T77 - Novembro 2022

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FOTO: RUI APOLINÁRIO TÊXTEIS-LAR MUNDOTÊXTIL CRIOU FIOS MAIS SUSTENTÁVEIS E INOVADORES P 28 TÊXTEIS TÉCNICOS UMAS LEGGINGS QUE TAMBÉM FAZEM RECUPERAÇÃO MUSCULAR P 24 EMERGENTE CATARINA É UMA FARMACÊUTICA COM REMÉDIOS PARA A MODA P 27 DOIS CAFÉS & A CONTA "RUMO AO CANECO" COM MISSÃO CUMPRIDA NA OLMAC P 6 PERGUNTA DO MÊS SEMANA DE QUATRO DIAS PODE FAZER ALGUM SENTIDO PARA O SERTOR TÊXTIL? P 4 & 5 NÚMERO 77 NOVEMBRO 2022 DIRETOR: MANUEL SERRÃO MENSAL | ASSINATURA ANUAL: 30 EUROS INOVAÇÃO PRÉMIOS ISPO CONSAGRAM O MADE IN PORTUGAL P 20 A MINHA EMPRESA FORTEAMS TAMBÉM JÁ FAZ SPORTSWEAR E ROUPA DE CONFORTO P 10 “HÁ SETE ANOS QUE ESTAMOS FOCADOS NA SUSTENTABILIDADE” P. 16 A 18 JOÃO ALMEIDA, ADMINISTRADOR DA JF ALMEIDA
T 02 Novembro 2022

CORTE&COSTURA

Head of Sales da TMR Fashion Clothing, Lda, Mariana teimou na sua juventude que queria fazer carreira militar, mas bastaram três anos na Polícia do Exército para mudar de ideias. Custou-lhe, mas teve que recuar e pedir emprego à mãe, Margarida, fundadora da TMR. Começou mesmo pelo chão da fábrica, mas hoje já não pensa em fardas ou hierarquia. Luísa, 3 anos, a filha mais nova, consome-lhe todo o tempo livre e atenção. Com a mais velha, Inês, 18 anos, cuida dos parceiros de casa, o cão Kiko e os gatos Rafael, Leonardo e Pretinha. E ainda o adotivo Gil, que os outros não autorizam que fique em casa. Afinal, a hierarquia não desapareceu!

Nós trabalhamos em B2B e, já há vários anos, que uma boa parte dos nossos clientes nos contacta via website. No entanto estamos a desenvolver um projeto que aproximará mais daquilo que convencionalmente é chamado de e-commerce, mas igualmente em lógica B2B.

Quais são os principais mercados de exportação e aquele para onde gostariam de crescer?

Alemanha e Holanda mas gostaríamos de depender menos do continente Europeu, sendo que na América do Norte já estamos presentes há vários anos. Este seria um mercado de expansão natural mas, outros mercados como a Ásia também interessam, nomeadamente Coreia do Sul e Japão.

No atual momento qual é a imagem que sente que os compradores internacionais têm do Made in Portugal? É francamente positiva, arrisco-me a dizer que no nosso mercado, médio-alto, é o Made in mais procurado do momento pela sua qualidade, sustentabilidade, inovação, flexibilidade, e proximidade.

A macro tendência da sustentabilidade já se reflete no vosso trabalho e nos vossos produtos?

Já há vários anos que oferecemos produtos sustentáveis e esta tendência tem sido crescente. Temos os certificados GOTS e GRS que diria que são os mais reconhecidos neste momento para orgânicos e reciclados. Trabalhamos com várias fibras também da Lenzing. Esta oferta de produto é dinâmica pois estamos constantemente em novos desenvolvimentos para oferecer ao mercado o que ele deseja e com um bom racional, pois nem tudo o que o mercado entende como sustentável, é na prática. Para nós, a sustentabilidade é mais abrangente do que o produto, tem de estar como a moda em tudo o que fazemos.

Acha que esta nova moda da semana dos 4 dias pode funcionar para a vossa empresa sem perda de produtividade?

Vivemos um inverno demográfico, que por si já restringe a oferta de mão de obra. Não podendo ir ao mercado recrutar pessoas para compensar, poria em causa a competitividade das nossas exportações.

Isto é completamente desajustado da realidade portuguesa. t

O CARNAVAL

DOS 4 DIAS

Numa crónica semanal que tenho há muitos anos no JN já escrevi sobre a questão hipotética da semana dos 4 dias, brincando com a ideia de passarmos a ter uma semana do fim de semana. Nessa altura julgava que se tratava mesmo de uma brincadeira, que não era nunca para levar a sério. Volto ao assunto aqui á boleia da Pergunta do Mês deste T 77 e também porque o tema não só não saiu da agenda política, como começam a existir muitas pessoas e entidades, até governamentais, que tentam convencer-nos que a semana dos 4 dias não é uma anedota. Mesmo que o que tenha sido anunciado seja apenas uma experiência piloto, só disponível para empresas privadas e aparentemente sem qualquer impacto nos custos do Estado, a verdade é que aquilo que ao princípio parecia ser apenas mais um delírio do Bloco de Esquerda e amigos mais próximos, ganha agora uma capa de seriedade que o Governo lhe emprestou com a sua iniciativa. Devo confessar que no início ainda cheguei a pensar que esta fantasia da semana dos 4 dias se destinava a melhorar a qualidade de vida de quem privilegiava mais um dia de descanso semanal em troca da diminuição de rendimento correspondente. Apesar de tudo menos mal. Mesmo sabendo que numa época de dramática falta de mão de obra essa ideia é contraproducente. Como agora se infere do anúncio governamental, a experiência não envolve nenhum tipo de custos nem para o Estado (que patrocina a ideia sem qualquer patrocínio monetário) nem para o trabalhador, que “experimentará” essa “dificuldade nova” de passar a trabalhar menos 4 dias por mês, ganhando o mesmo. Como nesta vida continua a ser verdade que ninguém dá nada a ninguém e como não há almoços grátis nem nos dias de gazeta, sobra para as empresas a experiência de ver como resistem aos custos de menos quatro dias de produção, suportando os mesmos custos de mão de obra .t

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03 Novembro 2022 EDITORIAL n Por:
- MENSAL - Propriedade: ATP - Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal. NIF: 501070745 Editor: Mário Jorge Machado Diretor: Manuel Serrão Morada Sede e Editor: Rua Fernando Mesquita, 2785, Ed. Citeve 4760-034 Vila Nova de Famalicão Telefone: 252 303 030 Assinatura anual: 30 euros Mail: tdetextil@atp.pt Assinaturas e Publicidade: Bebiana Rocha Telefone: 969 658 043 - mail: br.tdetextil@gmail.com Registo ERC: 126725 Tiragem: 4000 exemplares Impressor: Grafedisport Morada: Estrada Consiglieri Pedroso, 90 - Casal Santa Leopoldina - 2730-053 Barcarena Número Depósito Legal: 429284/17 Estatuto Editorial: disponível em: http://www.jornal-t.pt/estatuto-editorial/ T T
Já aderiram ao e-commerce? As vendas online ja têm significado na faturação da empresa?

PERGUNTA DO MÊS

nIlustração: Cristina Sampaio

“Não faz o menor sentido, a não ser que o objetivo seja o de apressar o fim do nosso sector”

VITOR ABREU ENDUTEX

A SEMANA DE QUATRO DIAS PODE FAZER ALGUM SENTIDO PARA O SECTOR TÊXTIL?

Ao mesmo tempo que, através da ATP, o sector têxtil insiste na necessidade de agilização do layoff como forma de acomodar a quebra de encomendas e atenuar a fatura de energia, o Governo avançou com o projeto-piloto da semana de quatro dias. Impossível e sem sentido, dizem os empresários.

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Desde sonho bonito, desastre, sem sentido, vergonha nacional, condenada ao insucesso ou mesmo impossível, são muitos os qualificativos que têm sido usados para rejeitar o projeto da semana de quatro dias de trabalho engendrado pelo Governo. Desde logo porque impõe à partida uma efetiva redução das horas de trabalho semanal e n ã o pode envolver corte salarial. E isto sem que o Estado ofereça qualquer contrapartida financeira.

Num contexto em que uma das maiores dificulda -

des é mesmo a falta de mão de obra e muitas empresas trabalham em regime contínuo, 24 sobre 24 horas, a ideia de redução das horas de trabalho pode parecer até extravagante. “Não faz o menor sentido a não ser que o objetivo seja de apressar o fim do nosso sector”, diz em tom sarcástico o líder do Grupo Endutex, Vitor Abreu, ao mesmo tempo que mostra também a sua incredulidade pelo envolvimento no projeto da Confederação da Indústria Portuguesa. “Só lamento sinceramente que a CIP esteja a participar numa iniciativa destas”, regista.

Também no Grupo Latino a ideia é recebida com in -

credulidade, uma vez que assenta em pressupostos completamente alheios à realidade do sector têxtil.

“Não faz qualquer sentido”, começa por dizer a CEO Clementina Freitas, que justifica: “a grande maioria dos trabalhadores são mulheres, com vidas já organizadas para entregar e recolher os filhos na escola trabalhar mais horas por dia vai desorganizar este processo”, além disso é também contraproducente, uma vez que “o alargamento do tempo de trabalho diário reduz rentabilidade por cansaço ao longo do dia”, completa a líder do grupo que detém a marca Bravian.

Este é um projeto “completamente desajustado da realidade portuguesa”, diz igualmente a representante da TMR – Fashion Clothing, Mariana Máximo, aduzindo argumentos como as dificuldades da contratação de mão de obra e o contexto de concorrência com produtores que laboram em contextos de menor exigência. “Vivemos um inverno demográfico, que por si já restringe a oferta de mão de obra disponível, pelo que admitindo que a empresa não consegue produzir em quatro o que produz em cinco dias, não podendo ir ao mercado recrutar pessoas para compensar, temos logo aí um dos desencontros que, principalmente nas indústrias, é óbvio. No topo disto teríamos sempre a rigidez laboral nacional e a elevada carga fiscal que, aumentaria os custos de tal forma que poria em causa a competitividade das nossas exportações”, explica.

“Agora, se estivermos a falar, de multinacionais que se instalam no nosso país para obter mão de obra qualificada e barata, nomeadamente em serviços, e que,

DIAS ÚTEIS DE TRABALHO POR MÊS, PROPÕE O GOVERNO EM VEZ DOS ATUAIS 22

consolidam os seus resultados em ambientes fiscais mais favoráveis, se calhar parece-me bem”, ironiza para mostrar o desajustamento da proposta face à realidade nacional.

A questão dos custos e da concorrência é também o argumento principal usado pelo responsável da Carjor rejeitar de forma contundente a ideia governamental. “Para as empresas exportadoras de bens e expostas à concorrência internacional com grande componente de mão de obra, o custo é um factor absolutamente crucial para determinar a venda ou não do produto. Uma redução de 20% do tempo de produção só faria sentido se houvesse uma redução de 20% nos custos salariais. Dito por outras palavras, se a redução do salário for igual à redução do tempo de trabalho as dificuldades serão mitigadas”, expõe Honorato Sousa.

De outra forma, conclui o empresário “esta solução estará condenada ao insucesso: ou porque acelerará o fecho/deslocalização de muitas empresas, engrossando as fileiras dos centros de emprego; ou porque será abandonada quando o Governo acordar deste sonho bonito”.

Para Alexandra Araújo, da LMA, esta é até uma ideia que poderá fazer sentido

18analisar no futuro, mas haverá que aprofundar antes muitas questões, designadamente a da produtividade. “Penso que no futuro poderá efetivamente a implementação dos quatro dias de trabalho não só fazer sentido para o nosso sector, como trazer os reais benefícios deste novo modelo de trabalho. Todavia, a atual conjuntura económica e geopolítica, bem como a crescente instabilidade dos mercados coloca a indústria têxtil sob uma enorme pressão”

A gestora acrescenta que “deparamo-nos hoje em dia com custos incontroláveis quer ao nível energético, quer ao nível das matérias-primas”. Por conseguinte, a abordagem a este modelo, assim como a sua implementação carece de estabilidade, na qual o sector não se revê atualmente”. E conclui: “sem dúvida, que este tema trouxe para discussão pública que na indústria têxtil há ainda muito trabalho a fazer-se ao nível da produtividade, de forma a conseguirmos dar o passo seguinte para a semana de quatro dias de trabalho”.

Para João Almeida, administrador da JF Almeida, uma das empresas que labora em regime contínuo, uma só palavra basta para analisar a proposta: impossível! “Claro que nada é impossível, mas numa altura em que os custos vão começar a disparar, a atirar-nos para fora do mercado, pergunta-se onde é que o Estado depois nos vai apoiar. Trabalhamos 24 sobre 24 horas, temos os custos fixos calculados para 22 dias úteis, se passar para 18 o que vai acontecer é aumentar nos custos, o que teria que ser repercutido para os clientes”, explica, avançando a conclusão óbvia. “Era sair do mercado, é impossível”. t

T 05 Novembro 2022
“A abordagem a este modelo, assim como a sua implementação carece de estabilidade, na qual o sector não se revê atualmente”
“O que iria acontecer era aumentar nos custos, o que teria que ser repercutido para os clientes. Era sair do mercado, é impossível”
ALEXANDRA ARAÚJO LMA
JOÃO ALMEIDA JF ALMEIDA
“Uma redução de 20% do tempo de produção só faria sentido se houvesse uma redução de 20% nos custos salariais”
HONORATO SOUSA CARJOR

Quando há 5 anos chegou à Olmac pensava que já sabia tudo sobre a têxtil, mas estava, afinal, enganada. “Tem sido desafiante mas compensa”, assume a mais velha dos três filhos de um casal ligado ao sector, que trabalhou 25 anos em agenciamento depois de ter feito o curso de Design Têxtil e Vestuário. Olga, que nasceu no Porto mas já cresceu em Paços de Ferreira, diz que além do trabalho, gosta de ficar em paz em casa, na companhia dos dois gatos, Arnaldo Gustavo e Josefina. Mas também aprecia uns saltos de pára-quedas, que pratica no Aeroclube da Maia.

DOIS CAFÉS & A CONTA

RUMO AO CANECO: MISSÃO CUMPRIDA

Foi como que imbuída de espírito militar que Olga Jones abraçou na missão definida pelo administrador da Olmac. A ideia era apresentar candidaturas aos Ispo Awards, com produtos que pudessem apresentar juntos dos clientes a capacidade da empresa em termos de qualidade, inovação e consistência de fabrico. “Eu quero um caneco”, terá pedido Orlando Miranda, em jeito de incentivo.

Um pedido que foi mesmo levado a peito. Tanto que internamente o projeto para a elaboração das peças a apresentar ao concurso passou até a ter nome de missão: rumo ao caneco. O mais surpreendente é que, tendo apresentado três peças a concurso, todas acabaram por ser premiadas pelo júri. Ou seja, o administrador tinha não só o desejado caneco, como via de uma assentada caírem-lhe no colo nada menos que três troféus.

“É acima de tudo um motivo de grande orgulho para a equipa, isto acabou por envolver toda a empresa, estamos todos de parabéns”, diz Olga Jones (em primeiro plano na foto), visivelmente embaraçada por ter sido colocada numa posição de protagonismo que não quer assumir.

“Estou cómoda no papel de atriz secundária, faço questão de ser candidata ao Óscar

de atriz secundária”, vinca, encostando-se à sua Sales Director, Amélia Antunes, e às jovens Vera Rabaça, Project Director, e Rita Gonçalves, Product Developer (todas na foto), que constituíram a equipa dedicada ao projeto.

Depois de aceite o desafio, Olga conta que esteve uma semana a pensar, tendo as conversas entre as quatro avançando para a ideia de um conjunto de três peças que se podem articular e complementar. O objetivo era apresentar peças de inverno, com componente técnica e inovadora, obedecendo aos princípios de sustentabilidade e aos altos padrões de qualidade que caracterizam os clientes da Olmac.

“Os clientes apreciam que haja soluções que não pensavam, são produtos que também desafiam os nossos clientes e que, ao mesmo tempo, criam outra ambição dentro da empresa. Os nossos clientes são de gama média-alta, isto faz também com que ganhem confiança na empresa, mostra que somos capazes de oferecer produtos que os façam diferenciar, e com isso também a disponibilidade para preços igualmente diferenciadores”, avança Olga.

Com as três peças, a Olmac foi premiada com o Best Product na categoria

T-shirts & Pullovers, com o Stubborn Polo, um polo reversível com malha da A. Sampaio, enquanto o casaco e as calças Miracle recebem o troféu Top Product nas categorias Jackets & Vests e Pants & Tights.

“Quando recebemos a notícia estávamos num aeroporto, deu-nos um ataque de histeria, muita gente a dar-nos os parabéns mesmo não tendo a noção de que prémios eram”, ri-se Olga, garantindo que, depois da Ispo, onde serão entregues os troféus, “vai haver festa na empresa quando chegarem os ‘canecos’”.

Há cinco anos na Olmac, Olga diz que têm sido tempos mesmo desafiantes. Com experiência anterior em empresas de agenciamento, depressa percebeu a diferença entre a confeção e a construção do produto. “Andei 25 anos a acumular experiência, achava que estava preparada, mas nunca estamos”, desabafa, dando conta da complexidade e da exigência. “É muito mais que o produto. É toda a fábrica, o processo, os acessórios, a malha, está tudo sincronizado num único sistema”, explica, para deixar “um agradecimento e louvor à Olmac por me ter ajudado a superar o desafio. Sei que não é assim em todo o lado!”t

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Croissant, línguas de gato e bolos miniatura, chá de camomila e sumo de laranja, ao inicio da manhã no showroom da empresa AOlmac – Olímpio Miranda, Lda Av. São Cristovão 1835 4770-088 Cabeçudos, VN Famalicão OLGA JONES SALES FOTO: RUI APOLINÁRIO

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74057-011_HT_Allgemein_Jornal_T_235x295 • FOGRA 39 • C M Y K • js | DU: 30.09.2022 PT
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a 13. 1. 2023 FRANKFURT/MAIN

ATP NA INVESTIGAÇÃO SOBRE USO EFICIENTE DA ÁGUA

A ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal é uma das 15 entidades envolvidas na recente criação do Laboratório Colaborativo (CoLAB) liderado pelo Grupo Águas de Portugal, que tem como foco produzir investigação e desenvolvimento para solucionar os principais problemas do ciclo natural da água nas suas diversas vertentes.

Designado Water-driven Collaborative Laboratory for Resilient Communities (Water Co-Re CoLaB), o laboratório é um instrumento fundamental no quadro da opção pela sustentabilidade.

Refletir sobre temas relacionados com o uso eficiente da água, as soluções para a reutilização, as alterações climáticas, a sustentabilidade, a economia circular, a resiliência das infraestruturas, a digitalização da água e o nexus água/energia, fazem parte da agenda do Water Co-Re CoLaB.

A candidatura à constituição deste CoLaB foi submetida em dezembro de 2021, com a respetiva apresentação pública em janeiro de 2022, perante o júri internacional criado para o efeito pela Fundação Ciência e Desenvolvimento (FCT), tendo sido uma das seis candidaturas aprovadas em junho passado pela FCT, de um conjunto de

19 submetidas.

Para além de “avaliar e planear as linhas de investigação mais adequadas, nesta fase, tendo presente a pressão a que está cada vez mais sujeito este bem essencial à vida”, a associação tem agora que realizar a primeira Assembleia Geral e designar os órgãos associativos, a atualização do plano de negócios elaborado inicialmente, a articulação com os organismos competentes – FCT e Agência Nacional de Inovação – além do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no contexto do modelo de financiamento dos CoLAB, refere a Águas de Portugal em comunicado.

Para além da ATP, fazem também parte do laboratório a AdP – Águas de Portugal, Associação Fraunhofer Portugal Research, AST – Soluções e Serviços de Ambiente, DouroECI – Engenharia, Consultoria e Inovação, EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, GALP, Instituto Politécnico do Porto, Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa, Super Bock Bebidas, Ventiláqua, Veolia Portugal, Universidade do Minho, Universidade do Porto – Faculdade de Engenharia e Requimte – Rede de Química e de Tecnologia. t

MODTISSIMO 60+1 JÁ TEM MAIS DE 70 INSCRIÇÕES

Depois do sucesso da edição ‘redonda’ do MODTISSIMO, a edição 60+1 abriu as inscrições e conta, até ao momento de fecho desta edição, com 70 empresas inscritas para mais um certame onde voltarão a estar em evidência a robustez, a flexibilidade e a inovação, características fundamentais do ADN dos têxteis portugueses. À entrada de um ano particularmente desafiante, faz todo o sentido o “espírito de união”, que a organização pretende promover. É por isso que Manuel Serrão, CEO da Associação Selectiva Moda, responsável pela organização, apela

precisamente a esse “espírito de união” do sector, para que “continuemos todos a trilhar o caminho de sucesso”, num quadro em que as perspetivas para 2023 apontam para um combate à inflação como o caminho ideal para relançar os negócios, o consumo e as encomendas.

Vale a pena recordar que o sucesso da edição 60 se concretizou em números: pelos corredores do Pavilhão 6 da Exponor passaram nos dias 6 e 7 de setembro 4.854 compradores portugueses e 485 compradores internacionais. Números recorde, que se traduziram de forma muito positiva

no fluxo de encomendas para as empresas presentes. O MODTISSIMO 60 contou com uma área de exposição de 9.500m2, reuniu 240 expositores, deixando ainda vários de fora, e apresentou 350 coleções.

“Depois da nossa última edição em setembro de 2022 em que comemorámos com muito sucesso e muita atitude a nossa edição 60, aqui estamos preparados para continuar a contar convosco para a próxima edição”, afirma Manuel Serrão. A edição de 2023 será mais uma vez na Exponor, dias 15 e 16 de fevereiro.t

MAQUITEX: MÁQUINAS E TECNOLOGIA TÊXTIL LEVAM ENCHENTES À EXPONOR

Após cinco anos de paragem, a Maquitex – exposição de máquinas, tecnologia e acessórios direcionada à Indústria Têxtil, da Confeção, Vestuário e Bordados, regressou à Exponor para a sua 18ª edição, que decorreu entre 10 e 12 de Novembro. Três dias de grande dinâmica e networking, com enchente de visitantes, um sucesso tanto para fornecedores como para clientes. A par da panóplia de inovação e tecnologia têxtil, os pavilhões 2, 4 e 5 da Exponor receberam também em simultâneo a Maquishoes, a Expocouro e a FIMAP, vocacionadas para as áreas da indústria do calçado, couro e madeira.

CITEVE INVESTE EM NOVAS DINÂMICAS E ESTRUTURAS

A nova unidade piloto de circularidade do produto e uma micro fábrica digital foram os motivos da visita ao CITEVE do presidente da Câmara de Famalicão, que teve lugar no âmbito do programa municipal Created IN. Em nota oficial, a autarquia deu conta ainda da passagem pelas novas instalações do CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, destacando ao mesmo tempo o largo histórico do CITEVE no desenvolvimento inovação para a ITV.

4,8%

é o aumento homólogo da produção industrial em Portugal em junho

LION OF PORCHES ABRE NOVA LOJA EM MADRID

A Lion of Porches reforçou a sua presença em Espanha com a abertura de uma nova loja em Madrid, no Bairro de Salamanca, um dos locais de compras mais prestigiados. O novo espaço enquadra-se na estratégia de afirmação europeia da marca do Grupo Cães de Pedra. O reforço da aposta em Espanha começou com uma presença de peso da Lion of Porches na Momad e os objetivos para os próximos dois anos passam por duplicar a rede de lojas da marca no mercado espanhol e fazer com que este mercado represente 20% da faturação da marca.

ZEITREEL CRESCE 20% ENTRE JANEIRO E SETEMBRO

A Zeitreel, antiga Sonae Fashion, atingiu um volume de negócios de 276 milhões de euros no final dos primeiros nove meses do ano, o que representa um crescimento da ordem dos 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comunicado enviado à CMVM, o grupo diz que “estes valores estão em linha com os níveis de 2019, tanto em termos trimestrais como acumulados, o que demonstra uma clara recuperação”.

T 08 Novembro 2022
"A Penteadora tem horas de trabalho que não estão a ser ocupadas"
António Teixeira Administrador da Penteadora
T 09 Novembro 2022

X A MINHA EMPRESA

FORteams LAB Rua da Indústria 89 4815-675 Vizela

O que faz? Merchandising desportivo, como gorros e cachecóis, e moda sportswear Inicio de atividade 1994, com três funcionários e compra da primeira máquina Exportações 95% da produção, sobretudo para Europa e EUA Capacidade de produção 12 mil peças por dia Equipa À volta de 100 colaboradores Faturação Fecho aponta este ano para cima dos 5 milhões

PBP: CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO PARA DIVULGAR OS TÊXTEIS-LAR

“Probably the Best Partner” foi o mote que levou à criação da PBP Effect em 2012: surgiu vocacionada para criar e divulgar o sector dos têxteis-lar, no sentido de colmatar as suas lacunas e desenvolver o design criativo, gráfico, de produto e na criação de conteúdos digitais. Neste momento, a PBP tem na sua lista de clientes nomes como a Têxteis Penedo, o Grupo Impetus ou o Grupo Lasa. “É uma agência mais especializada e com core business no têxtil-lar”, mas trabalha também com a vertente da moda, do vestuário, do calçado, do mobiliário e da decoração, conta Ana Félix, fundadora e diretora da empresa.

que a Europa tem de repensar a vinda de produtos mais baratos da China"

CONTEXTILE HOMENAGEIA ARTISTAS TÊXTEIS

FORteams é agora também laboratório de ideias e inovação

Há males que acabam por ser um impulso, e para Pedro Santos e a FORteams a pandemia dificilmente será esquecida. “Com o Europeu de futebol e os Jogos Olímpicos, 2020 era um ano de enormes expetativas mas de repente tudo parou, em 15 dias o negócio e as encomendas passaram a zero”, explica o CEO da empresa que nessa altura dominava o fornecimento de têxteis para o merchandising desportivo das grande equipas e seleções de todo o mundo. E nem só de futebol.

Mas como não há mal que sempre dure, rapidamente decidiram virar-se para o fabrico de máscaras sociais, um negócio que acabou por superar as melhores expetativas, faturando nesse ano cerca de 7 milhões.

“Veio ao de cima o caractér resiliente e desafiador da empresa”, mas o susto, no entanto, tinha deixado marcas. “Fez pensar no futuro, para não voltarmos a sermos surpreendidos como fomos”, diz Pedro Santos, explicando que a decisão foi partir para outras vertentes do negócio. “Avançamos para o fabrico de sportswear e moda de conforto, criando um Laboratório de Ideias e Inovação a pensar na sustentabilidade”.

Liderado pela filha, Inês Santos, o laboratório lançou o projeto Loop, que já lançou uma linha de produtos de upcycling e criou um novo fio acrílico obtido a partir do aproveitamento daquilo que até então eram os resíduos da empresa. Um produto já reconhecido com o Prémio Ispo Best Product, o Prémio Europeu Sustentabilidade, da seguradora Tranquilidade, e ainda selecionado para o iTechStyle Showcase.

Um avanço que levou até a empresa a incorporar o laboratório na sua designação social, chamando-se agora FORteams LAB. Um terceiro nome que acaba por registar também as crises impulsionadoras que têm feito a empresas crescer e evoluir.

Nascida em 1994 como Pedro & Pedro – o outro era um

cunhado , dedicava-se então apenas ao fabrico de etiquetas. Um negócio que com a forte concorrência e o consequente esmagamento de preços, foi definhando até esbarrar de frente com a crise do final da década. Com 25 trabalhadores, cinco teares e máquinas para estampar etiquetas, que era preciso rentabilizar, e Pedro Santos decide avançar para o fabrico de cachecóis para os clubes de futebol. “Passamos a fazer etiquetas grandes, foi uma decisão estratégica. Sabia que havia falta de oferta e fomos de mala na mão por essa Europa fora mostrar o que tínhamos criado”, conta o CEO.

Este foi um trunfo decisivo e com a mudança estratégica para o fornecimento de mercandising para os clubes nasce a 4-Teams, que viria depois a incorporar a Pedro & Pedro. Os contratos sucedem-se e o negócio multiplica-se rapidamente e com isso a aposta na investigação, o apetrechamento com máquinas de nova geração, a procura de maior qualidade e diferenciação. Num ápice, torna-se fornecedor quase único e todos os grande clubes e seleções à escala global.

“Foi progressivo, fomos investindo à medida que fazíamos o encaixe”, diz Pedro Santos, explicando que as etiquetas são agora um negócio residual (300 mil euros), dentro da faturação que aponta para mais de cinco milhões no fecho de contas deste ano.

Atrás dos gorros e cachecóis, os clientes começaram também a pedir roupa desportiva.

“Investimos em equipamentos de sublimação, onde somos muito fortes, e temos um parque de máquinas em constante atualização. À volta de 3 milhões só nos últimos cinco anos”, diz o líder da agora FORteams LAB, dando conta de que o grande investimento em marcha é na circularidade. “Para a concretização completa do projeto Loop, queremos tornar a produção 360, vai implicar mais de um milhão de euros. A ideia é avançar até 2025, em função das regras para os apoios”. A FORteams é hoje um laboratório rumo à sustentabilidade.t

A Contextile, Bienal de Arte Têxtil Contemporânea que comemorou dez anos de existência, prestou tributo às artistas têxteis Gisella Santi e Margarida Reis, através de uma exposição que teve lugar no Centro Internacional das Artes José de Guimarães, juntamente com mais oito artistas de renome. ‘Terra adormecida’, ‘Despertar’ e ‘Bela’ foram as obras patentes de Margarida Reis. Já Gisella Santi esteve representada com os trabalhos ‘Ídolos de Alá’, ‘Cascata’ e ‘Uns e outros’.A par de exposições, a Bienal de Arte Têxtil preparou também um conjunto de talks, nomeadamente sobre o “Futuro do ensino na arte Têxtil”. Ao longo de dois dias (14 e 15 de outubro) artistas, especialistas, escolas e academias dos EUA, Gana, Lituânia, Suécia, Polónia e Portugal partilharam práticas pedagógicas e refletiram sobre novas metodologias para o futuro da cultura e arte têxtil.

10 milhões

de euros é o investimento da Sasia entre 2019 e 2025

BUREL FACTORY RENOVA COLEÇÃO NO SEGMENTO TÊXTEIS-LAR

A Burel Factory lançou uma nova coleção de decoração para a casa, que foi pensada sob o mote ‘Home of Sensorial Reconnections’. Com diferentes contextos e funcionalidades, a nova coleção encaixa-se nos espaços domésticos e no dia-a-dia dos seus habitantes para lhes proporcionar equilíbrio. A ideia é a de que a casa é onde está o con forto, as histórias e identidade de cada um e a Serra da Estrela está presente também nesta coleção. Com autenticidade, as mantas, as almofadas, os painéis, os produtos de mesa e as cabe ceiras de cama fazem parte das novas peças que não esquecem de combinar a acústica com o design.

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"Acredito
Maria de Belém Machado CEO da Tearfil
10 Novembro 2022
FOTO: RUI APOLINÁRIO

RIOPELE COM SISTEMA DE IA PARA CONTROLO DE QUALIDADE

Empenhada na digitalização, a Riopele investiu num sistema de inteligência artificial para controlo de qualidade, com o objetivo de agilizar os seus processos de inspeção de tecidos. O projeto arrancou na área da tecelagem com a instalação deste sistema em 13 teares, que são agora capazes de detetar qualquer imperfeição no fabrico dos tecidos.

É “uma tecnologia inovadora que integra um sistema de controlo automatizado de qualidade baseado em visão computacional, com o respetivo software suportado por modelos de inteligência artificial, que detecta em tempo

real defeitos em cada centímetro do tecido”, comunicou a empresa.

Segundo José Rosas, responsável pela tecelagem, este sistema é capaz de detetar “defeitos horizontais, defeitos verticais e manchas”, explicando que “o reconhecimento dos defeitos é efetuado através de estilos parametrizados para cada artigo mediante o ajuste de sensibilidade de valores reportados num conjunto prévio de fotografia para cada artigo em produção”.

A Riopele avança ainda que o investimento em equipamentos cada vez mais avança-

dos vai continuar, no sentido de conseguir responder a cada vez mais tipologias de fio, padrões e cores. Por enquanto este sistema não responde a “artigos com riscas ou xadrez ou ainda os que possuem na sua composição fios já de sua natureza irregulares, como por exemplo os chamados fios fantasia”, disse ainda José Rosas.

Recorde-se que além do apetrechamento tecnológico para otimizar a eficiência dos seus processos produtivos, na última década a empresa reforçou os investimentos em áreas críticas como eficiência energética, reciclagem ou reaproveitamento da água.

A par da tecnologia a Riopele tem também renovado os seus quadros. O número de colaboradores cresceu cerca de 25% na derradeira década e mais de 10% do total são agora quadros superiores, ao mesmo tempo que a média de idades ronda agora os 41 anos.

Com mais de 750 clientes ativos nos cinco continentes, a Riopele tem reforçado igualmente a sua posição como uma das referências europeias do sector têxtil. t

T 11 Novembro 2022

A

FASHION FORWARD

PARA LÁ DE PRONTO (A VESTIR)

Nas últimas semanas de Moda, onde se apresentaram as coleções de Pronto a Vestir para a Primavera de 2023, o momento mais fashion forward foi sem dúvida a performance apresentada em Paris pelo duo Sébastien Meyer e Arnauld Vaillant, responsáveis pela marca Coperni.

Com um nome retirado ao astrónomo e matemático Nicolau Copérnico, a marca regista desde o seu aparecimento uma obsessão nas suas propostas por tecnologia de ponta, ciência e inovação, tendo conseguido nesta estação a materialização desta paixão através de um momento já classificado por muitos como histórico a nível de Moda.

No final do seu desfile, que teve lugar no Musée des Arts et Métiers de Paris, na Salle des Textiles, a muito mediática modelo Bella Hadid surgiu semi nua, avançando em direção a uma plataforma onde se encontrava um grupo de “alquimistas” munidos de material de laboratório, destinado a criar nos próximos 10 minutos algo muito próximo de magia.

Através da utilização de um líquido desenvolvido pelo Dr. Manel Torres, que pode ser composto por fibras naturais (lã, mohair ou algodão), ou sintéticas (nylon, celulose), a modelo foi “sprayada” através de um aerosol, que em contacto com o seu corpo, ganhou uma forma sólida, criando deste modo um material não têxtil.

Fabricado pela Fabrican Lda, este material tem como propósito a utilização em fins medicinais ou na construção, permitindo ser reutilizado (voltar ao estado líquido) e lavado.

A finalização deste vestido, que conta com um toque agradável, tipo camurça, foi dado por uma assistente, que muito facilmente cortou com tesoura (a única ferramenta ligada ao processo de confeção como o conhecemos utilizada) as bainhas, uma racha e a linha do decote, originando uma peça de contornos perfeitos (não fosse a base o corpo de Bella) pronta a ser orgulhosamente desfilada, para deleite do público e de uma plateia dentro e fora do desfile pronta a viralizar o momento para audiências que se revelaram absurdas: o momento foi avaliado em 26 milhões de euros, em retorno publicitário.

As opiniões dividiram-se, obviamente, como é costume em situações novas - desde as críticas de “puro artifício, magia descartável” às “criou-se História”. O que é certo é que o momento mais badalado destas semanas de Moda não envolveu nenhum tecido, nem agulhas, nem sequer linhas. E foi criado em 15 minutos aproximadamente. Será este o princípio do nosso futuro?

A seu tempo veremos. Para já, vamos apreciar este presente. t

ZONA EURO REGISTA AUMENTO DA INFLAÇÃO E QUEDA DO PIB

Segundo dados divulgados pelo Eurostat, a Zona Euro marca um novo recorde e regista uma inflação de 10,7% em outubro, face ao mês homólogo do ano anterior, e representa um aumento de 0,8% face a setembro. Já o PIB sofreu uma esperada desaceleração no terceiro trimestre do ano. Os dados partilhados pelo Eurostat revelam que a a expansão do PIB caíu seis décimos no terceiro trimestre do ano, para 0,2%.

A Cordex, têxtil situada em Esmoriz, anunciou que para ajudar a fazer frente ao aumento do custo de vida, durante cinco meses vai oferecer aos seus trabalhadores um cabaz básica com bens alimentares não perecíveis. O valor total das cinco cestas a distribuir até fevereiro por cada trabalhador é de 285 euros, precisou a empresa. A Cordex lidera um grupo de dez empresas em diferentes países com um volume de vendas anual consolidado de 120 milhões de euros.

FROM PORTUGAL EM FORÇA NA MEDICA DUSSELDORF

Sendo a principal montra dos produtos e inovações para o sector da saúde e assistência, a Medica Dusseldorf voltou a contar com forte presença From Portugal, com a presença de uma comitiva de quase uma dezena de participantes. Às empresas ASPECTO, Barcelcom, Inarbel, Oasipor, Pharmia, Trim NW, Hydrumedical, Raclac e Clynxio, associou-se ainda o expressivo Fórum de Tendências, organizado pelo CITEVE em parceria com a ASM.

T 12 Novembro 2022
CABAZ
CORDEX DISTRIBUI
AOS 500 TRABALHADORES
T 13 Novembro 2022

GANGA BRILHA NA COLEÇÃO DA GAËLLE

A nova coleção da Gaëlle Paris apresenta uma vasta gama de opções em denim para mulher – e não só os clássicos modelos em tons de azul – que podem ser combinadas com qualquer outro tema da estação outono-inverno 22/23.‘Experimentação’ é uma das palavras-chave desta coleção em que as peças de ganga são preenchidas de detalhes, remendos, golas ou punhos ou, em contraste com o preto, através de tecidos como o tartan

TMR TECH É A NOVA MARCA PARA PRODUTOS TÉCNICOS

A DESPERDIÇAR TALENTO", ALERTA ISABEL FURTADO

A falta de uma aposta clara e colaborativa entre as empresas e a academia tem como primeiro impacto “estarmos a desperdiçar talento, que custou a criar e vale muito”, considera Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, avançando que “fazer uma licenciatura, mestrado e doutoramento sem nunca ter tido uma experiência empresarial é das primeiras coisas a mudar". Falando num debate organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos em colaboração com o Expresso, Isabel Furtado sublinhou que os alunos das academias deveriam “fazer a licenciatura e o mestrado já com projeto. É uma excelente oportunidade para os alunos e para as empresas”.

FASHION FILM FESTIVAL TEM EDIÇÃO IBÉRICA

Este ano o Fashion Film Festival vai ter uma espécie de prolongamento, com a realização, a 15 de Dezembro, de uma edição especial que vai juntar em Málaga os produtores e realizadores portugueses e espanhóis de fashionfilms

Juntando Portugal e Espanha, o Fashion Filme Festival Iberia (re)nasce assim em Málaga, inaugurando uma nova categoria de filme, ‘Mediterrâneo, Essência e Tradição’, que relaciona as características comportamentais com a essência da cultura medirerrânica, as raízes e tradições nos processos e produções do sector da moda.

O júri vai contar com um representante da Câmara de Comércio, Indústria e Navegação de Málaga, outro da indústria cinematográfica da Andaluzia e um representante do mundo da cultura e da comunicação.

A TMR está a diversificar os seus serviços e, sem perder a componente fashion que lhe é caraterística, avança agora para os sectores técnico e desportivo: a marca TMR Tech, que trabalhará em regime de private label, é apresentada pela primeira vez na ISPO Munich onde já garantiu uma distinção Top Product nos Textrend Awards.

Trata-se de uma t-shirt feita com cordura: “Foi um produto feito a pensar na candidatura. Fomos à Performance Days o ano passado já com a participação da ISPO em mente e desenvolvemos este produto com o

objetivo de o candidatar. Tem bastante moda incorporada, que é o nosso ADN e o material vem de um fornecedor nosso italiano”, conta o diretor financeiro, Miguel Máximo.

A empresa de Guimarães apresenta-se em Munique com uma coleção de yoga, pilates e padel e outros artigos de corrida e ginásio. Uma aposta em produtos funcionais com características como repelência e termorregulação.

“Tivemos alguns clientes a pedirem produtos técnicos e desportivos e vimos que podíamos fazer. Um dos projetos correu bem, então investi-

mos em maquinaria, em formação interna, começámos a trabalhar com outros fornecedores”, conta a fundadora, Margarida Máximo, a propósito da formação da TMR Tech.

Com a presença na ISPO a TMR abre-se a um novo mundo: “até agora trabalhamos com marcas de moda que queriam estender a oferta à categoria de desporto. Com a participação na ISPO pode acontecer o contrário, marcas de desporto que procuram adicionar moda às suas peças. É esse nicho que vamos à procura”, referem os responsáveis. t

MODA EUROPEIA EXPORTA MENOS 47,4% PARA A RÚSSIA

Entre março e agosto deste ano, as vendas de vestuário, calçado, acessórios e perfumaria para o mercado russo totalizaram apenas 1.615 milhões de euros, ou seja, menos 47,4% que no mesmo período do ano anterior, que tinha uma receita total de 3.071 milhões de euros.

Ainda que com um começo de ano com uma confiança renovada na Rússia – as exportações aumentaram 20,3% só em janeiro –, com a eclosão da guerra as exportações

caíram 43,5%, registando contrações de 39,1% em julho e 39,7% em agosto. Desde então, algumas das maiores empresas começaram a terminar os seus negócios no país – quase sempre com a venda dos ativos a investidores locais, como são exemplo a Mango, a Tous, a Reebook ou a Sephora.

A última a tomar essa decisão foi a Inditex, que suspendeu a sua atividade na Rússia após o início da guerra e, recentemente, concordou

vender os seus negócios para o Médio Oriente, ao grupo Daher – proprietário da Azadea, um dos maiores distribuidores do Médio Oriente.

De salientar que o custo da guerra na Ucrânia para as exportações do sector têxtil e do vestuário europeu já chega a mais de 1.600 milhões de euros, segundo as últimas estatísticas comunitárias publicadas pela Icex Spain Export and Investment. t

Este é o quarto ano consecutivo que associa o Município de Guimarães e a Associação Selectiva Moda no festival que premeia a moda, a criatividade, o design e a produção multimédia, nesta nova edição juntamente com a Ipsa Ratio. O FFF é também uma forma de atrair os jovens para a têxtil e moda e contactar também com públicos diferentes.

A cerimónia de anúncio e entrega de prémios,na noite de 3 de Dezembro, vai ter como palco o renovado Teatro Jordão, em Guimarães. Já no Fashion Film Festival Iberia o vencedor será conhecido no dia 15 de dezembro, num evento que terá como palco o Museu Automobilístico e da Moda de Málaga. O troféu é desenhado por um criador de artesanato típico local, em exclusivo para esta edição. t

T 14 Novembro 2022
"A moda portuguesa evoluiu muito, a nova geração tem condições que nós não tínhamos"
Miguel Vieira Designer
“ESTAMOS
T 15 Novembro 2022
T 16 Novembro 2022 “EM 24 HORAS PODEMOS ABASTECER UM HOTEL NOVO” FOTO: RUI APOLINÁRIO

nENTREVISTA

Aos 33 anos é o administrador da Têxteis JF Almeida, S.A. para as áreas Comercial, Acabamentos, Confeção e Logística. Licenciado em Economia e com pós-graduação em Gestão Financeira, é a segunda geração na administração da empresa fundada pelo pai, Joaquim Almeida. Uma gigante do têxtil-lar que se habituou a investir em tempos de crise e que aposta cada vez mais nos têxteis técnicos, no caminho da inovação e da sustentabilidade, não só como forma de diversificação de produtos mas também para criar valor acrescentado.

Ccolchas, para fio, mas para roupa de cama nunca tivemos essa linha de acabamentos, sempre subcontratamos e era uma necessidade que tínhamos.

Reforçar a capacidade, portanto?

om um projeto que já vai em 30 milhões, a empresa está a investir em todos os sectores, com destaque para produção de energia e a substituição do consumo de gás por caldeiras de biomassa.

Olhando para as últimas décadas, a JF Almeida não pára de crescer, é vício ou necessidade?

Não diria uma coisa nem outra. Naturalmente que estamos sempre à procura de novos mercados e já está no sangue do fundador da empresa, que é o meu pai, investir. E nesta crise que estamos a atravessar, que é muito grande, estamos a fazer um investimento de 25 milhões de euros, que é o maior de sempre. E o meu pai sempre disse: meus filhos, investir é em tempos de crise.

Quando arrancou este investimento?

A ideia começou com o Covid, que para nós nem foi crise, até correu muito bem o período de Covid, mas agora sim, a crise energética está a ser muito complicada, mas estava assente que era mesmo para investir.

É estratégico?

Esta empresa investe todos os anos, mas em tempos de crise tem sido estratégico. Quando vier a bonança nós estamos preparados, tem sido essa a política.

Quais são em concreto os investimentos que estão em curso?

Estamos a montar uma nova linha de acabamentos, um projeto que foi aprovado no Portugal 2020. Nunca tivemos a parte de contínuos, sempre tivemos acabamentos para felpos, para

Não, é uma linha completamente nova, um tipo de acabamento novo e diferenciado. Com isso vieram mais 30 teares, teares largos para fazer roupa de cama, os nossos teares só faziam felpo. Reforçamos a equipa, reforçamos o laboratório, e compramos mais duas máquinas de confeção, aqui sim para reforçar a nossa produtividade.

Dentro deste projeto, que era de 25 milhões e já vai em 30 milhões, há o grande investimento que fizemos em energia, que tem a ver com os painéis fotovoltaicos, toda a fábrica está coberta com painéis fotovoltaicos. E para a maior preocupação, que foi o gás natural – neste momento estamos a fugir a tudo que é gás natural –, compramos duas caldeiras de biomassa que já estão a funcionar, uma delas na tinturaria.

Portanto, além do investimento na tecelagem, na confeção, na tinturaria e nos acabamentos, montamos também na fiação numa nova linha de torcedura.

Qual é o grau de substituição do consumo de gás?

Neste momento 60%, mas porque ainda temos máquinas que funcionam a queima direta do gás. Já estamos a fazer as conversões para radiadores de vapor que são alimentados pela caldeira, pelo que em dois a três meses passaremos a uma substituição a rondar os 90%. Mas há uns 10% de máquinas em que vamos depender sempre do gás, não há nada a fazer.

A ideia é deixar de depender do gás?

Em princípio sim. Mas estamos também a preparar-nos para ter um botão para gás e outro para biomassa, para sermos versáteis. Estamos conscien-

A exportar praticamente 100% daquilo que produz e com uma previsão de faturação para este ano a rondar os 60 milhões de euros, a JF Almeida tem apostado decididamente na inovação e sustentabilidade como fator de diversificação e criação de valor.

É a partir da estrutura interna de I&D que tem lançado projetos como o Infusion, o processo sustentável de tingimento que não usa corantes, sendo as cores extraídas de plantas através de infusões, ou o Fio 360, o fio reciclado que já representa cerca de 20% da produção e é obtido a partir de todo o desperdício que antes ia para aterros.

Fruto do trabalho da equipa de I&D, também o iHeatex, um robe com aquecimento que foi desenvolvido em conjunto com o CITEVE e CeNTI. Aguarda por uma patente e a finalização de um projeto tecnológico no âmbito do PRR para chegar sair para a rua. Também pronta a saltar para o mercado, a toalha de mesa que através da mesma tecnologia pode aquecer a zona onde está o prato para o manter quente, é outro exemplo de tecnologia de ponta desenvolvida por uma empresa tradicional que avança para novas áreas.

Para a área dos desportos ao ar livre, a DryTech, uma toalha premiada na ISPO. Super leve, sustentável e feita com microfibras e com tratamento antibacteriano, enxuga o corpo e seca de imediato, voltando a ocupar um espaço mínimo na mochila sem resquícios de odores ou humidade.

tes de que toda a gente está a ir por este caminho, toda a gente vai precisar de biomassa e os preços já começam a ficar especulativos. Ficamos assim a poder jogar com as duas alternativas, e posso já dizer que foi um investimento de quase milhão e meio que em seis meses foi pago.

O foco da empresa continua a ser a produção e comercialização de têxteis-lar?

Sempre foi a parte de produto acabado, os atoalhados, o felpo, e agora também para a roupa de cama, o que representa neste momento cerca de 65% da faturação da JF Almeida, mas há cerca de dez anos eram 90%. O foco do meu pai era diversificar as linhas de negócio, se uma parte está constipada a outra está aqui para segurar. Agora 40% da produção da fiação é para venda ao exterior e também 60% dos serviços da tinturaria são para outros. As duas já representam 35% dos 52 milhões de euros de faturação da JF Almeida.

Hoje a JF Almeida tem também uma grande capacidade logística, isso é estratégico?

Sim, cada vez mais por causa do just in time e da estratégia dos nossos clientes, que tinham a sua própria logística e por causa destes problemas [dos transportes e abastecimento] muitos começaram a fugir do Oriente para o mercado europeu e começamos a ser nós a fazer a sua logística. Posso citar o caso de um cliente que tem uma grande cadeia de lojas em Espanha, eu neste momento posso colocar uma caixa em Valência, por exemplo. Os clientes pagam e nós fazemos esse serviço, eles deixaram de ter essas estruturas.

Dir-se-ia que são vocês a fazer o stock desses clientes?

Um mercado em que somos muito fortes é a hotelaria, se for preciso em 24 horas pode-

mos abastecer um hotel novo. É uma estratégia nossa, temos cerca de quatro a cinco milhões de artigo pronto a entregar, montamos um polo logístico semiautomático onde cabem quase 550 paletes só para mercadoria de permanentes.

Outro aspeto que hoje caracteriza a empresa é a oferta de produtos diferenciadores, como foram por esse caminho?

Há uma dúzia de anos o têxtil-lar passou por uma crise, e nós basicamente tínhamos um monoproduto. Além de diversificar negócios, como já falamos, nós quisemos sempre diferenciar o nosso produto e começamos a fazer artigos técnicos para entrar noutro tipo de mercados. Daí a nossa entrada na ISPO.

As feiras são importantes para a JF Almeida?

Cada vez mais. Na área dos fios há muito tempo que fazemos várias feiras, na parte do têxtil-lar sempre nos focamos na Heimtextil, foi sempre uma feira importante para nós. Depois quando começamos a atacar o mercado dos EUA voltamo-nos para a Market Week , em Nova Iorque, agora a ISPO também é muito importante para nós por causa destes produtos técnicos. As feiras são muito importantes para nos apresentarmos aos nossos clientes.

E têm conquistado também prémios, como é o caso da Ispo...

E isso dá nome, dá prestígio e segurança aos clientes e isso é muito bom para nós. Neste momento estamos a pensar noutros mercados, como o Japão, e estamos também a pensar voltarmo-nos para essas feiras. Agora o nosso showroom é virtual, todos clientes têm acesso e conseguem consultar todos os artigos, mas nas feiras é onde impactam, onde apresentamos as novas coleções, novos acabamentos, é estratégico, por isso é que são importantes.

T 17 Novembro 2022
"Estamos a fazer um investimento de 30 milhões, o maior de sempre"

O mesmo grupo mas com empresas autónomas

Somos uma empresa, não somos nenhuma holding, explica João Almeida. Depois temos outra empresa, que também tem uma marca, que é Mi Casa Es Tu Casa, que é outra sociedade, e ainda outra que é a In Store. Há depois ainda outra, que tem a nossa marca Emoh. Chama-se Emotion, é uma empresa nova que criamos durante a pandemia, da qual somos fornecedores. Mas são todas empresas separadas, das quais a JF Almeida é fornecedora, com a particularidade de terem alguns acionistas comuns a todas. No fundo, é o mesmo grupo mas são empresas autónomas e separadas.

Fale-nos agora do departamento de I&D, qual é o estado da ciência na empresa?

Neste momento existe mesmo muita I&D na empresa. Isto começou há cerca de sete anos, uma equipa que construi com os engenheiros da produção e da fiação e, quase por carolice, começamos a desenvolver produtos, começamos pelos acabamentos sustentáveis.

E na altura qual era o principal objetivo?

A ideia era estar na linha da frente, não ter apenas o produto tradicional. Para muitos clientes e para o consumidor final, o têxtil-lar é um básico, nós queríamos diferenciar-nos. De tal forma que agora fala-se de sustentabilidade e economia circular e nós já lá estamos, desde há sete anos que estamos focados na sustentabilidade. Posso dizer que neste momento 10% do volume da faturação já é com artigo sustentável e reciclado.

Têm agora também produtos com cânhamo e linho, justificava-se uma linha de fiação para estes materiais?

A nossa é uma fiação open end, não é uma fiação convencional, e já conseguimos incorporar 10 a 15% de linho ou de cânhamo. Uma fiação 100% linho é complicado, tem que ter muita humidade, e para este tipo de fios o investimento que representa não compensa produzir isso em Portugal.

Até que ponto a verticalização da JF Almeida foi importante para chegar onde está hoje?

Foi importantíssima. Se não fossemos verticais nunca teríamos crescido como crescemos. Os grandes clientes, e cito, por exemplo, o Carrefour, quando chegam cá têm que sentir capacidade, versatilidade e flexibilidade. Em praticamente 24 horas conseguimos fazer um fio e fabricar uma toalha e se eu não tivesse essa versatilidade era

impossível ter capacidade de resposta e trabalhar para esses grandes grupos com os quais crescemos. Além da qualidade, o grande serviço que prestamos aos clientes é a rapidez. Controlamos o processo todo, o meu pai comprava algodão para um ano, uma encomenda que caia aqui nós entregamos em quatro a cinco semanas.

Fica a ideia que há uma atuação quase visionária do seu pai...

Sem dúvida, é visionário mesmo...

E como explica isso?

Foi o traquejo, a experiência do mercado e, o mais importante, a coragem e determinação. Em plena crise, quando toda a fiação de Portugal fechou, ele montou uma fiação.

Qual é o papel dele hoje na empresa?

É o líder, é ele que gere. Nos somos administradores, eu e mais três irmãos. Eu com a parte comercial, acabamentos, confeção e logística, outro com a parte de tecelagem, outro a fiação e a outra o marketing

Falemos agora das instalações, quantos são os polos da empresa?

Temos o núcleo A, que é a sede, onde estão os recursos humanos, financeiros, informáticos e a tecelagem, que foi onde tudo nasceu. Depois temos o núcleo B, que é a parte de tinturaria e acabamentos; o núcleo C, que é a fiação; o núcleo D que é o polo logístico de distribuição, ao lado da fiação mas em espaço autónomo; e agora o novo núcleo que é onde está a confeção e a nova tecelagem.

No conjunto, estamos a falar de que áreas? Ocupamos 65 mil metros quadrados.

Funcionários? Neste momento somos 820.

Chegou a haver uma estrutura no norte de África... Argélia!

E projetos para a América do Sul... Paraguai!

Em que ponto está isso? Começando pela Argélia, foi um negócio conjunto com um amigo do meu pai, que nasceu com a ideia de produzir em Portugal e enviar em rolo, basicamente para não ser um produto acabado e não ser taxado. Basicamente uma confeção e uma logística para distribuir no Magrebe, mas praticamente um ano depois do arranque desistimos e vendemos. Trabalhar num contexto muçulmano é complicado e vendeu-se a posição ao sócio argelino. Quanto ao Paraguai, o projeto está em stand-by e creio que vai ser uma estratégia interessante. A ideia nasceu quando chegou o Covid, já havia um administrador, as coisas estavam apalavradas, mas deixamos de poder viajar. A estratégia é a mesma da Argélia, mas para distribuição no mercado brasileiro.

Como se vai resolver o problema da mão de obra, é com a automatização? Nunca se vai conseguir automatizar uma confeção. Automatiza-se ao máximo, nós já temos uma confeção automática, mas uma parte tem que ser sempre manual. Vai haver muita falta de mão de obra, a solução vai ter que passar pela importação. Nós vamos ser a França e a Alemanha de há décadas atrás. O problema que estou a sentir neste momento é que os emigrantes chegam a pensar que Portugal é atrativo, mas depressa percebem que não é assim tão atrativo. E a habitação, as rendas, são o principal problema. t

As perguntas de

Que importância e peso têm no negócio os drivers sustentabilidade e como prevê que possam evoluir nos próximos tempos?

Um peso muito importante, já representam quase 20% do volume de negócios, mas indiretamente o peso é muito maior. Temos várias certificações e o HIGG FEM nivela o nosso nível de sustentabilidade e se não estivermos em determinado patamar não podemos trabalhar com muitos clientes, como é, por exemplo, o caso da H&M. Passamos recentemente para um nível de 55%, o que é muito bom no nosso mercado.

Que expetativa tem face à evolução da tecnologia na compensação do aumento os custos da energia. O que está a JF Almeida a fazer neste campo?

Como já falamos, estamos a mudar maquinaria para consumos baixos, tanto energéticos com o de água, centrais de biomassa e painéis fotovoltaicos. t

Quais os maiores desafios que encara na gestão atual?

Claramente os que têm a ver com a crise energética e os que estão relacionados com as políticas que vamos ter nos próximos anos no que respeita às questões salariais.

A JF Almeida é uma empresa com mais de 40 anos de história. Quais os motivos por detrás deste legado de sucesso?

Muito se deve ao nosso pai, pela coragem com que sempre atuou e agora, com a entrada dos filhos, o amor que todos temos aqui pela empresa. t

T 18 Novembro 2022
Braz Costa Diretor Geral do CITEVE Juliana Almeida Administradora da JF Almeida
"O grande serviço que prestamos aos clientes é a rapidez"
T 19 Novembro 2022

PRÉMIOS ISPO CONSAGRAM O MADE IN PORTUGAL

É o novo concurso Apparel Edition dos ISPO Textrends Awards e os fabricantes portugueses destacaram-se como vencedores absolutos. Com um total de nove troféus para peças de vestuário desportivo inovadoras, Portugal é o país mais premiado entre candidaturas de todos os continentes. Destaque para a Olmac, premiada em três categorias, enquanto a Gulbena junta o prémio da Apparel Edition ao da área Fabrics. As outras peças foram apresentadas pela FORTeams Lab e pela TMR Fashion Clothing.

Juntando aos dois concursos – Fabrics e Apparel – o têxtil português vai estar no centro de todas atenções na abertura da ISPO, no dia 28 de novembro, quando terá lugar a cerimónia de entrega dos prémios. Ao todo, são 32 os prémios para produtos made in Portugal, já que são 23 os distinguidos na área Fabrics.

Em comunicado, a organização alemã refere que “Portugal conquista não só um lugar de destaque nos ISPO Textrends Awards, da maior

feira mundial de desporto, como também lidera os premiados da primeira edição do novo concurso ISPO Textrends Awards – Apparel Edition”. E sublinha também que “a participação portuguesa irá ultrapassar, nesta edição de 2022 da ISPO Munich, o nível de participação da pré-pandemia, com 42 expositores portugueses”.

Os responsáveis pela feira de Munique registam ainda que “a forte participação da Indústria Têxtil e Vestuário (ITV) portuguesa deve-se ao esforço conjunto da Associação Selectiva Moda com o CITEVE, que vão marcar novamente presença com dois stands coletivos From Portugal”, nos pavilhões A1 (Outdoor) – com oito empresas de moda seamless e peúgas – e C2 (Textrends) – com 23 empresas de materiais, acessórios e de confeção. Pela segunda vez, Portugal levará ainda o showcase de sustentabilidade iTechStyle Green Circle, organizado pelo CITEVE. t

ATP INSISTE NA NECESSIDADE DE AGILIZAÇÃO DO LAY-OFF

Num quadro em que as empresas estão a sentir uma assinalável diminuição das encomendas e precisam por imperativos de gestão de diminuir a fatura da energia – nomeadamente mantendo as máquinas desligadas por alguns períodos de tempo – “a agilização do sistema de lay-off é imperativa”, disse ao T Jornal o presidente da ATP, Mário Jorge Machado.

Há um número crescente de empresas do sector têxtil e do vestuário – com especial incidência nas unidades de acabamentos – que tem recorrido à diminuição do número de horas de laboração e o lay-off surge como “o mecanismo que

melhor permite a salvaguarda dos postos de trabalho”. A razão é simples: a alternativa é o caminho da insolvência.

O Governo tem mostrado reservas – ou mais propriamente a recusa – em fazer regressar o sistema do lay-off simplificado, que foi uma medida emblemática nos tempos mais duros da pandemia. Mário Jorge Machado entende o sinal que António Costa e Costa Silva querem dar com essa recusa, mas contrapõe que “o que é necessário é garantir a solvência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho”.

Pior ainda, no próximo ano,

passado o pico de encomendas viabilizado pela quadra natalícia, a indústria assistirá, tudo o indica, a uma fase ainda mais severa dos mercados – tanto o interno como o externo – o que com certeza irá focar ainda mais a necessidade de as empresas encontrarem um sistema que lhes permita suspender a laboração.

Neste momento, afirma Mário Jorge Machado, “o sistema de lay-off é burocratizado e lento” e o Governo terá de olhar para ele com pormenor, sendo sua obrigação antecipar uma situação que já está no horizonte de curto prazo da indústria têxtil – mas não só. t

‘FASHION & SUSTAINABILITY’ DEBATEU SECTOR TÊXTIL E MODA

Organizada pela Universidade Lusófona, a ‘Fashion & Sustainability’, primeira conferência internacional sobre sustentabilidade aplicada à moda, juntou investigadores e players nacionais e internacionais para debaterem os temas de maior impacto numa área cada vez mais presente em todos os segmentos dos sectores associados. “Este é um evento que se distingue porque não trata apenas a parte científica, os papers académicos. Abre portas aos projetos que acontecem na indústria e aborda a sustentabilidade nas suas várias vertentes”, disse Alexandra Cruchinho, professora na Universidade Lusófona e responsável pela apresentação da conferência.

SMARTEX LEVANTA FINANCIAMENTO DE 24,7 MILHÕES DE SÉRIE A

A Smartex anunciou o levantamento de 24,7 milhões de dólares (25 milhões de euros) numa ronda de financiamento de Série A liderada pela Lightspeed Venture Partners e pelo Build Collective, de Tony Fadell. Com este financiamento, a empresa pretende garantir a sustentabilidade do seu negócio e assegurar rentabilidade aos investidores. Permitem também à Smartex expandir o negócio de forma estratégica para novas geografias, continuar a aumentar a equipa e desenvolver novas linhas de produtos. “Somos privilegiados por estar numa posição única para agregar valor intrínseco a uma indústria gigante que é fundamental”, disse Gilberto Loureiro, cofundador e CEO da Smartex.

5,4%

é o crescimento das vendas no comércio a retalho em agosto

‘BREEZE’ JUNTA DECENIO E GONÇALO PEIXOTO

Recebeu a designação ‘Breeze’ e é a recente coleção da Decenio com a assinatura de Gonçalo Peixoto. “Receber o convite da Decenio para mim foi incrível.

É uma marca portuguesa com a qual me identifico muito e, por isso, foi o inicio de uma grande viagem", considera o estilista que pela primeira vez desenhou para o público masculino, “era algo que queria fazer há muito tempo e surgiu no momento certo”.

A colaboração faz parte da estratégia da marca do Grupo Cães de Pedra no sentido de se aproximar do design de autor e também de uma geração mais nova: “esta parceria serve para unir públicos, cruzar públicos entre marcas”, reforça Gonçalo Peixoto.

T 20 Novembro 2022
" Os têxteis técnicos são um segmento de negócio que temos vindo a desenvolver "
Rui Martins CEO da Inovafil
T 21 Novembro 2022 0 5 25 75 95 100 Anuncio T Jornal 235x279 mm ER 2019 segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019 10:53:52

X DE PORTA ABERTA

LOT | LABELS OF TOMORROW Rua José Falcão 144, 4050-315,

Um espaço para promover o talento independente

Em pleno coração do Porto e num edifício histórico, construído em 1895, o espaço Labels of Tomorrow abriu portas em abril deste ano. Serve como palco a talentos emergentes e novos conceitos de moda, acolhendo as mais variadas etiquetas independentes, nacionais e internacionais, distribuídas por dois pisos.

“A LOT é um subprojeto do The Feeting Room. Mais depurada, com uma oferta mais reduzida, que dá palco a marcas independentes e, ao mesmo tempo, redefine o conceito de compra, uma vez que o retalho de há 15 anos para cá tem evoluído para uma experiência sensorial de consumo”, começa por explicar Edgar Ferreira, um dos fundadores.

“Neste espaço reunimos 20 marcas, cada uma com o seu corner próprio, para dar uma maior força à identidade dos nossos parceiros. Continuamos a dar valor à portugalidade e, por isso, temos marcas como a Sanjo, Guaja, Fora, Next Memory, Algori. A nossa mais recente parceria é com a ISTO, sentimos que faltavam básicos de homem e é uma marca sustentável, super transparente”, exemplifica.

Mas a experiência única de entrar na LOT vai mais além: a par do vestuário, calçado e joalharia, há também um toque de arte (com curadoria da galeria Underdogs) e uma área de restauração (explorada pelo Eleven Lab), que completam a experiência do consumidor.

“O cliente ideal viria da The Feeting Room do Largo dos Lóios, via recomendação nossa, chegava aqui para comprar um produto que não temos lá, almoçava no Eleven e depois comprava um quadro. É essa a dinâmica que queremos”, avança Edgar Ferreira, acrescentando que “não procuramos ter como marca parceira a big thing mas sim a next big thing, e queremos que o nosso cliente a descubra connosco”. No primeiro piso a oferta de vestuário junta-se com a de arte, enquanto no piso superior outras marcas e uma zona de restauração. Ao todo, são 800m2 de tendências aos quais se junta ainda um terraço aberto para jardim. “Acabamos de preparar o terraço para o inverno, estamos agora a trabalhar na capela para o Natal. Os primeiros três meses foram para ver como o comprador se comportava e aprimorar a oferta. Agora vamos preparar ações de Natal, que podem descobrir a partir de dia 1 de dezembro. O próximo desafio será, a partir de Março, preparar o jardim para um verão que se quer imperdível para parceiros e visitantes”, explica.

No dia 2 de dezembro a LOT recebe já um evento em parceria com a Rains e a Algori, para showcase das novas coleções. No próximo ano os clientes podem contar com “apresentações de coleções, aulas de yoga, meet the brands ou cinema ao ar livre”, antecipa Edgar Ferreira. t

FARFETCH CONCLUI AFASTAMENTO DO MERCADO DA RÚSSIA

A Farfetch conclui a sua saída do mercado russo: a empresa de venda online de moda de luxo fechou os escritórios localizados em Moscovo e demitiu todos os seus colaboradores. O processo de abandono do mercado começou em setembro passado. Com este encerramento, a Farfetch perdeu mais de 50 mil consumidores ativos e espera que esse número duplique até ao final do ano.

de acordo com o teto máximo para a venda de gás na Europa exigido pela Euratex"

FAMALICÃO INCENTIVA À INOVAÇÃO

Depois do Made In, o município de Famalicão, a Cidade Têxtil, avança para o Created In, analisando estruturas e incentivos de apoio às atividades inovadoras e potenciadoras da criação de valor acrescentado. O projeto foi analizado durante o 4º Fórum Económico do concelho, que teve Fernando Alexandre, professor de Economia da Universidade do Minho, como keynote speaker, e foi encerrado pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa

CHINA CRESCEU 3,9% NO TERCEIRO TRIMESTE

Depois de registar um crescimento de 0,4% no segundo trimestre deste ano, o PIB da China superou as expectativas e apresentou um crescimento homólogo de 3,9% no terceiro trimestre. Este crescimento está acima das expectativas, que estimavam uma alta de 3,3% no período em análise, e aproximam-se dos resultados do primeiro trimestre, quando a economia da China apresentou um crescimento de 4,8% face aos três primeiros meses de 2021.

80 euros

é a proposta da Euratex para o preço máximo do MG/W de gás vendido na União Europeia

MESHMESS APOSTA NO OVERSIZE E TAMANHO ÚNICO

Meshmess é uma nova marca portuguesa nascida para “preencher uma lacuna no mercado: o oversize e o tamanho único”. Elisabete Costa, CEO da marca e especialista em e-commerce, explica ainda que a identidade se pauta pela cor e pela vivacidade e o foco preferencial está nos mercados do norte da Europa. Produzida em confeções portuguesas, mas também ateliers de confeção independentes, a marca diz não acreditar em coleções, pois já não existe a mesma diferenciação de estações.

T 22 Novembro 2022
Ano de abertura 2022 Produtos Vestuário, calçado, joalharia e outros acessórios Público-alvo Clientes com poder de compra médio-alto que valorizem exclusividade no design, faixa etária entre os 20 e os 45 anos Loja online thefeetingroom.com/pages/lot-labels-of-tomorrow Porto
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Susana Serrano CEO da Acatel
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Todos sabemos umas coisas.

O MEU PRODUTO

O que é? Leggings com sistemas ativos integrados nas estruturas têxteis

Principal contributo Através de massagem e compressão, eletroestimulação e aquecimento, permitem acelerar o processo de recuperação muscular Estado do projeto Em fase de conclusão, seguem-se testes dos protótipos em ambiente real

COLOR SQUARE LANÇA MARCA INFANTIL

A Color Square é uma concept store nacional dedicada a crianças e famílias que reúne marcas amigas do ambiente que visam estimular a criatividade dos mais novos e o free play. Neste sentido e, para complementar e diferenciar a loja, no final do ano lançará uma marca de roupa. “Color Square” destina-se a crianças entre um e os 11 anos de idade, “que em cada coleção terá um designer ou ilustrador convidado e, por isso, cada coleção será denominada por ‘artist edition by…’”, revelou Inês Figueiredo, uma das sócias da Color Square.

autoprodução

Umas leggings que fazem recuperação muscular

Com a crescente expressão do desporto, a Tintex, juntamente com a HATA, CITEVE, CenTI e FADEUP, lançou-se no desenvolvimento de umas leggings desportivas que permitem a recuperação muscular. O produto conta com sistemas de eletroestimulação, aquecimento, massagem e compressão, totalmente integrados nas estruturas têxteis. Estes sistemas foram desenvolvidos utilizando tecnologias emergentes como eletrónica impressa e integração de fios condutores. A sua chegada ao mercado deve acontecer já no próximo ano.

“As características diferenciadoras são mesmo a eletroestimulação, aquecimento, massagem e compressão. Fizemos o estudo de cada uma delas individualmente e depois combinámo-las no protótipo final”, avança Pedro Magalhães, diretor de inovação da Tintex. Encontram-se neste momento a fazer a “otimização do protótipo para poder desenvolver em maior quantidade e depois testar em ambiente real”.

Além do fornecimento da malha acabada, a Tintex estudou também algumas soluções de revestimentos que podem ajudar na parte mais eletrónica. “Pensamos muito na performance e naquela que seria a malha ideal para estas leggings. Elasticidade, respirabilidade, fast drying e antibacteriano foram as características procuradas”, explica Pedro Magalhães.

Quanto ao CeNTI, centrou-se no “desenvolvimento dos vários sistemas para a recuperação muscular e a sua compatibilização com a estrutura têxtil”, explica Sónia Silva, gestora do projeto. Destaca a incorporação de eléctrodos secos na parte da ele-

troestimulação, que “têm a particularidade de serem mais user friendly do que os disponíveis em gel”.

A parte tecnológica está distribuída por toda a legging, ou seja, há sistemas de aquecimento nos grupos musculares das pernas, assim como eletroestimulação e massagem. “O que está no cinto é a parte eletrónica, que controla o funcionamento, através de uma aplicação móvel que estamos a desenvolver, para que cada utilizador possa dar os comandos que pretender”. Neste cinto encontramos também a bateria, que carrega sem fios: “o carregamento das baterias faz-se por indução. As pessoas removem o cinto, colocam-no em cima de uma base e esta carrega”, explica Sónia.

A principal dificuldade no desenvolvimento foi “a miniaturização dos sistemas, que têm de ser pequenos e leves”, avança ainda, acrescentando que trabalharam também “ao nível do encapsulamento das tecnologias para não afetar a lavagem”.

Coube ainda à HATA um papel na imaginação do produto final. “Uma vez que a administração da empresa é comum à Tintex colaboraram na idealização do produto”, explica Pedro Magalhães. “Queremos que seja um produto que o consumidor final possa utilizar”, frisou. Quanto aos mercados a alcançar, o céu é o limite, assim como as potencialidades de aplicar este princípio a outras peças.

“Estamos muito satisfeitos. O resultado final é muito satisfatório, estamos agora a realizar ensaios com a faculdade de desporto”, conclui Sónia Silva. t

INFLAÇÃO JÁ ESTÁ A ALTERAR CONSUMO DE MODA NA EUROPA

A crise do poder de compra que resulta do aumento global da inflação está a ter forte impacto nas opções de compra de moda e vestuário: 43% dos consumidores europeus já cortaram os seus gastos, segundo dados de um estudo da Morgan Stanley feito com base nos cinco maiores mercados europeus. Com apenas 10% dos europeus a afirmarem que deixaram de comprar roupa, o certo é que 35% dos consumidores afirmam que passam a estar focados no preço quando for a hora de consumir vestuário e calçado.

MAROC IN MODE ASSUME TENDÊNCIA ‘DAYEM’

A Associação Marroquina das Indústrias Têxteis e de Vestuário (AMITH) organiza entre 14 e 16 de dezembro próximo a 19ª edição da MIM (Maroc in Mode), “ponto de encontro internacional para profissionais de moda e têxteis em Marrocos desde 2003”, agora sob o signo de ‘dayem', o termo árabe para a sustentabilidade. “Para esta próxima edição, a MIM assume uma dimensão totalmente nova e expande a sua oferta para incluir todas a cadeia de valor têxtil”, refere a organização em comunicado.

19%

foi o aumento das exportações têxteis nos últimos seis meses

BUREL FACTORY AMPLIA COLABORAÇÃO COM A SANJO

'The Epic Expedition’ é a coleção outono/inverno da Sanjo que conta, de novo, com a colaboração de sucesso com a Burel Factory. A empresa da Serra da Estrela especia lizada em lanifícios potencia novas texturas e novos padrões e oferece, assim, um toque ainda mais diferenciador aos icónicos modelos de sapatilhas da marca.

T 24 Novembro 2022
Wear2Heal Desenvolvido pela Tintex, Hata, CITEVE, CeNTI e Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
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"A
de energia é uma das saídas para a crise atual e o Estado deve apoiar"
Joaquim Almeida Presidente da Fundiven
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POLOPIQUÉ MOSTRA QUEM É E O QUE ANDA A FAZER

RAPPER KANYE WEST BANIDO DA MODA

Depois da Balenciaga, também a Adidas se decidiu a acabar com os negócios comuns com o rapper norte-americano Kanye West, recusando-se a pactuar com algumas tomadas de posição mais polémicas, consideradas claramente anti-semitas. West fica assim banido do sector da moda. A decisão não terá sido fácil: a Adidas rasgou um contrato avaliado em cerca de 700 milhões de euros, o que implicará, segundo a marca alemã, num impacto negativo de 250 milhões nos lucros deste ano.

Dar a conhecer a sua atividade, a forma como tem crescido e como faz a moda para algumas das maiores marcas mundiais, é o propósito da mostra que a Polopiqué tem em exposição na Fábrica de Santo Thyrso. Aberta até ao dia 23 de janeiro, inclui também visitas-guiadas à empresa, para mostrar como funciona e o que anda a fazer aquele que é um dos maiores grupos têxteis da Europa.

Montada em conjunto com a Câmara de Santo Tirso, a exposição “Polopiqué. 26 anos de Criatividade e Agilidade Têxtil” foca-se no crescimento e nos desafios que a empresa foi enfrentando nas últimas três décadas. Afinal, como conseguiu este grupo vencer os desafios dos últimos 26 anos e como funciona e subsiste uma empresa têxtil verticalizada e de confeção num momento tão delicado do comércio mundial?

“Esta iniciativa é um reconhecimento, um orgulho, porque estamos na indústria há muitos anos e é uma forma de mostrarmos o que andamos a fazer e quem somos, pois é provável que muita gente já ouviu falar de nós, mas não tem ideia do que somos na realidade”, refere Teresa

Portilha.

A CEO e diretora geral da Polopiqué explica ainda que “na exibição estão patentes todas as fases do processo produtivo. Trabalhamos com empresas de nível mundial, a Polopiqué tem desde fiação, à tecelagem, acabamentos para tecidos e malhas, tem a parte da confeção, de desenvolvimento do produto e esta exposição permite levantar o véu sobre como é uma indústria têxtil, o processo produtivo”.

Sendo hoje uma referência mundial no sector têxtil, a Polopiqué exporta para 47 países, tem um volume de negócios a rondar os 90 milhões de euros e emprega cerca de mil pessoas. Nascida num período de crise no têxtil, a 27 de setembro de 1996, os fundadores Luís Lopes Guimarães e de Filipa Alexandra, trouxeram para o projeto uma visão estratégica do mercado, da internacionalização e da progressiva globalização da fileira têxtil e da indústria da moda, que rapidamente se impuseram no sector.

A exposição, que está patente na Sala da Máquina, na Fábrica de Santo Thyrso, inclui um programa alargado de visitas guiadas, não apenas à exposição mas também às instalações da Polopiqué. t

PRESENÇA PORTUGUESA NA ISPO MUNICH BATE RECORDES

A poucas semanas da realização da ISPO Munich (28 a 30 de novembro) o número de expositores portugueses inscritos ultrapassava a participação pré-pandemia. Em comunicado, a organização avançava a presença de 42 empresas nacionais, com uma “oferta abrangente, que vai desde as meias técnicas, dos materiais, vestuário e calçado desportivo, até aos acessórios para piscinas e equipamentos para Padel”.

Apoiadas pela Associação Selectiva Moda, através do

projeto ‘From Portugal’, em parceria com o CITEVE, as empresas portuguesas dividiem-se pelas duas ilhas From Portugal, pavilhões ISPO Outdoor A1, e ISPO Textrends C2 “com 23 empresas de materiais, acessórios e confeção”, as restantes estão em stands individuais. Também o fórum sustentável iTechStyle Green Circle marca presença.

“As rotas da indústria mundial estão a procurar fontes de sourcing B2B seguras e sustentáveis e, apesar de todas as dificuldades, Portugal mantém a

forte aposta na ISPO Munich 2022, para ser a escolha certa nos negócios do desporto internacional”, refere ainda o comunicado.

O balanço da presença de empresas portuguesas em edições anteriores tem-se mostrado persistentemente muito positivo, não só porque o mercado alemão tem vindo a consolidar a sua importância ao nível das exportações nacionais, mas também porque a Alemanha é um verdadeiro hub para os importantes mercados com que faz fronteira. t

"Nunca

vivemos

uma situação tão imprevisível como a atual"

HILTON PORTO GAIA PREMIADO NOS WORLD TRAVEL AWARDS

Na mesma semana em que celebrou o seu primeiro aniversário, o Hilton Porto Gaia – o primeiro Hilton Hotels & Resort no Porto – venceu o prémio World Travel Awards 2022 na categoria Portugal’s Leading City Hotel 2022. Em Portugal, estavam nomeados nove hotéis – seis de Lisboa, um de Faro e dois do Porto. Mónica Gonçalves, diretora-geral do Hilton Porto Gaia manifestou a “extrema felicidade e orgulho pelo trabalho que temos vindo a desenvolver, especialmente tendo em conta o momento em que abrimos”.

SIMB35: MODA RECUPERA 3,6% EM BOLSA

EM OUTUBRO

Após dois meses em queda, o índice bolsista informal que agrega os principais grupos têxteis e da moda, o SIMB35, voltou a registar uma subida no final de outubro, tendo invertido a trajetória descendente: subiu 3,6% até 31 de outubro, quase 26 mil pontos. Macy’s, Gap e Capri foram o grande motor da recuperação, com os três a crescerem acima dos 10%. A Macy’s registou um aumento de 38,6%, embora permaneça longe da média do ano passado, a Gap cresceu 37% no mês em que acabou com a sua ligação com Kanye West, e a Capri, que controla a Michael Kors, Versace e Jimmy Choo, teve um aumento de 20%.

110 milhões

de toneladas de fibras têxteis são usadas todos os anos

'MOVE’ E ‘MY INTIMATE’ SÃO AS NOVAS APOSTAS DA CANTÊ

A marca portuguesa Cantê lançou ‘Move’, uma marca de desporto dedicada às mulheres, e ‘My Intimate’, uma marca de lingerie, que constituem as duas mais recentes apostas da empresa fundada há mais de dez anos por Mariana Delgado e Rita Soares. Renovando o espírito que presidiu ao seu aparecimento, a Cantê insiste na originalidade e na diferença, misturadas com o espírito cool

T 26 Novembro 2022

MEMERGENTE

Lopes Gestora de Projeto da Confeções Calvi

Família Vive com o namorado, Filipe, e dois gatos (Guru e Chanti) Casa T2 no centro de Guimarães Formação Ciências Farmacêuticas (UP) Carro É um SUV, BMW X4 Portátil Asus Vivo Book Telemóvel iPhone 11 Hobbies Corrida e leitura (autoconhecimento), mas também as caminhadas na montanha e a descoberta das gastronomias do oriente Férias Sempre de mochila às costas. Andou um mês pelo Peru e ambiciona fazer o mesmo na Índia e no Nepal Regra de Ouro “Somos o que pensamos”

Uma farmacêutica com remédios para a moda

A área da saúde sempre foi o seu objetivo, para o qual se preparou com todo o afinco. A atividade têxtil iniciada pelo avô sempre esteve fora dos seus planos e nem queria sequer pensar juntar-se à família para trabalhar. Aos 32 anos, no entanto, a vida já lhe fez saber que o melhor é não dizer nunca desta água não beberei.

“Não faço projetos nem planos de futuro, já tive e percebi que não faz sentido, o que é preciso é ter um foco e objetivos para o dia-a-dia”, diz Carolina, rendida ao pragmatismo: “Enquanto estiver a aprender estou no sítio certo, quando não estiver a aprender é altura de partir para outra”.

Foi com o mesmo sentido pragmático que se preparou para a carreira na saúde. Sempre muito boa aluna, após o curso ainda trabalhou um ano numa farmácia, em Guimarães, saltando depois para uma das multinacionais da área, que a reteve em Lisboa durante três anos.

A família, no entanto, soube esperar. E quando pareceu ser a altura certa para a puxar para a empresa, o pai atacou.

“O desafio era aliciante e na numerologia até sou o número um, que corresponde às características de liderança e empreendedorismo. Foi difícil deixar, mas nessa altura queria mesmo coisas novas, desafios”, reflete a farmacêutica que quis procurar remédios para o desafio lançado pelo pai na área da moda.

Chegou à Calvi, a empresa da família, no início de 2019, com a missão de lançar o projeto Calvi Wholesale, que propõe às marcas um serviço completo com base em soluções sustentáveis. “O cliente consegue fazer tudo na Calvi, somos o fornecedor único onde ele desenvolve toda a coleção, a verdadeira solução everything you need in one place”, explica a agora gestora têxtil.

Mas como aprendeu na ciência, na base de uma solução bem-sucedida está sempre o método e a experimentação. Não quis avançar às cegas e pôs-se primeiro no papel do cliente criando a Nüwa, a marca sustentável da Calvi, “uma espécie de laboratório para perceber quais as principais dificuldades e entraves que encontra uma marca nova”. Só assim poderia depois propor o remédio certo.

“Identificamos o que é mais procurado e com base num catálogo de modelos já feitos o cliente personaliza segundo as suas escolhas e conceito. São clientes private label, marcas que querem rapidez e entrega, série reduzidas, jovens criadores e marcas em lançamento, que podem usufruir da experiência e conhecimento têxtil da Calvi, com rapidez e a preço competitivo”, explica Catarina, convicta da eficácia terapêutica que oferece para as muitas marcas que cada vez mais procuram as soluções made in Portugal.

Como o projeto arrancou no preâmbulo da pandemia, a jovem gestora considera que este foi mesmo o ano de afirmação da Calvo Wholesale. “Já temos clientes um pouco por todo o lado. Os portugueses foram os primeiros, mas agora também da Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, alguns com marcas já implantadas no mercado. O nosso produto é realmente bom, depois de verem e tocarem as pessoas ficam sensibilizadas e fidelizadas”, diz a gestora que assegura ter como único objetivo fazer crescer e consolidar o projeto.

E como diz que tem ainda muito para aprender na área têxtil e moda, é de crer que se mantenha por longo tempo no negócio da família. Mesmo que entretanto vá andando de mochila às costas pelos confins da Índia ou do Nepal. t

T 27 Novembro 2022
Catarina

MUNDO VERDE a 3milhões

foi o investimento da Somelos em painéis fotovoltaicos

MUNDOTÊXTIL CRIA FELPOS MAIS SUSTENTÁVEIS E INOVADORES

Líder mundial na produção de felpos, a Mundotêxtil apresentou uma nova linha de produtos. Inovadores, mais sustentáveis e amigos do ambiente, os novos felpos resultam do investimento de mais de meio milhão de euros no projeto TerryPlanet, executado em parceria com a plataforma Fibrenamics da Universidade do Minho. A investigação assentou no desenvolvimento de uma engenharia estrutural inovadora centrada no princípio de estruturas tridimensionais e multicamadas, que promovem a comunicação de líquidos entre várias camadas.

Os novos felpos, que transmitem uma sensação de secura, toque suave e agradável ao uso, foram concebidos com o foco em áreas de mercado específicos, como hotelaria, spas, desporto e praia/piscina. Além de inovadores, os novos felpos assentam também nos princípios da economia circular. Apostam em fibras naturais alternativas ao algodão mais susten-

táveis e no aproveitamento dos desperdícios resultantes da produção interna que são incorporados nestes novos produtos. O incremento da durabilidade e tempo de vida e a redução da quantidade de matérias-primas utilizadas são outras características dos novos produtos.

Foi numa jornada dedicada aos projetos de I&D, que designou como Inovation Open

Day e juntou a administração da empresa e os responsáveis da Fibrenamics, que a Mundotêxtil apresentou dia 2 de novembro, os resultados do projeto TerryPlanet. O projeto foi financiado pelo Portugal 2020 no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. t

ECONOMIA CIRCULAR DA SENSIHEMP PREMIADA EM BARCELONA

Com as suas t-shirts de cânhamo tingidas com cascas de cebola, a marca portuguesa Sensihemp venceu o prémio de ‘Melhor Produto de Inovação’ na Feira Internacional CBD Hemp Business Fair. A feira decorreu em Barcelona e a t-shirt que arrecadou o prémio é tingida através do processo BioTint.

“Esta t-shirt é a natureza personificada” afirmou a fundadora do projeto. O pro -

cesso BioTint é “um processo inovador que recolhe resíduos orgânicos de produtos locais e transforma em tinta, contribuindo assim para a economia circular”, enfatiza Marta Vinhas.

Sediado na Póvoa do Varzim, o projeto Sensihemp surgiu em 2021 quando Marta Vinhas viu no cânhamo uma solução para os desafios atuais da indústria têxtil. A marca

pretende recuperar a tradição dos têxteis de cânhamo em Portugal, uma vez que aquela matéria-prima “tem cultura natural, é altamente renovável, regenerativa e repara o meio ambiente ao longo do seu ciclo de crescimento”. O objetivo é igualmente o de preservar o saber fazer português e as técnicas tradicionais através da colaboração com artesãos e costureiras. t

NOVA TÉCNICA VALÉRIUS E CONSCIOUS FABRIC

A Valérius 360 e a Conscious Fabric Makers apresentaram uma nova opção de impressão mais sustentável, que combina duas técnicas de serigrafia tradicional (à base de água) com impressão digital. Com projeto e produção a cargo da Valérius HUB, os tecidos usados foram desenvolvidos pela Valérius 360 conjuntamente com a Conscious Fabric Makers. No caso vertente, o produto envolvido foi um hoodie, confecionado em lã americana com 50% de algodão reciclado reforçado com 50% de lyocell. O design foi desenvolvido por Mariana Campinho, criadora de todos os desenvolvimentos referentes a esta coleção, que modelou e estilizou o hoodie através desta nova opção de impressão.

FAMILITEX LANÇA MALHA COM CORTIÇA

Familitex, a empresa de tecelagem sediada em Barcelos, apresentou uma nova malha produzida com cortiça e feita em tear circular que se encaixa na sua linha denominada ‘Green Line’, uma gama de produtos que se diferencia pela utilização de matérias-primas eco-friendly Uma novidade que a empresa apresenta como revolucionária e que permite modificar a estrutura intrínseca na produção da malha, aliando-se ao compromisso sustentável e circular em que assenta a sua atividade. A ‘Green Line’ é uma gama de produtos com certificação GOTS e OCS que utiliza somente matérias recicladas e orgânicas certificadas, assegurando a rastreabilidade do processo produtivo e o selo que garante que todas as normas para minimizar o impacto ambiental nocivo são seguidas.

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"O crescimento têxtil assenta em inovação, diferenciação e sustentabilidade"
28 Novembro 2022
Mário Jorge Machado Presidente da ATP
"Tentamos sempre inovar processos para que a produção seja mais sustentável"
Ana Vaz Pinheiro Administradora da Mundotêxtil
As duas gerações da família Pinheiro na apresentação do projetoTerry Planet
T 29 Novembro 2022 NEGÓCIO SEGURANÇA SAÚDE RENTABILIDADE ► auditoria
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permanente
em:

SERVIÇOS

BESPECIALIZADOS

Por: Ana Rodrigues

A fábrica do sabonete em pó

Foi na última edição da Intergift, em Madrid, que a Longlife mostrou ao mundo os sabonetes em pó, a sua última novidade. “Não existiam e são os únicos no mundo”, frisa Sérgio Marques, comercial responsável pela área dos produtos do segmento profissional da empresa. Criada em 2016, é uma saboaria artesanal desde sempre focada no mercado internacional e que sempre teve nos sabonetes o grosso do seu negócio. É com a pandemia, em 2020, e o consumo em massa de sabonetes líquidos e álcool gel, que surge a ideia do sabonete em pó. “Ambos consomem grandes quantidades de água e foi do contacto com clientes internacionais que surgiu a necessidade de criar um produto que substituísse o sabonete líquido”, revela Sérgio Marques. Para lançar este produto inovador, era preciso também um dispensador próprio, desafio que foi assumido internamente e mostra a capacidade e dinamismo da empresa.

A par do sabonete em pó, o ano da pandemia fez também disparar as exportações para mais de 20 países e, com isso, o investimento no alargamento das instalações e aumento da capacidade produtiva. “Hoje já não existem muitas fábricas a fazer o que nós fazemos”, regozija-se o comercial da empresa. Sendo artesanais, os sabonetes da Longlife valorizam os produtos locais. Têm origem 100% natural e são produzidos através de matérias-primas 100% vegetais, sem quaisquer derivados de petróleo ou petroquímicos. “E com um nível dura-

bilidade que não é comparável aos sabonetes convencionais”, reforça Sérgio, apontando ainda a qualidade, certificada pelo Relatório SGS de 2021.

Com a utilização do sabonete em pó a Longlife garante a poupança de 92% de água, um dado a ter em conta pelas empresas e organizações que apostam nas práticas sustentáveis. “E estamos apenas a considerar a parte da formulação e não todo o processo desde a produção até à sua utilização. A produção apenas necessita de 6 a 7% de água face aos 60 a 70% que um sabonete líquido exige”, destaca Sérgio Marques.

Desenvolvidos ao longo de 2021, os sabonetes em pó e os dispensadores, em cortiça, desenvolvidos na empresa encontram-se em fase de patenteamento e a LongLife aposta decididamente na expansão do mercado. “Para que a mudança seja efetivamente sentida é preciso um mercado de grande escala a resistência à inovação tem sido maior desafio”, explica, dando conta de que têm vindo a desenvolver campanhas de sensibilização junto de autarquias e dos segmentos hoteleiro, hospitalar e escolas, para os quais o produto se mostra adequado.

Em boa parte dos vinte países para onde a Longlife já exporta há já acordos para a distribuição dos sabonetes em pó e respetivos dispensadores. Depois da presença na Intergift e na Expo Dubai, a novidade vai ser dada a conhecer também nas próximas edições da Maison & Object,em Paris, e na Cosmoprof, em Bolonha.t

EXPECTATIVAS DE NEGÓCIO MANTÊM-SE NEGATIVAS

Os resultados do 16º ITMF Global Textile Industry Survey (GTIS) revelam que, em setembro de 2022, a situação e as expectativas de negócio na indústria têxtil global se tornaram negativas. Na generalidade, os indicadores da carteira de pedidos e da taxa de utilização efetiva da indústria estão todos em fase de crescimento negativo. O enfraquecimento de pedidos, preços elevados das matérias-primas e da energia e a inflação são as quatro principais preocupações da indústria têxtil global para os próximos seis meses. Quanto à preocupação com os custos de transporte caiu significativamente.

MANGO TEM PROJETO QUE REVENDE EXCEDENTES TÊXTEIS

Como parte integrante do projeto Mango StartUp Studio, o grupo Mango – através de um empréstimo de capital convertível – continua o seu compromisso sustentável e financia o projeto de recuperação têxtil Recovo, uma plataforma que revende excedentes têxteis. O objetivo é, através da recuperação de desperdícios têxteis as empresas conseguirem dar uma segunda vida a estes materiais, contribuindo para a economia circular. O projeto inclui um programa de aceleração no qual os empreendedores poderão aprender sobre as operações da Mango, através de mentoria e aconselhamento e, assim, a Recovo poderá escalar o seu modelo de negócio.

é o número de inscritos, até ao momento, para a próxima Heimtextil

PURE, A NOVA MARCA DE NICHO DA FOURSOUL

A Foursoul criou uma nova etiqueta a que chamou Pure, dirigida a um público feminino que procura peças intemporais e confortáveis. Utiliza matérias-primas nobres e dá preferência a cores sóbrias e aos tecidos lisos, tirando sempre partido das suas texturas. A confeção é 100% portuguesa. “A nossa principal inspiração é a arquitetura, as formas depuradas e o conforto devido à qualidade dos materiais, para que a peça seja usada durante o máximo de tempo possível”, refere o designer Manuel Ribeiro.

T 30 Novembro 2022
O que faz? Sabonetes artesanais, difusores de cortiça e velas Instalações Fábrica com dois pavilhões com 2.500m 2 de área coberta, incluindo um showroom Fundação 2016 Equipa 30 pessoas Página Online https://www. longlife.pt/ LongLife – Saboaria Artesanal Portuguesa Rua Cardillium 5 2350-083 Torres Novas
"Se a tributação das horas extraordinárias fosse abrangida por um regime especial, cativava mais colaboradores a trabalhar nesses períodos"
Paulo Melo Administrador da Somelos
2200

OPINIÃO

AFINAL DE CONTAS, DE ESPANHA TEMOS

BONS VENTOS E BONS

Espanha é o principal destino das exportações de têxteis e vestuário portuguesas, representando neste momento cerca de 23% do total das nossas exportações. Todavia, esta posição de relevo no ranking dos principais destinos, no passado era ainda mais destacada. Em 2016, por exemplo, Espanha representava cerca de 35% das nossas exportações. Os principais produtos que exportamos para este mercado são artigos de vestuário, que neste momento representam 60% do total do sector, quando em 2016, representavam cerca de 75%.

CASAMENTOS?

Mas afinal de contas, por quem andam enamorados nuestros hermanos? A grande maioria de nós já saberá certamente, mas as estatísticas do comércio internacional ajudam-nos a compreender melhor a dimensão dos perdedores e ganhadores deste jogo.

Se olharmos atentamente para os dados do comércio internacional de Espanha, de facto verificamos que a partir de 2016, as importações de vestuário de origem lusa começaram a sofrer uma quebra drástica. De acordo com estes dados, Portugal recuou de 2016 a 2021, 677 milhões de euros, o que equivale a uma quebra de 48%. Se considerarmos apenas o vestuário, a quebra foi de 636 milhões de euros. Inversamente e com exceção do ano pandémico de 2020, nos últimos anos, as vendas de Espanha a Portugal permaneceram relativamente estáveis, tendo de 2016 a 2021, sido registado um aumento de 15% (17% no vestuário), o que representa um acréscimo absoluto de 200 milhões de euros. Outro dado curioso (poderão existir correções aos dados uma vez que os relativos a 2021 ainda são provisórios), embora não surpreendente: Espanha compra vestuário a Portugal a um preço médio por quilo de 6,80€, e vende a um preço médio de 11,40€/kg.

Enquanto Portugal perdeu quota de mercado, passando de 7% para 3% de 2016 para 2021, a Turquia ganhou precisamente três pontos percentuais, passando de 10% para 13% (correspondendo a um aumento de 690 milhões de euros, mais ou menos o equivalente ao que Portugal perdeu), seguida do Bangladesh que passou de 10% para 12%, com um ganho de 529 milhões de euros, mais ou menos equivalente ao que perdeu a China, que passou de 19% para 17% (perdeu 526 milhões de euros).

Fora desta tabela ficou Myanmar que no período em causa também conseguiu arrecadar mais 350 milhões euros).

Olhando para os dados reportados por Portugal, será que esta nortada imposta pelos nossos vizinhos terá obrigado as empresas portuguesas a fazer novas investidas, procurando outros parceiros e eventualmente trazido outras e eventualmente melhores oportunidades?

De facto, assim foi, de 2016 para 2021, enquanto Portugal perdia terreno em Espanha, ganhava nos EUA (acréscimo de 182 milhões de euros; equivalente a +69%), em Itália (acréscimo de 165 milhões de euros, com um crescimento de 75%) e em França (acréscimo de 163 milhões de euros, equivalente a +26%), mas também nos Países Baixos, na China, Canadá, Dinamarca, Alemanha, entre outros, diversificando mais os seus mercados, minimizando o risco da grande dependência da Espanha e de um número muito reduzido de clientes.

Ainda neste período (2016-2021), se considerarmos apenas o mercado de Itália, para onde conseguimos aumentar as exportações de vestuário em 126% (equivalente a um acréscimo de 148 milhões de euros), foi ainda possível observar um aumento de 21% no preço médio exportado para o vestuário, passando de 48,32€/kg em média, para 58,45€/ kg em média.

De facto, os ventos mudaram, pelo menos é o que nos dizem os dados até 2021, embora saibamos que os meses já conhecidos de 2022 trazem uma nova brisa do lado de Espanha, resta saber quão duradoura, sustentável e proveitosa será para Portugal.

Mais do que negócios de proximidade, são precisos negócios inovadores, sustentáveis e de elevado valor acrescentado, para que toda a fileira têxtil e vestuário portuguesa possa gerar e distribuir valor.t

T 31 Novembro 2022

O COMÉRCIO MULTIMARCA NAS PEQUENAS CIDADES

Para além das grandes cidades com centros comerciais e department stores, existe uma salutar realidade multimarca nas pequenas cidades. É quase em jeito de provocação que exploro o tema. Provocação para comigo e para os meus pares da capital, ou melhor, das capitais. Se por um lado Lisboa é sinónimo de casa, por outro lado (vivi e) trabalhei com retalho de moda, mais de uma década, em várias das capitais mais dinâmicas no consumo de bens de moda como Dubai, Doha, cidade do Kuwait, Riad, Nova York.

Excetuando a última, tanto em Lisboa como nas capitais do Médio Oriente as grifes (do luxo às segundas linhas de autor) estão disponíveis e consomem-se em centros comerciais. Ajuda a tal o clima e a adjacente comodidade de estacionamento que os centros comerciais proporcionam face ao comércio de rua. Acresce ainda que os centros comerciais têm como loja-âncora um department store e um supermercado, capitalizando e elevando a visita a uma experiência no mínimo “três em um”.

Tive, contudo, nas semanas mais recentes e chuvosas deste outono, a oportunidade de visitar a trabalho cidades mais pequenas no norte de Portugal (Viana, Braga, Vila Real, Porto e Aveiro) nas quais me deparei com uma salutar realidade: o dinamismo do comércio de rua. E aqui quero destacar que nas cidades destes distritos, as lojas de moda representam tanto marcas nacionais (Lion of Porches, Decenio, Lanidor, Parfois, Vila Nova, etc.) como internacionais (Mango, Benetton, Intimissimi, etc.) assim como cadeias nacionais multimarca (Forte Store, etc.). Quando referimos que a revenda para distribuição, vulgo multi-marca, está em contração, eis que determinadas geografias nos mostram o inverso.

Do comércio de moda, com ponto de venda na rua, em localidades mais pequenas, eis algumas características distintivas: os clientes são conhecidos, portanto fidelizados; os colaboradores são maioritariamente mais maduros, pois ser lojista ou responsável de loja é tido como uma profissão a tempo inteiro, com descanso semanal fixo pelo menos ao Domingo, e horários também mais restritos permitindo ambos os fatores o concilio com a vida familiar; os clientes procuram determinadas marcas e determinados estilos (do mais clássico, ao mais arrojado) e sabem que os vão encontrar nestas lojas pois os colaboradores conhecem bem o seu cliente e cria-se esta relação de proximidade, de quase intimidade, na qual o cliente tem o colaborador como um “fiel depositário” dos seus gostos, das suas modas, daquilo que lhe “fica bem, porque já lá vou há anos e elas sabem bem do que eu gosto e guardam-me sempre as peças que sabem que eu gosto, no meu tamanho”.

Sendo da capital, humildemente vivenciei, entranhei e aplaudo esta realidade de proximidade ao cliente. Se é o busílis da questão que o retalho de moda enfrenta em geral, seguramente não o é. Se é uma reflexão e uma lição de descentramento para as metrópoles acerca de outras “experiências de cliente” na “jornada do cliente em loja”, seguramente o é. t

ESTATUTO EDITORIAL

A missão do T Jornal consiste em ajudar a progredir e prosperar a comunidade têxtil portuguesa, entendida como um universo alargado que vai dos fornecedores até consumidores, dos empresários aos quadros e trabalhadores, passando pela indústria e não esquecendo comércio, moda, criadores, feiras, universidades, escolas, centros de formação, estudo, tecnológicos e de investigação.

O T Jornal cumpre a sua missão ao partilhar e divulgar informação e conhecimento, através das mais diversas plataformas ao seu alcance, desde a mais tradicional e física (um jornal mensal em papel, com cerca de 32 páginas, distribuído por assinatura, com uma tiragem de 4.000 exemplares) até às mais desmaterializadas, como redes sociais, contemplando ainda um sítio próprio e publicações regulares no universo digital, bem como a presença, com espaços próprios, em outros órgãos de Comunicação Social.

Propriedade da ATP, o T Jornal é um árduo defensor do processo de consolidação associativa que só estará concluído quando toda a fileira tenha uma só organização e fale a uma só voz, pelo que apoia todos os esforços desenvolvidos no sentido da unificação da representação do sector.

O T Jornal acredita que o processo de modernização permanente da indústria têxtil, vestuário e moda portuguesa a tornará cada vez mais inovadora, criativa, qualificada e competitiva a nível internacional, contribuindo assim decisivamente para o progresso do nosso país, ao criar emprego e riqueza.

O T Jornal acredita que o futuro próspero e sustentável de Portugal exige a criação de condições para a sua reindustrialização, pois é a indústria que reboca a investigação e o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias.

O T Jornal acredita que para o desenvolvimento harmonioso do nosso país e para o maior bem-estar dos seus habitantes não há outro caminho senão uma aposta firme na elevação permanente da qualificação dos portugueses e no reforço da competitividade das empresas, no investimento e nas exportações.

O T Jornal acredita que não há crescimento saudável da economia sem contas públicas equilibradas, o que exige uma profunda reforma que emagreça o Estado e descentralize o poder, de modo a que ele possa ser exercido pelas regiões de uma forma mais eficiente.

O T Jornal compromete-se a assegurar o respeito pelos princípios deontológicos e pela ética profissional dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores.t

T 32 Novembro 2022 :
Elsa

ACABAMENTOS

Para Katty Xiomara este foi o mês dos mexericos mais suculentos, das séries mais badaladas da temporada. Destaque, claro, para “O Ronaldo Traído”, mas também a do diz-que-disse e o processo entre Costas, até à do outro Costa, alvo do ódio dos jovens ocupas. Pelo meio ainda a série “Não Demito Ninguém”, com participação especial de Miguel Alves. Mas Katty é implacável e acha que ninguém consegue estar ao nível da ubiquidade do nosso PR Marcelo. Dois looks, portanto, para aquele que quase bateu Ronaldo nas citações das notícias deste mês.

Presidente Marcelo: super cool ou professor músculo?

Novembro brindou-nos com os mexericos mais suculentos do ano, tanto que dificultou a minha tarefa mensal. Nem sempre é fácil encontrar uma vítima pertinente e passível de transformar num produto divertido, pois por vezes nada ou quase nada acontece. Pelo menos nada digno de gracejo. Contudo, este mês revela-se difícil, não pela falta mas pelo excesso.

As notícias disparam e continuam a disparar Costas em todas as direções, dois deles Antónios e um outro que já tínhamos esquecido, o Carlitos do Banco de Portugal. Dois entraram mais uma vez em conflito direto, mas estranhamente apenas um dos Antónios conseguiu cativar o ódio dos jovens ocupas. Depois temos a série do momento “O Ronaldo Traído”, que como muitas outras, devia ter acabado logo na primeira temporada. Contudo, insiste em prolongar o seu tempo de antena.

E falando de temporadas a mais com história a menos, temos uma das melhores séries dos últimos anos nesta categoria, a série “Não Demito Ninguém” que nesta temporada tem a participação especial de Miguel Alves e foi mais uma vez rodada em território português, desta feita nas paisagens minhotas de Caminha e inspirada no épico do cinema “300”. Percebem agora o meu dilema?!

Mas há mais… Pois ninguém consegue destronar a ubiquidade do nosso PR Marcelo. De facto, quase bateu o Ronaldo como um dos nomes mais citados nas notícias deste mês. Todos os dias surge algo novo, primeiro mostrando que a sua veia de professor está bem latente, não só pela sua longa explicação sobre um dos capítulos do caso Costa vs Costa, mas sobretudo pelo generoso raspanete dado à Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Claro que depois desta demostração mais severa, Marcelo brindou-nos com esse seu lado de professor cool, aquele que chega à aula e nos diz: lembram-se de tudo aquilo que aprenderam sobre os direitos humanos, todas essas coisas importantes sobre o respeito, a igualdade, etc. e tal… Bem, enfim, por agora vamos esquecer tudo isso e vamos fazer um exercício diferente e divertido, vamos seguir a bola a caminho do Catar, para apoiar os nossos meninos neste Mundial. Combinado!

Depois, fomos surpreendidos com os seus atributos de disciplina e força, talvez tenha começado a treinar em segredo após as ameaças de morte, que agora sabemos terem sido algumas. A verdade é que não teríamos descoberto se não fosse por aquele episódio, amplamente registado, que com certeza será uma das fotografias do ano, o forte aperto de mão dado ao Paddy, o CEO da Web Summit.

Ah! E ainda na Web Summit, tivemos oportunidade de ver o seu artístico dom da palavra, ser acompanhado por uma batida de hip hop, ilustrada pelos seus gestos. Não era audível, é certo, mas Marcelo de facto parceria estar a vibrar com um “terú… terú, terú, terú” dentro da sua cabeça, talvez tenha sido uma resposta subliminar para aquele vídeo divulgado pelo Snoop Dogg!

E, claro, ficamos a perceber que a base de tudo isto é a sua grande criatividade, apontada pelo próprio como uma das suas melhores qualidades e confirmada pelos atiçados piropos do PM.

Assim decidimos vestir o nosso PR com um criativo karate-gi convertível, que não esquece a sua queda para o ensino à moda antiga, severo e austero, deduzindo pela bravura demonstrada que Marcelo já ostenta o cinto preto. Numa segunda opção, preferimos concentrar-nos no super cool professor músculo com um macacão justo e insuflado. E se nada de mais interessante acontecer até lá, prometo que na próxima rúbrica vou explorar um dos outros suculentos mexericos. Mas, claro, para fazer um capítulo “especial de Natal” meloso e fofinho. t

T 33 Novembro 2022

AS MINHAS CANTINAS

Amazónia

Estrada Nacional nº 2, Vermum Campo 3510-512 Viseu

AMAZING AMAZÓNIA

Não quero imitar o nosso Presidente Marcelo para quem tudo na última Websumit era amazing, mas este novíssimo Amazónia em Viseu é realmente um espaço espectacular, digno de ser visto e onde posso garantir se reuniu em “cimeira” muita gente de bom gosto.

A começar pela decoração do espaço, verdadeiramente divertida e sensacional. Não há como não gostar do conjunto, mas fiquei especialmente encantado com uns macaquinhos candeeiros super originais.

Para aqueles que gostam sobretudo de comer com os olhos, este Amazónia arrasa logo à entrada. Para os que, como eu, querem mais de um restaurante, o verdadeiro arraso vem a seguir, mas também logo desde as entradas. Os apreciadores de sushi têm muito por onde escolher, mas ainda é possível começar com um camarão tigre grelhado com um molho agridoce de laranja e abacaxi que cumpre as expectativas, ou por um King Crab Bao que

é uma magnífica sandes em pão tailandês com carne de caranguejo real e um mix de folhas tobiko com maionese japonesa trufada.

Na minha estreia, que aqui estou a relatar, ainda me aventurei a seguir por um Tamboril e camarão de Moçambique em cremoso de arroz e gambas, para fechar este ciclo de experiências com uma picanha gaúcha em que inovei o acompanhamento com um wok de vegetais salteados com soja. A lista de sobremesas é grande e variada mas só provei um miminho de coco, que também recomendo.

Este Amazónia deve-se ao arrojo empresarial do Fernando Daniel Nunes, está integrado no grupo hoteleiro Montebelo (Grupo VISABEIRA) e fica perto de Viseu , paredes meias com o Forno da Mimi e Rodizio Real de que já aqui dei nota.

Atenção que só está aberto para jantares de quinta a sábado, mas ir lá é ficar a conhecer o restaurante mais cosmopolita de toda a Região Centro. t

CASA DA ÍNSUA / DÃO BRANCO 2021 Com mariscos, sushi e combinações que evocam a cozinha, o calor e sabores dos trópicos, o ideal é mesmo um branco fresco, com acidez e persistência final, mas também com um boa estrutura para o confronto com a diversidade e riqueza de sabores. Por felicidade, um branco igualmente com origem, tal como o amazing Amazónia, dentro do universo empresarial Visabeira. A Casa da Ínsua é outro dos exemplos maiores da qualidade no seio do grupo. A par das vinhas e dos vinhos, a histórica propriedade de Penalva do Castelo produz também queijo da serra de excelência e o palácio barroco do séc. XVIII acolhe ainda restaurante e uma unidade hoteleira de charme. E até os jardins, dos mais belos de Portugal, merecem só por si a visita. O vinho não fica atrás. Um branco com base no potencial da casta Encruzado, a rainha da região, fresco, intenso e estruturado. Que dá grande prazer logo desde o engarrafamento, mas que refina também à medida que o tempo passa.

T
34 Novembro 2022
BRANCO COM A MARCA DE QUALIDADE VISABEIRA

MALMEQUER

Gosta Não gosta

Viajar Praia Esposende Convívios Cozinhar Lareira Uma noite bem passada 25 de Abril Marisco Gastronomia Local Cerveja Corona Champanhe Provas de Vinho Laranja Cor Azul Acordar cedo pela manhã Rolling Stones Tina Turner Musicais Futebol Clube do Porto Jipes Ciclismo Golfe Canoagem Paddle Andar de Barco Adrenalina Velocidade Saga Velocidade Furiosa Filmes de Ação e Tráfico Noticiários Documentários RTP

Play Rádio RFM Livros em Papel Romances Paraquedismo Ambiente Montanha Chuva Primavera Fato Treino Sapatilhas Hugo Boss Relógios Clarinhas da Lilly Pão de Ló D’Ovar Inovar Inventar Criar

Incompetência Pessoas Mesquinhas Repetir-me Choramingas Teimosia Que não atendam as chamadas Mentiras Adiar tarefas Estar parado Discursos prolongados Voos longos Filas de Espera Carro avariado Conduzir ao telemóvel Telemóvel Cartões de crédito Políticos Barulho do Aspirador Ressonar Nortada Caça Violência Cor Vermelha Ser acordado durante a noite Pequeno-almoço na cama Vinho Verde Fast Food Maçã Empadão de Carne Comida Salgada Leite Creme Lavar a Loiça Sujidade Mudar Fraldas Objetos fora do sítio Fazer a cama Resorts Dia de todos os Santos Carnaval Halloween Máscaras Etiquetas Pêlos Tatuagens Campismo Coimbra Guarda-Chuva Jogar às Cartas Corrida

O PRIMEIRO PAR DE LEVI’S

Sou apaixonada pelo look denim e essa paixão floresceu quando – após muita insistência – os meus pais me ofereceram o meu primeiro par de calças Levi’s. Na altura, vivia-se o furor das marcas – tenho 43 anos – e portanto as marcas eram algo importante nos meus tempos de infância e adolescência. Uma dessas marcas era a Levi’s. E se a Levi’s já me era especial, quando os meus pais me deram a oportunidade de ter essa primeira peça, essa paixão ficou para sempre. Lembro-me que usei esse par de calças até à exaustão!

Considero a Levi’s uma marca intemporal e que segue tendências. Desde o modelo mais clássico dos jeans até aos modelos mais atuais – calças mais largas ou calças boca-de-sino – a Levi’s oferece tudo e tendo a acompanhar a sua evolução. Aliás, na minha opinião, é possível entrar na Levi’s e fazer um look completo sem ter que recorrer a mais nenhuma loja.

É uma marca que passa de geração em geração e recorrer a ela é recorrer ao par de calças oferecido pelos meus pais e navegar pelas memórias do colégio onde andei dos 4 anos até ao final do secundário.

Quanto ao primeiro par de calças, penso que esteja guardado em casa dos meus pais, pois tendo a guardar tudo aquilo que me é especial e me traz memórias – e que throwback há minha infância e adolescência! t

T
José Rodrigues Santos , 53 anos, administrador na Quinta & Santos Score, S.A. Para ele a vida não pára, adora estar em constante movimento e a procura de novidades e tendências, a inovação corre-lhe no sangue. A sua grande paixão é a natureza, mar e montanha. É em duas rodas que se sente como peixe na água, as escaladas, os percursos em BTT na montanha são o seu habitat quase natural. SOUVENIR Catarina Miranda Rádio Observador
35 Novembro 2022
Por: Ana Rodrigues

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