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Escrever
Ponto de Mira
Em Viagem
Técnica
3,90€ (Continente) IVA Inc.
TREVL#5 | Outono-Inverno 2014 — Quadrimestral
Gobi
Mongólia • toscânia • Peru • São tomé e príncipe • América
Editorial
Encontro às
D
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esliguei o motor. O mesmo que vencera há pouco a subida desafiante desde o lago Ogii, lá bem em baixo. E agora, desde ali de cima, não havia mais nada para além de mim e daquela nuvem de poeira que se afastava, envolvendo o João, companheiro de viagem, e a sua moto de quadro partido. Levamos ambos uma missão: regressar com a moto soldada. Soldada sobrevivente de uma guerra em território de impérios milenares, conquistados pela espada nos dentes de mongóis aguerridos e arcos prontos a matar, certeiros. Mas isso ia ter de esperar um pouco mais. Agora quero apenas estar a sentir o calor dos primeiros raios de Sol no cimo daquela colina na Mongólia cujo nome, impronunciável, é como aquelas pequenas coisas maravilhosas que, mesmo sem se pereceberem, adoram-se e não se conseguem explicar. Nada mais se ouve. Estamos na Mongólia e só ali, naquele instante, sozinho, interiorizei essa sensação de liberdade. Lembro-me então dos momentos em que amaldiçoei a estrada, as pedras, a moto. Em que me doíam os ossos e os braços cansados. Das vezes em que parava porque continuar já não era possível, que atingira o limite. E, quando deitado sob as estrelas dos ancestrais Khans, revivi os obstáculos que passámos não resistia ao sorriso. E desconfio que assim, com um sorriso gravado, me deixara dormir. Sem a procurar, encontrara ali no mais insuspeito e isolado dos sítios uma resposta para a pergunta que me perseguia: “Porquê partir de moto?” Guardo-a para mim; a tua resposta tens de ser tu a encontrá-la, mais longe ou mais perto ela espera-te. Que esta TREVL te aproxime dela. José Bragança Pinheiro | viajante | jbpinheiro@trevl.pt
Cada capa da TREVL é especial. Queremos que se destaque na multidão,que inspire mistério, exotismo e que ela também encerre a promessa de
uma boa história. Para esta edição a imagem de uma pequena moto carregada para lá do que aguenta e um iaque transportam-nos até à Mongólia.
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Director José Bragança Pinheiro jbpinheiro@trevl.pt
TREVLers André Braz António Nogueira Fátima Ropero Gonçalo Luz Jorge Serpa Tiago Figueiredo Colaboradores João Rodrigues José Alves Margarida Pinhão Nélia Sofia Carvalho Rui Santos
Editor Geral Hugo Ramos
A TREVL é a primeira e única revista portuguesa a tornar-se Media Partner da Ted Simon Foundation. Em cada número semeamos sugestões para prolongar e melhorar a experiência da leitura de cada TREVL, para que seja ainda melhor. Utilizamos QRCodes para permitir ao leitor desenvolver determinado conteúdo ou obter mais informação na forma de vídeos, sites ou sons. Os novos dispositivos móveis (smartphones, tablets e afins) permitem interpretar estes códigos e levar-nos ao conteúdo pretendido, onde quer que esteja.
Há histórias que estão mesmo a pedir uma banda sonora à altura. Quando vir este símbolo, é porque temos uma sugestão de música para acompanhar a leitura (normalmente associada a um QRCode).
Para que possa melhorar, analisamos a técnica da fotografia e da escrita, explorando vantagens e desvantagens das opções tomadas, com dicas de fotógrafos e viajantes.
Assessoria editorial Vítor Sousa Arte Rita Pereira José Bragança Pinheiro Publicidade António Albuquerque
Por vezes apetece saber mais sobre um assunto, destino ou personagem. Quando vir este símbolo quisemos convidá-lo a seguir esse apelo.
página
BMW R1200GS Adventure
@EUA, Canadá 35 Jorge Serpa
“Balanço-me para a frente e, no disparo da máquina fotográfica, o pé escorrega na gravilha e comigo cai a pesada moto. Lou ri-se que nem um perdido.”
antonio.albuquerque@fast-lane.pt
Telefone: (+351) 939 551 559
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Assinaturas: assinaturas@trevl.pt
Shineray Mustang XY150 @Mongólia
61 José Bragança Pinheiro, João Rodrigues “Uma moto é um elemento de paixão, e como todos os nossos amores, queremos sentir que são únicos, que mais ninguém tem um como o nosso. Aqui não.”
Proprietário e editor
FAST LANE - Media e Eventos, Lda.
Administração, Redacção e Publicidade:
Rua Vitor Hugo, 4D 1000-294 Lisboa Telefone: (+351) 218 650 244
Depósito Legal: 357231/13 ISSN: 2182-8911 Impressão e acabamento:
Fernandes e Terceiro, S.A. Rua Nossa Senhora da Conceição, 7, 2794-014 Carnaxide
BMW F800GS
@Shetlands 46 Tiago Figueiredo
Piaggio Vespa PX125
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@Toscânia José Alves 24
“Perdidos no brilho do seu estilo inconfundível quase nos esquecemos que não foi uma mota desenhada para viagens internacionais.”
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Distribuição:
VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. Quinta do Grajal – Venda Seca, 2739-511 Agualva-Cacém
@Índia Gonçalo Luz 18
Periodicidade Quadrimestral (3x por ano)
Honda NX4 Falcon
@Perú 53 André Braz; Fátima Ropero
Todos os direitos reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países.
“Nem grande nem pequena, nem clássica nem moderna. A NX4 não se destaca em nenhum aspecto, mas talvez seja isso que a torna especial e a sua maior qualidade.”
Estatuto Editorial TREVL é uma revista lúdica e informativa sobre a temática do motociclismo nas suas vertentes de lazer, mobilidade e transporte, desportiva, cultural e, especialmente, turística. TREVL dará especial relevo ao rigor da escrita e à componente artística do desenho gráfico e da fotografia. TREVL empenhar-se-á num jornalismo apaixonado e comprometido com a temática que é seu objecto. TREVL é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão. TREVL defende e respeita o pluralismo de opinião sem prejuízo de assumir as suas próprias posições. TREVL assumirá uma postura formativa. TREVL respeita os direitos e deveres constitucionais da liberdade de expressão e de informação e cumpre a Lei de Imprensa.
Royal Enfield 500 Bullet Machismo
BMW R1200GS
@Bardenas, Espanha Rui Santos
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“Coca-Colca”
@Peru André Braz; Fátima Ropero “Param para se aquecerem um pouco e tomar um chá de coca no único sitio que há em muitos quilómetros. Com um pouco mais de energia
continuam a subida. Já não se vêm carros nem camiões. Aliás, já quase não se conseguem ver uns aos outros, tal é o nevoeiro que se instala. ”
“This is (not) about motorcycling”
@Golfo de Biscaia Tiago Figueiredo
“Contaria que esta pequena chinesa, paga a uma diária justa, não se negaria em me mostrar as vistas. Não passaríamos despercebidos a andar sozinhos na ilha, mas
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“Nas ondas do golfo de Biscaia descobrem-se viajantes. Quando a terra acaba e a moto
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Fotos de viajantes
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“Bandolero”
@Deserto de Bardenas, Espanha Rui Santos
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“Ver para querer”
Contar uma história
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“Todo o processo da escrita é difícil. O importante é não atirar com a toalha ao chão e continuar a tentar,
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“me piaggio”
@Toscânia José Alves
Revis uguês. t em Por ÃO foi N , o g Lo ordo do o ac adopta ráfico. or tog
@São Tomé e Príncipe António Nogueira
mudando o que não funcionou e encontrar o que gera resultados consigo. (...) Não encare a crítica como um sinal para desisitir. “
“Moto Khan”
@Mongólia José Bragança Pinheiro
“Quem chegasse naquele momento ia coçar a cabeça e perguntar-se porque estaria aquele grupo invulgar de mongóis e estrangeiros
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do acotarescrita
@Índia, Toscânia, Gobi
ainda assim mais seguro do que na companhia de uma espampanante alemã ou austríaca, também disponíveis na cidade de São Tomé para quem as queira pagar.”
José Bragança Pinheiro
descansa no porão, a viagem não termina e, em cada conversa, começam outras sem destino traçado.”
dobrados a olhar para o chão, andando em círculos? O tempo passava e não se dava por encontrada a malvada da chave.“
Ponto de Mira
@Deserto de Gobi
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“(...) um motor de dois tempos e um banco tão duro que passei a viagem a rogar-lhe pragas. Mas a cada dia que passava, menos máquina e mais companheira ela se tornava.”
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“Americas: Top to Bottom”: parte 1 @EUA, Canadá Jorge Serpa
“Há apenas alguns dias envolvera-me noutra história com um urso e um bisonte. O herbívoro estava então junto à Sage Road, uma estrada de terra batida depois de visitarmos
Índice de Destinos
o Parque Nacional de Badlands. A pouca distância, eu preparava-me para disparar.” - “Vais ficar mesmo bem por cima da lareira lá em casa”, pensei.
96 98 página
Antevisão
Edição de Primavera 2015
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O cen谩rio de Bardenas evoca a troca de olhares semicerrados do Charles Bronson e Henry Fonda sobre um fundo de harm贸nica do Enio Morricone.
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Em Viagem
Bandolero Rui Santos | LikeToMove | Viajante
Deserto de Bardenas, Espanha
S
antos, o Rui, olha para trás e, para lá da poeira que a roda levanta, parece pressentir o grupo de soldados do Rei de Espanha no seu encalce. Nem ali nas pistas do deserto de Bardenas os consegue despistar. Santos encarna Sancho: Sancho Rota ou “Sanchicorrota” o bandolero do séc. XIV que nas torres de argila de Bardenas encontrara refúgio e defesa das investidas dos grupos de cavaleiros. Buscavam vingança e justiça, para recuperar os saques das desventuras de Sancho. Sentado no poial da porta do corral de Sanchicorrota, Rui imagina a troca de tiros de mosquetes e arcabuzes e o cheiro da pólvora no ar. Ouve as palavras de inssurreição no derradeiro grito de Sancho. Encurralado, olha a sua última bala que para si próprio destina. Ela não representará rendição, mas sim eterna rebelião. Ecoa o derradeiro tiro seco nas paredes de argila que o acolheram todos aqueles anos. Tudo isto acontecera ali, no deserto, onde aquela enorme imensidão de nada remete a nossa imaginação também para latitudes distantes do nosso Portugal. O Parque Natural de Bardenas Reales, integra a Reserva da Biosfera da UNESCO e que ao longo de mais 42.000ha divide-se 3 grandes áreas: El Plano, Bardena Negra e Bardena Blanca. Embora igualmente belas, a que
mais fascina é a Bardena Blanca, uma grande depressão na zona central do parque. O nome vai buscar à côr esbranquiçada com que a mistura de argila e gesso do solo pinta a paisagem. As suas amplas planícies são aconchegadas por cerros e cabeços desenhados num trabalho digno de ourives. Fizeram-nos as chuvas e ventos, construindo formações singulares como numa história de fantasia. El Castildetierra ganhou o estatuto de símbolo do parque. A sua tonalidade degradé resiste à erosão, como se de um capricho se tratasse. A entrada não é livre muito por força de, bem no centro, a Força Aérea Espanhola ter um Campo de Tiro. É possível realizar um percurso em terra batida que atravessa a paisagem, desolada não fora algumas pequenas construções salpicadas, usadas por caçadores e pastores usados nos invernos frios e rigorosos. A maior parte destes abrigos encontram-se abandonados o que acentua a sensação de isolamento e nos remete para um spaghetti western. Tudo isto se pode encontrar sem sair da Península Ibérica, na comunidade de Navarra, Espanha. Quando se pára, escutamos o som do silêncio, interrompido pelo grasnar dos grifos. Aproveitam as correntes de ar quente para subir no céu azul, pairando sobre as nossas cabeças. Têm saudades daquele tempo em que os bandoleros trocavam tiros com a Guarda Real e a morte também aqui morava. @liketomove.com
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ISO200 6.1mm f/2.8 1/1000
Pela James Dalton Highway chega-se ao CĂrculo Polar Ă rtico, em 700kms de terra
batida e gravilha, atravessando uma regiĂŁo remota, com clima desafiante e
fauna capaz de fazer um lenhador de barba rija urinar-se pelas pernas abaixo.
Em Viagem.
I Americas The
parte
De ostras a ursos, o continente norte-americano não se retrai e dá-nos tudo o que tem.
Jorge Serpa | TREVLer
O
Alaska esmerava-se e conseguira deslumbrarme nos dias anteriores percorrendo a mítica James Dalton Highway apontando baterias ao Círculo Polar Ártico. A intensidade destes locais tinham para mim uma carga tão forte que me deixara dormir, exausto, na tenda naquela noite junto ao Liard River, na British Columbia.
Ursos e bisontes
Acordava com um restolhar lá fora. Era já de manhã e temia o pior: ursos. “Estão a cheirar a tenda à procura de comida” pensara. Congelei. Deixei-me ficar muito quietinho, não fora os tremores por estar aflito por ir à casa de banho. Gasto os próximos minutos que parecem horas a interpretar cada som misterioso e a descodificá-lo. “Olha! está mais perto” ou “Serão dois?”. O sol começava então a definir melhor formas nas sombras projectadas na tela da tenda e não eram ursos que desenhava. “Vacas, talvez?” Espreito a medo para descobrir uma pequena
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Em Viagem
this is
(not) about motorcycling Nas ondas do golfo de Biscaia descobrem-se viajantes. Quando a terra acaba e a moto descansa no porão, a viagem não termina e, em cada conversa, começam outras sem destino traçado. Tiago Figueiredo (TREVLer)
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Sugerimos “La vuelta al mundo�, por Calle 13, porque expressa um desejo comum que nos move.
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Em Viagem.
CocaColca folhas de
no canhão de
Chove bastante, mas não é por isso que os olhos do André estão molhados... Porque também se chora e grita de alegria. Fátima Ropero, André Braz
Peru
A
ndes Peruanos: 4.000m de altitude. É uma recta grande, a primeira depois de 1 hora de curvas de montanha andina. Chora porque olha para frente e vê a Fátima, provavelmente também punho a fundo, montanhas de um lado, vale do outro, não se vê mais ninguém... Está a viver o sonho. Emociona-se e grita! Ainda bem que ninguém o ouve... Punho a fundo 90, 95 km/h, não há oxigénio suficiente para as motas andarem mais rápido. Ainda bem. Dá para fechar os olhos só para ter a sensação de os voltar a abrir e constatar que ela continua ali à frente, que o sonho é realidade.
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Sugerimos ler esta hist贸ria ao som dos cantares tradicionais mong贸is de Huun Huur Tu atrav茅s do "Throat Singing" (Cantar com a garganta).
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Em Viagem.
Moto
Khan
O braço já não aguenta mais um beliscão que seja. Chega! Já deu para perceber. Não é imaginação: estamos mesmo na Mongólia. José Bragança Pinheiro Nélia Carvalho, Margarida Pinhão, João Rodrigues
Deserto de Gobi, Mongólia
O
quadro não é animador. Na verdade, está partido em 3 sítios. A pequena moto sucumbia assim a quase duas semanas de maus tratos, entre saltos, muita pedra e demasiado peso. A uns meros 100m atrás parávamos no cimo do monte, vencendo mais uma pendente conquistada a passo lento empurrados pelo fraco motor da chinesa Shineray 150. Lá de cima a vista chegava ao prometido Ogii Nuur, o pequeno lago 80km a norte da antiga capital do império mongol, Khar Khorim. Nas suas margens adivinham-se alguns gers, as tendas tradicionais da Mongólia. Mas lá não encontraríamos solução para o nosso mais recente problema. Este não fora o primeiro e os demais não haviam impedido de estarmos a viver uma das viagens mais entusiasmantes e plenas das nossas vidas. Agora, tínhamos de mais uma vez arranjar forma de nos desenrascar. À saída de Khongor Els não imaginávamos os 2 problemas mecânicos que fariam desse o dia mais curto. (@Omnogovi)
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me piaggio Em Viagem.
José Alves
As grandes viagens são feitas de coisas pequenas. Como a pequena vespa que olha o horizonte e deseja ir para além do prado que já conhece. Pirinéus e Toscânia
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Em Viagem ilha do príncipe
Bata
Santo António
Ilha de São Tomé
Verpara querer
Guiné Ecuatorial
Atlântico
António Nogueira
São Tomé
Ilha de São tomé
“Impressiona a grandiosidade e organização das roças de então. Hoje abandonadas, tinham hospitais, avenidas e boas condições de vida para os trabalhadores, com caminhos de ferro próprios para o transporte do café e cacau.”
P
Já tinha saudades de me sentir assim: sozinho num país distante, mas à vontade... chegara a São Tomé.
ouco passa das seis da manhã. Desço as escadas do avião em Fevereiro e, indiferente ao cachecol e chapéude-chuva que ainda há pouco usava em Lisboa, o suor evade-se, impotente ao calor húmido. As obras na sala de desembarque empurravam a fila até à pista de aterragem. Uma senhora passa mal e é levada para o posto médico. As demais, perante tal visão, parecem aumentar o ritmo dos improvisados leques enxotando igual sorte. Três russos suam em bica, enquanto olham
Libreville
Gabão
África Port-Gentil
toda a papelada em mãos, sem saberem muito bem o destino a dar-lhe. Era apenas África, a negra, a do cacimbo. Já tinha saudades de me sentir assim: sozinho num país distante, mas à vontade. Chegara a São Tomé e Príncipe. E vim como gosto: sem nada marcado e preparado para tudo, com a ajuda da mochila e tenda às costas. Encontro pousada e dou a volta pela cidade informando-me. Sobre onde ficar, como chegar ao Ilhéu das Rolas, quando se voa para a Ilha do Príncipe. Descanso a estudar o mapa, em preparação dos dias seguintes da viagem.
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Destinos
Índice
de
Viagens
Conheça aqui quais os destinos de viagem de moto sobre os quais já publicámos, tanto na TREVL como na REV. Cada entrada nas
tabelas seguintes tem a indicação de qual o número onde foi publicada (a amarelo na TREVL, a azul na REV), junto a um pequeno texto
descrevendo o tipo e conteúdo do artigo. Os destinos cobertos nesta edição estão destacados com um fundo amarelo. Para uma
Não fica longe e tem muito para ver. Entre estradas de serra a marginais recortando a costa, há muito para escolher.
PORTUGAL Açores 12
Alto Douro
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Na terra do Anticiclone, o verde domina apenas intercalado pelo azul das lagoas. O tempo é instável e incerto, mas nada que um bom impermeável não resolva.“É difícil errar na escolha dos caminhos em Açores.”
De Barca de Alva em pleno Alto Douro ao charme de Vimioso no coração da Terra Fria transmontana, enchemos a vista e a alma. “Degustação e gastronomia fazem parte de um bom passeio”
ALTa estremadura
Serra Algarvia
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Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém e Porto de Mós foi a escolha do projecto “Pela Estrada Fora” para que não se esqueça este Portugal. “ Em pleno areal improvisam a lota e cercam o peixe como se fossem gaivotas.”
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Numa viagem numa R1200GS com a MotoXplorers na sua “Africa Adventure Tour”, percorremos as montanhas de Cederberg, a Cidade do Cabo e o Orange River.
Angola
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Argélia
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A II Expedição “Menina da Lua” regressa a este país, para visitar alguns dos locais memoráveis e a hospitalidade que ainda vive em Angola. O José Paulo Matias leva a sua Africa Twin pelo deserto da Argélia em pleno Agosto e as temperaturas quase o cozinham em lume brando: 57ºC.
Botswana
3
Numa viagem numa R1200GS com a MotoXplorers na sua “Africa Adventure Tour”, encontramos o ritmo calmo e compassado numa África segura e com um rumo definido.
Malawi
4
A visita ao Malawi é curta mas deixa memórias nos 4 viajantes da II Expedição “Menina da Lua” depois de se encantarem com o Lago Niassa.
Ásia Índia
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O deserto do Gobi e o Orkhon Valley, património mundial da UNESCO, levam duas pequenas motos a conhecer porque razão este País é grande em mais de uma forma.
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1
Num dia limpo a costa alentejana adivinha-se em cada curva junto às antenas. Lá em baixo, a baía do Portinho da Arrábida desenha-se em estradas e mergulhos na praia. “Curvas, paisagem, peixe fresco e banhos.”
Tejo dos castelinhos
1
Seguir o Tejo desde Castelo de Bode, passando por Constância, Almourol e a Golegã, depois de um almoço de abades em Tomar. “ Há uma estradinha que desce a jusante da barragem de Castelo de Bode até bem lá abaixo.”
Marrocos 10 14
Sahara Ocidental
Mauritânia
São Tomé e Príncipe
Marrocos revela-se nas estrada de montanha do Atlas, nas cidades imperiais, no deserto e zonas costeiras e, assim de tudo, um país cheio de gente afável. “Pare de inventar desculpas: parta já!”
1 2 14
Não tão longe vão os tempos onde questões de segurança na Mauritânia ditaram que o Paris-Dakar migrasse para as Américas, numa terra que pertence ao deserto. “Não esquecer de levar: água, combustível e bons amigos.”
Moçambique
4
O Matej viaja na sua XT660R atraído pela cena musical de Maputo, entrando pelo Rio Lurio quando todos lhe dizem que não seria possível. Afinal, era. E A II Expedição “Menina da Lua” também se apaixonou por este país.
namíbia
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Provavelmente, as mais longas e melhores autoestradas de terra batida do Mundo.“Encurralado entre o laranja do Soussvlei e o azul do céu.”
quénia
4
Do Tsavo são originários os míticos leões comedores de homens. Talvez por isso o guarda do parque que segue à pendura com o Matej na sua XT660R esteja apavorado e de cabeça perdida.
Não há escola de condução em Portugal que prepare um viajante para o que é rolar no trânsito das estradas asiáticas. É o preço a pagar para viajar por um dos continentes mais enigmáticos.
O Francisco e o Gonçalo viajam pela Índia e cada um conta uma história diferente, partilhando o fascínio pela cultura hindu e o encanto hipnotizante dos Himalaias. Ambos numa Royal Enfield Bullet, uma moto fabricada hoje com um desenho dos anos 50.
Mongólia
1
De Sagres a Alcoutim, na serra do Algarve conheça o Algarve onde quase nada está escrito em inglês, nem mesmo os menus do restaurante. “Surpreenda-se com a N124 entre Barranco do Velho e Cachopo.”
Serra da Arrábida
A palavra África pode derivar do Grego aphrike que significa “O oposto de Frio e Terror”. É imediato associar Calor a África, mas está longe de ser uma terra livre do Terror. E isso faz os viajantes que atrai, sentirem-se aventureiros.
África África do sul
experiência mais interactiva com visualização sobre o Mapa Mundi, sugerimos visitar o nosso site na secção “TREVL no Mundo”.
Nepal - Kathmandu valley
4
Com a FreeSpirit Adventures viajamos numa Royal Enfield pelo vale de Kathmandu, onde as estradas desafiam a integridade física da moto indiana, apenas para chegar lá bem acima e espreitar o Everest, ou descer até à selva e subir para cima de um elefante no meio de rinocerontes brancos.
Vietname
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Num país onde 95% dos veículos registados no Vietname são motociclos, só pode ser um bom destino para viajar de moto, certo? “Escolha uma moto pequena e ágil e muita calma.”
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Um destino que é injustamente visto muitas vezes como uma travessia a caminho do Sul, da Mauritania, Senegal, Guiné…“Plage Blanche… … não preciso dizer mais nada, certo?”
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Num pequeno arquipélago esconde-se uma beleza que se pensa perdida, num país onde a influência portuguesa é forte e recordada com saudade.
SENEGAL (DAKAR)
2
O nome Dakar vive há muito tempo no imaginário do aventureiro de moto. Mais do que de areia, é feita de sonhos. “Vai haver areia”
SUDÃO
2
O viajante e autor de vários livros Sam Manicom conta-nos um dos episódios durante a sua travessia do Sudão, aos comandos da sua boxer antiga.
Victoria falls
3 4
Um cenário único algo comprometido pela ávida procura do negócio.“$140 cada actividade, $25 o souvenir”
Zâmbia
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Água, muita água, quer seja no Zambeze e Victoria Falls ou na estrada a cair do céu: nada disto impede os 4 viajantes da “Menina da Lua” de se enamorarem desta parte da Antiga Rodésia.
Oceânia
Overlander que se preze tem de ter este continente no arsenal, mesmo nas antípodas de Portugal
Austrália
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Uma terra imensa de contraste cultural e paisagístico. Uma riqueza e variedade que é difícil igualar em qualquer outra parte do planeta.“Great Ocean Road e Kangaroo Island”
Entre as muitas teorias, preferimos uma onde Europa significa Terra da Vista Ampla, do grego eurus. Faz-nos sentir que há muito para percorrer no velho continente.
Europa Alpes
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(Aústria-França-Itália-Suiça) Desde a Route Napóleon até aos mais altos Pass de montanha (Stelvio, Grand-Saint Bernard, Saint Gottard) a densidade de motos não engana: é aqui. “Os Alpes são uma caixa de chocolates; cada curva deve ser degustada.”
balcãs
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Uma Europa que não parece a nossa, cravejada pela guerra e probreza, mas rica na história.
Calmúquia (rússia)
3
Um povo duro que mantém as distâncias, encurtadas apenas por uma garrafa de vodka. “Cada condutor é um acidente à espera de acontecer.”
Córsega
1
Mare i Monti numa ilha onde só há estradas boas, entre as costeiras e as serranas. Boa comida, hospitalidade e praias para repousar da condução. “Não perder a D84 que liga a vila costeira de Porto a Aitone bem no meio da Serra, passando por Evisa.”
Escócia
5 1 12
Se conduzir debaixo de uma chuva ocasional não é problema, a Escócia é um paraíso para andar de moto. Os 3 dias de distância começam a tornar apelativo optar pelo Fly&Ride. “Para um escocês, um impermeável é considerado um casaco de Verão!”
Espanha
4
(Ruta de la Plata) Entre Hérvas e Carmona, revelam-se as estradas de serra e as tapas de final de dia, para terminar o dia num dos magníficos Paradores de España.
América central-Sul Belize
5
4
Paulo percebe as virtudes de ouvir os conselhos de quem já viveu os locais que visita. Entra no país das Pampas de ferry num lago fascinante desde Puerto Fuy.
Bolívia
4 11
A riqueza deste país devia medir-se em beleza natural, sendo um dos mais pobres em termos de PIB. “A segurança tem sido uma preocupação recente das autoridades.”
Salar de uyuni
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Espanha
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(Deserto de Bardenas) “Sentado no poial da porta do corral de Sanchicorrota imagina a troca de tiros de mosquetes e arcabuzes e o cheiro da pólvora no ar. Ouve as palavras de inssurreição no derradeiro grito de Sancho, bandolero.”
4
2
Brecon Beacons e Snowdonia estão pejados de estradas para rolar, e florestas para explorar. “Encontre palavras de origem celta que não diferentes das nossas”
Noruega
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Pirinéus
5 1
O Cabo Norte é daquelas coisas que parecem estar ali só para desinquietar os viajantes de moto. Se há um cabo, é para ir lá de moto.“Sabia que nos ferries da Noruega as motos não pagam? É de aproveitar.”
Reencontrar a memória celta num país pintado a verde, onde pinceladas cinza de mestre desenham estradas feitas para andar de moto.“Leve o equipamento de caminhada. Relaxe num pub e soltese em cantorias.”
Islândia
SÉRVIA
Irlanda
1 3
Nos curtos meses que o gelo aceita visitantes, a Islândia deslumbra entre cascatas, glaciares, geisers e lagoas quentes. “Não há muito sítios onde se recomenda levar umas luvas quentinhas e um fato de banho.”
2
Talvez o que mais impressione em toda a exJugoslávia é a proximidade do conflito e quão semelhantes estes povos são aos demais europeus.”
TURQUIA
2
Um gigante híbrido, euro-asiático, que desperta para o turismo a passos largos. É uma corrida contra o tempo. “Para o ano pode ser demasiado tarde”
Chile
4
Aqui, Paulo Sadio percorre o Deserto de Atacama na sua Africa Twin, atravessa o Trópico de Capricórnio, mergulha nas minas de Chuquicamata, visita o Deserto e o Altiplano, a magnificiência dos Vales de la Muerte e de la Luna e os géisers de El Tatio.
Colômbia
4 5
Os tempos duros dos cartéis e violência parecem esvanecer-se enquanto Paulo percorre desde o ponto mais a Norte da América do Sul, Punta Gallinas, até “Nueva Granada” (Bogotá) e as maravilhas de Medellin.
costa rica
5
Rodeado da beleza da Costa Rica, Carlos tem uma epifânia e interioriza a sorte que tem por estar ali, a aviajar de moto.
El salvador
brasil - rio grande do sul
Equador
4
Pela mão de Francisco, Paulo conhece o sul do Brasil tirando partido da acolhedora rede de viajantes “Brazil Riders”.
5
A pequena cidade de Sushitoto surpreende Carlos, depois de fazer uma estrada pintada em cones de vulcões.
4
O vulcão Pichincha dá as boas vindas a Paulo, enquanto chega a Quito, depois de atravessar desde Norte a linha imaginária que dá o nome ao País.
GUATEMALA
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A violência ainda mantém a Guatemala no grupo de destinos de aventura. Mas a beleza atira-nos para a frente. “Vulcões activos não são raros”
Alaska (E.U.A.)
2
Na terra onde os portugueses da KFOR mantiveram a paz, descubra as serras e vales selvagens. “Levar pneus para uma ou outra picada pelas serras”
(Andorra, Espanha, França) As estradas de montanha normalmente não desiludem entre curvas, passos e amplas vistas. Juntar a isto 3 idiomas diferentes e sentimos que viajámos para longe.“Tourmalet, Somport, Col d’Aubisque e Col de Peyresourde deviam ser carimbos no seu passaporte.”
2
(Bolívia) O silêncio e o vazio que se estende para lá do que se consegue ver. Onde se pode fechar os olhos e enrolar o punho sem nada temer.
América do Norte
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KOSOVO
(picos de europa) As estradas e paisagens dos Picos de Europa são demasiado boas para não fazer parte do roteiro da vida de um viajante de motos. “Levar equipamento de caminhada.”
Gales
Itália
(Toscânia) “As grandes viagens são feitas de coisas pequenas. Como a pequena vespa que olha o horizonte e deseja ir para além do prado que já conhece. Destino: Toscânia”
No continente sul-americano os destinos são de sonho e aventura. Num mercado crescente de empresas de viagem de moto, as opções são inúmeras. Escolher uma é apenas o primeiro dos desafios.
O overlander Carlos Azevedo regressa à América Central com a sua DR600 e encanta-se com as ruínas, os vales verdejantes e, mais que tudo o resto, as pessoas.
argentina
Espanha
nicarágua
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Por entre vulcões, Carlos viaja demoradamente até às margens do lago onde Granada levantou os seus edifícios e praças, hoje património da Humanidade.
panamá
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A travessia do Darien Gap tornou-se um negócio para os capitães de veleiros entre o Panamá e a Colômbia. Carlos viaja num catamaran com a sua DR a bordo.
Patagonia (Argentina)
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De há algum tempo para cá tornou-se sinónimo de aventura, imortalizada em livro do Chatwin ou Theroux. É um destino clássico para o viajante de moto também. “Não gosta de conduzir com vento forte lateral? Err… então é melhor escolher outro”.
Peru
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Titicaca, Chachapoyas, Kuélap, Tucume, Punta Parinas, Nazca... e a lista continua e, em cada local, o Paulo deixa cair o queixo um pouco mais.
uruguai
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O Paulo emociona-se ao encontrar brasões portugueses em Colonia del Sacramento, perto de Montevideo, longe de Portugal.
venezuela
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Com uma vizinhança de respeito, a Venezuela inspira respeito e cautela e surpreende o Paulo no arranque da sua viagem pela América do Sul.
EUA ou Canadá, não há muito mais. Mas entre os dois há fauna que vai dos Alces às cascavéis do deserto.
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São muitas as estradas do Alaska que enchem as páginas de livros de aventura e de grandes viagens. Entre ursos e alces, muito há para descobrir.
Canadá
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O Jorge atravessa a British Columbia para norte na sua R1200GSA para regressar num dos percursos mais impressionantes para fazer de ferry, junto à costa Oeste canadiana.
Estados Unidos da América
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Um país onde cabem mais de 100x Portugal não se pode resumir numa frase. As míticas estradas que ligam as duas costas são um bom sítio para começar. “A viagem de Costa-a-Costa permite ver um pouco de tudo e não faltam motos para alugar”
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