frotas
#1 OUTUBRO 2016
PROFISSIONAL
BRISA: “COMPRAMOS TODOS OS ANOS 200 CARROS”
VOLVO V90
MERCEDES E STATION
REGRESSO PROMETEDOR
QUALIDADE FUNCIONAL KIA APOSTA NAS FROTAS
CADA VEZ MAIS ALTERNATIVAS
BMW I3 AUTONOMIA EXTENDIDA
NOVO
ALFA ROMEO GIULIA
GUIÁMOS
VW PASSAT GTE
BMW 740 I
NISSAN LEAF
DESPORTIVO E POUPADO
UMA SEMANA A ANDAR
SUMÁRIO #1
OUTUBRO 2016
RADAR
12 Eficiência e sustentabilidade são prioridades nas frotas
28 Renault Megane SW
BARÓMETRO
16 Valores residuais sobem TENDÊNCIAS
20 Veículos autónomos em marcha acelerada NOVOS MODELOS
24 Mercedes-Benz E Station 30 Renault Clio 32 BMW i3 / BMW Série 7 34 Kia Optima SW 36 Mazda 6 38 Hyundai i30 40 Opel Astra ST
PERSPETIVA
72 Grupo FCA quer regressar ao pódio
DESTAQUE
64 Kia aposta nas frotas CLIENTE
68 Brisa renova 200 veículos todos os anos COMERCIAIS
76 Mercedes-Benz VisionVan 81 Agenda Fiscal
78 Peugeot Boxer GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO
42 Volvo V90 46 Audi A4 48 Renault Talisman 50 Audi A3
52 Alfa Romeo Giulia 56 VW Passat GTE 58 Fiat Tipo 60 Nissan LEAF OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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EDITORIAL
frotas PROFISSIONAL
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SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL: GERAL@TURBO.PT
imestralmente vai receber a Turbo Frotas que, mais do que uma revista, é uma ferramenta de trabalho destinada a todos aqueles que, nas suas empresas ou no âmbito das respetivas atividades, têm de planificar a compra e todas as vertentes relacionadas com a utilização de viaturas.
DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO
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A Turbo Frotas tem por base o rigor da informação e as reconhecidas competências da equipa que há 35 anos produz a Turbo, líder no segmento das publicações de automóveis em Portugal. São esses conhecimentos e princípios que, agora, dão corpo à primeira publicação destinada ao mercado das compras profissionais, focada na divulgação e análise de produtos e serviços. De uma forma mais clara: a Turbo Frotas testa e analisa os novos modelos, as suas qualidades e aptidões, sempre numa perspetiva de utilização profissional, levando em conta aspetos como a qualidade ou o equipamento, mas enfatizando sempre as caraterísticas económicas e as implicações financeiras para as empresas, sejam elas de grande ou pequena dimensão, rent a car, ou um escritório de advogados. Sabemos que esse impacto contabilístico é cada vez mais relevante e, por isso, estaremos especialmente atentos às entrelinhas de uma le-
gislação complexa e matreira, levando até si os detalhes que não lhe podem escapar. Todas as empresas, todos os profissionais, querem e precisam de bons produtos, mas se é verdade que cada vez menos existem "carros péssimos" ou modelos isentos de problemas, daqui resulta que os fatores objetivos (como o enquadramento fiscal ou os custos de manutenção e de utilização, só para citar alguns exemplos) são aqueles que, numa compra profissional, acabam por fazer a diferença. A Turbo Frotas chegará até si e à sua organização bimestralmente, mas porque se trata, como dissemos, de uma ferramenta de trabalho, focada num setor caraterizado por uma enorme dinâmica, o site que em breve estará disponível e as newsletters que enviaremos todas as semanas encarregar-se-ão de manter um contacto que, acreditamos, ser-lhe-á muito útil. É esse o nosso objetivo.
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
TIRAGEM 3500 EXEMPLARES ISENTA DE REGISTO NA ERC AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART.O 12º Nº 1 A. DEPÓSITO LEGAL N.º 415871/16 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS
MAZDA
ENTRADA NOS TÁXIS A Mazda entrou no mercado português de táxis com o modelo Mazda 3 CS SKYACTIV-D 1.5 Evolve, que está disponível a partir de 20 315 euros e oferece um nível de equipamento bastante completo
C
om base no modelo Mazda 3 e na carroçaria sedan, denominada Coupé Style (CS), a marca japonesa fez a estreia no mercado português de táxis. A evolução do parque automóvel de veículos que fazem serviço regular de passageiros levou ao aparecimento de novos concorrentes neste mercado, que procuram ganhar o seu espaço.
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A Mazda decidiu assim apostar neste subsegmento, com uma proposta talhada para este tipo de operação. Segundo o responsável de vendas a frotas da Mazda Motor Portugal, Rui Curro, “trata-se de uma versão equipada com o muito aplaudido e poupado motor SKYACTIV-D 1.5 de 105 cv e 270 Nm, o qual regista consumos combinados de 3,8 litros aos 100 km e com apenas 99 gramas de emissões de CO2. São valores muito competitivos e que, decerto, irão contribuir para a redução dos
custos inerentes a este serviço, quer no processo de aquisição, quer na exploração da frota. Destaco ainda dois outros fatores, inerentes aos custos de manutenção, nomeadamente ao sistema de distribuição por corrente e a não utilização de ureia (AdBlue), num forte contributo para a sua redução”. Disponível a partir de 20 315 euros (preço chave na mão), o Mazda 3 CS SKYACTIV-D 1.5 Evolve “Táxi” dispõe de um equipamento bastante completo e pensado para atribuir os melhores níveis
FORD
CUSTOS OTIMIZADOS
MAZDA 3 CS SKYACTIV-D 1.5 EVOLVE A versão “Táxi” pretende conquistar uma fatia importante do segmento e estará disponível na carroçaria sedan, numa única motorização e no nível de equipamento Evolve
O
s engenheiros da Ford afinaram o software do motor dos modelos Mondeo, S-MAX e Galaxy, para proporcionar uma redução nas emissões de CO2 de até 7%. Em causa estão os blocos diesel 2.0TDCi, de 150 ou 180 cv, com transmissão automática PowerShift de seis velocidades e tração dianteira. Assim, o Mondeo com estas motorizações tem agora consumos a partir de 4,6 l/100 km e emissões de CO2 de 120 g/ km, menos 5 g/km. Já os modelos S-MAX apresentam consumos a partir dos 5 l/100km e emissões de CO2 de 129 g/km, até menos 10 g/km. No modelo Galaxy, alcançam-se consumos médios a partir de 5,2 l/100km e 134 g/km de CO2, uma redução de 5 g/km. O melhorado motor 2.0TDCi da Ford com um turbocompressor de geometria variável tem o bloco do motor, cilindros e injeção de combustível com design otimizado e um sistema de pós-tratamento de gases de escape com armadilha de NOx para emissões mais limpas.
NISSAN LEAF NA UBER
A de conforto, tanto ao condutor como aos passageiros, nas suas deslocações urbanas e extra-urbanas, incluindo ar condicionado automático dual zone, Bluetooth com controlo por voz, HMI com ecrã tátil de 7 polegadas, leitor de CD com seis colunas, volante e manípulo da caixa de velocidades em pele, cruise control, retrovisor interior automático, jantes de liga leve 16”, sistema de ajuda ao arranque em subida, i-Stop e sistema de navegação (este último como opcional). A bagageira, por sua vez, tem uma capacidade de 149 litros. No domínio da segurança, o Mazda 3 CS “Táxi” conta com sistema de ajuda à travagem em cidade, faróis de nevoeiro, assistência à travagem de emergência, distribuição eletrónica da força de travagem e sistema de monitorização da pressão dos pneus./
Nissan e a Uber iniciaram um projeto-piloto na cidade de Londres, com 20 unidades do modelo elétrico Leaf e ao abrigo de uma iniciativa na EST (Energy Saving Trust) que pretende analisar a possibilidade de utilizar em larga escala modelos de emissões zero para privados que fornecem serviços de transporte em Londres. O comportamento dos veículos em condições reais de utilização será avaliado pela Uber e pela EST. Esta entidade irá avaliar a experiência, os padrões de utilização e a redução de gastos por parte dos condutores, verificando também a capacidade da rede da metrópole, com dois mil postos de carregamento, para corresponder ao crescimento desta alternativa de menor impacto ambiental.
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS OPEL
AMPERA-E VAI TER AUTONOMIA DE 400 KM
O
primeiro automóvel totalmente elétrico produzido em série da Opel, o Ampera-e, terá uma autonomia superior a 400 quilómetros no ciclo NEDC (New European Driving Style), que atualmente constitui a norma para estabelecer comparações entre diferentes veículos. A marca alemã reivindica que este resultado torna este modelo o veículo elétrico do seu segmento com maior autonomia. Na comparação com os seus concorrentes diretos, verifica-se que o BMW i3, mesmo equipado com os mesmo conjunto de baterias com capacidade de 33 kWh, permite percorrer até 300 km em ciclo NEDC, enquanto o Nissan LEAF atinge os 250 km, o Renault ZOE 240 km. Ao disponibilizar uma autonomia superior em 100 km face ao seu concorrente mais próximo, o Ampera-e (que tem no Chevrolet Bolt um irmão gémeo no mercado norte-americano) pretende assumir-se como a nova referência no segmento. A autonomia real deverá ser inferior ao homologado no ciclo NEDC, devido a fatores como as caraterísticas da estrada, as condições meteorológicas, o tipo de condução ou o peso adicional transportado. Não obstante, a Opel garante que será perfeitamente possível percorrer mais de 300 km sem necessidade de recarregar, mesmo num perfil médio de utilização despreocupada. Com um comprimento de 4,17 metros, o Ampera-e dispõe de um habitáculo espaçoso para cinco adultos e de uma bagageira volumosa, de 381 litros. A volumetria acima da média
EUROPCAR ADQUIRE BRUNEL O Grupo Europcar reforçou a oferta de mobilidade com a aquisição da empresa britânica Brunel, especializada na prestação de serviços de transporte executivo, com recurso a aplicações móveis. Sediada em Londres, a Brunel está
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deve-se à instalação dos dez módulos de baterias sob o piso e à adaptação ao formato do automóvel. Isso significa que não há desperdício de espaço. A bateria, desenvolvida em parceria com a LG Chem, consiste em 288 células de iões de lítio, alcançando uma capacidade de 60 kWh. Este veículo vem equipado com um motor elétrico que desenvolve uma potência máxima de 150 kW (204 cv) e u m binário máximo de 360 Nm. A aceleração dos 0 aos 50 km/h é realizada em 3,2 segundos e a recuperação de 80 a 120 km/h em 4,5 segundos. A velocidade máxima está limitada a 150 km/h. O Ampera-e recebe igualmente um evoluído sistema de recuperação de energia que permite recarregar as baterias em andamento, bastando ao utilizador aliviar a pressão no acelerador quando conduz no modo normal “Drive”. Nessa situação, o sistema regenera a energia oriunda do motor elétrico, que também pode funcionar como gerador. Para maximizar a regeneração de energia do motor, o condutor pode recorrer a uma patilha colocada atrás do volante, que liga o modo “Regen on Demand”, enquanto estiver apertada. O efeito de travão do motor aumenta quando é selecionado o modo “Low”, potenciando a capacidade de regeneração de energia. Este efeito é tão poderoso que, em muitas situações normais de circulação, dispensa a utilização do pedal de travão para imobilizar o veículo. Os modelos de simulação da Opel indicam que uma condução adequada permite aumentar a autonomia até 5%. /
vocacionada para o mercado ‘corporate’. A Europcar refere que esta aquisição surge no âmbito da estratégia de construção de uma oferta mais abrangente, que permita ir ao encontro das necessidades de cada cliente. Por exemplo, a Brunel oferece serviços específicos e de valor acrescentado para roadshows e gestão de eventos, que estão igualmente disponíveis, mundialmente, através de uma rede de parceiros em 75 países, e em 480 cidades.
100 MIL ELÉTRICOS RENAULT A Renault entregou a um cliente norueguês as chaves do centésimo milésimo veículo elétrico por si produzido, um Renault ZOE. O marco histórico foi alcançado cinco anos após o lançamento do primeiro veículo da gama ZE. A Renault reivindica a liderança de vendas na Europa. No primeiro semestre de 2016, foram comercializados mais de 15 mil automóveis elétricos
(excluindo o Twizy), um aumento de 32% face a 2015. Os principais mercados destes veículos são França, Noruega, Reino-Unido e Alemanha.
SIXT LEASING ADQUIRE TOTALIDADE DA SXB
COMERCIALIZAÇÃO ARRANCA EM 2017 Com mais 100 km de autonomia face ao concorrente mais direto, o Opel Ampera-e chega ao mercado na primavera de 2017 e, segundo a marca, será proposto a um preço razoável. A conetividade também será total.
A Sixt Leasing adquiriu a totalidade do capital da SXB Managed Mobility, uma empresa suíça onde detinha uma participação de 50%. A Sixt Leasing é um dos maiores fornecedores independentes de serviços de leasing da Alemanha e esta operação representa mais um passo na sua estratégia para a internacionalização das suas atividades de gestão de frotas. A SXB Managed Mobility tem sede em Urdorf, perto de Zurique, e é especializada em gestão de frotas. Foi fundada, em abril de 2005, como uma joint-venture 50/50 entre a Sixt Leasing e a Business Fleet Management, uma subsidiária da Swisscom. Com esta operação, a Sixt adquiriu os restantes 50% da empresa à Business Fleet Management.
ALD ULTRAPASSA 1,3 MILHÕES DE VEÍCULOS A ALD Automotive assinalou um novo recorde ao gerir uma frota superior a 1,3 milhões de veículos em todo o mundo. O novo marco histórico foi alcançado na sequência da aquisição da Parcours, ao que se junta um crescimento orgânico e continuado desta filial do Grupo Société Générale. No decorrer de 2016, a ALD Automotive registou um aumento de 100 mil contratos, o que equivale ao crescimento anual alcançado em 2014 e 2015. Com este resultado, a ALD Automotive reivindica ter alcançado a liderança no mercado europeu, assim como a consolidação no terceiro lugar em todo o mundo no mercado de Renting e Gestão de Frotas. Segundo a empresa, este resultado foi alcançado graças ao crescimento obtido em todos os canais de venda e pela cobertura geográfica única, com operações em 41 países de quatro continentes.
SPIRI LANÇA CARPOOLING A Start-up dinamarquesa Spiri pretende lançar um serviço de carpooling em 2017, recorrendo a uma frota constituída inteiramente por veículos elétricos. A empresa afirma que irá combinar as vantagens de serviços de car-sharing como o car2go e as redes de partilhas de boleias como o UberPool num único modelo de negócio. Os consumidores poderão utilizar a frota elétrica da Spiri
através de duas modalidades: como condutor, sendo a viagem gratuita se apanhar passageiros para o mesmo destino, deixando-os perto do local; ou como passageiro, funcionando o serviço como outras formas de transporte público e com um tarifário semelhante. “O veículo da Spiri irá consumir menos 50% de energia em comparação com um automóvel convencional de combustão”, afirma o CEO da empresa Spiri, Stefan Holm Nielsen.
MERCADO DE USADOS CRESCE A procura e oferta de carros usados registou um crescimento de 9,6% e de 11,9%, respetivamente, no primeiro semestre de 2016 e em comparação com período homólogo do ano anterior, revelam os dados do portal Standvirtual. De acordo com esta entidade, no total, foram registados mais de 250 mil veículos para venda, tendo o preço médio aumentado 24%. O valor médio de um
automóvel aumentou de 9 861 euros, no primeiro semestre de 2015, para 12 254 euros em igual período deste ano. O BMW 320, o Volkswagen Golf e o Mercedes-Benz C-220 foram, respetivamente, os três carros mais pesquisados durante o período analisado.
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS KIA
SPORTAGE LIDERA ESTUDO DA J.D. POWER
O
Kia Sportage ganhou mais um prémio pela sua qualidade e fiabilidade, ao assegurar o primeiro lugar na edição deste ano do J.D. Power Vehicle Dependability Study (Estudo de Fiabilidade Automóvel), no segmento dos SUV compactos. O estudo é efetuado todos os anos na Alemanha, uma vez que se trata do maior mercado automóvel europeu, sendo a mais abrangente sondagem de longo prazo entre os 15 mil proprietários de veículos . Na análise, a terceira geração do SUV coreano (a anterior à que está disponível no mercado desde janeiro) destacou-se pelo número extremamente baixo de falhas apontadas pelos utilizadores, medidas pela J. D. Power em problemas por cem carros (PP100). O resultado de 45 PP100 do Sportage traduziu-se numa vitória no segmento dos SUV compactos, mas também o colocou em primeiro lugar no total de 68 modelos oriundos de 24 fabricantes. O Sportage, modelo da Kia mais vendido na Europa, averbou a liderança com uma distância de 13 pontos para o segundo colocado, não tendo apresentado qualquer debilidade em nenhuma das categorias, ao mesmo tempo que alcançou as primeiras posições em itens relativos a Exterior, Interior e Ar Condicionado. /
BMW VAI REFORMULAR ESTRATÉGIA NA GAMA ELÉTRICA
SKODA ALARGA GAMA DE SUV
Fontes próximas do presidente do Grupo BMW, Harald Krueger, disseram ao meio de comunicação social germânico Handelsblatt que a marca bávara se prepara para reformular a sua estratégia no campo das motorizações elétricas. O objetivo passará por ter uma oferta mais alargada, com a introdução desta opção em vários modelos de produção em série, devendo surgir versões de emissões zero do Série 3, do X4 e do Mini Cooper, contrariando a atual aposta em modelos específicos como o i3 e o i8, com utilização intensiva da fibra de carbono para redução do peso. A
Após ter recentemente lançado o seu primeiro SUV, o Kodiaq, a Skoda prepara-se para reforçar a sua ofensiva no segmento que mais cresce a nível europeu, e que, segundo algumas estatísticas, representa já 25% das vendas no nosso continente. A confirmação surgiu por parte do responsável de desenvolvimento de produto do fabricante checo, Guido Haak, que não deixou margem para dúvidas ao afirmar: “Com o Kodiaq entrámos num novo segmento que cresce rapidamente, o dos grandes SUV. É algo muito importante
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entrada em comercialização destes modelos deverá ocorrer dentro de dois anos, e, além de ajudar a descer a média de emissões da marca, também tem como objetivo rivalizar com a Tesla e com os seus adversários ‘premium’, que recentemente confirmaram o reforço da aposta nesta alternativa de mobilidade: Mercedes-Benz, Audi e Jaguar.
FIABILIDADE E QUALIDADE O Kia Sportage destacou-se na sondagem, que contou com a participação de 15 mil proprietários, pelo número extremamente baixo de falhas
para a Skoda, e outros SUV se seguirão.” De momento, apenas existe esta declaração de intenções de Guido Haak, mas segundo a Autoplus.fr, que difundiu esta notícia, a futura gama de SUV da Skoda poderá contar com versões híbridas e totalmente elétricas, algo que está em linha com a intenção do Grupo Volkswagen lançar 25 modelos de emissões zero ao longo da próxima década.
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RADAR
MERCADO
PRIORIDADES DAS FROTAS
EFICIÊNCIA É APOSTA As empresas irão investir em renovação de frota até final do ano e a aposta passa também por soluções ambientalmente mais sustentáveis, enquadradas, nalguns casos, pela Lei da Fiscalidade Verde ou numa perspetiva de redução das emissões. O recurso a capitais próprios ou ao renting são as modalidades preferidas para aquisição TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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O
mercadoportuguêsdeveículos ligeiros registou um aumento de 15% nos primeiros oito meses de 2016 e, caso se mantenha este ritmo de crescimento até final do ano, deverão ser matriculadas cerca de 240 mil unidades (incluindo ligeiros de passageiros e veículos comerciais). O segmento profissional, que cresceu 9% até julho e que representa cerca de 70% do volume total de vendas (incluindo empresas e rent-a-car), deverá contribuir com 168 mil unidades. Alguns dos maiores frotistas nacionais, contactados pela ‘Turbo Frotas’, confirmam que irão investir em renovação de frota até final do ano e irão apostar em soluções que permitam baixar as emissões de CO2, incluindo veículos mais sustentáveis em termos ambientais, caso de motorizações elétricas. A EDP, por exemplo, irá adquirir 270 unidades, o que representa cerca de 8% da frota. Fonte oficial da empresa adianta que a renovação irá abranger utilitários de
passageiros, furgões e Pick-ups. A principal aposta vai para pequenos utilitários diesel e veículos elétricos, estando esta última solução enquadrada ao abrigo Lei da Fiscalidade Verde, que concede incentivos fiscais às empresas, designadamente em termos de dedução do IVA e de tributação autónoma. A EDP, recorde-se, recebeu este ano 25 unidades do Nissan LEAF, naquela que foi a maior frota de veículos elétricos entregue de uma só vez em Portugal. A incorporação daquelas unidades demonstra o empenho na migração para formas de transporte mais sustentáveis e os novos investimentos vêm confirmar essa aposta. A Brisa também vai privilegiar a aquisição de veículos mais sustentáveis a nível ambiental para renovação de frota, estando prevista a receção de 30 unidades novas até final do ano, o que representa cerca de 5% da frota. O plano de investimento inclui ligeiros de passageiros híbridos Plug-in e 100% elétricos, com elevada performance energética, assim como comerciais ligeiros e pesados. Em termos de financiamento, a Brisa irá recorrer à solução de renting.
9%
CRESCIMENTO DO SETOR DE GESTÃO DE FROTAS ATÉ JULHO DE 2016
70% O maior investimento de renovação de frota, porém, será protagonizado pela Portugal Telecom, que irá receber cerca de 1500 unidades, incluindo ligeiros de passageiros e veículos comerciais. Nesta aquisição não estão contempladas soluções enquadráveis ao abrigo da Lei da Fiscalidade Verde, uma vez que o investimento abrange apenas veículos com sistemas de propulsão tradicionais. No que se refere a soluções de financiamento, a opção da Portugal Telecom recai no leasing. Entre as maiores empresas nacionais, destaque ainda para os CTT, que, até final do ano, irão continuar a apostar na renovação de frota, embora a sua aposta, para este último trimestre, esteja orientada para motociclos, triciclos e quadriciclos elétricos, assim como pesados de mercadorias. Fonte oficial dos CTT refere que, “do ponto de vista global de toda a frota da empresa, visa-se a aquisição de veículos com um maior grau de eficiência possível”. No universo da frota operacional, a empresa tem vindo a apostar nas novas soluções enquadráveis ao abrigo da Lei da Fiscalidade Verde, destacando-se “os veículos 100%
elétricos a adquirir e já adquiridos”. Nestes veículos, elétricos e pesados, a aquisição “não é efetuada através de soluções de financiamento, mas sim através de capitais próprios da empresa”. Por seu lado, a Vodafone Portugal, que todos os anos renova viaturas na sua frota, irá adquirir 22 unidades, de todos os segmentos de ligeiros de passageiros, até final de 2016. A operadora de telecomunicações irá integrar na sua frota viaturas enquadráveis ao abrigo da Lei da Fiscalidade Verde, uma vez que “privilegia a aquisição de viaturas menos poluentes”, segundo refere fonte da empresa. Os veículos serão adquiridos através de capitais próprios da empresa ou com recurso a aluguer operacional (AOV). Todavia, não são só as empresas com frotas de grandes dimensões que irão renovar parte do seu parque circulante até final do ano. A Resiquímica, por exemplo, que tem ao seu serviço 21 viaturas, também irá substituir três veículos ligeiros de passageiros, de gama média e baixa, optando por motorizações de combustão. A solução de financiamento privilegiada por esta empresa é o aluguer operacional. /
PESO DO MERCADO PROFISSIONAL NAS VENDAS DE LIGEIROS
168 MIL
PREVISÃO DE VENDAS DE VEÍCULOS PARA O MERCADO PROFISSIONAL
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RADAR
MERCADO
JOAQUIM GONÇALVES, Diretor Comercial da FINLOG
MANUEL DE SOUSA, Diretor Geral da ALD Automotive
PERSPETIVAS OTIMISTAS
N
a nossa perspetiva, o mercado frotista em Portugal deverá crescer em 2016, continuando o seu processo de consolidação, o qual a ALD Automotive irá acompanhar. Especificamente para o último trimestre, temos previsões muito otimistas. Historicamente é um trimestre muito dinâmico, por outro lado, a previsão de números que temos colocam-nos numa expetativa de crescimento bastante razoável. Este será também um final de trimestre muito ativo, com o lançamento de um novo produto de Renting destinado a pequenas empresas e clientes individuais.
PEDRO PESSOA, Diretor Comercial da Leaseplan Portugal
MANUTENÇÃO DA QUOTA
O
o setor de gestão de frotas apresentou um crescimento de 9%, nos primeiros sete meses do ano, representando cerca de 17 mil novos contratos de Renting para a LeasePlan. Acreditamos que, no final do ano, o setor de gestão de frotas vai crescer e aproximar-se da sua quota habitual dentro das vendas automóveis. Para a LeasePlan Portugal, o ano começou lento, mas com a conquista de negócios estratégicos e a dinâmica das PME, esperamos terminar o ano bastante fortes.
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EXPETATIVAS SUPERADAS
N
uma perspetiva geral, o mercado de frotas português tem vindo a demonstrar um crescimento muito positivo no ano corrente, contribuindo não só para o desenvolvimento deste mercado específico, mas também para o crescimento do mercado automóvel, sendo o Renting o segundo fator que mais contribuiu para o crescimento deste mercado, nos primeiros meses do ano. Os dados do crescimento do Renting automóvel a nível nacional comprovam que esta é cada vez mais uma solução procurada pelo mercado, pela necessidade de diminuir custos nas suas empresas ou atividade independente, mas também pela vantagem de otimizar os seus recursos disponíveis. No caso da Finlog, as nossas soluções permitem aos clientes otimizar as suas frotas (sejam elas compostas por 100, 10 ou 1 viatura) com um serviço completo e a um preço altamente competitivo, libertando-os de todos os riscos operacionais e permitindo-lhes concentrar apenas na sua atividade principal. O primeiro trimestre de 2016 superou todas as expetativas da Finlog. Cumprimos o objetivo de aumentar o parque de viaturas gerido pela marca e verificámos um crescimento significativo na produção de novos contratos. Alargámos a nossa base de clientes e, por conseguinte, reforçámos substancialmente a nossa área comercial, que tem atualmente o dobro de colaboradores do que tinha no ano passado. Também no primeiro trimestre de 2016, renovámos a nossa imagem, que comunicamos ao público. A tendência deste mercado é continuar em crescimento, muito devido ao alargamento do target tradicional, com o lançamento de ofertas específicas para novos segmentos de mercado, como as PME, empresários em nome individual e profissionais liberais, mas também ao nível dos particulares, que demonstram um maior interesse pelas soluções de Renting. Para este facto não é alheia a gradual mudança de mentalidades do condutor português que valorizava tradicionalmente a propriedade da viatura – a maioria dos portugueses fazia questão de ser “dona” do seu automóvel. Esta visão está a mudar, sobretudo ao nível das gerações mais novas, que começam a encarar o automóvel como uma ferramenta de mobilidade.
GESTÃO
BARÓMETRO
VALORES RESIDUAIS CONTINUARÃO EM ALTA Segundo o último estudo trimestral da consultora FleetData, a relativa escassez de “produto” no mercado de usados fará com que, nos próximos tempos, os preços médios continuem elevados. Tal determinará valores residuais relativamente estáveis ou com tendência para subir
D
e acordo com o UCBook – Market Index que a FleetData realiza regularmente, no primeiro trimestre de 2016 o número de viaturas colocadas no mercado pelo segmento profissional caiu 5,5% face ao trimestre anterior. Recorde-se que a evolução deste indicador é fundamental para determinar o comportamento futuro dos valores residuais. Segundo este estudo, que leva em conta, em média, um total de 3500 a 4000 transações mensais realizadas por gestoras de frotas, rent-a-car, leiloeiras, entidades financeiras e grandes comerciantes de usados, o segmento dos pequenos familiares foi aquele que mais caiu (-12,5%), seguido pelos familiares médios (-7,1%) e pelos pequenos utilitários (-3,6%). Em sentido oposto, os veículos comerciais registaram uma tendência positiva: 6,6% no caso dos derivados de turismo e 1,2% nos furgões. Olhando para este comportamento e reparando no que aconteceu durante todo o ano de 2015, vemos que o ano denotou oscilações relativamente importantes. Ainda assim, aquilo que se constata é que, depois de um desempenho geralmente negativo em 2014, com quebras no número de unidades colocadas em praticamente todos os trimestres (a exceção foi o segundo trimestre, com uma evolução positiva de 3 ,5%, que compara com quebras de 16,1% no primeiro trimestre, 27,7% no terceiro e 4,4% no último), o ano de 2015 denota um aumento do número de transações em todos os trimestres (exceção ao terceiro, com uma evolução negativa de 2,7%). Também numa
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
perspetiva global, constata-se que enquanto os comerciais tiveram em 2015 um desempenho geralmente negativo, o que significa que esses veículos ficaram “retidos” durante mais tempo, o que gerou alguma escassez no mercado, já os utilitários e os pequenos familiares tiveram uma acentuada rotatividade, o mesmo acontecendo com os familiares médios que, ainda assim, no segundo e quarto trimestre de 2015 colocaram no mercado significativas quantidades de veículos. A tendência acima referida é, porventura, ainda mais clara na análise comparativa entre períodos homólogos. Ou seja, em termos globais verifica-se que no primeiro trimestre de 2016 o volume de transações registou uma queda de 5,8% cabendo aqui a responsabilidade principal ao segmento dos comerciais (uma quebra de 48,6% nos furgões e 12,0% nos derivados de turismo). Já nos utilitários e nos pequenos familiares assistiu-se a uma estabilidade, enquanto entre os familiares médios registou-se um aumento ligeiro de transações (3,4%). Ou seja, enquanto entre os comerciais assistimos a uma retenção das viaturas, já nos ligeiros o mercado segue um ritmo estável, pelo que não são expetáveis oscilações significativas nos valores de comercialização.
IDADE MÉDIA AUMENTA Sem surpresas, a idade média dos veículos comercializados continua a aumentar, reflexo do desempenho do mercado de frotas nos anos de 2012 a 2014. Assim, depois de em 2014 a idade média se ter situado ao redor dos 50 meses, em 2015 esteve sempre acima dos 54 meses, para se situar nos 59 meses no penúltimo trimestre. Já em 2016, nos
MERCADO DE LIGEIROS ESTÁVEL O mercado de usados de veículos de ligeiros segue um ritmo estável, não sendo de esperar oscilações significativas nos valores de venda. Nos comerciais, verifica-se uma retenção das viaturas
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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GESTÃO
BARÓMETRO
primeiros três meses, a idade média situou-se nos 57 meses, o que contrasta com os 51 meses do período homólogo de 2015 e, ainda mais, com os 48 meses do primeiro trimestre de 2014. Por segmentos, o pior desempenho pertence aos derivados de turismo (62 meses) e furgões (56 meses ), enquanto nos ligeiros há um equilíbrio entre os utilitários (54 meses), pequenos familiares (55) e familiares médios (57). Comparando com o primeiro trimestre de 2014, vemos que foram os familiares médios que mais “envelheceram” (51 meses de idade média em 2014). Entretanto, ainda em relação ao importante indicador que é a idade, concluímos que ela tem vindo a registar uma variação positiva, o que acontece desde o quarto trimestre de 2008. Apenas os furgões têm uma performance negativa, em oposição aos derivados de turismo, que registam o melhor valor. A análise feita à idade tem, naturalmente, correspondência plena na quilometragem média dos veículos transacionados, que evoluiu negativa-
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
mente, situando-se agora (primeiro trimestre deste ano) nos 125 mil quilómetros. Com alguma naturalidade são os veículos comerciais que mais “prejudicam” esta média (162 515 para os derivados de turismo e 147 933 para os furgões). Já entre os veículos de passageiros, nos utilitários registou-se um agravamento (94 mil para 100 mil quilómetros), mas nos pequenos familiares (121 mil para 120 mil) e nos familiares médios (132 mil para 130 mil) há mesmo uma variação positiva, sendo certo, ainda assim, que estamos longe dos valores médios de 2012 (a idade média rondava os 103 mil quilómetros).
PREÇOS SOBEM… Apesar de uma certa degradação da idade e da quilometragem, igualmente reflexo da situação vivida nos anos de 2012 a 2014 é a forma como os preços se comportaram no primeiro trimestre de 2016. Registou-se, assim, um agravamento médio de 5,7% face ao mesmo período do ano passado,
prosseguindo uma tendência que se vem verificando desde o final de 2014. De referir, também, que esta tendência se tem acentuado, facto que fica mais claro quando olhamos para a comparação entre o primeiro trimestre de 2015 e último trimestre de 2014 e os períodos correspondentes de 2016 e 2015. Em termos absolutos, vemos que, para o aumento médio dos preços, o contributo determinante é dado pelos veículos comerciais derivados de turismo, cujo aumento médio foi de 20,7% face ao período equivalente de 2015. Desempenho idêntico tiveram os familiares pequenos (9,2% de aumento médio do preço) e os utilitários (2,6%), enquanto os familiares médios (1,8%) e os furgões (2,2%) viram os preços médios cair.
...E CONTINUARÃO A SUBIR Não querendo entrar em futurologia, diríamos que, face às incertezas económicas, fiscais e políticas, a evolução dos principais indicadores se irá man-
Nº TRANSAÇÕES - EVOLUÇÃO TRIMESTRAL
DERIVADOS COM ELEVADA PROCURA O aumento do preço médio deve-se, sobretudo, aos veículos comerciais derivados de turismo
57
MESES, IDADE MÉDIA DAS FROTAS EM 2016
5,7%
AUMENTO MÉDIO DOS PREÇOS NO PRIMEIRO TRIMESTRE
125
MIL QUILÓMETROS É A MÉDIA DOS VEÍCULOS TRANSACIONADOS
(EM %) SEGMENTOS
1º/15
2º/15
3º/15
4º/15
1º/16
UTILITÁRIOS
36,4
-8,7
12,4
-9,5
-3,6
13
1,8
-2,6
14,5
-12,5
-6,2
23,2
-6,7
18,3
-7,1
2,2
18,1
-33
7,4
6,6
FURGÕES
21,4
-16,2
-15,3
-5,1
1,2
MÉDIA MERCADO
13,6
1,6
-2,7
5,2
-5,5
FAMILIARES PEQS FAMILIARES MÉDIOS DER. TURISMO
Nº TRANSAÇÕES - VARIAÇÃO HOMÓLOGA (EM %) UTILITÁRIOS
30,7
27,1
-16,4
-17,2
-0,6
4,8
18,7
-1
11,4
-0,6
-11,4
4,7
-3,6
-7,5
3,4
-30,5
-17,2
2
-7,2
-12
FURGÕES
9,6
-14
-23,4
MÉDIA MERCADO
0,9
7,2
-6
FAMILIARES PEQS FAMILIARES MÉDIOS DER. TURISMO
13,3 -48,6 -2,6
-5,8
IDADE DO PARQUE - VARIAÇÃO HOMÓLOGA (EM %) UTILITÁRIOS
-2
2,1
16,3
4,1
3,8
FAMILIARES PEQS
5,9
8
9,3
3,7
1,9
FAMILIARES MÉDIOS
7,7
7,8
7,1
3,6
1,8
DER. TURISMO
14,3
3,6
5,4
3,4
5,1
FURGÕES
10,2
16,7
3,7
1,8
-1,8
MÉDIA MERCADO
5,9
5,9
9,3
3,7
1,8
QUILOMETRAGEM
ter nos próximos meses. Os preços tenderão, portanto, a prosseguir em curva ascendente, mesmo que seja de forma pouco acentuada, uma vez que o mercado de viaturas “usadas” continua a sentir a necessidade de produto. Havendo escassez da oferta, a lei da procura e da oferta não poderá ter outro tipo de impacte. Esta tendência é reforçada ao nível das viaturas comercias, pois como sabemos, o investimento tem apresentado valores excecionalmente baixos, para o qual também contribui o baixo volume de viaturas desta tipologia, que tem vindo a ser adquirido pelas empresas. Em sentido inverso, poderão estar as viaturas ligeiras de passageiros dos segmentos de utilitários e de pequenos familiares, uma vez que poderemos assistir à colocação de algum volume destas viaturas no mercado de usados, fruto da diminuição das necessidades das rent-a-cars, agora que chegamos à época mais baixa em termos de turismo. /
(EM MILHARES) UTILITÁRIOS
94
100
106
104
101
FAMILIARES PEQS
121
126
128
125
121
FAMILIARES MÉDIOS
132
129
137
133
130
DER. TURISMO
145
155
159
152
163
FURGÕES
143
148
149
154
148
MÉDIA MERCADO
121
125
127
126
125
VARIAÇÃO HOMÓLOGA (EM %) UTILITÁRIOS
6,6
0,3
0,9
-2,3
2,6
FAMILIARES PEQS
8,7
6,5
-0,6
2,1
9,2
FAMILIARES MÉDIOS
7,9
3
2,9
3,8
-1,8
14,7
9,2
7,7
8,5
20,7
FURGÕES
34,8
22,6
10,2
4,8
-2,2
MÉDIA MERCADO
14,5
8,3
4,2
3,4
5,7
DER. TURISMO
FONTE: UCBOOK – MARKET INDEX
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
19
TENDÊNCIAS
CARROS COMUNICANTES
VEÍCULOS AUTÓNOMOS
EM MARCHA ACELERADA
A
condução autónoma deverá ser uma realidade a curto prazo. A tecnologia já está desenvolvida e encontra-se em fase de experimentação em condições reais. Os próprios reguladores têm vindo a autorizar testes nas vias públicas, faltando apenas uma legislação adequada para que seja possível a sua generalização 20
TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
A condução autónoma, a conetividade e os serviços partilhados irão ser uma realidade a médio prazo na área automóvel, garantem os especialistas internacionais em transportes e mobilidade. A questão já não é “se”, mas “quando” e este “quando”pode estar mais próximo do que se julga. O relatório do International Transport Forum, intitulado “Condução Automatizada e Autónoma – Regulação sob incerteza” – refere que muitos dos automóveis que atualmente se encontram em comercialização já dispõem de algum nível de operação automatizada e que existem protótipos que têm estado a ser testados em vias públicas na Europa, no Japão e nos Estados Unidos. Um dos projetos mais recentes é o Drive Me, da Volvo Cars, que irá avaliar a utilização de veículos equipados com a tecnologia de condução autónoma em Gotemburgo, em Londres e também na China.
A ideia de automatizar os veículos é quase tão antiga como o próprio automóvel. O primeiro conceito foi apresentado em 1939 pela General Motors na “Futurama”, organizada no âmbito da Exposição Universal de Nova Iorque. O designer Norman Bel Geddes imaginou autoestradas onde circulavam viaturas telecomandadas, em grande velocidade e com toda a segurança. Em 1958, a General Motors testou o protótipo Firebird III em autoestrada, que estava munido de um piloto automático que conseguia acompanhar um cabo colocado sob o pavimento. Em 1984, a equipa de Ernst Dickmanns, da Universidade de Munique, efetuou um ensaio numa autoestrada deserta com um veículo Mercedes-Benz, que circulou a uma velocidade de 96 km/h, sem qualquer intervenção humana. Em 1996, o INRIA apresentou um protótipo em França, o Cylab, para demonstrar o potencial da robótica nas deslocações urbanas.
PORTUGUESES EXPETANTES Quase metade dos automobilistas portugueses (44%) mostraram-se interessados na utilização de um veículo sem condutor, revela um estudo do Observatório Cetelem que questionou utilizadores de veículos automóveis de vários países de todo o mundo. Os resultados indicam que três em cada quatro acreditam que o veículo sem condutor será uma realidade. Curiosamente, é nos países em desenvolvimento que se verifica um maior otimismo, em particular na China (92%), no México (87%), no Brasil (86%) e na Turquia (86%). Portugal surge na quinta posição (84%). Os pioneiros nesta área – japoneses (63%), britânicos e americanos (61%) – são mais reticentes relativamente às possibilidades de desenvolvimento do conceito. Em média, 55% dos automobilistas, a nível mundial, mostraram-se seduzidos pela utilização
As investigações prosseguiram, designadamente nos Estados Unidos. A DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) organizou dois concursos, em 2004-2005 e em 2007, e atribuiu um prémio a quem conseguisse fazer circular um veículo ao longo de uma determinada distância sem qualquer intervenção humana. Nestes concursos participaram os primeiros protótipos de viaturas inteligentes sem condutor. O prémio Grand Challenge de 2005 foi ganho por um laboratório de investigação eletrónica da Universidade de Standford, cujo protótipo – um Volkswagen Touareg Stanley – percorreu 212 km no deserto em modo totalmente autónomo. Um dos elementos desta equipa acabaria por se tornar o futuro diretor de investigação do projeto Google. O famoso protótipo da tecnológica norte-americana – o Google Car – já percorreu mais de três milhões de quilómetros, incluindo mais de 1,5 milhões
do carro sem condutor. Uma vez mais, são os países emergentes que revelam um maior interesse, especialmente a China, onde 91% dos automobilistas confessam querer utilizar uma viatura autónoma. Pelo contrário, nos Estados Unidos, berço de Silicon Valley – um dos grandes impulsionadores do automóvel sem condutor, os consumidores interessados são ainda minoritários (32%). O relatório do Observador Cetelem conclui que a adoção da viatura autónoma será mais fácil nos países emergentes, enquanto nos países desenvolvidos existem ainda algumas reservas, uma vez que o automóvel tradicional está bem enraizado nos modos de vida. O desfasamento entre a evolução da tecnologia e o enquadramento legislativo, e as eventuais falhas da viatura autónoma – mesmo que pouco numerosas, explicam esta falta de confiança.
MÃOS LIVRES Quase metade dos portugueses quer utilizar um veículo autónomo, libertando o tempo que despendia na condução para atividades de trabalho ou lazer
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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TENDÊNCIAS
CARROS COMUNICANTES
CINCO NÍVEIS DE AUTOMAÇÃO O percurso para a condução autónoma inclui passos intermédios que estão a ser definidos pela indústria em conjunto com os reguladores. Na União Europeia, os sistemas de auxílio e de automação foram divididos em cinco níveis, mas a legislação atual só permite a utilização dos dois primeiros, em que o condutor tem de manter os olhos na estrada. 1 - Utilização de sistemas de assistência à condução, como cruise control adaptativo. 2 - Tecnologias capazes de intervir na aceleração/
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
travagem e no apoio à direção. 3 - Condução autónoma em determinadas condições, mas em que o condutor pode ser chamado a intervir a qualquer momento. 4 - Condução autónoma em condições previamente definidas em que o condutor não tem qualquer intervenção. Este é o primeiro nível que liberta o condutor para realizar outras operações sem estar preocupado com a condução do veículo. 5- Condução totalmente autónoma, onde nem é necessário um condutor.
de quilómetros em modo totalmente autónomo. O protótipo da Google ou o sistema AutoPilot da Tesla serão os casos mais emblemáticos, mas, na verdade, praticamente todas as marcas estão a trabalhar nesta área – BMW, Daimler, Grupo PSA, Ford, Nissan, Renault, Volvo, Volkswagen –, contando com o apoio de empresas tecnológicas como a Bosch, a Continental, a Delphi, a Valeo, ou a ZF, entre outras. Estas tecnologias estão a chegar rapidamente ao mercado e o seu desenvolvimento deverá acelerar ainda mais no futuro. A condução autónoma oferece diversos benefícios, incluindo uma melhoria da segurança, uma diminuição do congestionamento rodoviário e um nível inferior de ‘stress’ para os ocupantes dos veículos. Atualmente, muitos veículos já contam com sistemas de assistência à condução, que avisam perante uma mudança de faixa ou ajudam a imobilizar o veículo se o da frente estiver a travar, evitando a colisão. Um veículo autónomo tem de recolher informação, tomar decisões baseadas nessa informação e executar essa decisão. A informação tem origem
"BERTHA BENZ" CLASS S A Daimler utiizou uma versão do Mercedes S500 para efetuar testes de condução autónoma na Alemanha, no outono de 2013, entre Mannheim e Pforzheim
no equipamento do veículo, na infraestrutura física e na infraestrutura digital, que pode ser pública ou privada. Estas tecnologias têm de ser capazes de ‘guiar’ os veículos e, em alguns casos, de os conduzir com uma intervenção mínima ou mesmo nula em situações de teste. De um ponto de vista técnico, a tecnologia atual inclui sensores avançados (radar, LIDAR - laser scan -, GPS, sistemas de câmara) em combinação com mapas de elevada precisão, permitindo aos sistemas de bordo identificar percursos de navegação adequados, assim como obstáculos e sinais de trânsito. Os veículos têm igualmente de estar equipados com sistemas de transmissão de dados por Wi-Fi ou comunicações móveis que permitam a partilha de informação com outros veículos ou com a infraestrutura. Em termos de regulação, a condução autónoma vem levantar novas questões. Uma delas consiste na responsabilidade em caso de acidente. Outra passa por uma excessiva regulamentação, que poderá colocar em risco a introdução de soluções que possam ser potencialmente melhores. Além disso, a evolução tecnológica pode ditar que alguns sistemas de condução autónoma possam ficar ultrapassados alguns anos depois da sua introdução no mercado. Para evitar essas situações, o regulador deverá ter mecanismos previstos para que o construtor efetue atualizações dos veículos, por via remota ou por chamada às oficinas. Não obstante, a tecnologia existe e a sua aplicação poderá não estar tão distante quanto isto. Empresas como a Google, a Daimler, a Tesla, a Aliança Renault-Nissan, entre outras, acreditam que a condução semi-autónoma ou totalmente autónoma poderá ser uma realidade comercial na próxima década. A Renault e a Nissan prometeram mesmo o lançamento de dez modelos nos próximos quatro anos. /
NUTONOMY INTRODUZ TÁXIS AUTÓNOMOS EM SINGAPURA
A
Start-up nuTonomy introduziu o primeiro serviço experimental de táxis elétricos autónomos em Singapura. Os residentes da zona norte daquela cidade asiática podem chamar gratuitamente um táxi autónomo, utilizando uma ‘app’ para smartphone desenvolvida pela própria nuTonomy. O serviço de robô-taxi é assegurado por veículos elétricos Renault ZOE ou Mitsubishi i-MiEV, que a nuTonomy configurou especificamente para condução autónoma. Um engenheiro da empresa está sempre presente no interior do veículo para acompanhar a performance do sistema e assumir controlo em caso de necessidade,
assegurando o conforto e a segurança do passageiro. Ao longo do teste, a nuTonomy irá recolher e avaliar os dados relativos à perfomance do sistema de software, incluindo a eficiência nas rotas escolhidas, o processo de marcação do veículo e a experiência global do passageiro. Estes dados permitirão à empresa refinar o seu software como preparação para o lançamento de um serviço comercial de robô-taxi em Singapura, em 2018. A nuTonomy foi selecionada pela Autoridade de Transporte Terrestre de Singapura como parceira de pesquisa e investigação para apoiar o desenvolvimento de um serviço comercial de veículos autónomos em Singapura.
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
MERCEDES-BENZ CLASSE E STATION
QUALIDADE FUNCIONAL O novo Mercedes Classe E é um tratado de tecnologia e sofisticação, num envelope de conforto que honra a tradição da marca. A carrinha acrescenta, com elegância, um toque de funcionalidade TEXTO ANTÓNIO AMORIM
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
I
gual à berlina de quatro portas até ao pilar B, a nova carrinha Mercedes-Benz E Station assume a configuração perfeita para aqueles que pretendem conjugar uma imagem de representação institucional com desportividade. Porque uma carrinha Mercedes Classe E fica sempre bem em todo o lado e em qualquer situação, satisfazendo um leque mais amplo de necessidades práticas, por vezes fora do alcance de uma berlina tradicional. A gama de lançamento (as primeiras entregas começam já em meados de outubro) incluirá duas motorizações, com especial enfoque na versão E220 d, a começar nos 61 200€ e equipada com o
O QUE DIZ A MARCA MERCEDES-BENZ EMPRESA E FAMÍLIA Uma carrinha Mercedes-Benz Classe E fica bem em todo o lado e em qualquer situação. Não lhe falta sofisticação nem tecnologia, com a vantagem de poder satisfazer a utilização familiar com um invulgar nível de conforto
MERCADO FROTISTA É ALVO
A carrinha Mercedes-Benz Classe E assume grande importância para as vendas da Mercedes no mercado de frotas a nível nacional, como confirmam os responsáveis pela marca: "O mercado de frotas sempre teve um peso considerável na comercialização de modelos como Classe E Station. Uma em cada duas unidades comercializadas deste modelo é para o mercado empresarial, o que demonstra a importância deste mercado nas vendas do Classe E Station. Em termos médios, nos últimos anos, o Classe E Station tem representado um volume entre as 400 e as 500 unidades por ano, representando cerca de 5% das vendas Mercedes-Benz no nosso país." A nova carrinha adiciona novos argumentos aos valores tradicionais da Mercedes Classe e Station que explicam aqueles números: "O Classe E Station da Mercedes-Benz foi sempre a referência do segmento em termos de habitabilidade, qualidade, segurança e conforto. O novo modelo, além destas qualidades inegáveis, irá acrescentar níveis de tecnologia únicos, motorizações altamente eficientes e um design extremamente emocional." A evolução do mercado das frotas inspira grande confiança à marca: "O mercado de frotas tem vindo a evoluir de forma assinalável. No caso da nossa marca, este representa um crescimento de dois dígitos nos últimos anos. Acreditamos que a tendência irá manter-se e continuaremos a procurar desenvolver as melhores soluções para as empresas, quer na configuração dos nossos produtos, quer nos serviços (após-venda e financeiros) a oferecer aos nossos clientes.”
MERCEDES-BENZ CLASSE E ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
50-100 100-150 (0.5) 0,1 (3,3) 0,4 (9,3) 0,6
DIREÇÃO MOTOR
4,93 M
COMPRIMENTO novo motor turbodiesel de 4 cilindros e 2.0 litros (a debitar 194 CV de potência e 400 Nm/1600-2800 rpm). A segunda escolha cabe à versão E200 a gasolina (184 CV e 300 Nm/1200-4000 rpm) desde 61 300€. Ambas as versões utilizam a caixa de velocidades automática 9G-TRONIC. O sucesso das Shooting Brake está aí para comprovar que o espaço de bagagem é importante, mas não é tudo na vida. Não surpreende, portanto, que a nova carrinha Classe E tenha subordinado um pouco mais o espaço de bagagem à elegância. Oferece, ainda assim, uns generosos 640 litros de volumetria, o que fica 55 litros abaixo do modelo precedente, mas aposta mais em detalhes que facilitam imenso a utilização deste espaço. Por
CARROÇARIA
VOLUME DA BAGAGEIRA
194 CV
NOVO MOTOR E220 D
4,2 L/100 KM E 220 D
(0,3) 0,2 (1.0) 0,7 (1,7) 1,6
INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA
640 L
(0,8) 0,3 (3,2) 0,8 (8,2) 1,9
E AMBIENTE
(0,8) 0,5 (3,2) 2,2 (6,6) 3,6 (2,4) 0,7 (5,8) 1,4 (12,4) 3,2
E ELETRÓNICA
S/DEFEITOS
(96,5%) 98,6% (89,4%) 96,2% (78,6%) 92,4%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(0,9%) 0,4% (3,0%) 1,2% (6,6%) 2,9% (2,6%) 1,0% (7,6%) 2,6% (14,8%) 4,7%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
MERCEDES-BENZ CLASSE E STATION
VANGUARDA Uma nova geração de motores permite à nova gama anunciar médias de consumo especialmente reduzidas. A suspensão traseira pneumática é de série e garante elevada estabilidade, com efeito autonivelante
exemplo, as costas do banco traseiro podem endireitar-se em 10 graus para aumentar em 30 litros o volume da mala, que assim passa para os 670 litros mantendo os cinco lugares operacionais. Para reclinar os bancos (em três partes: 40/20/40), basta usar pequenos botões na lateral interior da mala. Para quem tem muita gente para transportar a marca disponibilizará dentro de alguns meses o kit de sete lugares, constituído por um par de bancos individuais de criança, rebatíveis no fundo da mala, uma opção que também já existia na gama anterior. No sentido de garantir estabilidade máxima, mesmo quando a carga é pesada, a suspensão traseira é do tipo pneumático autonivelante. Está também disponível a suspensão pneumática total (incluin-
26
TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
do no eixo dianteiro) com o opcional sistema Air Body Control. Ao longo dos próximos meses, a marca reforçará gradualmente a gama, surgindo até ao final do ano uma mais acessível E200 d, com o mesmo motor da E220 d mas com menos potência (150 CV) para médias de consumo iguais (4,2 l/100 km), e também a mais musculada versão E350 d, com 258 CV. Já no início de 2017 será a vez da desportiva MercedesAMG E43 4MATIC, equipada com o motor V6 biturbo a gasolina de 3.0 litros e 401 CV de potência. A sofisticação do habitáculo é outro trunfo desta carrinha, dada a proximidade do novo Mercedes Classe E ao navio almirante Classe S. Destacamse, desde logo, os dois ecrãs centrais de alta resolução, com 31 centímetros (12,3 polegadas) de
diagonal, onde podemos visualizar às inúmeras funções de bordo disponíveis. Para aprimorar ainda mais o ambiente é possível optar, pela primeira vez neste segmento, pelo aquecimento dos apoios de braços, tanto das portas como da consola central. Os bancos tanto podem ter aquecimento como ventilação (1400€) e não faltam os diversos programas de massagem (2400€). Noutro patamar de funcionalidade surge nesta gama o serviço Concierge do “Mercedes me Connect”, que permite o contacto direto com um operador que nos informa da localização de qualquer destino e nos pode fazer, por exemplo, uma reserva de restaurante ou de hotel para determinada hora, inserindo automaticamente os respetivos dados no sistema de navegação. /
NOVOS MODELOS
RENAULT MEGANE SPORT TOURER
O EXEMPLO VEM DE CIMA Contagiada pela Talisman, a nova Renault Megane Sport Tourer tem tudo para dar certo: elegância, conforto, espaço e tecnologia. Não falta sequer na gama uma versão desportiva GT, com o sistema 4Control de série TEXTO ANTÓNIO AMORIM
A
nova carrinha Megane não foi desenhada a partir do carro. Resulta de um projeto próprio, pensado desde o início com este propósito. Não é, portanto, um Megane onde foi encaixada uma bagageira grande. O departamento de design da Renault teve a devida prioridade, com resultados a condizer. Formas muito fluidas e uma grande identidade com a carrinha Talisman garantem a imagem de família de que os modelos da Renault tanto precisavam.
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
E pelo ponto de vista dinâmico as vantagens também são grandes quando um projeto nasce assim. O alargamento de vias, com mais 4,5 cm à frente e 3,9 cm atrás face à carrinha Megane anterior resultam numa condução mais confortável e precisa. A nova Megane afirma-se também na postura, em resultado do crescimento. Face à carrinha da geração anterior cresceu 4,5 cm em comprimento mas ficou 5,8 cm mais baixa. Também a distância entre eixos é 9 cm mais longa, para facilitar a habitabilidade, a estabilidade e a estética. Mesmo face ao carro, a carrinha tem mais 4 cm nesta medida, todos aproveitados na zona dos joelhos de quem viaja atrás.
Os concessionários portugueses deram dicas para as suas formas finais, o que levou à alcunha, na casa-mãe, de “carrinha dos portugueses”. Os concessionários nacionais, que participaram no projeto, têm bom gosto. Os argumentos práticos também marcam: 521 litros de bagageira, dois níveis de piso, separador integrado, espaços laterais, ganchos, rede, espaço de arrumação para a chapeleira quando retirada, rebatimento fácil do banco traseiro por alavancas laterais e a formar piso plano… A versão Zen começa nos 22 350 euros, equipada com o motor a gasolina 1.2 TCe de 100 CV (5,4 l/100 km)
O QUE DIZ A MARCA RENAULT CARRINHA DE ESTILO Sem descurar a funcionalidade (agora há mais espaço para quem viaja atrás), a nova Megane é, acima de tudo, uma carrinha de design sofisticado. Cresceu em comprimento e largura mas ficou mais baixa, para benefício da estabilidade e do estilo
MIGUEL OLIVEIRA Diretor de Vendas Frotas
TCO COMPETITIVO Existem, na nova gama Renault Megane Sport Tourer, argumentos especificamente orientados para o cliente frotista? A quarta geração do Mégane Sport Tourer tem tudo para manter o sucesso das gerações precedentes, ligado a: funcionalidade sem descurar o design; uma gama de motores reconhecida pelos seus desempenhos, baixos consumos e, portanto, um TCO bastante competitivo; uma oferta de equipamentos e de preços alinhada com as necessidades e exigência dos clientes portugueses; uma rede de assistência bem implementada em todo o território. Estes argumentos estão, claro, orientados também para os clientes frotistas. Qual o posicionamento da nova carrinha Renault Megane face à concorrência em termos de custos operacionais? O sucesso da Megane Sport Tourer deve-se também à competitividade dos seus custos operacionais. O TCO é um elemento fundamental na escolha dos clientes frotistas e a representatividade da Renault em geral e do Megane Sport Tourer em particular atestam a nossa competitividade nesse domínio. Qual o atual posicionamento da Renault no mercado de frotas em Portugal e quais os objetivos/estratégias futuros? As frotas representam parte significativa do mercado e a Renault, marca líder, está presente neste mercado. Os nossos 18 anos de liderança traduzem uma linha de continuidade, com a preocupação de manter um planeamento a médio/ longo prazo e um acompanhamento permanente dos clientes.
RENAULT MEGANE SPORT TOURER ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50
ou com o diesel 1.5 dCi de 90 CV (3,7 l/100). Por ordem de grandeza de requinte e quipamento, seguem-se a Intens (TCe de 130 CV por 24 900€ ou 1.5 dCi de 110 CV por 27 950€), a GT Line (TCe 130 por 26 400€ ou dCi 110 por 29 450€) e a Bose Edition. Para postura e performances realmente referenciais temos a inevitável GT com motores 1.6 TCe de 205 CV ou 1.6 dCi de 165 CV, ambos conjugados com a caixa automática EDC com dupla embraiagem, no primeiro caso com sete velocidades (33 100€) e no segundo com seis (36 100€). Neste nível, temos de série a condução personalizável Multi-Sense e o sistema de rodas traseiras direcionais 4Control. A nova Megane conta também com o sistema multimédia R-link 2, associado a um ecrã tátil que pode ser horizontal com 18 cm, nas versões mais baixas, ou vertical de 22 cm, nas versões de topo. Já a programação de chassis Multi-Sense está disponível a partir do Intens. A nova Megane já está à venda em Portugal, aguardando-se para 2017 uma versão híbrida diesel a conjugar o motor dCi 110 com um motor elétrico e bateria de 48 Volts. /
CHASSIS
50-100 100-150 (0.9) 0,6 (3,7) 1,7 (8,6) 2,4
DIREÇÃO MOTOR
(1,9) 2,3 (5,2) 4,2 (11,7) 5,0
E AMBIENTE CARROÇARIA
(0,5) 0,4 (1.2) 1,0 (2,4) 2,0
INTERIOR TRAVAGEM
4,63 M
ELÉTRICA
521 L
S/DEFEITOS
(3,1) 5,1 (9,8) 11,9 (15,7) 13,6 (6,4) 6,4 (14,3) 10,9 (26,0) 17,6
E ELETRÓNICA
COMPRIMENTO
VOLUME DA BAGAGEIRA
205 CV GT 1.6 TCe
3,7 L/KM 1.5 dCi 90
(91,2%) 90,4% (80,1%) 82,8% (67,7%) 76,8%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(2,7%) 4,1% (6,6%) 6,7% (11,1%) 9,1% (6,1%) 5,5% (13,3%) 10,5% (21,2%) 41,1%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
RENAULT CLIO
RENOVAÇÃO IMPORTANTE A quarta geração do Renault Clio é o modelo mais vendido em Portugal. Para manter esse desempenho a marca francesa decidiu renová-lo introduzindo algumas alterações importantes TEXTO MARCO ANTÓNIO
N
u m merc ado t ão competitivo como o automóvel é preciso refrescar as ideias e também uma certa dose de inovação. Foi essa a receita seguida pela Renault para o Clio que chega ao mercado com um visual mais atraente e novos conteúdos. No novo estilo, o destaque vai para a nova grelha enquanto na traseira sobressai o novo desenho dado à saia da embaladeira, um apontamento que confere um aspeto mais robusto. Entretanto, a versão
30
TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
GT Line lançada no final do ano passado aparece com um estilo mais desportivo, graças a alguns pormenores como as molduras dos faróis, as saias laterais idênticas às do Clio RS, as jantes com um design específico ou ainda a saída de escape com a ponteira cromada. No interior, encontramos também apontamentos que realçam o caráter mais desportivo. É o caso da forma dos bancos mais envolventes e com melhor apoio lateral. Passando do domínio da perceção para os conteúdos reais, verificamos que a Renault continua a apostar no reforço de uma maior conetividade, que encontra a sua expressão máxima
no sistema R-Link Evolution, uma solução que integra desde a navegação TomTom até à gestão de novos sistemas de ajuda à condução consoante as versões, passando pelo reconhecimento de voz, visualização de fotografias ou vídeos ou ainda a função Bluetooth e 3G, entre muitas outras novidades. No domínio da ajuda à condução registamos a estreia do “Easy Park Assist” um instrumento útil quando queremos estacionar. Outra utilidade interessante é o rebatimento dos retrovisores quando trancamos as portas ou os faróis dianteiros com LED capazes de proporcionar melhor visibilidade.
O QUE DIZ A MARCA RENAULT MAIS REFINADO Entre as muitas novidades do Clio encontra as novas funcionalidades do sistema R-LInk e o Easy Park Assist, uma ajuda importante quando queremos estacionar
ALI KASSAÏ Diretor de Produto
EXEMPLO DO KNOW-HOW DA MARCA O Clio é o melhor exemplo do know-how histórico da Renault: oferecer as prestações de um “grande” automóvel num formato compacto e acessível. Desde 2012, o Clio tem vindo a atrair cada vez mais clientes, graças ao seu design, polivalência e riqueza de equipamentos. O novo Clio ganha maior maturidade e melhora o estilo até aos mais ínfimos detalhes, combinando prazer de condução, conetividade e equipamentos que facilitam a vida a bordo e a condução. O novo Clio é ainda mais sedutor, graças à sua assinatura luminosa Full LED e à integração de elementos de design e de harmonia interior que ostentam a qualidade e a excelência aplicada ao detalhe. Reconhecido pelas suas prestações dinâmicas, também está perfeitamente à vontade em cidade e, agora, propõe o sistema Easy Park Assist (estacionamento mãos-livres) para tornar ainda mais fácil a condução urbana. Consoante as versões, o novo Clio inova ao propor três sistemas multimédia, incluindo o inteligente sistema R&Go, disponível desde a gama de base, e a mais recente evolução do sistema R-LINK.
RENAULT CLIO ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50
Esta pequena metamorfose do Renault Clio conta com dois novos motores, o 1.5 dCi de 110 CV e o TCe de 120 CV (diesel e gasolina), ambos associados a uma caixa manual de 6 velocidades. Ainda que a preferência pelo diesel tenha vindo a decrescer neste segmento de mercado, o cliente do Clio ainda mostra uma maior apetência por esta tecnologia. A gama do Clio fica, assim, mais abrangente, com motores diesel que vão desde os 75 CV até aos 110 CV, passando por uma versão intermédia de 90 CV, com caixa manual de seis velocidades ou com a caixa EDC. O mesmo acontece na gama dos motores a gasolina, cuja oferta vai aos 75 CV as 120 CV, passando pelos 90 CV, e também com caixa manual ou automática. Se associarmos estas opções à carrinha, que custa apenas mais 860 euros do que a versão de 5 portas e um programa de personalização exterior que possibilita mais de 30 combinações diferentes concluímos que a Renault não fez apenas uma simples renovação estética mas uma alteração mais profunda numa estratégia cada vez mais global. /
CHASSIS
50-100 100-150 (1,9) 3,9 (6,1) 9,7 (11,4) 15,1
DIREÇÃO MOTOR
(3,4) 1,7 (9,3) 4,0 (18,5) 8,2
E AMBIENTE CARROÇARIA
(0,7) 0,6 (1,6) 1,1 (3,1) 2,2
INTERIOR TRAVAGEM
4,62 M
ELÉTRICA
300 L
S/DEFEITOS
(4,2) 5,3 (13,2) 15,0 (25,6) 26,4 (8,6) 9,5 (23,6) 22,4 (41,9) 38,1
E ELETRÓNICA
COMPRIMENTO
VOLUME DA BAGAGEIRA
90 CV 1.5 dCi
3,2 L/KM 1.5 dCi 90
(87,5%) 86,8% (71,4%) 73,8% (56,7%) 62,3%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(4,1%) 3,7% (10,3%) 7,3% (15,0%) 10,2% (8,4%) 9,5% (18,3%) 18,9% (28,3%) 27,5%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
BMW I3
MUITO ALCANCE A nova bateria com maior densidade energética é a explicação para o aumento da autonomia do BMW i3. Modelos anteriores podem ser reconvertidos por 2 000 euros, já incluindo o pacote de carregamento rápido TEXTO ANTÓNIO AMORIM
A
BMW já tem disponível em Portugal a versão mais evoluída do seu elétrico i3, cuja autonomia passa dos anteriores 130 km para os atuais 200 km, com uma recarga completa. Esta é a primeira grande evolução operada pela BMW no seu monovolume de 4 metros de comprimento e tração traseira, concebido de raiz para a locomoção elétrica, embora também esteja disponível com extensor de autonomia. A nova versão chama-se i3 (94 Ah) e não implica o desaparecimento da anterior (60 Ah). Assim, o i3 mais barato é o que já existia, com a versão base nos 38 380 euros, enquanto a versão nova custa 41 200€, também nas versões de equipamento base. O mais interessante é que os 200 km anunciados pela BMW se referem a uma utilização “normal”, com o ar condicionado ligado, seja para o frio no verão, seja para o quente no inverno.
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
Durante a apresentação dinâmica do novo modelo, que conduzimos em Munique, confirmámos uma autonomia superior aos 200 km, o que bate certo com a informação adicional da BMW: este i3 consegue, no ciclo europeu combinado (NEDC) anunciar até 312 km de autonomia máxima. Os ganhos foram conseguidos graças à utilização de uma nova bateria, também de iões de lítio mas com maior densidade de materiais. A nova bateria é feita pela própria BMW com base em células de iões de lítio fornecidas pela Samsung e consegue um acréscimo de 50% na densidade energética. A sua capacidade aumentou dos 22 para os 33 kWh (o campeão de vendas Nissan Leaf tem 30 kWh) e o peso cresce 40 kg, o que quase não afeta as performances do i3, graças a reacertos no software de gestão energética. Assim, o vanguardista elétrico alemão consegue 170 CV de potência, 250 Nm de binário e acelera de zero a 100 km/h em 7,3 segundos.
Já o tempo de recarga aumenta, das 7h45m da versão base para as 9h30m numa tomada doméstica de 240V. A BMW aproveitou ainda a oportunidade para renovar o sistema de recarga do i3, apresentando uma nova Wallbox, ou central de recarga, que permite recarregar o carro a 80% em menos de 3 horas. Com a nova BMWi Wallbox (cerca de 720€), mais pequena e fina, são necessárias, pelo menos, 2h45m para uma recarga a 80%, mesmo com o modelo mais potente deste carregador de parede específico (11 kW/16 A). Já o consumo do veículo decresce um pouco, passando dos 12,9 kWh da versão normal para os 12,6 kWh aos cem quilómetros. As versões equipadas com o motor a gasolina adicional, ou extensor de autonomia EXA, também continuam disponíveis nas duas vertentes, ou seja, o i3 EXA e o i3 EXA 94 Ah. Apesar do seu preço elevado face à concorrência direta, percebe-se por que aBMW já vendeu 50 mil unidades do i3 desde o seu lançamento. /
BMW SÉRIE 7 PLUG-IN
DESPORTIVO E POUPADO Uma potência disponível de 326 CV e um consumo mínimo de 2,0 litros aos cem... não é para todos TEXTO ANTÓNIO AMORIM
uando conduzimos este BMW 740e Plug-in e percebemos a sua multiplicidade de virtudes (ecológicas, de performance, de qualidade geral), não nos ocorre outra palavra que não seja "versatilidade". Evolui a partir do X5 40e, utilizando o mesmo motor a gasolina de 2.0 litros e 258 CV e um motor elétrico de 113 CV alojado na caixa automática de 8 velocidades. O rendimento combinado é de 326 CV de potência e tem um consumo combinado de 2.0 l/100 km. Custa 104 325 € na versão de chassis normal (5,1m) e tração traseira, mas também está
disponível na versão de chassis longo (5,24 m), tanto com tração apenas traseira (107 429€) como integral xDrive (110 928€). O 740e tem ainda o apelido iPerformance, que estabelece a ligação à submarca de elétricos “i” da BMW, e é capaz de se locomover no modo elétrico puro, neste caso até aos 48 km, e de ser recarregado na tomada. A bateria que alimenta o sistema tem uma capacidade de 9,2 kWh e, com a Wallbox da BMW, pode ser totalmente recarregada em menos de 3 horas ou, na tomada doméstica, em menos de 4 horas. O motor elétrico aguenta-se até aos 140 km/h. /
BMW SÉRIE 7
ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
(0.5) 0,1
50-100 (3,3) 0,6
100-150 (9,3) 2,8
(0,8) 0,8
(3,2) 4,1
(8,2) 12,1
(0,3) 0,4
(1.0) 1,2
(1,7) 3,7
(0,8) 0,4 (2,4) 2,1
(3,2) 1,7 (5,8) 4,1
(6,6) 4,2 (12,4) 8,4
DIREÇÃO MOTOR
200 KM
E AMBIENTE CARROÇARIA
UTILIZAÇÃO NORMAL
INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA
312 KM
E ELETRÓNICA
CICLO NEDC
S/DEFEITOS
(96,5%) 96,8% (89,4%) 91,4% (78,6%) 81,0%
RELEVANTES
170 CV
POTÊNCIA MÁXIMA
33 KWH CAPACIDADE BATERIA
iPERFORMANCE Os traços azuis e a assinatura iPerformance sublinham a orientação eletrificada deste Série 7, com influências do i8
PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(0,9%) 0,6% (2,6%) 2,6%
(3,0%) 3,2% (7,6%) 5,4%
(6,6%) 8,1% (14,8%) 10,9%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
KIA OPTIMA SW
ENTRE AS MELHORES Já disponível, a Kia Optima Sportswagon reúne um conjunto de caraterísticas que a colocam entre as melhores opções. Destaque para a estética cuidada e para a versatilidade, o preço e a garantia de 7 anos TEXTO MARCO ANTÓNIO
S
e é verdade que a notoriedade da Kia tem vindo a evoluir a um ritmo assinalável, há também que reconhecer que o Optima tem ainda que “suar” para alcançar o lugar que as qualidades que possui mais do que justificam. Sendo esses atributos ainda mais evidentes na nova geração, que progrediu imenso em termos de design, funcionalidade interior e qualidade dos materiais, não restam dúvidas de que o Optima fará o seu caminho de conquistar o lugar de relevo num segmento em que os
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
protagonistas são o Peugeot 508, Skoda Superb, Mazda 6, Opel Insígnia e o Renault Talisman. Uma vez que estas posições ficam a dever-se, em grande parte, à performance das respetivas versões Station Wagon, então pode dizer-se que a aposta da Kia nesta configuração para o Optima ganha um significado ainda maior. Sendo a versatilidade e a aparência mais desportiva (ou, pelo menos, informal) os fatores que determinam que as carrinhas permaneçam na moda, então aí estão mais duas boas razões para saudarmos a chegada Kia Optima Sportswagon, já disponível em Portugal. Mais: mesmo correndo o risco de
sermos subjetivos, “arriscamos” dizer que estamos perante uma das carrinhas mais bonitas que o mercado nos oferece atualmente. Michael Cole, um dos responsáveis da Kia, diz a este respeito que a Optima Sportswagon inicia uma transformação importante alicerçada no design. Uma boa notícia. Tendo por base a mesma plataforma do sedan, a Optima Sportswagon tem uma vocação ainda mais familiar, graças à maior versatilidade e capacidade (552 litros) da bagageira. Tudo o resto é igual, desde o equipamento, até aos motores onde destacamos, para o mercado nacional, o conhecido bloco 1.7 CRDi de 141 CV,
O QUE DIZ A MARCA KIA
ABAIXO DOS 35 MIL EUROS
que pode receber (opção) a caixa automática de dupla embraiagem. Além de potenciar a imagem, por via da versatilidade, da qualidade e de uma estética muito elegante, a Sportswagon não deixará de contribuir para o reforço as aspirações da gama Optima junto das empresas, um segmento em que a Kia está a trabalhar de forma intensa, a partir do reconhecido potencial dos seus produtos. Entre os argumentos principais sobressaem a boa relação preço/equipamento e a redução dos custos de manutenção e utilização, a que se junta a garantia de 7 anos ou 150 mil quilómetros. Nesta fase de arranque da comercialização, a Kia Optima Sportwagon está disponível com o motor 1.7 CRDi, cujo preço começa nos 31 300 euros para a versão manual do TX (mais 2600€ com caixa automática). Já a versão GT Line, com um look mais desportivo, custa 36 900 euros (caixa automáticas). Estes preços têm em conta a campanha de lançamento que ronda os 5000 euros. /
7 ANOS
GARANTIA GERAL
552 L
CAPACIDADE DA MALA
141 CV
MOTOR 1.7 CRDI
110 G/KM
EMISSÕES DE CO2
O Kia Optima Sportswagon foi desenvolvido para o mercado europeu e possui um motor que às excelentes performances junta os consumos baixos, estando, portanto, muito bem adaptado à fiscalidade portuguesa. Prova disso é o facto de termos conseguido colocar o Kia Optima Sportswagon abaixo do escalão de tributação autónoma de 35 000€. Conta, também, com uma excelente habitabilidade e o melhor nível de equipamento no segmento, de que são exemplos a abertura elétrica e automática da bagageira, o sistema de carregamento do telemóvel sem fios, os bancos em pele aquecidos e ventilados, o sistema de som Harman Kardon e os faróis Bi-Led, de série na versão GT Line. O Optima Sportswagon pode já pode ter associado o produto Kia Renting (todos os serviços incluídos), assim como outros produtos financeiros que estamos a desenvolver. Os custos totais de utilização são muito competitivos e aliciantes para os clientes empresariais. Fundamental é, também, a garantia de 7 anos ou 150 000 km de fábrica, única no mercado europeu e que demonstra a confiança da marca na qualidade e fiabilidade das suas viaturas.
OUTUBRO 2016 TURBO FROTAS
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NOVOS MODELOS
MAZDA 6
CONFORTO SUBLINHADO A introdução de um sistema de vetorização do binário é a principal novidade do restyling do Mazda 6, que ganha uma tecnologia que vai potenciar o conforto durante as viagens TEXTO NUNO FATELA
N
ão se vê, mas sente-se. Esta é uma das expressões que define o restyling do Mazda 6, que tem como principal destaque a estreia do sistema de vetorização de binário G-Vectoring Control. Por ter sido desenvolvida com foco no conforto, ao invés de nas performances desportivas, esta tecnologia vem reforçar o apelo do “6” para as frotas, pois beneficia quem efetua maratonas a bordo do carro de empresa. O chassis reativo e a comunicação existente entre a direção e a gestão eletrónica do motor significam uma condução mais fácil e segura, pela maior facilidade de controlo e menor quantidade de correções a efetuar, e bem-estar superior, pela estabilidade sentida no interior. Tudo caraterísticas primordiais para quem cumpre muitos quilómetros a bordo do automóvel, mas que não sumarizam todas as melhorias do Mazda 6, que também diminuiu os ruídos e vibrações dos motores diesel e melhorou os materiais do habitáculo. Um interior que está também repleto de tecnologias, como comprovado pela combinação do touchscreen com o head-up display, e onde o condutor está salvaguardado pela profusão de sistemas de segurança como a travagem automática em caso de emergência, que funciona entre os 15km/h e os 160 km/h. /
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
MAZDA 6
ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
(0.6) 0,3
50-100 (3,3) 0,4
100-150 (9,1) 1,7
(1,0) 0,4
(3,8) 0,6
(9,6) 1,9
(0,4) 0,3
(1,1) 0,7
(2,0) 1,4
(1,9) 2,8 (4,6) 4,7
(6,5) 9,2 (10,7) 10,2
(12,6) 10,7 (20,3) 21,5
DIREÇÃO MOTOR
4,75 M
COMPRIMENTO SEDAN
E AMBIENTE CARROÇARIA INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA E ELETRÓNICA
3,9 L CONSUMO
S/DEFEITOS PEQS DEFEITOS DEFEITOS
150 CV POTÊNCIA
104 G/KM EMISSÕES CO2
(94,1%) 94,1% (84,7%) 87,0% (72,6%) 77,6%
RELEVANTES
(1,5%) 1,5% (4,4%) 4,4%
(4,5%) 4,2% (10,8%) 8,8%
(8,4%) 10,0% (19,0%) 12,4%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
NOVOS MODELOS
HYUNDAI I30
RENOVAÇÃO ESPERADA
Revelado no Salão de Paris, o novo Hyundai i30 chega a Portugal em fevereiro de 2017, na configuração de cinco portas, e a carrinha em julho. Mais tecnologia, um estilo mais europeu e o (prometido) reforço das qualidades dinâmicas estão em destaque TEXTO JÚLIO SANTOS
H
oras de “clínicas” a ouvir os clientes europeus e muitas mais a “pensar” e a desenvolver o novo i30. Não por acaso, portanto, a Hyundai diz que estamos perante o modelo mais europeu alguma vez desenvolvido pela marca coreana . O novo i30 privilegia materiais de ainda maior qualidade, algo que comprovámos quando nos sentámos no interior, onde apreciámos a sensação de espaço e a presença de alguns dos dispositivos de conetividade mais avançados. Às tecnologias de prazer de vida a bordo junta-se uma oferta completa de dispositivos destinados a potenciar a segurança e de apoio à condução. São os casos da travagem autónoma de emergência ou do aviso de transposição involuntária de faixa de rodagem. A gama de motores será mais ampla do que atualmente. A gasolina estarão disponíveis duas propostas turbo de injeção direta: uma com 1.0 litros de capacidade e potências de 100 CV e 120 CV, enquanto o 1.4 T- GDi anuncia 140 CV de potência. Quanto à oferta diesel terá três níveis de potência, para o mesmo bloco de 1,6 litros: 95 CV, 110 Cv e 136 CV. O novo Hyundai i30 chega em fevereiro, no caso da carroçaria hatchback de cinco portas, enquanto a Station Wagon deve ser lançada em julho. /
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
HYUNDAI I30
ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
(0.9) 1,5
50-100 (3,7) 3,1
100-150 (8,6) 5,3
(1,9) 1,2
(5,2) 2,1
(11,7) 4,2
(0,5) 0,6
(1.2) 1,1
(2,4) 1,8
(3,1) 2,0 (6,4) 8,4
(9,8) 10,1 (14,3) 17,5
(15,7) 19,3 (26,0) 28,5
DIREÇÃO
4,34 M
COMPRIMENTO
MOTOR E AMBIENTE CARROÇARIA INTERIOR TRAVAGEM
395 L
ELÉTRICA E ELETRÓNICA
VOLUME BAGAGEIRA
S/DEFEITOS
136 CV
DEFEITOS
MOTOR 1.6 DIESEL
(91,2%) 90,0% (80,1%) 79,6% (67,7%) 68,9%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS
(2,7%) 3,6% (6,1%) 6,4%
(6,6%) 7,9% (11,1%) 12,3% (13,3%) 12,5% (21,2%) 18,8%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração
89 G/KM EMISSÕES CO2
entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
NOVOS MODELOS
OPEL ASTRA SPORTS TOURER
NIVELAR POR CIMA A nova Astra Sports Tourer possui um conjunto de caraterísticas que nos recorda o papel que a Opel teve na criação da moda das carrinhas. Muitas tecnologias inéditas e uma mecânica evoluída trazem-na de regresso ao topo do segmento TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
S
e as carrinhas do segmento dos familiares compactos estão hoje na moda devem-no, em grande parte, à Opel e em especial à Astra Caravan, cuja primeira geração, no início dos anos 90, acrescentou aos atributos típicos daquela configuração (espaço e versatilidade) aquilo que realmente lhe faltava: uma aparência apelativa e descontraída, quase desportiva. A Astra Caravan colocou a fasquia num patamar que obrigou a concorrência a treinos intensivos. Se quiséssemos sintetizar ou aguçar a sua curiosidade diríamos , simplesmente, que a Astra Sport Tourer é… a melhor Astra de sempre. O esforço que a marca alemã fez na mais recente geração, daquele
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TURBO FROTAS OUTUBRO 2016
que é o “Carro do Ano 2016”, apenas deixa antever uma parte da evolução registada a todos os níveis: da qualidade de construção ao pacote tecnológico, passando por uma aparência ousada e moderna, ou por um interior muito evoluído, capaz de satisfazer as exigências familiares e os imperativos com que se depara uma viatura de trabalho ou de representação. O espaço e conforto oferecido aos ocupantes, as preocupações com a segurança, a versatilidade e capacidade da bagageira (pode variar de 540 a 1630 litros), o bom gosto da decoração ou a disponibilização dos mais avançados dispositivos de conetividade são atributos da Astra Sports Tourer que serão imediatamente valorizados pelo chefe de família ou pelo profissional. Tal como há duas décadas e meia, a mais recente geração Astra vem revolucionar um segmento onde o patamar de
exigências era já alto, nomeadamente, através da possibilidade de nos ligarmos à Internet (e, assim, ao nosso e-mail ou ao infinito mundo Google), ou por via das múltiplas funcionalidades associadas ao sistema OnStar, que nos mantém ligados a uma central onde está sempre alguém disponível para nos auxiliar (em caso de acidente, por exemplo) ou prestar uma informação. A par de um conteúdo único, o Astra Sports Tourer conta com os mais recentes desenvolvimentos da marca ao nível da mecânica. É o caso da estrutura que recorre a materiais de alta resistência e baixo peso para aumentar a eficácia energética sem comprometer o prazer de condução. Fundamentais foram as escolhas realizadas ao nível dos motores, onde se destaca o bloco de 1,6 litros CDTI, disponível com quatro níveis de potência. Embora
O QUE DIZ A MARCA OPEL INTERIOR DE QUALIDADE O habitáculo é espaçoso e confortável. A capacidade da bagageira pode variar entre os 540 e os 1630 litros
ARMANDO CARNEIRO GOMES Diretor de Vendas, GM Portugal
TECNOLOGIA ACESSÍVEL, FINALMENTE! Entre as múltiplas razões que levaram cerca de uma centena de especialistas a eleger o Opel Astra 'Carro do Ano 2016' na Europa e em Portugal, está a tecnologia evoluída que a Opel traz pela primeira vez ao segmento dos compactos familiares. Os faróis de matriz de LED, o sistema Opel OnStar e a câmara dianteira, que serve de suporte a toda uma série de funções importantes de segurança e conforto, são, porventura, o lado mais visível dessa sofisticação, que antes era exclusiva de segmentos de luxo. Os elogios às caraterísticas do nosso Astra surgem de toda a parte, sobre todas as vertentes, desde a economia de combustível ao desempenho dinâmico, desde o ambiente a bordo até ao nível elevado de equipamento de série, passando pelo conforto da suspensão e pelo elevado grau de conetividade digital com o exterior. O alto nível que o Astra atinge no seu segmento está bem espelhado em numerosos trabalhos publicados na imprensa da especialidade automóvel, e não só, onde o Astra vence na esmagadora maioria. Tão importante quanto esta avaliação mais especializada é a dos próprios clientes, que reconhecem no novo Astra um modelo de exceção no segmento. Isso dá-nos a confiança necessária para afirmar que o novo Astra, na linha dos antecessores, vai ser um sucesso de vendas.
OPEL ASTRA CARAVAN ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS
(0.9) 0,5
50-100 (3,7) 1,4
100-150 (8,6) 1,7
(1,9) 1,3
(5,2) 2,6
(11,7) 3,4
(0,5) 0,4
(1.2) 0,8
(2,4) 2,1
(3,1) 1,8 (6,4) 3,4
(9,8) 6,7 (14,3) 6,8
(15,7) 11,7 (26,0) 13,1
DIREÇÃO MOTOR E AMBIENTE CARROÇARIA
existam diversas caraterísticas comuns, como o elevado rendimento e o baixo nível de emissões, é importante ter em conta a vocação de cada uma. E da mesma forma que para os amantes da condução desportiva a escolha recai, inevitavelmente, na versão biturbo, para os mais preocupados com os consumos, e para uma utilização mais racional, a escolha recomendada é a de 110 CV. Com um consumo médio de 3,4 l/100 Km, este motor garante um custo de utilização sem rival e um preço negociado abaixo da “baliza” fiscal dos 25 mil euros. Mesmo que não apresente a capacidade de resposta dos “irmãos” mais dotados, a verdade é que o Astra Sports Tourer 1.6 CDTI de 110 CV está longe de comprometer e assume-se, sem qualquer dúvida, como um aliado incontornável para as pequenas e médias empresas. /
INTERIOR
4,70 M
TRAVAGEM
540 L
S/DEFEITOS
COMPRIMENTO
CAPACIDADE DA BAGAGEIRA
110 CV
MOTOR 1.6 CDTI
99 G/KM EMISSÕES CO2
ELÉTRICA E ELETRÓNICA
(91,2%) 94,5% (80,1%) 88,1% (67,7%) 81,3%
RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS
(2,7%) 1,8% (6,1%) 3,7,%
(6,6%) 3,5% (13,3%) 8,4%
(11,1%) 5,0% (21,2%) 13,7%
CONSIDERÁVEIS
*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração entre parêntesis, os valores médios do segmento melhor do que a média do segmento pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica
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ENSAIO
VOLVO V90 D4
REGRESSO COM BRIO Com a nova V90, a Volvo regressa ao segmento de mercado dominado pelos alemães da Audi, BMW e Mercedes. Tarefa complicada que a marca sueca cumpre com brio: a V90 tem qualidade, muitas tecnologias inéditas e uma personalidade muito forte TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
A
evolução tecnológica está no ADN da Volvo, mas a nova V90 eleva a fasquia de forma surpreendente e consegue, mesmo, desafiar a hegemonia alemã: porque é o automóvel mais premium alguma vez lançado pelo construtor sueco mas, sobretudo, porque conta com um conjunto de atributos que são cada vez mais valorizados. À nova plataforma (partilhada com o SUV XC90), que é responsável pelo bom comportamento
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dinâmico e pelo conforto, juntam-se motores evoluídos, como é o caso daquele que encontramos na versão ensaiada, um diesel de quatro cilindros e 190 CV de potência que tem nos baixos consumos e emissões um argumento, juntamente com o preço e os custos de utilização. Depois, além de uma estética muito elegante e inconfundível, plena de personalidade, destaque para a qualidade de construção e dos materiais, a que se alia um interior marcado pela elegância e funcionalidade. Na verdade, embora seja 27 milímetros mais curta do que a berlina, esta versão station soma
ao refinamento estilístico uma capacidade de mala (560 litros) que lhe permite cumprir com todas as necessidades da família, sem prejudicar a habitabilidade traseira, que é das melhores do segmento, o mesmo acontecendo com a facilidade de acesso a todos os lugares. Ainda no que refere ao compartimento de bagagem, destaque para a abertura elétrica e para o sistema que recolhe automaticamente a chapeleira para facilitar a arrumação de objetos volumosos, a que se junta o rebatimento automático das costas do banco traseiro, permitindo ampliar a capacidade de bagagem até
O QUE DIZ A MARCA VOLVO V90 D4 Os novos S90 e V90 dão continuidade à mudança que a marca Volvo protagoniza, iniciada com o novo XC90, que tem por base a nova plataforma SPA (Scalable Product Architecture). A nova V90, em particular, é um modelo que concorre num segmento muito competitivo do mercado empresarial. Os novos 90 estão na linha da frente em termos de tecnologia, consumos e emissões. Os nossos clientes podem contar com uma caixa automática de 8 velocidades, motores ecologicamente muito eficientes com emissões desde 119 g CO2/Km, na V90 D4, e potência desde 190Cv. O excelente momento que a marca Volvo atravessa é notório – o mercado cresce 15.3% e a Volvo 20.9%. No segmento de empresas a Volvo cresce 54% e via AOV o crescimento é de 44%. O XC90 será, naturalmente e muito em breve, líder do seu segmento.
1560 litros e arrumar objetos com 2,21 metros de comprimento. Além da abundância de espaço e de uma decoração que irradia bom gosto, a sensação de bem-estar a bordo é, igualmente, resultado da conjugação perfeita de fatores como o equipamento, criteriosamente definido a pensar nas necessidades dos tempos modernos, e, claro, o conforto de referência, a começar na excelente insonorização e prosseguindo nos bancos especialmente estudados do ponto de vista ergonómico. Já do lado do equipamento, a lista praticamente não tem fim, sobretudo para quem está disposto a valorizar aquilo que a tecnologia já consegue oferecer. E se esse é o seu caso e não prescinde de um bom som a bordo, então não hesite: o sistema de som da Bowers & Wilkins (cerca de 4000 euros) é mesmo para os apreciadores da acústica de referência, permitindo-nos, por exemplo, reproduzir o ambiente da Ópera de Gotemburgo, graças aos 18 altifalantes dispostos pelo habitáculo, mas não visíveis. O cuidado com o detalhe é, aliás, uma espécie de imagem de marca da Volvo V90 e está também patente, por exemplo, na possibilidade de personalizarmos o painel de instrumentos (podem
VOLVO V90 D4 FAMILIAR Para além de ter uma mala com capacidade para arrumar 560 litros (1560 litros se rebatermos os bancos), a V90 tem uma das melhores habitabilidades do seu segmento e uma lista de equipamento muito completa
PREÇO 59 539€ // MOTOR 4 CIL.; 1969 CC; Turbo; 190 CV; 4250 RPM // BINÁRIO 400 Nm; 1500 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 8 VEL. AUTO // PESO 1733 KG // COMP./LARG./ALT. 4,93/1,89/1,47 M // MALA 560/1526 L // DESEMPENHO 8,5 (9,4*) s 0-100 KM/H; 225 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,4 (6,4*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 119 G/KM (CLASSE B) // IUC 217,35€ // REPRISES 40-90 KM/H AUTO 5,3 S* // TRAVAGEM 100-0 km/h 44 M* *As nossas medições
DESIGN, HABITABILIDADE, ERGONOMIA
EQUIPAMENTO DE SÉRIE, MALA
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ENSAIO
VOLVO V90 D4
INTERIOR REQUINTADO Entre os vários elementos que marcam o interior da V90 encontra-se o ecrã central tipo tablet, que reúne não só a maioria dos comandos, como todas as funções e aplicações. Já o painel de instrumentos digital permite selecionar vários ambientes visuais, incluindo a transposição do mapa do sistema de navegação para um local mais ao alcance da vista do condutor. Curiosa é também a forma do botão da ignição, posicionado junto do seletor dos modos de condução
variar as tonalidades, bem como a própria instrumentação, de acordo com o perfil de condução), ou no funcionamento intuitivo do tablet, a partir do qual podemos operar as principais funções do completo sistema de infoentretenimento. Já do lado da segurança, valor especialmente grato à Volvo, destaque para o “Pilot Assist”, que integra o cruise control ativo, a travagem automática a baixa velocidade, o aviso de aproximação perigosa a outro veículo, ou a transposição involuntária da faixa de rodagem.
MECÂNICA EVOLUÍDA A pensar nas longas viagens, a Volvo V90 conta com os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos da marca sueca. É o caso da nova famí-
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lia de motores denominada “Drive-E”. Todos têm o mesmo número de cilindros (quatro) e a mesma cilindrada (2 litros), apenas varia a potência, que no diesel vai dos 150 CV até aos 235 CV, passando pelos 190 CV da versão ensaiada. Esta nova geração de motores, além de ser mais leve e mais económica, tem um funcionamento muito mais suave, graças à utilização de um veio de equilíbrio. O objetivo (alcançado) é torná-lo tão suave quanto um motor de 6 cilindros. À quase total ausência de vibrações junta-se um rendimento muito bom que consegue superar alguns concorrentes, tendo aqui um papel determinante o turbo de dupla entrada, que é a explicação para o facto de o binário máximo de 400 Nm
estar disponível logo às 1500 rpm. Esta grande disponibilidade desde os baixos regimes traduz-se, naturalmente, num bem evidente conforto de marcha, mas tem também ref lexos positivos nos consumos, tanto mais que a caixa de oito velocidades automática (está também disponível a transmissão manual de seis relações) alia à suavidade de funcionamento o excelente aproveitamento das potencialidades do motor. De referir, ainda, a linearidade na subida de regime, o que, a par da elevada potência e binário, determina performances convincentes, em linha com aquilo que oferecem os melhores concorrentes. Ainda na perspetiva do desempenho dinâmico, é também de enaltecer
o trabalho realizado ao nível da suspensão, matéria delicada num automóvel de grandes dimensões e, sobretudo, num tração dianteira com 190 CV. Esta “teimosia” da Volvo em se manter fiel à tração anterior (quando todos os concorrentes optam pela configuração oposta) determinou sempre desafios e dificuldades adicionais, principalmente ao nível do eixo dianteiro, que agora estão em grande parte solucionadas. Embora se mantenham algumas vibrações no trem dianteiro e a capacidade de manobra não seja, ainda, a melhor, a verdade é que a V90 evoluiu imenso nestes domínios. Pelo “salto” qualitativo que protagoniza, pela imagem moderna, distinta e diferente, mas,
CONTRATO AOV A Volvo, através da ALD Automotive, propõe, para uma Volvo V90 2.0 D4 Momentum Business Pack Geartronic, um contrato de AOV com a duração de 3 anos/60 000km, com um custo mensal de 811,71 euros (IVA incluído). Este contrato inclui Pneus, IUC, Manutenção programada e Seguros. Estes valores pressupõem um PVP de 42 669.37€ que já inclui o desconto para PME. O Custo Total de Utilização (TCO) anual é de 10 855.62€
também, como resultado de uma relação preço/equipamento em linha com os seus concorrentes mais diretos, a Volvo V90 tem todas as condições para se afirmar como um “player” incontornável no segmento das frotas. Ao preço (cerca de 60 mil euros) competitivo juntam-se outros argumentos importantes, como os baixos consumos (e emissões) e custos de utilização muito concorrenciais, o mesmo acontecendo com o valor de retoma, que reflete as qualidades deste modelo, bem como o trabalho que a marca tem feito nos últimos anos com o intuito de valorizar os seus produtos. A oferta de 5 anos de manutenção programada é também um argumento que reforça os valores de renting face aos concorrentes alemães. /
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AUDI A4 AVANT 2.0 TDI
A EVOLUÇÃO SILENCIOSA Na nova geração do Audi A4 Avant aquilo que mais se destaca é a aposta num “pacote” tecnológico de referência. Se a estética pode, até, parecer conservadora, o prazer de vida a bordo mostra-nos que estamos a bordo de um carro do século xxi TEXTO JÚLIO SANTOS
P
ode até não parecer mas o novo Audi A4 é totalmente novo: 90% das peças foram concebidas especificamente para esta última geração daquele que é, por direito próprio, um dos modelos de referência no segmento premium. A silhueta e a definição estilística seguiram as receitas de sucesso das gerações anteriores, numa aposta clara na sobriedade, que é um dos valores mais valorizados pelos clientes empresariais, mas é tanta a tecnologia (a começar pela estrutura de alta resistência, mas baixo peso, para uma maior eficácia energética) que quase nada sobrou do passado.
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Em bom rigor, só mesmo a designação irradia confiança e prestígio, pelo que não admira que os engenheiros tenham centrado todos os esforços nos aspetos que, afinal, são cada vez mais valorizados, como a tecnologia e a qualidade, duas áreas em que o novo A4 progride de forma muito significativa, posicionando-se em patamares de referência. Mas vale a pena dizer, antes, que a aposta numa configuração imediatamente reconhecível não é sinónimo de conservadorismo estilístico. No caso da A4 Avant 2.0 TDI, pode dizer-se que estamos perante uma evolução coerente de uma silhueta de créditos firmados a que se juntam traços que sublinham a elegância e, principalmente, a maior vocação hi-tech. São os casos da nova grelha dianteira, do desenho dos para-choques e dos vincos
no capot, mas, principalmente, dos novos faróis que, em opção, podem receber a iluminação inteligente (Matrix LED). Tecnologia e qualidade são, igualmente, caraterísticas do interior. Ao design sóbrio, que cria um ambiente verdadeiramente premium, juntam-se, na verdade, materiais que contribuem para o posicionamento do Audi A4 Avant 2.0 TDI, de que são exemplos os revestimentos em couro ou as aplicações em alumínio (que reforçam o toque desportivo). Além do conforto e do espaço abundante (mesmo na traseira e na bagageira, com 505 litros de capacidade), aquilo que realmente diferencia o Audi A4 Avant é, realmente, a quantidade de tecnologia. E falamos de tecnologia realmente útil que valoriza a segurança, a condução e o pra-
O QUE DIZ A MARCA AUDI A4 Sendo um dos pilares da marca nas vendas a frotas, o novo A4 eleva a oferta para empresas a outro nível, não só pela elevada qualidade de construção, baixos custos de manutenção e eficiência, mas, também, pela oferta tecnológica disponível. Com o motor 2.0 TDI 150 cv, apresenta um consumo médio de combustível de apenas 3,8 l/km, equivalente a 99 g/km CO2. Destaque para a aerodinâmica: o A4 Limousine apresenta o melhor coeficiente de resistência aerodinâmico na sua categoria, com o valor Cx de 0,23. As dimensões do novo modelo aumentaram face ao anterior, mas o peso do conjunto foi significativamente reduzido: até menos 120 kg, dependendo do motor. Pelo elevado valor residual, o Audi A4 é uma das principais opções pelas Gestoras de Frotas.
zer de vida a bordo. No primeiro caso, esta nova geração conta com todos os avanços mais recentes, como a travagem automática ou os avisos de saída de faixa de rodagem ou aproximação perigosa a outros veículos. Já naquilo que diz respeito a todos os utilizadores, a segunda geração do MMI toma por base um ecrã tátil de 12,3 polegadas . Já do lado da mecânica a oferta é, por ventura, ainda mais convincente, estando apta a corresponder às necessidades de um vasto leque de clientes potenciais. O mérito vai por inteiro para o motor 2.0 TDI que pode ter dois níveis de potência: 150 cv e 190 cv, tendo em comum os baixos consumos (3,8 litros aos 100 km, no primeiro caso, e 4,1 litros, na versão Ultra). A construção ligeira, com recurso ao alumínio em níveis inéditos, por via da larga experiência que a Audi possui neste domínio, a par da utilização das tecnologias mais avançadas pelos motores, explica o excelente desempenho dinâmico, com a potência sempre disponível e uma atitude em curva exemplar. No caso da aquisição empresarial, estas caraterísticas são ainda mais importantes, não apenas na perspetiva dos custos de utilização, como na aquisição, já que o Audi A4 Avant está entre os modelos energeticamente mais eficazes e, consequentemente, menos penalizados fiscalmente. /
AUDI A4 AVANT 2.0 TDI MMI DE SEGUNDA GERAÇÃO O Audi A4 Avant recebe a segunda geração do MMI, que tem por base um ecrã tátil de 12,3 polegadas, sendo um verdadeiro interface a partir do qual é possível comandar funções tão diferentes como a climatização ou o sistema de som
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 46 315 25 937 20 379 2198 3018 25 595 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização
PREÇO 42 133€ // MOTOR 4 CIL.; 1968 CC; Turbo; 150 CV; 3250 RPM // BINÁRIO 320 Nm; 1500 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL // PESO 1550 KG // COMP./LARG./ALT. 4,72/1,84/1,43 M // MALA 505 L // DESEMPENHO 19,2 s 0-100 KM/H; 215 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3,8 l/100 KM // EMISSÕES CO2 104 G/KM (CLASSE B) // IUC 194,30€ // REPRISES 40-90 KM/H ND // TRAVAGEM 100-0 km/h ND *As nossas medições
QUALIDADE, IMAGEM, TECNOLOGIA
ESTÉTICA INTERIOR
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RENAULT TALISMAN SPORT TOURER
O MAIS ALEMÃO DOS FRANCESES A Renault volta ao segmento D em força com a nova carrinha Talisman, um modelo que aposta forte no conforto, no espaço e na sofisticação tecnológica, tendo como alvo os modelos germânicos, nomeadamente a VW Passat Variant TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
E
m relação ao antecessor (Laguna), o Talisman Sport Tourer vê claramente reforçados os seus argumentos para se impor num segmento onde o domínio alemão é quase total. Desde logo porque a qualidade da nova carrinha francesa pode facilmente medir forças com as referências, o mesmo acontecendo com a segurança, enquanto ao nível do equipamento encontramos diversos dispositivos que nem mesmo em opção nos são proporcionados pela maioria dos concorrentes. Elegante e com um arranjo interior dominado por materiais de qualidade, o Talisman Sport Tourer tem tudo
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para se assumir como um caso sério no exigente mercado das frotas, para o que conta, também, com uma mecânica muito evoluída e apta a responder às expetativas dos clientes mais exigentes. Destaque aqui para o motor 1.6 DCi de 160 CV, neste ensaio, “combinado” com a caixa EDC de dupla embraiagem, que cada vez mais desperta os interesses dos utilizadores empresariais. O ponto de partida para a boa impressão que a Talisman Sport Tourer causa imediatamente é a nova plataforma CMF, cujas caraterísticas influenciam positivamente a qualidade, bem como o comportamento dinâmico e o desempenho de algumas tecnologias inovadoras, como a direção às quatro rodas “4Control”. Este sistema, que nenhum dos
concorrentes possui, melhora notavelmente a estabilidade e facilita as manobras, ao mesmo tempo que possibilita uma agilidade surpreendente em trajetos sinuosos, uma verdadeira referência. Mas se por fora a Talisman tem uma presença marcante, no interior as novidades são igualmente relevantes. Destaque, desde logo, para a habitabilidade e para o conforto, mas também para o equipamento, com a segunda geração do R-Link, que concentra todas as funções principais, a revelar uma evolução muito significativa. É a partir deste elegante tablet, bem integrado no conjunto, que comandamos as principais funções: desde a climatização ao sistema de som, passando pelo sistema de navegação, acesso ao telemóvel ou às principais apps do nosso
O QUE DIZ A MARCA RENAULT TALISMAN SPORT TOURER O design marcante e estatutário, que não passa despercebido, é claramente uma caraterística do novo Talisman e do Talisman Sport Tourer. Uma vasta gama de motores, de 110 cv a 200 cv, que permite a adaptação a diferentes tipos de utilizadores e um elevado nível de qualidade percebida. E, sobretudo, um nível tecnológico – com destaque para os sistemas Multi Sense, 4 CONTROL e sistemas de ajuda à condução - que não são comuns, mesmo neste segmento. Os conhecidos motores 1.5 dCi de 110 cv e 1.6 dCi de 130 cv são reconhecidos no mercado pela excelência dos seus consumos e custos de utilização. O novo motor 1.6 dCi 160 Twin Turbo apresenta uma potência e uma agradabilidade na condução absolutamente comparável com motores de maior cilindrada.
smartphone. Não sendo uma originalidade, é-nos também possível configurar a atitude do Talisman Sports Tourer de entre cinco modos (Neutro, Eco, Comfort, Sport e Individual), que alteram não só o visual, como a resposta do motor, da transmissão e da direção. Um botão colocado ao meio dos bancos permite aceder diretamente ao programa Sport e Comfort (este inclui massagens nos bancos da frente). Outro botão acede diretamente ao modo Eco, enquanto o modo Neutral é assumido por defeito sempre que ligamos a ignição. Muito útil é, também, o “head-up display”, que projeta à nossa frente informações como a velocidade, a indicação dos sinais de trânsito e a orientação do sistema de navegação. Sendo uma carrinha é natural que os clientes valorizem também a mala, que, não sendo a maior do segmento, tem uma capacidade de 572 litros associada a algumas funcionalidades de arrumação. Embora a versão ensaiada seja completa em equipamento, do ponto de vista económico prevalece a racionalidade, pelo que a relação preço/equipamento é tentadora, mesmo no contexto das frotas. Às emissões que favorecem o valor do IUC acresce uma garantia que se estende por 5 anos ou 100 mil quilómetros ,que contrasta com os 2 anos sem limite de quilómetros propostos por muitos concorrentes. /
RENAULT TALISMAN SPORT TOURER MUITA QUALIDAE A qualidade é um denominador comum a todas a áreas, uma caraterística que compete diretamente com as melhores realizações alemãs
PREÇO 41 170€ // MOTOR 4 CIL.; 1598 CC; Turbo; 160 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 380 Nm; 1750 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL. AUTO // PESO 1615 KG // COMP./LARG./ALT. 4,86/1,87/1,46 M // MALA 572/1700 L // DESEMPENHO 9,6 (11,9*) s 0-100 KM/H; 213 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,4 (7*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 115 G/KM (CLASSE B) // IUC 141,12€ // REPRISES 40-90 KM/H AUTO 7,4 S* // TRAVAGEM 100-0 km/h 44 M* *As nossas medições
QUALIDADE, HABITABILIDADE, TECNOLOGIA
SUSPENSÃO SECA, VISIBILIDADE
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AUDI A3 SPORTBACK 1.6 TDI 110 CV S TRONIC
RECUPERAR A LIDERANÇA As alterações que a Audi introduziu no A3 podem ser de detalhe no plano da estética, mas o acréscimo de tecnologia recoloca-o na liderança do segmento premium. O A3 Sportback 1.6 TDI tem agora argumentos únicos TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS JOSÉ BISPO
O
Audi A3 quer manter-se na crista do segmento compacto premium e, para isso, recebeu alguns retoques. Alterações de detalhe (uma vantagem para o modelo atual que assim não se desvaloriza) visíveis ao nível da grelha mais larga e das óticas redesenhadas (na frente, em opção, podemos dispor de faróis matrix LED), enquanto na traseira o para-choques e o difusor são mais encorpados. Por dentro está (quase) tudo na mesma. Espaço, conforto e materiais em patamar premium, bagageira apta a satisfazer as necessidades da família
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(380 litros expansíveis até 1 220 litros por via do rebatimento do banco traseiro), a que se juntam inúmeros espaços de arrumação. Mas se, à primeira vista, parece que nada mudou num interior onde a sobriedade da decoração está, também, em sintonia com o posicionamento do Audi A3, olhando com mais atenção, damo-nos conta do importante enriquecimento tecnológico, com a chegada de diversos dispositivos de última geração. É o caso do Virtual Cockpit (540€), uma revolução ao nível dos painéis de instrumentos, que nos possibilita escolher as informações que privilegiamos e, inclusive, colocar o sistema de navegação no centro das nossas atenções. Para quem estiver disposto a continuar a investir, não faltam soluções capazes de
tornar o A3 num automóvel único, com tudo aquilo que hoje em dia privilegiamos e um “look” realmente apelativo. É o caso do pacote desportivo S line (2215€) que comporta a suspensão desportiva (10 mm mais baixa) e as jantes de 18’’ com pneus 225/40. O Sportback torna-se ligeiramente mais “seco”, mas o sacrifício de conforto para os passageiros dos lugares traseiros é recompensado com uma dinâmica muito mais envolvente. A versão ensaiada contava com o bem conhecido motor 1.6 TDI de 110 CV, que conjuga uma boa capacidade de resposta com consumos (e emissões) de referência, com impacto na carteira, nos custos de utilização e, até, no preço final. A potência sempre disponível e o bom aproveitamento do binário
O QUE DIZ A MARCA AUDI A3 O negócio de vendas a frotas sempre foi muito importante para a Audi, sendo essa a razão para ter uma oferta equilibrada e aliciante para as empresas, em qualquer segmento. Há 20 anos, a Audi criou um novo segmento com o lançamento do A3. Hoje, o A3 é numa das referências do segmento quer pela qualidade de construção, habitabilidade e conforto, quer pelos baixos custos de manutenção e consumos reduzidos. Associado ao motor 1.6 TDI de 110 Cv, com caixa manual de 6 velocidades ou com caixa automática S tronic de 7 velocidades, o A3 tem um excelente desempenho, sendo ágil e eficiente, valores ideais para uma condução diária. A vasta Rede de Concessionários Audi prestam todo o apoio especializado a Empresas, sempre que necessário.
(250 Nm às 1500 rpm) possibilitado pela caixa de sete velocidades de dupla embraiagem (S tronic), que se destaca, também, pela suavidade, permitem, na verdade, uma condução agradável, ainda que a prometida redução de consumos face à transmissão automática se fique… pelas promessas. Numa utilização absolutamente normal averbamos, na verdade, uma média ponderada de 6,1 litros aos 100 km, valor que, sem surpresas, subiu em algumas décimas quando optámos por uma condução mais desportiva. É que se há caraterística que destaca o A3 é, realmente, a dinâmica, com uma suspensão muito bem adaptada, uma estrutura sólida mas leve e uma direção competente. Tudo num “pack” que tem o mérito de se ajustar às nossas prioridades por via do Audi Drive Select, que nos permite variar o amortecimento da suspensão, a resposta ao acelerador e a assistência da direção, em função de uma condução que privilegia o conforto ou a dinâmica. Com custos de utilização realmente competitivos e uma depreciação em linha com os valores médios do segmento, o Audi A3 continua a ser uma das melhores opções no plano empresarial. À imagem premium junta qualidade e um preço que justifica o investimento. /
AUDI A3 SPORTBACK 1.6 TDI 110 CV S TRONIC Enfrentar o trânsito quotidiano com uma caixa de dupla embraiagem como a S tronic do A3 é um descanso. O modo Sport torna a caixa mais reativa, em linha com o acerto sempre firme da suspensão
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ. 31 033 19 241 11 793 1 545 2 798 16 135 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização
PREÇO 31 790€ // MOTOR 4 CIL.; 1598 CC; Turbo; 110 CV; 3250-4000 RPM // BINÁRIO 250 Nm; 1500-3000 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 7 VEL. AUTO // PESO 1360 KG // COMP./LARG./ALT. 4,31/1,79/1,43 M // MALA 380/1220 L // DESEMPENHO 10,7 (12,3*) s 0-100 KM/H; 200 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3,9 (6,1*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 101 G/KM (CLASSE B) // IUC 141,12€ // REPRISES 40-90 KM/H AUTO 7,4 S* // TRAVAGEM 100-0 km/h 44 M* *As nossas medições
QUALIDADE, HABITABILIDADE, IMAGEM, TECNOLOGIA
SUSPENSÃO SECA, MOTOR LIMITADO
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ALFA ROMEO GIULIA SUPER 2.2 DIESEL
DIFERENTE? MAIS DO QUE ISSO O novo Alfa Romeo Giulia “encarna” os principais valores da marca, com destaque para o prazer de condução e para a estética plena de personalidade. Preço abaixo dos concorrentes e consumos “convidativos” ditam custos de utilização entre os melhores
O
TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO Alfa Romeo Giulia dá nas vistas; um bom ponto de partida para este modelo que traz a marca italiana de regresso a um segmento dominado pela Audi, BMW e Mercedes-Benz e onde a Jaguar está, agora,
a apostar fortemente. O Giulia também exibe uma assinatura com pergaminhos e, sobretudo, diferencia-se “na paisagem”. Será isso suficiente? Para já uma coisa é certa: o número de unidades destinadas ao nosso mercado é francamente escasso face à procura que o modelo está a registar. Porque o fruto “proibido” é especialmente desejado e,
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também, porque o mercado de usados tardará a dispor de unidades que satisfaçam os desejos de todos, é provável que os valores residuais tendam a manter-se relativamente altos. Além disso, como o preço base é competitivo e os consumos contidos, perspetivam-se custos de utilização abaixo da média. Misturando na dose certa razão e emoção, verificamos que à beleza escultural correspondeu uma evolução da qualidade de construção que, sendo significativa, não está ainda no mesmo patamar dos protagonistas alemães. Mais ousada foi a abordagem do lado da mecânica, com o Giulia a apostar na tração traseira, que favorece o comportamento desportivo (como se espera de um Alfa Romeo e que imaginamos logo no
primeiro olhar), a que se junta uma construção ligeira e uma cuidada distribuição do peso entre os dois eixos. Tudo sem prejuízo da segurança ativa, onde não faltam as ajudas mais importantes, ou das aptidões familiares. O espaço disponível para pessoas e bagagem (480 litros) é, aliás, um dos pontos em que o Giulia ganha vantagem face a rivais diretos, num habitáculo marcado pelo design sedutor, onde se destaca o posto de condução que acentua a vertente desportiva em detalhes como o desenho da instrumentação, ou a colocação no volante do botão que liga e desliga o motor. Com todos os equipamentos de conetividade mais recentes, o Giulia conta ainda com o já “tradicional” sistema Alfa DNA, que nos permite ajustar alguns parâmetros, como a resposta do
O QUE DIZ A MARCA ALFA ROMEO GIULIA Design, técnica e tecnologia caraterizam o novo Giulia, muito bem adaptado a uma utilização individual ou empresarial (o custo de manutenção indicado para quatro anos ou 80 mil kms é de 435 euros mais IVA). Dispõe de tração traseira, escolha que garante superiores níveis de performances e uma condução emocionante, além de representar um tributo às mais autênticas tradições da Alfa Romeo. O novo Giulia distingue-se pelo design italiano, expresso no irrepreensível sentido das proporções, baseado na arquitetura técnica, na sofisticada simplicidade e na qualidade das superfícies. Em sintonia com a tradição Alfa Romeo, oferece soluções técnicas únicas. Entre os dispositivos mais sofisticados estão o Integrated Brake System (IBS), que reduz de forma considerável o espaço de imobilização - de 100 km/h a 0 em 38,5 m, e a suspensão ativa, garantia de excecional conforto.
acelerador, a firmeza da suspensão ou o “timing” das passagens de caixa, privilegiando o conforto ou uma atitude mais desportiva. Fundamental, em ambos os casos, é o já referido apuro estrutural, ditado pela distribuição equitativa do peso entre os dois eixos e pela utilização de materiais muito leves na construção da estrutura. O chassis e os principais painéis da carroçaria, o bloco do motor e diversos componentes da suspensão utilizam o alumínio na sua construção, enquanto o veio de transmissão é em fibra de carbono, mas é importante reter que a rigidez estrutural em momento algum foi comprometida. Precisamente porque ela é fundamental para a qualidade, para o conforto e para a dinâmica, que é parte indissociável da genética da Alfa Romeo. Por isso mesmo, o Giulia beneficia de uma suspensão totalmente nova, especialmente concebida em função da tração posterior, o mesmo acontecendo com a direção, que se destaca pela extrema precisão e pelo “feeling” muito desportivo. A acutilância é uma das principais caraterísticas do novo Giulia, que, em condução rápida, tem uma abordagem às curvas muito peculiar: começa por fugir de frente para logo depois a
ALFA ROMEO GIULIA SUPER 2.2 DIESEL BOM REGRESSO A Alfa Romeo regressa ao segmento das berlinas médias com um Giulia escultural e com melhor qualidade de construção. O nível de equipamento e a perspetiva de custos de utilização abaixo da média tornam o argumento "value for money" um dos seus maiores trunfos
PREÇO 44 400€ // MOTOR 4 CIL.; 2143 CC; Turbo; 180 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 450 Nm; 1500 RPM // TRANSMISSÃO Traseira; 6 VEL. Manual // PESO 1449 KG // COMP./LARG./ALT. 4,64/1,86/1,43 M // MALA 480 L // DESEMPENHO 7,2 (8,6*) s 0-100 KM/H; 230 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,2 (6,2*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 109 G/KM (CLASSE B) // IUC 217,35€ // REPRISES 40-90 KM/H MANUAL 7,8/12,5/29,9 S* // TRAVAGEM 100-0 km/h 44 M* *As nossas medições
DESIGN; COMPORTAMENTO; HABITABILIDADE
ALGUNS MATERIAIS; RUÍDO
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ENSAIO
ALFA ROMEO GIULIA SUPER 2.2 DIESEL
traseira soltar-se de forma controlada. Esta é uma das razões porque as ajudas ativas, como o controlo de estabilidade, têm a “paciência” de esperar pelo momento em que devem realmente intervir. Dito isto, não é demais salientar que no Giulia reencontramos a atitude desportiva que, durante muitos anos, fez dos Alfa Romeo automóveis realmente apaixonantes do ponto de vista da condução. A tudo o que já foi referido há, naturalmente, a adicionar o contributo determinante do motor turbodiesel de qua-
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tro cilindros, com 180 CV e 400 Nm de binário máximo, que denota sempre uma grande disponibilidade. Dócil no dia a dia na cidade, revela, porém, uma capacidade de resposta convincente, com acelerações vigorosas e boas retomas de regime. Sai também a ganhar o consumo que, afastando-se dos valores homologados, ainda assim situa-se em patamares de referência. Em cidade, é possível não ultrapassar os 7 litros, enquanto na estrada, numa utilização normal, um valor a rondar os 6,2 litros é perfeitamente realista. Claro que se nos dei-
xarmos tentar pela atitude dinâmica do Giulia, as contas serão outras. E por falar em contas, é importante reter que o Giulia chega ao mercado com um preço vantajoso face aos opositores diretos, a que junta o facto de muitos equipamentos importantes estarem já incluídos nesse valor, ao contrário da estratégia habitual neste segmento. Bem posicionado em termos de “value for money” e com custos de manutenção enquadrados com a média dos modelos premium, o Giulia tem, sem dúvida, um potencial muito interessante no segmento profissional. /
ENSAIO
VW PASSAT VARIANT GTE
ARGUMENTOS REFORÇADOS São cada vez mais as marcas que adicionam à propulsão híbrida a função plug-in para aumentar a autonomia. É o caso do Passat Variant GTE, que usa o mesmo sistema do Audi e-tron. A qualidade de sempre, com argumentos reforçados TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
R
ecém chegado a Portugal, onde beneficia de incentivos fiscais decorrentes da denominada “fiscalidade verde”, o VW Passat GTE utiliza o bloco a gasolina 1.4 TSI apoiado por um motor elétrico alimentado por uma bateria de iões de lítio que assegura uma autonomia elétrica de aproximadamente 50 quilómetros. Esta é uma distância capaz de preencher as necessidades da maioria dos utilizadores, de acordo com vários estudos que apontam a solução Plug-in como a mais eficaz enquanto a autonomia dos automóveis puramente elétricos
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não alcançar valores da ordem dos 400 quilómetros e os sistemas de carregamento não se tornarem mais rápidos. Entre as vantagens principais dos sistemas Plug-in Hybrid, como o utilizado no Passat GTE, destaca-se o facto de consumir apenas eletricidade em trajetos urbanos e suburbanos, e gasolina quando fazemos viagens mais longas. Eficaz do ponto de vista dos consumos e emissões, esta é, porém, uma tecnologia em fase de desenvolvimento e, consequentemente, cara, o que não impede que a procura continue a crescer. Embora a VW anuncie um consumo médio de 1,7 l/100 Km, na prática este valor é irreal, mesmo nos primeiros 100 quilómetros depois de
esgotarmos toda a energia acumulada na bateria, que no nosso ensaio deu para percorrer entre 41 a 45 quilómetros. Depois disso o consumo médio é de 2,5 l/100 Km, aumentado para a casa dos 5 l/100 Km passados os primeiros 100 quilómetros. Mesmo assim, estes são valores muito baixos se considerarmos as capacidades dinâmicas do novo VW Passat GTE, com uma potência combinada de 218 CV (resultado da interação dos dois motores). A par da economia, a grande vantagem deste sistema reside na sua versatilidade. Após arrancarmos em modo elétrico, podemos continuar assim ou, em alternativa, guardar essa energia para alimentar o motor elétrico quando circulamos em
O QUE DIZ A MARCA INCENTIVOS FISCAIS OTIMIZAM TCO O Passat GTE “plug-in” posiciona-se como um verdadeiro desportivo (motor 1.4 TSI + motor elétrico = 218 cv), com uma vocação ecológica. Sem problemas de autonomia graças ao motor a gasolina que carrega as baterias, este modelo apresenta baixos custos de energia, com consumos combinados que podem atingir apenas 1,7 litros/100 km, bem como baixos custos de utilização, havendo uma utilização menos intensiva de pneus e travões. Este Passat (disponível em Limo e Variant) é também uma oferta muito válida para os Clientes – Empresa graças aos benefícios fiscais: IVA dedutível no 'Total Cost of Ownership' (ou seja nos custos de utilização, incluindo seguro e manutenção) e redução da Tributação Autónoma. Atualmente, existe uma campanha em vigor baseada num produto Renting que comunica 620 €/mês tudo incluído.
cidade, precisamente onde o motor de combustão consome mais gasolina. Já em estrada, podemos eleger o modo em que apenas é chamado a intervir o motor a gasolina, ou, para máxima performance, podemos selecionar a função GTE, em que os dois motores funcionam em paralelo, podendo disponibilizar a potência máxima de 218 CV. Por fim, podemos acionar o modo E-Charge e, nessa altura, o motor de combustão funciona como gerador de eletricidade, carregando totalmente a bateria em cerca de 50 quilómetros. De acordo com as nossas medições, no modo E-Charge, o consumo do motor de combustão sobe, em média, 1,5 l/100 Km, um pouco menos se realizarmos essa operação em estrada, a uma velocidade estabilizada (utilizando o cruise-control) de cerca de 120 Km/h. Com um bom nível de equipamento, a VW Passat Variant GTE é uma das propostas mais baratas dentro do seu género, caraterística a que junta os baixos consumos e um valor residual consistente, além de diversos benefícios fiscais, como pagar um IUC reduzido (134 euros). É, por isso, uma opção muito inteligente para uma aquisição empresarial, variando o preço de comercialização em função da dimensão da empresa. /
VOLKSWAGEN PASSAT VARIANT GTE AMBIENTE GTE A versão híbrida plug-in do Passat conta com a tecnologia introduzida no Audi A3 e-tron e no Volkswagen Golf GTE. A qualidade de construção está acima da média
PREÇO 49 854€ // MOTOR 4 CIL.; 1395 CC (gasolina) / elétrico; 156 CV; 5000-6000 RPM /115 cv // BINÁRIO 250 Nm; 1500-3500 RPM / 400 Nm // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL. AUTO // PESO 1735 KG // COMP./LARG./ ALT. 4,76/1,83/1,56 M // MALA 483/1613 L // DESEMPENHO 7,6 s 0-100 KM/H; 225 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 1,7 (5,0*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 37-39 G/KM (CLASSE A) // IUC 134€ // AUTONOMIA MODO ELÉTRICO 50 KM // 100-0 km/h 44 M* *As nossas medições
QUALIDADE, VERSATILIDADE, CONSUMOS
BAIXA CAPACIDADE DA BATERIA
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FIAT TIPO 1.6 MULTIJET 120 CV
ESPAÇO FUNCIONAL Espaçoso e funcional, o Tipo relança a Fiat no segmento dos compactos e encarna a faceta prática da marca italiana. O preço competitivo compensa alguma falta de personalidade perante os principais rivais
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TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS JOSÉ BISPO om a vertente mais apaixonante do design entregue à Alfa Romeo, a Fiat assume uma abordagem mais pragmática, valorizando o espaço e a funcionalidade em detrimento da imagem. Se o 500 é uma saudável exceção à regra, o novo Tipo encarna na perfeição a faceta prática da Fiat. As linhas são relativamente dinâmicas e a grelha tridimensional demonstra alguma atitude, mas a verdade é que este novo Tipo se dilui instantaneamente no trânsito. A beleza deste compacto italiano está no interior, mais concretamente nos 440 litros da bagageira. Esmagam os 380 l do VW Golf, a referência do segmento, e guardam uma boa vantagem para os 415 l do Skoda Spaceback, os 408 l Citroën C4 ou os 401
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l do Honda Civic, os três concorrentes mais próximos em volume de bagageira. Há mais 12 litros de arrumação dispersos pelo habitáculo e os bancos traseiros rebatem 60:40 sem, no entanto, formarem um piso plano. Uma bagageira ampla que seria melhor aproveitada com um piso de duas alturas. Criava-se um espaço de arrumação resguardado dos olhares alheios e alinhava-se o piso com o plano de carga para facilitar a arrumação de objetos pesados ou de maiores dimensões. Com 4,37 metros de comprimento, o Tipo posiciona-se entre os modelos mais compridos do segmento, a par do Opel Astra e do Ford Focus. No entanto, a exemplo do que acontece com a imagem, a dinâmica é menos entusiasmante que a dos concorrentes. Leve e pouco comunicativa, a direção é a parte interativa de uma mecânica muito orientada para o
conforto. Nada contra a suspensão macia ou a falta de comunicação com o eixo dianteiro. É feitio. Já a resvalar para fora deste âmbito está a caixa de velocidades. Mais do que a falta de rigor no manuseamento, é o escalonamento excessivamente longo que incomoda. O motor 1.6 MultiJet de 120 CV promete 320 CV às 1750 rpm, mas a caixa não o aproveita da melhor forma. Há zonas planas com 50 km/h de velocidade máxima onde o indicador de mudança ideal pede quarta. A caixa não tem descanso e o start/stop do motor nem sempre sincroniza com a ajuda ao arranque em subida, resultando em engasgadelas desnecessárias. Tendo de puxar pelo regime, os consumos afastam-se dos otimistas 3,7 l/100 km oficiais. O melhor que se consegue são 4,6 l/100 km com a velocidade estabilizada nos 90 km/h. Acrescentando um litro encontra-se a média
O QUE DIZ A MARCA FIAT TIPO 5 PORTAS Com uma excecional relação conteúdos/preço o Fiat Tipo de 5 portas preenche as exigências dos clientes privados e empresariais e assume o slogan da marca: “não é preciso muito para ter tanto”. A gama de motores, que responde em pleno às necessidades de todos os utilizadores e o habitáculo, marcado pelo conforto e muito espaço para pessoas e bagagem (440 litros é a capacidade da bagageira) distinguem o Fiat Tipo de 5 portas. Desde a fase de projeto que foi dada especial atenção ao Custo Total de Propriedade, fundamental tanto para clientes privados como empresariais. Os valores alcançados, no topo da categoria, foram possíveis graças ao baixo consumo de combustível, aliado a limitados custos de exercício, reparação e manutenção (299€ mais IVA é o custo de manutenção previsto para 4 anos ou 80 mil km) , a que se junta o elevado valor residual a longo prazo.
para as viagens de autoestrada. Tendo em conta as vezes em que a resposta anémica do motor abaixo das 2000 rpm força a utilização das relações mais baixas da caixa, os 6,6 l/100 km em cidade nem podem ser considerados excessivos. A média ponderada fixa-se nos 5,9 l/100 km. Como o IUC é calculado com base nas emissões homologadas, o Tipo 1.6 MultiJet de 120 CV paga 142,12€. Os 98 g/km de CO2 posicionam-no no limite inferior da classe energética B, que começa nos 96 g/km. Optar pelo 1.3 MultiJet de 95 CV vai ter reflexos apenas no preço (19 700€) e nas prestações, uma vez que os consumos e emissões são iguais. Olhando apenas ao preço, o motor 1.4 de 95 CV é o mais em conta. Custa 16 900€, mas eleva a média de consumos para os 5,7 l/100 km e gasta gasolina. Confortáveis sem serem envolventes, os cinco lugares são adequados para o transporte de adultos. À frente, a posição de condução é demasiado encaixada para um carro tão grande e pouco desportivo. O tablier e o volante elevado obrigam a subir o banco mais do que o desejado para encontrar uma posição de condução em linha com a média do segmento. Sem surpreender, materiais e acabamentos cumprem a função de criar um interior tão funcional como confortável./
FIAT TIPO 1.6 MULTIJET 120 CV SISTEMA UCONNECT O Fiat Tipo de 5 portas conta com um equipamento de referência, de que é exemplo o inovador sistema UconnectTM 7" HD LIVE, com ecrã tátil capacitivo a cores de alta resolução.
PREÇO 22 052€ // MOTOR 4 CIL.; 1598 CC; Turbo; 120 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 320 Nm; 1750 // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL. // PESO 1445 KG // COMP./LARG./ALT. 4,37/1,79/1,50 M // MALA 440 L // DESEMPENHO 10,1 (11,2*) s 0-100 KM/H; 200 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 3,7 (5,9*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 98 G/KM (CLASSE B) // IUC 142,12€ // REPRISES 40-90 KM/H AUTO 7,2 S* // TRAVAGEM 100-0 km/h 45 M* *As nossas medições
PREÇO, HABITABILIDADE, MALA
CAIXA LONGA, MOTOR NOS BAIXOS REGIMES
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NISSAN LEAF
UMA SEMANA SEM CARREGAR A nova bateria com capacidade para armazenar 30 KWh aumenta a autonomia do Nissan Leaf até aos 250 Km
O
TEXTO MARCO ANTÓNIO
aumento da autonomia de um carro elétrico, como o Nissan Leaf, corresponde a um dos maiores desejos de todos quantos escolhem este tipo de veículo para as suas deslocações, mesmo quando esse aumento corresponde a mais 51 quilómetros. Este valor, pouco expressivo num carro com motor convencional, assume neste caso um significado especial: se considerarmos que a maioria das pessoas percorre até 40 quilómetros por dia, significa que um utilizador normal consegue andar quase uma semana sem carregar o novo Leaf. Segundo Paul Willcox, Presidente da Nissan Europa, este aumento de autonomia vai atrair novos clientes que viam nessa limitação uma das razões para não investirem na mobilidade elétrica. Com este novo grau de confiança, o Nissan Leaf irá com certeza consolidar o seu papel de líder incontestado em Portugal e no resto do mundo, fruto de uma tecnologia que não tem parado de evoluir, quer seja no capítulo do armazenamento de energia, quer noutras áreas,
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como a conetividade, onde esta versão introduz novidades interessantes e úteis. Ao contrário do que poderíamos supor, a nova bateria de 30 KWh não compromete a configuração interna. Ela possui as mesmas dimensões interiores que as unidades equipadas com a bateria de 24 KWh, enquanto o aumento de peso é de apenas 21 Kg. O segredo para o seu bom desempenho reside na atualização do design interno e da química utilizada. Assim, o recurso a um cátodo de alta capacidade e uma pequena alteração na disposição das células, bem como uma gestão da regeneração mais eficiente, são os principais responsáveis por este ganho tão significativo. A confiança da Nissan na fiabilidade desta nova fórmula é tão grande que a bateria tem uma garantia de 8 anos ou 160 000 Km se a opção do cliente não for o aluguer da bateria, que poderá custar 79 euros por mês se não ultrapassarmos 12 500 Km/ano. Nesse caso, a bateria continua a ser propriedade da Nissan, que se responsabilizará por qualquer dano, inclusive uma eventual perda de capacidade de carga. O aumento de 6 KWh (26%) não implica um tem-
po de carga superior ao da unidade de 24 KWh! Em contrapartida a maior autonomia real do Nissan Leaf, que, no nosso caso, chegou quase aos 200 Km, dá para andarmos quase uma semana com a mesma carga nos trajetos que percorremos diariamente na cidade, onde o poder regenerativo é maior. A colocação da bateria sob o piso do carro garante um comportamento mais equilibrado, pelo facto de o peso estar melhor distribuído e pelo centro de gravidade estar numa posição mais baixa. Mas a nova bateria é “apenas” o elemento em destaque num conjunto de atualizações que vão consolidar a posição do Nissan Leaf de 30 KWh como um dos veículos elétricos mais versáteis e práticos e aquele que oferece também um dos melhores valores de mercado. A liderança da Nissan neste domínio da mobilidade elétrica lembra o provérbio Chinês que diz que “uma longa caminhada começa com um pequeno passo”. Foi isso que a Nissan fez quando poucas marcas apostavam nesta área, estando agora a colher os frutos. A prova disso são as mais de 170 mil unidades vendidas em todo o mundo, que já percorreram mais de mil milhões de quilómetros
O QUE DIZ A MARCA NISSAN LEAF O Nissan Leaf é uma boa solução empresarial devido às inúmeras vantagens que oferece, sobretudo pelo baixo custo de utilização - menos de 1,5€/100 km - e manutenção obrigatória mínima. Está isento de tributação autónoma e IUC, e o IVA é dedutível. O Leaf de 30 kWh veio ainda transformar a perceção sobre a funcionalidade dos veículos elétricos, com uma autonomia de condução de 250 km a colocá-lo na liderança do segmento. Com o mercado a reagir de forma positiva aos veículos elétricos, o valor residual tem vindo a aumentar, criando a possibilidade de gerar uma proposta de aluguer operacional competitiva. A Nissan vai ao encontro do cliente empresarial, oferecendo soluções de financiamento nas várias modalidades: crédito, leasing, ALD e renting, adaptáveis às necessidades específicas de cada negócio.
com uma taxa de fiabilidade de quase 100% e um grau de satisfação que ultrapassa largamente os 90%. Esta nova versão, agora com mais autonomia dará nova expressão ao ditado chinês. Uma das funcionalidades mais apreciadas e uma das mais úteis é a interação que o sistema de infoentretenimento estabelece com o utilizador, ao ponto de este poder controlar remotamente certas funções, como a possibilidade de verificar o estado de carga ao pré-aquecimento do habitáculo, fazendo funcionar uma bomba de calor que é uma das inovações do Leaf. O sistema tem a vantagem de não gastar energia da bateria, aumentado assim a autonomia de condução. Esse tipo de controlo à distância é feito de forma simples, através de uma aplicação instalada no smartphone. Outra novidade introduzida nesta nova versão de 30 KWh é o sistema NissanConnect EV, específico para veículos elétricos, que substitui o anterior Carwings ao acrescentar não só novas funcionalidades como um design mais apelativo. Uma das várias melhorias é o novo mapa de carregamento, capaz de indicar quais os postos de carga que se encontram disponíveis e quais estão a ser utiliza-
NISSAN LEAF TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 24 565 12 282 12 282 1333 13 615
250 KM
PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização
AUTONOMIA MÁXIMA
8 ANOS GARANTIA MÁXIMA
109 CV POTÊNCA MÁXIMA
2,5 €
POR CADA 100 KM
dos. Também o sistema de navegação foi revisto, ao mesmo tempo que foram introduzidos alertas de manutenção e uma função que permite localizar o veículo. Usando todos os benefícios fiscais, mais a campanha de 3000 euros da Nissan, o preço final desta nova versão do Leaf, mais autónoma, desce aos 22 800 euros. Para isso é preciso optarmos pelo aluguer da bateria, cuja tarifa mais baixa custa apenas 79 euros por mês. Conforme a tarifa elétrica utilizada, os custos de utilização não excedem os 2,5 euros por cada 100 quilómetros percorridos. Se acrescentarmos a baixa taxa de manutenção, uma caraterística dos motores elétricos, a opção pelo carro elétrico começa a ter interesse. Um interesse que será tanto maior quanto a densidade energética das baterias contribuir para um aumento significativo das autonomias. /
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NISSAN LEAF
NISSAN LEAF
BALANÇO POSITIVO PARA AS EMPRESAS
Lei da Fiscalidade Verde veio contribuir para tornar mais interessante aos clientes empresariais a opção pelo veículo elétrico. A combinação dos incentivos fiscais e os baixos custos de energia tornam esta solução mais apelativa em termos de custo total de propriedade. No Nissan Leaf, as frotas já representam 70% das vendas totais. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
O incentivo ao abate de veículos em fim de vida e a dedução do valor do IVA foram os principais fatores que levaram o Grupo Fortunato Frederico a substituir viaturas a gasóleo por veículos elétricos. A opção recaiu nos modelos Leaf e e-NV200. Os automóveis são utilizados pelos colaboradores nas suas deslocações diárias entre casa e o trabalho, ficando a carregar durante o dia nas instalações da empresa, em Guimarães. Atualmente, com cerca de um ano, já percorreram cerca de 20 mil quilómetros e permitiram à empresa baixar consideravelmente os custos de energia e manutenção. “O balanço é positivo. Os veículos não deram quaisquer problemas”, afirma Vitor Pereira, gestor de frota do Grupo Fortunato Frederico. “A autonomia da bateria é suficiente para as necessidades dos colaboradores, que, no máxi-
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mo, percorrem diariamente 50 quilómetros”. O combate às alterações climáticas e a redução dos custos de utilização da sua frota automóvel levaram também a EDP a apostar na aquisição de veículos elétricos e, com a entrega recente de 25 unidades, passou a ser uma das empresas no nosso país com maior número de viaturas deste tipo ao seu serviço. “Assumimos compromissos objetivos no nosso plano de negócios e a promoção da mobilidade elétrica enquadra-se nas metas principais, que são a aposta nas energias renováveis e maior eficiência energética, condições essenciais à redução de emissões", afirma Rui Teixeira, administrador da EDP. Igualmente positivo é o balanço de Pedro Dias, diretor comercial da Jadifex – Malhas e Confeções, de Barcelos, uma das primeiras empresas portu-
guesas que adquiriram a versão do Nissan Leaf com bateria de 30 kWh. “Temos uma preocupação ambiental e uma conduta a nível industrial limpa, que inclui a produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos e a reciclagem. Entendemos que os transportes deveriam seguir essa política, o que se traduziu na aquisição de cinco unidades do Nissan Leaf. Financeiramente, esta opção é muito interessante para a empresa”, refere Pedro Dias. “O custo de aquisição ainda é elevado, mas os custos de utilização são muito reduzidos. Além disso, os custos de manutenção são ‘rídiculos’, com um valor estimado de 40 euros. Pelos nossos cálculos e para cerca de 30 mil quilómetros por ano contamos recuperar o investimento relativamente a um veículo de combustão em aproximadamente seis anos”, adianta. /
“SÓ TROCO POR OUTRO TÁXI ELÉTRICO” José Ferreira, proprietário do primeiro táxi elétrico em Portugal
P
roprietário de um táxi elétrico desde janeiro de 2013, José Conceição Ferreira garante que está bastante satisfeito como o seu Nissan Leaf e, numa situação normal, já não se imagina a conduzir outro tipo de automóvel que não seja um elétrico. “Trocar só por outro elétrico”, afirma, recomendando-o “para toda a gente”. Para um particular, “é perfeito porque a pessoa sabe, à partida, qual é a autonomia de que necessita para as suas deslocações diárias. Para utilização como táxi é uma excelente solução para veículos que fazem apenas um turno. Se o motorista fizer apenas a parte da manhã e a parte da tarde, descansando uma ou duas horas durante o período de almoço (deixando o carro a carregar), pode trabalhar sem sobressaltos, porque a autonomia chega perfeitamente para a esmagadora maioria das situações", refere o proprietário do primeiro táxi elétrico do país. “Um táxi não percorre mais de 140 a 170 quilómetros por dia na cidade de Lisboa. Não se consegue passar disso. Só por mero acaso se apanha um serviço para Sintra ou para Setúbal, mas atualmente essa situação é muito rara.” O Nissan Leaf de José Conceição Ferreira perten-
ce ainda à primeira geração, que tem uma autonomia entre 100 a 120 quilómetros. Atualmente, o veículo já tem cerca de 130 mil quilómetros e a bateria original já teve de ser trocada, por iniciativa da própria Nissan, ao abrigo da garantia contratual de cinco anos. “O balanço é francamente positivo”, afirma o taxista. “Até hoje, o carro nunca teve qualquer problema, exceto a bateria convencional de 12V, que teve de ser substituída. O custo de manutenção é bastante inferior ao de um automóvel a gasóleo. Praticamente só troca pneus, o filtro de ar condicionado (de seis em seis meses) e o óleo de travões (anualmente). Cada revisão custa entre 120 e 150 euros. As pastilhas da frente ainda são de origem, assim como os discos de travões”, esclarece. Em termos operacionais, o táxi elétrico permitiu baixar os custos consideravelmente. “Com este carro, pago uma mensalidade de 200 euros, com contrato de manutenção incluído e energia. Anteriormente, com o carro a gasóleo gastava entre 300 e 400 euros por mês só em combustível”, refere o entrevistado. “O custo de investimento já foi mais do que amortizado. No final de cinco ou seis anos estamos a falar em 15 mil ou 20 mil euros, que é praticamente o preço do carro”, acrescenta o empresário de táxis. /
MAIOR ENTREGA DE FROTA A EDP A EDP é uma das empresas que apostou no Nissan Leaf para renovar a sua frota, tendo integrado na sua frota 25 unidades. Foi a maior entrega de sempre de uma frota de veículos elétricos a uma empresa em Portugal
TÁXI PERFEITO José Ferreira tem um táxi elétrico desde o início de 2013 e refere que o investimento já foi "mais do que amortizado"
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DESTAQUE
GRANDE ENTREVISTA
PEDRO GONÇALVES, KIA PORTUGAL DIRETOR DE VENDAS E MARKETING
“CRESCIMENTO PASSA PELAS PME” Marca em ascensão fulgurante nos últimos quinze anos, a Kia Motors quer ser um dos cinco maiores construtores mundiais. Na Europa, procura duplicar as vendas entre 2015 e 2018. O mercado empresarial terá um papel-chave e, para isso, será criada a submarca Kia Business. Em Portugal, a marca também irá apostar nas empresas para crescer e, em 2018, deverão representar 35% do total das vendas
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Kia aspira a ser um dos cinco maiores construtores mundiais, ocupando atualmente a oitava posição à frente de marcas como a Renault, Peugeot, Citroën, Seat e Fiat. Na Europa, acaba de bater um novo recorde no primeiro semestre deste ano, com 229.585 unidades vendidas, tendo como objetivo chegar às 500.000 unidades já em 2018. O mercado empresarial terá um papel-chave e, para isso, foi criada a submarca, Kia Business. Em Portugal, a marca também já deu início a uma nova estratégia para este segmento empresarial, sendo um dos eixos estratégicos de crescimento. Em 2018, as vendas a empresas deverão representar mais de 35%. A Kia tem vindo a desenvolver uma estratégia estruturada para o mercado empresarial na Europa. Até muito recentemente, a marca concentrou sempre mais os seus recursos nas vendas a particulares, onde detém uma importante quota de mercado. Este posicionamento, porém, foi revisto pelo construtor coreano, ao abrigo do seu ambicioso plano para 2018-2020 na Europa, que permitirá passar de uma quota de mercado de 2,7% em 2015 para 3% a 3,5%, em 2018. Para alcançar esse objetivo, a Kia percebeu que teria de ir à conquista de clientes e apostar no segmento empresarial. Curiosamente, Portugal até antecipou a estratégia que viria a ser implementada ainda este ano.
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“Nas primeiras reuniões que tive na sede da Kia Europa, em Frankfurt, o tema das vendas a empresas não era core”, recorda Pedro Gonçalves, diretor de Vendas e Marketing da Kia Portugal. “A própria organização da Kia Europa tinha ainda poucos recursos alocados a este segmento de mercado”, acrescenta, adiantando que, nesse aspeto, a Kia Portugal, já estava mais avançada porque tinha já iniciado a abordagem ao mercado empresarial de uma forma muito focada. Entretanto, este ano, a própria Kia Europa decidiu rever a sua posição e a sua estratégia de crescimento, que passou a estar assente num forte investimento nas frotas. A Kia Europa acaba de criar uma submarca transversal a toda a Europa para o segmento empresarial, denominada Kia Business, com uma estratégia de recursos humanos dedicados em exclusivo a esta área de negócio, e “com os conhecimentos e ferramentas necessários para abordar o mercado de uma forma sistemática e consolidada”, adianta o responsável. No mercado português, a submarca Kia Business já começou a ser implementada em alguns concessionários, que, foram considerados estratégicos para arrancar com este projeto. Para auxiliar a rede de concessionários, a Kia Portugal contratou uma empresa especializada no recrutamento de recursos humanos para o setor automóvel e que foi ao mercado contratar quadros para as concessões com o perfil adequado para encarar esta atividade de uma forma muito profissional. “Neste momento, temos seis concessionários envolvidos
EMPRESAS SÃO ESTRATÉGICAS PARA KIA CRESCER A Kia Motors pretende duplicar as vendas na Europa nos próximos três anos. Um dos pilares assenta na submarca Kia Business, vocacionada para o mercado empresarial
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DESTAQUE
GRANDE ENTREVISTA O objetivo da Kia é crescer 10% nas vendas a empresas, passando dos 20% atuais para 30% em 2017 e atingir um resultado acima dos 35% a médio prazo no projeto e pretendemos alargar a mais cinco em 2017. Todos eles dispõem de um consultor corporate, que recebeu formação em produto, comportamental, fiscalidade e em noções básicas de contabilidade”, refere Pedro Gonçalves. “Estas pessoas estão munidas com as ferramentas necessárias para que sejam verdadeiros consultores, não só ao nível das vendas, mas também no contacto com o após-venda.” Neste modelo, o cliente empresarial tem apenas um interlocutor na concessão, que genericamente é um gestor de conta.
CONQUISTAR CLIENTES A própria Kia Portugal também está a desenvolver um trabalho para apoiar a rede de concessionários, tendo investido numa base de dados e na contratação de um “call center” para contactar os clientes empresariais. “Ao contrário de outras marcas, a Kia não é uma das marcas que esteja na memória de um gestor de frota quando decide consultar o mercado para adquirir veículos”, salienta Pedro Gonçalves. “Por isso, há um trabalho importante a fazer junto dos clientes para dar a conhecer a realidade da marca, quer à escala mundial, quer europeia, quer nacional, a sua garantia de 7 anos única no mercado Europeu, a elevada qualidade, os prémios que tem recebido e a perfeita adequação da sua oferta de produtos para qualquer utilização por parte das empresas.” Para abordar estas empresas é muito importante que exista alguém que as visite regularmente de forma a apresentar a marca e os seus serviços. Numa primeira instância não será para vender, mas para dar a conhecer. Numa segunda oportunidade, a probabilidade do cliente levar em consideração a marca será muito maior”, explica o diretor de Vendas e Marketing da Kia Portugal. “A nossa estratégia passa muito pelas pequenas e médias empresas, uma vez que nas grandes contas o negócio é cada vez menos rentável para as marcas, e nós não entramos em ‘loucuras’ no que respeita a descontos. A marca tem de ser rentável, tal como o seu retalho para que possa ser sustentável no futuro.” A experimentação do produto é um fator decisivo para o potencial cliente poder reorientar a sua atenção para a marca. Nesse sentido, quando o cliente é contactado pelo “call center”, no âmbito do trabalho de qualificação da base de dados, uma das questões levantadas é relativa ao eventual interesse de realização de um test-drive com um veículo da Kia. “O resultado tem sido surpreendente”, refere o responsável. A Kia Portugal também está a apostar na área digital para interagir com os clientes e introduziu uma nova versão do ‘website’, que inclui funcionalidades como o ‘click to chat’ e um simulador de manutenção, onde os clientes podem comparar
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valores de manutenção. Portugal foi o primeiro país a ter a nova versão do ‘website’ da marca.
KIA RENTING COM LEASEPLAN No domínio dos produtos de financiamento, a Kia estabeleceu um acordo com a Leaseplan para poder disponibilizar aos clientes uma solução de renting. “Fomos ao mercado procurar o parceiro que mais garantias nos pudesse dar para que este crescimento da marca também pudesse ocorrer por via do AOV - Aluguer Operacional de Viaturas, o qual representa cerca de 14% do mercado total de passageiros e comerciais ligeiros”, afirma Pedro Gonçalves, adiantando, que após seis meses de negociações foi concretizada esta parceria. “Para a Kia foi muito importante passar a dispor deste produto operacional e para a Leaseplan igualmente, pois passou a dispor da sua primeira marca em ‘white label’. As negociações não foram fáceis porque as gestoras de frotas não têm ainda um histórico de vendas Kia e tivemos de provar que o posicionamento dos nossos valores residuais não era a mais correta. Demonstrámos que o valor residual real de mercado das viaturas Kia está muito acima do valor estipulado pelas empresas de AOV”, explica o responsável. Uma das formas encontradas para levar à revisão dos valores residuais foi através do fornecimento de dados concretos relativos às transações de veículos da marca nos eventos de usados, organizadas pelo distribuidor em parceria com os seus concessionários. “Percebemos claramente que os valores reais de transação dos nossos usados eram muito semelhantes e em muitos casos até superiores aos veículos do mesmo segmento de outras marcas generalistas nossas concorrentes. Hoje em dia, conseguimos vender um Kia cee’d ou um Kia Rio usado a um preço mais elevado do que alguns concorrentes e com a vantagem competitiva de ter 3 a 6 anos de garantia de fábrica”, salienta o responsável. Com base no acordo estabelecido com a Leaseplan, em julho, foi lançado um produto denominado ‘Kia Renting’, que é gerido pela Leaseplan, encontrando-se disponível em toda a rede de concessionários. “Neste momento, temos toda a rede formada no produto pela própria Leaseplan. Cada concessão possui um simulador, ‘front-office’ e está preparada para fazer propostas de renting de qualquer um dos nossos produtos”, refere o entrevistado. “De facto, temos neste momento valores residuais muito competitivos, sobretudo nos modelos mais adequados para as empresas”, apontado como produtos ‘core’ o Rio, o cee’d, o Sportage e o Carens. Para o segmento D, dominado pelos construtores alemães, a Kia aposta no modelo Optima e está a trabalhar em conjunto com a Leaseplan para a obtenção de uma boa posição em termos de valor re-
QUALIDADE RECONHECIDA A qualidade dos produtos da Kia tem vindo a ser reconhecida. No inquérito da J.D. Power realizado nos Estados Unidos, a Kia obteve a liderança, o que não acontecia para uma marca generalista há 27 anos
GESTORES DE CONTA Algumas concessões da marca, seis numa primeira fase, vão ter consultores para empresas com o perfil adequado para encarar esta atividade de forma profissional. "No fundo serão gestores de contas", afirma Pedro Gonçalves
sidual. “Em outubro, vamos lançar o Kia Optima Sportswagon e acreditamos que vai ser um sucesso também no segmento empresarial, pelo seu design, qualidade e relação preço / equipamento.”
KIA APROVADO No ‘mix’ de vendas de uma marca automóvel, o segmento de rent-a-car constitui um canal importante. “Vamos aumentar as nossas vendas a rent-a-car de uma forma muito sustentada nos próximos anos, que atualmente representam cerca de 10% do total das vendas da marca”, garante Pedro Gonçalves, mas o seu crescimento está dependente do trabalho que “estamos a realizar ao nível dos usados”. A Kia dispõe de um programa específico para esta área, denominado ‘Kia Aprovado’, que está a ser implementado na rede de concessionários. “O programa tem uma imagem muito forte, terá recursos humanos dedicados e especializados, e vamos comunicar paralelamente o Kia Aprovado como uma marca forte e com argumentos de peso”, refere o entrevistado. “É uma outra
submarca, tal como é o Kia Business para as frotas”, esclarece, adiantando que o programa de usados irá escoar os veículos Kia oriundos das retomas, do renting e seminovos, do rent-a-car até 4 anos de idade. “Só iremos desenvolver mais a atividade no segmento de rent-a-car quando a nossa rede estiver preparada para comercializar uma maior quantidade de viaturas. Não queremos escoar as viaturas por canais alternativos à nossa rede. As concessões já estão preparadas para assumir esta estratégia. Terão espaços dedicados para exposição de veículos, identificados com a imagem Kia Aprovado e o ‘online’ será igualmente um importante canal de vendas. Os veículos usados da marca têm uma garantia entre três e seis anos, o que nos deixa perfeitamente tranquilos, tal como nos novos com uma garantia de fábrica de sete anos, única na Europa” salienta Pedro Gonçalves. Com base nesta estratégia, que passa pelas empresas, a Kia Portugal acredita estar em condições para atingir cerca de 7.000 viaturas já em 2018, com um peso de vendas a empresas acima dos 35%. /
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LUÍS PRAZERES BRISA RESPONSÁVEL DE FROTA
"COMPRAMOS TODOS OS ANOS 200 CARROS" Fiabilidade, custo total de operação e segurança são os principais critérios que a Brisa leva em conta em termos de política de frota, que inclui veículos de assistência rodoviária, frota da GNR, viaturas de administração e quadros. Todos os anos, a empresa adquire cerca de 200 veículos para renovação de frota TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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om uma frota de 650 veículos e uma subconcessão de autoestradas com uma extensão total de mil quilómetros, a Brisa tem necessidades muito próprias para assegurar a operação da rede e a sua assistência. Para esta empresa, a fiabilidade dos veículos é um dos critérios mais relevantes em termos de política de frotas. “O facto de termos de estar permanentemente com os carros em operação obriga a que a frota seja o mais fiável possível”, refere Luís Prazeres, responsável pela área de gestão de frotas da principal subconcessionária de autoestradas do nosso país. A Brisa tem uma frota que percorre cerca de 32 milhões de quilómetros por ano. “Todos os dias damos mais de duas voltas ao mundo”, afirma Luís Prazeres, indicando que cerca de 90% da frota é constituída por veículos ligeiros e 10% por pesados. Na gama de ligeiros, os comerciais representam aproximadamente 40% e os automóveis entre 48% e 50%. “Temos uma divisão importante nos ligeiros de passageiros entre os veículos de produção e os veículos de direção (administração e quadros), totalizando estes últimos cerca de 150 unidades.” A Brisa possui bastantes marcas na sua frota, mas as princi-
pais são a Volkswagen, que é o maior fornecedor, a Toyota, a Ford e a Renault. “Estas quatro marcas são as mais generalistas no mercado português”, explica Luís Prazeres. “Associada à fiabilidade das viaturas vem a estrutura e a dimensão da marca”, acrescenta. “Não podemos ter muitos carros de uma marca que não tenha uma boa rede de assistência em Portugal, uma vez que operamos de norte a sul do país, de leste a oeste, e em locais, por vezes bastante inóspitos.” Relativamente ao nível de fiabilidade proporcionada por estas quatro marcas, Luís Prazeres é perentório: “Nunca estou satisfeito. Estamos sempre à procura das soluções que nos podem servir melhor para enquadrar as nossas necessidades, uma vez que dispomos de duas frotas bastante específicas: a de assistência rodoviária e da GNR.” Já nos veículos de administração e quadros estão presentes marcas como a BMW, a Mercedes-Benz, a Audi, a Peugeot e a Citroën. A quilometragem média por viatura é de 42 mil quilómetros/ano, abrangendo realidades diferentes, uma vez que existem veículos que percorrem entre 100 mil e 200 mil quilómetros, enquanto outros efetuam entre 10 mil e 15 mil quilómetros. Os veículos de assistência rodoviária destinam-se a operações de patrulha permanente, com grande
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GRANDE ENTREVISTA utilização, mas sempre a baixa velocidade, entre 70 km/h a 80 km/h. Estas viaturas têm instalado um conjunto de equipamentos e acessórios que são necessários para assegurar rapidez numa intervenção em caso de acidente, ou outras ocorrências. “As carrinhas de assistência não podem ter duas portas traseiras, mas, sim, um portão basculante para permitir que os seus utilizadores OM/OP, possam sair mais rapidamente em caso de necessidade. Além disso, o desenho do compartimento de carga foi otimizado para permitir retirar o material de sinalização com a maior celeridade possível”, afirma Luís Prazeres, adiantando que estes veículos percorrem, em média, cerca de 180 mil quilómetros por ano, sendo substituídos ao final de dois anos. No âmbito do contrato de subconcessão das autoestradas, a Brisa assegura a gestão dos cerca de 70 veículos da GNR que estão no serviço de patrulha das autoestradas. São veículos que efetuam entre 120 mil e 150 mil quilómetros por ano. “Da nossa parte tem sido um esforço muito grande, até financeiro, para garantir que esta frota da GNR esteja bem munida dos meios que servem a patrulha das nossas autoestradas”, salienta o responsável. A pedido da própria GNR, estes veículos possuem carroçaria de três volumes, porque é necessário ter uma bagageira separada por questões de sinalização e visibilidade, servindo ainda como apoio para tomar conta de ocorrências. “Foi um critério de automóvel que a GNR preferiu e sempre utilizou. Nós respeitámos e aderimos facilmente”, esclarece Luís Prazeres.
FORMAÇÃO MELHORA EFICIÊNCIA Como a frota operacional efetua uma elevada quilometragem anual, um dos aspetos mais relevantes para a empresa é o consumo de combustível, por uma questão económica e também para cumprir os objetivos de relatório energético, que está obrigada a cumprir. “Tudo é medido e controlado ao milésimo”, refere Luís Prazeres. “Esta frota faz muitos quilómetros, que representam muito na quilometragem total da empresa onde está inserida, a Brisa – Operação e Manutenção. Esta é a única empresa do universo Brisa que, até agora, tem necessidade de ter em curso um Relatório de Auditoria Energética.” Isto porque, se uma empresa gastar por ano mais de 500 TEP (Tonelada Equivalente de Petróleo, que consiste na conversão do consumo energético em gigajoule) é obrigada, por lei, a ter um Relatório Energético, cujo horizonte temporal é de três a cinco anos e cujos objetivos são bastante ambiciosos. Para controlar o consumo de combustível, os utilizadores receberam formação da Academia de Condução da Brisa, um projeto que contribui decisivamente para ajudar a melhorar a eficiência da frota. “Se as pessoas não souberem conduzir um veículo, os consumos refletem-se negativamente. Quem tirou a carta de condução há 30 anos ainda tem vícios de conduzir os carros de… há 30 anos! Muitos dos colaboradores não conhecem a eletrónica disponível atualmente nas viaturas que conduzem”, refere o responsável de frotas da Brisa. “Foi essa a orienta-
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DUAS VOLTAS AO MUNDO POR DIA A Brisa tem uma frota de 650 veículos, que percorre cerca de 32 milhões de quilómetros por ano. Diariamente, são quase duas voltas ao mundo
PERFIL EMPRESA: Brisa RESPONSÁVEL FROTA: Luís Prazeres Nº TOTAL VIATURAS: 650 Nº
DURAÇÃO CONTRATO
KMS MÉDIA/ANO
SEGMENTO A
12
-
SEGMENTO B
67
-
SEGMENTO C
127
-
SEGMENTO D
133
-
SEGMENTO E
29
-
C. LIGEIROS
282
180.000
FROTA GERIDA POR EMPRESA EXTERNA 85% EMPRESA Leaseplan TIPO DE FINANCIAMENTO Renting
Fomos sempre acompanhando as tecnologias para procurar reduzir os consumos e as emissões de CO2. O objetivo passa pelo mais barato com pegada ecológica associada
LABORATÓRIO DE ENSAIO A Brisa é um bom laboratório de ensaio em termos de patrulha. "Conseguimos testar um veículo durante 10 mil quilómetros ou 20 mil quilómetros, em apenas um mês," afirma Luís Prazeres
ção da empresa e é esse o trabalho que realizamos com todos os nossos colaboradores. Os resultados alcançados foram fantásticos, com uma redução de 10 a 13% no consumo de combustível da frota.” Os próprios veículos são alvo de um controlo muito rigoroso dos consumos e, para selecionar os modelos a introduzir na frota, a empresa efetua testes. “Os nossos ensaios são de curta duração porque percorremos muitos quilómetros num curto espaço de tempo”, explica Luís Prazeres. Com base nesses dados, a Brisa consegue obter uma perceção real dos consumos médios dos diferentes modelos das marcas.
COMPRA DIRETA E RENTING O processo de aquisição dos veículos é efetuado pela central de compras do Grupo Mello, recorrendo à compra direta para os veículos de assistência rodoviária, da frota da GNR e dos camiões, e ao renting para os restantes veículos. “Por questões operacionais, o renting não é apetecível para as necessidades
da frota de assistência rodoviária e da GNR. Por isso, negociamos com as marcas e adquirimos diretamente com contrato de manutenção. Estes contratos são muito específicos. Muitas vezes, as assistências são efetuadas nos centros operacionais da Brisa, porque não podemos parar os veículos nem sair da nossa linha de operação que são as autoestradas. Daí que esta operação seja bastante importante e rigorosa, porque a imobilização de qualquer carrinha constitui um grave problema”, afirma Luís Prazeres. Para os restantes veículos operacionais e para os veículos de administração, a Brisa opta por contratos de renting junto de gestoras de frotas. “Costumo dizer que os ‘players’ que selecionamos não são nossos fornecedores, mas nossos parceiros, porque a vida do automóvel começa a partir do dia da aquisição. Não é o valor da renda que me vai assegurar a operação”, refere o entrevistado. Nos contratos de renting, o padrão habitual para quotações é de quatro anos nos veículos de passageiros. Além da fiabilidade, o custo de operação é outro critério que a Brisa leva em consideração nas suas opções de compra. “Depois, como trabalhamos com as gestoras de frotas, a renda vai delinear um pouco o destino das marcas na empresa”, adianta o responsável. Anualmente, são substituídas 200 unidades de todos os segmentos. Numa busca constante de melhoria do desempenho ambiental e de redução dos custos de operação, a Brisa tem vindo a apostar em motores de cilindrada mais baixa nos veículos de assistência rodoviária, bem como em viaturas híbridas e elétricas. As primeiras experiências foram efetuadas com híbridos na frota administrativa dos Centros Operacionais, com 10 Honda Civic IMA e mais tarde foi introduzido o Toyota Prius, na GNR . “Fomos sempre acompanhando as tecnologias para procurar reduzir os consumos e as emissões de CO2. O objetivo passa pelo mais barato com pegada ecológica associada”, explica Luís Prazeres. Posteriormente, a Brisa integrou veículos elétricos na frota e atualmente já conta com 15 unidades. Dez desses veículos estão a fazer trajetos muitos curtos e o seu TCO relativamente aos veículos diesel que vieram substituir já é muito equilibrado. “O Volkswagen e-up já é o veículo mais económico da frota e um dos mais eficientes em termos de consumo energético, tendo sido introduzido este ano na frota.” No futuro, a Brisa irá continuar a procurar soluções para a sua frota que permitam diminuir os consumos e as emissões de CO2, mas “as marcas é que vão definir aquilo que iremos consumir”, conclui Luís Prazeres. /
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“2016 É O ANO ZERO PARA A NOVA FIAT” Voltar ao pódio das vendas em Portugal é o objetivo estratégico do Grupo FCA - Fiat Chrysler Automobiles, que implementou uma nova estrutura para o nosso país. A renovada gama de produtos e uma clara aposta no mercado empresarial são dois dos pilares para a reconquista do mercado TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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Grupo FCA tem o objetivo estratégico de regressar ao pódio de vendas no mercado nacional até ao final de 2018 e está a implementar um conjunto de iniciativas no nosso país, que vai para além da renovada gama de produtos que já está em comercialização. Um dos primeiros passos consistiu na reconstrução da estrutura em Portugal, que se traduziu no reforço da equipa e das direções para permitir uma maior proximidade às concessões, aos clientes empresariais e particulares, às gestoras de frotas e às empresas de rent-a-car. “Somos hoje uma empresa mais portuguesa, uma multinacional mais local do que éramos há dois anos”, afirma Pedro Serrador, Diretor Fleet & Business da FCA Portugal, recordando que a redução da estrutura em Portugal esteve relacionada com a crise generalizada que o país viveu e que teve um forte impacto no setor automóvel. Com a evolução positiva da Economia portuguesa e face à recuperação do mercado automóvel para níveis anteriores à crise de 2011, o Grupo FCA voltou a apostar no nosso país e tem a ambição de disputar os primeiros lugares do pódio entre o final de 2017 e o início de 2018.
Uma das grandes apostas do Grupo FCA vai passar por uma nova abordagem ao mercado profissional – empresas e rent-a-car –, que representa cerca de 70% do mercado. A própria direção de frotas, que esteve numa situação semi-híbrida durante dois anos, passou a contar com uma estrutura local e própria, dotada de uma equipa para abordar os canais frotista, rent-a-car e usados. “Na componente profissional, 2016 marca o ano zero para a 'nova Fiat' porque é um segmento onde temos um espaço de crescimento muito grande”, resume o responsável do Grupo FCA, cujo portefólio inclui marcas de referência como a Fiat, a Alfa Romeo, a Lancia, a Abarth e a Fiat Professional. “A abordagem que estamos a fazer ao mercado, quer diretamente às empresas quer às gestoras de frotas, vai no sentido de começarmos a marcar presença e a competir contra os protagonistas habituais. Como temos produto e outros argumentos que vieram aumentar a nossa competitividade, podemos começar a ser uma alternativa”, acrescenta o Diretor Fleet & Business da FCA Portugal. No âmbito desta estratégia,o Grupo FCA vai fazer a transposição, para os clientes do segmento de passageiros, do trabalho desenvolvido pela Fiat Professional nos últimos anos, que foi sempre orientado para as frotas e numa lógica tipicamente empresarial.
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DEALER BUSINESS CENTER Como forma de diferenciação, alguns concessionários selecionados, que dispõem de determinadas caraterísticas em termos de localização e dimensão, passarão a desenvolver a atividade de “Dealer Business Center”. Essas concessões terão um espaço próprio para receção, atendimento e acompanhamento privilegiado dos clientes empresariais, assim como um responsável comercial. “O ‘key account dealer’ irá acompanhar, de forma mais próxima, os seus clientes. Será o elemento de contacto entre a concessão e o cliente, fazendo todo o acompanhamento não só a nível comercial como de após-venda”, afirma Pedro Serrador, acrescentando: “É uma pessoa que terá de possuir uma abrangência do negócio de 360º.” A introdução da figura do ‘key account dealer’ numa concessão é mais um exemplo das boas práticas que caraterizam o trabalho da Fiat Professional e que agora será aplicada às frotas. “Há vários anos que existe o conceito do vendedor especialista, dedicado fundamentalmente ao negócio B2B [ndr: Business to Business], de relação com as empresas, explica Ricardo Vieira, diretor da Fiat Professional. “São pessoas formadas e com o perfil correto para trabalhar esta área de mercado, que é muito importante.” Por sua vez, Pedro Serrador acrescenta que o projeto do “Dealer Business Centre” já está em curso e será materializado em 2016, referindo que, neste
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momento, já estão três concessões em fase de finalização deste processo: Motor Village, Santogal e Quadrifolio. Ainda com o objetivo de conquistar novos clientes, o Grupo FCA está a desenvolver uma atividade importante na vertente digital, com a rede de concessionários. “Não podemos ficar dentro das concessões à espera dos clientes”, afirma o Diretor Fleet & Business da FCA Portugal. “Hoje em dia, todos os meios digitais e a Internet são fontes privilegiadas de informação. Como tal, já estamos a desenvolver esta atividade. As 'leads', que captamos e depois são fornecidas aos concessionários para seguimento, começam a ter um peso importante na nossa atividade e na dos concessionários, assim como na consequente formalização e fecho de negócios. Esta realidade é considerada uma ‘best practice’ no Grupo FCA, porque já existe há algum tempo, quer para o cliente particular, quer para a Fiat Professional, sendo que iremos implementá-la de forma mais abrangente no canal empresas”, salienta Pedro Serrador. Atualmente, um utilizador de Internet já consegue obter informação sobre as gamas de produtos do Grupo FCA, mas ainda não existe uma diferenciação entre um cliente particular ou profissional, o que irá ser possível no futuro. “Como começamos a ter produtos enquadrados a nível profissional, também iremos implementar algumas iniciativas, que se podem traduzir na di-
APOSTA NAS EMPRESAS Ricardo Vieira, diretor da Fiat Professional (em cima), e Pedro Serrador, Diretor Fleet & Business da FCA Portugal, apostam num forte crescimento das marcas do grupo no mercado nacional
FIAT PROFESSIONAL QUER QUOTA DE 10% EM 2017 A Fiat Professional tem o objetivo de alcançar, dentro de um ano, uma taxa de penetração de 10% no mercado de veículos comerciais ligeiros. “Um desafio ambicioso”, reconhece Ricardo Vieira, diretor desta unidade para o nosso país. “Porém, temos fortes argumentos”, acrescenta. “Em cerca de dois anos, a Fiat Professional renovou por completo toda a sua gama. Em 2014, lançámos o ‘facelift’ do Fiat Ducato, que é líder de vendas na Europa, no seu segmento, ocupando um lugar no pódio em Portugal.” No ano seguinte, a marca renovou o Fiat Doblò, que passou a estar disponível com três lugares dianteiros na cabina e novas motorizações. Em 2016, verificou-se o ‘facelift’ do Fiat Fiorino. O Fiat Talento veio substituir o Fiat Scudo, que, segundo o responsável, é um modelo “mais atual em todas as valências para uma viatura deste segmento, com maior capacidade de carga, mais volume útil de carga, motores mais eficientes em termos de consumos e a nível fiscal”. Por sua vez, a Fiat Fullback marca o regresso ao segmento das pickups, após uma ausência de três anos
e na sequência da descontinuação do Fiat Strada. “Com esta pickup 4x4 temos a ambição de retomar um lugar de relevo neste mercado, que tem vindo a crescer ligeiramente nos últimos anos”, afirma Ricardo Vieira. O responsável acrescenta que a marca também tem vindo a trabalhar nos custos totais de propriedade: “Atualmente, estamos melhor do que a média do mercado e a tendência é para melhorar.” Como exemplo, refere os novos motores Euro 6, adiantando que a Fiat Professional “será a única marca de veículos comerciais do mercado em que 90% da sua oferta será constituída por veículos que dispensam a utilização do aditivo AdBlue. Isso tem impactos ao nível de custos, na utilização do veículo e nos intervalos de manutenção mais alargados”. Ricardo Vieira entende que a gama Ducato continua a ser uma das referências do mercado em termos de motorizações, sobretudo porque mantém a oferta de um motor robusto, “num segmento onde a exigência é muito elevada em termos de operação”.
namização dos contactos com as empresas, para marcações de reuniões, sendo depois o seguimento efetuado pelos ‘key accounts dealers’ dos concessionários, uma vez que nós dispomos de meios que, muitas vezes, a rede não tem”, prossegue o responsável. “Basicamente teremos duas abordagens ao cliente empresarial: o canal digital e o contacto direto.”
MODELOS ÂNCORA Em termos de produto para frotas, o Grupo FCA entende que têm vindo a ser lançados modelos que podem ser as ferramentas adequadas para este tipo de mercado, correspondendo às necessidades das empresas e às solicitações das gestoras. “Em fevereiro, lançámos o Fiat Tipo Sedan, em julho o Fiat Tipo Hatchback e o Alfa Romeo Giulia”, explica Pedro Serrador. No início de outubro chega o complemento da gama Fiat Tipo, com a apresentação da station wagon. “A nível de produto, estamos numa fase de lançamento de produtos adequados para este segmento”, adianta. “O Fiat Tipo e o Alfa Romeo Giulia são modelos âncora que vão ‘puxar’ pelas restantes gamas, como o Alfa Romeo Giulieta, que tem um bom histórico no canal de empresas. Por outro lado, o Fiat 500X, na motorização 1.3 diesel, que foi lançado há cerca de um ano, poderá não ser a primeira escolha para uma empresa, mas pode constituir uma alternativa interessante.”
FLEET-SHARING E RENT-A-CAR Para proporcionar uma maior flexibilidade ao mercado empresarial, o Grupo FCA está a desenvolver um conceito inovador de ‘fleet sharing’, que permite o acesso a viaturas com caraterísticas diferentes daquelas que foram selecionadas. “Muitas vezes, uma empresa toma a decisão de adquirir viaturas com determinadas caraterísticas para a sua frota e fica condicionada à sua escolha”, afirma Pedro Serrador. A solução de ‘fleet sharing’ permitirá responder à necessidade de utilização pontual de veículos de outras tipologias, pois o cliente terá a possibilidade de fazer uma solicitação a uma gestora de frotas ou a empresa de rent-a-car, com a qual exista um acordo ou parceria. Tradicionalmente, o segmento de rent-a-car sempre teve uma grande importância nas vendas do Grupo FCA e continuará a ter. O Fiat Tipo e o Alfa Romeo Giulia irão ter um peso significativo, numa perspetiva de visibilidade, experimentação, e de eventuais parcerias no âmbito do ‘fleet sharing’ . Relativamente às gestoras de frotas, o Grupo FCA está a trabalhar ao nível dos TCO’s e dos valores residuais para ter condições de se apresentar com propostas tão competitivas como a concorrência direta. Com base nesta estratégia, o Grupo FCA pretende crescer fortemente em Portugal e as vendas ao mercado profissional – empresas e frotas – deverão representar entre 60 a 70% do volume total. /
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MERCEDES-BENZ VISION VAN
CONECTADO E ELÉTRICO O protótipo Vision Van da Mercedes-Benz dá a conhecer a perspetiva da marca alemã para os veículos comerciais do futuro, que passa pela eletrificação e pela conetividade TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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Mercedes-Benz Vans revelou a sua estratégia para o negócio de veículos comerciais com horizonte em 2020, num evento denominado “Van Innovation Campus”, onde também apresentou a sua perspetiva do veículo comercial do futuro, que será conectado e elétrico. A tradução prática dessa visão foi materializada num protótipo, designado “Vision Van”, que integra os vários sistemas e tecnologias que poderão vir a ser utilizados na chamada “última milha" da distribuição urbana. O Mercedes-Benz Vision Van foi desenvolvido ao abrigo da nova estratégia da marca alemã para veículos comerciais ligeiros, denominada
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“adVANce”. O objetivo é repensar a mobilidade e aproveitar as oportunidades da logística conectada. Este protótipo incorpora muitos conceitos para operações futuras de entregas em ambiente urbano, contemplando várias tecnologias inovadoras, e serve de elemento central e inteligente numa cadeia de abastecimento totalmente conectada. O recurso a algoritmos inovadores possibilita a organização das recolhas das encomendas, a gestão automatizada do espaço de carga, o planeamento das rotas e a entrega por drones. O Mercedes-Benz Vision Van vem equipado com um sistema de motores elétricos no eixo traseiro, que desenvolvem uma potência de 75 kW e um binário até 270 Nm, e um sistema modular de baterias, que oferece uma autonomia entre 80 km e 270 km. A velocidade máxima teórica é
de 120 km/h, mas foi limitada eletronicamente a 80 km/h, uma vez que é considerada a mais adequada para operações típicas de distribuição urbana. O Mercedes-Benz Vision Van inclui todas as opções standard de carregamento da bateria: por indução, por cabo de alimentação AC e por carga rápida DC. O sistema de recuperação da energia cinética é igualmente utilizado para carregar a bateria durante as travagens. Ao contrário de um motor de combustão tradicional, o sistema de propulsão elétrico possibilita a otimização da arquitetura do veículo, com um espaço de carga sempre ao mesmo nível e uma dianteira mais curta. Como o túnel da transmissão e o veio do diferencial foram eliminados, os designers conseguiram conceber um veículo com um piso mais baixo na cabina. Isto aumenta a li-
VOLKER MORNHINWEG Responsável da Mercedes-Benz Vans
CONTROLO POR JOYSTICK No protótipo VisionVan, o volante, os pedais e a consola central foram substituídos por um sistema eletrónico comandado por 'joystick'
O que levou a Mercedes-Benz Vans a implementar uma nova estratégia para veículos comerciais? Cerca de 1,3 mil milhões de pessoas mudam-se para as cidades todas as semanas. Mais de metade da população mundial vive atualmente em cidades e prevê-se que em 2030 seja 70%. A urbanização irá transformar dramaticamente a dimensão e a estrutura das cidades, assim como a forma como as pessoas vivem nas cidades. As megacidades estão a convergir para megaregiões urbanas, que se estendem por centenas de quilómetros. A área metropolitana de Londres, por exemplo, tem cerca de 14,2 milhões de pessoas e cresce duas vezes mais depressa do que o resto do Reino Unido. Daqui a quatro anos, cerca de 16 milhões de pessoas viverão aí. A urbanização abre muitas oportunidades, mas também é um desafio para o nosso negócio. O tráfego e a procura de abastecimento nessas regiões exigirão um tipo especial de infraestrutura e um tipo especial de sistema de distribuição. Que impacto terá a digitalização na cadeia de abastecimento? A digitalização irá mudar as necessidades e comportamentos dos indivíduos, especialmente daqueles que vivem em áreas urbanas. O e-commerce está a crescer globalmente e os serviços de entregas estão a mudar a uma escala maciça. E não só é só em produtos standard: a e-mercearia deverá crescer por ano cerca de dez por cento para se tornar numa indústria de 9,4 mil milhões de dólares em 2017. Vai perfeitamente de encontro às necessidades e ao estilo de vida das multidões urbanas e dos indivíduos. Como é que a Mercedes-Benz Vans se vai adaptar a essa mudança? Quando o ambiente muda, evoluímos ou desaparecemos. Assim, iremos evoluir de um fabricante para um fornecedor de soluções. Iremos reforçar e expandir o nosso negócio a partir do desenvolvimento e produção de veículos comerciais para um fornecedor de soluções completas de transporte.
berdade de movimentos e facilita o trabalho do motorista. A área de trabalho, incluindo a parede traseira, avançou, aumentando o compartimento de carga. O sistema de propulsão elétrico também é benéfico para o design exterior do veículo: as reduzidas necessidades de refrigeração da cadeia cinemática possibilitaram a minimização da área do radiador, o que facilitou a integração da grelha de radiador “Black Panel” com luzes LED, que é a forma como o Vision Van comunica com o exterior. O interior do Mercedes-Benz Vision Van também é inovador. Os designers da marca alemã eliminaram o volante, os pedais e a consola central, que foram substituídos por um sistema de condução eletrónico comandado por um ‘joystick’, permitindo a criação de novas opções de design./
4,63 kW
A POTÊNCIA DO MOTOR ELÉTRICO
270 Nm
BINÁRIO MÁXIMO
80 KM
VELOCIDADE MÁXIMA LIMITADA
270 KM
Quais as principais prioridades? Vamos procurar reduzir as emissões e o ruído para aliviar o centro das cidades, tornando o transporte urbano mais sustentável. O aumento do tráfego e as distâncias limitadas para conduzir tornarão a mobilidade elétrica numa realidade comum nas nossas cidades. Irá melhorar a qualidade do ar e os níveis de ruído. E será ser uma opção importante nos veículos de transporte. Queremos ainda otimizar o espaço de carga, aproveitando ao máximo as capacidades de carga dos nossos veículos, simplificando o processo de trabalho dos nossos clientes. Também pretendemos integrar tecnologias inteligentes no veículo para tornar a operação diária mais fácil. Os nossos veículos farão parte de uma cadeia de valor digital e irão processar dados como um ‘hub’. O furgão do futuro deverá saber o que carrega, para onde se dirige e quando deve chegar.
AUTONOMIA MÁXIMA
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ENSAIO
PEUGEOT BOXER CD CLIM L1H1 2.2 HDI 150 CV
PENSADO PARA PROFISSIONAIS Elevada capacidade de carga, boa dotação de equipamento e custos de operação e manutenção diminutos. São estes os trunfos com que o Peugeot Boxer se apresenta perante um mercado que continua a exigir mais, por menos TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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onsciente da crescente exigência dos profissionais, que procuram sempre o melhor produto com os menores custos de utilização, a Peugeot pensou o novo Boxer com o objetivo de diminuir esta parcela nas contas das frotas empresariais. Assim, os motores que equipam a gama usam uma corrente de distribuição que não requer qualquer substituição e a primeira manutenção passa a ocorrer apenas aos 48 000 km ou dois anos, mais 8000 km do que anteriormente. Todo o sistema de travagem cresceu em tamanho, para melhorar o desempenho e diminuir o
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desgaste. No sentido de reduzir os consumos, o Boxer monta de série pneus de 15” e conta com um indicador de mudança ideal. Além destas alterações que baixam os custos de operação, este furgão apresenta um custo de manutenção extremamente diminuto, de apenas 0,83 euros por cada cem quilómetros, assumindo o limite de 100 mil quilómetros preconizado pelo fabricante. Em termos de performance, o motor 2.2 HDi de 150 cv que o equipa cumpre sem deslumbrar. No entanto, o Boxer ganha vantagem na sua dotação de equipamento. Na variante CD Clim, em análise, o destaque vai para o ar condicionado manual, para o sistema mãos-livres por Bluetooth e para o touch screen de 5”. Ajuda à travagem de emer-
gência e ESP com Hill Assist e Load Adaptative Control (adapta a intervenção do ESP em função da carga e sua distribuição) são mais dois elementos na lista de elementos de série, tal como o pack Renforcé, que acrescenta uma suspensão reforçada e sobreelevada e um reservatório para 125 litros de combustível. O airbag para o condutor também é oferecido de série, mas, infelizmente, é o único no habitáculo, ficando os de passageiro e cortina para a lista de opcionais. Na mesma lista encontra-se o pack City, montado neste modelo (680 euros), que combina a câmara de visão traseira com sensores de estacionamento, muito útil na altura de manobrar os 4963 mm de comprimento deste furgão. A capacidade de carga é outro dos trunfos deste
O QUE DIZ A MARCA PEUGEOT BOXER O Peugeot Boxer foi projetado para dar resposta às múltiplas utilizações dos profissionais, com elevada qualidade e baixo custo de utilização. O interior recebeu os mais recentes conteúdos tecnológicos, que, juntamente com os opcionais, o tornam a ferramenta ideal para os seus utilizadores. Destaque para os sistemas de assistência à condução e de segurança, normalmente apenas disponíveis para ligeiros de passageiros. ABS, ESP com Hill Assist, AFU e airbag de condutor são de série. Em exclusivo no segmento, e de série desde a versão Premium, o touchscreen de 5” permite gerir, entre outros, streaming de áudio, leitura de SMS e navegação 3D. Com a introdução dos motores Euro 6, o Boxer passou a montar o 2.0 BlueHDi, desenvolvido e produzido pela PSA, nas variantes de 110, 130 e 160 cv, apresentando melhores consumos, mas, sobretudo, uma diminuição substancial das emissões de CO2.
PEUGEOT BOXER CD CLIM L1H1 2.2 HDi
comercial gaulês, que na variante mais pequena (a L1H1, em análise) oferece 8 m3 de volume útil e tem uma capacidade de carga de 1265 kg. As áreas amplas são bem-vindas, merecendo nota os 1420 mm de distância entre as cavas das rodas, que permitem a carga de uma Europalete, e os 1662 mm de altura do compartimento de carga. A existência de uma porta lateral deslizante facilita a operação de carga e descarga, tal com a altura ao solo de 493 mm, uma das mais baixas do mercado, e a abertura das portas traseiras a 180º. Custa 27 386 euros (sem IVA) este Peugeot Boxer, um valor interessante se atendermos à boa relação entre custo, equipamento e, principalmente, custos de manutenção. /
ERGONOMIA E ESPAÇO Capaz de albergar três ocupantes sem dificuldade, o habitáculo do Boxer apresenta uma distribuição ergonómica dos vários comandos, com destaque para a localização da alavanca da caixa, que facilita o seu manuseio
TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 33 685 835 PVP - Preço de venda ao público / VR – Valor residual / DEP - Depreciação / MAN – Manutenção € COM. – Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização
PREÇO 33 685€ // MOTOR 4 CIL.; 2198 CC; 150 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 350 Nm; 2000 RPM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL. Manual PESO 3000 KG // COMP./LARG./ ALT. 4,96/2,05/2,25 M // MALA 8 m3 // CONSUMO 6,8 l/ 100 KM // EMISSÕES CO2 180 G/KM *As nossas medições
ESPAÇOSO PARA TRÊS, SISTEMA DE ESTACIONAMENTO COM CÂMARA
REGULAÇÕES CONFUSAS NO BANCO DO CONDUTOR, TOUCHSCREEN POUCO REATIVO
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COMERCIAIS
NOTÍCIAS MAN – TGE
ESTREIA DA SOLUÇÃO “VANS TO GO” ESTREIA NOS COMERCIAIS LIGEIROS O MAN TGE representa a estreia da marca no segmento de veículos comerciais com pesos brutos entre as 3,0 e as 5,0 toneladas
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MAN vai disponibilizar uma solução denominada “Vans to Go” para a nova gama de veículos comerciais TGE, com pesos brutos entre as 3,5 e as 5,5 toneladas, que inclui veículos personalizados e carroçarias certificadas pela própria marca para entrega imediata. Se o veículo estiver imediatamente disponível, o cliente pode fazer logo a sua encomenda (48 horas entre a receção do pedido e a entrega do produto). Além disso, o cliente já não
tem de passar por configurações demoradas para opções adicionais, pois estes veículos possuem todos os equipamentos necessários para a utilização, o que significa que só é preciso alguma personalização realizada no concessionário. Os veículos “Vans to Go” irão ser vendidos em quase toda a Europa através de uma plataforma na Internet. Outra vantagem é que a MAN também irá disponibilizar serviços de Após-Venda para os veículos e diferentes soluções financeiras.
FORD TRANSIT PROTEGE PEÕES Os modelos Transit e Transit Connect são os primeiros comerciais da Ford equipados com tecnologia de deteção de peões, chegando mesmo a travar caso o condutor não responda aos avisos. O sistema processa informações a partir de um radar localizado no parachoques e de uma câmara montada no para-brisas. Distingue pessoas nas bermas da estrada e objetos como árvores e sinais de trânsito. O sistema de travagem de emergência funciona numa série de etapas: se detetar um peão e determinar que
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Recorde-se que o MAN TGE representa a entrada da marca no segmento de veículos comerciais ligeiros, devendo chegar ao mercado português em outubro de 2017. A gama estará disponível em duas distâncias entre-eixos, três alturas de teto e três comprimentos diferentes. As configurações de carroçaria incluem modelos de furgão de mercadorias, furgão de passageiros (kombi), bem como chassis-cabina com várias possibilidades de variações de capacidade de cabina. /
MOTORES BLUEHDI PARA PSA
uma colisão se tornou iminente, o condutor recebe primeiro um alarme sonoro e um aviso visual no painel de instrumentos; caso o condutor não responda ao aviso, o sistema diminui o espaço entre os calços de travões e os discos, aplicando a travagem apenas se não houver ação por parte do condutor.
O Grupo PSA introduziu novos motores BlueHDi nas gamas de veículos comerciais Citroën Jumper e Peugeot Boxer. Estes novos propulsores permitem cumprir os limites da norma Euro 6, que está em vigor na União Europeia, desde o início de setembro, para novas matrículas. Os novos motores foram otimizados para responderem às necessidades e exigências dos comerciais ligeiros, designadamente para uma utilização diária e intensiva. Os motores BlueHDi possuem um catalisador SCR e um filtro de partículas que permitem reduzir as emissões de NOx
até 90% e as emissões de CO2 até 4%. Segundo o Grupo PSA, estes motores são os mais eficientes da sua classe em termos de consumo de combustível e de emissões de CO2. O construtor anuncia mesmo uma redução no consumo de combustível superior a um litro por cada cem quilómetros percorridos, relativamente à geração anterior. O novo motor diesel de 2,0 litros é proposto em níveis de potência de 110 cv, 130 cv e 160 cv. Os intervalos de manutenção são de 50 mil quilómetros ou dois anos.
AGENDA FISCAL
TRIBUTAÇÃO AUTOMÓVEL
VIATURAS
A “ÉTICA” DA TRIBUTAÇÃO
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omprar carro é uma tarefa habitualmente entusiasmante. O carro, além de ser um dos nossos primeiros grandes sonhos de consumo, é visto como sinónimo de conforto e liberdade. No entanto, antes de comprá-lo, é importante considerar alguns aspetos que podem gerar forte impacto no seu orçamento. Além do preço de compra, a fiscalidade pode ter um papel importante no momento da aquisição em nome pessoal ou empresarial. Como o imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) incide sobre o lucro, ou o dinheiro que sobra, e o IRS incide sobre os rendimentos, isto é, sobre o dinheiro que se recebe, parece uma decisão fácil e óbvia! Porém, em termos fiscais, nos últimos anos tem-se assistido à crescente penalização da detenção e uso de viaturas ligeiras de passageiros nas empresas. Este tributo tem tido uma vida acidentada e a mais recente Lei de Reforma do IRC trouxe um enorme aumento das taxas de tributação autónoma sobre os encargos suportados com as viaturas ligeiras de passageiros. Entrou-se na iniquidade pura e simples. Tal como no Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, em que o suspeito era forçosamente o culpado, também a empresa possuidora dum veículo ligeiro de passageiros é suspeita e, automaticamente, punida com o pagamento da tributação autónoma.
Eu passo a explicar: Por um lado, não são aceites comos gastos, para efeitos fiscais, as depreciações das viaturas ligeiras de passageiros na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação, excedente ao montante de:
Ano
Veículos Elétricos
Híbridos Plug-in
GPL GNV
2015
62 500 €
50 000 €
37 500€
25 000 €
2014
50 000 €
25 000 €
25 000€
25 000 €
PAULO LUZ CEO TCAGEST
Ficam excluídos os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica. Custo Aquisição
Veículos elétricos
< 25 000 €
Isentos
≥ 25 000 € < 35 000 €
Isentos
≤ 35 000 €
Isentos
Outros
Em simultâneo, são tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados por sujeitos passivos que não beneficiem de isenções e que exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, relacionados com: viaturas ligeiras de passageiros viaturas ligeiras de mercadorias referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto Sobre Veículos (veículos da categoria europeia N1 tributados à taxa de 100% da tabela A do ISV) motos ou motociclos
Híbridos GPL Combustão Plug-in GNV interna 5% 7,5% 10% (10% em (10% em (igual a 2014) 2014) 2014) 10% 15% 27,5% (27,5% (27,5% (Igual a em 2014) em 2014) 2014) 17,5% 27,5% 35% (35% em (35% em (igual a 2014) 2014) 2014)
Ainda em sede de IRC, prevê-se que os contribuintes que apresentem prejuízo fiscal “no período a que respeitem quaisquer dos factos tributários referidos no quadro anterior” terão a taxa de tributação autónoma agravada em 10 pontos. Quer dizer… despreza-se uma parte do custo, como custo fiscal e essa parte desprezada vai mesmo assim servir como base tributável!
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AGENDA FISCAL
TRIBUTAÇÃO AUTOMÓVEL
Será crime uma empresa possuir uma viatura ligeira de passageiros movida a gasolina ou gasóleo? Se é crime, coloque-se o respetivo uso no Código Penal. Em sede de IVA, a situação é muito semelhante. O artigo 21.º, n.º 1, deste código diz-nos que estão excluídas do direito à dedução do imposto, “as despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação, à utilização, à transformação e reparação de viaturas de turismo…”. Por outro lado, as alíneas f) e g) do n.º 2, do mesmo artigo, dizem que: Não se verifica, contudo, a exclusão do direito à dedução nas despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação e à transformação das viaturas híbridas “plug-in” ou movidas a GPL ou GNV, cujo custo de aquisição não exceda o definido na portaria a que se refere a alínea e) do n.º 1, do artigo 34.º do CIRC. A portaria n.º 467/2010, de 7 de julho, foi alterada pelo artigo 24.º da Lei n.º 82-D/2014, de 31 de dezembro, aplicando-se também às depreciações de viaturas. Com base nesta legislação, conseguimos obter o quadro seguinte, no qual se indica o IVA dedutível (ou não) relativo aos valores de aquisição ou locação dos diversos tipos de viaturas de turismo:
Tipo de viatura
CIVA artº
Viaturas movidas exclusivamente (21º, nº1-f) a energia Viaturas híbridas (21º, nº1-f) “Plug-in” Viaturas movidas (21º, nº1-g) a GPL ou GVN Restantes viaturas ligeiras (21º, nº1-a) de turismo
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Depreciações Limite máximo (Artº 34, nº1-e)
Aquisição IVA Dedutível (á taxa de 23%)
62 500 €
100%
50 000 €
100%
37 500 €
50%
25 000 €
0%
A mais recente Lei de Reforma do IRC trouxe um enorme aumento das taxas de tributação autónoma sobre os encargos suportados com as viaturas ligeiras de passageiros O objetivo deste agravamento é o de persuadir as empresas a atribuírem os veículos de serviço aos funcionários, pondo-os a pagar IRS, coisa que, atualmente, não acontece na maioria dos casos. A intenção do legislador é restringir as componentes de remuneração não sujeitas a IRS, procurando penalizar as empresas quando negoceiam com os seus colaboradores o chamado "pacote remuneratório". Recordamos que o uso pessoal de viatura da empresa é tributado em IRS como rendimento em espécie, através da aplicação de uma percentagem de 0,75% ao valor de aquisição por cada mês de utilização, acrescendo ao restante rendimento do trabalho dependente - Categoria A de IRS. O valor deste rendimento em espécie é também base de incidência da contribuição para a segurança social, nos termos da alínea s) do artigo 46.º e do n.º 4 do artigo 46.º-A, ambos do Código dos Regimes Contributivos da Segurança Social. Desta forma, ficam excluídos deste regime (da aplicabilidade das tributações autónomas) todos os encargos relacionados com as viaturas relativamente às quais tenha sido celebrado um acordo escrito de utilização pessoal com um trabalhador ou membro de órgão social, nos termos do n.º 9 da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do CIRS. Antes da alteração da lei, previa-se apenas a exclusão das depreciações da base de incidência desta tributação, tendo o novo regime estendido a isenção a todos os encargos suportados com estas viaturas. O tributo é uma manifestação do poder político do Estado, visto que, ao lado das atividades políticas, sociais, económicas e administrativas, o Estado exerce, também, a atividade financeira, visando à obtenção de meios necessários para o desempenho de suas atividades. O que o Estado deve ter sempre presente é que não basta apenas tributar, tendo como autodefesa a necessidade! Há que ser ético e a ética deve começar pelo Estado, para depois contagiar os cidadãos. /