TREVL 12 "Primavera 2017" — amostra

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07

Verão 2015

06

05

Primavera 2015

OutonoInverno 2014

04

03

verão 2014

Primavera 2014

Não há

mais

Outono-Inverno 2015

Amazonas

02

01

Outonoinverno 2013

primaveraverão 2013

Não há

mais

Ásia Central

Não há

mais

Rússia e Mongólia

08 Primavera 2016

África Ocidental

Timor-Leste

África Oriental

Verão 2016

Sri Lanka

Alto Douro

América do Sul

Outono-Inverno 2016

Sibéria

Argentina e Chile

Alasca

09 10 11 Assina

1

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2

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Editorial

#sad

D

esde a última TREVL, o que aconteceu pelo mundo? Ah! houve eleições presidenciais nos EUA, um país com viagens publicadas na edição Outono-Inverno 2016 e nesta mesma. Li nos jornais que o Parlamento Europeu aprovou a reintrodução de vistos para os norte-americanos, uma medida em resposta à exigência dos EUA pedirem vistos para cinco países da União Europeia — Bulgária, Croácia, Chipre, Polónia e Roménia. Um olhar mais atento às notícias leva-nos a um país posicionado em 133.º (em 134) no Social Progress Index, indicador no qual os países europeus e os EUA (16.º) desfilam no topo da lista liderada pela Noruega e Suécia. Trata-se do Cazaquistão, uma nação da antiga URSS, que se junta aos vizinhos Quirguistão (93.º) e Usbequistão (90.º) alargando a lista de países cujos cidadãos estão dispensados de vistos de turismo para entrar nos seus territórios. Aparte o pormenor delicodoce de Portugal apenas estar abrangido se o viajante tiver mais de 55 anos de idade (para o Usbequistão), é uma medida no caminho certo. Outro aspecto curioso dos tempos recentes são as «falsas notícias» ( fake news). Tudo aquilo que acabámos de escrever no parágrafo anterior pode ser uma grande patranha — foi verificar ou confia na nossa redacção? Se foi, descobriu que, na verdade, o Cazaquistão ocupa o 83.º lugar, e não o 133.º posto. E haverá

realmente um Social Progress Index, ou não é mais que uma invenção para me ajudar a provar um argumento? E será o Chipre realmente um país da UE? Habituámo-nos a tirar muitas conclusões com base no pouco que lemos. A informação é um bem precioso para o viajante, ditando as suas escolhas e, por vezes, as probabilidades de sobrevivência, se procurarmos um tom mais dramático. — Sabes quais são as notícias que mais te interessam? — perguntava-me um amigo repórter. Respondi-lhe então que eram aquelas sobre viagens. — Errado! — corrigiu-me, de imediato. — São aquelas sobre alguém que podia ter sido tu. Talvez seja essa a razão que me leva a escrever este editorial — porque tudo isto que acontece pode ser connosco, viajantes. É uma visão centrada em mim mesmo — egoísta, portanto —, mas da natureza humana, como se tratasse de uma fatalidade, inevitável, um fado, se quiserem. Há uma responsabilidade que devemos ter para nós sempre que atravessamos uma fronteira nas nossas viagens — a de mostrar que somos todos parte do mesmo, muito para além de geografias, línguas, credos e côr da pele. Não são ideias novas, mas continuam a precisar serem ditas em voz alta. Não há inevitabilidades aqui — a forma como cada um de nós se prova em viagem pode fazer a diferença

José Bragança Pinheiro Director — jbpinheiro@trevl.pt

Capa O túnel como metáfora de toda a viagem feita sozinho, onde no final o espera um dia brilhante, uma alegria que se sente forte, como a Primavera que chega. Foto A «Orange Lady» no final da Mina Alcaparroza, Chile. Autor: Pedro Gonçalves Pinto

3


Índice Director e Revisão José Bragança Pinheiro jbpinheiro@trevl.pt

Neste número... página

TREVLers Paulo Sadio Viajantes e colaboradores Alexandre Monteiro Gonçalo Mata Hugo Jorge João Rebelo Martins Pedro Gonçalves Pinto Rui Daniel Silva

38 O TREVLer Paulo Sadio tem aproveitado ao máximo a sua Africa Twin agora regressada da América, desde o Panamá. EUA, Baja California (México)

Editor Geral Hugo Ramos Arte Rita Pereira José Bragança Pinheiro

69

80 O Pedro gonçalves Pinto termina a viagem Adventure Sillage. Argentina, Chile, Bolívia, Peru

58 14

Publicidade António Albuquerque

antonio.albuquerque@fast-lane.pt

Telefone: (+351) 939 551 559 Assinaturas: assinaturas@trevl.pt

O Gonçalo Mata reedita o seu livro da viagem «Buena York», volvidos 10 anos, e relembra-nos porque permanece tão actual e viva esta aventura. Buenos Aires a Nova Iorque («Buena York»)

O Rui Daniel Silva confia numa pequena «scooter» para percorrer a ilha de Bali. Bali, Indonésia

O mundo do João Rebelo Martins é a competição — descobriu as viagens a olhar para as estórias de Sabine, Auriol, Vatanen, Peterhansel e o inesquecível José Megre. Daí a sentar-se numa «scooter» de 150 cc durante 3000 km no Egipto foi um pequeno passo. Peru, Galiza

20

33

O Hugo Jorge arrisca mais uma viagem WalkAbout pelo Inverno turco. Turquia

Proprietário e editor

FAST LANE - Media e Eventos, Lda.

Administração, Redacção e Publicidade: Av. Infante D. Henrique, Ed. Beira Rio, Fracção T 1950-408 Lisboa Telefone: (+351) 218 650 244

Depósito Legal: 357231/13 ISSN: 2182-8911

BMW R1150 GS

@Buenos Aires a Nova Iorque, por Gonçalo Mata

75

Impressão e acabamento: LGS Impressores, Lda Rua Alfredo da Silva, 12 2600-016 Alfragide

Distribuição:

VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

Periodicidade Quadrimestral (3x por ano) Todos os direitos reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países. Estatuto Editorial TREVL é uma revista lúdica e informativa sobre a temática do motociclismo nas suas vertentes de lazer, mobilidade e transporte, desportiva, cultural e, especialmente, turística. TREVL dará especial relevo ao rigor da escrita e à componente artística do desenho gráfico e da fotografia. TREVL empenhar-se-á num jornalismo apaixonado e comprometido com a temática que é seu objecto. TREVL é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão. TREVL defende e respeita o pluralismo de opinião sem prejuízo de assumir as suas próprias posições. TREVL assumirá uma postura formativa. TREVL respeita os direitos e deveres constitucionais da liberdade de expressão e de informação e cumpre a Lei de Imprensa.

45

Honda XRV750 «Africa Twin»

20

Honda Vision 50

Honda Transalp

14

Kawasaki KLR 650

65

@EUA, Baja California, por Paulo Sadio

@Bali, por Rui Daniel Silva

@Galiza, por João Rebelo Martins @Turquia, por Hugo Jorge 37 @Peru, por João Rebelo Martins

80

KTM LC8 990 Adventure

@América do Sul, por Pedro Pinto


Índice «A minha vida dava um filme»

por Alexandre Monteiro

6

«Ovelha que Bali»

@Bali, Indonésia, por Rui Daniel Silva 20

«No mapa, a ilha de Bali lembra um enorme pedregulho em vale de glaciar, assente sobre uma improvável pedrinha, periclitante num só ponto. Esse ponto é Kuta.»

Kuta, Bali

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«Buena York»

@Argentina — EUA, por Gonçalo Mata

«Depois foram horas e horas na esquadra. Um desespero. E o que pensar nessas horas quando tudo acabou de acontecer e está ainda tão próximo que só queremos pensar noutra coisa?»

Uyuni, Bolívia

80

«Adventure Sillage II»

@Argentina, Chile, Peru, por Pedro Gonçalves Pinto

«Não havia luz ao fundo do túnel. Com o corpo aquecido da adrenalina, entrei para descobrir que, neste tramo, os carris ainda existiam ao longo da via. As solipas de madeira sob os carris encontravam-se bem salientes, ocupando a maioria da largura do túnel.» Montevideo, Uruguai

58

«Machu Latino»

@Peru, por João Rebelo Martins

«O interior da nave principal reveste-se de pequenos espelhos, como se o objectivo fosse cada um contemplar os seus pecados. Termina numa grade de ferro e, por detrás, um coro de freiras completa o quadro celestial, entoando cânticos. O padre, de costas voltadas para a assembleia, recita as leituras, lembrando tempos idos. »

Ushuaia, Argentina

Oliveira de Azeméis

«Rota dos Faróis»

@Galiza e Picos de Europa, por João Rebelo Martins 14

«A luz dos faróis que decido perseguir nunca se extinguiu para que os que navegam acima da água se defendam do que por baixo desta se esconde.» Los Angeles, EUA

La Coruña, Espanha

38

«Stars & Stripes»

@EUA, Baja Califórnia, por Paulo Sadio

«A fila até à alfândega norte-americana era longa. Arrisco uma fotografia à bandeira, enquanto não chegava a minha vez de apresentar os documentos à senhora-agente — pensei que isso tornaria tudo mais fácil, por alguma razão. — Não me olhe nos olhos! — diz-me, num começo surpreendente. Chegara aos EUA.»

do acotarescrita

Revis uguês. t em Por ÃO foi N , o g o L ordo do o ac a t p o d a fico. or tográ

33

«Walkabout Turquia» @Turquia, Hugo Jorge

«Após uma intervenção de alguns turcos, pusemos a «cha» (meia-chave) a funcionar. Havia contudo um senão — não conseguia abrir o depósito de gasolina. Claro que isto aconteceu na bomba e com o nível de combustível perto da reserva.» Cabo San Lucas, México

98

Índice de Destinos 5

página


GoPro continua a ser o «benchmark» para onde a concorrência olha quando se inspira, tanto que já se coloca ao nível de dar o seu nome à categoria de câmaras quando nos referimos a elas. PVP: >350 €

8

Drone Mavic Pro uma das soluções comerciais compactas melhor ajustadas à viagem de mota. PVP: ~1200 €

Joby GorillaPod Hybrid, com nível de bolha e «ballhead». Pode ser usado em conjunto com o «Extension Pole» permitindo ser colocado ao nível do chão e, ainda assim, manter uma posição elevada. PVP: ~35 €


RAM 14" Extension Pole é o equivalente ao «selfie-stick» para a mota. Uma das aplicações possíveis é na traseira da mota dando uma perspectiva acima do capacete mas vendo todo o conjunto, piloto, mota e envolvência. PVP: ~50 €

Uma garra (ou pinça — «claw») com uma rótula RAM permite variar bastante os locais onde se fixa a câmara, procurando sempre apoios de secção circular ou elíptica. A rótula RAM permite que se torne versátil, suportando outros equipamentos — GPS, DSLR ou máquina de imperiais. PVP: a partir de 45 €

Karma Grip é o «gimbal» da GoPro, onde a sua principal função é nivelar a câmara em vários eixos. Os acessórios permitem ser fixo ou segurado através de um punho. PVP: ~350 €

«A minha viagem dava um filme»

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Em viagem

seguindo o

Farol por Terra

João Rebelo Martins

Há muito a unir Portugueses e Galegos. Um desses elos é a compulsão pelo mar e a empatia pela luz reconfortante dos faróis ao longo da costa recortada.

D

epois de marcar e cancelar vezes infindas uma viagem de Verão, depois de apontar ao norte, este e sul, depois de nada ter, olhei o mapa. Contei os dias pelos dedos e cada falangeta apontou-me um cabo, um farol. Apontei à Galiza e à Biscaia — uma costa recortada, carregada de micro-praias e uma gastronomia rica em peixe e marisco. O objectivo era chegar à praia de Catedrais, percorrendo toda a costa e fotografando todos os faróis que, imponentes — feitos de tijolos e sábios conselhos — foram aparecendo pelo caminho. No saco de depósito carrego as máquinas fotográficas, uns binóculos e, para quando a fome aperta, umas conservas de bacalhau para a merenda — as cañas e o pão, esses fui arranjando na providência da estrada. Aproveitei para estrear uma novidade na moto — uma cadeira que se enrola num pequeno tubo. Pareceu um bom pormenor,

14

sendo uma viagem de contemplação, por escarpas e arribas, de pôres-do-sol nos recortes do golfo da Biscaia — decidi que o faria bem sentado, refastelado na minha cadeira portátil. A luz dos faróis que decido perseguir nunca se extinguiu para que os que navegam acima da água se defendam do que por baixo desta se esconde. E porque a paisagem não se esgota acima da linha de água, encontro ainda espaço na bagagem para um menos comum companheiro — a máscara de mergulho. Indeciso entre Biarritz e o parque nacional dos Picos da Europa, optei por regressar pela cordilheira Cantábrica, apontando aos lagos de Covadonga, Caín, Posada de Valdéon, antes de fechar a viagem atravessando o Parque Natural de Montesinho, já em Portugal O João Rebelo Martins escolhe os destinos dentro e fora de Portugal, movido pela curiosidade dos viajantes. Editado por José Bragança Pinheiro.


Península Ibérica — Galiza, Astúrias, Coruña

15


A cada avanço, as silhuetas destes dragões vivos tornavam-se ainda mais belas.

pág. actual Decidimos parar para nos deliciarmos com a vista magnífica sobre o vulcão e o lago Batur. (@Penelokan)

24

Cada metro e cada curva eram um brinde inopinado que aceitávamos de bom agrado. Este parece ser um dos grandes benefícios de fazer a viagem por sua própria conta, com toda a liberdade para rumarmos ao sabor do momento. Paramos quando nos apetece e visitamos o que queremos. Não havendo qualquer tipo de bombas de

gasolina nesta ilha, o abastecimento do depósito funcionava da seguinte maneira. Ao longo da estrada havia algumas barracas, onde a gasolina estava numa garrafa ou recipiente. A maior parte das vezes eram garrafas de vodca usadas, aproveitadas pelos locais para colocar a gasolina. Cada vez que tínhamos de atestar o depósito, e com tantas garrafas destas, perfiladas nas prateleiras de madeira, parecia estarmos numa tasca russa.


Com um calor infernal, a deslocação em duas rodas é uma das melhores sensações que podemos ter — o vento suave e fresco facilitando cada metro percorrido. Em contrapartida, também acabámos por sentir o oposto passadas algumas horas. Curvas contra curvas e uma estrada que não parava de subir, o calor abafado que tínhamos sentido ao longo do dia transformava-se aos poucos num frio indesejado.

Decidimos parar na primeira povoação que encontrámos, a cidade de Bedugul. Apesar de Bali ser maioritariamente uma ilha hindu, aqui ouvíamos os almuadens cantando as famosas orações muçulmanas, que se estendiam a toda a cidade com a ajuda dos altifalantes no cimo das almádenas, também conhecidos por minaretes. Pousada encontrada, era hora de dar um certo descanso à nossa mula até à manhã seguinte. Bali, Indonésia

25


montar um compatível comprado por um dos canadianos, devolvendo ao motor um funcionamento digno de uma Africa «Queen». Cheguei a Oroville — perto da fronteira do Canadá — ao final da tarde seguinte onde escolho um hotel a preço simpático. Perguntei por uma oficina de motos, mas acabei numa de carros — a coisa mais parecida na cidade — onde mudei o óleo do motor na manhã seguinte.

44

Entro na canadense British Columbia pela fronteira de Osoyoos, depois das rápidas formalidades alfandegárias. Toda a travessia até Vancouver é feita entre vinhas e pomares, não fora esta a maior zona vinícola do Canadá, tirando partido de um clima especial para bom vinho, apesar das latitudes elevadas. Em Vancouver, passo por jovem e fico no Youth Hostel. É uma cidade semelhante a Lisboa, virada para o mar, docas repletas de bares e

restaurantes, marina bastante maior que as nossas, um grande parque urbano, uma ponte semelhante à nossa ponte 25 de Abril — do mesmo gabinete de arquitectos, a «American Bridge Company». Dá pelo nome de Lion´s Gate, pintada de verde, uma escolha que combina comigo, adepto do Sporting Clube de Portugal. Chegar a Vancouver significou muito para mim, depois de percorrer de sul para norte todos os países da América — excepto o Belize —,


Raio-X Honda «Africa Twin» XRV 750 (1997) — edição «Paulo Sadio» 5

14 8

11

12

13

9 7 6

1

3

10

15 2

4 2

1 Depósito Usando a base do depósito original de 23 litros, este foi ampliado em chapa moldada para uma capacidade total de 32. Com um rendimento a rondar os 5,5 L/100km, carregada consegue uma autonomia acima dos 550 km, muito útil nas ligações mais longas na Patagónia. Nada mau para uma mota que, carregada, ultrapassa os 300 kg de peso. Esta ampliação ditou que as carenagens sofressem uma alteração nas laterais, executadas na perfeição na Lacomoto. 2 Pneus Excepto na América do Norte onde utilizei os TKC 70 da Continental, andou sempre com os TKC 80. 3 Suspensão A suspensão traseira nunca foi alterada. A dianteira recebeu umas molas mais duras da Hyperpro. 4 protecções de motor O carter tem confiado na protecção de origem. As «crash bars» são um extra da Touratech. 5 pára-brisa A protecção frontal com a extensão («spoiler») é da MRA,

aumentando a altura do pára-brisa e o conforto para as tiradas mais longas. 6 iluminação Lâmpadas de halogénio, com protecção Touratech da ocular em rede metálica. 7 Guiador Substituído por um guiador da Seven Heights. 8 Punhos Protecção de mãos da Polisport. 9 Banco Estofado com uma camada adicional de espuma, resolveu a dureza original. Uma pele de ovelha comprada no Brasil melhorou o isolamento térmico, tanto no frio como no calor. 10 Malas laterais O modelo Zega da Touratech em alumínio permitiu um total combinado de 73 litros. No interior, distribuí peças — bomba de combustível, regulador de tensão —, câmaras de ar, compressor, óleo para motor, lubrificante de corrente, bem como alguma comida — conservas e um «digestivo» —, material de campismo, roupa suplementar e equipamento de chuva.

11 Saco impermeável Expansível até 60 litros, para este saco destino tudo o que levo comigo para onde quer que durma. 12 Saco de depósito O modelo usado da Givi tem o essencial porta-mapas. Nos seus 15 litros de capacidade mantenho sempre algo para repor energia e hidratar-me, junto a tudo que possa precisar de aceder num instante, como a máquina fotográfica. 13 «Top-case» Nos 35 litros desta mala em termoplástico levava comida, livros e uma reserva de água. 14 Navegação Levei um GPS Garmin Oregon com suporte Touratech, complementados pelos mapas da série «Know-how» da editora alemã Riese. 15 Motor Na Venezuela o motor gripado por falta de óleo ditou que usasse as peças de um 2.º motor para o reparar em Caracas.

Esta moto, quase toda original, teve por sua casa a América desde 2012 quando aterrou em Caracas num avião da portuguesa TAP. Entre garagens emprestadas, cirurgias e transplantes, viveu intensamente a aventura, não faltando uma fronteira a salto (TREVL #08 edição «Outono-Inverno 2015»). Hoje, regressada da cidade do Panamá em Março de 2016, prepara-se em Portugal para partir para África. Honda «Africa Twin» XRV 750 ‘97 6 0 0 0 0 km na América

EUA, México, América Central

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1

«America Twin»

Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Venezuela, Paraguai, Peru, Uruguai

Paulo Sadio Jorge

«Até alí escapara e começava a acreditar que seria possível, que ia conseguir. Mas tudo pareceu ficar mais longe quando aquela polícia na berma da estrada levantou a mão e me pede para parar. Como um predador que avalia a presa, ela rodeia-me numa volta à moto. Sinto uma gota de suor fugir pela testa abaixo. Afinal, sou eu a presa.» Publicado nas TREVL #04, #08, #10 e #12 2

Honda Africa Twin XRV 750

«The Americas»

Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Bolívia, Peru

Jorge Serpa

«Escrevo desde a Ilha Grande da Terra do Fogo. Mais precisamente num lugarejo que reclama para si o título de “cidade no fim do mundo”. Não me prendo com o rigor geográfico. Fica apenas a enorme carga poética que Ushuaia carrega. E que força tem este nome — “Terra do Fogo” — como se apenas cavaleiros caçadores de dragões a ela tivessem direito.» Publicado na TREVL #05, #06 e #07

3

BMW R1200 GS Adventure

«TransAmazónica» Brasil

António Nogueira

«— Comida, só em Castelo dos Sonhos — diz-nos o responsável pelo armazém. — Lá tem tudo — como nos sonhos. A única linha vermelha no mapa representa a BR163, asfaltada até ao Pará. Em Itaituba a linha tornava-se azul e embarcamos.» Publicado na TREVL #08 Honda Africa Twin XRV 750

4

Pedro Gonçalves Pinto

«Adventure Sillage»

Argentina, Bolívia, Chile, Peru, Uruguai «Acordei para descobrir a cidade de Ushuaia vestida de branco. Tudo estava debaixo de uma espessa camada de neve — estradas, passeios, telhados e jardins. A moto estacionada trocara a sua orgulhosa côr laranja pela fresca e alva neve.» Publicado na TREVL #10, #12 (p. 20) Neste número KTM LC8 990 Adventure 5

«DiariesOf... SudAmerica»

Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Paraguai, Uruguai

Anabela e Jorge Valente

«No único cadeirão almofadado, atrás de uma pesada secretária, o chefe do serviço conversa ao telefone, enquanto aguardamos os três que termine. Inteirado ao que vínhamos, explicou-nos que não nos podia ajudar a tirar a mota — todos os funcionários públicos estavam em greve.» Publicados na TREVL #11 BMW F650 GS Dakar 6

«Nas Asas de um Falcão» Peru

Fátima Ropero e André Braz

«Continuava a nevar. Era preciso continuar e pelo menos a partir daquele ponto, começavam a descer. Respiram fundo. Não têm alternativa. Continuam.» Publicados na TREVL #05 e #06 Honda NX 400 Falcon 7

«Zarpando p’las Américas»

Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador

Joana Sarmento e Bruno Andrez

«Na oficina da BMW em Cuenca (Equador), rodeia-nos gente boa e prestável. Procuram devolver às nossas motos alguma frescura, sarando arranhões, amolgadelas. A última queda a caminho daqui partiram-se pequenas coisas, agora nas mãos treinadas dos mecânicos.» Publicados na TREVL #06 e #07 BMW R1200 GS e BMW F650 GS 8

«Machu Latino» Peru

João Rebelo Martins

«O motor mal se faz ouvir, tamanha a dificuldade em respirar. O slide de guitarra do Paulo Furtado apenas me sai da cabeça para dar lugar à intensidade das notas e arranjos do Ennio Morricone.» Publicado na TREVL #12 (p. 6) Neste número Kawasaki KLR 650

56


1

—Para norte!

Darien Gap

Algumas destas aventuras continuaram para norte, pela América Central ou voando para os EUA. 1

2

Um tampão que o Panamá faz perdurar, limitando a exposição às desventuras da Colômbia na guerra e no narcotráfico. Sem ligações — apenas uma floresta densa, tropical, inexpugnável — é negado às motas ligar Norte e Sul por terra.

9 Mar das caraíbas Nicarágua

Costa Rica

Os menos procurados

As Guianas e o Suriname — únicos países deste sub-continente que não fala espanhol ou português — são geralmente esquecidos no trajecto escolhido.

Panamá Venezuela

1 1

2

Guiana Suriname

9

Guiana Francesa

Colômbia

O Assalto

Isolamos este episódio (ver «O Assalto» na página 74) pela sua singularidade — um assalto é raro, muito mesmo. Não deixa de ser um momento de emoções fortes, ampliados quando se viaja num território desconhecido para nós.

EQuador 3 Amazónia

Peru 2

1

2

Machu Pichu

4

5

6

Brasil 7

9

1

Bolívia

3 Salar de Uyuni

Oceano pacífico

3 1

4

7

5

9

1

7

3

Paraguai

«Fly&Ride»

2

Para chegar ao continente Santiago do Chile, Montevideo e Buenos Aires são algumas das opções mais frequentes.

5

Chile Oceano Atlântico

1

2

4

5

2

4

5

7

«Buena York»

Peninsula Valdez

1

2 2

4

5

7

«O BuenaYork, [...] mais do que uma mera viagem insólita, foi [...] uma espécie de “bungee jumping” existencial. Da vida passada pouco sobrou. Foi uma mudança definitiva, repleta de indefinição e casualidades notavelmente imprevisíveis. E muitas telas em branco. Onde se pode desenhar qualquer coisa.» Publicado na TREVL #12 (p. 68) Neste número

7

4

5

7

9

Embarcada

9

9

Chile BMW R1150 GS

5

A maioria optou por enviar as motas embarcadas por mar. O destino principal? A capital «porteña» — Buenos Aires, Argentina — entre outras opções como Salvador da Baía e Santiago do Chile.

9

Buenos Aires (Argentina) a Nova Iorque (EUA)

2

9

7

1

Gonçalo Mata

1

Uruguai

Argentina

Perito Moreno Malvinas 2

4

5

7

9

Ushuaia

Cada um dos viajantes publicados na TREVL escolheu um percurso único neste vasto sub-continente, coincidente em momentos e troços. No mapa, atribuindo um número amarelo a cada um, ilustramos como optaram por pintar o seu mapa da América do Sul.

O ponto de mira

O Fim do Mundo. Terra do Fogo. Ushuaia. São todos nomes do imaginário do viajante, pontos extremos, onde se chega pela determinação e força de vontade.

América do Sul

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Machu Latino

Machu Picchu é uma referência que se destaca num sub-continente recheado de palavras de fantasia. João Rebelo Martins Filipe Viana, João Rebelo Martins

58


Em viagem

O

ar é frio e o céu cinzento, criando um cenário inóspito que se estende à nossa frente, numa descida íngreme sobre uma estrada de terra batida, impecável, como se estivesse preparada para receber a companhia de hoje como faria com Ogier, piloto de ralis. A 4500 m de altitude a vegetação é rasteira e as árvores aparecem ao longe, lá em baixo. Mais perto, algumas simpáticas alpacas e lamas pastam confiando no pêlo para resistir ao mais agressivo dos invernos. O motor da Kawasaki KLR 650 mal se faz ouvir, tamanha a dificuldade em respirar. O slide de guitarra do Paulo Furtado apenas me sai da cabeça para dar lugar à intensidade das notas e arranjos do Ennio Morricone. A vastidão, a simplicidade, a ausência de pessoas – além de mim, do Filipe e do Juan, não encontrámos mais ninguém nesta tirada pelos Andes –, o frio, dariam um bom cenário para qualquer spaghetti western. Mais à frente, encontramos um pequeno rebanho debaixo do olhar de uma mulher. Diria 30 anos, mas a agrura da vida deu-lhe as rugas que me fazem falhar por uma dezena. Embrulha-se num manto de cores garridas, enquanto grita às cabras para que se ordenem, juntando som à côr, a primeira daquele dia cinzento e esbatido. Na sua aldeia – como em tantas outras – os olhos seguem-nos ao longo da estrada que a atravessa. Entre porcos, galinhas, gansos, barracos e casas sem reboco ou pintura, miram-nos como se fôramos extra-terrestres. E, para muitos, capacetes reluzentes e fatos com protecções, nem matéria para sonhos são. Estávamos no quarto dia de viagem com muitos quilómetros e aventuras para trás.

Sebastião e Machu

Depois de dois dias em Lima, capital peruana onde aterráramos, Machu Picchu era literalmente o «ponto alto» da viagem. E, para chegar ao céu, voa-se, até Cusco. Da janela do avião vemos as montanhas, que se elevam acima de nós, enquanto o pássaro metálico as contornava com perícia. Ainda antes de almoço fomos ver as Kawasaki e conhecer quem as aluga. O ar latino de Alex contrasta com os traços japoneses da canadense, sua namorada. Ambos são simpáticos e atenciosos enquanto percorremos o meu blogue e as fotos. Assumem-me verdadeiros negociantes, licitando no final da viagem pelos meus sapatos de marca e casaco ficando, contudo, aquém do preço que me deixaria descalço e com mais frio. Peru

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Livro

«Facebook» Recreando o que foi a viagem, Gonçalo partilha na página de facebook os seus posts e imagens como se fora há 10 anos. Acompanha-o enquanto revisita a aventura americana.

OAssalto A TREVL desafiou o Gonçalo a escolher um episódio do seu livro. Através deste antevêmos uma viagem feita de emoções, de pessoas.

N

os títulos pintados em alguns edifícios e urbanizações, lia-se Ica Sur. No mapa que tinha à minha frente, primeiro viria o aeroporto e depois o centro. Mas o mapa estava errado. Não era essa a sequência. O aeroporto ficava a norte. Com estranheza, vimos então surgir a placa e já o centro da cidade parecia ter ficado para trás. As últimas réstias de luz, que ainda deixaram apreciar os lavadores de carros em plena acção à entrada da urbe, desapareceram com rapidez e agora, se não era ainda noite cerrada, tão pouco chegava luz desse céu mais negro que azul. Seguíamos com muita calma por entre um trânsito nervoso, cheio de fumo, cheio de manobras artísticas de mudança de faixa, de sentido, paragens intempestivas na recolha de mais um passageiro avistado no último momento, enfim, tudo a contribuir para a mais cautelosa das conduções. O cansaço era notório e longe estava a ideia de que uma velocidade tão lenta nos faria igualmente vulneráveis. Quando uns quilómetros depois surgiu a placa verde a indicar Subtanjalla, ficou claro que estávamos enganados. Que era para trás, podíamos facilmente adivinhar, mas para evitar falhar outra vez o desvio, resolvemos pedir melhores indicações. Surgiu a fatídica gasolineira Los Andes. Um grifo, como aqui lhe chamam. Estive mesmo para não parar ali. Céus, como estive perto de não parar ali, lembro-me precisamente da minha indecisão… A entrada tinha alguma gravilha acumulada e achei que era melhor seguir mais um pouco e desisti mesmo da paragem. Depois, mesmo à última da hora, já não me pareceu assim tanta gravilha, vi um pedaço de chão aceitável e avancei. Não era um bom sítio para parar. Estava pouco iluminado. Estava deserto. Hoje nunca pararia num sítio daqueles, mas vínhamos de outro mundo. Dez dias passámos nós em plenos «Trás-os-Montes» do Peru. Essa tranquilidade e segurança das áreas tão pouco povoadas, seria também aparente? Teríamos nós estado também em perigo aí? Não me parece. Mas o facto é que não vínhamos sensibilizados para a precaução necessária deste lado das montanhas. Aqui, no movimento agressivo da costa, mantínhamos o nosso pacato passeio dos outros dias. Conduzi com toda a calma pelo abandono da gasolineira até mais à frente, onde estavam sentados dois senhores, um deles empregado da bomba. Parei e nem

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Raio-X BMW R1150 GS (2002) — edição «Buena York» 6

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«Stoned Duck» — é assim que os britânicos a chamam, pelo «olhar» esgazeado, com um olho maior que o outro. Olhando para ela, reconhecem-selhe os traços das motas escolhidas para o «Long Way Round» e, ainda que não seja a versão «Adventure», foi isso mesmo que ela permitiu ao Gonçalo viver. Nas motos — como na vida — não precisamos dos rótulos para escolhermos o que fazemos com ela. BMW R1150 GS ‘02 3 9 2 0 0 km

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1 Carga O peso acima dos 340 kg é algo excessivo, dificultando manobras a baixa velocidade e no todo-o-terreno, ou no simples estacionamento. Hoje levaria bastante menos carga.

5 Navegação Um suporte GPS com chave foi muito útil para poder deixar o equipamento na moto nas paragens curtas do dia-a-dia. Durante as pernoitas, não costumava arriscar.

2 Protecção motor As barras de protecção laterais foram indispensáveis para minimizar danos nas pequenas quedas, e reduzir a tentação de arriscar um pé partido — «Se cair, caiu.»

6 «Cruise-control» Com dias longos de condução — mais de 12 horas ao guiador, por vezes — o «Throttle Rocker» é um simples e barato método de «cruise-control». Senti este como indispensável numa viagem desta dimensão, dando um descanso vital ao pulso.

3 Iluminação O farol auxiliar de xénon com suporte «caseiro» foi uma importante ajuda para complementar os faróis de série. 4 Pára-Brisa O «vidro» da Givi faz uma diferença enorme no conforto para grandes tiradas. Mesmo eu sendo baixo, nota-se imenso a redução da força no capacete e, claro, no pescoço.

7 Capa de depósito Funcionando como «manto de discrição» torna a mota muito menos vistosa, tapando o símbolo BMW que, nestas paragens, é sinónimo de abastança e riqueza. Protege alguma coisa, sim, mas também pode acabar por riscar o depósito, se não for retirado e limpo com assiduidade.

8 Saco de depósito Indispensável para a máquina fotográfica, trocos, água e comida de conforto, bem como os acessórios básicos do dia-a-dia. Os documentos não devem ser colocados aqui, para minimizar consequências de eventuais roubos ou assaltos. 9 Autonomia Graças aos depósitos auxiliares, fixos às malas com suportes caseiros em alumínio de 3 mm consegui prosseguir caminho nos longos troços sem abastecimento. Um deles levava normalmente alguma água e tinha uma torneira útil. 10 Tomada de isqueiro Hoje não teria perdido tempo a equipar a moto com isto. 11 Tampa do óleo com chave Dispensável — não repetiria, hoje.

12 Suporte para fotografia O sistema de suporte para a máquina fotográfica revelou-se desfuncional, acabando a servir apenas para segurar as luvas. Hoje em dia, com as novas máquinas «on board» e estabilizadores, tudo está diferente. 13 Malas rígidas As malas de alumínio Zega da Touratech permitiam fácil reparação de danos. As aberturas de topo são muito convenientes para aceder ao espaço de arrumação generoso. 14 «Top-Case» A «top-case» da Givi servia de roupeiro. Hoje reconsideraria usar uma, pois piora a distribuição de peso na mota. 15 Pneus Mantive-me fiel aos Metzeler Tourance nas medidas originais. Permitiram-me fazer 15 mil km com cada jogo, mantendo um comportamento bom em todo o piso, menos na lama.

Buenos Aires a Nova Iorque

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e desmonto-me, imaginando que, no meio de tanta natureza, muitos animais veriam num túnel um óptimo abrigo. Cauteloso, aproximo-me a pé da entrada para avaliar o seu comprimento e estudar o piso. Não havia luz ao fundo do túnel. Com o corpo aquecido da adrenalina, entrei para descobrir que, neste tramo, os carris ainda existiam ao longo da via. As solipas de madeira sob os carris encontravam-se bem salientes, ocupando a maioria da largura do túnel. Por onde seguir com a mota — esquerda, direita ou pelo meio dos carris? Seria difícil reconsiderar mais à frente, tamanha a altura dos carris ou mesmo inverter a marcha. Aproveitei a paragem para uma última refeição ligeira, antes de entrar com tudo pelo túnel. Gravei um

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vídeo para a família e amigos, desejando que não se tornasse viral como acontece com os vídeos na iminência da asneira. Reconfortado pela comida e a ilusão de ter falado com amigos, optei pelo caminho central, quase por instinto. O lado racional procurava minimizar as hipóteses de resvalar numa travessa quebrada, usando os carris para apoio em caso de imprevisto. Umas centenas de metros adentro, a luz nas minhas costas encolhera até não ser que uma sugestão — em frente, nada. Parei e liguei os máximos. À distância, identifico um pedregulho com altura considerável colocado sobre os carris. — Estava tramado — pensei. Sem possibilidade de voltar para trás e com a respiração acelerada, avancei para me aproximar. Sofre-se

muitas vezes por antecipação. Como dessa feita, pois junto ao pedregulho a terra acumulada tinha uma altura suficiente para galgar os carris e contornar o obstáculo. Uns 100 metros mais à frente comecei a ver a saída do túnel e o corpo, acompanhado pela mente, começou a descontrair. À saída festejei o desafio superado, com fotografias da placa onde se lia «1812», data de construção. Gravo então um novo filme para enviar para casa e, como tudo terminara bem, conformado que não se tornaria viral.

OVNI e minas

No vale de Elqui no Chile, a fama vem do divino néctar alcoólico de Pisco. É também terra de múltiplos avistamentos de OVNI — objectos voadores não-identificados. Não posso deixar de pensar que existe uma


Peru Brasil Oceano pacífico

Machu Picchu

Bolívia

Lima 2 1 0 6 0 km Cusco 4 Uros

La Paz 1 8 5 6 0 km

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Estrada da Morte O nome intimida mas pertence a outros tempos, relegada para a qualidade de alternativa panorâmica.

3 Sucre

Passar a fronteira a salto por recomendação policial?

3 Salar de uyuni É um ponto incontornável, de uma dimensão única.

3

Potosi

Santa Catalina San Pedro La Quiaca de Atacama 3 Susques 2 1

2 CHaxa ao Natural Acabo expulso da reserva natural na companhia de 7 francesas na Laguna de Chaxa.

Uyuni

Antofagasta

2

2 Salta

Taital

Cachi

1

Cafayate

Luta na areia Duas KTM 990 a andar na areia — uma aprende, a outra ensina-me.

Paraguai

Ruta 40 Era uma dos objectivos, a estrada em si mesma, oferecendo de tudo um pouco.

Caldera

Pisco Elqui

pág. Anterior Topo Duas opções — ou entro no túnel... ou entro. (@Mina Alcaparroza) Base esquerda Luz ao fundo do túnel... nem vê-la. (@Mina Alcaparroza) Base direita Felicidade ao sair das trevas. (@Mina Alcaparroza)

Illapel

1

1 Um túnel por estrada, sem luz ao fundo e obstáculos no caminho — que fazer?

Santiago de Chile 1 2 0 0 0 km Oceano pacífico

Argentina

Chile

Argentina, Chile, Bolívia, Peru

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Destinos

África

África do Sul Angola Argélia Botswana Congo (R. D.) Egipto Etiópia Gâmbia Malawi 6 Marrocos 1 Mauritânia Moçambique Namíbia Quénia Ruanda Sahara Ocidental São Tomé e Príncipe Senegal (Dakar) Sudão Sri Lanka Tanzânia «Victoria Falls» Zâmbia

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Ásia

Arménia Azerbeijão Burma (Myanmar) Cambodja China Georgia Índia Indonésia Irão Iraque Japão Malásia Mongólia Nepal Paquistão Quirguistão Tailândia Tajiquistão Timor-Leste Turquemenistão Usbequistão Vietname

3 6 7 9 9 7 8 9

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Oceânia Austrália

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Conheça aqui quais os destinos de viagem de moto sobre os quais já publicámos, tanto na TREVL, como na REV.

Nesta edição

Os destinos incluídos nesta edição estão destacados com um fundo amarelo.

Edições passadas

Cada entrada nas tabelas seguintes tem a indicação de qual o número onde foi publicada (a amarelo na TREVL, a azul na REV).

Interactivo

Para uma experiência mais interactiva com visualização sobre o mapa-mundo, sugerimos visitar o nosso site na secção «TREVL no Mundo».

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Europa

Albânia Alpes «Balcãs» Bielorússia Bósnia e Herzegovina Bulgária Córsega Croácia Dinamarca 1 Espanha 1 Escócia Eslovénia Gales Grécia Inglaterra Irlanda Islândia Itália Letónia Kosovo Montenegro Noruega «Pirenéus» Polónia 3 Rússia Sérvia 2 7 Turquia

Portugal

América

«Alasca» (EUA) Argentina 4 6 Belize Bolívia Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica El Salvador Equador E. U. da América Guatemala México Nicarágua Panamá Paraguai 6 Peru Uruguai Venezuela

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Açores Alto Alentejo Alta Estremadura Alto Douro Serra Algarvia Serra da Arrábida S. de Aires e Candeeiros Tejo dos Castelinhos

Espanha

Deserto de Bardenas Galiza Picos de Europa Ruta de la Plata Sierra Norte

12 7 3 2 10 1 1 7 10 1

5 12 1 5 4 7 7


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