necessidades
 ► implementação
de
procedimentos
Safety
&
Security A é
o
seu
aliado
estratégico
para
fazer
face
à
nova W Wise HS Protection realidade
da
segurança
e
saúde
do
mercado
global Foque‑se
no
seu
core
business,
nós
focámo‑nos
nas
novas
diretrizes
de
saúde e
segurança,
ajudando‑o
a
rentabilizar
ainda
mais
o
seu
negócio A Wise
HS
Protection
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Planos
de
Contingência
para
eventos,num
serviço i n t e g r a d o C h a v e n a M ã o , q u e c u m p r e a s N o r m a s d a D G S , c o m acompanhamento
permanente
em:

5 PERGUNTAS A BETTINA BÄR

“PORTUGAL SEMPRE SE DESTACOU PELA

ALTA QUALIDADE TÊXTIL E DESIGN DIFERENCIADO”

Tendo assumido recentemente a responsabilidade pela área de têxteis-lar da Heimtextil, Bettina Bär aposta nas áreas que assumem uma posição cada vez mais relevante no negócio têxtil e mostra-se satisfeita pela numerosa presença de produtores portugueses na próxima edição.

de 2023, para incluir exposi tores totalmente comprome tidos com a sustentabilidade

Mendes Herd, Inup Têxteis e Têxteis Colmaco.

1Após a edição especial de verão, quais são as ex pectativas para a próxima Heimtextil?

A Heimtextil Summer Spe cial foi única e foi a nossa resposta ao desejo do sector de recuperar os encontros presenciais após dois anos de pandemia. A indústria claramente quer a feira em janeiro, porque corresponde aos ritmos de inovação e de encomendas do têxtil-lar e é também o momento ideal para apresentar as últimas coleções. A próxima Heim textil, de 10 a 13 de janeiro, significa que estamos a recomeçar a todo o vapor e a resposta dos expositores está a ser também muito boa, temos já cerca de 2.200 inscrições de 50 países. Do lado dos visitantes, também estamos a expandir ainda mais os nossos grupos-alvo, ao mesmo tempo que desen volvemos novos formatos e aprimoramos os destaques existentes. Também a Green Village será ampliada a partir

2A Heimtextil é a feira de têxteis-lar mais impor tante para os fabricantes portugueses. Que valor acrescentado levam para a exposição?

Portugal sempre se destacou pela alta qualidade têxtil, design diferenciado e tradi ção artesanal. É por isso que estamos ainda mais satisfei tos por poder ter 40 produ tores portugueses de alta qualidade no hall 12.1 Bed & Bath Private Label.

O piso inferior 12.0 Bed & Bath, com foco em marcas, mostra também este ano uma internacionalização mais forte, entre outros graças aos expositores por tugueses Sorema ou Fran cisco Vaz da Costa Marques, Filhos & Co. E no grupo de produtos Beautiful Living –também no hall 12.0 – damos também as boas-vindas às empresas Narciso Pereira

Mas as marcas portuguesas estão também a enriquecer a gama no segmento de têx teis-lar incluindo especia listas em têxteis funcionais. Por exemplo, a Elastron voltará a apresentar os seus produtos inovadores de es tofos para áreas de contract, decorativas e exteriores. Da mos também as boas-vindas à Endutex com novidades em pele artificial e outros têxteis técnicos para o sector de contract. Ainda a Montei ro Ribas, com a sua experiên cia em tecidos revestidos, que complementa também o portfolio português de alta qualidade na próxima Heimtextil.

resposta ao crescimento do mercado e da inovação de têxteis funcionais no sector dos têxteis-lar. No entanto, esta não é uma área com um conceito específico. Afinal, a gama de inovações no campo dos têxteis fun cionais estende-se por todos os segmentos de produtos da Heimtexti. Através da pesquisa de expositores, em todos os grupos de produ tos os compradores podem procurar fornecedores de têxteis funcionais com propriedades específicas. Também na feira, todos os fabricantes e fornecedores de têxteis funcionais esta rão devidamente assinala dos.

independência distingue os Green Tours e acrescenta uma importante perspetiva externa, permitindo um diálogo aprofundado entre visitantes, expositores e especialistas. Também para evitar a questão do green washing, deliberadamente não queremos permitir reservas ou inscrições. Mas isso significa que os expo sitores selecionados corres pondam aos mais elevados critérios.

3Vão ter uma área espe cial dedicada a interiores, arquitetura e hospitalidade. Mas há muitos expositores noutros pavilhões que tam bém têm negócios nessas áreas, como serão encon trados por esses clientes?

Há de facto um grupo de expositores Interior.Archi tectura.Hospitalidade e um programa com visitas guia das, palestras, uma bibliote ca têxtil e muito networking no Hall 4.0. Esta é a nossa

4O que são os Green Tou rs? Os expositores podem optar por serem incluídos nesses circuitos?

Os Green Tours de uma hora põem visitantes profissio nais em contacto com ex positores selecionados e os mais recentes desenvolvi mentos têxteis no segmen to verde. Os passeios são conduzidos por um especia lista externo e a seleção dos expositores também é feita de forma independente por esse especialista. Esta

5Qual a importância da Biblioteca de Materiais do Futuro?

Com curadoria da futu ra agência FranklinTill, a Future Materials Library é a nossa coleção internacional de inovações em materiais para interiores. Apresenta designers radicais, fabrican tes inovadores e produtores ambientalmente conscien tes que estão a transformar o atual sistema linear de produção e consumo num modelo circular. Os têxteis e materiais de interior em exposição são uma mistura de produtos comercialmente viáveis e desenvolvimen tos em estágio inicial. Aqui nosso objetivo é também transmitir conhecimento.

T 24 Outubro 2022
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Mas para aprofundar estes temas, em prol dos benefícios para a sua marca, contate-nos: nomore.pt

Há mais de 17 anos a falar destas e de outras coisas.

T 25 Outubro 2022 G N I S I D A
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D E L D N A C L I P P I N G D M U L F M Z Z X M M R R A I E A R F O N H Z U K H E A V Y U S E R B P K E V V N I M K M G Q H O A I E S R G T D V C J R A O N I L G M E I R O I S C Y I X M G Z I E W O P I C F E A F V P N N E T S B T H N E E H Q C A G N D E T Z S W Q Q R T G T I N K E I S J D F Y S D E C C F O V S Q T B E O P B P J H A E I D I R U Z L M E L I B M G R A P N L C R O I H S U G U A U P E I H I A N J K C V V B S 2 J M I Q H E A H E S R G T N V T I G E O O I L M A S B U O L L N F Q L O N J E K A T P G Q J A Z P Y O I N Ã I H I B R A I N S T O R M M C L A R T E F I N A L T A R G E T O P O F M I N D D O A L L T Y P E R U I E E S T R A T É G I A D E C O M U N I C A Ç Ã O A T S Y P Ú B L I C O A L V O M R S F R Z X O X Q S E A E V E N T O S Q Z H L C Y L A P L Z F J T H G Q J M
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Todos sabemos umas coisas.

DE PORTA ABERTA

A tendência cor-de-rosa que é também uma marca

Vocacionada para o universo feminino e com um nome representativo da envolvên cia da loja, a The Pink Punch (“pancada” cor -de-rosa) chama à atenção de quem por lá passa pelo seu espaço amplo, as suas pare des cor-de-rosa e as peças coloridas, cuida dosamente dispostas pelos vários cabides.

Quem aqui entra tudo encontra, seja jovem ou adulta: vestidos, calções, calças, camisas, quimonos, acessórios e até roupa de banho em tempo de calor. “Sou fiel ao que gosto, vendo apenas aquilo com que me identifique, embo ra com o tempo tenha adequado o meu esti lo ao das minhas clientes”, começa por dizer Bárbara Santos, criadora da marca The Pink Punch e gestora da loja com o mesmo nome.

“No verão as nossas peças seguem um es tilo boho chic, lançamos inclusive em julho a nossa Amalfi Coast Collection”, explica. Uma cápsula fresca, com uma paleta de cores que oscila entre o azulão, amarelo e branco. “Pro curo seguir algumas tendências. Neste verão a peça com mais saída foi os conjuntos de li nho; já no inverno opto por peças mais mini malistas e intemporais”, relata a empresária.

Para além de etiqueta própria, a loja tem ainda peças de designers locais: “A Mareia é de uma jovem designer trofense, e temos ain

da a Asas, que pertence a uma senhora de Fa malicão que utiliza excedentes têxteis para fazer as suas peças, trazendo aqui também a questão da sustentabilidade. Colaboramos ainda com duas marcas nacionais de aces sórios/bijutaria”, explica Bárbara Santos.

Depois de três anos no online, que conciliou com os seus estudos em Jornalismo de Moda em Inglaterra, o sonho de Bárbara ganhou for ma física em 2021, num espaço junto à estação de comboios da Trofa. Aqui chegam novidades frescas duas vezes por semana, que rapidamen te desaparecem: “o projeto está a corresponder às minhas melhores expectativas. O online com um crescimento mais rápido e orgânico, com vendas para a França, Alemanha, Cana dá e Reino Unido, e a loja com um crescimen to mais lento, também devido à localização”.

Uma coisa é certa, quem entra na The Pink Pun ch pode esperar um atendimento personalizado ao máximo. A loja disponibiliza também servi ços de consultoria de imagem para as clientes que desejem um acompanhamento mais próximo.

Nos planos para o futuro está a aber tura de uma outra loja na região Centro e a criação de uma coleção desenhada pela própria Bárbara Santos. Dois passos que já estiveram mais longe de acontecer. t

MÖM(E) ARRECADA O OURO NOS JUNIOR DESIGN AWARDS

A marca portuguesa Möm(e) acaba de ganhar o ‘Gold Award’ dos Junior Design Awards 2022, com a sua coleção ‘cons.ciência’, na categoria de Best Eco Children’s Fashion Brand. Depois de duas edições que resultaram na obtenção dos prémios de bronze e prata, a marca de moda infantil sobe agora até ao primeiro lugar do pódio.

“LE CLUB EVOLUTION” LACOSTE CHEGA A PORTUGAL

A Lacoste abriu em Portugal a sua primeira loja “Le Club Evolution”. Está no Centro Comercial Norteshopping e tem uma zona especial mente dedicada ao públi co feminino e à coleção fashion-sport. A novidade acompanha uma total reno vação da imagem do espaço da Lacoste. A loja – que exis te já desde 2009 – duplicou agora a sua área, para 185 m2, representando o reforço da aposta da marca no mer cado português.

EMPODERAR E INCLUIR É O LEMA DA INTIMISSIMI

Para todas as formas, gostos e estilos. A cole ção outono-inverno da Intimissimi está focada na sensualidade consciente, novamente orientada para o empoderamento feminino e a inclusão. Mas também para a redução do impacto ambiental, feita com fio de poliamida 100% reciclável e produzida com a reutilização da água. O fio potencia suavidade, conforto e elasticidade, de forma a ser adaptável a ta manhos de copas maiores.

100milhões

de euros para apoio à formação, com as grandes empresas também elegíveis

TECIDOS PORTUGUESES BRILHAM EM ATENAS

Os tecidos portugueses estiveram no centro das aten ções no desfile Portuguese Sustainable Fashion by Greek Emerging Designers, que teve lugar a 21 de setembro na Residência Oficial de Portugal em Atenas. Os coordenados foram apresentados por 20 estudantes da escola de moda Athens Fashion Club, que usaram tecidos sustentáveis e reciclados fornecidos por empresas portuguesas. Os me dia gregos derem amplo eco da iniciativa, com destaque para a reportagem da ERT, a televisão estatal helénica.

T 26 Outubro 2022
Ano de abertura 2021 (com loja online desde 2018) Produtos Vestidos, conjuntos, quimonos, camisas, biquínis e acessórios Público-alvo Sem idades, mas mais procurada por uma faixa etária jovem, entre os 18-25 anos Loja Online thepinkpunch.com/ The Pink Punch Rua João Paulo II, 4785-379 Trofa
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"A TMG Automotive tem mais de 50 patentes registadas, todos os dias se pensa em inovação"
Isabel Furtado CEO da TMG Automotive

[CASSIANO FERRAZ]

www.cassianoferraz.com

T 27 Outubro 2022
PHOTOGRAPHY FASHION / ADVERTISING

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MEU PRODUTO

Poncho I22OLED Desenvolvido pela Adalberto

Um poncho que abre as portas ao metaverso

A sede de inovar moveu a Adalberto para a criação de um poncho confortável, ideal para a prática de des portos exteriores, e também para ser usado em am bientes metaverso e jogos, uma vez que tem um NFT associado que permite a sua utilização numa versão 3D para o mundo digital. Chama-se Poncho I22OLED e conta ainda com detalhes tecnológicos. A apresenta ção ao público tem-se mostrado um sucesso, foi inclu sive selecionado para finalista dos iTechStyle Awards.

“O Poncho I22OLED é constituído por têxteis téc nicos termocolados que lhe conferem uma densidade, cair e aspeto únicos”, introduz Hugo Miranda, diretor de inovação, desenvolvimento e design da Adalberto. Entre as características deste produto contam-se: pro teção UV, repelência, print interior estampado desen volvido exclusivamente por inteligência artificial e machine learning, desenvolvidos na própria empresa.

“Apesar destas características que, por si só, já o diferenciam, há um detalhe tecnológico que torna este poncho realmente único: o sistema de ilumi nação com OLED, totalmente flexível, lavável, de senvolvido com eletrónica impressa, apresentando uma espessura de menos de 1mm”, explica Hugo Miranda. “A sua utilização é versátil, serve moda e desporto, acima de tudo de forma confortável – o utilizador não terá qualquer desconforto com baterias e/ou outros dispositivos electrónicos”.

O poncho conta ainda com uma compo nente sustentável associada: é feito com po liéster reciclado, algodão orgânico e elasta no. “O seu desenvolvimento em 3D permitiu

simular o protótipo físico evitando desperdícios de ma téria-prima, recursos naturais e tempo”, acrescenta.

Esta é uma criação totalmente preparada para a Web 3.0: “com o QR Code, NFC e RFID garan timos a autenticidade do produto ao seu utiliza dor, bem como permite o acesso a toda a rastrea bilidade do produto, desde a sua origem até aos consumos energéticos ao longo do processo”, re força Hugo Miranda. Este sistema de rastreabili dade AD.Trace foi desenvolvido dentro de portas.

Apesar da complexidade associada, a Adal berto diz ter sido rápida a sua execução. “Apenas algumas semanas foram necessárias para con cluir o projeto, uma vez que juntámos vários projetos e tecnologias em desenvolvimento”.

A primeira fase foi a definição do que seria o pro duto, depois o projeto dividiu-se em vários pontos paralelos: “desenvolvimento do print, design 3D do produto, garantir toda a informação para a ras treabilidade, desenvolvimento digital e mint na Blockchain, desenvolvimento dos sistemas electró nicos, preparação dos têxteis, ultimação e confeção”.

O Poncho I22OLED está já a ser apresentado ao mercado “com clientes interessados em implementar parte da tecnologia nas próximas coleções”, garante Hugo, integrando o produto na categoria atheleisure e olhando os jovens como o principal público-alvo.

Com o feedback “extremamente posi tivo” no Modtissimo 60, o projeto prome te continuar a dar cartas, surpreendendo pelo seu design arrojado e tecnologia associada.t

TECIDOS FROM PORTUGAL MARCAM PRESENÇA EM TÓQUIO

É um dos mais exigentes mercados mundiais mas onde os fabricantes portugueses de tecidos têm ganho crescente prota gonismo. Inovação e qualidade foram mais uma vez os trunfos com que a etiqueta From Portugal se apresentou em Tóquio, onde de 4 a 6 de Outubro teve lugar a Jitac. Ainda represen tadas pelos seus agentes locais por força dos condicionalismos da pandemia, foram nove as insígnias portuguesas presentes no Tokyo Metropolitan Industrial Trade Center: Albano Morga do, Burel Factory, Fitecom, Lemar, Otojal e Troficolor, às quais se juntam ainda a Adalberto, Paulo de Oliveira e Riopele.

preciso que na Europa o negócio têxtil seja free, mas também fair"

AICEP ORGANIZA PROGRAMA INTERNACIONALIZAR CLUSTER TÊXTIL

A AICEP, em parceria com o Cluster Têxtil e o CITEVE, está a organizar um programa de capacitação empresarial intitu lado ‘Programa Internacionalizar Cluster Têxtil: Tecnologia e Moda’. A iniciativa é composta por nove webinars, distri buídos entre os dias 10 de outubro e 10 de novembro, e decorre na plataforma de e-learning da Academia AICEP.“O objetivo é capacitar as empresas do têxtil para abordarem mercados de elevado potencial [como o Canadá, Estados Unidos e Japão] para o sector”, apresenta o site da AICEP.

EMP APRESENTOU EM LIVRO RESULTADOS DO PROJETO VEST

A Escola de Moda do Porto (EMP) apresentou o livro de resultados do VEST, um projeto colaborativo entre seis países europeus que teve como objetivo o estudo, disseminação e reforço do vestuário tradicional europeu nos séculos XVIII. No projeto VEST, que teve início em novembro de 2019, foram estudadas as vestimentas tradicionais masculinas, femininas, os materiais utilizados e o contexto sociocultural da época em todos os países envolvidos. Foi ainda feito um estudo comparativo destacando as semelhanças e diferenças entre as vestes utilizadas nos diferentes países parceiros.

é o número de artigos no catálogo de produção da A. Sampaio

MARIA GORDA QUER DAR COR AO INVERNO

“Let’s change the season” é o mote da nova coleção da marca infantil Maria Gorda denominada de ‘Unwinter’, focada na mudança, sobre o inesperado e sobre fazer tudo ao contrário do que está na regra. Exclusivamente confecio nada em Portugal, o objetivo é reinventar a estação através de tons vibrantes, como o amarelo, o cor-de-rosa e o azul.

T 28 Outubro 2022
O que é? Um poncho para a prática desportiva no exterior, o seu NFT permite também que seja utilizado no metaverso e jogos Principal Contributo Mostrar que é possível integrar um circuito electrónico com OLED no vestuário, algo que até agora não era compatível com a indústria têxtil Estado do projeto Concluído e em apresentação ao mercado
Mário Jorge Machado Presidente da ATP
60.000
T 29 Outubro 2022

CONHECIDOS OS VENCEDORES DO CONCURSO PFN

Foi durante a festa dos 30 anos da Associação Selec tiva Moda (ASM) e das 60 edições do MODTISSI MO que foram anunciados os vendedores e entre gues os prémios do concurso Jovens Criadores PFN - Portuguese Fashion News. Relativos às edições de 2021 e à primeira edição de 2022, os coordenados ti nham desfilado e sido presentes a júri no FSM Viseu Fashion, que teve lugar a 17 de setembro, integrado na Feira de São Mateus. Os primeiros classificados terão acesso a um desfile no espaço Bloom do Por tugal Fashion, a par de um prémio monetário.

Recorde-se que concurso Jovens Criadores PFN é uma iniciativa da ASM, criada com o objetivo de sensibilizar as empresas para atividade das escolas de moda e dos jovens designers, que cedem os ma teriais para a confeção das peças. O concurso serve também como estímulo à criatividade e promove um contacto mais direto dos estudantes com a rea lidade empresarial.

Lista de vencedores: Edição 2021:

Alunos com mais de dois anos de formação em design de moda

1– Ivan Huanga Garcia, da ESAD / Somelos

2 – Leonardo Moura, da FAUL / Sanmartin

3– Eduardo Bernandino, da ESAD / Idepa

4– Carolina Duran, da FAUL / LMA

Alunos com até dois anos de formação:

1– Andreia Ferreira, do centro de formação CE NATEX / Lurdes Sampaio

2– Juliana Mota, Vertice (tecidos Malhancide)

3– Maria Salgueiro, da LSD Porto / RDD

4– Frederico Gaudêncio, da Magestil / Tintex

Primeira edição 2022

Alunos com mais de dois anos de formação em design de moda:

1– Joaquim Trindade, da UBI / Troficolor

2– Luiz Renato Carvalho, do Modatex Lisboa / Envicorte

3– Mafalda Ferreira, da ESAD / Carvema

4– Laura Sousa, da FAUL / Somelos

Alunos até dois anos de ensino em design de moda:

1– Ingrid da Costa, da LSD Porto / João Pereira Guimarães

2– Raquel Costa, da Magestil / TEXSER Têxtil de Serzedelo

3– Maria Mestre, da Universidade Lusófona / Lurdes Sampaio

4– Diogo Ferraz, da Escola de Moda do Porto / Lemar t

COLTEC CRIA REVESTIMENTO QUE PERMITE IMPRESSÃO DIGITAL

Líder europeia na capacidade de termocolagem e laminação, a Coltec aposta na inovação como fator competitivo e diferencia dor. A mais recente novidade é um revestimento compatí vel com impressão digital cujo universo potencial se estende a vários sectores.Trata-se de um revestimento em substrato sin tético, maioritária

Tiago Goiana, comercial da empresa, explica que o novo produto “interessa como con sumível para fornecedores de serviços ou equipamentos de impressão para latex, UV ou

ecossolvente”.

O novo produto, que permite diversificar para clientes voca cionados para áreas como saúde, construção ou calçado, está já em fase de produção e desenvol vimento de amostras para dar a conhecer aos potenciais clientes.

Liderada por José Neves e ten do completado quatro décadas de existência, a Coltec concluiu no ano passado um investimen to de cerca de 5,5 milhões em novas instalações e maquinaria, que a projetam como líder euro peu na capacidade de termocola gem e laminação. Investimen

tos que abrangeram também na criação de um laboratório inter no, potenciando a entrada na área de produto cada vez mais técnicos.

Líder no fornecimento de serviços de laminação têxtil, colagens diretas e revestimento com termo adesivos e membra nas respiráveis e impermeáveis, a Coltec exporta cerca de 90% da produção – metade de forma indireta – para clientes que vão da área têxtil até à indústria au tomóvel, passando por saúde/ hospitalar, militar/segurança, vestuário e calçado. t

GIGANTES DA MODA ACUMULAM STOCK PARA SUPRIR FALHAS

No final do primeiro semestre deste ano, Inditex, H&M e Gap, os três maiores grupos de distribuição de moda do mundo, tinham um total de 11,2 mil milhões de euros em stock, cerca de 35% mais que no mesmo período de 2021, antecipando possíveis novas interrupções na cadeia de fornecimento. O maior aumento anual foi o da Inditex, que aumentou as mercadorias em armazém em 43,27%, para 3.672 milhões de euros em 31 de julho. O grupo garante que o stock corres ponde a uma antecipação no seu calendário de compras.

Made in Portugal é um cartão de visita que vale ouro nos têxteis-lar"

REINO UNIDO SUPORTA PARTE DA FATURA ENERGÉTICA DAS EMPRESAS

As empresas do Reino Unido contam com o suporte do governo para pagarem o aumento dos custos com ener gia: através do chamado sistema Desconto Máximo, são elegíveis os contratos a preço fixo com data posterior a 1 de abril de 2022 e aqueles que aderirem a este sistema a partir de 1 de outubro. O valor do desconto máximo deverá rondar as 405 libras (460 euros) por MWh para eletricidade e 115 libras (130 euros) por MWh para o gás, sujeitos à evolução do mercado grossista.

RETALHO AUMENTA VENDAS MAS SACRIFICA LUCROS

As grandes empresas do retalho parecem ter descoberto uma saída para a pressão inflacionista: na tentativa de estancarem a queda das vendas devido ao aumento dos preços, optaram por sacrificar as margens. Resultado: o volume de negócios aumenta e os lucros diminuem, com Nike e H&M a junta rem-se ao grupo. A gigante americana de moda desportiva encerrou o primeito trimestre com um volume de crescimen to de 4% na faturação, mas os lucros diminuíram 22%, com a margem bruta a fixar-se nos 44,3%. Já na H&M os nove primeiros meses do ano registaram um aumento homólogo de 13,3% nas vendas, mas uma queda de 30% dos lucros.

25%

é o peso dos produtos sustentáveis nas vendas da Mundotêxtil

ÍNDIA INVESTE 1,4 BILIÕES PARA SER ALTERNATIVA À CHINA

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou um plano global de investimentos e apoio à rápida instalação de grandes empresas, que pretende posicionar o país como comple mento à produção na China. A conectividade, infraestruturas, estruturas logísticas e de mobi lidade são a grandes apostas. “O objetivo é que as empresas globais escolham a Índia como seu centro de fabricação e a missão é concretizar projetos sem ex cesso de tempo e de custo”, disse Amrit Lal Meen, secretário especial de logística do Ministério do Comércio e Indústria.

T 30 Outubro 2022
"O
Xavier Leite
Presidente da Têxtil Penedo
T 31 Outubro 2022

MUNDO VERDE a 138

ETFOR DISTINGUIDA COM O SELO PME SUSTENTABILIDADE

A Etfor foi reconhecida pela Por to Business School (PBS) com a atribuição do Selo PME Sus tentabilidade, que reconhece e premeia o mérito das PME nacio nais que assumem um compro misso com o desenvolvimento sustentável. Detentora da marca de vestuário infantil Play Up, a têxtil de Forjães é também espe cialista na confeção de vestuário em malha para homem, senhora e criança, que exporta a 100%

"Portugal já tem a imagem de um país que produz de forma sustentável"

NÄZ COM CERTIFICAÇÃO B CORP

A Näz, recebeu a certificação B Corp, que é atribuída pela B Labs Europe, a empresas que têm o ambiente como prioridade. A fundadora da marca, Cristiana Costa, refere que “vê assim reconhecido o seu esforço constante de cumprir as melhores práticas em áreas como governance, colaboradores, ambiente, comunidade e clientes”, bem como “vê reconhecido mundialmente o seu grau de res ponsabilidade e transparências social e ambiental”.

O reconhecimento da PBS resulta de uma iniciativa en quadrada no projeto Sustainable Act, cujo objetivo é reconhe cer as PME que se destacam na adoção de práticas de gestão, ferramentas e metodologias ali nhadas com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. Para atribuição deste selo, as empresas concorrentes foram avaliadas por um painel de peri tos, através de uma abordagem ESG (Environmental, Social and Governance) focada nas práticas diárias das empresas nestes três pilares.

A têxtil de Forjães, em Espo sende, refere que “este reconhe cimento por parte da PBS veio

reforçar a capacidade de atuali zação e inovação da Etfor face aos desafios da sustentabilidade, demonstrando o seu potencial competitivo no mercado nacio nal e internacional”. A empresa acrescenta ainda que “ao longo dos últimos anos, a Etfor tem tra balhado numa estratégia global que potencie a sustentabilidade dos seus processos, nas diferen tes áreas em que a empresa tem um impacto: pessoas, planeta e

financeira”.

Fundada em 1988 e com o grosso da produção orientada para a exportação – Itália, Bélgi ca, Holanda, Espanha, Japão, Mé xico e EUA, entre outros – a Etfor tem registado nos últimos anos um crescimento contínuo, o que levou ao recente alargamento das instalações fabris, que pas saram de uma área edificada de 2500 para mais de 9000 metros quadrados. t

A coleção outono-inverno 23/24 da Acatel continua a trazer novidades focadas na verticalidade e na sus tentabilidade da empresa. Depois de Moov & Cool, dos acabamentos moisture boost com cápsulas Q10 e do acabamento feito de algodão reciclado, a Acatel lança agora o BioSoftener4, um acabamento feito à base de sementes de plantas e componentes de bioresíduos adequado para qualquer fibra, e o BioSoftener3, um acabamento absorvente ecológico para algodão, macio, fresco e re-hidratante.

ACATEL APOSTA NOS ACABAMENTOS BIO NIKE FORWARD É FEITO COM MATERIAIS RECICLADOS CASA DA MALHA JUNTA-SE À SMARTEX E ELIMINA DESPERDÍCIOS

Em cinco meses, o sistema Smar tex permitiu à Casa da Malha poupanças significativas, tanto em custos e desperdícios de fa brico como ambientais. Após um projeto piloto, a fabricante de ma lhas de Perelhal anunciou uma parceria definitiva com a tecnoló gica focada na eficiência no fabri co têxtil.

Entre os dias um de abril e um de setembro a Casa da Malha poupou 1.858kg de matéria-pri

ma, 208.170 litros de água, 16.728 kWh de energia elétrica e 4.165kg de Co2. A contabilidade é apresen tada no comunicado em que as duas empresas anunciam “uma nova parceria que exemplifica como a Casa da Malha investe em tecnologia de ponta, na sofistica ção de processos e sempre a me lhorar a qualidade de produção”.

Segundo o responsável pela fábrica de Barcelos, Carlos Dias, o sistema “evitou grandes perdas

na nossa cadeia produtiva, pelo que, obviamente, pretendemos dar continuidade a esta promisso ra parceria e abranger todo o nosso sistema produtivo”. Pelo lado da Smartex, o CEO Gilberto Lou reiro manifesta a satisfação “por termos concluído um piloto de su cesso e agora estarmos a trabalhar ao lado da Casa da Malha, a abrir um precedente cá em Portugal e na Europa de uma fábrica super moderna e eficiente”. t

Empenhada em corresponder aos avanços que se têm feito na sustentabilidade, a Nike anunciou um novo material: o Nike Forward é um tecido feito com materiais reciclados e com redução de etapas do processo produtivo, que a marca diz reduzir até 75% as emissões de carbono. O novo tecido resulta de cinco anos de inves tigação por parte da gigante da moda desportiva, que em vez de seguir um processo circular, com o Nike Forward transforma a fibra diretamente em têxtil. O facto de ser mais fino também traz poupanças ambientais, reduzindo processos e tempo de produção.

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MILHÕES é o valor do projeto de Promoção da Bioeconomia Sustentável apresentado pelo CITEVE no âmbito do PPR
32 Outubro 2022
Mário Jorge Machado Presidente da ATP
"Em 2050 estaremos ainda muito longe de ter 100% de fibras têxteis renováveis"
Lutz Walter Secretário-geral da plataforma tecnológica EFTV Prémio foi recebido pela diretora de sustentabilidade, Ana Queirós
T 33 Outubro 2022

TMG E MUNDOTÊXTIL DISTINGUIDAS PELA AEP

JOURNAL DU TEXTILE DESTACA CIRCULARIDADE DO MODTISSIMO

“O MODTISSIMO acompanha a transição ecológica”. É assim que o Journal du Textile destaca a 60ª edição do maior e mais antigo salão têxtil português. O jornal francês passou pelos corredores ao longo dos dois dias de certame e destaca a ofer ta sustentável patente em exposição (iTechStyle Green Circle), e nas palestras (iTechStyle Talks e MODTISSIMO Talks). O jornal francês fala ainda da atração de Portugal como mercado de proximidade, dando conta de que as importações francesas de vestuário de Portugal aumentaram 24% entre janeiro e junho de 2022, comparativamente ao mesmo período de 2022, que justifica com o regresso ao abastecimento local.

está a montar um departamento de engenharia de produto avançado"

RETALHO AUMENTA VENDAS MAS SACRIFICA LUCROS

A TMG e a Mundotêxtil fo ram as duas empresas do sector têxtil distinguidas pelos prémios atribuídos pela Associação Empresa rial de Portugal (AEP) e entregues durante o jantar que encerrou o Congres so Portugal Empresarial. À TMG foi atribuído o Prémio Carreira Empresas, recebi do por António Gonçalves (na foto), e à Mundotêxtil a distinção Exportação e In ternacionalização, recebida por José Pinheiro.

Os prémios pretendem

distinguir as empresas que se notabilizaram na sua ati vidade.

Para além das duas têx teis foram também objeto de distinção António Amo rim Martins, presidente da administração da Conduril e presidente da AEP entre 1984 e 85 (com o Prémio Carreira), a Amorim Cork (Prémio Empresa Sustentá vel) e a Palbit (Prémio Ino vação PME).

A escolha coube a um júri presidido por José António Barros, presidente da mesa

da Assembleia-Geral da AEP, e ainda formado por Alberto Castro, presidente do Conselho Fiscal da AEP, Miguel Pinto, presidente do Conselho Consultivo da AEP, António Sousa Pereira, Reitor da Universidade do Porto, Isabel Braga da Cruz, presidente do centro regio nal do Porto da Universi dade Católica, Luís Porte la, presidente da Fundação Bial, Luís Magalhães, mem bro da comissão executiva da KPMG, e Gonçalo Len castre Medeiros, relator. t

QUINTA & SANTOS ATRAI CAPITAL DA ATENA EQUITY PARTNERS

A empresa Quinta & Santos – Score, compa nhia portuguesa especialista em acabamen tos, nomeadamente para o segmento de luxo, passou a ter uma participação maiori tária da Atena Equity Partners. A operação foi concretizada através do fundo Atena II.

Com cerca de 30 anos de inovação no sec tor têxtil, a Quinta & Santos emprega mais de uma centena de colaboradores e deverá terminar o ano com uma faturação superior a oito milhões de euros. A empresa conta com uma moderna unidade industrial em Barcelos, a qual assegura uma elevada efi ciência ambiental e energética.

O investimento da Atena “vai permitir reforçar a estratégia da empresa e o seu cres cimento orgânico, apostando no aprofun damento da relação com os atuais clientes e parceiros, bem como explorar novas opor tunidades que sejam criadoras de valor para

todos”, refere o fundo em comunicado.

A unidade de Barcelos integra também um centro de desenvolvimento que se dedi ca à investigação de novas tecnologias e de diferentes métodos na elaboração de proces sos de forma a inovar e revolucionar a indús tria têxtil.

Ainda recentemente, a empresa apresen tou no MODTISSIMO um novo processo de tingimento através de nanotecnologia. Esta tecnologia, que utiliza pigmentos naturais, permite a reprodução de todos os pantones de cores e alcançar uma durabilidade supe rior a outros processos.

A empresa é detentora dos certificados GOTS, OCS, RCS e OEKOTEX Classe I, tendo esta última sido obtida no âmbito do tingi mento e lavagem efetuada para vários tipos de fibras celulósicas, bem como poliamidas e as suas misturas. t

As grandes empresas do retalho parecem ter descoberto uma saída para a pressão inflacionista: na tentativa de estancarem a queda das vendas devido ao aumento dos preços, optaram por sacrificar as margens. Resultado: o volume de negócios aumenta e os lucros diminuem, com Nike e H&M a juntarem-se ao grupo. A gigante ameri cana de moda desportiva encerrou o primeito trimestre com volume um crescimento de 4% na faturação, mas os lucros diminuíram 22%, com a margem bruta a fixar-se nos 44,3%. Já na H&M os nove primeiros meses do ano registaram um aumento homólogo de 13,3% nas vendas, mas uma queda de 30% dos lucros.

é o número de empresas presentes no Green Circle no MODTISSIMO 60

RANGEL APRESENTA SOLUÇÕES INTEGRADAS DE E-COMMERCE

A Rangel Logistic Solutions tem reforçado a sua oferta de serviços na área da moda. Agora, a par do transporte de peças de vestuário, a empresa especializada em logística conta com soluções integradas de e-commerce que deu a conhecer durante o MODTISSIMO. O novo pacote de ser viços ajuda na gestão de lojas online através de serviços de envio expresso, gestão de stocks picking packaging, gestão de processos aduaneiros e monitorização de en vios em tempo real.

T 34 Outubro 2022
"A ERT
David Macário
Direção do departamento de Inovação da ERT
52

OPINIÃO OPINIÃO

REINVENTAR O SECTOR, CONSTRUIR UM FUTURO SUSTENTÁVEL

Fui recentemente reeleito Presidente da Direção da ATP – As sociação Têxtil e Vestuário de Portugal para um novo man dato, que se estenderá até 2025, um mandato que procurará assegurar a estabilidade de uma organização forte, credível e atuante, que caminha para a celebração de 60 anos de existên cia, mas que também será de renovação e regeneração, com vista a desenhar e construir um futuro ainda maior para todo o sector, num período que será seguramente marcado por um ambiente profundamente incerto e volátil.

De facto, vivemos um período de grande mudança e ins tabilidade. A pandemia do COVID 19 perturbou as dinâmicas de desenvolvimento à escala internacional, criando a disrup ção das cadeias de fornecimento, afetando os preços das ma térias-primas e energia, e recolocou nas agendas dos governos o tema da reindustrialização e da produção de proximidade, destinada a evitar dependências de terceiros em geografias distantes. O processo de globalização sofreu um súbito arre fecimento, pelo que indústrias como a têxtil, o vestuário e a moda, dependentes de longos circuitos de aprovisionamento, estão obrigadas a reconsiderar e a redesenhar todos os seus modelos de negócio. Tudo isto acabou por ser fortemente ca talisado pelo eclodir da guerra na Ucrânia, assim como os efei tos das sanções do Ocidente à Rússia, com impactos maiores no preço dos bens energéticos, matérias-primas e alimentos, determinando um exponencial aumento da inflação e uma rápida degradação da conjuntura económica global.

Além disso, como pano de fundo, o planeta debate-se com a emergência ambiental, pelo que os temas da sustentabilidade, da circularidade e especialmente da descarbonização e tran

sição energética, ganham ainda mais acuidade, sendo um in contornável condicionador do desenvolvimento económico e humano futuro, trazendo por igual constrangimentos e opor tunidades, que não podem ser ignorados por nenhum sector.

Neste contexto é essencial que o têxtil e vestuário, con tinue a procurar a excelência, como sempre fez, mas que so bretudo invista na sua capacidade de resistência e adaptação, flexibilidade e minimização de riscos, vital para sobreviver às diversas contrariedades que estamos e iremos continuar a vi ver.

Do lado da ATP, iremos procurar ir ao encontro desta trans formação, lutando pela defesa dos interesses do sector e dos seus membros, particularmente na melhoria das condições de competitividade, promovendo a contratação coletiva com o objetivo de assegurar a paz social e o desenvolvimento sus tentado, promovendo e dando visibilidade à fileira têxtil e da moda portuguesa, no país e no exterior, enquanto sector es tratégico para o país, reforçando a proximidade da Associação aos seus membros, aumentando a sua representatividade e afirmando-se como a associação mais importante e ativa do sector, melhorando e diversificando os serviços para ir ao en contro das necessidades das empresas.

Para terminar, deixo-vos um apelo! Neste processo de pro funda transformação e volatilidade, só em cooperação e com o esforço de todos poderemos chegar mais longe e com melho res resultados. A ATP sempre teve e continuará a ter as portas abertas a todos. Sempre com o espírito de missão, em prol da defesa e da promoção do sector têxtil e vestuário português.

Juntem-se a nós! Vamos trabalhar em conjunto. t

“DE QUE MORRERÁ A MINHA EMPRESA?”

Este título parece fatídico, dramático e até ligeiramente derrotista, quando lido de re lance, entre manchetes de notícias relaciona das com crises e guerras. Se dedicar uns dois minutos mais a este título, provavelmente a sua perceção sobre a mesma frase toma con tornos completamente opostos após lê-la três vezes, ao fim de cinco vezes, começará a sen tir um tremor na mão direita (ou na esquerda se for esquerdino) que a/o impelirá a escrever rascunhos numa folha de papel que esteja ao seu alcance. Este mesmo movimento mus cular aconteceu comigo da primeira vez que me deparei com este exercício, chamado “o obituário”.

Desde esse momento, uso este mesmo exercício durante algumas vezes por ano para refletir sobre o rumo das atividades e empre sas em que estou envolvido, sendo gestor di reto da empresa, colaborador ou apenas um amigo ou parceiro de quem as gere.

Para quem é mais competitivo, parece um jogo de computador onde somos uma perso nagem que precisa passar por vários desafios e plataformas. Morremos das primeiras vezes e vamos aprimorando a técnica e a tática de jogo por forma a passarmos por esses desafios

sem morrer, sempre em direção à recompensa final (o Super Mario era assim, para quem se lembra). Atualmente, há também uma série da Netflix muito parecida, chamada “Boneca Russa” (um outro nome para o mais comum mente utilizado “Matriosca”).

Usando qualquer uma das analogias, o obje tivo é o mesmo: pensarmos de que forma hoje a nossa empresa está a operar, quais são as con dicionantes internas e externas atuais e futuras para respondermos à seguinte questão: “Qual a causa mais provável da nossa morte caso não mudemos nada?”

Tentar responder de forma categórica a esta pergunta leva-nos a formular várias possibili dades e cenários. O nosso instinto de sobrevi vência levar-nos-á à próxima fase: “Que posso fazer hoje para não morrer daquela forma, da quela e daquela?”

Ninguém conhece a sua empresa melhor do que os próprios gestores e colaboradores. Cada empresa é única, por mais semelhanças que possa ter com concorrentes ou parceiros. A equipa, a infraestrutura, o modelo de negócio, a propensão ao risco dos gestores ou até sim plesmente o momento geracional que estão a atravessar.

Acredito que com pensamento organizado, racional, pragmático, lógico e com algum oti mismo e alegria à mistura, conseguimos visua lizar vários caminhos e possibilidades.

De um ângulo mais pessoal, dedico bastante de mim a cada visita comercial ou de prospeção tecnológica, a cada reunião institucional ou de inovação, por forma a aprender e compreender como funcionam as outras pessoas, as outras em presas, sectores e indústrias e de que forma con sigo encontrar novas maneiras para evitar morrer daquela forma que me parecia mais “provável” ao responder às perguntas anteriores. Como se organizam essas empresas? Como olham para o risco na sua área, como estabelecem prioridades e a organização das suas equipas?

Estar sempre atento e focado na mudança tem-me permitido olhar com otimismo e uma força crescente para os novos tempos e oportu nidades. Ver de forma pragmática através da in certeza, priorizando a minimização de riscos fu turos através do aumento de eficácia e eficiência processual e organizacional foi o caminho que escolhi para que daqui a 25 anos possa continuar a fazer este exercício do “obituário”.

E você? Já pensou “de que vai morrer a sua empresa?” Um abraço e bons negócios. t

T 35 Outubro 2022
Mário Jorge Machado Presidente da Direção da ATP

CRIAR PONTES ENTRE O DIGITAL E IRL

A pandemia foi uma das crises mais transformadoras que o cenário competitivo da indústria da moda enfrentou e 2022 pode ser entendido com o ano em que é fundamental criar pontes. Pontes entre os canais físicos e digitais, pontes entre moda e cultura, entre design e indústria, entre identidade física e virtual.

A dependência (forçada) do digital durante a pandemia levou os consumidores a familiarizarem-se cada vez mais com os canais digitais, mas também gerou a von tade de experimentar e interagir com novas ferramentas. Assistimos a uma maior abertura a vivenciar interações digitais imersivas, mas também recurso ao online para adquirir produtos físicos, assim como produtos e ativos digitais.

Descobrir as melhores estratégias pós pandemia no que diz respeito à adoção de canais offline e online tem sido o foco das marcas para permitir o desenvolvi mento da atividade contínua no domínio da moda e inovação através da adoção de tecnologias que promovam níveis mais elevados de envolvimento.

A Euromonitor estima que no período 2020-2025, 51% do crescimento do valor absoluto para o sector de moda global será digital. Além disso, à medida que a acelera ção da tecnologia e sua proeminência na vida dos consumidores continua, estes ado tam gradualmente formas mais imersivas de engagement digital com as marcas. A mudança ocorre ao ritmo desejado? Não. A curva de aprendizagem é ingreme e longa.

Agilidade e capacidade de resposta são das características mais exigidas atual mente. Um modelo de omnicanalidade bem-sucedido é aquele que aproveita dados para criar uma experiência personalizada para o consumidor, já que com preender as suas preferências e histórico de compras pode gerar sugestões perso nalizadas relevantes que se traduzem numa maior conversão.

É cada vez mais importante entender que o futuro da moda passa por ofere cer uma experiência híbrida e imersiva, assente em processos integrados e perso nalizados. Para criar pontos de contacto e afinidade com o consumidor torna-se essencial entendê-lo a fundo. Atualmente temos gerações que passam mais tem po online do que no mundo ‘real’, são assíduos em plataformas como Roblox e Decentraland, contribuindo para que o mundo virtual esteja a criar a sua própria economia, onde moda e jogos colidem.

Em 2021 assistimos também à entrada no mundo hyper-digital, com novas plata formas e ferramentas, permitindo aos consumidores acesso 24h a compras em variados suportes e em mundos novos (virtuais), no chamado metaverso. Ao longo da próxima década, o metaverso irá evoluir para a introdução de novos canais de distribuição e re ceitas, começando com lojas virtuais imersivas, marcas descentralizadas, NFTs como motivadores de fidelidade e o aumento do comércio direto para avatar (D2A).

O crescimento dos canais digitais e as crescentes expectativas face ao forma to da loja física produziram mudanças de paradigma evidentes. A função da loja física está cada vez mais ancorada na interação humana, experiência, narrativa e visibilidade, atuando mais como media e espaço lúdico para interação social, cultural e educacional e menos como espaço de transação.

Existe uma necessidade crescente de personalização da oferta, da mensagem, do produto, de explorar a moda enquanto experiência e cultura, de entender as marcas na sua vertente mais responsável e geradora de valor económico, ambiental e social.

À medida que a relação entre os mundos físico e virtual continua a evoluir, entender as semelhanças, diferenças e interações na necessidade dos consumido res de autoexpressão entre as diferentes, mas cada vez mais integradas "realida des" apresenta mais oportunidades para as marcas se envolverem de forma mais significativa com seus consumidores. t

A MODA COMO REFORÇO DA HERANÇA CULTURAL

Ao longo do meu percurso académico, tenho vindo a desenvolver vá rios projetos de forma a contribuir para a valorização da Identidade das Regiões, das comunidades e dos próprios designers de Moda. De facto, continuo a defender que o que permite diferenciar-nos em contexto internacional passa pela nossa cultura, pela valorização da herança cultural de cada povo, de cada comunidade. Respeitar e valorizar o legado de uma comunidade é valorizar a própria história e a própria existência.

O Design de Moda tem este importante papel para a valorização da identidade local. Podemos referir que o consumidor continua, e cada vez mais, a procurar produtos que lhe contem histórias. Mais que os produtos, cativa-os a história que estes transportam. O Designer de Moda tem este papel importante: definir conceitos, conhecer as tradi ções e valorizá-las.

Já encontramos algumas coleções de grandes nomes do panorama nacional a desenvolver o seu processo criativo inspirado numa tradi ção ou cultura associada a uma comunidade, porém ainda temos um longo caminho para percorrer.

Se, por um lado, os designers podem encontrar na nossa história e nas nossas tradições a sua inspiração, por outro lado, o poder local tam bém tem alguma responsabilidade em impulsionar e promover esta valorização. Cada vez mais, devemos olhar para dentro para chegar mais longe. Já encontramos diversos projetos e concursos, dirigidos a jovens designers na tentativa de dar a conhecer algumas tradições e tecnologias tradicionais como bordados, rendas, etc... Os concursos permitem mostrar, formar e reinterpretar estes elementos que mar cam a cultura e a identidade, porém não é assegurada a continuidade destas iniciativas.

A Moda tem um papel muito importante nesta longa caminhada para a valorização das tradições, os costumes e a história de um povo que se diferencia no espaço geográfico de um país.

Também as instituições de ensino com cursos na área do Design de Moda, têm um papel preponderante na formação de jovens desig ners com sensibilidade para estas questões. Formar profissionais para o mercado atual na área da Moda implica uma responsabilidade cada vez maior.

Atualmente a Universidade Lusófona e o Instituto Superior Ma nuel Teixeira Gomes – ISMAT, estão a desenvolver diversos projetos que visam precisamente a valorização da herança cultural de diferen tes regiões. Professores, investigadores e estudantes trabalham ele mentos que marcam a cultura e a tradição, estudam a história e as tra dições e procuram reinterpretar tecnologias tradicionais aplicando-as na Moda. O resultado tem sido muito enriquecedor para todos os in tervenientes, e além de resultar na criação de produtos diferenciados permite perpetuar estas histórias para as futuras gerações. t

T 36 Outubro 2022
Alexandra Ana Roncha Académica, especializada em marketing de moda e desenvolvimento de marcas

ACABAMENTOS

Sempre à espera dos doces do Halloween, os portugueses veem antes travessuras nas propostas do Ministro da Finanças. É a versão Freddy Krueger, o personagem cinematográfico assustador em que Katty faz desta vez encarnar o homem que nos governa as Finanças. Um estilo elegante que vai bem com Fernando Medina, que em vez dos doces anunciados parece destinar-nos antes algumas travessuras ao estilo das histórias de bruxas maléficas e filmes de terror.

Fernando Medina em versão Freddy Krueger

Neste mês do terror e para a noite de bruxas, quisemos oferecer ao leitor um dos vilões mais assustadores da histó ria do cinema, criado pelo mestre deste género cinematográfico, Wes Cravem. O afamado Freddy Krueger, personagem que na nossa versão é encarnado por Fernando Medina.

A escolha é perfeita, dadas as circuns tâncias. Quem mais, do que o ministro que controla as nossas finanças para encarar esta personagem que invade os nossos sonhos. Transpõe-se o medo do subconsciente para a realidade e, neste caso, uma realidade que todos conhe cem.

Vestimos Medina para o halloween e para o tradicional trick-or-treat - doces ou travessuras -, mas embora os portu gueses preferissem receber doces parece que apenas lhes estão destinadas tra vessuras e, em alguns casos, bem impie dosas.

Entre o aumento significativo de radares nas estradas portuguesas e a tributação das criptomoedas o Orçamen to de Estado para 2023 prevê arrecadar mais alguns euritos para os cofres do Estado, mas também diz oferecer algu mas compensações a quem vê a inflação reduzir os seus euritos mensais. Bem, teremos de esperar para ver…

O OE parece ter sido construído numa base otimista que infelizmente contrasta com a realidade diária dos portugueses e com o cenário económico internacional. A estratégia do ministro parece passar pela psicologia positiva, numa vertente coletiva, concentrando o positivismo de todos os portugueses por forma a fazer render os euritos que se dissipam.

Contudo, os nossos subconscientes não parecem contribuir e, aquilo que cisma em materializar-se, é um pesadelo constante que nos persegue no super mercado, no banco, em casa e nas filas para abastecer o carro quando há uma ameaça de novo aumento. Sim, o que se materializa é uma espécie de “Pesadelo em Elm street” de produção nacional. t

T 37 Outubro 2022

AS MINHAS CANTINAS

Por: Manuel Serrão

Pátio Antico Praça da República 6, 2770-150 Paço de Arcos, Oeiras

O PÁTIO DAS CANTIGAS

Apesar de ter nascido há um par de dé cadas, já não sou do tempo das cantigas de escárnio e mal-dizer. Mas fui protago nista com muito gosto nos anos 80 e 90 das crónicas de escárnio e maldizer, que li meses a fio na antena da TSF a convite do saudoso Emídio Rangel. Emídio Rangel, que mais tarde me convenceria a fazer na SIC 'A Noite da Má Língua', semanal mente, durante três divertidos anos.

Atualmente 'A Noite da Má Língua' foi ressuscitada em formato de podcast Uma coisa nunca vista, mas que pode ser ouvida em várias plataformas e que nos dizem que não está a correr nada mal, pelo que até ao final de um ano de grava ções resolveram renovar o compromisso que têm connosco.

As gravações deste podcast acontecem quase sempre em Porto Salvo, Paço de Ar cos, no edifício da SIC/Expresso. É antes ou depois destas gravações que eu rumo ao Pátio Antico, sempre com o Rui Zink e algumas vezes com a Rita Blanco. Onde continuamos as nossas conversas de es cárnio e maldizer na sala ou na esplanada deste magnífico restaurante italiano.

O Pátio Antico tornou-se a cantina

“oficial” da má língua por várias razões:

1. Este restaurante nunca fecha, pelo que seja qual for o dia da gravação, domin gos incluídos, podemos contar sempre com ele e por isso ele conta sempre connosco.

2. Tem um serviço capitaneado pelo nosso já amigo Paulo que alia a informa lidade à simpatia e à competência. Só re centemente é que soube que o Paulo era, como eu, um golfista nas horas vagas, o que me ajudou ainda a perceber mais a nossa empatia.

3. Em último lugar, mas não menos im portante, o Pátio Antico tem vários vinhos italianos com uma ótima relação qualida de/preço, capazes de regar com eficiência uma genuína gastronomia italiana, que foge a sete pés da oferta de pizzas, bolo nhesas e carbonaras que andam aí por todo o lado.

Recomendo desde logo todos os ri sottos, mas em especial o risotto do dia, sempre diferente e uma carne Black Angus que vem acompanhada com um spaguetti trufado numa combinação absolutamente deliciosa.

Quando estou em Paço de Arcos, não vou em cantigas, vou a este Pátio. t

LUXO COM MARCA ABYSS & HABIDECOR

QUINTA DE LEMOS | GÉGÉ Tal como acontece com os luxuosos têxteis para casa e decoração que o Grupo Habyss & Habidecor produz para todo o mundo a partir de Viseu, também os vinhos da propriedade de Celso Lemos se distinguem pela qualidade superior e exportação. E nem só os têxteis e os vinhos, já que também o restaurante Mesa de Lemos, que criou ao lado da adega na propriedade de Silgueiros, está também galardoado com o símbolo de maior prestigio gastronómico internacional, a estrela Michelin. Quanto aos vinhos da Quinta de Lemos, um dos recentes lançamentos é o Espumante Gégé, também ele espelho da sofisticação e altos padrões de qualidade associados produtos do grupo têxtil de Celso Lemos. A par da elegância, este espumante branco que é feito com uvas tintas de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen (castas típicas do Dão) é de grande finesse nos aromas, paladar intenso, prolongamento e persistência final. Tal como as toalhas, roupões ou tapetes que exporta a 100% para os mercados mais exigentes, também este Gégé é mais um símbolo da qualidade made in Portugal.

T
O
38 Outubro 2022

MALMEQUER

Gosta Não gosta

Andar de carro Família Namorado Amigos Do seu tempo sozinha Ver séries e filmes Ir ao cinema K Dramas Praia Cães Sol Estar deitada Comer Vitória Sport Clube Basquetebol Óculos Treinar com PT Tomar banho Viajar Ler Ouvir música Assistir a concertos Stand Up Redes sociais Da minha irmã que me ajudou a fazer esta lista

Conduzir Calor Guarda-chuva Lavar e secar o cabelo Espaços demasiado arrumados Insetos Ter horas para acordar Ressaca Douradinhos Reality Shows Reggae Filme do Pinóquio Filme do Dumbo Piscinas públicas Côco Mudar de casa Quando a roupa cola ao corpo com o suor Arrumar a loiça Dióspiros Beber água natural Falar ao telefone

O XAILE MINHOTO DA MINHA BISAVÓ

Não há nenhuma peça de roupa que eu use que me seja especial por alguma razão em especí fico. Existem memórias em cada uma delas, um Natal, um aniversário, uma camisa branca da Páscoa (ainda guardo uma desde os meus 15 anos, e ainda serve! Devia ser bem larga), mas não tenho peças especiais que use. Apenas uma que eu guardo.

A minha bisavó devia ser criança quando recebeu um xaile, que hoje guardo devota mente e que de vez em quando ponho ao peito para sentir.

Para a sentir a ela, ao amor e à história de gerações. Um xaile típico minhoto que foi com prado e oferecido por uma tia abastada, a tia Maria da Luz, à minha bisavó, Maria Adelaide (as duas tipicamente Marias e minhotas), que o usava para ir à missa ou a eventos sociais mais públicos. Pelo que consegui saber foi feito à mão há cerca de 200 anos aqui, no Minho. Os sermões que terá ouvido. Tanto do padre como da minha bisavó aos filhos! Os puxões que o gato lhe terá dado, as voltas que a minha bisavó lhe deu. Como quando lhe cortou as pregas para ficar mais fácil de usar e menos aparatoso. A história de uma peça de rou pa é grande e uma peça nunca é só uma peça, é um sentimento, uma memória, um sorriso e por vezes uma lágrima, ou várias. Esta minha peça é tudo, é um legado, um ensinamento, uma tradição, um amor, uma memó ria, uma saudade. t

T
Rita Guerreiro, 28 anos, Departamento I&D de novos produtos da CostaGuerreiro, Lda. Sempre criativa, animada e espontânea, Rita fez a licenciatura em Ciências da Engenharia do Ramo Têxtil na Universidade do Minho. Vimaranense e do Vitória, para além da empresa até ao ano passado vivia para o basquetebol como diretora desportiva da equipa sénior feminina do Vito ria Sport Clube. Agora, está ainda a descobrir o que fazer nos seus tempos livres. SOUVENIR Daniel Fernandes Artista musical
39 Outubro 2022

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