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PICOS

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ESPERANTINA

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A feira de Picos faz história e já foi considerada a terceira maior do Brasil, confirmando o empreendedorismo dos seus habitantes

TODO DIA É DIA DE FEIRA EM PICOS Desde a freguesia passando por vila até à fundação da cidade de Picos, uma coisa nunca mudou no município modelo também conhecido como Capital do Mel ou Terra do Alho e da Castanha. Com 131 anos completados em 12 de dezembro de 2021, Picos é movida pelo comércio e tem a feira, que já foi apontada como a terceira maior do Brasil, como sua marca registrada.

Tudo começou com a chegada da família Borges Leal e seus 11 filhos que tiveram a ideia de plantar alho e cebola nas margens do rio Guaribas, que banha a cidade. Depois dos Borges Leal vieram pernambucanos, baianos e vários outros colonizadores – o que explica a grande diversidade étnica que caracteriza a população picoense.

Para o jornalista e repórter de TVAntônio Rocha, fatores como a localização no centro sul do Piauí fizeram de Picos um grande polo econômico. "O picoense tem uma grande vocação para os negócios. Um talento empreendedor", afirma. "Aqui (no mercado público da cidade) ninguém sai sem comprar alguma coisa. O povo diz que quem vem aqui tem que levar algo, nem que seja um saquinho de castanha", brinca.

Aforte tendência do picoense para os negócios pode ser constatada pelo grande número de famílias que fizeram história no comércio local. Entre eles está o historiador Higo Meneses, responsável pelo perfil @picosdasantigas e professor de escola pública, que enumera comerciantes que fizeram história como Domingos Carreiro Varão, Urbano Eulálio e Florêncio Bento Bezerra. "Adécada de 1940 foi um divisor de águas em nossa História. Anterior a esse período, o município já era um grande produtor agrícola, mas foi com a chegada da BR 320, que corta o país de leste a oeste (e passa pela cidade), que a economia local seguiu um outro curso. Picos passou a atuar, massivamente, na prestação de serviço. Arodovia fez com que, aos poucos, a feira livre se tornasse uma das maiores do país e despontasse entre às três maiores da região Nordeste", relata. "Nossa feira livre não é só uma atividade econômica, é um patrimônio imaterial e simbólico de nossa 'picoensidade'", ensina o professor Higo. O também historiador Ronaldo Moura explica que "a feira livre iniciou nas proximidades de Igrejinha Coração de Jesus, por volta do final do século XVIII. Depois ela foi para a praça Félix Pacheco e, por último, para perto do mercado. Ahistória de Picos está totalmente relacionada ao comércio e à feira livre".

Em 2018 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) classificou Picos como a cidade produtora do terceiro maior Produto Interno Bruto do estado. Asoma de todos os bens e serviços finais produzidos na cidade chegou a de R$ 1,39 bilhão, valor relativo ao crescimento de 13,24% em relação ao ano anterior. Na época, o PIB de Picos ficou atrás apenas de Teresina (R$ 19,14 bilhões) e Parnaíba (R$ 1,92 bilhão).

O secretário de Agricultura de Picos Mazukiel Alves avalia que hoje a produção de alho não define mais a economia da cidade, “É coisa do passado”, afirma Mazukiel. Sobre a apicultura ele brinca: "podem até dizer que o mel que exportamos não é todo nosso, mas tudo se concentra aqui. É aqui que moram quase 100% dos produtores. Já chegaram a produzir 950 toneladas e exportaram R$ 10 milhões, através do Empreendedorismo Solidário da Casa APIS".

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