FJR 1300 1190 Adv GS 1200 XTourer
“57° Sul” Sobreviver na Argélia
Terá a GS metido água?
Viajar grande em pequeno
VFR global
“Reféns” Na mira da AK-47 no Sahara Ocidental
Gulliver em terra de Gigantes
Mini-Guias • APPS • Ligações • Eventos • Destinos
3,90€ (Continente) iVA inc.
+200 será a conta certa?
TREvL#1 | Março — Agosto 2013 — Semestral
Turismo veloz
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Está o rgulho s Claro que sim o do resulta do? é a alt ; por is ura de partilh so agora ar.
uma coisa Anda por aí ver book se esti chamada Face vie en o tã en Ou para aí virado. seus os e id nv co um email e de mpanheiros amigos e co rem uma da en m co en viagem a es. cópia para el
P
roduzir um caderno de viagens, recheado de apontamentos, garatujos, rabiscos ou mesmo daquilo que parece lixo por vezes, tem que se lhe diga. O livro “Writing Away” da Lavinia Spalding é um óptimo sítio para começar. Nós lemos e cada reportagem tem feito uso do que aprendemos. Como a andar de moto, não basta comprar ensinamentos ou ouvir falar quem sabe; é preciso praticar muito. Por isso não culpe o livro — ou a TREVL :)- se não der à primeira.
Regras de ouro
O que deve e não deve fazer nos seus álbuns 1 PEnSaR SimPLES A dada altura verá a conclusão do álbum como uma chatice porque encalhou ou deu por si a seguir um caminho demasiado trabalhoso. Manter as coisas simples ajuda. 2 Tamanho da PERna Dar o passo do tamanho da perna e começar com projectos mais pequenos e pouco arrojados.
das palavras. Foque-se naquilo que gosta e sabe fazer e montar o álbum será mais gratificante. 5 SofTWaRE Esta é a primeira (e por vezes a única) pergunta que toda a gente me faz: “Que aplicação é que uso?” A resposta é invariavelmente a mesma: “Não importa qual, desde que se sinta à vontade com ela.” (ver caixa técnica).
3 anTEciPaR Antes mesmo de partir, ajuda visualizar como imagina a sua reportagem. Se terá grandes fotos de paisagem, ou close-ups de pessoas. Durante a viagem saberá de antemão qual a foto que ficará bem. Mas não se iluda: não importa quantas viagens e reportagens faça, ao regressar vai sempre ter desejado tirar outras fotos.
6 QuaLidadE dE imagEm Uma reportagem fotográfica vive das suas imagens. O resultado será tão bom quanto a qualidade e resolução das imagens.
4 EScREvER ou nÃo? Se não tem hábitos de escrita, dificilmente conseguirá montar uma reportagem que viva muito
7 SERÃo aPEnaS foToS? Uma fotografia é um elemento fantástico e importante numa reportagem de viagem, mas está longe de ser o único. Ganhe o hábito de recolher pequenas coisas durante a viagem que dizem muito sobre onde e com quem esteve. Pode ser um selo de correio, uma etiqueta
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de cerveja, uma base de copos, um garatujo numa toalha de mesa, uma flor, um esfregaço de terra, uma conta, um carimbo de passaporte ou um ingresso num espectáculo ou recinto. A lista é infindável: mantenha-se atento. 8 inSPiRaçÃo Procure inspiração em bons exemplos. Folheie a sua revista preferida (TREVL) e escolha os arranjos que gosta e procure adaptá-los. Faça-o durante a fase de planeamento enquanto prepara o esboço. 9 QuaLidadE dE imPRESSÃo Trabalhar com imagens pode tornar-se tão pesado e lento, quanto o seu computador for antigo ou desadequado. Lembre-se que apenas precisa de um máximo de 300dpi para o ficheiro final; tudo o demais é excesso e peso morto que carregará. 10 conTa, PESo E mEdida Quando estiver a fazer a selecção depois de regressar será por demais evidente que uma máquina digital produz muitas fotos. Para saber quantas vai precisar lembre-se do nº de páginas que imaginou
para a sua reportagem e considere um máximo entre 3 a 5 por página (em média). 11 RiTmo E vaRiaçÃo Já passou por uma daquelas sessões intermináveis a ver fotografias das férias dos outros? Lembre-se que é preciso dar ritmo à sua história, com oscilações de intensidade. Inclua episódios empolgantes e ilustre-os. Mostre por onde andou através de mapas e diagramas. Opte por arranjos de páginas variados, entre uma fotografia de dupla página e mosaicos com vários apontamentos de pormenores.
12 conSiSTência Escolha dois ou três tipos de letra e não mais e seja coerente nas cores que usa. 13 moToS O facto de a viagem poder ser feita de moto não quer dizer que todas as fotos tenham uma… a não ser que seja para servir de catálogo quando vender a moto.
Editorial.
REV
EVL? Porquê este nome, TR
bição Porque nasce da am a cultura ver mo pro em V RE da cia que gên ur a E . das motos os tim sen muitos de nós to, mo de do jan via , tir em par ar. pit está lá, a pal
de moto
Porque cada ve z mais quando andamos pelo Mundo, em ing lês nos entendemos . pelo mundo
Porque na língua de Shakespeare, viajar se escreve TRAVEL e se lê TREVL
E
TREVL
screvi numa folha de papel o compromisso da equipa TREVL. Quando leio a sua única frase, parece simples: “Lembrar que vale a pena sair e viajar de moto.” Mas estes não são tempos fáceis para a imprensa escrita. O que nos leva a concretizar este projecto é a convicção de que há um espaço por preencher. Por isso, ao iniciarmos esta viagem, sonhamos que seja melhor; algo que transpire qualidade, que não subestime os nossos leitores. Para que os eternos sonhadores aos comandos de uma moto, também viajem no conforto do sofá em cada página da TREVL.
Ler é uma experiência
Cada vez mais, procuramos que cada experiência seja um entretenimento em si mesma; que nos dê algo mais. A experiência de ler a TREVL imaginámo-la diferente: algo que se liberte das suas páginas impressas. Como em viagem, as fronteiras existem para serem ultrapassadas, e esta linha invisível pode ser transposta também. Quando percorrer as páginas da TREVL encontrará pequenas sugestões. Serão de músicas para acompanhar a leitura. Ou de um vídeo que captura a vivência de um local remoto. Ou simplesmente porque há mais lá fora, na internet e no mundo, desde o
Assim, de um projecto TRAVEL de viagens da REV, nasce a TREVL
artigo da Wikipédia ao blog onde o nosso viajante convidado mantém o registo das suas aventuras.
Referência
Queremos ser uma referência, estimada e guardada, mas acima de tudo, usada. Vejo a TREVL a viajar num saco de depósito, junto ao passaporte sujo e manuseado transbordante de carimbos. Que cada cópia não se limite à prateleira na casa de um viajante, que mostre os sinais de leitura na avidez em que se procura aquele destino ou o conselho do viajante mais experimentado.
histórias, a rir e a temer em cada problema encontrado nas estradas. Queremos saber por onde rolam as motos dos Portugueses, como inspiram e levam a nossa bandeira.
Nova cultura
Enamorei-me desta frase porque fala muito sobre viajar de moto. Numa perspectiva mais literal, de moto as sensações são mais intensas e os nossos sentidos aguçados. Mas
Uma cultura nova é melhor compreendida, cheirando−a.
O caminho
Como nas viagens, iniciar a TREVL é uma aventura. Encontraremos gentes no nosso caminho que nos enriquecerá no final, e nos encoraja a continuar. A TREVL é feita de pessoas. Sem elas, nada disto faz sentido. Acreditamos que o mundo das motos é feito de gente boa, que se une na adversidade, que partilha o que aprende. E que acredita encontrar algo melhor, em cada rodar de punho na moto. Propomonos a falar com todos, a ouvir
Rudyard Kipling (1943)
também a escolhi porque a TREVL quer revelar uma cultura nova, onde a sensualidade do toque e o aroma são uma parte importante de ter uma revista na mão. “Um viajante é um optimista irremediável; de outra forma nunca partiria”, revê Paul Theroux diz que “um viajante é um optimista irremediável” e que de outra forma não partiria. Nós também na TREVL acreditamos que vale a pena partir nesta viagem. 3
Conteúdo #1
reViStA eSCritA eM POR TUG LOgO, n UÊS. ÃO FOi ADOPtA DO O A OrtOgr COrDO ÁFiCO.
pssst@trevl.pt Director José Bragança Pinheiro jbpinheiro@trevl.pt
3 ...........Boas-vindas 6 ...........Crónica “Preto & Branco” 8 ...........Agenda 12 ..........Passatempo BMW 98 .........Próximo número
Colaboradores Carlos Jorge Martins enrique Diaz Filipe elias Jorge Serpa José Paulo Matias
RAIO-X 20 .........BMW R1200GS 22 ......... Yamaha FJR 24 .........Honda Crosstourer 26 ......... KTM 1190 TÉCNICA 48 ......... Câmaras pequenas, Grandes Resultados 72.......... Como fazer um álbum de viagem
Editor Geral Hugo ramos Assessoria editorial Vítor Sousa
DESTINOS 18..........A nossa selecção 88 .........Índice de viagens
Imagem Manuel Portugal Luís Duarte Arte edgar Antunes
CURTAS 36 .........Índice 38 .........“57º SUL” 54 .........“Reféns” 76..........“Viajar grande em miniatura” 84 .........“Gelo nas Veias” 86 .........Perder um passaporte na Argélia
Publicidade António Albuquerque
antonio.albuquerque@fast-lane.pt
telefone: (+351) 939 551 559 Assinaturas e edições atrasadas: Maria João nobre assinaturas@fast-lane.pt
ANÁLISE 64 .........Soltar Amarras 80 ......... 6 Apps
Proprietário e editor FAST LANE Media e eventos, Lda.
COMUNIDADE 14 ..........Couchsurfing 16 ..........Jupiters’ travellers 30 .........Fotos de viajantes 66 .........“Um dia com Austin e Vince” 70 .........Navegação à-la Carte 82 .........TREVL Books 91 ..........Banda Sonora
Administração, Redacção e Publicidade: Avenida Maria Helena Vieira da Silva, 37-B, 1750-310 Lisboa telefone: (+351) 218 650 244 Depósito Legal: 357231/13 ISSN: 2182-8911 Impressão e acabamento: Fernandes e terceiro, S.A. rua nossa Senhora da Conceição, 7, 2794-014 Carnaxide Distribuição: VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. Quinta do grajal – Venda Seca, 2739-511 Agualva-Cacém Periodicidade Semestral
MINI-GUIAS 92 .........Índice 93 .........Mini-Guia 1, por FNM 95 .........Mini-Guia 2, Adamastor Travel
Que símbolos são estes e para que servem?
AO LONGO DESTE NÚMERO SEMEAMOS SUGESTÕES QUE ESTENDEM A EXPERIÊNCIA DA LEITURA DE CADA TREVL, QUE A TORNAM AINDA MELHOR.
Utilizamos QRCodes para permitir ao leitor desenvolver determinado conteúdo ou obter mais informação na forma de vídeos, sites ou sons. Os novos dispositivos móveis (smartphones, tablets e afins) permitem interpretar estes códigos e levar-nos ao conteúdo pretendido na internet.
Há histórias que estão mesmo a pedir uma banda sonora à altura. Quando vir este símbolo, é porque temos uma sugestão de música para acompanhar a leitura (normalmente associada a um QRCode).
Para que possa melhorar, analisamos a técnica da fotografia, explorando vantagens e desvantagens das opções tomadas, com dicas de fotógrafos conceituados.
Por vezes apetece saber mais sobre um assunto, destino ou personagem. Quando vir este símbolo quisemos convidá-lo a seguir esse apelo.
Sempre que uma dada técnica de escrita é feliz e resulta bem, incluímos uma nota sobre a técnica utilizada.
todos os direitos reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países. ESTaTuTo EdiToRiaL treVL é uma revista lúdica e informativa sobre a temática do motociclismo nas suas vertentes de lazer, mobilidade e transporte, desportiva, cultural e, especialmente, turística. treVL dará especial relevo ao rigor da escrita e à componente artística do desenho gráfico e da fotografia. treVL empenhar-se-á num jornalismo apaixonado e comprometido com a temática que é seu objecto. treVL é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão. treVL defende e respeita o pluralismo de opinião sem prejuízo de assumir as suas próprias posições. treVL assumirá uma postura formativa. treVL respeita os direitos e deveres constitucionais da liberdade de expressão e de informação e cumpre a Lei de imprensa.
4
BMW r 1200 gS ano: 2013
Honda VFr 1200 Yamaha FJr 1300 A KTM 1190 Adventure Crosstourer ano: 2013 ano: 2013
Honda XrV 750 Africa twin
KTM 640 LC4 Adventure
ano: 2012
ano: 1997 viajante: José Paulo Matias destino: Argélia
ano: 2002 viajante: Carlos J. Martins destino: Mauritânia
Susuki Dr 350
Honda VFr 800
Honda today nVS50
viajante: Austin Vince destino: Pirinéus
ano: 2005 viajante: Nélia Sofia Carvalho destino: Alpes
ano: 2007 viajante: José Paulo Matias destino: Escócia
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Conteúdo #1
reViStA eSCritA eM POR TUG LOgO, n UÊS. ÃO FOi ADOPtA DO O A OrtOgr COrDO ÁFiCO.
pssst@trevl.pt Director José Bragança Pinheiro jbpinheiro@trevl.pt
3 ...........Boas-vindas 6 ...........Crónica “Preto & Branco” 8 ...........Agenda 12 ..........Passatempo BMW 98 .........Próximo número
Colaboradores Carlos Jorge Martins enrique Diaz Filipe elias Jorge Serpa José Paulo Matias
RAIO-X 20 .........BMW R1200GS 22 ......... Yamaha FJR 24 .........Honda Crosstourer 26 ......... KTM 1190 TÉCNICA 48 ......... Câmaras pequenas, Grandes Resultados 72.......... Como fazer um álbum de viagem
Editor Geral Hugo ramos Assessoria editorial Vítor Sousa
DESTINOS 18..........A nossa selecção 88 .........Índice de viagens
Imagem Manuel Portugal Luís Duarte Arte edgar Antunes
CURTAS 36 .........Índice 38 .........“57º SUL” 54 .........“Reféns” 76..........“Viajar grande em miniatura” 84 .........“Gelo nas Veias” 86 .........Perder um passaporte na Argélia
Publicidade António Albuquerque
antonio.albuquerque@fast-lane.pt
telefone: (+351) 939 551 559 Assinaturas e edições atrasadas: Maria João nobre assinaturas@fast-lane.pt
ANÁLISE 64 .........Soltar Amarras 80 ......... 6 Apps
Proprietário e editor FAST LANE Media e eventos, Lda.
COMUNIDADE 14 ..........Couchsurfing 16 ..........Jupiters’ travellers 30 .........Fotos de viajantes 66 .........“Um dia com Austin e Vince” 70 .........Navegação à-la Carte 82 .........TREVL Books 91 ..........Banda Sonora
Administração, Redacção e Publicidade: Avenida Maria Helena Vieira da Silva, 37-B, 1750-310 Lisboa telefone: (+351) 218 650 244 Depósito Legal: 357231/13 ISSN: 2182-8911 Impressão e acabamento: Fernandes e terceiro, S.A. rua nossa Senhora da Conceição, 7, 2794-014 Carnaxide Distribuição: VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. Quinta do grajal – Venda Seca, 2739-511 Agualva-Cacém Periodicidade Semestral
MINI-GUIAS 92 .........Índice 93 .........Mini-Guia 1, por FNM 95 .........Mini-Guia 2, Adamastor Travel
Que símbolos são estes e para que servem?
AO LONGO DESTE NÚMERO SEMEAMOS SUGESTÕES QUE ESTENDEM A EXPERIÊNCIA DA LEITURA DE CADA TREVL, QUE A TORNAM AINDA MELHOR.
Utilizamos QRCodes para permitir ao leitor desenvolver determinado conteúdo ou obter mais informação na forma de vídeos, sites ou sons. Os novos dispositivos móveis (smartphones, tablets e afins) permitem interpretar estes códigos e levar-nos ao conteúdo pretendido na internet.
Há histórias que estão mesmo a pedir uma banda sonora à altura. Quando vir este símbolo, é porque temos uma sugestão de música para acompanhar a leitura (normalmente associada a um QRCode).
Para que possa melhorar, analisamos a técnica da fotografia, explorando vantagens e desvantagens das opções tomadas, com dicas de fotógrafos conceituados.
Por vezes apetece saber mais sobre um assunto, destino ou personagem. Quando vir este símbolo quisemos convidá-lo a seguir esse apelo.
Sempre que uma dada técnica de escrita é feliz e resulta bem, incluímos uma nota sobre a técnica utilizada.
todos os direitos reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países. ESTaTuTo EdiToRiaL treVL é uma revista lúdica e informativa sobre a temática do motociclismo nas suas vertentes de lazer, mobilidade e transporte, desportiva, cultural e, especialmente, turística. treVL dará especial relevo ao rigor da escrita e à componente artística do desenho gráfico e da fotografia. treVL empenhar-se-á num jornalismo apaixonado e comprometido com a temática que é seu objecto. treVL é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão. treVL defende e respeita o pluralismo de opinião sem prejuízo de assumir as suas próprias posições. treVL assumirá uma postura formativa. treVL respeita os direitos e deveres constitucionais da liberdade de expressão e de informação e cumpre a Lei de imprensa.
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BMW r 1200 gS ano: 2013
Honda VFr 1200 Yamaha FJr 1300 A KTM 1190 Adventure Crosstourer ano: 2013 ano: 2013
Honda XrV 750 Africa twin
KTM 640 LC4 Adventure
ano: 2012
ano: 1997 viajante: José Paulo Matias destino: Argélia
ano: 2002 viajante: Carlos J. Martins destino: Mauritânia
Susuki Dr 350
Honda VFr 800
Honda today nVS50
viajante: Austin Vince destino: Pirinéus
ano: 2005 viajante: Nélia Sofia Carvalho destino: Alpes
ano: 2007 viajante: José Paulo Matias destino: Escócia
5
Raio - X.
Paris tão perto
7éme Vin Existe um restaurante na Avenue Bosquet, em Paris, chamado 7émeVin. É um pequeno restaurante, com uma fachada vermelho-bordéus. Não tem mais que dez mesas ao todo, um pequeno balcão, um simpático casal que atende. De mesa em mesa circula uma ardósia onde se explicam os pratos do dia. Sobre a mesa, na toalha da mesma cor da fachada, uma refeição reconfortante ao fim de um dia de caminhada pelos salões e corredores do Louvre. Um copo de vinho; Côtes du Rhone, se a memória não me trai. De casa cheia, o ambiente torna-se caseiro, facilmente se cruzam nacionalidades e conversas de outras paragens. Há dias deu-me uma
Turismo
Veloz Capacidade: 1.298 cc | Potência: 146,2 cv | Depósito: 25 litros | Peso: 289 kg
Um mapa de ignição distinto para uma condução “touring” ou “sport” VÍTOR SOUSA LUÍS DUARTE
24
A
o contrário da Honda, que inventou o “lux on wheels” com a GoldWing e que teve na Pan European uma das motos de turismo mais vendidas de sempre, a Yamaha nunca conseguiu granjear reputação como “fazedora” de turísticas. E no entanto… que atire a primeira pedra todo aquele que, tendo idade para isso e vivido adulto nesse tempo, não desejou a travessar a Europa aos comandos de uma FJ 1200?… para não ir mais atrás, claro. O que a Yamaha sempre fez, e bem, foi motos desportivas. Acaba, pois, por ser de algum
modo natural que a sua actual proposta – e, indiscutivelmente, entre as melhores do mercado – seja uma evolução da FJ cruzada com o ADN da R1; chama-se FJR 1300 e encarna o espírito do “mototurismo de velocidade”. Uma ciclística quase irrepreensível, faz com que desejemos percorrer as estradas dos Alpes em vez das planícies alentejanas por onde andámos a fazer quilómtetros com esta renovada Yamaha de turismo veloz. É seguramente neste capítulo que a moto menos esconde o pedigree da marca. Incisiva, permite prolongar uma travagem até bem dentro da trajectória; firme, perdoa qualquer correcção quando a curva fecha
inesperadamente; confiável, quando necessitamos de transpor para o asfalto os cerca de 150 cv que nos oferece. O motor, pois, o motor. Quatro ciclindros em linha, rotativo, quase sempre disponível, desde baixa rotação, mas particularmente atractivo na zona mais alta do red-line. Nessa faixa é um verdadeiro manacial de força disponível para imprimir velocidade à moto, empurrando-a com decisão em direcção ao horizonte. Falta-lhe um aliado precioso: a caixa de velocidades. 5 velocidades?! A sério?... A mais recente versão da FJR recebeu, entretanto, alguns melhoramentos relativamente à anterior, quase todos eles focados nas
ajudas electrónicas. Há mais modos de utilização e funções diversas, as mais significativas, com aplicações práticas sensíveis e importantes são, quanto a mim, a possibilidade de se optar por uma mapa de ignição distinto conform se deseje uma condução “touring” ou “sport” e ainda a possibilidade de se manter uma toada económica, ajudada pelo aparecimento do aviso “eco” no ecrã. O conforto está num patamar mais que aceitável para uma moto de turismo, mas apesar das diferentes possibilidades de regulação (banco, mas também os punhos), fica sempre a postura típica de uma moto que nos pede um empenho mais agressiovo na sua condução. O vidro dianteiro é agora regulável electronicamente
vontade imensa de voltar ao 7émeVin. Sim, ir ao aeroporto e apanhar um avião seria a mais avisada, económica e rápida forma de lá chegar. Mas, isso seria demasiado fácil, demasiado desprovido de emoção. Para um objectivo tão cheio de significado, melhor seria encontrar um transporte à altura… A moto, claro!… Não cheguei a voltar a 7émeVin. Talvez um dia, mais próximo ou mais longínquo (sim, é certo que lá voltarei…) e seguramente de moto. A Yamaha FJR 1300A era uma boa proposta para tal façanha. Confortável, veloz, é uma moto que “pede” quilómetros e que oferece confiança para os percorrer. Paris é, afinal, aqui tão perto…
e pode ajustar-se de acordo com a preferência do condutor e do passageiro, em qualquer momento. Sim, é verdade. A FJR 1300 é uma moto eficaz, poderosa; talvez seja a turística mais rápida numa volta cronometrada a um circuito… e seria sempre a primeira escolha para ir tomar café, sei lá, talvez a Paris, daqui a umas horas… não fosse a impossibilidade que hoje existe por toda a Europa de se andar às velocidades para as quais esta moto foi construída e dela se tiraria maior partido. E esse é um factor que afecta, não apenas a FJR, mas todas as motos turísticas de estrada, deixando caminho aberto à sua substituição pelas trails de grande ciclindrada que tanto estão na moda. 25
Raio - X.
Paris tão perto
7éme Vin Existe um restaurante na Avenue Bosquet, em Paris, chamado 7émeVin. É um pequeno restaurante, com uma fachada vermelho-bordéus. Não tem mais que dez mesas ao todo, um pequeno balcão, um simpático casal que atende. De mesa em mesa circula uma ardósia onde se explicam os pratos do dia. Sobre a mesa, na toalha da mesma cor da fachada, uma refeição reconfortante ao fim de um dia de caminhada pelos salões e corredores do Louvre. Um copo de vinho; Côtes du Rhone, se a memória não me trai. De casa cheia, o ambiente torna-se caseiro, facilmente se cruzam nacionalidades e conversas de outras paragens. Há dias deu-me uma
Turismo
Veloz Capacidade: 1.298 cc | Potência: 146,2 cv | Depósito: 25 litros | Peso: 289 kg
Um mapa de ignição distinto para uma condução “touring” ou “sport” VÍTOR SOUSA LUÍS DUARTE
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A
o contrário da Honda, que inventou o “lux on wheels” com a GoldWing e que teve na Pan European uma das motos de turismo mais vendidas de sempre, a Yamaha nunca conseguiu granjear reputação como “fazedora” de turísticas. E no entanto… que atire a primeira pedra todo aquele que, tendo idade para isso e vivido adulto nesse tempo, não desejou a travessar a Europa aos comandos de uma FJ 1200?… para não ir mais atrás, claro. O que a Yamaha sempre fez, e bem, foi motos desportivas. Acaba, pois, por ser de algum
modo natural que a sua actual proposta – e, indiscutivelmente, entre as melhores do mercado – seja uma evolução da FJ cruzada com o ADN da R1; chama-se FJR 1300 e encarna o espírito do “mototurismo de velocidade”. Uma ciclística quase irrepreensível, faz com que desejemos percorrer as estradas dos Alpes em vez das planícies alentejanas por onde andámos a fazer quilómtetros com esta renovada Yamaha de turismo veloz. É seguramente neste capítulo que a moto menos esconde o pedigree da marca. Incisiva, permite prolongar uma travagem até bem dentro da trajectória; firme, perdoa qualquer correcção quando a curva fecha
inesperadamente; confiável, quando necessitamos de transpor para o asfalto os cerca de 150 cv que nos oferece. O motor, pois, o motor. Quatro ciclindros em linha, rotativo, quase sempre disponível, desde baixa rotação, mas particularmente atractivo na zona mais alta do red-line. Nessa faixa é um verdadeiro manacial de força disponível para imprimir velocidade à moto, empurrando-a com decisão em direcção ao horizonte. Falta-lhe um aliado precioso: a caixa de velocidades. 5 velocidades?! A sério?... A mais recente versão da FJR recebeu, entretanto, alguns melhoramentos relativamente à anterior, quase todos eles focados nas
ajudas electrónicas. Há mais modos de utilização e funções diversas, as mais significativas, com aplicações práticas sensíveis e importantes são, quanto a mim, a possibilidade de se optar por uma mapa de ignição distinto conform se deseje uma condução “touring” ou “sport” e ainda a possibilidade de se manter uma toada económica, ajudada pelo aparecimento do aviso “eco” no ecrã. O conforto está num patamar mais que aceitável para uma moto de turismo, mas apesar das diferentes possibilidades de regulação (banco, mas também os punhos), fica sempre a postura típica de uma moto que nos pede um empenho mais agressiovo na sua condução. O vidro dianteiro é agora regulável electronicamente
vontade imensa de voltar ao 7émeVin. Sim, ir ao aeroporto e apanhar um avião seria a mais avisada, económica e rápida forma de lá chegar. Mas, isso seria demasiado fácil, demasiado desprovido de emoção. Para um objectivo tão cheio de significado, melhor seria encontrar um transporte à altura… A moto, claro!… Não cheguei a voltar a 7émeVin. Talvez um dia, mais próximo ou mais longínquo (sim, é certo que lá voltarei…) e seguramente de moto. A Yamaha FJR 1300A era uma boa proposta para tal façanha. Confortável, veloz, é uma moto que “pede” quilómetros e que oferece confiança para os percorrer. Paris é, afinal, aqui tão perto…
e pode ajustar-se de acordo com a preferência do condutor e do passageiro, em qualquer momento. Sim, é verdade. A FJR 1300 é uma moto eficaz, poderosa; talvez seja a turística mais rápida numa volta cronometrada a um circuito… e seria sempre a primeira escolha para ir tomar café, sei lá, talvez a Paris, daqui a umas horas… não fosse a impossibilidade que hoje existe por toda a Europa de se andar às velocidades para as quais esta moto foi construída e dela se tiraria maior partido. E esse é um factor que afecta, não apenas a FJR, mas todas as motos turísticas de estrada, deixando caminho aberto à sua substituição pelas trails de grande ciclindrada que tanto estão na moda. 25
Curtas.
Histórias
CURTAS Há episódios que duram minutos e ainda assim fazem uma viagem de meses parecer pequena
“57° Sul”
uando partimos desejamos que essa viagem seja memorável. Se tivermos sorte, não o será pelas piores razões. Mas mesmo quando assim é, são histórias merecem ser contadas. Que nos agarram, que nos sacodem e fazem temer pelo pior e desejar o melhor. Apenas lá bem no fim é que nos soltam. ...Estranho que nos façam querer partir já amanhã.
38
“Reféns da Polisario”
PáG.
Ser impedido de progredir ou voltar trás, trouxe a esta aventura um momento memorável: 4 companheiros partem para chegar à Mauritânia de moto. Chegam lá 3 apenas para ficarem sob a mira da Frente Polisario.
54
“Viajar em Grande, em pequeno”
PáG.
Pelas Highlands aos comandos de uma Honda 50cc: “Quando for grande, quero ir e ver o Mundo”
“Gelo nas veias” Rolar sobre o maior glaciar do Mundo: A prudência aconselhava rumar ao Hotel para um jantar que seria tardio. Mas o apelo da aventura chama.
“Perder o passaporte na Argélia” A importância de um papel em África
36
PáG.
Uma Africa Twin a solo pela Argélia em Agosto: Beni Abbès -Timimoun, pneus rebentados e escoltas militares
76
PáG.
84
PáG.
86
37
Curtas.
Histórias
CURTAS Há episódios que duram minutos e ainda assim fazem uma viagem de meses parecer pequena
“57° Sul”
uando partimos desejamos que essa viagem seja memorável. Se tivermos sorte, não o será pelas piores razões. Mas mesmo quando assim é, são histórias merecem ser contadas. Que nos agarram, que nos sacodem e fazem temer pelo pior e desejar o melhor. Apenas lá bem no fim é que nos soltam. ...Estranho que nos façam querer partir já amanhã.
38
“Reféns da Polisario”
PáG.
Ser impedido de progredir ou voltar trás, trouxe a esta aventura um momento memorável: 4 companheiros partem para chegar à Mauritânia de moto. Chegam lá 3 apenas para ficarem sob a mira da Frente Polisario.
54
“Viajar em Grande, em pequeno”
PáG.
Pelas Highlands aos comandos de uma Honda 50cc: “Quando for grande, quero ir e ver o Mundo”
“Gelo nas veias” Rolar sobre o maior glaciar do Mundo: A prudência aconselhava rumar ao Hotel para um jantar que seria tardio. Mas o apelo da aventura chama.
“Perder o passaporte na Argélia” A importância de um papel em África
36
PáG.
Uma Africa Twin a solo pela Argélia em Agosto: Beni Abbès -Timimoun, pneus rebentados e escoltas militares
76
PáG.
84
PáG.
86
37
Hist贸rias.
Um dia com
Austin Lois 66
67
Hist贸rias.
Um dia com
Austin Lois 66
67
Prepare-se: uma destas pode muito bem ser a sua próxima viagem.
Destinos.
ÍNDICE DE
VIAGENS
ueremos ser uma revista de referência, que sirva para o ajudar a escolher a próxima viagem. Por isso, aqui encontrará a compilação dos destinos que já incluímos dos vários números da TREVL e na REV, organizados por continente. Em viagem a sorte é um elemento constante, desde o tempo, às pessoas com que nos cruzamos no caminho. Mas o velho adágio não engana: “Quanto melhor preparado estou, mais sorte tenho.”
PORTUGAL Não fica longe e tem muito para ver. Entre estradas de serra a marginais recortando a costa, há muito para escolher. Açores 2.000 km2
12
Nome e Países Por vezes o destino não é um País, mas sim uma região específica como os Alpes, Cabo Norte ou Patagonia.
Qual a distância mínima viajando de moto desde de Portugal? E quanto tempo para lá chegar? Atenção que a distância mínima pode não ser seguindo a rota mais interessante. O tempo necessário para lá chegar pressupõe que não estamos montados em cima de um foguete e damos importância ao descanso. Para dar uma melhor noção da área, comparamos com Portugal. 1PT=área de Portugal.
Marrocos ~ 5 PT | 380km~5h | 32M hab.
Imagem ilustrativa do destino
Quais os números da TREVL (a laranja) e da REV (a azul) onde encontrará este destino
Marrocos tem de tudo para agradar a viajantes de moto. Mesmo! Desde a estrada de montanha, à cidade imperial, ao deserto e às zonas costeiras, é um país cheio de gente afável. •“Pare de inventar desculpas: parta já!”
? ?
Breve comentário ao destino Resumir um país inteiro em tão poucas palavras será sempre redutor. O melhor mesmo é ler os nossos artigos.
Dica TREVL Escolhemos uma única frase para o “empurrar” a ir viajar até este destino.
Andar perdido faz parte do fascínio de viajar. Mas não precisa, quando lê a TREVL. Siga este trilho para tirar o melhor partido do seu índice de destino e escolha já a próxima viagem.
Acompanhe no nosso site o índice actualizado, explorando no mapa do Mundo
88
Análise técnica Nem todos os destinos se ajustarão ao seu perfil de viajante de moto: uns serão longe ou merecem mais tempo; outros exigem mais na nossa perícia e capacidades como motociclistas; algumas motos sentirão mais dificuldade. Experiência Alguns destinos testarão as nossas capacidades como motociclistas, quer seja resistência ou proficiência técnica.
P
A
TIPO DE MOTO Precisará de uma moto para todo-o-terreno ou uma estradista? No exemplo, alguns percursos poderão não ser pavimentadas. À esquerda: qualquer moto disfrutará plenamente do destino.
À esquerda: está à procura da sua primeira viagem? Que tal esta?
À direita: destino recomendável a motos concebidas para off-road.
À direita: Precisa de novos desafios à sua perícia e técnica? Aponte o azimute para aqui!
1
À direita: Lá no emprego já ninguém está realmente a contar com aquele seu relatório?
De Sagres a Alcoutim, na serra do Algarve conheça o Algarve onde quase nada está escrito em inglês, nem mesmo os menus do restaurante. • “ Surpreenda-se com a N124 entre Barranco do Velho e Cachopo.”
Serra da Arrábida 100km2 | 500m
1
Num dia limpo a costa alentejana adivinha-se em cada curva junto às antenas. Lá em baixo, a baía do Portinho da Arrábida desenha-se em estradas e mergulhos na praia. • “ Curvas, paisagem, peixo fresco e banhos.”
Tejo dos castelinhos 100km2 | 500m
1
Seguir o Tejo desde Castelo de Bode, passando por Constância, Almourol e a Golegã, depois de um almoço de abades em Tomar. • “ Há uma estradinha que desce a jusante da barragem de Castelo de Bode até bem lá abaixo.”
1 14
P
1
P
1
Prepare-se para ser surpreendido por um País que parece viver para dentro, fechado ao Mundo, mas que se abre ao receber viajantes de moto. • “ Estude bem a lição antes de partir!”
Marrocos ~ 5 PT | 380km~5h | 32M hab.
14
Marrocos tem de tudo para agradar a viajantes de moto. Mesmo! Desde a estrada de montanha, à cidade imperial, ao deserto e às zonas costeiras, é um país cheio de gente afável. •“Pare de inventar desculpas: parta já!”
Um destino que é injustamente visto muitas vezes como uma travessia a caminho do Sul, da Mauritania, Senegal, Guiné… • “ Plage Blanche… … não preciso dizer mais nada, certo?”
P
A P
A
AMERICA CENTRAL - SUL A P
No continente sul-americano os destinos são de sonho e aventura. Num mercado crescente de empresas de viagem de moto, as opções são inúmeras. Escolher uma é apenas o primeiro dos desafios. América Central ~15.6 PT | 67,7 milhões hab.
A P 5
Belize, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia, Panamá • “ A travessia do Darien Gap tornou-se um negócio para os capitães de veleiros entre o Panamá e a Colômbia”
Bolívia ~12 PT | 10 milhões hab.
A
11
A palavra África pode derivar do Grego aphrike que significa “O oposto de Frio e Terror”. É imediato associar Calor a África, mas está longe de ser uma terra livre do Terror. E isso faz os viajantes que atrai, sentirem-se aventureiros. Argélia 2,4M km2 ~ 26PT | 600km ~1d | 37 milhões hab.
Não tão longe vão os tempos onde questões de segurança na Mauritânia ditaram que o ParisDakar migrasse para as Américas, numa terra que pertence ao deserto. • “ Não esquecer de levar: água, combustível e bons amigos.”
Sahara Ocidental 0,3M km2 ~ 3PT | 1.800km ~3d | 0,5 milhão hab.
A
ÁFRICA
TEMPO Quanto tempo é ideal para disfrutar deste destino. À esquerda: não sabe o que fazer no próximo fim-desemana?
Na terra do Anticiclone, o verde domina apenas intercalado pelo azul das lagoas. O tempo é instável e incerto, mas nada que um bom impermeável não resolva. • “ É difícil errar na escolha dos caminhos em Açores.”
Serra Algarvia 100km2 | 500m
Como usar
Consulte o índice de destinos
Mauritânia ~ 11 PT | 2.100km~3d | 3M hab.
A riqueza deste país devia medir-se em beleza natural, sendo um dos mais pobres em termos de PIB. • “ A segurança tem sido uma preocupação recente das autoridades.”
Patagonia (Argentina) ~11 PT | 2 milhões hab.
P
13
De há algum tempo para cá tornou-se sinónimo de aventura, imortalizada em livro do Chatwin ou Theroux. É um destino clássico para o viajante de moto também. • “ Não gosta de conduzir com vento forte lateral? Err… então é melhor escolher outro”
P
A P
A P
A
AMÉRICA DO NORTE A
EUA ou Canadá, não há muito mais. Mas entre os dois há fauna que vai dos Alces às cascavéis do deserto. Estados Unidos América ~107 PT | 314 milhões hab.
P
A
7
Um país onde cabem mais de 100x Portugal não se pode resumir numa frase. As míticas estradas que ligam as duas costas são um bom sítio para começar. • “ A viagem de Costa-a-Costa permite ver um pouco de tudo e não faltam motos para alugar”
P
A 89
Prepare-se: uma destas pode muito bem ser a sua próxima viagem.
Destinos.
ÍNDICE DE
VIAGENS
ueremos ser uma revista de referência, que sirva para o ajudar a escolher a próxima viagem. Por isso, aqui encontrará a compilação dos destinos que já incluímos dos vários números da TREVL e na REV, organizados por continente. Em viagem a sorte é um elemento constante, desde o tempo, às pessoas com que nos cruzamos no caminho. Mas o velho adágio não engana: “Quanto melhor preparado estou, mais sorte tenho.”
PORTUGAL Não fica longe e tem muito para ver. Entre estradas de serra a marginais recortando a costa, há muito para escolher. Açores 2.000 km2
12
Nome e Países Por vezes o destino não é um País, mas sim uma região específica como os Alpes, Cabo Norte ou Patagonia.
Qual a distância mínima viajando de moto desde de Portugal? E quanto tempo para lá chegar? Atenção que a distância mínima pode não ser seguindo a rota mais interessante. O tempo necessário para lá chegar pressupõe que não estamos montados em cima de um foguete e damos importância ao descanso. Para dar uma melhor noção da área, comparamos com Portugal. 1PT=área de Portugal.
Marrocos ~ 5 PT | 380km~5h | 32M hab.
Imagem ilustrativa do destino
Quais os números da TREVL (a laranja) e da REV (a azul) onde encontrará este destino
Marrocos tem de tudo para agradar a viajantes de moto. Mesmo! Desde a estrada de montanha, à cidade imperial, ao deserto e às zonas costeiras, é um país cheio de gente afável. •“Pare de inventar desculpas: parta já!”
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Breve comentário ao destino Resumir um país inteiro em tão poucas palavras será sempre redutor. O melhor mesmo é ler os nossos artigos.
Dica TREVL Escolhemos uma única frase para o “empurrar” a ir viajar até este destino.
Andar perdido faz parte do fascínio de viajar. Mas não precisa, quando lê a TREVL. Siga este trilho para tirar o melhor partido do seu índice de destino e escolha já a próxima viagem.
Acompanhe no nosso site o índice actualizado, explorando no mapa do Mundo
88
Análise técnica Nem todos os destinos se ajustarão ao seu perfil de viajante de moto: uns serão longe ou merecem mais tempo; outros exigem mais na nossa perícia e capacidades como motociclistas; algumas motos sentirão mais dificuldade. Experiência Alguns destinos testarão as nossas capacidades como motociclistas, quer seja resistência ou proficiência técnica.
P
A
TIPO DE MOTO Precisará de uma moto para todo-o-terreno ou uma estradista? No exemplo, alguns percursos poderão não ser pavimentadas. À esquerda: qualquer moto disfrutará plenamente do destino.
À esquerda: está à procura da sua primeira viagem? Que tal esta?
À direita: destino recomendável a motos concebidas para off-road.
À direita: Precisa de novos desafios à sua perícia e técnica? Aponte o azimute para aqui!
1
À direita: Lá no emprego já ninguém está realmente a contar com aquele seu relatório?
De Sagres a Alcoutim, na serra do Algarve conheça o Algarve onde quase nada está escrito em inglês, nem mesmo os menus do restaurante. • “ Surpreenda-se com a N124 entre Barranco do Velho e Cachopo.”
Serra da Arrábida 100km2 | 500m
1
Num dia limpo a costa alentejana adivinha-se em cada curva junto às antenas. Lá em baixo, a baía do Portinho da Arrábida desenha-se em estradas e mergulhos na praia. • “ Curvas, paisagem, peixo fresco e banhos.”
Tejo dos castelinhos 100km2 | 500m
1
Seguir o Tejo desde Castelo de Bode, passando por Constância, Almourol e a Golegã, depois de um almoço de abades em Tomar. • “ Há uma estradinha que desce a jusante da barragem de Castelo de Bode até bem lá abaixo.”
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Prepare-se para ser surpreendido por um País que parece viver para dentro, fechado ao Mundo, mas que se abre ao receber viajantes de moto. • “ Estude bem a lição antes de partir!”
Marrocos ~ 5 PT | 380km~5h | 32M hab.
14
Marrocos tem de tudo para agradar a viajantes de moto. Mesmo! Desde a estrada de montanha, à cidade imperial, ao deserto e às zonas costeiras, é um país cheio de gente afável. •“Pare de inventar desculpas: parta já!”
Um destino que é injustamente visto muitas vezes como uma travessia a caminho do Sul, da Mauritania, Senegal, Guiné… • “ Plage Blanche… … não preciso dizer mais nada, certo?”
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A P
A
AMERICA CENTRAL - SUL A P
No continente sul-americano os destinos são de sonho e aventura. Num mercado crescente de empresas de viagem de moto, as opções são inúmeras. Escolher uma é apenas o primeiro dos desafios. América Central ~15.6 PT | 67,7 milhões hab.
A P 5
Belize, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia, Panamá • “ A travessia do Darien Gap tornou-se um negócio para os capitães de veleiros entre o Panamá e a Colômbia”
Bolívia ~12 PT | 10 milhões hab.
A
11
A palavra África pode derivar do Grego aphrike que significa “O oposto de Frio e Terror”. É imediato associar Calor a África, mas está longe de ser uma terra livre do Terror. E isso faz os viajantes que atrai, sentirem-se aventureiros. Argélia 2,4M km2 ~ 26PT | 600km ~1d | 37 milhões hab.
Não tão longe vão os tempos onde questões de segurança na Mauritânia ditaram que o ParisDakar migrasse para as Américas, numa terra que pertence ao deserto. • “ Não esquecer de levar: água, combustível e bons amigos.”
Sahara Ocidental 0,3M km2 ~ 3PT | 1.800km ~3d | 0,5 milhão hab.
A
ÁFRICA
TEMPO Quanto tempo é ideal para disfrutar deste destino. À esquerda: não sabe o que fazer no próximo fim-desemana?
Na terra do Anticiclone, o verde domina apenas intercalado pelo azul das lagoas. O tempo é instável e incerto, mas nada que um bom impermeável não resolva. • “ É difícil errar na escolha dos caminhos em Açores.”
Serra Algarvia 100km2 | 500m
Como usar
Consulte o índice de destinos
Mauritânia ~ 11 PT | 2.100km~3d | 3M hab.
A riqueza deste país devia medir-se em beleza natural, sendo um dos mais pobres em termos de PIB. • “ A segurança tem sido uma preocupação recente das autoridades.”
Patagonia (Argentina) ~11 PT | 2 milhões hab.
P
13
De há algum tempo para cá tornou-se sinónimo de aventura, imortalizada em livro do Chatwin ou Theroux. É um destino clássico para o viajante de moto também. • “ Não gosta de conduzir com vento forte lateral? Err… então é melhor escolher outro”
P
A P
A P
A
AMÉRICA DO NORTE A
EUA ou Canadá, não há muito mais. Mas entre os dois há fauna que vai dos Alces às cascavéis do deserto. Estados Unidos América ~107 PT | 314 milhões hab.
P
A
7
Um país onde cabem mais de 100x Portugal não se pode resumir numa frase. As míticas estradas que ligam as duas costas são um bom sítio para começar. • “ A viagem de Costa-a-Costa permite ver um pouco de tudo e não faltam motos para alugar”
P
A 89
Mogadouro-Castelo de Vide-Lagoa
Portugal Lés-a-Lés
Em viagem.
A intenção da FMP ao organizar o Portugal de Lés-a-Lés é incentivar o mototurismo puro. Já lá vão mais de uma dezena de edições e outras tantas travessias deste nosso território continental, todas diferentes e raramente usando as mesmas estradas. Navegar por Roadbook é uma das delícias desta forma de viajar. Saber ler um é simples:
MiNi
GUiAS Mini GUIA
#1
Estrada não pavimentada
Direcção correcta
SILVES MARAFADO
Por Terras dos Templários Dos vales da Serra da Lousã a Santarém, Capital do Gótico, visitando Dornes, Tomar e Almourol, autênticas preciosidades dos Templários em Portugal: 140 km de emoção e beleza!
Como fazer para levar consigo o Mini-Guia, no porta-mapas da sua moto ou no bolso do casaco da pendura. Este deverá o tamanho adequado para usar na maioria dos porta-mapas de depósito para motos.
DESTAQUE O MINIGUIA, CORTANDO PELA LINHA LATERAL...
2
Se pretender, pode ainda dobrar uma 2ª vez para que caiba no bolso do casaco.
DOBRE O MINI-GUIA AO LONGO DA 1ª DOBRA...
3
DOBRE NOVAMENTE O MINI-GUIA PELA 2ª DOBRA.
O pavimento por aqui é fracote. A vegetação, pelo contrário, começa a ficar mais densa e com melhor qualidade.
Na edição de 2011, percorreu-se Portugal desde Mogadouro a Lagoa, com escala em Castelo de Vide. Mas para o final estava reservada uma das pérolas do percurso: a Serra Algarvia a Norte de Silves.
kms parciais (desde a última nota)
Estrada pavimentada
Notas breves
S. P.: Seguir Placas | S. v. P.: Seguir Via Principal
Santa Clara-a-Velha, vila pacata do concelho de Odemira (já pertenceu a Ourique) vive encaixada na serra e à sombra da bonita Igreja de Santa Clara… de Assis. É banhada pelo Rio Mira (que faz parte do percurso numa travessia sobre um curioso pontão) que nasce na Serra do Caldeirão e percorre 145km até Vila Nova de Milfontes. À semelhança do Rio Sado é dos poucos rios portugueses que corre de Sul para Norte.
Cuidado: a próxima estrada N266 está cheia de ratoeiras, com buracos e lombas. Rota nova e pacata para Sul.
Na edição de 2011, percorreu-se Portugal desde Mogadouro a Lagoa, com escala em Castelo de Vide. Mas para o final estava reservada uma das pérolas do percurso: a Serra Algarvia a Norte de Silves.
“Portugal “Slow roads”, lés-a-lés 2011” jorge Serpa
92
Direcção errada
“Portugal Lés-a-Lés 2011”
Dois guias temáticos para pequenas viagens, recomendadas por quem sabe
1
Para descarregar o roadbook completo da edição número treze, siga esta sugestão
como uSaR um Road-BooK kms totais
instruções
basta seguir as indicações ilustradas abaixo. Tudo o que precisa é um saco de depósito (ou um leitor de roadbook) e o odómetro parcial da moto. Este percurso é um excerto da prova de 2011, focado na área da Serra Algarvia a Norte de Silves. Boa viagem!
93
Mogadouro-Castelo de Vide-Lagoa
Portugal Lés-a-Lés
Em viagem.
A intenção da FMP ao organizar o Portugal de Lés-a-Lés é incentivar o mototurismo puro. Já lá vão mais de uma dezena de edições e outras tantas travessias deste nosso território continental, todas diferentes e raramente usando as mesmas estradas. Navegar por Roadbook é uma das delícias desta forma de viajar. Saber ler um é simples:
MiNi
GUiAS Mini GUIA
#1
Estrada não pavimentada
Direcção correcta
SILVES MARAFADO
Por Terras dos Templários Dos vales da Serra da Lousã a Santarém, Capital do Gótico, visitando Dornes, Tomar e Almourol, autênticas preciosidades dos Templários em Portugal: 140 km de emoção e beleza!
Como fazer para levar consigo o Mini-Guia, no porta-mapas da sua moto ou no bolso do casaco da pendura. Este deverá o tamanho adequado para usar na maioria dos porta-mapas de depósito para motos.
DESTAQUE O MINIGUIA, CORTANDO PELA LINHA LATERAL...
2
Se pretender, pode ainda dobrar uma 2ª vez para que caiba no bolso do casaco.
DOBRE O MINI-GUIA AO LONGO DA 1ª DOBRA...
3
DOBRE NOVAMENTE O MINI-GUIA PELA 2ª DOBRA.
O pavimento por aqui é fracote. A vegetação, pelo contrário, começa a ficar mais densa e com melhor qualidade.
Na edição de 2011, percorreu-se Portugal desde Mogadouro a Lagoa, com escala em Castelo de Vide. Mas para o final estava reservada uma das pérolas do percurso: a Serra Algarvia a Norte de Silves.
kms parciais (desde a última nota)
Estrada pavimentada
Notas breves
S. P.: Seguir Placas | S. v. P.: Seguir Via Principal
Santa Clara-a-Velha, vila pacata do concelho de Odemira (já pertenceu a Ourique) vive encaixada na serra e à sombra da bonita Igreja de Santa Clara… de Assis. É banhada pelo Rio Mira (que faz parte do percurso numa travessia sobre um curioso pontão) que nasce na Serra do Caldeirão e percorre 145km até Vila Nova de Milfontes. À semelhança do Rio Sado é dos poucos rios portugueses que corre de Sul para Norte.
Cuidado: a próxima estrada N266 está cheia de ratoeiras, com buracos e lombas. Rota nova e pacata para Sul.
Na edição de 2011, percorreu-se Portugal desde Mogadouro a Lagoa, com escala em Castelo de Vide. Mas para o final estava reservada uma das pérolas do percurso: a Serra Algarvia a Norte de Silves.
“Portugal “Slow roads”, lés-a-lés 2011” jorge Serpa
92
Direcção errada
“Portugal Lés-a-Lés 2011”
Dois guias temáticos para pequenas viagens, recomendadas por quem sabe
1
Para descarregar o roadbook completo da edição número treze, siga esta sugestão
como uSaR um Road-BooK kms totais
instruções
basta seguir as indicações ilustradas abaixo. Tudo o que precisa é um saco de depósito (ou um leitor de roadbook) e o odómetro parcial da moto. Este percurso é um excerto da prova de 2011, focado na área da Serra Algarvia a Norte de Silves. Boa viagem!
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