Turbo Comerciais # 37

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BRUNO OLIVEIRA

"FORD F-MAX É UM

DOSSIER

2,90€ (CONT.)

#37 FEVEREIRO 2020 CAMIÃO PREMIUM"

CAMIÕES TODA A OFERTA EM PORTUGAL

TRIO DE ATAQUE

RENAULT MASTER

CONTRA MAN TGE E MERCEDES-BENZ SPRINTER

IVECO DAILY

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL

PUBLICIDADE

CITROËN BERLINGO MAIS TECNOLÓGICO

QUASE AUTÓNOMO



#37 FEVEREIRO 2020

Editorial

Sumário

MANIFESTAMENTE EXAGERADAS COMPARATIVO

4 Renault Master vs MAN TGE e Mercedes-Benz Sprinter

PERSPETIVA

44 Bruno Oliveira, Ford Trucks Portugal

NOVIDADES

14 Trio elétrico Grupo PSA 15 MAN eTGE 18 Prémios comerciais Ford 19 Nissan NV250

ENSAIOS

20 Iveco Daily 24 Citroën Berlingo 26 Opel Vivaro 30 Renault Trafic 34 Toyota Proace Verso

A

s notícias sobre a minha morte parecem-me manifestamente exageradas”. Este terá sido o comentário do escritor norte-americano Mark Twain sobre as notícias que o davam como morto. O mesmo raciocínio se poderá aplicar ao motor de combustão interna, designadamente ao diesel, que é utilizado pela maioria dos comerciais, ligeiros e pesados. A sua quota de mercado irá naturalmente diminuir no futuro com a introdução de motorizações elétricas para responder às restrições à circulação (zonas de emissões baixas ou zero) que algumas cidades pretendem implementar para redução das emissões locais. Para responder a essa necessidade, os fabricantes já estão a desenvolver soluções totalmente elétricas em comerciais, camiões e autocarros. Mais do que uma utopia já é uma realidade disponível comercialmente. Todavia, isto não significa que o motor de combustão irá desaparecer a curto e médio prazo. A indústria está a trabalhar em soluções mais eficientes e aproveitou a recente introdução da norma Euro 6d-TEMP para renovar os seus produtos, que passam a oferecer mais conforto e sistemas de assistência à condução mais avançadas. Nesta edição analisamos alguns dos comerciais ligeiros disponíveis no mercado nacional, incluindo um inédito comparativo entre três representantes do segmento dos grandes furgões - MAN TGE, Mercedes-Benz Sprinter e Renault Master - bem como algumas das novidades, com destaque para o Iveco Daily, Renault Trafic e Opel Vivaro. Toda a oferta no mercado nacional de veículos pesados de mercadorias também merece uma atenção especial nesta edição. Apesar da introdução de novas tecnologias, incluindo elétricas e a gás natural, também aqui o motor diesel continua a ser dominante. As notícias da morte do motor diesel parecem ser mesmo prematuras. CARLOS MOURA PEDRO

PESADOS

JORNALISTA

38 Toda a oferta 2020

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FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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COMPARATIVO

RENAULT MASTER VS MAN TGE VS MERCEDES-BENZ SPRINTER

CONFRONTO INÉDITO O renovado Renault Master enfrenta o MAN TGE e o Mercedes-Benz Sprinter, dois dos representantes germânicos no segmento de furgões de 3500 kg

TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

CAPACIDADE CARGA

1363 KG

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C

omo protagonistas deste inédito comparativo temos dois “históricos” no segmento dos furgões de grandes dimensões, de teto alto com peso bruto de 3500 quilos, Renault Master e Mercedes-Benz Sprinter, e um “recém-chegado” ao mercado, o MAN TGE. Uma das marcas com maiores tradições no segmento é a Renault com o Master, modelo que acaba de ser renovado exterior e interiormente com o objetivo de não só de cumprir a norma de emissões Euro 6d-TEMP, como também oferecer um nível de qualidade de construção mais aproximado dos seus rivais alemães. Mantendo inaltera-

das as suas formas e proporções, o furgão francês distingue-se pela sua secção dianteira com uma imagem radicalmente revista, destacando-se a grelha verticalizada, a linha de capot elevada, os grupos óticos em LED dispostos na horizontal que adotam a assinatura luminosa em forma de C. O contraste entre a verticalidade da grelha frontal e o capot horizontal confere um estilo robusto e possante. Por outro lado, os cromados na grelha e nos frisos adicionais proporcionam um “toque” de sofisticação e elegância. Por sua vez, a mais recente geração do Mercedes-Benz Sprinter, que começou a ser comercializada no último trimestre de 2018 no mercado nacional, adota o conceito atual de design da marca alemã, designadamente ao nível da grelha dianteira de enormes

CAPACIDADE CARGA CAPACIDADE CARGA

1127 KG

1225 KG

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COMPARATIVO

RENAULT MASTER VS MAN TGE VS MERCEDES-BENZ SPRINTER

dimensões com o logotipo da estrela em destaque e os grupos óticos horizontais. O último representante deste trio de ataque pertence à mais recente marca a entrar no segmento dos grandes furgões, a MAN, mas, curiosamente, é aquele que já está há mais tempo em comercialização, desde o último trimestre de…2017. Produzido na mesma linha de montagem do Volkswagen Crafter, apresenta uma cabina em forma de gota de água para otimizar o consumo de combustível e uma grelha dianteira escura, com o logotipo da marca e o leão na parte superior.

INTERIOR

Passando ao habitáculo, as três marcas tiveram a preocupação de criar ambientes interiores que proporcionassem o máximo

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de conforto aos utilizadores, adotando os princípios dos ligeiros de passageiros em veículos de trabalho com posições de condução elevadas. Em qualquer dos casos é possível regular o banco do condutor em alcance, altura e inclinação. Os volantes do Master e o TGE são ajustáveis, mas o do Sprinter é fixo. A elevada altura ao solo garante uma boa visibilidade do exterior e das condições de trânsito. Os espelhos exteriores asseguram excelentes condições de visibilidade, ajudados pelo campo duplo e pelo assistente de ângulo morto no caso do Mercedes (opção). Por seu lado, o Renault oferece, também como opcional, um espelho interior “Wide View” na pála do pára-brisas do passageiro e uma câmara de assistência à visão traseira.

O interior do novo Master foi totalmente revisto revisto para oferecer um nível de qualidade idêntico aos seus concorrentes germânicos. Entre as principais alterações destaque para o tablier reformulado com grandes espaços de arrumação - abertos ou fechados -, elementos decorativos cromados nas saídas da ventilação e comandos do ar condicionado, assim como um novo volante multifunções. O punho preto da alavanca da alavanca da caixa de velocidades com enquadramento cromado também é novo, assim como o painel de instrumentos dotado de um ecrã digital TFT de 3,5 polegadas. A consola central recebe um ecrã de navegação, independentemente do sistema multimedia instalado, R-Link Evolution ou Media Nav Evolution.


MASTER RENOVADO O design do Master foi revisto a nível exterior e interior. O habitáculo recebe materiais de melhor qualidade e novos conteúdos tecnológicos. Espaço para o condutor e equipamento não faltam

O habitáculo do Master pode receber um conjunto de soluções, integradas no pacote opcional Office Plus, transformando-o num verdadeiro escritório móvel, incluindo uma mesa “Easy Life” por cima do porta-luvas, que se abre com uma simples pressão do dedo e oferece um espaço de trabalho suplementar ou para uma refeição, com um grande porta-bebidas central. Deste pacote também faz parte uma grande gaveta com capacidade de 10,5 litros ou uma base de encaixe para um tablet na parte central do tablier. Se o novo Master apresenta uma imagem interior muito próxima dos ligeiros da Renault, também o Sprinter adota algumas soluções encontradas habitualmente nos automóveis da Mercedes-Benz como o volante multi-

funções, as saídas da ventilação em forma de turbina ou o grande ecrã digital na consola central com o sistema MBUX. O interior do MAN TGE também evidencia um aspeto moderno e agradável, com a sua configuração horizontal e espaços para guardar objetos no lado do condutor e do passageiro. Espaço no habitáculo não falta aos três protagonistas deste comparativo que oferecem lotação para três ocupantes, com banco individual para o condutor e assento duplo para o acompanhante. Compartimentos para arrumações, abertos ou fechados, também não foram esquecidos, mas o Renault leva a melhor sobre os seus concorrentes, enquanto o Mercedes-Benz é o mais limitado. Não obstante, todos oferecem um compar-

timento para guardar objetos localizado por baixo do banco duplo do passageiro.

EQUIPAMENTO

Para proporcionar um ambiente confortável aos utilizadores que têm de passar muitas horas a bordo, os três modelos estão disponíveis com um equipamento ajustado em função da procura e dos orçamentos das empresas. Alguns dispositivos passaram a integrar a dotação de série destes furgões como o fecho central de portas, os vidros e espelhos elétricos, o airbag do condutor, os faróis diurnos, o sistema Start & Stop, o sistema de arranque em subidas ou o assistente de ventos laterais. Dos três protagonistas deste comparativo, o MAN TGE Standard 3.180 é aquele que

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RENAULT MASTER VS MAN TGE VS MERCEDES-BENZ SPRINTER

apresenta um valor de aquisição inferior 36.725 euros -, com uma dotação de série que já inclui ar condicionado manual, rádio Bluetooth com USB e vários assistentes de apoio à condução (travagem de emergência e cruise control). O teto alto e o volante multifunções são opcionais propostos por 1056 euros. Entre os “extras” destaque ainda para dispositivos como o assistente de estacionamento dianteiro e traseiro, com câmara traseira e sensores (522 euros), ou o sistema de infotainment com ecrã tátil e Pacote de Media Van Navigation (703 euros). O Renault Master, por sua vez, passou a oferecer um habitáculo totalmente renovado, com novos materiais, uma melhor qualidade de construção e novos equipamentos. A versão de chassis médio e teto alto com motor 2.3 dCi Energy de 145 cv é proposta a partir de 37.852 euros, oferecendo, de série, sensores de chuva e luminosidade, modo Eco, indicador de mudança de velocidade, controlo eletrónico de estabilidade (ESP + ASR), sistema de travagem de urgência. A lista de opcionais é extensa e a unidade ensaiada estava “carregada” de extras, como o Pack Banco do Condutor Conforto (270 euros), o carregador de telemóvel por indução (100 euros), o Pack Office Plus (390 euros), o Pack Clim, que integra o ar condicionado e o sistema de navegação Media Nav (900

euros), o Pack Drive 3, com sistema de ajuda ao estacionamento traseiro e dianteiro, regulador de velocidade e retrovisor interior “Wide View” (790 euros), o Pack Office Plus (390 euros). O Master estreia ainda um sistema de visão à visão traseira (800 euros), com ecrã na parte superior do pára-brisas, que oferece uma excelente visibilidade traseira, a média e longa distância. Ao contrário do que seria de supor, este sistema não funciona em manobras de marcha-atrás. Quanto ao Mercedes-Benz Sprinter, o preço base das versões de teto alto com chassis médio (319 CDI/35) e longo (319 CDI/43) são superiores aos dos seus concorrentes - 45.856 euros e 47.135 euros - mas o equipamento de série é mais generoso, compreendendo rádio digital, módulo de comunicação LTE (que permite aceder aos serviços Mercedes-Benz Pro), Attention Assist, assistente de faróis, travão de estacionamento elétrico, sistema de arranque Keyless-Start. Em termos tecnológicos e não obstante a recente ofensiva da Renault no Master, o Sprinter continua a ser o furgão mais avançado do segmento. O grande responsável é o sistema multimedia MBUX que, no caso da unidade ensaiada, conta com um ecrã tátil de 10,25 polegadas, representando um investimento de 1922 euros. O MBUX

MASTER L2H2 O compartimento de carga tem um comprimento de 3,08 metros e ofereece um volume de 10,8 m3. O piso tem revestimento

TGE STANDARD TA A versão de chassis médio do MAN tem um dos maiores compartimentos do segmento, com 3,45 metros e um volume de 11,3 m3

SPRINTER LONGO O Mercedes apresenta-se na versão longa, com um compartimento de carga com 4,3 metros e um volume útil de 14,0 m3

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pode ser comandado através de botões localizados no volante multifunções ou por voz (“Olá,Mercedes”). Este sistema integra igualmente um sistema de navegação com mapas de elevada resolução, assim como um interface para emparelhamento com smartphones. O painel de instrumentos com ecrã a cores também integra a extensa lista de opcionais (147 euros), assim como a útil câmara de marcha-atrás (342 euros), o ar condicionado automático (1791 euros), os retrovisores elétricos aquecidos e rebatíveis (313 euros). Para apoiar a condução, a unidade ensaiada conta os sistemas de segurança Active Brake Assist (439 euros), que inclui o sistema de controlo por radar Distronic ou o Assistente de Ângulo Morto (457 euros), bastante útil numa viatura com quase sete metros de comprimento!

MECÂNICA

No capítulo mecânico, os protagonistas deste comparativo contam com motores diesel de elevada cilindrada e tecnologia Start & Stop, com quatro cilindros em linha no caso do MAN e do Renault, e um V6 no Mercedes-Benz. O MAN TGE recebe o conhecido propulsor 2.0 TDI do Grupo Volkswagen que desenvolve uma potência de 177 cv e um binário



COMPARATIVO

RENAULT MASTER VS MAN TGE VS MERCEDES-BENZ SPRINTER

VERSÃO ENTRADA O TGE apresenta um interior agradável, com uma configuração horizontal do tablier e uma rigorosa qualidade de construção. O equipamento da unidade ensaida oferece o essencial

de 410 Nm. A combinação com uma caixa manual de seis velocidades, a tração dianteira e uma direção elétrica assegura um comportamento previsível. O Renault Master conta com o bloco 2.3 dCi, com tecnologia Twin Turbo, que debita uma potência de 150 cv e um binário de 385 Nm. Tal como o MAN TGE, a transmissão está a cargo de uma bem escalonada caixa de seis velocidades, sendo a tração assegurada pelas rodas dianteiras. Por sua vez, o MercedesBenz Sprinter 319 CDI possui um motor de 3,0 litros que disponibiliza 190 cv e um binário de 440 Nm. A potência é transmitida às rodas traseiras por uma caixa automática de sete velocidades (7G-Tronic Plus), proposta como opção. Esta caixa oferece um elevado conforto ao condutor, combinando passagens suaves com eficiência de combustível. Neste capítulo, o Sprinter apresentou um valor médio de 10,5 l/100

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km no teste - superior aos 8,9 l/100 km anunciados pela marca, mas trata-se da versão de chassis longo. O Master, por sua vez, reivindica uma média anunciada de 7,9 l/100 km e um consumo registado pelo computador de bordo de 8,5 l/100 km. O mais económico no teste acabou por ser o MAN TGE, que também tem o motor mais pequeno, com o computador de bordo a indicar 7,9 l/100 km

ÁREA DE CARGA

Por questões logísticas, o Renault Master e o MAN TGE deste ensaio possuem chassis médio e tração dianteira, enquanto o Mercedes-Benz Sprinter apresenta chassis longo e tração traseira. As versões de chassis médio diretamente comparáveis têm um comprimento de 5,57 metros (Master), 5,98 metros (TGE) ou 5,93 metros (Sprinter). As versões longas possuem comprimentos de

6,22 metros (Renault), 6,83 metros (MAN) ou 6,96 metros (Mercedes-Benz). Em qualquer dos casos, as dimensões do Master são sempre inferiores aos dos seus rivais germânicos, o que tem reflexo naturalmente no comprimento do compartimento de carga, com 3,08 metros face aos 3,27 metros do Sprinter ou aos 3,45 metros do TGE. Curiosamente, a otimização da área de carga da versão de chassis médio e teto alto do Master permitiu a disponibilização de um volume útil ligeiramente inferior face ao TGE (10,8 m3 contra 11,3 m3), mas superior ao do Sprinter (10,5 m3). Nas versões longas com teto alto, o furgão francês oferece um comprimento de carga de 3,83 metros e os dois veículos alemães 4,3 metros. Em termos de volume útil, o MAN superioriza-se aos seus rivais com 14,4 m3 contra os 14,0 m3 do Mercedes-Benz e os 13,0 m3 do Renault.


LIDERANÇA TECNOLÓGICA A cabina do Sprinter é funcional e conta algumas das soluções presentes habitualmente nos automóveis Mercedes, mas a maioria integra a extensa lista de opcionais

No que se refere à capacidade de carga, o TGE também apresenta o melhor valor (1363 kg) porque também é o menos equipado e, portanto, com uma tara inferior, seguindo-se o Sprinter com 1225 kg e depois o Master com 1127 kg. Em qualquer dos casos, a acessibilidade ao compartimento de carga é assegurada por portas traseiras de batente ou por uma porta lateral deslizante direita. Para proteger a área da carga, os três veículos dispõem de revestimento no piso e nas paredes laterais.

CONCLUSÃO

A versão de chassis médio e teto alto do MAN TGE é aquela que oferece um maior volume útil e uma maior capacidade de carga. O mesmo se aplica à versão de chassis longo e tecto alto. Por outro lado, o MAN TGE Standard TA 3.180 também apresenta o custo mais competitivo, sendo a uni-

dade ensaiada proposta 38.023 euros, já com opcionais. O Renault Master surpreende pelas suas dimensões. Apesar de ter um comprimento exterior inferior (5,6 metros contra 5,9 metros), a versão de chassis médio e tecto alto consegue oferecer um volume útil de carga ligeiramente superior ao Sprinter de dimensões semelhantes e um pouco inferior ao do MAN TGE. Para operações em zonas mais limitadas em termos de espaço, o furgão da Renault poderá ser a melhor solução. Curiosamente, o Master L2H2 2.3 dCi Energy até não é aquele que apresenta um preço de tabela mais baixo, sendo proposto a partir de 37.852 euros. Todavia, a dotação de série nem sequer inclui rádio ou ar condicionado. Uma versão mais equipada como a unidade ensaiada já representa um investimento de 42.342 euros. O terceiro membro deste comparativo é o

Mercedes-Benz Sprinter, com motor V6 de 190 cv, que apresenta os preços de tabela mais elevados quer na versão de chassis médio e tecto alto (319 CDI/35), quer de chassis longo e teto alto (319 CDI/43): 45.856 euros e 47.135 euros, respetivamente. Todavia, também é aquele que oferece um motor mais potente e um equipamento de série mais elevado, que inclui avançados sistemas de segurança e um maior nível de sofisticação tecnológica. Para se adaptar praticamente a todas as exigências, a gama conta com um vasto leque de opções, que só no caso da unidade ensaiada ascende a 7513 euros, incluindo já os 2053 euros da excelente caixa automática de sete velocidades, disponível pela primeira vez no Sprinter. Entre os outros argumentos do Sprinter destaque para a imagem de marca que se traduz depois em melhores valores residuais e de retoma. /

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COMPARATIVO

RENAULT MASTER VS MAN TGE VS MERCEDES-BENZ SPRINTER

RENAULT MASTER L2H2 2.3 DCI 150 S&S

MAN TGE STANDARD TA 3.180

MERCEDES-BENZ SPRINTER FURGÃO 319 CDI/43

PREÇO 42.342€ MOTOR 4 CIL; 2298 CC; 150 CV; 3500 RPM BINÁRIO 385 NM TRANSMISSÃO DIANTEIRA; 6 VEL; MAN COMP./LARG./ALT. 5575/2070/2499 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3682 MM TARA 2373 KG CAPACIDADE CARGA 1127 KG VOLUME ÚTIL 10,8 M3 CONSUMO 7,8 L/100 KM (WLTP) (TESTE 8,5 L/100 KM) EMISSÕES 247 G/KM IUC 53,00 €

PREÇO 38.023€ MOTOR 4 CIL; 1998 CC; 177 CV; 3600 RPM BINÁRIO 410 NM TRANSMISSÃO DIANTEIRA; 6 VEL; MAN COMP./LARG./ALT. 5986/2040/2590 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3640 MM TARA 2137 KG CAPACIDADE CARGA 1363 KG VOLUME ÚTIL 11,3 M3 CONSUMO 7,0 L/100 KM (WLTP) (TESTE 7,9 L/100 KM) EMISSÕES 184 G/KM IUC 53,00 €

PREÇO 47.135€ (57.820€ ENSAIADA) MOTOR 6 CIL EM V; 2987 CC; 190 CV; 3800 RPM BINÁRIO 440 NM TRANSMISSÃO TRASEIRA; 7 VEL; AUTO COMP./LARG./ALT. 6967/2175/2616 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 4325 MM TARA 2275 KG CAPACIDADE CARGA 1225 KG VOLUME ÚTIL 14,0 M3 CONSUMO 8,9 L/100 KM (WLTP) (TESTE 10,5 L/100 KM) EMISSÕES 233 G/KM IUC 53,00 €

EQUIPAMENTO

EQUIPAMENTO

EQUIPAMENTO

Modo Eco, Start&Stop, sensores de chuva e luminosidade, indicador de mudança de velocidade, luzes de circulação diurna, vidros escurecidos, retrovisores com regulação elétrica, ESP, sistema de travagem de emergência, assistente de ventos laterais

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Ar condicionado, rádio Bluetooth, airbag passageiro, assistente ventos laterais, assistente de travagem de emergência, cruise control, assistente de arranque em subida, direção eletro-hidráulica

Luzes de circulação diurna, direção elétrica, Keyless-Start, comando à distância com infravermelhos, porta lateral direita, gestão do sistema elétrico de bordo, airbag condutor, assistente luzes de circulação, assistente de vento lateral, programa eletrónico de estabilidade, luzes de travão adaptativas

ESPAÇOS ARRUMAÇÕES CONFORTO

MOTOR CONSUMOS

CAIXA AUTOMÁTICA CONECTIVIDADE

CÂMARA TRASEIRA OPÇÕES

EQUIPAMENTO OPCIONAIS

OPCIONAIS PREÇO

TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020



novidades

GRUPO PSA

TRIO ELÉTRICO Furgões produzidos pelo Grupo PSA recebem versões elétricas este ano. Os primeiros a chegar serão o Peugeot e-Expert, Citroen Jumpy Electric e Opel Vivaro-e, propostos em níveis de autonomia de 200 km ou 300 km TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

O

Grupo PSA anunciou a eletrificação de toda a sua gama de veículos comerciais ligeiros, começando já em 2020 pelos modelos de dimensões médias: Citroën Jumpy, Opel / Vauxhall Vivaro e Peugeot Expert. Segundo refere Xavier Peugeot, diretor da unidade de negócio de veículos comerciais ligeiros do Grupo PSA, “estamos a avançar fortemente na eletrificação da gama de comerciais ligeiros, disponibilizando versões elétricas dos furgões compactos aos clientes empresariais e particulares”. O responsável sublinha que a gama eletrificada “não renuncia a qual-

quer caraterística ou funcionalidade das viaturas e vai ajudar a fortalecer a nossa liderança neste mercado na Europa”. Xavier Peugeot esclarece que toda a gama de veículos comerciais ligeiros e seus derivativos de passageiros será eletrificada em 2021. A nova geração de comerciais de dimensões médias do Grupo PSA foi desenvolvida a partir da plataforma multi-energias EMP2 para disponibilizar uma mobilidade sem emissões locais de dióxido de carbono, respondendo especificamente ao crescimento do comércio eletrónico e da distribuição urbana. As versões elétricas dos furgões médios da Citroën, Opel, Peugeot e Vauxhall serão montadas na fábrica de Hordain, localizada


MAN

Redução de preço do eTGE

P

ara atenuar a diferença no custo total de utilização entre as versões elétrica e diesel do TGE, a MAN decidiu diminuir o preço de aquisição do eTGE, que passa a estar disponível no mercado europeu por 53.990 euros. Com esta medida, a marca pretende fazer aproximar o custo total de utilização (TCO) entre o MAN TGE 3.140 E e a versão diesel com um nível de equipamento similar. A MAN acredita que a combinação da redução do preço do eTGE com os custos de operação inferiores de um veículo elétrico, designadamente em termos de energia e manutenção, permitirá ao cliente optar por uma solução emissões zero com peso bruto de 3500 quilos que oferece um nível de rendibilidade semelhante ao do seu congénere com motor diesel. O MAN 3.140 E está disponível nas versão furgão de mercadorias e Combi de passageiros, com chassis médio e teto alto (L3H3). Com comprimento de 5,98 metros e altura de 2,59 metros, apresenta dimensões idênticas às da versão com motor de combustão. O mesmo se aplica ao compartimento de carga, com volume útil de 10,7 m3 e uma capacidade de aproximadamente uma tonelada. O equipamento do MAN eTGE é bastante generoso, incluindo banco do condutor ComfortPlus, pacote MAN Media Van Navigation, ar condicionado, regulador da velocidade de cruzeiro, câmara traseira, sistema de travagem de emergência (EBA), assistente de manutenção na faixa de rodagem, assistente de estacionamento. entre outros. /

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MODELOS

75 KWH BATERIA

300 KM AUTONOMIA

2020 LANÇAMENTO

no norte de França, e receberão cadeias de tração elétricas produzidas na unidade de Trémery, no leste daquele país. As versões elétricas vão ser equipadas com baterias de 50 kWh ou 75 kWh, que oferecem autonomias de até 200 quilómetros e 300 quilómetros, respetivamente, no ciclo WLTP (dados ainda em processo de homologação). Os estudos do construtor francês indicam que a maioria dos profissionais percorrem menos de 300 quilómetros por dia, pelo que estes valores de autonomia se adequam à maioria das utilizações. Por outro lado, a perspetiva crescente de limitações e constrangimentos no acesso ao centro das cidades, com algumas zonas a permitem

MAIS COMPETITIVO O preço do MAN eTGE diminuiu para aumentar a competitividade na última milha

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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novidades

FURGÕES MÉDIOS ELÉTRICOS A ofensiva elétrica do Grupo PSA nos comerciais ligeiros vai começar pelos furgões de dimensões médias: Opel Vivaro-e, Peugeot e-Expert e Citroen Jumpy Electric. Estes modelos vão receber baterias com capacidades de 50 kWh ou 75 kWh

apenas a circulação de veículos elétricos, constitui uma oportunidade para o lançamento desta oferta elétrica do Grupo PSA.

OFENSIVA ATÉ 2021

Entretanto, as marcas do Grupo PSA já começaram a revelar as primeiras fotos oficiais dos novos furgões médios elétricos e algumas (poucas) informações. O primeiro comercial de dimensões médias da Peugeot vai receber a designação e-Expert, estando prevista a sua comercialização no segundo semestre. O objetivo é dar continuidade ao sucesso que a mais recente geração deste modelo tem registado, desde o seu lança-

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

mento em 2016, com mais de 170 mil unidades vendidas. Segundo a Peugeot, a versão elétrica do Expert irá manter o mesmo estilo musculado e um volume de carga das versões térmicas equivalentes. Por sua vez, a Citroën também irá completar a sua gama, em 2020, com uma proposta elétrica do seu furgão de dimensões médias. Segundo a marca, este veiculo dirige-se aos clientes que procuram prazer e serenidade ao volante, sem comprometer as prestações, “permitindo que cada empresário desenvolva a sua atividade de forma diferente e transmita uma imagem positiva de preservação do meio ambiente”.

A ofensiva elétrica da Citroën também vai incluir o Jumper Electric, que chega no início do ano, e da versão elétrica do Berlingo Van, a ser lançada em 2021. A Opel, por seu lado, também irá lançar uma versão elétrica do Vivaro em 2020, ao abrigo do processo em curso de “eletrificação” de toda a sua gama de produtos. Com o Vivaro-e, a marca procura dar resposta às necessidades crescentes de entregas sem emissões nas áreas urbanas, antecipando um aumento da procura de veículos comerciais elétricos a bateria. Após o Vivaro-e, a Opel irá lançar o Combo-e, cujo lançamento está agendado para 2021. /



novidades

FORD

DUPLA DISTINÇÃO Ford é a primeira marca a ser distinguida duas vezes no mesmo ano com os prémios de “Comercial do Ano” e “Pick-up do Ano” TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

A

Ford conquistou os prémios de “ Veículo Comercial Internacional do Ano 2020” e “Pick-up do Ano 2020”, atribuídos aos modelos Transit Custom Hybrid e Ranger, respetivamente. A Ford é a primeira marca a conquistar duas vezes estes dois prémios no mesmo ano, repetindo um feito alcançado em 2013. Os novos modelos Transit Custom Plug-In Hybrid e Transit Custom EcoBlue Hybrid foram distinguidos por um painel de 25 jornalistas europeus da imprensa especializada numa cerimónia realizada em Lyon. Os jurados elogiaram a gama de soluções de propulsão eletrificadas disponibilizadas pela Ford nos comerciais ligeiros Transit Custom, concebidas para ajudar a redu-


NISSAN

NV250 chegou a Portugal

A

Nissan iniciou a comercialização no mercado nacional da nova gama de furgões compactos NV250, com preços a partir 18 mil euros (IVA não incluído). A oferta assenta no derivativo furgão de mercadorias, estando disponíveis dois comprimentos de carroçaria, com 4,28 metros e 4,67 metros. Em ambos os casos, a altura e a largura são idênticas: 1,80 metros e 1,83 metros, respetivamente. A versão de chassis standard (L1) possui um compartimento de carga de 1,73 metros, que pode ser aumentado para os 2,5 metros através de uma abertura, em opção, na divisória de carga e o habitáculo. Esta solução permite ampliar o volume útil de carga dos 3,0 m3 para os 3,5 m3. A carga útil situa-se nos 650 kg. Por sua vez, a versão de chassis longo (L2) apresenta um compartimento de carga de 2,11 metros ou 2,87 metros, com opção de abertura na divisória, disponibilizando um volume útil de carga de 4,0 m3 ou 4,6 m3. A carga útil desta versão L2 é de 800 kg. Para se diferenciar face à concorrência a Nissan aposta na versatilidade da gama NV250 através da disponibilização de uma vasta de conversões, que incluem painéis em madeira na área de carga ou extras opcionais como, por exemplo, unidades de refrigeração a bordo. Em função das necessidades do utilizador, o habitáculo está disponível em versões de dois ou três lugares. Para apoiar a condução, o NV250 pode receber várias tecnologias de mobilidade inteligente como o arranque assistido em subida e a aderência melhorada. No capítulo mecânico, o novo furgão compacto da Nissan recebe o eficiente e comprovado motor diesel de 1,5 litros que já cumpre a norma de emissões Euro 6D-TEMP, sendo proposto em três níveis de potência: 80 cv, 95 cv e 115 cv. Outro argumento competitivo consiste numa garantia de fábrica de cinco anos ou 160 mil quilómetros.

92,9 KW* MOTOR

13,6KWH* BATERIA

50 KM* AUTONOMIA ELÉTRICA

500 KM*

AUTONOMIA TOTAL * FORD TRANSIT CUSTOM PLUG-IN HHYBRID

zir os custos com combustível e permitir a entrada no crescente número de zonas de baixas emissões, oferecendo propostas práticas para as empresas que procuram reduzir a pegada de carbono do transporte. Por sua vez, a Ranger - a pick-up mais vendida na Europa -, impressionou os jurados, graças ao seu potente e eficiente motor diesel Ford EcoBlue de dois litros e às avançadas tecnologias de assistência à condução para conquistar o prestigiado prémio de “Pick-Up Internacional do Ano 2020”. Disponível nas carroçarias de cabina simples, extra e dupla, a Ranger é proposta, de série, com tração integral e o seu propulsor diesel oferece uma melhoria na eficiência do consumo de combustível até nove por cento em combinação com a nova transmissão automática de dez velocidades. /

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

IVECO DAILY 35S16A8 V 12 M3

A CAMINHO DA CONDUÇÃO AUTÓNOMA Com a introdução da direção elétrica e de um conjunto de avançados sistemas de assistência, o Daily passou a oferecer uma condução autónoma de nível 2 TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

M

ais de 40 anos após o lançamento da primeira geração, o Iveco Daily continua a ser o único modelo do seu segmento que se mantém fiel ao princípio da construção de camião com longarinas em “C”, solução que permite oferecer uma maior capacidade de carga em comparação os furgões com carroçaria autoportante. Mantendo a plataforma do modelo anterior, a Iveco atualizou a gama Daily não só com o objetivo de cumprir a norma de emissões Euro 6d-TEMP, mas também de responder às exigências dos clientes ao nível do conforto do condutor, do consumo de combustível e da assistência à condução.


DRIVE ASSIST Todos os sistemas do Drive Assist dispõem de três configurações que podem ser selecionadas pelo condutor no menu principal, recorrendo a botões no volante multifunções. O ecrã tátil integra o sistema Hi-Connect

4 CIL. 2287 CC

8 VEL AUTO

156 CV

Entre as principais alterações destaque para a introdução de uma nova direção assistida elétrica - mais leve e ligeiramente mais rápida do que a anterior mecânica - que, em combinação com um volante de menores dimensões, permite oferecer uma condução semelhante ao de um automóvel. Por outro lado, também possibilitou a disponibilização de novos dispositivos de apoio ao condutor como o sistema avançado de travagem de emergência (AEBS), o City Brake Pro, o controlo de velocidade adaptativo com assistente de filas de trânsito (Queue Assist), assistente de manutenção na faixa de rodagem ou o assistente de ventos laterais. O novo Daily está disponível com uma box de Conectividade que coloca o veículo em

contacto direto com a sala de controlo da Iveco em Itália, que recebe dados de todos os veículos conectados. Proposto no Pack Delivery Plus, o sistema permite serviços como o diagnóstico remoto, a atualização remota do software sem necessidade de deslocação a uma oficina. A box de conectividade possibilita o acesso ao portal online MyDaily para monitorizar o estado do veículo e o comportamento do motorista, podendo também ser usado pelos gestores de frotas para analisarem os dados do veículo. O serviço assegura igualmente o envio regular de dados automáticos sobre o desempenho e o consumo de combustível. A box de conectividade é gratuita em associação com um contrato de manu-

9,2 L

/100 KM

242 G/KM 181,25 € IUC

tenção e o valor mensal do mesmo pode ser revisto ao fim de um ano em função da missão real efetuada pelo veículo.

QUASE TUDO OPCIONAL

Entre as mais de oito mil versões disponibilizadas de fábrica, uma das propostas consiste no furgão de mercadorias de chassis médio e teto alto, com comprimento exterior de 6,08 metros, largura de 2,01 metros, altura de 2,64 metros e distância entre-eixos de 3,52 metros. A generosas dimensões exteriores também têm um reflexo natural no compartimento de carga que disponibiliza um volume útil de 12,0 m3, graças à combinação de um comprimento interno de 3,45 metros, uma largura de 1,74 metros (1,31

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

IVECO DAILY 35S16A8 V 12 M3

FÁCIL ACESSO A porta lateral tem uma largura de 1,26 metros e uma altura de 1,90 metros, permitindo o carregamento lateral com um empilhador e o acesso a um compartimrento de carga com um volume útil de 12,0 m3. O piso e as paredes laterais possuem revestimento

metros entre as cavas das rodas) e uma altura de 1,90 metros. A altura ao solo é de 67 centímetros. Para proteção do compartimento de carga estão disponíveis revestimentos laterais e do piso com uma estrutura em favo de mel, resistente à humidade. A zona de carga recebe iluminação LED. A acessibilidade é assegurada por portas traseiras de batente com abertura até 270º e por uma porta lateral deslizante com uma largura de 1,26 metros e uma altura de 1,80 metros. Passando ao habitáculo, este foi desenhado para proporcionar uma experiência de condução semelhante à de um ligeiro de passageiros. Os materiais utilizados no tablier são agradáveis à vista e transmitem uma sensação premium. O painel de instrumentos com ecrã a cores fornece uma interface intuitiva que permite aceder em tempo real às principais configurações. A posição de condução elevada e os generosos espelhos exteriores de campo duplo asseguram uma excelente visibilidade para o exterior, apesar dos seis metros de comprimento da unidade ensaiada. Para apoiar as manobras de estacionamento, o condutor pode contar com sensores de estacionamento traseiros, em opção, assim como a câmara traseira que integra o sistema de infoentretenimento Hi-Connect, com ecrã de sete polegadas, rádio, avaliação do estilo de condução e sistema de navegação TomTom para ligeiros e pesados. O equipamento base não é particularmente generoso, pouco mais oferecendo do que o fecho centralizado com comando, os vidros elétricos, o airbag do condutor ou direção assistida elétrica com City Mode. Para garantir um maior conforto está disponível, em opção, o Pack Business Exclusive que já

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

inclui um banco do condutor com suspensão de molas, regulação em altura, ajuste lombar e apoio de braços ou o banco duplo do passageiro com mesa rebatível. Neste caso, o ar condicionado automático também integra esta dotação, assim o volante em pele, o tablier em três tons, o suporte para tablet / smartphone e porta USB, o compartimento de prateleira superior, os espelhos retrovisores exteriores e aquecidos, o limitador de velocidade regulável.

DRIVE ASSIST

O Daily também pode receber uma caixa automática de oito velocidades, de origem ZF, que já representa cerca de 20% das vendas. Esta solução está associada ao Pack Hi-Drive, opcional, que também inclui os sensores de luzes e chuva, o assistente de máximos, sistema de travagem de emer-

gência com City Brake, o travão de estacionamento elétrico, o programa eletrónico de estabilidade e assistente de ventos laterais, o aviso de saída de rodagem e assistência de manutenção da faixa de rodagem, o Cruise control adaptativo e o assistente de filas (Queue Assist). A combinação da direção assistida elétrica com aquelas tecnologias permite a disponibilização de um sistema de condução autónoma de nível 2, que obriga o utilizador a manter sempre as mãos no volante. Um dos sistemas estreados no Daily é o Cruise control adaptivo, que ajuda a manter uma distância mínima de segurança para o veículo da frente, recorrendo a botões no volante multifunções. Em função das condições de tráfego, o sistema reage e reduz autonomamente a velocidade do Daily para manter a dis-


tância até o outro veículo se afastar ou acelerar. O sistema exige alguma habituação, mas funciona. O sistema de assistência de filas de trânsito foi desenvolvido com base no Cruise Control Adaptativo, sendo ativado por um botão localizado na alavanca do lado direito da coluna da direção para permitir a definição da distância de segurança para a viatura da frente, chegando mesmo a parar. Quando o veículo da frente voltar a avançar, um ligeiro toque no acelerador irá colocar o Daily em movimento. Esta solução só se tornou possível, graças à introdução do sistema avançado de travagem de emergência, que previne colisões a velocidades inferiores a 50 km/h, e ao City Brake Pro que ajuda a

evitar a colisões a velocidades tão baixas como 5 km/h. No capítulo mecânico, a unidade ensaiada contava com uma versão do motor diesel de 2,3 litros com Start& Stop, que oferece uma potência de 156 cv às 3800 rpm e um binário de 380 Nm às 1500 rpm. A associação a uma caixa automáticas de oito velocidades, com modos Eco e Power, permite tirar o melhor partido da capacidade do motor, oferecendo acelerações e recuperações interessantes para um veículo que pesa em vazio 2250 kg. O consumo de combustível durante o ensaio foi de 9,7 l/100 km, um valor não muito superior aos 9,2 l/100 km em ciclo WLTP anunciados pela marca para esta versão. Referência para o raio de viragem

entre passeios de apenas 12 metros, uma vantagem assegurada pela tração traseira. No que se refere ao preço, o Daily 35S16 Van de 12 m3 é proposto a partir de 42.090 euros, podendo, no entanto, atingir os 51.874 euros no caso da unidade ensaiada que conta com um equipamento completo e sistemas avançados de assistência que já permitem oferecer uma condução autónoma de nível 2. O Daily é o primeiro comercial ligeiro a disponibilizar este tipo de solução, que possibilita a redução de riscos de acidentes em autoestradas e no tráfego urbano. As restantes caraterísticas técnicas, designadamente a capacidade e o volume útil de carga, permaneceram inalteradas, enquanto a perceção de qualidade na cabina evoluiu bastante. /

IVECO DAILY DAILY 35S16A8 V 12 M3

MOTOR DE 156 CV O motor diesel de 2,3 litros é responsável pela esmagadoria maior das vendas da versão furgão do Daily. Uma das motorizações disponíveis é a de 156 cv. O travão de estacionamento elétrico é opção, assim como o banco do passageiro com mesa rebatível

PREÇO 42.090 € (51.874€ unidade ensaiada) MOTOR 4 CIL; 2287 CC; 156 CV; 3600 RPM BINÁRIO 380 NM TRANSMISSÃO Traseira; 8 Vel; Auto COMP./LARG./ALT. 6087/2010/2641 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3520 MM PESO BRUTO 3500 KG CAPACIDADE CARGA 1127 KG LUGARES 3 CONSUMO 9,2 L/100 KM (WLTP) (Teste 9,7l/100 KM) EMISSÕES 242 G/KM IUC 181,25 € *As nossas medições

EQUIPAMENTO

Alternador de 220A com Smart Charging, fecho centralizado com comando, vidros elétricos, ESP, airbag condutor, revestimento parede traseira da cabina, direção assistida elétrica com City Mode

DRIVE ASSIST CAIXA AUTOMÁTICA PREÇO EQUIPAMENTO SÉRIE

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

CITROËN BERLINGO VAN M 1.5 BLUEHDI 100 CV S&S CVM CLUB

SALTO GERACIONAL Concebido para se adaptar a todas as atividades, o novo Berlingo deu um salto geracional em termos de estilo, tecnologia, equipamento, robustez, conforto e modularidade

F

abricado em Vigo e no Centro de Produção de Mangualde do Grupo PSA, o Berlingo Van está disponível em dois tamanhos de carroçaria M e XL - com comprimentos exteriores de 4,40 metros e 4,75 metros, respetivamente. A gama está construída sob quatro níveis de equipamento - Control, Club, Driver e Worker - que diferem entre si pela filosofia de utilização. O furgão é proposto em versões de dois ou três lugares dianteiros (Cabina Extenso). Com o objetivo de proporcionar uma condução mais segura e tecnológica, o Berlingo Van é proposto com 20 sistemas de assistência, incluindo o Surround Rear Vision, o travão de estacionamento elétrico, o acesso e arranque mãos-livres, e a câmara de marcha-atrás, entre outros. A versão mais comercializada no mercado nacional é a 1.5 BlueHDi de 100 cv de

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

tamanho M que oferece um volume útil de carga de 3,3 m3, graças à combinação de um comprimento interno de 1,52 metros e uma altura de 1,23 metros. A unidade ensaiada dispõe de Cabine Extenso, que possibilita o rebatimento do banco do passageiro lateral, permitindo aumentar o comprimento total para 3,09 metros e o volume útil para 3,8 m3. Com uma altura do chão de apenas 58 centímetros, e uma ampla abertura das portas traseiras, juntam-se bons argumentos à largura entre as cavas das rodas de 1,12 metros, permitindo carregar duas europaletes com um empilhador. A acessibilidade ao compartimento de carga é assegurada por duas portas assimétricas e por uma porta deslizante no lado direito. O habitáculo foi desenvolvido para os profissionais, conjugando robustez e conve-

niência, e onde se destaca um tablier fluído que integra diversas tecnologias úteis a bordo. Para empresas e colaboradores que têm de efetuar longos trajetos ou um elevado número de entregas em zonas urbanas é proposto o nível de equipamento ‘Driver’, que se distingue pelo conforto em andamento, ajudas à condução e bom equipamento de série. No capitulo mecânico, a gama é composta por três motorizações de 75, 100 e 130 CV e caixas de velocidades manual (CVM) de 5 e 6, ou caixa de velocidades automática de 8 (EAT8), oferecendo um excelente compromisso entre prestações e consumos [na versão ensaiada 5,7l/100 km registados pelo computador de bordo. A gama do Citroën Berlingo Van está disponível ao público desde 12.100 euros sem IVA ou 20.700 euros com IVA./


CITROËN BERLINGO VAN M 1.5 BLUEHDI 100 CV S&S CVM CLUB

CLASSE 1 O Citroën Berlingo é sempre Classe 1 nas portagens com recurso ao dispositivo de Via Verde

PREÇO 23.300€ MOTOR 4 CIL.; 1560 CC; 100 CV; 3750 RPM BINÁRIO 250 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 5 VEL Man COMP./LARG./ALT. 4,40/1,92/1,88 M CONSUMO 4,2 a 4,4 L/100 KM (WLTP) (Teste: 5,7 L/100 KM) EMISSÕES 109 a 114 G/KM (WLTP) IUC 32,42€

EQUIPAMENTO

OPCIONAL - 2340€ Cabina Extenso (três lugares), airbag condutor, ESP (com ABS, AFU, ESC, ASR e Hill Assist), ar condicionado manual, travão de estacionamento elétrico, ajuda ao estacionamento dianteiro, traseiro e lateral, Surrond Rear Vision, ecrã tátil de 8” compatível com Apple CarPlay e Android Auto, fecho centralizado com comando, Pack Visibilidade e Citroën Connect NAV

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ENSAIO

OPEL VIVARO 1.5D 120 CV ENJOY L2

TERCEIRA GERAÇÃO

Na nova geração do Vivaro, a versão mais vendida vai ser a de chassis médio (L2), aqui analisada com a motorização diesel de 120 cv e nível de equipamento Enjoy TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

C

om a aquisição da Opel pelo Grupo PSA terminou a parceria com a Aliança Renault-NissanMitsubishi para o desenvolvimento e produção de veículos comerciais de dimensões médias. Como consequência e por uma questão de sinergias, a terceira geração do Vivaro passou a ser disponibilizada com base na moderna plataforma EMP2 e a oferta deste modelo compreende, pela primeira vez, três comprimentos de carroçaria - 4,6 metros, 4,95 metros e 5,3 metros - em vez dos anteriores dois. Mas agora só está disponível uma altura

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

de tecto, com 1,9 metros na maior parte das variantes. Além do furgão fechado Cargo, a gama inclui um “crew-cab” até seis lugares, um chassis-cabina e uma variante Combi de passageiros. Genericamente, a terceira geração do Vivaro é mais curta e estreita do que a anterior e a largura entre as cavas das rodas também diminuiu, mas o volume útil de carga é ligeiramente superior, graças a um pequeno crescimento na altura interior e ao menor espaço ocupado pelas cavas das rodas. Para otimizar o espaço de carga, o Vivaro oferece ainda o prático

sistema FlexCargo no lado do passageiro, que inclui uma tampa na antepára entre o compartimento de carga e a cabina para possibilitar o transporte de objetos mais longos. No design exterior, o Vivaro carateriza-se por apresentar proporções equilibradas e projeções de carroçaria curtas, sendo a associação visual à marca alemã assegurada pela grelha dianteira.

NÍVEL ENJOY

O habitáculo disponibiliza um ambiente acolhedor e agradável, enquanto o pos-


BOA ERGONOMIA O posto de condução do Vivaro é funcional, estando todos comandos facilmente acessíveis. O volante é fixo.O banco duplo do acompanhante está disponível com compartimento de arrumação, em opção, e a porta lateral também pode ter comando elétrico

4 CIL. 1499 CC

6 VEL MAN

120 CV

to de condução oferece um conforto similar ao de um ligeiro de passageiros. Os bancos são ergonómicos, estando todos os comandos visíveis e ao alcance fácil do condutor. Encontrar a melhor posição de condução não é complicado, graças às possibilidade de regulação em altura, inclinação e alcance do banco. Por outro lado, o volante é fixo. A posição de condução elevada garante uma boa visibilidade da estrada e das condições de trânsito, embora os espelhos exteriores pudessem apresentar dimensões superiores ou campo duplo. Para ultrapassar essa limitação

está disponível o alerta de ângulo morto, embora seja opção. O painel de instrumentos, ligeiramente sobreelevado, oferece uma boa leitura, enquanto a consola central integra um ecrã tátil, que permite gerir o rádio, o telefone e aceder às definições do veículo. Destaque ainda para a possibilidade de rebatimento das costas do banco do passageiro, permitindo a criação de uma mesa de trabalho para documentos, um computador portátil ou um tablet. Espaços para arrumações não faltam, desde um pequeno compartimento por baixo do as-

6L

/100 KM

158 G/KM 53 € IUC

sento central, passando pelas bolsas nas portas, o porta-luvas ou o recetáculo na consola central. No mercado nacional, o Vivaro Cargo está disponível em dois níveis de equipamento: Essentia e Enjoy. Todas as versões contam com porta lateral deslizante, rádio Bluetooth com USB, airbag para condutor e passageiro, programador de velocidade com limitador, assistência ao arranque em subidas. A versão Enjoy, que corresponde à unidade ensaiada, acresce o banco do passageiro duplo, o ar condicionado, os sensores

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

OPEL VIVARO 1.5D 120 CV ENJOY L2

OPEL VIVARO 1.5D 120 CV ENJOY L2

FLEXCARGO O sistema Flexcargo permite aumentar o volume útil de carga de 5,3 m3 para 5,8 m3, graças a uma abertura entre o habitáculo e o compartimento de carga. A câmara traseira 180º é opção, assim como os sensores dianteiros e traseiros

PREÇO 30.430€ (32.345€ unidade ensaiada) MOTOR 4 CIL; 1499 CC; 120 CV; 3500 RPM BINÁRIO 300 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 Vel; Man COMP./LARG./ALT. 4959/2010/1935 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3275 MM TARA 1656 KG CAPACIDADE CARGA 1004 KG VOLUME ÚTIL 5,3 M3 CONSUMO 6,0 L/100 KM (WLTP) (Teste 6,4 l/100 KM) EMISSÕES 158 G/KM IUC 53,00 €

EQUIPAMENTO

Porta lateral deslizante, rádio Bluetooth com USB, airbag para condutor e passageiro, programador de velocidade com limitador, assistência ao arranque em subidas, banco do passageiro duplo, o ar condicionado, os sensores traseiros de estacionamento, o sistema de infoentretenimento multimédia com ecrã tátil de sete polegadas, os sensores de chuva e luminosidade.

ESPELHOS EXTERIORES OPÇÕES CONSUMO CONFORTO

traseiros de estacionamento, o sistema de infoentretenimento multimédia com ecrã tátil de sete polegadas, os sensores de chuva e luminosidade. Esta dotação também pode ser reforçada com diversos opcionais, incluindo o banco para dois passageiros com compartimento de arrumação (455€), porta lateral com abertura elétrica (495€), sensores de estacionamento dianteiros e traseiros que compreende alerta de ângulo morto, espelhos retrovisores elétricos aquecidos e faróis de nevoeiro (595€) ou a câmara traseira 180º (370€).

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

MOTOR DE 120 CV

A versão com maior procura da gama Vivaro Cargo será a de chassis médio (L2), com comprimento exterior de 4,95 metros. O compartimento de carga oferece um volume útil de 5,3 m3, graças à combinação de um comprimento interno de 2,51 metros, largura de 1,28 metros e altura de 1,22 metros. Em caso de necessidade está disponível o sistema FlexCargo, que permite aumentar o comprimento interno para os 3,67 metros e o volume útil para os 5,8 m3. A acessibilidade é assegurada por portas traseiras de batente, que podem abrir num

ângulo até 180º, e por uma porta lateral deslizante. O plano de carga encontra-se a 54 centímetros do solo. No capítulo mecânico, uma das motorizações disponibilizadas é a 1.5 D de 120 cv, que, em associação com uma caixa manual de seis velocidades, oferece um bom compromisso entre prestações e consumos (6,4 l/100 km registados pelo computador de bordo. Quanto ao preço, o Vivaro Cargo 1.5D 120 cv L2 Enjoy é proposto a partir de 30.430 euros, podendo, no entanto, chegar aos 32.345 euros da unidade ensaiada./



ENSAIO

RENAULT TRAFIC FURGÃO L2H11,2 T 2.0 ENERGY DCI 145

IMAGEM REVISTA

Com nova imagem exterior e interior, novo motor diesel e mais equipamento, a gama Trafic foi otimizada para consolidar a sua posição no segmento dos furgões médios TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

P

ara cumprir a norma de emissões Euro 6d - TEMP, que entrou em vigor em setembro de 2019, a Renault renovou a sua atual geração (a terceira) da gama Trafic. Além de introduzir um novo motor diesel de 2,0 litros e de atualizar a imagem deste modelo para uniformizar a identidade visual de toda a sua gama de comerciais ligeiros, a marca francesa aproveitou para reforçar o nível de equipamento e introduzir conteúdos tecnológicos mais sofisticados. Mantendo as mesmas formas e proporções do modelo lançado em 2014, o novo Trafic é facilmente identificável pela sua secção frontal que inclui a assinatura luminosa LED

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

em forma de C, novos faróis full LED, uma grelha mais proeminente com o losango em destaque e novos elementos decorativos cromados. Igualmente revisto foi o design do interior que incorpora elementos oriundos dos ligeiros de passageiros da marca francesa. O tablier surge agora com pormenores em cromado acetinado nas saídas da ventilação, no enquadramento da consola central, nos comandos do ar condicionado, na alavanca da caixa de velocidades e nos manómetros. A cabina recebe uma harmonia denominada “Cinzento Carbono”, que se prolonga aos painéis das portas, enquanto a alavanca da caixa de velocidades conta com um

novo punho. O Trafic passou a contar com novas soluções multimédia, caso do Media Nav Evolution com ecrã tátil - compatível com Android Auto e AppleCarPlay -, um novo rádio R&GO e um microfone também novo, para melhor qualidade das comunicações. O posto de condução foi projetado para oferecer uma experiência ao volante semelhante ao de um ligeiro de passageiros, embora com uma posição mais elevada. As possibilidades de regulação do banco (altura, inclinação e alcance) e do volante (altura) ajudam o condutor a obter a posição mais adequada, enquanto os espelhos retrovisores de campo duplo garantem boas condições de visibilidade.


CABINA MODERNIZADA O interior recebe uma harmonia "Cinzento Carbono, um novo punho da caixa de velocidades, soluções multimedia como as incluídas no Pack Navegação Media NAV com reconhecimento dos sinais de trânsito

Os materiais utilizados no habitáculo estão adequados ao uso intensivo que estes veículos costumam ter. A ergonomia está igualmente em bom plano, com todos os comandos facilmente acessíveis. Espaços para arrumações também não faltam no interior da cabina, incluindo dois porta-luvas, receptáculos no tablier e uma prateleira por baixo do tejadilho.

4 CIL. 1997 CC

145 CV

6 VEL MAN

7,8 L

/100 KM

270 G/KM 53 € IUC

VOLUME ÚTIL DE 6,0 M3

Entre as 275 versões disponibilizadas de fábrica, uma das propostas da gama Trafic consiste no furgão de mercadorias de chassis longo e tecto alto (L2H1). Com um comprimento exterior de 5,34 metros, uma largura de 1,95 metros, uma altura de 1,97 metros e uma distância entre-eixos de 3,5 metros, este derivativo oferece um volume útil de carga de 6,0 m3, graças à combinação de um compartimento de carga com 2,93 metros de comprimento, 1,66 metros de largura (1,27 metros entre as cavas das rodas) e uma altura de 1,39 metros. O plano de carga está a 55 cm do solo. Para proteção do compartimento de car-

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

RENAULT TRAFIC FURGÃO L2H11,2 T 2.0 ENERGY DCI 145

ga, o piso e as paredes possuem revestimentos em madeira e e em polipropileno, ao abrigo de uma transformação realizada pela Renault Tech.

MOTORIZAÇÃO DE 145 CV

No capítulo mecânico, o novo Trafic recebeu um novo motor diesel de 2,0 litros com turbocompressor de geometria variável para cumprir a norma de emissões Euro 6d-TEMP em associação com o sistema de redução catalítica (SCR) com AdBlue. O novo bloco 2.0 dCi conta com tecnologia Stop & Start para ajudar a melhorar o consumo de combustível e com a função “Eco” que controla a resposta do acelerador para impedir uma subida excessiva da rotação do motor. A unidade ensaiada contava com a versão de 145 cv do motor 2.0 dCi, que, em combinação com uma bem escalonada caixa manual de seis velocidades, oferece elevado binário a baixos regimes, assim como uma

rápida subida de rotação. No que se refere ao consumo de combustível, o computador de bordo indicou um valor de 8,4 l/100 km durante o ensaio, um valor acima dos 7,8 l/100 km anunciados pela marca.

MUNDO DE OPÇÕES

Para proporcionar conforto, ergonomia e segurança, a gama Trafic recebeu algumas tecnologias de apoio à condução, embora a maioria esteja disponível na extensa lista de opcionais como, por exemplo, o sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro com câmara de marcha-atrás, integrado no Pack Hi-Tech, que também inclui faróis de nevoeiro e sensores de luminosidade. O ar condicionado manual também é opção, assim como o Pack Navegação Media Nav Evolution com sistema de reconhecimento de sinais de trânsito ou o regulador de velocidade. A dotação de série aposta forte na segu-

rança. A antepara metálica constitui uma robusta barreira entre os ocupantes e a carga, ao que se junta o airbag do condutor, o ABS com EBV, o controlo eletrónico de estabilidade com auxiliar de arranque em subida e o Grip Extend (com modo fora de estrada) para garantir uma melhor tração em pisos escorregadios. O equipamento de conforto é limitado, compreendendo os três lugares na cabina, o fecho central de portas, os vidros e retrovisores elétricos, o airbag do condutor, o rádio Connect R&GO com Bluetooth e comandos sob o volante. Quanto ao preço, o Trafic Furgão L2H1 2.0 Energy dCi 145 é proposto a partir de 34.834 euros, com IVA incluído, valor bastante competitivo face à concorrência, embora a dotação de série seja limitada. O acesso a uma versão mais equipada, como da unidade ensaiada que conta com 4.642 euros em opcionais, eleva o custo de aquisição para os 40.543 euros. /

RENAULT TRAFIC FURGÃO L2H11,2 T 2.0 ENERGY DCI 145

ZONA DE CARGA O acesso à mercadoria é assegurada por portas traseiras. O revestimento do piso e das paredes pela Renault Tech é um dos muitos opcionais do Trafic

PREÇO 40.543€ MOTOR 4 CIL; 1997 CC; 145 CV; 3500 RPM BINÁRIO 350 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 Vel; Man COMP./LARG./ALT. 5399/1956/1967 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3498 MM TARA 2145 KG CAPACIDADE CARGA 905 KG VOLUME ÚTIL 6,0 M3 CONSUMO 7,8 L/100 KM (WLTP) (Teste 8,4 l/100 KM) EMISSÕES 270 G/KM IUC 53,00 € EQUIPAMENTO

Alternador (180A), recuperação de energia na travagem,. Faróis Full LED, luzes diurnas, Stop & Start,, Rádio Connect R&GO, Bluetooth, ABS com EBV, ESP + ASR, vidros escurecidos.

CONFORTO OPÇÕES

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020


E D I Ç Ã O

E S P E C I A L

O GUIA PARA QUEM SE QUER AVENTURAR FORA DE ESTRADA

6€

NAS BANCAS


ENSAIO

TOYOTA PROACE VERSO COMFORT 9L L2 1.5D 120 CV

VERSÃO DE ACESSO A versão de entrada do Proace Verso longo de nove lugares combina um amplo espaço para passageiros e bagagens com um preço de aquisição competitivo TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

R

epresentante da Toyota no segmento de veículos comerciais de dimensões médias, a gama ProAce conta com versões específicas para o transporte de passageiros que receberam a designação Verso, utilizada tradicionalmente pela marca japonesa para os seus monovolumes. Produzido ao abrigo de um acordo industrial com o Grupo PSA, o Proace Verso partilha a plataforma EMP2 e os principais componentes mecânicos com outros modelos do Grupo PSA - Peugeot Expert Combi, Citroën Jumpy Combi e Opel Vivaro Combi - mas distingue-se por adotar a linguagem de design frontal “Under Priority” da Toyota e

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

assim se identificar com a restante gama da marca nipónica. Uma das propostas da gama Proace Verso consiste no derivativo de chassis longo de nove lugares e nível de equipamento Comfort. Com um comprimento exterior de 5,3 metros, largura de 1,92 metros e altura de 1,90 metros, as suas dimensões permitem uma movimentação sem restrições de maior nos centros urbanos, como o acesso aos parques de estacionamento subterrâneos. Como se trata de uma versão de passageiros, a personalização exterior apresenta uma imagem mais cuidada, estando isso patente nos pára-choques, espelhos re-

trovisores e puxadores das portas pintados na cor da carroçaria, assim como nos vidros traseiros escurecidos e no contorno cinza nos faróis de nevoeiro e na grelha inferior do pára-choques dianteiro. O interior da Proace Verso Comfort oferece nove lugares, distribuídos por três filas de bancos, numa configuração 3+3+3. Para acesso dos passageiros aos lugares traseiros está disponível uma porta deslizante no lado direito, com abertura manual. O rebatimento para a frente do banco situado junto à entrada garante a acessibilidade à última fila. Com exceção do condutor e do lugar junto à porta deslizante, os bancos são corridos


VERSÃO DE TRABALHO A versão Comfort da Proace Verso oferece o equipamento essencial para o mercado de trabalho, com bancos corridos e uma generosa bagageira de 980 litros nesta versão de chassis longo

e todos dispõem de encosto para a cabeça. Espaço também não falta no habitáculo, em particular para as pernas e para a cabeça, sendo este um dos argumentos deste modelo. Igualmente generosa é a capacidade da bagageira que oferece um total de 980 litros com os bancos de terceira fila em posição normal, podendo ser ampliada com o rebatimento vertical destes assentos. O acesso ao compartimento das bagagens é efetuado através de um portão basculante.

4 CIL. 1997 CC

145 CV

6 VEL MAN

7,8 L

/100 KM

270 G/KM 53 € IUC

EQUIPAMENTO

Como versão de entrada na gama de furgões de passageiros da Toyota, a Proace Verso Comfort não apresenta grandes luxos ou requintes, caraterizando-se pela simplicidade de linhas e dos comandos. O tablier possui uma implantação totalmente desenvolvida na horizontal, enquanto o posto de condução oferece um painel de instrumentos digital com mostrador multifunções. A consola

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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ENSAIO

TOYOTA PROACE VERSO COMFORT 9L L2 1.5D 120 CV

TOYOTA PROACE VERSO COMFORT 9L L2 1.5D 120 CV

FÁCIL ACESSO O acesso dos passageiros a um interior bastante espaçoso é assegurado por uma porta lateral deslizante. O assento duplo dianteiro oferece um prático compartimento de arrumação

central integra um rádio compatível com MP3 e sistema de mãos-livres Bluetooth, além de uma entrada USB. O equipamento de conforto não é muito extenso, mas mesmo assim ainda contempla o ar condicionado manual, os sensores de luminosidade e chuva, vidros elétricos dianteiros, espelho retrovisor interior eletrocromático. A correta posição de condução é fácil de encontrar, graças à regulação do banco e do volante e a maior altura ao solo proporciona uma boa visibilidade do exterior e das condições de trânsito. Os espelhos exteriores, por sua vez, poderiam ter umas dimensões mais generosas para melhorar a deteção da presença de outros veículos. Por outro lado, os sensores de estacionamento traseiros também seriam bem-vindos mum veículo com mais de 5,3 metros, mas isso só está previsto no nível seguinte, Exclusive. Espaços para arrumações, abertos ou fechados, não faltam no Proace Verso, desde um compartimento sob o banco do passageiro, bolsas nas portas dianteiras, suporte

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

de copos na parte superior do tablier ou um porta-luvas superior refrigerado.

MECÂNICA

No capítulo mecânico, a unidade ensaiada conta com um motor diesel de 1,5 litros com tecnologia Start & Stop que desenvolve uma potência de 120 cv e um binário de 300 Nm, sendo a transmissão às rodas dianteiras assegurada por uma caixa manual de seis velocidades. O motor 1.5D revelou alguma falta de elasticidade a baixas rotações, o que se explica por um peso em vazio superior a duas toneladas, obrigando a recorrer à alavanca da caixa de velocidades. Em termos de consumo, o computador de bordo registou um valor médio durante o ensaio de 7,2 l/km, um pouco acima dos 6,5 l/100 km anunciados pela marca. Para a apoiar a condução, o Proace Verso Comfort conta com vários sistemas de assistência, com destaque para o auxiliar de arranque em subida, o controlo de estabilidade, o sistema de travagem eletrónica, o regulador de velocidade de cruzeiro ou o limitador de velocidade.

PREÇO 37.171€ MOTOR 4 CIL; 1499 CC; 120 CV; 3500 RPM BINÁRIO 300 NM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 Vel; Man COMP./LARG./ALT. 5309/1920/1899 MM DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3275 MM PESO BRUTO 2930 KG CAPACIDADE CARGA 905 KG LUGARES 9 CONSUMO 6,5 L/100 KM (WLTP) (Teste 7,2l/100 KM) EMISSÕES 170 G/KM IUC 181,25 € EQUIPAMENTO

Vidros traseiros escurecidos, sensores de luz e chuva, Cruise control, controlo de estabilidade,, sensor de pressão, ar condicionado, mostrador multi-informações, Stop & Start, quatro airbags

ESPAÇO INTERIOR CLASSE 1 ESPELHOS EXTERIORES SENSORES DE ESTACIONAMENTO

No que se refere ao preço, o Proace Verso Comfort Longo 9 Lugares 1.5D de 120 cv é proposto por 37.171 euros, um valor competitivo face aos principais concorrentes e já com algum equipamento. Para o transporte de nove pessoas e respetivas bagagens, a versão longa do Proace Verso pode constituir uma solução interessante para o setor do turismo ou para o transporte especializado de passageiros. Um dos seus argumentos consiste numa competitiva relação entre preço e equipamento, com uma dotação de série que se ajusta às necessidades de deslocações mais longas. Outro ponto a favor em termos de custos de utilização é a sua classificação como Classe 1 (com Via Verde) nas autoestradas./


DOSSIER

OFERTA CAMIÕES 2020 Conheça toda a oferta disponível de camiões em Portugal e para todos os segmentos do transporte rodoviário: distribuição, transporte regional, aplicações municipais, construção e longo curso. Apesar do aumento da oferta de energias alternativas, designadamente gás natural (comprimido e liquefeito), as motorizações diesel conti-

nuam a ter maior expressão no mercado e essa tendência deverá manter-se a curto e médio prazo. A oferta no mercado português também foi reforçada com a chegada de uma nova marca, Ford Trucks, que se veio juntar às restantes nove - DAF Trucks, Isuzu, Iveco, Fuso, MAN, Mercedes-Benz, Renault Trucks, Scania e Volvo Trucks.

IVECO S-WAY

FORD F-MAX

MERCEDES-BENZ ACTROS

MAN TGX

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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Dossiê

OFERTA CAMIÕES 2020

DAF TRUCKS

TRIPLA OFERTA A oferta da DAF compreende três modelos, que oferecem pesos brutos das 7,5 às 40 toneladas e motorizações dos 150 aos 510 cv

S

egunda marca com maior número camiões matriculados em Portugal no ano de 2019, a DAF Trucks disponibiliza três gamas - LF, CF e XF - que oferecem soluções de transporte com pesos brutos entre as 7,5 e as 40 toneladas. Para operações de distribuição ou construção “ligeira”, a marca propõe o LF, disponível como rígido ou trator e pesos brutos das 7,5 às 19 toneladas. Em função da aplicação, a oferta compreende três tipos de cabina Day Cab, Extended Day Cab ou Sleeper Cab -, motorizações diesel de quatro e seis cilindros, com potências de 150 cv a 310 cv. Para aplicações relacionadas com a distribuição pesada de longo curso, transporte regional, transporte ligeiro de longo curso ou transportes mais especializados

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

CABINA SPACE CAB

11 M3 VOLUME

2,23 M

ALTURA INFERIOR

(combustíveis, granéis, inertes ou construção), a oferta da DAF assenta na versátil gama CF, que é comercializada como trator ou rígido e em configurações de dois, três ou quatro eixos. A oferta mecânica é constituída por motores de sete, 10,8 litros e 12,9 litros, que oferecem níveis de potência dos 290 cv aos 510 cv, associados a caixas de velocidades manuais ou automatizadas. Em termos de cabinas, a oferta compreende três variantes: Day Cab, Sleeper Cab e Space Cab. Para aplicações como transporte de areia, cimento, materiais de construção, transporte especial para a indústria da madeira, a DAF desenvolveu variantes específicas desta gama, denominadas CF Construction, que asseguram um maior ângulo de aproximação e uma maior distância ao solo para oferecer as melhores condições de condução em fora de estrada. O DAF CF Construction está disponível como rígido ou trator 6x4 de três eixos, e rígido 8x4. O topo de gama é o XF, comercializado apenas com as cabinas maiores: Space Cab e Super Space Cab. Projetado para oferecer a máxima eficiência conta com motores de 10,8 litros e 12,9 litros, disponibilizando níveis de potência dos 290 cv aos 510 cv. Em função das aplicações, o DAF XF está disponível como trator numa configuração clássica 4x2 ou também como 6x2, 6x4 ou 8x4 para outras aplicações, designadamente a construção. Este modelo também é proposto como rígido em configurações 4x2, 6x2, 6x4, 8x2 e 8x4.


FORD TRUCKS

AMBIÇÕES DE CRESCIMENTO O mercado português conta com uma nova marca de pesados, Ford Trucks, que ambiciona chegar aos 5% de quota em apenas cinco anos

P

rimeira nova marca de pesados a entrar no mercado português em duas décadas, a Ford Trucks investiu quatro milhões de euros no arranque da operação e irá investir mais dois milhões no desenvolvimento da rede de concessionários de após-venda. Em termos de oferta, a marca vai estar presente nos segmentos do longo curso, construção, distribuição. Numa primeira fase, a principal aposta vai ser a gama F-Max, vocacionada para o longo curso e que deverá representar cerca de 80% das vendas da Ford Trucks em Portugal. Desenvolvido por uma equipa de 500 engenheiros durante cinco anos, com testes em 11 países de quatro continentes e 233 protótipos, de que resultaram 15.500 horas de teste de laboratório e cinco milhões

F-MAX

500 CV MOTOR

2,16 M

ALTURA INTERIOR

de quilómetros de estrada, este modelo foi distinguido com o prémio de “Camião Internacional do Ano de 2019”. Com um comprimento total de 5,92 metros, uma largura de 2,51 metros e uma altura de 3,91 metros, o Ford F-Max foi desenhado para oferecer o máximo conforto na condução e um baixo custo total de utilização. A nível mecânico conta com um motor Ecotorq Euro 6 de 12,7 litros que desenvolve uma potência de 500 cv. Para transporte nacional é proposta a série Tractor Ford Trucks que se carateriza pelo bom desempenho, economia máxima. Este modelo também recebe o motor Ecotorq de 12,7 litros, mas nas versões de 420 cv e 480 cv, e está disponível em duas variantes de cabina: Teto Extra Alto, com uma altura de 3,95 metros; e Tecto Baixo, com altura de 3,10 metros. A oferta contempla igualmente a série Construction Ford Trucks que oferece uma vasta gama, incluindo camiões basculantes 8x4 ou 6x4, chassis para betoneiras ou bombas de betão, com três tipos de cabinas.: curta; com cama de teto baixo; dupla. No capítulo mecânico são propostos motores Ecotorq de nove litros com 330 cv e de 12,7 litros com 420 cv. Para distribuição pesada é disponibilizada a série Road Ford Trucks em configurações 4x2, 6x2 ou 8x2 e várias opções de cabina (com cama, diurna, teto alto, teto baixo). Estes camiões também recebem motores de nove litros com 330 cv e de 12,7 litros com 420 cv.

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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Dossiê

OFERTA CAMIÕES 2020

FUSO

PRODUZIDO NO TRAMAGAL A oferta da Fuso assenta no modelo Canter, proposto em cinco pesos brutos, três cabinas e três motorizações diesel

C

om mais de 50 anos de história e oito gerações de desenvolvimento, o modelo Canter é um chassis-cabina com o conceito de cabina avançada (cab over engine) produzido pela Mitsubishi Fuso Trucks Europe - uma subsidiária da Daimler Trucks - no Tramagal, e comercializado pela rede da Mitsubishi Motors de Portugal. Vocacionada para serviços municipais, distribuição, construção, jardinagem e paisagem, a gama é disponibilizada em 73 versões, com pesos brutos de 3500 kg, 6000 kg, 6500 kg, 7490 kg e 8550 kg, oferecendo seis distâncias entre-eixos, dos 2,75 aos 4,75 metros. A oferta de cabinas compreende três variantes: para todos os modelos são propostas cabinas conforto simples ou dupla com dois metros de largura; para os mode-

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

CANTER

73

VERSÕES

175 CV MOTOR

los de 3,5 toneladas e 6,0 toneladas estão disponíveis cabinas estreitas, com apenas 1,7 metros de largura. Apesar das dimensões compactas, as cabinas oferecem um espaço generoso para até três ocupantes. As cabinas duplas com climatização opcional de duas zonas e compartimento de arrumação aumentado permitem transportar até sete pessoas. Para aplicações mais exigentes em zonas não pavimentadas, a Fuso propõe uma variante de quatro rodas motrizes, com cabina simples ou dupla, motor de 175 cv e peso bruto de 6,5 toneladas. Toda a gama recebe um nível de equipamento completo destacando-se o start-stop, o programa eletrónico de estabilidade (ESP), ABS com EBD, fecho central com comando, computador de bordo, travões de discos atrás e à frente (exceto Canter 4x4), travão de escape e luzes de circulação diurna. No capítulo mecânico, o Fuso Canter recebe um motor diesel de 3,0 litros, que oferece níveis de potência de 130 cv, 150 cv e 175 cv. Este propulsor pode ser associado a uma transmissão manual de cinco velocidades ou de dupla embraiagem Duonic de seis relações com modo Eco. A função Start&Stop integra o Pack de eficiência Ecofficiency para otimizar o consumo de combustível. A gama vai ser reforçada com uma versão totalmente elétrica, denominada eCanter, homologada com peso bruto de 7,5 toneladas. A marca anuncia uma autonomia mínima de 100 quilómetros, podendo chegar aos 140 quilómetros.


ISUZU

ESPECIALISTA DISTRIBUIÇÃO A Isuzu disponibiliza os modelos de distribuição NLR, NMR, NPR e FRR, que oferecem pesos brutos entre as 3,5 e as 11 toneladas

F

abricante com mais de um século de história especializada na produção de veículos comerciais e de motores diesel, a Isuzu está presente no mercado nacional com as gamas Série N e Série F, que oferecem pesos brutos das 3,5 às 11 toneladas. Todos os veículos adotam uma filosofia própria de design, que assenta num hexaedro ligeiramente aumentado, com componentes dianteiros desenhados agressivamente e uma grelha continental, com seis orifícios, identificativa da Isuzu. Para o segmento das 3,5 toneladas, a marca propõe o modelo NLR, com três distâncias entre eixos e motorizações de quatro cilindros em linha com 2,0 litros com 123 cv e 3,0 litros com 150 cv. Em ambos os casos, a transmissão é assegurada por uma caixa manual de cinco velocidades. Para o

SÉRIE F

210 CV MOTOR

11 TON PESO BRUTO

segmento das 5,5 toneladas está disponível o NMR com motorização de 3,0 litros com 150 cv. A oferta inclui ainda uma variante de cabina dupla. Os modelos NLR e NMR dispõem de uma suspensão clássica, com molas semi-elípticas e amortecedores hidráulicos de duplo efeito em ambos os eixos. O equipamento de conforto inclui banco do condutor com suspensão, fecho centralizado, vidros elétricos, coluna da direção ajustável em altura, chave com telecomando, rádio leitor de CD. Em termos de segurança, o ABS+ASR é de série, assim como o controlo eletrónico de estabilidade e as luzes diurnas. O modelo NMR acresce o assistente de manutenção de faixa, tacógrafo digital e o limitador de velocidade. Para o segmento das 7,5 toneladas, a oferta assenta no modelo NPR, que é comercializado em três distâncias entre-eixos, cabina larga basculante e duas motorizações diesel de 3,0 litros com 150 cv e 5,1 litros com 190 cv. O equipamento do NPR é semelhante ao do NLR, mas acrescenta os espelhos exteriores elétricos e aquecidos ou o airbag para condutor e passageiro. A oferta é complementada pela Série F, que abrange camiões com peso bruto de 11 toneladas, equipados com motor diesel de 5,1 litros com 210 cv e caixa manual de seis velocidades. Este modelo é proposto em cinco distâncias entre-eixos. Ao equipamento do NLR e NPR, o FRR conta ainda com banco do condutor pneumático e encosto central rebatível com prateleira.

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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Dossiê

OFERTA CAMIÕES 2020

IVECO

OFERTA ALARGADA O S-Way é a mais recente novidade no portefólio da Iveco, reforçando uma vasta gama que vai desde o Daily “pesado” até ao Trakker

A

gama abrange todos os segmentos do transporte rodoviário com peso bruto acima das 3,5 toneladas, assentando em cinco modelos: Daily “pesado”, Eurocargo, S-Way, Stralis X-Way e Trakker. Para o segmento das 3,5 à 7,0 toneladas de peso bruto, a marca italiana propõe as versões “pesadas” do Daily, que têm registado uma elevada procura nas variantes chassis-cabina, embora também estejam disponíveis furgões. A oferta deste modelo inclui também versões 4x4. A gama recebe motores diesel de 2,3 litros ou 3,0 litros que cumprem a norma Euro VID Heavy Duty e oferecem níveis de potência de 140 cv a 210 cv. Está ainda disponível uma versão CNG de 140 cv e uma outra elétrica com autonomia de até 160 km.

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

S-WAY

570 CV MOTOR DIESEL

4%

REDUÇÃO CONSUMO

Para aplicações de distribuição urbana pesada e serviços municipais, a Iveco disponibiliza a gama Eurocargo para segmento das 7,5 às 19 toneladas, que se distingue. graças à largura da cabina de 2,1 metros, ao grande ângulo de direção (52º) e a um dos melhores diâmetros de viragem da categoria. A nível mecânico estão disponíveis motores diesel de 4,5 litros e de 6,7 litros, com níveis de potência de 160 a 320 cv, complementados por um motor CNG de 204 cv. A mais recente novidade é o S-Way, que veio substituir o Stralis. Vocacionado para o transporte de longo curso foi projetado para disponibilizar um pacote completo de recursos e serviços focados para o motorista, com destaque para a sustentabilidade e um avançado nível de conectividade. A cabina é totalmente nova e o seu design foi otimizado aerodinamicamente, melhorando a eficiência do consumo de energia. A oferta mecânica é constituída por motores diesel que oferecem potências de 330 cv a 570 cv e motorizações a gás natural, com potências dos 340 cv aos 460 cv. Para utilização em estrada e com capacidade de tração em ambiente de estaleiro, a Iveco introduziu na sua gama o Stralis X-Way, que está disponível com três tipos de cabina e motores de nove, onze e treze litros. A gama de construção, estaleiro e obras públicas continua a ser representada pelo Trakker, cuja oferta é constituída por camiões rígidos de dois, três e quatro eixos, com tração total ou parcial, oferecendo pesos brutos das 19 às 40 toneladas.


MAN

QUATRO EM FORÇA A MAN está presente com quatro gamas que asseguram a cobertura de todos os segmentos do transporte de mercadorias até às 40 toneladas

C

om mais de cem anos na produção de veículos pesados, a MAN ganhou uma sólida reputação de eficiência, inovação, fiabilidade. A marca disponibiliza diversas soluções para responder às necessidades dos clientes no transporte de longo curso, nos estaleiros de obras e na distribuição urbana. Para o segmento de camiões com pesos brutos entre as 7,5 e as 12 toneladas, a MAN propõe a gama TGL, vocacionada para serviços urbanos e de distribuição. A reduzida distância entre-eixos proporciona uma elevada manobrabilidade em estaleiros de obras ou no denso tráfego urbano, onde o espaço é limitado. A nível mecânico, o MAN TGL conta com motores diesel de quatro e seis cilindros em linha, que oferecem níveis

MOTOR D15

9,0 L

CAPACIDADE

400 CV POTÊNCIA

de potência entre 150 e 250 cv. Na gama média, a MAN faz-se representar pelo TGM, com pesos brutos das 13 às 26 toneladas, sendo proposto em configurações de eixos 4x2, 4x4, 6x2 e 6x4. No capítulo mecânico, a marca disponibiliza um motor de 6,9 litros que oferece níveis de potência dos 250 cv aos 320 cv. Quer o TGL, quer o TGM contam com uma oferta de quatro cabinas: C (curta), L (longa), LX (longa extra) e Dupla. Já para operações de distribuição pesada, com ou sem reboque, serviços de estaleiro ou de utilidade pública, que impliquem a utilização de camiões com pesos brutos entre as 18 e as 40 toneladas, a MAN disponibiliza o modelo TGS. Para esta gama, a marca propõe três tipos de cabinas - M, L e LX - que proporcionam um ambiente agradável para conduzir, trabalhar e descansar. Em termos de configurações de eixos, a oferta é bastante completa, incluindo versões 4x2, 4x4, 6x4, 6x6, 8x4, 8x6 e 8x8. No domínio mecânico, a principal novidade é o motor D15, de nove litros e tecnologia de pós-tratamento apenas com SCR, que oferece níveis de potência de 330 cv, 360 cv e 400 cv. O bloco de 12,4 litros também continua disponível nas motorizações de 430 cv, 470 cv e 510 cv. Para transporte de longo curso, a proposta da marca alemã é o TGX, comercializado em três tipos de cabina (XL, XLX e XXL). A oferta de motores inclui três unidades de nove litros, 12,4 litros e 15,2 litros, com potências dos 330 cv aos 640 cv.

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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Dossiê

OFERTA CAMIÕES 2020

MERCEDES-BENZ

SALTO TECNOLÓGICO Com cinco gamas, a oferta da Mercedes-Benz vai das 6,5 às 250 toneladas, numa gama que conta com o "Camião Internacional do Ano 2020"

A

gama da Mercedes-Benz Trucks é constituída pelos modelos Actros, Arocs, Atego, Econic que disponibilizam soluções para longo curso, construção, distribuição e aplicações especiais. Para operações de distribuição e construção é disponibilizada a gama Atego, com pesos brutos entre as 6,5 e as 16 toneladas. A oferta compreende quatro versões de cabina e três variantes de cockpit, uma ampla gama de distâncias entre-eixos, versões de tração traseira e integral, num total de 42 variantes básicas. No capítulo mecânico, o Atego recebe motores de quatro e seis cilindros em linha, que disponibilizam níveis de potência dos 159 aos 299 cv. Para aplicações ligadas a serviços municipais e distribuição, a marca alemã propõe o

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

MERCEDES-BENZ ACTROS

17

VARIANTES CABINA

625 CV MOTOR

Econic, que oferece uma cabina Low-entry (piso semirrebaixado) e configurações de dois ou três eixos (4x2, 6x4 e 6x2/4). Em termos mecânicos, a oferta está baseada no motor de 7,7 litros, em versão diesel ou a gás natural, com níveis de potência dos 272 aos 354 cv. Para o segmento da construção, obras públicas e estaleiro, o construtor alemão desenvolveu a gama Arocs, que compreende camiões basculantes com tração traseira ou integral, betoneiras, tratores semirreboque e camião com caixa de carga, propostos em variantes de dois, três e quatro eixos e 18 níveis de potência, dos 238 aos 625 cv. Para aplicações especiais está disponível o Arocs SLT, com peso bruto até 250 toneladas. Na gama de longo curso, a estrela da marca é o Actros, que se encontra disponível quer na geração anterior, quer na nova. O modelo “antigo” é proposto em 11 variantes de cabina e duas larguras, cinco formatos de tejadilho (CompactSpace, ClassicSpace, StreamSpace, BigSpace e GigaSpace), e duas motorizações diesel de 7,7 litros, 10,7 litros, 12,8 litros e 15,6 litros, que oferecem níveis de potência dos 238 aos 625 cv. Entretanto, a marca lançou o novo Actros, que recebeu 60 inovações tecnológicas, tornando-se no primeiro camião de série disponível com condução parcialmente autónoma, graças ao sistema Active Drive Assist, e câmaras que substituem os espelhos tradicionais. O novo Actros é proposto em 17 variantes de cabina.


RENAULT TRUCKS

QUATRO MOSQUETEIROS Baseada em quatro modelos, a oferta dirige-se aos principais segmentos, destacando-se a gama Renault Trucks T, de longo curso

O

s camiões da Renault Trucks foram projetados para maximizar a eficiência da operação e reduzir o consumo de combustível. O design das cabinas foi otimizado para assegurar a melhor performance aerodinâmica. Para o segmento da distribuição, a marca francesa propõe a gama D, que está disponível em três modelos básicos: D, com peso bruto das 7,5 às 18 toneladas e cabina com 2,1 metros de largura; D Wide, com peso bruto das 18 às 26 toneladas e cabina com 2,3 metros de largura; e D Access, com cabina rebaixada e piso plano. As versões de 2020 receberam algumas atualizações no design interior, que incluem um painel de instrumentos redesenhado e um novo volante. O cruise control adaptativo pas-

RENAULT TRUCKS T HIGH

2,3 M CABINA

520 CV MOTOR

sou a ser de série. O Renault Trucks D e D Wide podem receber motores diesel com potências de 210 cv a 430 cv. Para construção, obras públicas e estaleiro, a marca desenvolveu as gamas C e K, respetivamente. A primeira é proposta em dois tipos de cabina e tem como objetivo oferecer uma elevada capacidade de carga, um baixo consumo de combustível e um conforto comparável a um veículo de longo curso. Por sua vez, a gama K está vocacionada para aplicações mais exigentes, envolvendo a utilização de veículos mais robustos e maior capacidade para ultrapassarem obstáculos. Para a gama de construção, a Renault Trucks desenvolveu o sistema de tração Optitrack, que consiste na disponibilização de motores hidráulicos nas rodas dianteiras para melhorar a motricidade em terrenos difíceis, evitando o recurso a sistemas de tração integral tradicionais e mais dispendiosos. A gama de construção pode receber motores diesel com níveis de potência dos 250 cv aos 520 cv. Para transporte de longo curso, a oferta da marca francesa assenta no Renault Trucks T, que dispõe de uma cabina aerodinâmica. Em função das necessidades operacionais são propostas quatro variantes e duas alturas de teto: Day Cab, Night & Day Cab, Sleeper Cab e High Sleeper Cab. No capítulo mecânico, o Renault Trucks T conta com motores de 11 litros e 13 litros, que oferecem níveis de potência dos 380 aos 520 cv. Com o objetivo de otimizar o consumo de combustível está disponível o sistema de cruise control preditivo Optivision.

FEVEREIRO 2020 TURBO COMERCIAIS

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Dossiê

OFERTA CAMIÕES 2020

SCANIA

BASE MODULAR Pelo quinto ano consecutivo, a Scania foi a marca com maior número de camiões matriculados em Portugal

C

om base no sistema modular, a Scania desenvolve e produz camiões para todas as aplicações do transporte rodoviário. Para operações em ambiente urbano, a marca sueca propõe a Série L, disponível em três versões de cabina - Baixa, Normal e Alta -, motorizações diesel de cinco cilindros de 280 cv, 320 cv e 360 cv, e a gás natural de 280 cv e 340 cv. Ainda para operações urbanas e distribuição regional, a Scania disponibiliza a Série P, concebida a pensar na capacidade de manobra, na economia e na velocidade média. Em termos de cabina, a oferta é constituída por três versões: Curta, Simples e Com Cama. No capítulo mecânico, a marca propõe motores de seis cilindros em linha com sete litros que debitam potências de 220 cv entre

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TURBO COMERCIAIS FEVEREIRO 2020

SCANIA S

730 CV MOTOR

3,95 M ALTURA CABINA

280 cv, assim como blocos de cinco cilindros em linha com níveis de potência entre 280 cv e 360 cv, e de seis cilindros em linha de 13 litros com tecnologia SCR que oferecem níveis de potência de 370 cv a 510 cv. A oferta da Scania inclui ainda a Série G, que se carateriza pela sua versatilidade, com aplicações no transporte de longo curso, na distribuição pesada, construção e serviços municipais. A gama abrange seis tipos de cabina - Curta, Simples Baixa, Simples Normal, Baixa com Cama, Normal (duas camas) e Highline - que se distinguem pela altura total, dos 3,01 metros aos 3,61 metros. A oferta mecânica assenta em motores de nove e treze litros, com potências dos 280 cv aos 520 cv, incluindo duas motorizações a gás natural com 280 cv e 340 cv. Para transporte de longo curso e outros tipos de aplicações como transporte regional, transporte de automóveis ou madeira, a marca sueca disponibiliza a Série R, que oferece um estilo mais apurado, mais equipamento e conforto para o motorista. Esta gama é proposta em dois tipos de cabina Simples, Simples Normal, Baixa Com Cama, Normal Com Cama e Highline - estando disponível em associação com motores de 13 e 16 litros, em níveis de potência dos 490 cv aos 730 cv, incluindo blocos de seis cilindros em linha e V8. O topo de gama passou a ser a Série S, com cabina de piso plano e duas configurações Normal e Highline -, com inúmeros espaços para arrumações. As motorizações diesel vão dos 410 aos 730 cv.


VOLVO TRUCKS

TRADIÇÃO DE QUALIDADE Marca de referência no mercado, a Volvo Trucks conta com seis modelos base, do FL de distribuição ao FH16 para missões exigentes

R

epresentada em Portugal pela Auto Sueco, a Volvo Trucks oferece um conjunto alargado de soluções para distribuição urbana, transporte regional, construção e longo curso. A oferta começa no Volvo FL, que disponibiliza camiões 4x2 e 4x4, com pesos brutos entre as 10 e as 18 toneladas para aplicações como a distribuição, serviços municipais, estaleiro e construção, transporte de grande volume. O FL conta com quatro alturas de chassis, 14 distâncias entre-eixos, três tipos de cabina, motores de quatro e seis cilindros com potências dos 210 aos 280 cv. Para transporte regional e distribuição pesada nacional, a oferta da marca sueca assenta na gama FE, constituída por camiões rígidos de dois e três eixos, e pesos

FH LNG

460 CV MOTOR

1000 KM AUTONOMIA

brutos das 16 a 26 toneladas, e tratores de dois eixos. O FE é proposto em três alturas de chassis, quatro tipos de cabina e motores de seis cilindros, com potências dos 250 aos 350 cv. Para aplicações mais exigentes de transporte regional e longo curso, a Volvo Trucks disponibiliza o modelo FM, que se assume como uma alternativa mais económica relativamente ao FH. O FM é comercializado como trator e rígido, em configurações 4x2, 6x2, 6x4 e 8x4, quatro alturas de chassis e cinco opções de cabina. No capítulo mecânico, este modelo rede motores de 11 e 13 litros, com potências dos 330 cv aos 540 cv. Para construção e obras públicas, a Volvo desenvolveu uma gama específica, FMX, constituída por rígidos e tratores, em configurações 4x2, 4x4, 6x2, 6x4, 6x6, 8x2, 8x4 e 8x8. Em termos de motores, a oferta é semelhante à gama FM. O topo de gama da Volvo Trucks é o mítico FH, que já assinalou 25 anos desde o lançamento da primeira geração. O modelo atual é proposto com trator e como rígido, quatro opções de cabinas e várias configurações de eixos. No capítulo mecânico, a oferta assenta em motores diesel de 13 litros e 16 litros, com níveis de potência de 420 cv aos 750 cv. Em complemento é proposto um motor GNL, que oferece potências de 420 e 460 cv. Com o objetivo de assegurar a máxima eficiência nos seus camiões, a Volvo Trucks introduziu alguns avançados sistemas como o I-See ou o I-Save.

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PERSPETIVA

BRUNO OLIVEIRA DIRETOR-GERAL DA FORD TRUCKS PORTUGAL

“FORD TRUCKS É ALTERNATIVA ÀS MARCAS PREMIUM” Nova marca de pesados no mercado nacional, a Ford Trucks assume-se como uma escolha racional e posiciona-se como uma alternativa às insígnias premium. A principal aposta vai para a gama de longo curso F-Max, que deverá representar 80% das vendas no nosso país TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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uma viagem entre Alverca e Fátima a bordo do Ford F-Max 500, “Camião Internacional do Ano 2019”, conduzido por Bruno Oliveira, diretor-geral da Ford Trucks Portugal, ficámos a conhecer a estratégia da nova marca de pesados que está presente no mercado nacional desde o passado mês de outubro. Como primeiro balanço, o responsável não tem dúvidas em afirmar que a Ford Trucks está a suscitar um elevado interesse junto dos transportadores portugueses e a recetividade tem sido muito positiva. “A Ford tem uma imagem muito forte em Portugal, não tanto nas viaturas pesadas

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SINERGIAS COM OS LIGEIROS O Ford F-Max beneficia das inovações introduzidas pela Ford nos ligeiros de passageiros


como já aconteceu no passado, mas, sobretudo, nos automóveis e nos comerciais ligeiros. Os clientes têm uma enorme curiosidade relativamente a uma marca nova com um projeto ambicioso e corajoso”. O entrevistado considera que os transportadores também entenderam que uma marca nova também constitui uma mais valia. “Todavia, o novo ‘player’ só funciona se os clientes acreditarem e apostarem nele”, refere, confirmando que o mercado tem vindo a corresponder e a adquirir viaturas. Nos primeiros três meses de atividade, entre outubro e dezembro de 2019, a Ford Trucks matriculou sete das 20 unidades que foram comercializadas.

Os primeiros camiões foram encomendados pelos clientes mesmo sem haver produto para demonstração. Segundo Bruno Oliveira, isto só foi possível graças a uma “equipa com uma elevada experiência no setor dos camiões, muito competente e à proximidade com os clientes”. O responsável entende que só assim se explica que um “cliente decida adquirir um bem deste valor - e que é uma ferramenta de trabalho - sem ver o produto e apenas com base na confiança”. A estratégia da Ford Trucks passa por se posicionar como uma alternativa às marcas premium, líderes de mercado no mercado português. “O nosso produto tem uma

especificação premium, mas um custo de aquisição inferior”, afirma o responsável, adiantando que “isso não quer dizer que o nosso camião seja o mais barato do mercado porque não podemos comparar uma cabina do F-Max com uma largura de 2,20 metros com uma de 1,80 metros ou uma motorização de 500 cv com uma de 300 cv. O nosso F-Max assume-se como a escolha mais racional do segmento. Naturalmente que alguns clientes não necessitam de uma cabina de 2,20 metros, mas, para essas situações, a Ford Trucks também tem uma solução”, garante. Numa primeira fase, a principal aposta vai ser o F-Max, um camião de longo curso pro-

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PERSPETIVA

BRUNO OLIVEIRA DIRETOR-GERAL DA FORD TRUCKS PORTUGAL

Apesar de estar presente em todos os segmentos, o F-Max vai representar 80% das vendas da Ford Trucks Portugal jetado para proporcionar o maior conforto ao motorista, não só na área da condução, mas, também, do repouso. “Estamos no interior do F-Max: se não fossem as suas dimensões, diríamos que estávamos num automóvel de passageiros. O grande foco da equipa de engenheiros da Ford consistiu no desenvolvimento de um pesado que oferecesse a agradabilidade de condução de um ligeiro”. Face à concorrência direta, o Ford F-Max procura ser a melhor proposta do segmento em termos de valor, oferecendo um leque alargado de equipamentos, componentes e tecnologia. “O Ford F-Max é, efetivamente, um camião ‘best in class’ em todas as áreas, desde a tecnologia ao conforto”, refere o entrevistado.

CABINA PARA O MOTORISTA

Como principais pontos fortes do Ford F-Max, Bruno Oliveira realça a habitabilidade da cabina, graças a uma altura interior de 2,60 metros, as dimensões das camas com uma profundidade de 800 mm, a segunda cama com uma fixação de 90º e os vários compartimentos de arrumação (alguns deles com soluções de abertura herdadas da indústria da aviação). A cabina oferece um excelente nível de insonorização, filtrando com eficácia não só o ruído exterior aerodinâmico como também aquele oriundo dos componentes mecânicos (motor, caixa de velocidades, eixos e diferenciais). O habitáculo possui um painel de instrumentos do tipo ‘cockpit’ que proporciona um fácil acesso a todos os sistemas de controlo. O painel de instrumentos apresenta todas as informações necessárias para melhorar o conforto durante a condução, enquanto a tecnologia ‘MyView’ personalizada disponibiliza todos os dados necessários no ecrã principal. A consola central inclui um ecrã multimedia, com rádio e ligação Bluetooth, compatibilidade com o Apple CarPlay, e modo mãos-livres. O sistema de navegação, por seu lado, está adaptado para viaturas pesadas, levando em conta

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o peso bruto, as dimensões do veículo e a configuração de eixos. O Ford F-Max dispõe igualmente de avançados sistemas de assistência à condução como o aviso de saída de faixa de rodagem (LDWS), cruise control adaptativo (ACC), sistema auxiliar de travagem de emergência (AEBS), assistente no arranque em subidas ou o limitador de velocidade. Em caso de necessidade também está disponível um travão auxiliar, com uma potência total de 1000 kW, constituído por um travão-motor e um retardador hidráulico à caixa de velocidades. Para apoiar a operação, o Ford F-Max conta com o sistema ConnecTruck, que permite a ligação remota ao veículo para obtenção de informações sobre a sua localização, o estado do combustível, o desempenho. O sistema de conectividade envia alertas em caso de avaria e permite atualizações de ‘software over the air’’ dos diversos componentes eletrónicos, dispensando a necessidade de uma deslocação a uma oficina. “Se ocorrer uma avaria, o técnico já sabe qual é o diagnósti-

PARA O CONDUTOR O habitáculo do F-MAX está orientado para o motorista, estando todos os comandos acessíveis


co e consegue fazer a reparação para que o tempo de imobilização seja o mais curto possível”, explica Bruno Oliveira.

EXPECTATIVAS ULTRAPASSADAS

Além do F-Max, que está vocacionado para o longo curso, a Ford Trucks também vai estar presente nos segmentos da distribuição, transporte nacional, construção e serviços municipais. “Nalguns segmentos vamos estar de forma menos expressiva devido à própria dimensão do mercado e à oferta que temos na nossa gama”, explica Bruno Oliveira. “Mas temos propostas competitivas para a construção e para a distribuição”, afirma, reconhecendo que a gama de longo curso F-Max será aquela com maior expressão, “com cerca de 80% das vendas”. Como a recetividade do mercado está a ser superior às melhores expectativas, o importador viu-se forçado a antecipar alguns dos investimentos previstos, nomeadamente ao nível da abertura de novas oficinas. “As nossas previsões iniciais apontavam para

estarmos em Leiria, Viseu, Aveiro e Porto até final de 2020, e no Algarve até ao final de 2021. Com a aceitação que está a ter o F-Max já abrimos em Viseu no mês de janeiro, seguindo-se Leiria em março. Entretanto estamos a trabalhar em soluções para Aveiro e para o Porto”, explica. Em termos de objetivos, a Ford Trucks pretende alcançar uma quota de mercado de 5% em cinco anos. “O nosso foco não é o volume”, sublinha Bruno Oliveira. “Sabemos que venda após venda, o volume irá surgir. A nossa prioridade imediata é colocar veículos em circulação para obtermos a resposta dos clientes e fazer evoluir a especificação dos nossos camiões para melhor responderem às necessidades dos clientes, das empresas e dos motoristas”. O responsável assegura que a estratégia da marca passa pela sustentabilidade do negócio: “Não vamos cometer ‘loucuras’ e iremos fazer o nosso trabalho passo a passo, apostando na proximidade com os clientes”, conclui o responsável da nova marca de pesados em Portugal. /

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REPORTAGEM

CONGRESSO GASNAM

SOLUÇÃO DE SUSTENTABILIDADE

O gás natural como solução de mobilidade na transição energética foi o tema do seminário da GASNAM TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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ais de 300 participantes acompanharam os três painéis temáticos do seminário “Gás Natural: A solução de mobilidade na transição energética” promovido pela GASNAM - Associação Ibérica de Gás Natural e Renovável para a Mobilidade”. O evento, que contou com quase duas dezenas de oradores, teve como principais objetivos o aumento da visibilidade do gás natural na mobilidade urbana (passageiros, distribuição, serviços) e profissional (transporte de mercadorias), assim como a sensibilização das autoridades para a manutenção e desenvolvimento dos incenti-

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vos à aquisição de viaturas a gás natural. Na sessão de abertura, o presidente da GASNAM, Fernando López, salientou que “o gás baixo em carbono, o biometano e o hidrogénio devem ser elementos necessários ao ‘mix’ energético que descarbonizará o transporte”. O responsável defendeu que “Portugal deve continuar a ser um exemplo na luta contra as alterações climáticas e, para isso, deve continuar a reforçar a sua aposta nos combustíveis alternativos”. Por sua vez, Nuno Moreira, CEO da Dourogás, sublinhou as vantagens da utilização do gás natural a nível profissional, designadamente em termos de desempenho ambiental, económico, frisando que também possibilita a

incorporação de gases renováveis. A este respeito, o responsável referiu um investimento de 1,5 milhões de euros por parte da Dourogás numa instalação em Mirandela para a produção de BioGNV com a utilização de resíduos urbanos. A empresa anunciou ainda o investimento de dois milhões de euros num projeto piloto para a produção de GNV renovável e captura de carbono.

ADESÃO DAS EMPRESAS

No painel “ Transição Energética na Mobilidade: Perspetiva de Desenvolvimento”, Carlos Mendonça, da Havi Logistics, referiu que toda a frota da empresa em Portugal já é a gás natural. “Tivemos de aprender o que


“O caminho para uma economia neutral em carbono exige uma ação conjunta, que passa pela promoção dos gases renováveis e a descarbonização da rede de gás natural.“ JOÃO GALAMBA, SECRETÁRIO DE ESTADO DA ENERGIA

é gerir e utilizar gás natural, mas é um passo que está dado”. O diretor-geral da Havi Logistics adianta que a filial portuguesa “deu o primeiro passo no grupo e atualmente dez dos nossos países já têm frotas de gás natural veicular em operação”. Carlos Mendonça considera que “muitas empresas não fazem o modelo económico para avaliarem como tudo se equaciona”, mas acredita que o futuro passa pela sustentabilidade. “Quem esteja no nosso setor e não levar a sério este fator, irá morrer a curto prazo”, alerta o responsável. Relativamente à estratégia da Havi Logistics, Carlos Mendonça refere que a empresa está muito interessada na utilização de biometano em Portugal. “Mas vamos ter de pensar se o gás natural será a melhor solução para o ‘last mile’. Teremos de pensar se não existirá uma solução intermédia como, por exemplo, o hidrogénio”, acrescenta. No transporte de público de passageiros, as empresas também têm vindo a apostar em autocarros urbanos a gás natural. No mais recente concurso público internacional, a Carris adquiriu 125 autocarros CNG à MAN e à CaetanoBus, elevando para 250 o número deste tipo veículos na sua frota. A aposta é para continuar, garantiu João Vieira, da Carris. “Esta é uma tecnologia

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REPORTAGEM

CONGRESSO GASNAM

que dá garantias”, refere, acrescentando que o gás natural é uma “solução rentável do ponto de vista económico”. O responsável adiantou que no próximo ciclo de renovação de frota está previsto o lançamento de um novo concurso público para 60 autocarros a gás natural e 30 elétricos. Do ponto de vista do fornecimento do combustível, a rede de abastecimento tem vindo a aumentar na Europa, sendo constituída, em dezembro de 2019, por 697 postos, incluindo 405 GNC e 292 CNG + GNL. O leque de soluções de abastecimento de gás natural também se tem vindo a alargar. A PRF, por exemplo, refere que já comercializa diversos tipos de postos de gás natural, quer seja a partir de depósitos de GNL (gás natural liquefeito), quer seja da própria rede de abastecimento. Entre as novas soluções destaque para a disponibilização de postos móveis de GNL.

COMBUSTÍVEL DE TRANSIÇÃO?

Do lado dos fornecedores de viaturas, a oferta tem vindo a aumentar, não só em termos de produto, mas também de soluções mais eficientes e com maior autonomia. Uma das marcas que mais tem vindo a apostar nesta tecnologia é a Iveco, que conta com mais de duas décadas de experiência no desen-

“O gás baixo em carbono, o biometano e o hidrogénio devem ser elementos necessários ao ‘mix’ energético que descarbonizará o transporte”. FERNANDO LÓPEZ, PRESIDENTE DA GASNAM

volvimento, produção e assistência a este tipo de veículos. Atualmente, a Iveco já conta com um parque circulante a gás natural superior a 35 mil unidades em toda a Europa, desde a gama ligeira Daily, passando pela média Eurocargo (das 10 toneladas às 16 toneladas) e a pesada, Stralis e agora S-Way. Segundo afirma Rodrigo Delgado, da Iveco, os veículos a gás natural antecipam os limites das normas de emissões. “A Iveco está a trabalhar junto de clientes, fornecedores

LOTAÇÃO ESGOTADA O seminário da GASNAM, em Lisboa, suscitou um elevado interesse e teve 'casa cheia'

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e legisladores para tornar esta solução do gás mais viável”. Neste capítulo adianta que o novo S-Way NP já oferece uma autonomia até 1600 km e uma uma redução até 40% no custo do combustível em comparação com um veículo diesel equivalente. No último painel subordinado ao tema “Economia e Ambiente nos Transportes”, Jorge Pinto, CEO da CaetanoBus, referiu que a empresa tomou a decisão estratégica de produzir cada vez menos veículos diesel para aplicações urbanas, apostando no gás, na eletricidade e hidrogénio. “Tem sido difícil o trabalho de substituir um combustível de excelência, que, no entanto, tem um elevado impacto no ambiente”, refere Jorge Pinto. “O gás natural beneficia, nesta fase de transição, da escala da tecnologia diesel, uma vez que também é um motor de combustão adaptado. Do nosso ponto de vista, o gás natural contribui para a melhoria do ambiente nas cidades. Essa transição será longa, dependendo da evolução das baterias dos veículos elétricos e do hidrogénio”. Por seu lado, Alex Neri, da Scania Ibérica, discorda que o gás natural seja uma tecnologia de transição, uma vez que o biometano, obtido a partir de fontes renováveis, permite a diminuição das emissões de dióxido de carbono até 95%. O responsável sublinha que para a Scania não existe apenas uma solução para a sustentabilidade dos transportes, mas várias,”, sendo o gás natural uma delas. O seminário da GASNAM foi encerrado por João Galamba, secretário de Estado da Energia, que anunciou uma intensificação da aposta do gás natural renovável através do biometano e hidrogénio a partir de resíduos e biomassa. Essa estratégia vai estar contemplada no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) que será entregue em Bruxelas. “O caminho para uma economia neutral em carbono exige uma ação conjunta”, referiu o governante, que passa pela promoção dos gases renováveis e a descarbonizando a rede de gás natural, “fortalecendo e modernizando a infraestrutura, reconfigurando e digitalizando o mercado, fomentando a inovação e a inovação”. No seu discurso, o secretário de Estado da Energia sublinhou que a descarbonização está no centro da economia e a transição energética assume um papel relevante para o País, para aumentar o investimento, para o emprego, para a evolução tecnológica e para o consumidor, que terá menores custos. O governante avançou ainda a possibilidade de estabelecimento de uma unidade para a produção de hidrogénio a partir de gás natural, dando uma nova valência à infraestrutura já existente de armazenamento e transporte. /


Barómetro

CAMIÕES USADOS

OS MAIS PESQUISADOS NA NET Volvo, Scania e Schmitz Cargobull são as marcas mais pesquisadas pelos internautas portugueses no site de usados Europa-Camiões.com

P

reço, carroçaria, quilometragem, equipamentos e potência são os cinco principais critérios de pesquisa dos compradores portugueses de camiões usados, revela o Barómetro de Pesados Usados 2019 da Europa-Camioes. com, a partir dos dados recolhidos no seu site e nos sites europeus do Grupo ViaMobilis. De acordo com o estudo, os compradores portugueses pesquisaram principalmente camiões rígidos usados (41%), seguindo-se os tratores (29,9%), veículos utilitários (11,6%), semirreboques (11,3%) e autocarros (2,6%). A norma de emissões mais procurada foi a Euro 6 (47,3%), que progrediu

em comparação com 2018, seguindo-se a Euro 5 (32,6%) e a Euro 4 (8,5%). Por tipos de camiões, os internautas portugueses procuram principalmente camiões basculantes (31,5%), seguindo-se os frigoríficos (8,5%), cisternas (6%) e furgões (6%), com quilometragens entre 600 mil e 700 mil quilómetros, e matriculados após 2011. As marcas preferidas são a Volvo (30,5%), Scania (14,5%) e Mercedes-Benz (12,1%). Nos camiões basculantes, as marcas e modelos mais procurados foram o Volvo FMX (19,5%), seguindo-se o Mercedes-Benz Actros (18,1%), o Renault Kerax (12,7%), o Volvo FM (4,5%) e o MAN TGS (4,3%). Nos tratores, o veículo mais procurado é o

Scania R, com matrícula de 2015, configuração 4x2, com preço entre 10.000€ e 20.000€, e quilometragens entre 600.000 km e 700.000 km. No segundo lugar surge o Volvo FH (11,4%) e no terceiro o Renault Magnum (10,3%). Nos semirreboques, os basculantes, os cortinas deslizantes e os porta-máquinas estão no topo das pesquisas nesta categoria. Relativamente às marcas, as três mais procuradas foram a Schmitz Cargobull, a Krone e a Benalu. Em termos de preços, a faixa varia entre 5000€ e 10.000€ para semirreboques basculantes, enquanto nos cortinas deslizantes e porta-máquinas o intervalo se situa entre 10.000€ e 15.000€. /

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notícias

COMERCIAIS

MERCEDES-BENZ VANS

DÜSSELDORF JÁ PRODUZ eSPRINTER

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fábrica de Düsseldor f da Mercedes-Benz Vans já iniciou a produção em série da versão elétrica do Sprinter, que numa primeira fase estará disponível no derivativo furgão de mercadorias com chassis médio e teto alto, com peso bruto de 3500 km e volume útil de carga de 10,4 m3, idêntico ao da versão com motor de combustão. O motor elétrico também vai disponibilizar um nível de potência similar ao da motorização diesel de entrada na gama, que é de 85 kW. A bateria, por sua vez, será pro-

posta em versões com três ou quatro módulos para permitir responder às necessidades específicas dos clientes. A versão com maior capacidade - 55 kWh - assegura uma autonomia estimada até 168 km com uma carga máxima de 891 kg. A segunda opção tem uma capacidade de 35 kW e proporciona um raio de ação de 115 km. Por outro lado, a capacidade de carga aumenta para os 1040 kg. Para receber a mais recente geração do Sprinter e dos novos sistemas de propulsão, a Mercedes-Benz Vans investiu 330

milhões de euros na fábrica de Düsseldorf para permitir a produção, na mesma linha de montagem, das versões equipadas com motor de combustão e elétricas. Na sequência da tomada a decisão de produzir o Sprinter em Düsseldorf, aquela fábrica tornou-se no centro de competências da Mercedes-Benz Vans para veículos elétricos e desenvolveu todos os procedimentos necessários para o efeito, que incluíram a formação de mais de 2400 funcionários no manuseamento e montagem de tecnologias com elevada voltagem.

VOLKSWAGEN CRAFTER

Furgão Euro 6 mais “limpo”

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a sequência de testes de emissões em estrada com os dez furgões diesel mais vendidos na Europa conduzidos pela AIR (Allow Independent Road-testing) - uma aliança de organizações públicas e privadas que promove este tipo de estudos - o Volkswagen Crafter obteve o melhor resultado com 53 mg/km de NOx em ciclo urbano. Este valor está 72 mg abaixo do limite legal de 125 mg/km para veículos da sua categoria (Euro 6 Classe III). O teste foi realizado com a versão de chassis longo, tecto alto e peso bruto de 3,5 toneladas do Crafter.

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Mercedes-Benz Classe X na Nazaré

VOLKSWAGEN CADDY

NOVA GERAÇÃO CHEGA EM 2020

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Volkswagen Veículos Comerciais divulgou os primeiros esboços de design da nova geração da Caddy, que tem estreia mundial agendada para fevereiro. As primeiras imagens indicam que o pequeno furgão da marca alemã vai apresentar um visual mais desportivo, sublinhado por uma linha de tejadilho levemente inclinada. Por sua vez, as zonas laterais são dominadas por formas grandes e esculturais, deixando antever que, no futuro, mais clientes poderão ser atraídos para este modelo, designadamente aqueles diretamente ligados a atividades desportivas e de lazer.

Os esboços da versão Cargo da nova geração da Caddy revelam detalhes de design como faróis em LED mais finos na parte dianteira e dispostos verticalmente na traseira. Aqueles elementos de iluminação serão semelhantes nos derivativos de passageiros. O óculo traseiro também será maior. Como habitualmente, este modelo continuará a ser proposto com portão traseiro basculante ou com duas portas de batente. A nova geração distingue-se ainda pelas jantes de maiores dimensões, uma parte dianteira com um desenho totalmente revisto, uma grelha do radiador mais estreita e luzes em LED.

NISSAN E-NV200

DEZ MIL UNIDADES ENCOMENDADAS

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volume de encomendas do novo Nissan e-NV200 ultrapassou as dez mil unidades no mercado europeu, desde o lançamento em 2018 da nova geração do comercial elétrico da marca japonesa com bateria de 40 kWh. Este modelo lidera as vendas de comerciais ligeiros com emissões zero em dez países europeus, incluindo Itália, Noruega, Países Baixos e Reino Unido. O Nissan e-NV200 está a registar uma elevada procura pelas empresas de distribuição urbana de última milha, designadamente operadores de transporte expresso de referência como a DHL ou a DPD (ex-Chronopost). Na versão furgão de mercadorias, o Nissan e-NV200 oferece um volume útil de carga de 4,2 m3 e uma capacidade de 705 kg. O eficiente grupo motopropulsor e a bateria com uma capacidade de 40 kWh permite

percorrer até 301 quilómetros em ciclo urbano, de acordo com o ciclo WLTP. Para carregar a bateria, a Nissan disponibiliza várias soluções: tomada doméstica convencional de 220V, wallbox e carregador rápido de 7 kW incorporado que permite recuperar a capacidade total em 7h30m ou um carregador rápido, que possibilita passar o nível de carga da bateria de 20% para 80% em cerca de uma hora.

Ao abrigo de um acordo com a autarquia da Nazaré, a Mercedes-Benz Vans cedeu, pelo segundo ano consecutivo, uma pick-up Classe X 250 d para apoiar a vigilância das praias daquele concelho durante o inverno. Para tornar a Nazaré na “praia mais segura do país”, a pick-up transporta todo o equipamento necessário à realização de tarefas de resgate e salvamento, estando ainda configurada com vários dispositivos de segurança.

500 MAN TGE transformados em Plauen

O Bus Modification Center (BMC) da MAN de Plauen, na Alemanha, realizou 500 transformações de veículos comerciais ligeiros TGE, desde abril de 2017. A oferta dirige-se a áreas tão diferentes como o transporte de passageiros, bombeiros, assistência em viagem. A 500ª unidade transformada em Plauen era uma combi de oito lugares e quatro boxes para cães na traseira. O veículo vai ser utilizado na localização de pessoas desaparecidas.

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PESADOS

CAMIÃO INTERNACIONAL DO ANO

PENTA PARA MERCEDES-BENZ ACTROS

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Mercedes-Benz Actros foi eleito “Camião Internacional do Ano de 2020” por um júri constituído por jornalistas da imprensa especializada europeia. Com um total de 121 pontos, o camião de longo curso da marca alemã superiorizou-se aos outros dois candidatos ao título: Iveco S-Way e Volvo FH I-Save. Ao abrigo do regulamento do júri, o prémio é atribuído anualmente ao camião introduzido no mercado nos 12 meses anteriores e que maior contributo tenha dado para o aumento da eficiência do transporte rodoviário. Entre

os critérios mais relevantes destacam-se a inovação tecnológica, o conforto, a segurança, a condução, o consumo de combustível, a pegada ambiental e o custo total de utilização. Segundo o júri, a Mercedes-Benz aproveitou os pontos fortes da gama atual para lançar um novo camião que oferece melhorias substanciais em áreas cruciais como a condução parcialmente automatizada, os sistemas de controlo da transmissão e da velocidade de cruzeiro, o interface homem-máquina e vários avançados sistemas de segurança.

Os jurados apreciaram a introdução do sistema MirrorCam, que substitui os espelhos retrovisores tradicionais e auxilia o condutor nas manobras, na mudança de faixa de rodagem e nas curvas. Além disso, esta solução não só melhora a visibilidade como também a eficiência aerodinâmica. O Mercedes-Benz Actros foi distinguido com este prestigiado troféu pela quinta vez. O primeiro título foi conquistado em 1997, logo após o lançamento da primeira geração deste modelo, voltando a ser revalidado em 2004, 2009 e 2012.

IVECO X-WAY

Estreia no Solutrans

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pós o lançamento da nova geração de camiões de longo curso S-Way, a Iveco apresentou a nova gama de construção X-Way no Salão Solutrans, em Lyon. A cabina adota a nova linguagem de estilo da marca e o espaço interior foi totalmente orientado para o motorista. Uma das apostas do construtor consiste na tecnologia do gás natural veicular, tendo sido revelado um trator X-Way NP, com um chassis reforçado de 7,7 mm, uma maior altura ao solo e espaço para instalação de um depósito hidráulico entre os eixos. O depósito de CNG possui uma capacidade de 1052 litros, uma das maiores do segmento, que oferece uma autonomia até 650 quilómetros.

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Scania altera designação da Série S

HYUNDAI XCIENT FUEL CELL

CAMIÃO INOVAÇÃO 2020

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Hyundai Xcient Fuel venceu a segunda edição do Prémio Camião Inovação, atribuído pelos membros do júri do Camião Internacional do Ano. O camião foi desenvolvido pela Hyundai Hydrogen Mobility, uma parceria estabelecida em abril de 2019 entre a marca coreana o os suíços da H2 Energy, com o objetivo de expandir a mobilidade a hidrogénio na Europa através da implementação desta tecnologia em pesados de mercadorias. Na sua apreciação, o júri levou em consideração a aproximação da Hyundai Hydrogen

Mobility Solution à mudança de paradigma para uma mobilidade mais ecológica no segmento de veículos comerciais. A frota de camiões Hyundai Xcient Fuel Cell afeta ao projeto visa confirmar a prontidão técnica e comercial dos veículos, estações de serviço, técnicas de produção de hidrogénio para serem implantadas por toda a Europa. Numa primeira fase, o objetivo da joint-venture entre a Hyundai e a H2 Energy passa pela introdução de 1600 camiões fuel-cell até 2025. Posteriormente, a aposta consistirá na expansão desta solução fiel-cell a outros mercados europeus.

Primeira série de camiões MAN eTGM

IRIZAR IE TRUCK

DISTINÇÃO NO WORLD SMART CITY

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primeiro camião elétrico da Irizar, ie truck, foi distinguido durante o Congresso Smart City Expo 2019, em Barcelona, com o prémio World Smart City na categoria “Ideia Inovadora”. O seu conceito de mobilidade exequível, versatilidade e elevada eficiência energética

Na sequência de um acordo com a Daimler, os camiões com cabina de piso interior plano e cama da Scania passam a receber uma nova designação, que compreende o nível de potência seguida da letra S, como, por exemplo 480 S ou 780 S. A nova denominação só se aplica aos veículos encomendados a partir de dezembro, não afetando qualquer outra gama. O atual modelo de denominação foi introduzido em 2004 com o lançamento da PGR.

em veículos de serviços urbanos foram os principais fatores que contribuíram para a atribuição deste galardão à FCC Medio Ambiente, a empresa que apresentou o projeto a concurso. O Irizar ie truck foi projetado e desenvolvido por um consórcio liderado pelo Grupo Irizar e a FCC Medio Ambiente, estando vocacionado para todos os tipos de aplicações em meio urbano, contando com um sistema de propulsão elétrico, cabina de piso baixo e prolongada, baterias de elevada capacidade e sistema de carregamento externo. A primeira aplicação já se encontra em operação, consistindo num veículo de recolha de resíduos sólidos com carroçaria de carga lateral.

A fábrica de Steyr da MAN Truck & Bus vai produzir uma pequena série de camiões elétricos da gama TGM. Os veículos serão propostos numa configuração de três eixos (6x2-4) com peso bruto de 26 toneladas, último eixo direcional e suspensão pneumática de quatro foles. Os camiões MAN eTGM serão equipados com baterias de iões de lítio que asseguram uma autonomia até 200 km e um motor elétrico que desenvolve uma potência de 264 kW.

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notícias

AUTOCARROS

volvo fornece 157 articulados a gotemburgo

AUTOCARROS ELÉTRICOS VDL

PORTUGUESES TESTAM SOLUÇÕES

O

s centros de competência de Microredes e Armazenamento de Energia e de Carregamento de Veículos da Siemens Portugal foram responsáveis pelo desenvolvimento de um sistema de carregamento para autocarros elétricos implementado no centro de testes da VDL Bus & Coach. Localizado em Valkenswaard, nos Países Baixos, o Centro de Testes vai permitir avaliar diferentes tecnologias em combinação com estações de carregamento e um sistema de armazenamento de energia. A Siemens Portugal ficou encarregue pelo

desenvolvimento, instalação e comissionamento de um sistema de carregamento de até três veículos com integração de um sistema de armazenamento de energia com baterias reutilizadas. O sistema de controlo, arquitetura e software daquele sistema foi totalmente desenvolvimento em Portugal. As baterias são usadas como alternativa às soluções de armazenamento convencionais com baterias industriais novas. Neste projeto, as baterias são recolhidas dos autocarros elétricos da VDL e a sua reutilização assegura a valorização e prolongamento do seu período de vida útil.

IRIZAR

ESTREIA DO IE BUS EM PORTUGAL

O

s primeiros dois autocarros elétricos vendidos pela Irizar em Portugal tiveram como destino a cidade de Bragança e já se encontram em operação no serviço de transportes públicos urbanos daquela cidade transmontana. Com 10,8 metros de comprimento, os veículos possuem duas portas de folha dupla, rampa elétrica, 28 lugares sentados, zona para cadeira de rodas e permitem transportar até 76 passageiros. Os novos autocarros elétricos da STUB (Serviços de Transporte Urbanos de Bragança) estão equipados com uma bateria de 350 kWh de capacidade que possibilita uma autonomia de até 220 quilómetros. A bateria é carregada durante a noite. Com a incorporação dos dois autocarros ie bus na frota dos STUB, a cidade de Bragança

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continua a sua estratégia de implementação de uma mobilidade urbana sustentável e poupará cerca de 27.550 euros por ano em combustíveis fósseis, além de evitar emissões anuais de 58 toneladas de dióxido de carbono. Esta aquisição está inserida na estratégia de promoção da descarbonização da cidade e da mobilidade universal.

A Volvo Buses recebeu a maior encomenda de sempre na Europa para o fornecimento de autocarros articulados elétricos, na sequência de um concurso lançado pela Transdev para a aquisição de 157 unidades do modelo 7900 Electric. Os autocarros irão operar em várias carreiras na cidade sueca de Gotemburgo, permitindo não só reduzir as emissões locais e o ruído como também aceder a áreas sensíveis ou zonas com restrições especiais.

hamburgo encomenda 17 MAN Lion's City E A MAN Trucks & Bus recebeu a primeira encomenda para o fornecimento do seu autocarro elétrico Lion’s City E, com 12 metros de comprimento. O operador de transportes públicos de Hamburgo, Verkehrsbetriebe Hamburg-Holstein (VHH) adjudicou 17 unidades quee começam a ser entregues no segundo semestre deste ano. Os e-buses permitem transportar até 88 passageiros.



TÉCNICA

CONDUÇÃO

EFICIÊNCIA E CUSTOS OPERACIONAIS A eficiência energética na condução tem um impacto significativo na conta de exploração do transporte. A formação do motorista é determinante TEXTO PEDRO MONTENEGRO

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setor do transporte rodoviário opera com margens de lucro reduzidas. Mas porque é que os gestores de frotas não dão prioridade à diminuição objetiva do consumo de combustível? Os camiões e autocarros são conduzidos de uma forma que aumenta o consumo em mais 10 aou15% do que seria necessário.. As emissões de CO2 podem diminuir! Existe uma lacuna de desempenho evidente, em que o processo de eficiência de combustível para motoristas não está a ser devidamente controlado, em contraste com os esforços para melhorar a eficiência energética noutros setores, na Europa. É possível demonstrar a um Motorista Profissional, que pode diminuir mais de 5% o consumo de combustível num percurso de 30 minutos, com algumas técnicas adicionais na condução ao longo de um percurso. A diminuição torna-se equivalente em emissões nocivas para o ambiente. A tecnologia presente no automóvel pesado não é utilizada eficazmente ao nível da transmissão, dos auxiliares de travagem, assim como nalgumas regras de antecipação e previsão durante a condução. Esta si-

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tuação deve-se aos modelos de negócio no setor do transporte rodoviário em Portugal e noutros países, que desprezam completamente a economia, possível, do consumo. O combustível é o item de custo mais importante numa empresa de transportes rodoviários, mas na realidade, nota-se uma preocupação comercial muito baixa, nas organizações transportadoras rodoviárias.

DESAFIO DO CONSUMO

O modelo de negócio atual coloca a responsabilidade do combustível nos compradores do transporte. Seguindo os modelos de negócios atuais, os compradores de serviços de transporte podem, e devem, exigir um serviço com melhor eficiência no consumo de combustível. O desgaste do veículo é diminuído de igual ou melhor forma, através de melhores procedimentos e técnicas de condução, o tempo ao longo do percurso é salvaguardado ou mesmo diminuído. O desafio da diminuição de combustível é grande, mais de 10% possíveis em média, uma vez que atualmente menos de 8% das empresas do setor tem preocupações com a economia energética. Infelizmente, os requisitos dos compradores, neutros na melhor das hipóteses, mostram-se contra-

producentes às suas intenções de reduzir o consumo, portanto, as emissões de CO2. Alguns mercados de transporte operam com modelos de negócios e condições de compra que não apenas criam resistência à economia do combustível, mas também os desincentivam. Isso causa um consumo de combustível desnecessariamente maior, o que prejudica ainda mais o meio ambiente. Como os compradores de transporte assumem a responsabilidade do custo do combustível, eles também devem garantir que os fornecedores de transporte mantenham um processo que ofereça o melhor, em eficiência de combustível. Um processo formativo específico do Condutor mais eficiente no consumo de combustível, pode ser facilmente resolvido, pois há conhecimento bem desenvolvido para tal, obrigando o transporte e fornecedores a responderem à pergunta simples: “Qual é o seu consumo de combustível atual e como pode ser comparado com o desempenho padrão do Motorista com Boas Práticas?”. Ao fazer isso, essa tendência preocupante de ineficiência de combustível pode ser controlada, contribuindo imediatamente para a procura de menores emissões nocivas na economia,


pois mais de 70% da economia desloca-se em cima dum camião, assim como muitos trabalhadores se fazem transportar num autocarro de curta ou longa distância em direção aos seus trabalhos. Mas então, a que se resumem tais técnicas que permitem diminuir o consumo de combustível para a maior parte dos condutores, mesmo dirigido aos profissionais?

TÉCNICAS ÚTEIS

INVESTIMENTO EM FORMAÇÃO A aposta de uma empresa na formação do motorista em condução eficiente e económica permite a obtenção de ganhos nos custos totais de utilização, com reflexos positivos na conta de exploração

Algumas destas técnicas andam de “mãos dadas” com os melhores procedimentos e técnicas duma condução verdadeiramente segura, baseada nas causas mais frequentes dos acidentes rodoviários assim como nos fatores potenciadores. Ou seja, melhorar a observação da envolvente rodoviária, permitindo mais facilmente antecipar e prever situações que obriguem a variar a velocidade, permitindo mover o veículo pesado por inércia durante mais tempo, devido ao seu elevado peso, evitando paragens onde após, o consumo de combustível se incremente desmesuradamente, cerca de 0,75 litros de gasóleo de parado até aos 60km/h em cada início de movimento. Caso evite a imobilização, com a devida segurança, o consumo diminui para menos de metade e a velocidade média nesse troço, aumenta! Distâncias de segurança mais efetivas, que poucos cumprem e as autoridades pouco ou nada controlam. Temos de nos lembrar que a 80km/h passam mais de 22 metros por segundo e que a esta velocidade serão necessários mais de 40 metros para imobilizar um camião com um peso bruto de 40 toneladas, por exemplo, depois do condutor pressionar fortemente o pedal de travão, num camião recente e em bom estado! A utilização da elevada inércia dum veículo pesado, assim como com a melhor gestão no uso da transmissão automática por parte do Motorista, devendo ser usado o modo manual em pendentes ascendentes com a mudança engrenada que permite efetuar a maior parte das subidas sem recorrer a mudanças inferiores na transmissão, ao longo da mesma subida. Para bem do ambiente e da nossa melhor saúde, é importante levar estas soluções a uma prática regular. /

* Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Portuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com PARCERIA

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notícias

AFTERMARKET

DT SPARE PARTS

REPARAÇÃO DA ILUMINAÇÃO

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s melhores práticas na reparação do sistema de iluminação de um camião são explicadas no mais recente video Parts Specialists da DT Spare Parts, que inclui a substituição de faróis utilizando peças da marca da Diesel Technic e recomendações de medidas preventivas para evitar problemas no futuro. Neste episódio aparece um camião na oficina dos Parts Specialists com um farol dianteiro danificado por uma pedra e com humidade no interior, e sem uma luz de presença traseira. Todavia, isso não era a

causa da humidade, mas, sim, a infiltração de água através de uma junta mal apertada, o que, por sua vez, provocou a oxidação dos contactos. No segundo farol também é detetada outra anomalia: a lâmpada não está bem montada; além de ser apontada como uma anomalia na inspeção obrigatória também constitui um perigo para a circulação, podendo encadear os outros condutores. Além disso, uma das luzes de presença traseira também não funciona bem devido à oxidação de algumas das suas partes. Uma deficiência nos contactos na luz de trava-

gem impede a iluminação com a intensidade adequada, originando um erro no sistema. Os mecânicos da oficina Parts Specialists substituíram o farol dianteiro e a luz de presença traseira, recorrendo, para o efeito, à gama completa de peças de substituição da marca DT Spare Parts. Após a reparação do sistema de iluminação foi efetuada uma inspeção final que revelou o correto funcionamento de todas as luzes. O novo video já está disponível em www.dt-web.tv e no canal de YouTube em https:// youtu.be/Wj5zqJr0gDI.

RENAULT TRUCKS

Galius responsável por Leiria

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Galius passou a assegurar diretamente a operação da Renalopes, empresa responsável pela atividade de após-venda da Renault Trucks em Leiria. Segundo explica Ricardo Gomes, diretor executivo do importador da marca francesa para o nosso país, “este é um importante passo no reforço do compromisso assumido pela Galius perante os seus clientes ao nível do serviço de após-venda, nomeadamente, no elevado padrão de qualidade de serviço que pretendemos atingir diariamente”. A rede de venda e após-venda mantém-se inalterada.

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Tiresur distribui pneus Triangle

ZF AFTERMARKET

VERIFICAÇÃO DO CHASSIS

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ouco antes da inspeção técnica obrigatória deve ser efetuada uma verificação precisa do chassis. Esta é uma recomendação da ZF Aftermarket para o transportador evitar reparações imprevistas. Apesar de serem concebidos para terem um tempo útil de vida longo, os componentes de suspensão e direção dos camiões modernos podem estar sujeitos ao desgaste ou a danos, levando à imobilização dos veículos. A ZF Aftermarket explica que existem muitas indicações de danos nos componentes da direção e suspensão, mas nem todos po-

dem ser vistos a olho nu. Alguns exigem o recurso a equipamentos de medição e teste. O primeiro passo consiste na limpeza de todos os componentes de ligação com um pano seco (sem solvente) e na verificação do estado dos vedantes. Os especialistas da ZF Aftermarket recomendam as seguintes etapas de teste para a deteção de danos no chassis: barras de direção, rótulas, articulação em V / suporte do eixo, fugas de óleo na suspensão do veículo ou na cabina do motorista, deterioração dos casquilhos de borracha.

MAPAS TOMTOM

MENOS CONSUMO NOS CAMIÕES

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nova geração do Mercedes-Benz Actros recebeu o sistema Predictive Power Control (PPC), que inclui tecnologia de assistência à condução desenvolvida pela TomTom, pela Bosch e pela Daimler. O PPC utiliza os mapas ADAS da TomTom e o horizonte eletrónico da Bosch para automatizar as funções de direção nas autoestradas e, na Europa, também nas estradas nacionais. O sistema permite reduzir o consumo de combustível e as emissões de dióxido de carbono até cinco por cento. O PPC controla ativamente o motor, os travões e a caixa de velocidades automatizada. A utilização do mapa ADAS da TomTom permite a familiarização do sistema com a topografia, o traçado, os limites de velocidade (incluindo para pesados) e os sinais

de trânsito para assegurar o desempenho mais eficiente em termos de consumo de combustível. O horizonte eletrónico da Bosch garante a integração do conhecimento da estrada à frente na estratégia de direção do Mercedes-Benz Actros, proporcionando uma condução relaxada, segura e eficiente.

A Tiresur assegurou a distribuição exclusiva para a Península Ibérica da gama completa de pneus de camiões da marca Triangle. Estes pneumáticos para pesados estão em comercialização desde o início de janeiro, com uma oferta de gama que vai desde a jante 17,5” a 22,5”, com diferentes modelos e aplicações, adaptados às diversas necessidades do mercado de camião. Segundo a Tiresur, os pneus de camião da Triangle constituem produtos de “valor seguro”.

Reta estabelece acordo com Bär Cargolift

A Reta passou a ser parceira de serviço da Bär Cargolift, especializada em plataformas elevatórias para veículos de transporte de mercadorias e passageiros. Com base no acordo estabelecido com a empresa alemã, a Reta assegura serviços de manutenção e reparação da marca nos centros de assistência do Carregado e Vila Nova de Gaia. Além disso, disponibiliza um stock mínimo de peças Bär, software de diagnóstico e ainda técnicos qualificados.

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notícias

AFTERMARKET

Shell reforça liderança mundial

CONTINENTAL

NOVAS CORREIAS DE TRANSMISSÃO

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Continental reforçou o seu portefólio com 40 novos tipos de correias de transmissão trapezoidais múltiplas para os acionamentos auxiliares dos veículos comerciais ligeiros e pesados da Volvo, Scania, Renault e Iveco. Fabricadas em borracha sintética reforçada com fibra e com um membro de tensão de poliéster, as correias apresentam os códigos de perfil 4PK, 6PK, 8PK, 10PK e 12PK, ou seja, desde a variante estreita com quatro nervuras até à mais larga com doze. A Continental fabrica as correias de transmissão para o mercado de substituição

com os mesmos padrões de qualidade dos seus produtos de equipamentos originais, projetados especialmente para responder aos requisitos das modernas unidades de veículos comerciais. Isso significa que as oficinas que operam no mercado de reposição podem beneficiar da mesma qualidade comprovada do equipamento original. A Continental concede ainda às oficinas registadas uma garantia de cinco anos. De referir que no início de 2019, a Continental já tinha lançado 40 novos tipos de correias de transmissão, mas para camiões das marcas Mercedes-Benz, MAN e DAF.

DIESEL TECHNIC

BALANÇO POSITIVO EM 2019

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balanço da atividade do Diesel Technic Group em 2019 foi positivo, com inovações na gama de produtos e serviços para benefício dos distribuidores e dos clientes das oficinas. Entre os lançamentos de 2019 destaque para a Premium Shop para profissionais das oficinas e os novos catálogos da marca DT

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Spare Parts. A gama de peças de substituição tem vindo a ser continuamente alargada para oferecer aos parceiros de distribuição e aos seus clientes de oficina os produtos mais adequados. Recentemente, a DT Spare Parts lançou, pela primeira vez, um catálogo para Volvo FL6 / FL / FE. A Siegel Automotive também registou um crescimento estável em 2019 e expandiu a sua gama de produtos. As inovações introduzidas pelo Diesel Technic foram distinguidas em vários países. O programa de fidelização da DT Spare Parts para o cliente final também se revelou um sucesso, estando agora disponível em seis línguas. Os Parts Specialists continuaram a publicar videos no canal de YouTube da Diesel Technic, que já tem mais de sete mil subscritores.

A Shell assegurou a liderança pelo 13º ano consecutivo do mercado global de lubrificantes, segundo revela o relatório de 2019 da Kline & Company sobre a indústria mundial de lubrificantes. O estudo adianta que a Shell reforçou a sua posição de liderança em 2018 face ao ano anterior, comercializando cerca de 4500 quilotoneladas em todo o mundo, com a seguinte divisão por segmentos: consumer automotive, com 36%, industrial, com 36% e commercial automotive, com 34%. Em Portugal, os lubrificantes Shell são distribuídos pela Spinerg.

RPL Clima assinala 20.0 aniversário

O início do ano em curso ficou assinalado pelo 20º aniversário da RPL Clima, empresa especializada na importação e exportação de peças para climatização automóvel, industrial, agrícola e frio de transporte. A empresa é representante oficial dos fabricantes Denso, Sanden, Delphi e Errecom. Em 2015 foi criada a marca própria RPL Quality, que assumiu o compromisso de fornecer um produto de qualidade a baixo custo.




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