TREVL #4 "Verão 2014" - amostra

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SUdamerica oro o Plata? XTraoRDinária raio-x

moçambique • Angola • Altiplano • Colômbia • venezuela

3,90€ (Continente) IVA Inc.

nepal overland

reportagem

TREVL#4 | Verão 2014 — Quadrimestral

em viagem


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Editorial.

tocar a

33 rpm

1/3

Long play

Chamavam-se “33 e 1/3” ou “LP” de “Long Play” porque os prazeres prolongam-se. Eram em vinil e voltaram: porque será?

José Bragança Pinheiro

N

asceu a 4ª TREVL. Como um bom disco de vinil, tira-se com muito cuidado do envelope. Agarrase nas bordas para não estragar. E depois põe-se a tocar. Não é digital: é melhor. E enquanto toca, a mente perde-se nas memórias que evoca ou naquelas que se procuram. No Nepal pudemos experimentar andar pela capital de Kathmandu usando uma pequena e comum moto, de fabrico indiano: a Bajaj Pulsar 150. Contrastou com a Royal Enfield 500 que alugámos para ver o país, uma gama de moto que está muito longe do que um nepalês consegue facilmente ter acesso. Tivemos oportunidade de viajar em modelos topo da gama, como as impressionantes R1200RT, a Z1000SX Tourer, ou a Adventure 1190. E como costuma acontecer com estes modelos, custam muito dinheiro. Essa imagem de abastança por vezes causa-me desconforto. Quando se encoraja o

contacto e a conversa em viagem com quem encontramos no caminho, custa que a maior parte desses encontros terminem a pedir dinheiro. Sinais dos tempos, dirão. Muitos optam por motos mais discretas para percorrer o Mundo, por que lhes confere um discrição, um low-profile, baixa as defesas das gentes nos locais que visitam. Por exemplo, a discrição da Africa Twin do Paulo Sadio Jorge na sua viagem pela América do Sul permitiu-lhe safar-se de um pequeno aperto. Uma das protagonistas desta edição é a família das XT e XTZ. Têm voz os donos e viajantes que participaram no nosso “Power to the People”, dando-nos a possibilidade de analisar alguns dos modelos desta popular raça de viajantes. Porque viajaram em XTs, juntam-se as viagens da II Expedição “Menina da Lua” entre Maputo e Benguela e do Matej pelo Sul de África, que nos conta como a música o apaixonou pelo lusófono país de Moçambique. Assim é uma TREVL, onde não “gira-o-disco-e-toca-o-mesmo”.

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Trail Day, by

pssst@trevl.pt Director José Bragança Pinheiro jbpinheiro@trevl.pt Colaboradores Mikhail Bravo Matej Rancigaj Paulo Sadio Jorge Pedro Rama

12 Turres Offroad

e onlin o está

Este artig ível na pon apenas dis et. intern no Encontres-o . e it nosso “Com a Faca nos Dentes” Raio-X:: KTM Adventure 1190

Editor Geral Hugo Ramos Assessoria editorial Vítor Sousa Arte Rita Pereira Publicidade António Albuquerque

antonio.albuquerque@fast-lane.pt

Telefone: (+351) 939 551 559 Assinaturas e edições atrasadas: assinaturas@trevl.pt

Proprietário e editor FAST LANE Media e Eventos, Lda. Administração, Redacção e Publicidade: Rua Vitor Hugo, 4D 1000-294 Lisboa Telefone: (+351) 218 650 244 Depósito Legal: 357231/13 ISSN: 2182-8911 Impressão e acabamento: Fernandes e Terceiro, S.A. Rua Nossa Senhora da Conceição, 7, 2794-014 Carnaxide Distribuição: VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. Quinta do Grajal – Venda Seca, 2739-511 Agualva-Cacém Periodicidade Quadrimestral (3x por ano)

Que símbolos são estes e para que servem?

Ao longo deste número semeamos sugestões que estendem a experiência da leitura de cada TREVL, que a tornam ainda melhor.

Utilizamos QRCodes para permitir ao leitor desenvolver determinado conteúdo ou obter mais informação na forma de vídeos, sites ou sons. Os novos dispositivos móveis (smartphones, tablets e afins) permitem interpretar estes códigos e levar-nos ao conteúdo pretendido na internet.

Todos os direitos reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países. Estatuto Editorial TREVL é uma revista lúdica e informativa sobre a temática do motociclismo nas suas vertentes de lazer, mobilidade e transporte, desportiva, cultural e, especialmente, turística. TREVL dará especial relevo ao rigor da escrita e à componente artística do desenho gráfico e da fotografia. TREVL empenhar-se-á num jornalismo apaixonado e comprometido com a temática que é seu objecto. TREVL é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão. TREVL defende e respeita o pluralismo de opinião sem prejuízo de assumir as suas próprias posições. TREVL assumirá uma postura formativa. TREVL respeita os direitos e deveres constitucionais da liberdade de expressão e de informação e cumpre a Lei de Imprensa.

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A TREVL é a primeira e única revista portuguesa a tornar-se Media Partner da Ted Simon Foundation.

Bajaj Pulsar 150

BMW R1200RT

Honda Africa Twin XRV750

Viajante: TREVL Destino: Nepal Ano: 2014 Páginas: 18, 80

Viajante: TREVL Destino: Espanha Ano: 2014 Páginas: 20, 66

Viajante: Paulo Sadio Jorge Destino: América do Sul Página: 48


“Gorda é a tua prima!” Raio-X:: BMW R1200RT

“Oro o Plata?”

67 (Ruta de la Plata-Espanha)

“America Twin&Solo”

48 (América do Sul)

20

“Overland Nepal”

80 (Vale de Kathmandu) 22 “Real-mente”

Raio-X:: Royal Enfield Bullet 500

acor d

o Revist a em Por escrita t Logo uguês. adopta , NÃO foi do o or tográ acordo fico. “XT-raordinaire”

26 Raio-X:: Yamaha XT(Z)

“O Outro Lado do Lurio”

45 (Moçambique)

“Lua”

38 (Angola-Moçambique)

Há histórias que estão mesmo a pedir uma banda sonora à altura. Quando vir este símbolo, é porque temos uma sugestão de música para acompanhar a leitura (normalmente associada a um QRCode).

Para que possa melhorar, analisamos a técnica da fotografia, explorando vantagens e desvantagens das opções tomadas, com dicas de fotógrafos conceituados.

Por vezes apetece saber mais sobre um assunto, destino ou personagem. Quando vir este símbolo quisemos convidá-lo a seguir esse apelo.

Sempre que uma dada técnica de escrita é feliz e resulta bem, incluímos uma nota sobre a técnica utilizada.

Kawasaki Z1000SX Tourer

KTM 1190 Adventure

Royal Enfield 500 Bullet EFI

Yamaha XT660R

Yamaha XT660Z

VIajante: TREVL Ano: 2014 Página: 24

VIajante: TREVL Ano: 2014 Página: 12

Viajante: TREVL Destino: Nepal Páginas: 22, 80

Viajante: Matej Rancigaj Destino: Sul de África Ano: 2013 Páginas: 10, 26, 44

Viajantes: Alfredo Filipe, Hélder Cunha, Paulo Cunha, Pedro Rama Destinos: Moçambique-Angola Ano: 2012 Páginas: 26, 38

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Com com a faca nos dentes

grrr! GRRR! O

Capacidade: 1.195 cc | Potência: 148 cv Depósito: 23 Litros | Peso: 212 kg

“Ready to Love?”

José Bragança Pinheiro

que acontece quando se decide arranjar uma amante 20 anos mais nova? Quase certo que aqueles momentos de emoções fortes serão excepcionais. Também é provável que não haja paciência para as conversas ao fim de algum tempo.

“Ready to Ride”

Quando a KTM decidiu criar este modelo terá sido por perceber que com a 990 estavam a falhar um segmento importante em termos

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de vendas. Por azar logo aquele que tem vindo a crescer, feito de gente que não procura realmente algo Ready to Race.

“Ready to Tarmac”

Não escolhendo a Adventure R, temos mais plásticos expostos, frágeis, uma roda dianteira mais pequena e estradista, e uma posição de condução mais feita para andar sentado do que em pé. Quando a levamos para fora-deestrada as afinações de motor, a compressão nas descidas, a altura do guiador, tudo encoraja manterse na estrada pavimentada. É para


Raio - X.

KTM 1190R ‘2014

Fly-by-wire

Autonomia Algo pequeno o depósito mas a eficiência que a regulamentação apertada dá-lhe a autonomia que maiores capacidades não têm.

16.500

€ Carga Não testámos o modelo com malas, mas as opções de amarração de bagagem são abundantes.

Conforto O banco é um pouco duro em distâncias maiores. Da boa posição de condução e do ajuste do pára-brisas resulta um conjunto confortável.

Para acompanhar quando se anda na KTM 1190 Adventure, e para ouvir com a faca nos dentes, uma das faixas do Body Combat da Les Mills: The Black Pearl.

isso que foi desenhada.

“Ready to Fix”

O kit de ferramentas que vem incluído é bastante completo e bem adaptado ao que vale realmente a pena ter connosco em viagem. Os mais engraçadinhos dirão que só precisam de ferramentas as motos que dão problemas. Os outros sabem que em viagem tudo pode acontecer e ter a ferramenta certa poupa muita chatice.

“Ready to Fly”

O que a KTM conseguiu com este modelo é uma moto que parece

leve. Quando nos sentamos aos comandos parece estreita, demasiado mesmo. E quando começamos a pensar: “Hum... será oca?” lembramo-nos de rodar o punho. O motor continua fabuloso, com alma e coração. A roda da frente parece que tem bichos carpinteiros, sempre a querer levantar. E se (mesmo em andamento) desligarmos ABS e MTC é o que vai acontecer, mais cedo do que tarde. Em viagem, não é o que se pretende, pois não se procura levar connosco algo com que estejamos em permanente luta.

“Ready to Marry”

A viagem é uma relação duradoura, prolongada. Temos de sentir que todos os dias quando acordamos algures, nos vai apetecer passar o dia com ela. O temperamento desta 1190R é divertida em doses controladas. Como uma amante. Mas esta “amante” tem uma pequena diferença: vêm com um botão que a acalma, que lhe tira a rosa dos dentes e algum fogo das pernas. E isso pode muito bem fazer a diferença... em viagem, claro.

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35mm, 26-130mm, ISO80, 1/160 f/2.8 Ă frica do Sul, a caminho de Cabo Agulhas Autor: Matej Rancigaj (pag. 44)


Raio-X.

XT

raordinaire

Com ou sem um Z no fim, a XT continua a ser uma das opções mais escolhidas para viajar

O

uvimos os donos e viajantes com XT e XTZ para perceber melhor porque nos cruzamos tantas vezes com uma em viagem. Desta vez optámos por sondar uma gama de modelos ao longo dos anos, desde a XT225 à XT1200Z Super Téneré que encontramos hoje na montra do concessionário Yamaha. Algumas análises reflectem aspectos gerais e comuns, enquanto outras se focam em cada um dos modelos mais representativos. Partilhamos algumas das fotos que nos enviaram os nossos leitores e contamos histórias de viagem onde a XT(Z) é protagonista.

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Em Viagem.

Lua

As viagens de XTZ dão boas histórias de viagens, como esta da II Expedição “Menina da Lua”

Pedro Rama Alfredo Filipe, Paulo Cunha, Hélder Cunha

O

forte desejo de concretizarmos a travessia de moto do continente africano, desde o Índico ao Atlântico, ganhou forma e motivação acrescida pela possibilidade de visitarmos e apoiarmos uma Missão Católica na cidade de Nampula e de associarmos essa nossa passagem pelo Norte de Moçambique à entrega de dois contentores de ajuda humanitária para populações carenciadas. Temos a paixão pelas motas, viagens, estar com os amigos, participar numa aventura, realizar uma grande viagem. Queríamos sentir e respirar África. Que fosse de moto a devorar os difíceis kms de asfalto, picada, terra, pó e areia. Conheceríamos diferentes povos, nos seus costumes e práticas ancestrais, algo que não encontraríamos na agência de viagens. Íamos ao sabor do vento de Leste para Poente, iluminado pela Menina da Lua. Em Agosto despachámos as motos. Cedo, mas queríamos dar o desconto pelos prováveis atrasos no transporte para paragens tão longínquas. O destino: Porto de Nacala. O imprevisto: uma greve geral na África do Sul, retendo o nosso contentor no Porto de Durban.

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Como recurso conseguimos reencaminhar para o Porto de Maputo. As motos foram desalfandegadas pelo amigo Francisco a 2 dias da nossa chegada a Maputo, a 2.200km a Sul de Nacala. O que à partida seria uma contrariedade, tornou-se numa oportunidade para percorrer Moçambique junto à maravilhosa costa. Inflectimos um pouco para o interior para visitar o Parque da Gorongosa. Depois de anos de guerra, a reserva natural de vida selvagem começa a recuperar o fôlego e a sua fauna. Ficámos 2 noites em Nampula e entretanto fomos à costa (Ilha de Moçambique e Praia de Chocas Mar) Para chegar a Gurué esperava-nos uma primeira parte sobre estrada pavimentada que nos permitiu chegar ao Alto do Molócue ainda cedo, o suficiente para optarmos por seguir numa estrada de argila, num troço de abrir sorrisos. Com a proximidade da cidade a paisagem alterou-se, adornada de vegetação luxuriante. Fazemos a digestão do almoço passeando entre as plantações de chá e quedas de água.

Malawi

Pela fronteira de Mandimba entramos no Malawi, junto às margens do enorme lago Niassa. Esta ligação foi uma das mais duras Estrada Nacional 8 Cuamba-Mandimba (Moçambique)


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1

44


E m Viagem.

outro

O

Lurio lado do

A travessia impossível do Rio Lúrio no Norte de Moçambique Matej Rancigaj

​A

penas aquela conversa ameaçava interromper a minha descontracção. Numa esplanada perto da baía de Pemba, no Norte de Moçambique turistas sul-africanos entusiasmam-se procurando que o dono do bar lhe indique que aventuras de jipe poderiam seguir em direcção a Sul. Atraía-os especialmente a possibilidade de atravessarem o rio Lurio pela foz. Seria uma grande aventura, evitando umas centenas de kms de desvio. - “Nem em sonhos!” respondeu o dono do bar num tom sério. “Não podem atravessar na foz do rio. Nem pensar! Esqueçam.”, rematava. - “Mesmo com o jipe 4x4?” - “Nem com o jipe!”, desarmou o dono do bar. E continua a argumentação: “O leito do rio é demasiado mole. O único que vão conseguir é ficar atascados. E então, quando precisarem de serem resgatados, não haverá ninguém para vos ajudar. Sigam a estrada principal para Sul”. Enquanto se entreolham os turistas, aproveito a pausa e avento:

- “Então e de mota?”, insisto. “Conseguiria?” - “Já vos disse que não.” Responde prontamente com o mesmo tom e determinação: “Não é possível atravessar o Lurio na foz!” Ainda armo um “…mas…” que acabo por deixar cair ao ler a cara do dono do bar.

Rumo a Sul

Passam-se alguns dias antes de partir da mágica Pemba. É bem cedo quando rumo a Sul. Porque é para aí que fica a foz do Lurio. Duas horas por uma estrada de terra levam-me a uma pequena aldeia. Procuro o caminho que me levaria ao rio, mas sem sucesso. Saio da aldeia para encontrar uma estrada que termina. Por todo o lado decorrem trabalhos de construção, com as mãos e auxiliados por meras pás. “Por aqui não vai dar para seguir”, penso. Regressar à estrada principal levaria horas. Retomo à aldeia e procuro junto dos locais uma boa indicação para o rio. Com mais sorte encontro a pista, estreita e pelo meio da mata. Se não fora ter-me sido indicada, nunca a

Sugerimos ouvir a música do autor enquanto lê as suas aventuras em África de moto.

45


Em Viagem.

America

Twin &Solo TREVLer A família dos TREVLers continua a crescer com a chegada do Paulo. Saiba mais sobre os TREVLers na pág. 8.

N

O projecto America Twin também têm momentos a solo. Paulo Sadio Jorge

ão havia muita vontade de nos demorarmos em Caracas. A elevada taxa de homicídios, que tornava a Venezuela num dos países mais perigosos do Mundo naquele ano de 2012, impele-nos para fora dali. Este é um país onde a prudência recomenda viajar sempre de dia e, quando assaltados, não reagir. Ruben esperava-nos em Valência, 200kms a Norte, por uma ligação de auto-estrada esburacada e congestionada. Fora à sua guarda que o Carlos Azevedo deixara a sua moto, companheira na viagem pela América Central, publicada na REV #5 em 2011. Acabo por seguir à frente, mas volvidos alguns kms deixo de ver o Luís nos espelhos. Decido aguardar por ele na berma, mas passou algum tempo. Quando volto a ver a moto dele, o Luís não estava a conduzi-la. O reboque tinha sido a solução para remediar o problema eléctrico que apagara a Africa Twin.

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Touros bravos

Combinamos prosseguir até ao destino, mas o ritmo de uma moto não era páreo para o reboque. Sozinho, chego à cidade de Valência e decido apontar ao centro, perto da Monumental praça de touros, e aí aguardar por eles para reagrupar. O empregado do bar que escolhi para comer algo parece preocupado. Chama-me à parte e segreda-me algo. Diz-me que esta zona da cidade é muito perigosa e que faria melhor em pôr-me a andar e rápido. Recebo um telefonema do nosso amigo valenciano Ruben que, em pânico, me encoraja a sair já dali. Se a minha vida fosse um filme este episódio seria realizado pelo Tarantino. Atento melhor nas caras em volta, para lhes descobrir agora o que a fome e sede há pouco me escondiam: ali não se faziam amigos. Ser assaltado inúmeras vezes e mesmo baleado mexe com uma pessoa. Ruben acolhe-nos para essa noite e insiste que o seu País não é flor que se cheire, enquanto nos ajuda a devolver a vida à moto do Luís.


Nas margens da Laguna Verde (BolĂ­via)

49


BMW 1200RT Para esta viagem contámos com a nova versão 2014 da alemã 1200RT. Para uma análise mais focada na moto, espreitem a pág. 20 66


E m Viagem.

OroO

Plata? José Bragança Pinheiro Nélia Carvalho

Entre Béjar e Sevilha apanham-se as pedras para construir o castelo que é a Ruta de la Plata.

Gijón

León La Bañeza Benavente Zamora

Béjar

1 2

Plasencia

Hervás

3 espanha

portugal

Casar de Cáceres

Montemolín

5 Sevilla

Carmona 4


Nepal E m Viagem.

Jos茅 Braganca Pinheiro

Corre o ano de 2071, mas no Nepal o tempo move-se com vida pr贸pria.

80


Autor: Mikhail Bravo 24-70mm DSLR, ISO100, 1/400 f/4.5 Sauraha, Nepal

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Destinos.

Índice

Acompanhe no nosso site o índice actualizado, explorando no mapa do Mundo

de

Viagens

Conheça aqui quais os destinos de viagem de moto sobre os quais já publicámos, tanto na TREVL como na REV. Cada entrada nas tabelas seguintes tem a indicação de qual o número onde foi publicada (a amarelo na TREVL, a azul na REV), junto a um pequeno texto descrevendo o tipo e

Açores 12

Na terra do Anticiclone, o verde domina apenas intercalado pelo azul das lagoas. O tempo é instável e incerto, mas nada que um bom impermeável não resolva.“É difícil errar na escolha dos caminhos em Açores.”

3

Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém e Porto de Mós foi a escolha do projecto “Pela Estrada Fora” para que não se esqueça este Portugal. “ Em pleno areal improvisam a lota e cercam o peixe como se fossem gaivotas.”

3

Numa viagem numa R1200GS com a MotoXplorers na sua “Africa Adventure Tour”, percorremos as montanhas de Cederberg, a Cidade do Cabo e o Orange River.

Angola

4

Argélia

1

A II Expedição “Menina da Lua” regressa a este país, para visitar alguns dos locais memoráveis e a hospitalidade que ainda vive em Angola. O José Paulo Matias leva a sua Africa Twin pelo deserto da Argélia em pleno Agosto e as temperaturas quase o cozinham em lume brando: 57ºC.

Botswana

3

Numa viagem numa R1200GS com a MotoXplorers na sua “Africa Adventure Tour”, encontramos o ritmo calmo e compassado numa África segura e com um rumo definido.

Malawi

4

A visita ao Malawi é curta mas deixa memórias nos 4 viajantes da II Expedição “Menina da Lua” depois de se encantarem com o Lago Niassa.

Oceânia Austrália

2

Serra da Arrábida

1

De Barca de Alva em pleno Alto Douro ao charme de Vimioso no coração da Terra Fria transmontana, enchemos a vista e a alma. “Degustação e gastronomia fazem parte de um bom passeio”

Num dia limpo a costa alentejana adivinha-se em cada curva junto às antenas. Lá em baixo, a baía do Portinho da Arrábida desenha-se em estradas e mergulhos na praia. “Curvas, paisagem, peixo fresco e banhos.”

Serra Algarvia

Tejo dos castelinhos

1

De Sagres a Alcoutim, na serra do Algarve conheça o Algarve onde quase nada está escrito em inglês, nem mesmo os menus do restaurante. “Surpreenda-se com a N124 entre Barranco do Velho e Cachopo.”

1

Seguir o Tejo desde Castelo de Bode, passando por Constância, Almourol e a Golegã, depois de um almoço de abades em Tomar. “ Há uma estradinha que desce a jusante da barragem de Castelo de Bode até bem lá abaixo.”

Marrocos 10 14

Sahara Ocidental

Mauritânia

SENEGAL (DAKAR)

Marrocos revela-se nas estrada de montanha do Atlas, nas cidades imperiais, no deserto e zonas costeiras e, assim de tudo, um país cheio de gente afável. “Pare de inventar desculpas: parta já!”

1 2 14

Não tão longe vão os tempos onde questões de segurança na Mauritânia ditaram que o Paris-Dakar migrasse para as Américas, numa terra que pertence ao deserto. “Não esquecer de levar: água, combustível e bons amigos.”

Moçambique

4

O Matej viaja na sua XT660R atraído pela cena musical de Maputo, entrando pelo Rio Lurio quando todos lhe dizem que não seria possível. Afinal, era. E A II Expedição “Menina da Lua” também se apaixonou por este país.

namíbia

3 4

Provavelmente, as mais longas e melhores autoestradas de terra batida do Mundo.“Encurralado entre o laranja do Soussvlei e o azul do céu.”

quénia

4

Do Tsavo são originários os míticos leões comedores de homens. Talvez por isso o guarda do parque que segue à pendura com o Matej na sua XT660R esteja apavorado e de cabeça perdida.

1 14

Um destino que é injustamente visto muitas vezes como uma travessia a caminho do Sul, da Mauritania, Senegal, Guiné…“Plage Blanche… … não preciso dizer mais nada, certo?”

2

O nome Dakar vive há muito tempo no imaginário do aventureiro de moto. Mais do que de areia, é feita de sonhos. “Vai haver areia”

SUDÃO

2

O viajante e autor de vários livros Sam Manicom conta-nos um dos episódios durante a sua travessia do Sudão, aos comandos da sua boxer antiga.

Victoria falls

3 4

Um cenário único algo comprometido pela ávida procura do negócio.“$140 cada actividade, $25 o souvenir”

Zâmbia

4

Água, muita água, quer seja no Zambeze e Victoria Falls ou na estrada a cair do céu: nada disto impede os 4 viajantes da “Menina da Lua” de se enamorarem desta parte da Antiga Rodésia.

Overlander que se preze tem de ter este continente no arsenal, mesmo nas antípodas de Portugal

7

Uma terra imensa de contraste cultural e paisagístico. Uma riqueza e variedade que é difícil igualar em qualquer outra parte do planeta.“Great Ocean Road e Kangaroo Island”

96

Alto Douro

A palavra África pode derivar do Grego aphrike que significa “O oposto de Frio e Terror”. É imediato associar Calor a África, mas está longe de ser uma terra livre do Terror. E isso faz os viajantes que atrai, sentirem-se aventureiros.

África África do sul

Para uma experiência mais interactiva com visualização sobre o Mapa Mundi, sugerimos visitar o nosso site na secção “TREVL no Mundo”.

Não fica longe e tem muito para ver. Entre estradas de serra a marginais recortando a costa, há muito para escolher.

PORTUGAL

ALTa estremadura

conteúdo do artigo. Os destinos cobertos nesta edição estão destacados com um fundo amarelo.

Tem uma história de viagem em moto que merece ser contada? Partilhe connosco enviando para: A-Minha-Viagem-e-mais-linda-que-a-tua@trevl.pt


Não há escola de condução em Portugal que prepare um viajante para o que é rolar no trânsito das estradas asiáticas. É o preço a pagar para viajar por um dos continentes mais enigmáticos.

Ásia Índia

7 3

O Francisco e o Gonçalo viajam pela Índia e cada um conta uma história diferente, partilhando o fascínio pela cultura hindu e o encanto hipnotizante dos Himalaias. Ambos numa Royal Enfield Bullet, uma moto fabricada hoje com um desenho dos anos 50.

1 2

(Aústria-França-Itália-Suiça) Desde a Route Napóleon até aos mais altos Pass de montanha (Stelvio, Grand-Saint Bernard, Saint Gottard) a densidade de motos não engana: é aqui. “Os Alpes são uma caixa de chocolates; cada curva deve ser degustada.”

balcãs

Uma Europa que não parece a nossa, cravejada pela guerra e probreza, mas rica na história.

1

Mare i Monti numa ilha onde só há estradas boas, entre as costeiras e as serranas. Boa comida, hospitalidade e praias para repousar da condução. “Não perder a D84 que liga a vila costeira de Porto a Aitone bem no meio da Serra, passando por Evisa.”

Escócia

1 12

Se conduzir debaixo de uma chuva ocasional não é problema, a Escócia é um paraíso para andar de moto. Os 3 dias de distância começam a tornar apelativo optar pelo Fly&Ride. “Para um escocês, um impermeável é considerado um casaco de Verão!”

Espanha

4

(Ruta de la Plata) Entre Hérvas e Carmona, revelam-se as estradas de serra e as tapas de final de dia, para terminar o dia num dos magníficos Paradores de España.

América central-Sul Belize

5

argentina

4

Paulo percebe as virtudes de ouvir os conselhos de quem já viveu os locais que visita. Entra no país das Pampas de ferry num lago fascinante desde Puerto Fuy.

4 11

A riqueza deste país devia medir-se em beleza natural, sendo um dos mais pobres em termos de PIB. “A segurança tem sido uma preocupação recente das autoridades.”

Salar de uyuni

Vietname

9

Num país onde 95% dos veículos registados no Vietname são motociclos, só pode ser um bom destino para viajar de moto, certo? “Escolha uma moto pequena e ágil e muita calma.”

1

(picos de europa) As estradas e paisagens dos Picos de Europa são demasiado boas para não fazer parte do roteiro da vida de um viajante de motos. “Levar equipamento de caminhada.”

2

Brecon Beacons e Snowdonia estão pejados de estradas para rolar, e florestas para explorar. “Encontre palavras de origem celta que não diferentes das nossas”

Irlanda

2

Reencontrar a memória celta num país pintado a verde, onde pinceladas cinza de mestre desenham estradas feitas para andar de moto.“Leve o equipamento de caminhada. Relaxe num pub e soltese em cantorias.”

Islândia

4

(Bolívia) O silêncio e o vazio que se estende para lá do que se consegue ver. Onde se pode fechar os olhos e enrolar o punho sem nada temer.

brasil - rio grande do sul

4

Pela mão de Francisco, Paulo conhece o sul do Brasil tirando partido da acolhedora rede de viajantes “Brazil Riders”.

2

Na terra onde os portugueses da KFOR mantiveram a paz, descubra as serras e vales selvagens. “Levar pneus para uma ou outra picada pelas serras”

Chile

4

Aqui, Paulo Sadio percorre o Deserto de Atacama na sua Africa Twin, atravessa o Trópico de Capricórnio, mergulha nas minas de Chuquicamata, visita o Deserto e o Altiplano, a magnificiência dos Vales de la Muerte e de la Luna e os géisers de El Tatio.

Colômbia

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Os tempos duros dos cartéis e violência parecem esvanecer-se enquanto Paulo percorre desde o ponto mais a Norte da América do Sul, Punta Gallinas, até “Nueva Granada” (Bogotá) e as maravilhas de Medellin.

costa rica

5

Rodeado da beleza da Costa Rica, Carlos tem uma epifânia e interioriza a sorte que tem por estar ali, a aviajar de moto.

El salvador

5

A pequena cidade de Sushitoto surpreende Carlos, depois de fazer uma estrada pintada em cones de vulcões.

Equador

4

O vulcão Pichincha dá as boas vindas a Paulo, enquanto chega a Quito, depois de atravessar desde Norte a linha imaginária que dá o nome ao País.

GUATEMALA

2 5

A violência ainda mantém a Guatemala no grupo de destinos de aventura. Mas a beleza atira-nos para a frente. “Vulcões activos não são raros”

América do Norte Estados Unidos América

1 8

Pirinéus

1

O Cabo Norte é daquelas coisas que parecem estar ali só para desinquietar os viajantes de moto. Se há um cabo, é para ir lá de moto.“Sabia que nos ferries da Noruega as motos não pagam? É de aproveitar.”

(Andorra, Espanha, França) As estradas de montanha normalmente não desiludem entre curvas, passos e amplas vistas. Juntar a isto 3 idiomas diferentes e sentimos que viajámos para longe.“Tourmalet, Somport, Col d’Aubisque e Col de Peyresourde deviam ser carimbos no seu passaporte.”

rússia

3

SÉRVIA

2

Um povo duro que mantém as distâncias, encurtadas apenas por uma garrafa de vodka. “Cada condutor é um acidente à espera de acontecer.”

1 3

Nos curtos meses que o gelo aceita visitantes, a Islândia deslumbra entre cascatas, glaciares, geisers e lagoas quentes. “Não há muito sítios onde se recomenda levar umas luvas quentinhas e um fato de banho.”

KOSOVO

Noruega

Talvez o que mais impressione em toda a exJugoslávia é a proximidade do conflito e quão semelhantes estes povos são aos demais europeus.”

TURQUIA

2

Um gigante híbrido, euro-asiático, que desperta para o turismo a passos largos. É uma corrida contra o tempo. “Para o ano pode ser demasiado tarde”

No continente sul-americano os destinos são de sonho e aventura. Num mercado crescente de empresas de viagem de moto, as opções são inúmeras. Escolher uma é apenas o primeiro dos desafios.

O overlander Carlos Azevedo regressa à América Central com a sua DR600 e encanta-se com as ruínas, os vales verdejantes e, mais que tudo o resto, as pessoas.

Bolívia

Espanha

Gales

3

Córsega

4

Com a FreeSpirit Adventures viajamos numa Royal Enfield pelo vale de Kathmandu, onde as estradas desafiam a integridade física da moto indiana, apenas para chegar lá bem acima e espreitar o Everest, ou descer até à selva e subir para cima de um elefante no meio de rinocerontes brancos.

Entre as muitas teorias, preferimos uma onde Europa significa Terra da Vista Ampla, do grego eurus. Faz-nos sentir que há muito para percorrer no velho continente.

Europa Alpes

Nepal - Kathmandu valley

EUA ou Canadá, não há muito mais. Mas entre os dois há fauna que vai dos Alces às cascavéis do deserto. 7

Um país onde cabem mais de 100x Portugal não se pode resumir numa frase. As míticas estradas que ligam as duas costas são um bom sítio para começar. “A viagem de Costa-a-Costa permite ver um pouco de tudo e não faltam motos para alugar”

nicarágua

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Por entre vulcões, Carlos viaja demoradamente até às margens do lago onde Granada levantou os seus edifícios e praças, hoje património da Humanidade.

panamá

5

A travessia do Darien Gap tornou-se um negócio para os capitães de veleiros entre o Panamá e a Colômbia. Carlos viaja num catamaran com a sua DR a bordo.

Patagonia (Argentina)

4 13

De há algum tempo para cá tornou-se sinónimo de aventura, imortalizada em livro do Chatwin ou Theroux. É um destino clássico para o viajante de moto também. “Não gosta de conduzir com vento forte lateral? Err… então é melhor escolher outro”.

Peru

4

Titicaca, Chachapoyas, Kuélap, Tucume, Punta Parinas, Nazca... e a lista continua e, em cada local, o Paulo deixa cair o queixo um pouco mais.

uruguai

4

O Paulo emociona-se ao encontrar brasões portugueses em Colonia del Sacramento, perto de Montevideo, longe de Portugal.

venezuela

4

Com uma vizinhança de respeito, a Venezuela inspira respeito e cautela e surpreende o Paulo no arranque da sua viagem pela América do Sul.

? E a seguir nde

gina o Vire a pá os próximos s mo sussura os da TREVL. in t s e d como de locais ias, e s la a F a, Himala Mongóli u Paraguai. Alaska o 97


61°N

Alaska

61 N 149W O TREVLer Jorge Serpa começa já em Agosto o seu projecto “The Americas: Top to Bottom”. Com ele chegam as histórias que o caminho conta, desde Washington DC até ao Alaska, atravessando a impressionante British Columbia, no Canadá.

30°S

43 Percorrendo todas as latitudes e não tendo medo das longitudes esperamnos histórias desde a Austrália ao Alaska, com uma perninha no Norte da Índia e outra na América do Sul.

São muitos os viajantes que partem agora. Mais serão as histórias que nos trazem. Os nossos TREVLers andam ocupados, de olhos abertos como a criança na loja de chocolates. NÃO ENCONTROU NA TREVL O QUE ESPERAVA? Mande-nos um email para SeEuMandasseNisto@trevl.pt e diga-nos o que gostaria de ver no próximo número da TREVL.

N

Mongolia

102

43°N

E

A TREVL regressa à Ásia. À do Genghis Khan, dos “gers” e camelos na neve, onde o Deserto de Gobi atrai com o magnetismo que apenas os grandes desertos têm.

Zanskar, Índia

33N 77E

Depois de Ladakh e a Tailândia, o TREVLer Gonçalo Luz regressa aos Himalaias indianos de moto. O destino será Zanskar, as fotos de excepção e as histórias envolventes, no estilo intimista que o Gonçalo viaja.

30 S 51 W

51°W

98

Descobrimos uma coisa com uma certa piada. Chama-se Facebook e é azul. /trevl.magazine

Brasil

O mais recente TREVLer Paulo Sadio Jorge regressa para encontrar a sua Africa Twin na América do Sul, para completar a grande viagem que ainda “vai no adro”.

102°E

“Next!”

A grande viagem de Sydney a Lisboa arranca. O projecto Kangaroo Route começa a dar os primeiros pulos e, em cada pulo, uma história que o João Pedro terá para contar. 34°S

Austrália

34 S 151 E

151°E

149°W

Antevisão.


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