Turbo Frotas # 05

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#5 JUNHO 2017

NISSAN

PEDRO TELES “TEMOS SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA AS EMPRESAS”

BMW SÉRIE 5 TOURING

AINDA MELHOR

190 CV A PARTIR DE 58 360€

MERCEDES GLA REFORÇA ARGUMENTOS CAMPANHAS ESPECIAIS ANIMAM MERCADO

ISUZU D-MAX LS 4X4

NOVO MOTOR REDUZ CUSTOS

HYUNDAI i20 1.1 CRDi ACCESS

PEUGEOT 308 SW 1.6 BLUEHDi

RENTING MENSAL POR 231€

A PARTIR DE 22 490€



SUMÁRIO #5

JUNHO 2017

TENDÊNCIAS

26 Leasing Automóvel NOVOS MODELOS

32 BMW Série 5 Touring 38 Mercedes-Benz GLA

RADAR

14 Conferência Turbo Frotas

DESTAQUE

66 Nissan: “Soluções à medida das empresas”

NOVOS MODELOS

40 BMW Série 4

CLIENTE

70 DHL: “Logística com emissões zero até 2050” COMERCIAIS

74 Citroën Jumpy M BlueHDi 150 76 Isuzu D-Max LS Cab. Dupla 4x4 AGENDA FISCAL

81 Como poupar no IRC - Parte 2 COMERCIAIS

80 Versões elétricas para Citroën Berlingo e Peugeot Partner Teepee

GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO

42 Audi A3 1.6 TDI Sedan 46 Fiat Tipo 1.6 JTD Sedan 50 BMW 530d 52 Peugeot 308 SW 1.6 BlueHDi 120

54 Mercedes-Benz C 220d 56 Hyundai i20 1.1 CRDi 58 Opel Astra ST Innovation 60 Toyota Prius PHEV

62 Kia Rio 1.4 CRDi 64 Ford Focus SW 1.5 TDCi

JUNHO 2017 TURBO FROTAS

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000€ CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL: TURBO@TURBO.PT

INCENTIVOS AOS ELÉTRICOS SÃO PARA MANTER

DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO

ANTÓNIO AMORIM

antonioamorim@turbo.pt DIRETOR DE ENSAIOS

MARCO ANTÓNIO

A

primeira “Conferência Frotas Ecológicas – Oportunidades para as empresas”, organizada pela nossa revista, suplantou as nossas melhores expetativas. Se o tema era em si mesmo desafiante, por ser, manifestamente, uma preocupação transversal a todos os agentes dos diferentes setores empresariais e da mobilidade, a riqueza das comunicações e dos debates alcançou patamares invulgares, conforme sublinhou, aliás, a maioria dos presentes. Logo na sessão de abertura, presidida pelo secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes detalhou as linhas gerais da política de incentivos do Governo, deixando claro que a mesma é para manter nos próximos anos. Uma informação da maior importância, já que tranquiliza os agentes relativamente a tomadas de decisão que são sempre de longo prazo e que não podem ser penalizadas por alterações conjunturais, como demasiadas vezes aconteceu. Concorde-se ou não com a decisão governamental de, no plano dos incentivos, beneficiar as empresas (deixando o estímulo aos

marcoantonio@turbo.pt

particulares para as marcas), a verdade é que, “saber com aquilo que se conta” é, por ventura, a informação de gestão mais revelante a que podem aspirar todos aqueles que têm de decidir. E sobre este ponto José Mendes foi claro: “as políticas são para manter”, compromisso que reiterou em conversa posterior à margem dos trabalhos. Não menos importante, este responsável governamental ouviu com manifesta atenção a exposição feita por Paulo Luz, fiscalista, nosso colaborador habitual, que apontou lacunas ao atual regime legal, tendo-nos ficado a sensação de que algumas das incoerências (nomeadamente ao nível das deduções de gastos) poderão vir a ser corrigidas. Uma palavra, também, para a partilha de conhecimento que marcou todo um dia de trabalhos enriquecedor, que contou com o patrocínio da ALD Automotive e da Volkswagen, além do apoio da Valorcar e da Valorpneu, com todas estas empresas e entidades a apresentarem comunicações de grande qualidade.

EDITOR CHEFE

JOSÉ MANUEL COSTA oficina@turbo.pt COORDENADOR DE EDIÇÃO

CARLOS MOURA

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4FLEET; FLEET DATA IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt

DEKRA - O USED CAR REPORT É UM RELATÓRIO ANUAL DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DA DEKRA COM BASE EM TESTES REALIZADOS, NA ALEMANHA, AO LONGO DE MAIS DE DOIS ANOS DE PERMANÊNCIA EM MERCADO DE CADA UM DOS MODELOS. SÓ SÃO FORNECIDOS DADOS QUANTITATIVOS PARA MODELOS DE QUE TENHAM SIDO INSPECIONADOS PELO MENOS MIL UNIDADES. SÃO DEFINIDAS DIFERENTES CLASSES E O “BENCHMARK” (RESULTADO DE REFERÊNCIA) É RESPEITANTE Á MEDIA DE CADA SEGMENTO, NÃO SENDO, PORTANTO, INFLUENCIADO POR RESULTADOS DE OUTRO TIPO DE AUTOMÓVEIS. DEFEITOS RESULTANTES DE MODIFICAÇÕES REALIZADAS PELOS PROPRIETÁRIOS AO MODELO ORIGINAL NÃO SÃO LEVADOS EM CONTA

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TURBO FROTAS JUNHO 2017

TIRAGEM 4500 EXEMPLARES ISENTA DE REGISTO NA ERC AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART.O 12º Nº 1 A. DEPÓSITO LEGAL N.º 415871/16 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS

EUROPCAR

LIDERANÇA EM SOLUÇÕES DE MOBILIDADE De empresa de aluguer de automóveis a líder mundial no fornecimento de soluções de mobilidade, este é o objetivo estratégico do Grupo Europcar

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Grupo Europcar anunciou a criação de uma nova unidade de negócio, denominada “Mobilidade”, para permitir a concretização do objetivo estratégico de se tornar no líder mundial no fornecimento de soluções de mobilidade, alargando o âmbito da sua atividade, para além do aluguer de automóveis. A nova estratégia foi apresentada numa conferência de imprensa em Bruxelas, onde a

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Europcar também inaugurou a sua primeira estação da mobilidade, a qual reúne os vários serviços disponibilizados pela empresa, desde o tradicional aluguer de veículos até aos novos serviços partilhados de automóveis, scooters e mesmo segways. “A partilha é a nova compra”, afirma Caroline Parot, CEO do Grupo Europcar. De acordo com um estudo encomendado por esta multinacional, foram identificadas várias tendências no domínio da mobilidade. Uma delas consiste no surgimento de uma nova geração, “nascida digitalmente”, que, por um

lado, considera o smartphone como uma parte integrante da sua vida, e, pelo outro, deixou de atribuir a importância do passado à propriedade do automóvel ou mesmo à obtenção de uma carta de condução. Em segundo lugar, o congestionamento automóvel está a tornar desagradável a utilização do automóvel nas cidades. Para agravar a situação para os automobilistas, as autoridades têm vindo a introduzir medidas de restrição ao tráfego automóvel com o intuito anunciado de reduzir a poluição nas cidades. No âmbito das novas soluções de mobilidade,


SKODA

KAROQ SUBSTITUI YETI

PRIMEIRA LOJA DE MOBILIDADE A Europcar inaugurou a primeira loja de mobilidade em Bruxelas, onde disponibiliza uma gama alargada de serviços. O objetivo é estender este conceito a todos os mercados onde está presente

a Europcar e a unidade criada para desenvolver novos conceitos – Europcar Lab – estão a lançar projetos-piloto relacionados com serviços partilhados. Um deles é o programa “Go More”, que permite ao cliente alugar um veículo durante um período compreendido entre quatro e doze meses, o qual pode ser disponibilizado a outros utilizadores através do recurso a uma plataforma online. As receitas ajudam o locatário a pagar a renda à Europcar, que, por sua vez, assume os encargos com o seguro e a manutenção. A Europcar está igualmente presente no segmento do carsharing através da sua subsidiária Ubeeqo. O cliente, empresarial ou particular, pode reservar um veículo através de uma plataforma para smartphone, pagando apenas pela sua utilização, numa base horária. Para o mercado empresarial, a Ubeeqo oferece uma solução, que passa pela disponibilização de veículos nas instalações do cliente, que podem ser reservados pelos funcionários. As utilizações de âmbito profissional são faturados mensalmente à empresa e as particulares são debitadas no cartão de crédito do funcionário. A principal vantagem deste serviço reside na diminuição do número de veículos próprios da empresa cliente, o que se traduz numa redução de custos, mantendo, no entanto, a disponibilidade da frota. /

A

Skoda vai lançar um novo SUV compacto, que se destina a substituir o Yeti. O novo Karoq, que deverá chegar ao mercado no final deste ano, utiliza a plataforma MBQ do Grupo Volkswagen, que é a mesma, por exemplo, do Audi Q2. Com um comprimento de 4,38 metros, apresenta um visual desportivo, adotando numerosos elementos que caraterizam a nova linguagem de design dos SUV da marca. O Karoq irá oferecer uma lotação para cinco pessoas e uma bagageira com um volume útil de 521 litros, que poderá ser ampliado para os 1630 litros, com o rebatimento dos bancos traseiros. Este SUV irá contar com novos sistemas de assistência ao condutor, faróis full led e, pela primeira vez na Skoda, um cockpit digital. O Karoq irá contar com cinco motorizações, incluindo duas a gasolina e três diesel, com potência entre 115 e 190 CV.

PEUGEOT

5008 PAGA CLASSE 1

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Peugeot 5008 foi classificado como Classe 1 para pagamento das taxas de portagem das autoestradas portuguesas, uma vez que a sua altura, medida à vertical, do primeiro eixo, é inferior a 1,10 metros. Isto significa que é sempre Classe 1, não sendo sequer necessário recorrer a uma homologação com Via Verde. Esta informação corrige a publicada na edição passada da Turbo Frotas, onde se referia que o SUV da marca francesa pertencia à Classe 2, o que faria aumentar os seus custos de utilização. Pelo facto, pedimos, naturalmente, as nossas desculpas aos leitores e à marca visada. O Peugeot 5008, que começa a ser comercializado no mercado nacional neste mês de junho, foi construído com base na plataforma EMP2 do Grupo PSA. Será proposto em quatro níveis de equipamento (Active, Allure, GT Line e GT) e quatro motorizações, incluindo uma a gasolina (1.2 PureTech de 130 CV) e três diesel (1.6 BlueHDi de 120 CV, 2.0 BlueHDi de 150 CV e 2.0 BlueHDi de 180 CV).

JUNHO 2017 TURBO FROTAS

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EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS ARVAL

PLATAFORMA “TOTAL FLEET”

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Arval lançou uma nova plataforma de informação, denominada “Total Fleet”, concebida e dirigida para gestores de frota que trabalhem com diferentes empresas de aluguer operacional e necessitem de uma visão consolidada dos principais indicadores estratégicos do desempenho da frota. A plataforma é gerida por uma empresa independente e será implementada de forma progressiva, ao longo deste ano, em todos os mercados onde está presente a Arval, estando disponível para clientes nacionais e internacionais. “A nossa missão é responder sempre às necessidades evolutivas dos nossos clientes, criando valor”, afirma Philippe Bismut, CEO da Arval. “A plataforma Total Fleet é a melhor forma que qualquer cliente tem ao seu dispor, e trabalhe com múltiplos fornecedores, para libertar a sua equipa de gestão de frota de uma sobrecarga de trabalho com pouco valor produtivo e ser capaz de analisar com total precisão a sua frota total de modo a tomar as decisões certas. A Arval acredita que os clientes vão beneficiar de uma solução única no mercado e estamos totalmente disponíveis para, em conjunto com outras locadoras, debater a melhor forma de posicionar a plataforma como uma solução partilhada na indústria”, acrescenta o responsável.

Segundo a Arval, a nova plataforma permite aliviar o esforço dos gestores de frota quando têm de agregar diferentes dados das mais diversas fontes, facilitando a tomada de decisão, tendo em conta os aspetos fundamentais de toda a frota, independentemente do fornecedor. O “Total Fleet” proporciona uma visão global aos responsáveis pelas frotas, de uma forma rápida e intuitiva, assente nos quatro principais indicadores de desempenho: frotas (veículos em aluguer; entregas; alugueres concluídos e previsão de fins de contrato), despesas (total de custos dentro e fora dos contratos de aluguer e despesas de fim de contrato),

utilização (evolução das condições acordadas; frota e desvios contratuais), responsabilidade social (emissão de CO2 e pegada ambiental). A Arval refere que a plataforma “Total Fleet” cumpre todos os requisitos legais referentes à concorrência e à proteção de dados, sublinhando que é “operacionalizada e gerida por um serviço independente de tecnologias de informação”. Para alimentar a plataforma e a pedido dos clientes, as locadoras podem aceder diretamente para carregar os seus dados de frota. A informação só é acessível a clientes. Isto significa que a Arval não tem acesso aos dados consolidados nem as outras locadoras. /

PROTOCOLO ENTRE VALORPNEU E DGAE

LEASEPLAN APOIA PME

A Valorpneu e a DireçãoGeral das Atividades Económicas (DGAE) assinaram um protocolo que tem como objetivo divulgar o Prémio Inov.Ação junto das associações setoriais e do meio empresarial. Na cerimónia de assinatura, Hélder Pedro, gerente da Valorpneu, e Artur Lami, diretor-geral da DGAE, destacaram a importância da Valorpneu como entidade gestora de pneus em fim de vida e o seu papel no uso eficiente dos recursos e da sua reinserção na economia. Este protocolo veio possibilitar um apoio da DGAE na procura de

A LeasePlan passou a disponibilizar a todos os seus clientes PME o “Relatório LeasePlan – Indicadores de Gestão”. Trata-se de uma importante ferramenta personalizada que analisa os principais indicadores sobre o comportamento e a evolução dos veículos de cada empresa, sendo fundamental para uma tomada de decisão informada. Este instrumento pretende dar resposta às necessidades de informação das PME. Para além de um resumo com os principais indicadores dos veículos, também fornece informações detalhadas sobre os serviços

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programas de incentivo e de linhas de financiamento direcionadas à concretização dos projetos candidatos no âmbito da reciclagem de pneus usados.

contratados pelo cliente, terminações de contratos ativos, recondicionamentos e comportamento de utilização, nomeadamente, desvios de quilometragem, sinistros, custos com combustível e portagens. Todo o processo de análise e definição estratégica para a otimização do desempenho dos veículos é apoiado pela LeasePlan, que ajuda cada cliente a adotar uma estratégia para alcançar os seus objetivos.



EM MOVIMENTO

NOTÍCIAS ARAC

VALORIZAÇÃO DA IMAGEM

A

criação de um conselho estratégico para discussão e elaboração de estudos e acompanhamento dos dossiês comunitários e nacionais referentes ao setor do rent-a-car, a valorização da imagem do aluguer de automóveis sem condutor ou a implementação de um código de conduta aplicável às empresas do setor, são as principais prioridades da direção da ARAC (Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor) para o ano de 2017. Na Assembeia Geral Ordinária do ano em que esta entidade assinala o seu 42º aniversário, a presidente da mesa da assembleia geral, Sara Louro, o presidente do conselho diretor, Paulo Moura, e o secretário-geral, Joaquim Robalo de Almeida, traçaram os principais objetivos desta associação para 2017. Um deles consiste no reforço da atuação e afirmação da ARAC enquanto parceiro social, quer pela qualidade das suas propostas, quer pela sua capacidade de inovação e agregação de esforços com demais parceiros sociais. A direção da ARAC pretende ainda voltar a insistir junto das entidades competentes no sentido de se conferir especial prioridade à desmaterialização e simplificação do contrato de aluguer de veículos de aluguer sem condutor, que, de resto, já é uma reivindicação antiga das empresas do setor. A ARAC defende igualmente uma maior aposta na formação profissional dos trabalhadores do setor, os quais constituem o maior dos ativos de cada empresa. A direção da ARAC manifestou-se empenhada

no acompanhamento dos dossiês em curso na União Europeia relativos à atividade de rent-a-car: Cross Boarder Vehicles, Package Travel Directive, EC Source Market Pricing Hearing, Brokers / intermediaries and car/ride sharing providers, insurance mediation directive e revisão da diretiva do truck rental. A ARAC defende ainda a implementação de um código de conduta aplicável às empresas associadas da ARAC, pretendendo-se que seja para o cliente um garante de qualidade, transparência e rigor nas prestações de serviços efetuados. Outra medida preconizada pela ARAC consiste na criação de uma base de dados de viaturas de rent-a-car que tenham sido objeto de furto, roubo ou abuso de confiança. O setor do rent-a-car continua a registar um

aumento de atividade, o que se reflete na procura de viaturas novas. No mês de março de 2017, as empresas associadas da ARAC adquiriram um total de 7691 veículos novos no mês de março de 2017, o que se traduziu num aumento de 14,6% face a período homólogo do ano anterior. As vendas a rent-a-car estão em contraciclo com a evolução do mercado português de veículos ligeiros de passageiros e comerciais ligeiros, que, segundo dados da ACAP, registou um decréscimo de 1,8% no período em questão. O crescimento das frotas das empresas de rent-a-car deve-se ao atual sucesso do Turismo em Portugal, uma vez que o número de visitantes do nosso país não tem deixado de aumentar de forma significativa. /

BMW LANÇA 40 MODELOS

DESAFIO DE MOBILIDADE ALD

A BMW vai lançar a mais impressionante ofensiva de produto da sua história para tentar recuperar a liderança nas vendas de automóveis em todo o mundo e desalojar a sua rival Mercedes-Benz dessa posição. No total estão previstos 40 modelos novos ou renovados até 2019, começando pelo crossover compacto X2 e pelo X7, que chegam no início de 2018. A mobilidade elétrica também constitui um pilar importante na estratégia de crescimento.

Subordinado ao tema parqueamento urbano e dirigida a startups, a ALD Automotive lançou uma nova edição do “ALD Startup Challenge”. O desafio de mobilidade levantada aos concorrentes consiste na elaboração de projetos inovadores no domínio do “Estacionamento Digital”, designadamente através da disponibilização de plataformas digitais ao serviço dos condutores para otimizar o estacionamento

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“Iniciamos a maior transformação de sempre na marca”, afirmou Harald Krueger, CEO da BMW, adiantando que a empresa necessita de investir os ganhos obtidos nas vendas para financiar a transição dispendiosa para veículos elétricos e autónomos.

nas zonas urbanas e melhorar a experiência de condução global. Os participantes devem desenvolver um produto ou serviço digital que facilitem o estacionamento e a vida dos condutores. O projeto vencedor será revelado na final em junho e vai ser testado num dos 41 países onde a ALD Automotive está presente.



RADAR

CONFERÊNCIA TURBO FROTAS

FROTA ECOLÓGICA

MUDANÇA DE PARADIGMA

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TURBO FROTAS JUNHO 2017


Mais de 140 profissionais estiveram presentes na primeira conferência da Turbo Frotas, onde foram analisadas as oportunidades que as frotas ecológicas já oferecem às empresas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

O

s motores de combustão interna, designadamente os diesel de baixa cilindrada, terão tendência a desaparecer e a ser substituídos por outras alternativas menos agressivas para o ambiente. Esta ideia foi expressa pela esmagadora maioria dos oradores convidados na primeira conferência da revista Turbo Frotas, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril. Unânime foi ainda a convicção de que os veículos elétricos já começam a constituir alternativas competitivas para as empresas em termos de custos totais de utilização, o que se deve aos incentivos fiscais atualmente vigentes, assim como aos gastos inferiores em energia e manutenção. Contando com os patrocínios da ALD Automotive e da Volkswagen, e dos apoios da Valorcar e da Valorpneu, a conferência “Frota Ecológica – Oportunidade para as Empresas” registou uma assistência de 140 profissionais da área da gestão de frotas, que tiveram a ocasião de antecipar alguns dos desafios que se vão colocar às empresas, as quais, podem, desde já, procurar algumas soluções a implementar num futuro relativamente próximo. Na sessão de abertura, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, fez um enquadramento deste tema e salientou que

EVENTO O Centro de Congressos do Estoril recebeu a primeira conferência da revista Turbo Frotas, onde foram analisadas as principais vantagens das frotas ecológicas para as empresas

existe uma pressão política cada vez maior das entidades legisladoras e reguladoras para uma diminuição das emissões de gases de estufa no setor dos transportes, apontando como exemplos a Holanda, a Noruega e a Alemanha. O governante adiantou que Portugal também assumiu um compromisso internacional no sentido de reduzir as emissões com efeito de estufa em 20% até 2020 e em 26% até 2030, tomando como base o ano de 2005. Para alcançar essa meta, o Estado português delineou um Programa de Mobilidade Elétrica, que assenta em três pilares: alargamento da rede pública de carregamento de veículos elétricos, incentivos à aquisição deste tipo de viaturas e descarbonização da rede elétrica de carregamento de veículos elétricos. A transição nas empresas para frotas ecológicas é considerada pelo governante como um “ato racional e de inteligência”, referindo que “além da adoção de veículos elétricos pelos privados para as suas deslocações pessoais e quotidianas, o potencial de transição para a descarbonização por parte das empresas é muito elevado porque gerem frotas com grandes dimensões”. FISCALMENTE APELATIVOS

Uma das intervenções que mais interesse suscitou foi a do CEO da TCAGEST e articulista residente da Turbo Frotas, Paulo Luz, ao abordar o tema “O Regime Fiscal e as implicações para as empresas – a importância da escolha certa”. Ao apresentar o enquadramento fiscal atualmente em vigor, o responsável não tem dúvidas em afirmar que, desse ponto de vista, os veículos elétricos são bastante apelativos para as empresas, sendo os restantes muito penalizados. Como maiores vantagens aponta a possibilidade de dedução do valor do IVA na aquisição ou na renda mensal em renting e a isenção de tributação autónoma em sede de IRC. “Nas empresas com frotas, isto tem um valor muito elevado”, afirma Paulo Luz. “Num ano de investimento ou de prejuízo, esta poupança fiscal pode ser superior ao imposto do IRC sobre lucros, que agora está entre os 17 os 21%, mas podemos atingir tributações autónomas em veículos de combustão de 45%. Do ponto de vista de tesouraria das empresas,

O ENQUADRAMENTO FISCAL ATUALMENTE EM VIGOR É FAVORÁVEL PARA AS EMPRESAS QUE APOSTEM NA TRANSIÇÃO PARA FROTAS ECOLÓGICAS este tipo de incentivo é muito importante”. O fiscalista chamou a atenção para um outro mecanismo previsto na lei, o qual permite às empresas contornar a questão da tributação autónoma através da aplicação à utilização da viatura de uma figura denominada remuneração em espécie. “Ao contrário do que se pensa, este mecanismo não vai onerar o recibo de vencimento do funcionário ou do administrador, uma vez que o Código do IRS estipula que as remunerações em espécie estão isentas de retenção na fonte, não tendo influência do ponto de vista de salário líquido. O ajuste de contas é efetuado no final do ano em sede de IRS”, afirma Paulo Luz, adiantando que o Código da Segurança Social também permite isentar em alguns casos as remunerações em espécie. “Todos os gastos tributados em sede de IRS têm isenção em sede de IRC. É algo que aconselho a fazer contas. Pode ser vantajoso: não há retenção na fonte, portanto, mantém-se o salário líquido e engloba-se, no final do ano com todas as deduções em sede de IRS”. CTT REDUZ FATURA ENERGÉTICA

Algumas empresas em Portugal já têm vindo a apostar nesta transição para as frotas ecológicas. Uma delas é os CTT. Na sua intervenção, Luís Paulo, responsável de Departamento de Sustentabilidade e Ambiente dos CTT, não tem dúvidas em afirmar que as empresas irão utilizar cada vez mais os veículos elétricos no futuro. O responsável adiantou que os CTT têm vindo a privilegiar a introdução de veículos ecológicos na sua frota porque permitem reduzir as emissões de dióxido de carbono na distribuição de correio, diminuir o consumo energético e otimizar o custo geral de operação. “A redução dos custos energéticos traduz-se em ganhos financeiros para a empresa”,

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RADAR

CONFERÊNCIA TURBO FROTAS PACOTE FISCAL MANTÉM-SE EM 2018

salientou Luís Paulo, sobretudo numa frota como a dos CTT, que é constituída por 3546 viaturas das mais diversas tipologias e que percorre anualmente 69 milhões de quilómetros. O responsável de Sustentabilidade e Ambiente dos CTT garantiu que o investimento numa frota de 320 veículos elétricos permitiu à empresa reduzir o custo energético em 14,6 milhões de euros, entre 2010 e 2016.

BALANÇO POSITIVO A conferência suscitou um elevado interesse junto dos profissionais das frotas. Uma aposta ganha pela Turbo Frotas

SOLUÇÕES À MEDIDA DA EDP

A EDP tem vindo a apostar igualmente na mobilidade elétrica, uma vez que a empresa reconheceu que existe uma tendência para o aumento das vendas de veículos elétricos nos próximos anos, além de uma diminuição dos valores do TCO que, a curto prazo, serão inferiores aos dos veículos de combustão. A visão da empresa foi avançada por José Lobato Duarte, responsável pela Mobilidade Elétrica na EDP Comercial, adiantando que a aposta continuada das marcas, patente no lançamento de novos modelos de veículos elétricos, é um indicador da transição para um novo paradigma. De acordo com o responsável da EDP Comercial, a maioria dos utilizadores irá carregar os veículos nas garagens das suas casas ou dos edifícios de escritórios. O carregamento numa infraestrutura pública será uma solução de recurso em outras situações, designadamente em viagens mais longas quando a autonomia elétrica da bateria se revela insuficiente. Em ambos os casos, a EDP Comercial dispõe de soluções para satisfazer as necessidades

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TURBO FROTAS JUNHO 2017

dos utilizadores. No domínio do carregamento doméstico, a empresa estabeleceu parcerias com 12 marcas de automóveis, que se traduz na oferta de 400 euros de eletricidade aos primeiros 500 clientes, em planos de mobilidade com 10% de desconto em período noturno e na disponibilização de soluções de carregamento chave na mão. Para as empresas, a EDP também assegura uma oferta de mobilidade elétrica, que compreende postos de carregamento rápido, fornecimento de energia, apoio e aconselhamento e gestão de consumos. No que se refere à frota, a EDP também dá o exemplo e tem vindo a substituir paulatinamente veículos de combustão por veículos elétricos nas viaturas de serviço. MARCAS VÃO APOSTAR NOS SERVIÇOS

A visão dos construtores foi partilhada pelo diretor de Comunicação da SIVA, Ricardo Tomaz, que não hesita em afirmar que o “automóvel do futuro será elétrico, autó-

O pacote de incentivos fiscais para aquisição de veículos elétricos por parte de empresas e particulares deverá manterse no próximo ano, revelou o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, à margem da “Conferência Frota Ecológica – Oportunidades para as Empresas”, organizada pela revista Turbo Frotas. “Num horizonte de três a quatro anos, que é o ciclo de renovação de frotas, vamos manter os atuais benefícios”, referiu o governante, adiantando que, nessa perspetiva, o investimento terá uma “segurança máxima”, uma vez que o Estado não pretende alterar de “forma substancial” esse regime. “Em 2018, poderá haver um retoque ou outro, mas não haverá intenção por parte do Governo para modificar este quadro, que também interessa ao País em termos de descarbonização dos transportes”.

nomo e partilhado”, referindo que o Grupo Volkswagen tem vindo a delinear uma estratégia de produto que permite responder a esta tendência do mercado. O grupo alemão tem o objetivo de vender um milhão de veículos elétricos em 2025, o que corresponderá a cerca de 25% do volume total. Para o efeito foi desenvolvida uma plataforma modular, designada MEB, cujo conceito foi ditado pela localização das baterias, e que servirá de base para a construção de todos os modelos elétricos do Grupo Volkswagen. O primeiro modelo vai ser lançado em 2020. Trata-se do Volkswagen ID que terá uma autonomia base de 400 quilómetros. Esta é, no entanto, escalável, uma vez que a capacidade da bateria pode ser aumentada em função das necessidades dos clientes. Ricardo Tomaz refere que a aposta das marcas vai passar pelo desenvolvimento deste tipo de serviços e de outros para compensar a diminuição das receitas oriundas de áreas tradicionais como a manutenção ou



RADAR

CONFERÊNCIA TURBO FROTAS

RACIONAL PARA AS EMPRESAS Na sua intervenção, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, afirmou que a transição nas empresas para frotas ecológicas é um "ato racional e de inteligência"

as peças. “O automóvel do futuro será uma combinação de hardware e software, que se traduz num dispositivo móvel e numa plataforma digital, com atualizações de serviços e produto à distância, além de aplicações e serviços específicos”. MERCADO DOS ELÉTRICOS VAI CRESCER SEIS VEZES ATÉ 2025

As gestoras de frotas também entendem que a hegemonia quase absoluta dos veículos diesel nas empresas irá terminar a médio prazo. Essa opinião foi expressa por Pedro Ferreira Dias, responsável de parcerias da

ALD Automotive. A introdução de normas de emissões de gases de escape em 2021, com um limite de 95 g/km, o aumento do preço do gasóleo, a melhoria da eficiência energética dos motores a gasolina, a eliminação dos motores diesel nos segmentos inferiores e o reforço da oferta de motorizações híbridas e híbridas plug-in em segmentos premium, contribuirão para um maior equilíbrio no mercado nas vendas de veículos a gasolina e a gasóleo. Segundo um estudo da ALD Automotive e da Frost & Sullivan, o mercado de veículos elétricos deverá crescer seis vezes até 2025.

“Esse é um potencial de mercado que deverá ser explorado”, salienta. Atualmente, as tecnologias alternativas representam apenas 4% do total da frota gerida pela ALD Automotive. Desse volume, 67% correspondem a híbridos convencionais, 11% a híbridos Plug-in, e 22% a veículos elétricos. Em Portugal, a penetração é inferior a 1%, embora a distribuição seja semelhante à global (62% híbridos, 19% híbridos plug-in e 19% elétricos). Os países que mais têm contribuído para a frota da ALD Automotive com viaturas híbridas plug-in e elétricos são a Holanda, a França, a Itália, a Suécia, com 50% do total. /

RECOLHA, REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM EM FIM DE VIDA O último painel teve como tema da reciclagem de veículos em fim de vida e de pneus, tendo contado com as participações de Climénia Silva e de Ricardo Furtado, em representação da Valorpneu e da Valorcar, respetivamente. Aquelas entidades têm como missão gerir os pneus usados, as baterias e os veículos em fim de vida através de redes de recolha, transporte e encaminhamento para destino final adequado. Qualquer pessoa singular ou coletiva pode entregar

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gratuitamente esse tipo de resíduos nos pontos de recolha espalhados pelo país, incluindo 49 da Valorpneu e 98 da Valorcar. Os novos veículos híbridos e elétricos representam um novo desafio para as entidades que se dedicam à sua recolha e reciclagem, não só as baterias de iões de lítio, mas também a nova geração de pneus com tecnologia run flat. A Valorpneu e a Valorcar, no entanto, dizem-se preparadas para assegurar a sua recolha e encaminhamento.



OPINIÃO

ELÉTRICO É A SOLUÇÃO? SIM. E NÃO. MARCELO OLIVEIRA CONSULTOR

São vários os fatores que influenciam, cada vez mais, a procura de energias alternativas: oscilações sistemáticas do preço do petróleo, não havendo quem arrisque dizer se a atual tendência de preços baixos se vai manter ou se, pelo contrário, ressurgirão os valores de há dois anos, para além da maior consciencialização, por parte dos consumidores, dos malefícios dos motores de combustão interna tradicionais, apesar da enorme evolução tecnológica neste âmbito. No caso dos diesel,recentemente a Volvo anunciou que eles desaparecerão progressivamente do seu catálogo de oferta. Acrescem ainda os vários incentivos fiscais que vários países adotam com o intuito de motivar o mercado na busca por propulsões alternativas. As viaturas elétricas são, perante todas as tendências atuais, o futuro. Mas será mesmo assim? As viaturas elétricas são equipadas com bateria de iões de lítio. E aqui começa a primeira limitação: o lítio é um metal considerado raro e escasso e vem agregado a outros materiais, sendo duvidosa a viabilidade financeira da sua produção. Para o fabrico de baterias será imperioso lítio na forma de carbonato, o que é ainda mais escasso. Por curiosidade, a Bolívia detém cerca de 50% das reservas mundiais deste metal leve e Portugal possui, também, reservas interessantes. Agora, um exercício de pura especulação: imagine-se no futuro e como proprietário de uma viatura elétrica, e a habitar, como milhares de portugueses, num apartamento sem garagem e nos arredores das grandes cidades, estacionando-a onde é possível. Vê neste cenário um ponto de carregamento para cada uma das viaturas aí existentes e que são milhares? Parece pouco plausível, certo?

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TURBO FROTAS JUNHO 2017

O futuro já existe e tem um nome: hidrogénio, que é usado em um dos dois métodos: conversão da célula de combustível em eletricidade ou através de um motor de combustão interna. Há vários anos que a BMW e a General Motors efetuam testes. A Honda, com o FCX Clarity, e a Toyota, com o Mirai, já comercializam, em alguns mercados, modelos com esta tecnologia. O estado da Flórida, nos EUA, é pioneira a nível mundial na adoção do hidrogénio. E como funciona por lá? Simples. Basta deslocar a viatura a qualquer um dos 33 postos de abastecimento públicos existentes e abastecer, tal e qual como funciona atualmente quando nos dirigimos para abastecer com gasolina ou gasóleo. E o busílis da questão é a usabilidade da forma de energia, como a gerir em condições reais de utilização. O consumidor médio não quer ser dominado pela tecnologia. Quer, sim, que esta seja o mais simples e barata possível. E se pensarmos nos profissionais, onde tempo é, literalmente, dinheiro? Viaturas pesadas de mercadorias e passageiros, aviões, entre outros, não podem esperar ter um ponto de carregamento elétrico sempre disponível, para além do tempo requerido para o efeito. Uma boa alternativa poderá ser o e-diesel, mas apenas a Audi tem demonstrado interesse nesta tecnologia. Mas o elétrico terá o seu lugar, especialmente na Europa, EUA e Japão, e para utilização eminentemente citadina. Os motores de combustão interna tradicionais ainda terão longa vida em mercados menos exigentes, como o africano, chinês e asiático. Mas o futuro, tal e qual o conhecemos hoje, terá no hidrogénio a sua aposta.



PERSPETIVA

BMW

PEDRO FARIA BMW PORTUGAL DIRETOR DE VENDAS

“FISCALIDADE VERDE IMPULSIONA VENDAS” A aposta pioneira da BMW em veículos elétricos e híbridos plug-in tem vindo a dar resultado e esta tipologia de viaturas já representa 5% do total das matrículas. Mais de metade das vendas é para empresas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

N

o âmbitodasuaestratégia de mobilidade sustentável, a BMW tem vindo a desenvolver uma gama de veículos cem por cento elétricos (BMW i) e híbridos plug-in (BMW iPerformance), que está a registar uma boa aceitação pelo mercado. “Em Portugal, o balanço tem sido francamente positivo”, confirma Pedro Faria, diretor de vendas da BMW Portugal, adiantando que atualmente já se encontram perto de mil unidades em circulação. “Em nosso entender, a evolução vai ser bastante significativa no futuro”, acrescenta, apontando, como exemplo, a variação ocorrida entre o primeiro semestre de 2016 e o período homólogo deste ano. No total de vendas da marca, o peso passou de 2,5% para 5%. O mercado empresarial é responsável por uma fatia bastante significativa das vendas das gamas BMW i e BMW iPerformance, representando mais de 50% do total. Pedro Faria não tem dúvidas em afirmar que a Lei da Fiscalidade Verde foi decisiva para o crescimento do mercado porque “veio permitir às empresas e aos particulares passarem mais rapidamente para uma nova tipologia de viatura”. Nesse âmbito

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destaca os benefícios fiscais concedidos às empresas, designadamente a possibilidade de dedução do IVA até ao limite de 50 mil euros, quer seja na aquisição, quer seja no financiamento, assim como ao nível da tributação autónoma. A própria BMW, através da sua financeira, a BMW Financial Services, também disponibiliza soluções de financiamento à medida das necessidades das empresas, incluindo o crédito, o leasing financeiro ou o aluguer operacional (renting). “Tudo vai depender do benefício fiscal pretendido pela empresa: dedução do IVA no momento da aquisição ou nas prestações que estão associadas”, explica Pedro Faria. “Nós temos a flexibilidade para disponibilizarmos o produto financeiro que mais convém ao cliente”, acrescenta. SERVIÇOS DE MOBILIDADE A BMW foi a primeira marca premium a comercializar um veículo elétrico, com a introdução do BMW i3 em novembro de 2013. Entretanto, a oferta tem vindo a ser alargada, com a disponibilização do BMW i8 e depois as versões híbridas plug-in, incluindo o BMW 740e iPerformance, o BMW 330e iPerformance, o BMW 225xe iPerformance e mais recentemente o BMW 530e iPerformance. “Estamos a desenvolver versões iPerformance em toda a gama

de portefólio”, salienta, adiantando que todas as viaturas híbridas plug-in do BMW Group são a gasolina, respondendo a uma nova tendência do mercado que privilegia este tipo de motorizações em vez do diesel. Atualmente, o modelo mais vendido desta gama é o BMW 330e iPerformance, surgindo em segundo lugar o BMW 225xe iPerformance e em terceiro lugar o BMW i3. No que se refere a este último modelo, Pedro Faria considera que a recetividade tem sido bastante elevada por parte dos clientes e que a diminuição registada no número de matrículas tem origem “falta de disponibilidade de produto para o mercado português”. O envolvimento da BMW na mobilidade elétrica vai para além da comercialização


de veículos e também passa pela disponibilização de serviços aos clientes. “Associado a um veículo elétrico ou híbrido plug-in está sempre um ponto de carregamento”, explica Pedro Faria. “No âmbito da nossa estratégia de mobilidade sustentável desenvolvemos um conjunto de serviços de mobilidade que incluem o fornecimento de um cartão para carregamento na rede pública, sempre que entregamos um BMW i3 ao cliente”, acrescenta, adiantando que a marca trata desse processo. Nos municípios que proporcionam estacionamento gratuito na via pública aos veículos elétricos, como, por exemplo, Lisboa, a BMW também solicita a emissão do respetivo dístico junto dos serviços competentes.

O leque de serviços compreende ainda a disponibilização no sistema de navegação do BMW i3 da informação relativa aos pontos de carregamento existentes no nosso país. “Estabelecemos um conjunto de parcerias a nível nacional e conseguimos ‘transportar’ essa informação para dentro dos nossos automóveis”, afirma Pedro Faria. “Não só temos uma viatura dentro do segmento, mas também dispomos de serviços associados. Essa foi a nossa estratégia desde o arranque e continua a ser assim. Temos vindo a realizar um trabalho de fundo junto do mercado para dar a conhecer a nossa oferta aos clientes e a nossa disponibilidade de produto”, salienta o responsável. Por outro lado, a BMW e a BMW Financial Services também prestaram uma atenção es-

pecial aos valores residuais aos veículos das gamas BMW i e BMW iPerformance. “Desde o início tivemos a preocupação de colocar estas viaturas com os valores residuais que o mercado disponibiliza em condições normais, quer seja de combustão interna ou elétrica”, garante Pedro Faria. “No caso do BMW i3 fomos conseguindo colocar os valores residuais das viaturas usadas dentro de patamares sustentáveis em termos de crescimento do mercado”. Estes valores residuais mais elevados não só vão permitir a disponibilização de rendas mais competitivas aos clientes como também ajudam a marca a impulsionar esta área de negócio. “Temos tido sucesso”, garante Pedro Faria. “Isso revela que a nossa estratégia estava adequada e continua a estar”, conclui. /

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PERSPETIVA

ALVES BANDEIRA

JOSÉ FIALHO ALVES BANDEIRA DIRETOR DE RETALHO

“OS CLIENTES SÃO NOSSOS PARCEIROS” A Alves Bandeira disponibiliza cartões de frota, que permitem abastecer, combinando componentes de desconto, pagamento a pronto ou a crédito. Atualmente, conta com seis mil clientes ativos TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

C

om o objetivo de proporcionar aos clientes uma solução de fornecimento de combustíveis e serviços ligados à mobilidade da frota, de forma eficaz e a preços competitivos, aportando valor na gestão das frotas dos clientes e reforçando as vendas na sua rede de retalho, a Alves Bandeira apresenta diversas soluções de cartões de frota. “A estratégia comercial do retalho da Alves Bandeira assenta na disponibilização de soluções frota como fator para fidelização dos

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clientes empresariais”, afirma José Fialho, diretor de retalho da Alves Bandeira, adiantando que a empresa trabalha dois segmentos de negócio distintos e complementares – nacional e internacional – que se materializa em duas soluções de cartões de frota, abFrota e Cartão Frota Internacional, respetivamente. “Considerando estes dois segmentos de negócio e tendo em conta as necessidades específicas de cada cliente, oferecemos soluções ajustadas, quer sejam a clientes operadores rodoviários de mercadorias e passageiros, quer a frotistas de pequena e média dimensão”, refere o responsável.

Para o segmento nacional e para clientes com necessidades exclusivas de abastecimentos no território nacional, a Alves Bandeira propõe o cartão abFrota, que dá acesso a uma rede constituída por mais de 150 postos de abastecimento. Para aqueles casos em que é necessário abastecer exclusivamente fora de Portugal, a empresa disponibiliza um Cartão Frota Internacional, ao abrigo de uma parceria com uma entidade especializada, a AS24, garantindo o acesso a mais de 12 mil estações de serviço em toda a Europa. Ambas as soluções de cartões combinam uma componente de crédito e desconto a um con-


ALARGAMENTO DA OFERTA

junto alargado de serviços, assegurando uma elevada flexibilidade e uma maior eficiência operacional no controlo e gestão dos consumos de combustíveis da frota automóvel das empresas. O cliente pode aceder à informação detalhada relativa aos consumos dos combustíveis através de uma área reservada do site www.alves bandeira.pt, permitindo a obtenção dos dados e uma gestão analítica dos consumos, que inclui as médias por viatura. Entre outras funcionalidades, a Alves Bandeira também assegura um serviço de apoio ao cliente em variadas situações, designadamente o cancelamento de cartões, alterações de PIN, a consulta de plafond e novos pedidos de cartões. Além de garantir um conjunto de informação de gestão e controlo, o cartão da Alves Bandeira oferece ainda as seguintes funcionalidades: identificação do veículo; identificação do local, data e hora de transação, quantidade e produto adquirido; descontos por cada litro de combustível; controlo dos quilómetros e médias por viatura; informação relativa aos consumos efetuados por viatura em volume e valor; resumo mensal dos consumos por veículo; segurança nos abastecimentos (validação online); faturação semanal, quinzenal ou mensal; como-

didade de pagamento através de sistema de débito direto. Os cartões da Alves Bandeira não têm custos associados à sua emissão ou cancelamento nem têm taxas de serviço pela sua emissão ou reemissão. A faturação detalhada também não está sujeita a taxa de serviço. O diretor de retalho da Alves Bandeira, José Fialho, salienta que a principal diferença relativamente a outras propostas do mercado é precisamente a aplicação de uma “taxa zero” pela Alves Bandeira.”O nosso posicionamento no mercado prima pela excelência de serviços e adequação das soluções de gestão de frota às necessidades dos clientes”, refere o responsável, adiantando que os produtos da empresa “são fruto dessa cultura”. O entrevistado destaca igualmente a proximidade com os clientes, os quais “não são tratados apenas como um número, mas, sim como parceiros”, acrescentando que esse é o principal “motivo” para o elevado índice de fidelização, com mais de seis mil clientes ativos. Outro fator diferenciador traduz-se no serviço de após-venda disponibilizado aos clientes “com uma amplitude horária e eficiência que o torna único em Portugal”. A linha de apoio opera entre as 07h00 e as 23h00, estando também disponível aos fins de semana e feriados. /

A Alves Bandeira prevê alargar a sua oferta e serviços associados aos cartões de frota para responder às expetativas dos clientes. A empresa está "a atualizar a sua plataforma eletrónica, ao nível da parametrização dos cartões de frota, permitindo ao cliente adequar as permissões ou restrições dos cartões, consoante o tipo de utilizador ou tipologia de serviço de cada veículo" refere José Fialho, diretor de Retalho da Alves Bandeira. Os planos incluem a integração de um conjunto de benefícios no cartão abFrota, seja na aquisição dos mais variados produtos disponibilizados na rede de estações de serviço (lubrificantes, produtos de conveniência, serviços e produtos de cafetaria, lavagens), seja através de uma rede de parceiros externos, onde, a validação do cartão abFrota, permitirá o acesso a descontos imediatos em produtos e serviços.

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TENDÊNCIAS

FINANCIAMENTO

LEASING AUTOMÓVEL

SOLUÇÃO MAIS PROCURADA

A flexibilidade das rendas, a diluição do pagamento do IVA ao longo do contrato, as taxas de juro competitivas contribuem para fazer do leasing a solução de financiamento preferida pelas empresas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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A

pesa r do crescimento reg istado pelo aluguer operacional de veículos (r e n t i n g ) nos últimos anos, o leasing continua a ser a solução de financiamento automóvel mais procurada pelas empresas no nosso país. De acordo com os dados da ALF (Associação Portuguesa de Factoring, Leasing e Renting), a locação financeira, que financia todo o tipo de equipamentos e de viaturas, registou uma faturação de 1,7 mil milhões de euros em 2016. Desse total, 1,1 mil milhões de euros foi apli-

cado em viaturas e os restantes 591 milhões euros em equipamentos. Por comparação, o renting foi responsável por uma produção de 624 milhões de euros no ano passado. “O leasing tem vindo a ser cada vez mais uma opção para as empresas adquirirem veículos”, afirma Paulo Pinheiro, presidente da ALF. “No ano passado verificou-se um crescimento de 16,6% no setor automóvel, adquirindo cerca de 45 mil viaturas”. Para Eduardo Moradas, diretor da ALF, responsável pelo leasing, “através destes números constatamos que as empresas, especialmente as PME, estão a tirar partido da recuperação económica para modernizar as suas estruturas produtivas, financiando-se através do leasing pelas vantagens que obtêm como a flexibilidade dos contratos em termos de prazos, prestações reduzidas e formas de pagamento”.


Para as empresas, o leasing oferece uma opção com vantagens específicas, com períodos de decisão curtos e a possibilidade de obtenção de benefícios como o pagamento diluído do IVA da aquisição ao longo do contrato, condições de pagamento adaptáveis à tesouraria da empresa, assim como possíveis descontos comerciais.

Tecnicamente, o leasing automóvel é um crédito que financia até cem por cento a aquisição de um veículo novo à escolha do cliente, com uma taxa competitiva e prestações finais, que podem chegar até aos 96 meses. A locadora é proprietária do bem financiado durante o período em que o contrato está em vigor, podendo as empresas adquiri-lo no final do prazo esti-

pulado, mediante o pagamento de uma parcela final do financiamento (valor residual). O renting também possibilita o acesso a uma viatura à escolha do cliente, mas com uma renda que, além da utilização, pode incluir serviços associados, como, por exemplo, revisões, pneus, Imposto Único de Circulação, seguro, entre outros”.

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TENDÊNCIAS

LEASING AUTOMÓVEL

“Estamos a falar de produtos diferentes e de opções independentes da capacidade de endividamento dos clientes”, afirma Paulo Pinheiro, presidente da ALF. “O leasing permite às empresas assegurar a gestão direta da viatura ao longo do contrato e, no final do mesmo, decidir o que fazer com a mesma, nomeadamente a sua compra e a venda a um terceiro, que pode, ou não, ser um seu colaborador. No caso do renting, trata-se de um serviço de utilização da viatura pela empresa, com todos os custos de gestão incluídos no contrato, findo o qual o cliente poderá escolher o tipo de viatura que melhor se adaptar às suas necessidades do momento”. Para Gonçalo Cruz, responsável de Marketing e Comunicação da Arval, a crescente pressão sobre a competitividade e a produtividade dos recursos disponíveis leva as empresas a “escolherem entre uma opção de leasing financeiro, onde se garante o financiamento dos veículos”, ficando a seu cargo a gestão das necessidades da viatura e do condutor, ou por uma opção de leasing operacional onde, além da viatura, a empresa deixa de ter os encargos com os serviços de operacionalização das viaturas e dos seus colaboradores”. Apesar do leasing operacional não considerar a opção de compra, o responsável da Arval adianta que “embora as viaturas sejam posteriormente disponibilizadas pelas locadoras ao valor de mercado, as empresas podem decidir se é interessante – ou não – comprarem viaturas usadas às locadoras, seja para elas, ou para os condutores”. VANTAGENS E DESVANTAGENS Para aquelas situações em que os veículos tenham de efetuar quilometragens anuais acima da média, o leasing é a solução que mais se adapta às necessidades das empresas. “As gestoras de frotas têm algumas limitações na celebração de contratos de renting que envolvam a quilometragem técnica máxima (200 mil quilómetros)”, explica Marcelo Oliveira, consultor em gestão de frotas. “Em alguns segmentos de mercado, isso inviabiliza a sua contratação devido às elevadas rendas”, acres-

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PREFERÊNCIA DAS FROTAS As empresas continuam a preferir a solução de renting para financiar as suas frotas, não só em Portugal como também na Europa

centa, adiantando que o aluguer operacional de veículos também é “muito oneroso para as viaturas equipadas com cadeias de frio, pois, para além da elevada renda mensal, as gestoras de frotas não asseguram a manutenção dos compressores, que são essenciais para a utilização da viatura”. O consultor adianta que “é possível fazer a cedência da posição contratual de um contrato de leasing” em qualquer altura, sendo o renting “menos flexível” nesse aspeto. REGIME FISCAL A nível fiscal e financeiro, o responsável pelo departamento de Leasing e Factoring da Caixa Económica Montepio Geral, António Carlos Machado, aponta ainda como vantagem a isenção do Imposto de Selo sobre os juros e a utilização do crédito, enquanto o pagamento do IVA não é suportado integralmente no momento da aquisição, “sendo diluído com o pagamento das rendas, havendo até a possibilidade de recuperação deste valor”. Por outro lado, o juro pago no momento da renda é considerado como um custo fiscal. Em termos de tributação autónoma e de IRC, Paulo Luz, da TCAGest, entende que não existem diferenças entre o financiamento em leasing e em renting. “Atualmente, o fisco tributa da mesma maneira todas as formas de aquisição de viaturas, independentemente do seu mecanismo de financiamento. Portanto, o que está em causa é mais o cálculo dos juros a pagar do que a questão fiscal”. O responsável refere que

LEASING CRESCEU 11% NA EUROPA No mercado europeu, o leasing automóvel continua a ser uma das soluções de financiamento mais procuradas pelas empresas, tendo registado um crescimento de 13,2% em 2016, de acordo com o inquérito preliminar ao setor da Leaseurope, a Federação Europeia das Associações de Empresas de Leasing e Renting. Este aumento foi o mais significativo desde 2007, antes da recessão global. Este crescimento foi comum a todos os países representados na Leaseurope, que adianta a contribuição das quatro maiores economias da Europa, com um aumento de 8% na produção de leasing no ano passado. Fora da União Europeia também se verificou uma subida significativa no volume de financiamento. “O mercado europeu de leasing está a ficar mais forte e no ano passado atingimos valores anteriores à crise”, comenta Jurgita Bucyte, consultora senior da Leaseurope nas áreas da estatística e assuntos económicos. “Os resultados apurados indicam que as empresas estão a utilizar cada vez mais o leasing para financiar os seus investimentos”.



TENDÊNCIAS

LEASING AUTOMÓVEL

QUILOMETRAGENS ELEVADAS O renting não é interessante para as empresas que realizam quilometragens acima da média

tanto o leasing como o aluguer operacional de veículos com opção de compra obrigam ao registo do bem como ativo fixo tangível no balanço da empresa, o que não sucede no renting. Todavia, o “gasto associado à parte de aluguer deve ser tratado de forma semelhante a uma amortização de capital, ou seja, não pode ser superior ao valor da depreciação aceite fiscalmente, como seria se o bem estivesse registado no ativo da empresa”. Como desvantagem em termos fiscais, Paulo Luz refere que a “contabilização deste tipo de bens em sede de ativo pode influenciar os rácios da empresa, nomeadamente aqueles que utilizam o ativo como numerador em função do capital próprio”, apontando como exemplo a autonomia financeira. “Mas, por outro lado, em sede de EBITBA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações), as depreciações ficam de fora, o que permite um valor superior em termos das demonstrações financeiras anuais”. O fiscalista salienta que os bens financiados através de leasing e em aluguer de longa duração têm uma depreciação anual de 25%, de acordo com a legislação em vigor. No renting não existem depreciações e as rendas são consideradas como “gasto contabilístico e fiscal na parte que não excede o anualizado das depreciações para esse veículo”. Por outro lado, o consultor em gestão de frotas,

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TURBO FROTAS JUNHO 2017

Marcelo Oliveira, refere que um veículo adquirido em regime de leasing – e como se trata de um bem totalmente amortizado – poderá ser negociado pela empresa como retoma numa nova aquisição, “desde que esta seja efetuada também em leasing”. BANCOS COM SOLUÇÕES À MEDIDA Os principais bancos portugueses têm vindo a desenvolver soluções específicas de financiamento automóvel para as empresas. O Montepio Geral, por exemplo, propõe a solução “Montepio Leasing Auto Empresas” para apoiar a aquisição de veículos ligeiros novos e viaturas de serviço. “O valor financiado poderá ser liquidado através do pagamento de rendas constantes – iguais ao longo de todo o período contratual – ou através de rendas variáveis, onde pelo menos uma das rendas é diferente das restantes”, refere António Carlos Machado, responsável pelo departamento de Leasing e Factoring da Caixa Económica Montepio Geral. O contrato pode ter uma duração entre os 12 e os 96 meses. “O spread será atribuído de acordo com a análise comercial e de risco do cliente”, afirma o interlocutor, acrescentando que o cliente poderá adquirir o bem, pagando o valor residual, que poderá variar entre 0,1 e 25%, de acordo com o prazo da operação. A Caixa Geral de Depósitos, por seu lado, propõe esta modalidade de financiamento através

de uma empresa do grupo – a Caixa Leasing e Factoring – que permite ao locatário gerir o valor da renda a pagar em função da entrada inicial, sendo que a renda inclui o valor do bem, comissões, a taxa de juro e IVA. Atualmente, esta instituição financeira proporciona duas opções de leasing, ambas com um prazo contratado entre 18 e 48 meses, e um valor financiado que pode chegar aos 100%. Uma das opções é a Leasing Veículos Híbridos e Elétricos, que se destina à aquisição daquele tipo de viaturas, no âmbito da política de sustentabilidade da Caixa Geral de Depósitos, financiando empresas com preocupações ambientais. A segunda opção recebeu a designação Leasing Automóvel, estando vocacionada para a aquisição de veículos ligeiros novos, de passageiros e/ou mercadorias. O SantanterTotta, por sua vez, coloca à disposição do mercado empresarial a modalidade “Soluções Auto Executivos & Comerciais”, que oferece soluções de leasing com um prazo de pagamento até sete anos para veículos executivos, comerciais e elétricos. Para o efeito, esta instituição estabeleceu parcerias com algumas marcas automóveis, designadamente a BMW e a Renault. O Bankinter, o BPI, o Crédito Agrícola, o Milleniumbcp, o Novo Banco dispõem igualmente de soluções de financiamento, com prazos variáveis e valores residuais de 2% a 50%. /



NOVOS MODELOS

BMW SÉRIE 5 TOURING

REFORÇO FUNCIONAL A quinta geração da carrinha da Série 5 chega para animar a disputa pelo segmento dos executivos premium. Acrescenta à dinâmica da berlina um importante reforço de funcionalidade TEXTO RICARDO MACHADO

T

rês meses depois de apresentar o novo Série 5, a BMW completa a gama com o lançamento da carrinha. Já disponível para encomenda, a quinta geração da Série 5 Touring tem preços desde os 58 360€ para a motorização 520d de 190 CV com caixa manual de seis velocidades. A popular caixa automática Steptronic de oito velocidades fixa o preço de venda ao

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público nos 60 250€. Estes valores posicionam a nova carrinha da BMW entre as principais rivais, a Audi A6 Avant 2.0 TDI S tronic de 190 CV (58 560€) e a Mercedes Classe E 220 d Station de 194 CV (61 400€), ambas com caixa automática. Em todos os casos há listas de opcionais suficientemente ricas e extensas para encostarem os preços finais reais aos 70 mil euros. Igual à berlina até ao pilar B, uma “cópia” válida tanto para o interior como para o exterior e que nada tem de errado, a Série 5 Touring

apresenta-se como uma opção funcional. Ocupando praticamente o mesmo espaço que a carroçaria de três volumes, os 7 mm que acrescenta ao comprimento não são significativos, e adicionando apenas 40 litros à capacidade da bagageira, destaca-se não tanto pelo volume dos 570 litros, mas pelo que se pode fazer com eles. Prolongando o tejadilho até ao limite da traseira, melhora-se o acesso ao mesmo tempo que se potencia o espaço em altura. É a grande vantagem da carrinha.


CABE TUDO A abertura do portão traseiro é sempre automática. O vidro pode ser aberto em separado. A chapeleira e a rede de separação da carga podem ser arrumadas sob o piso. Os bancos rebatem a partir da mala

BMW SÉRIE 5 TOURING ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50

(1,1) 1,4

CHASSIS

50-100 100-150 (2,5) 2,7 (6,9) 7,0

DIREÇÃO

(1,4) 4,6 (3,0) 7,1 (8,8) 14,3

MOTOR E AMBIENTE CARROÇARIA

(0,4) 0,6 (1,0) 1,1 (1,9) 1,5

INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA

(1,4) 3,6 (3,0) 4,9 (6,1) 8,6 (3,4) 8,6 (5,3) 10,7 (11,1) 16,7

E ELETRÓNICA

S/DEFEITOS

(94,7%) 88,8% (90,3%) 83,1 (79,9%) 72,6

RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS

(1,5%) 3,0% (3,2%) 5,5 (7,2%) 10,1 (3,7%) 8,6% (6,5%) 11,4 (12,8%) 17,3

CONSIDERÁVEIS

*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração  entre parêntesis, os valores médios do segmento  melhor do que a média do segmento  pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica

Com movimento elétrico de série, acionado pelo passar de um pé sob o para-choques como opção, o portão traseiro abre para um plano de carga baixo e uma superfície mais ampla que a da anterior geração. Reforçando a ideia de profundidade, duas calhas, ao longo das quais se movem os olhais para a fixação da carga, correm do portão até às costas dos bancos traseiros. Estas, têm rebatimento elétrico acionado por botões nas paredes da bagageira. Quando é preciso usar a totalidade do espaço em altura, a chapeleira e a

rede de separação da carga, que agora têm módulos separados, podem ser arrumados num compartimento específico sob o piso. Nesta configuração, a capacidade total chega aos 1700 litros. São mais 30 litros do que na geração anterior, mas ainda aquém dos 1820 litros da carrinha Classe E da Mercedes, que continua a ser a referência, com 670 litros de bagageira com os bancos montados. Para quando é preciso arrumar apenas um ou dois sacos de compras, o vidro traseiro da Série 5 Touring tem abertura independente.

Prolongar o tejadilho em direção à traseira não beneficia apenas a zona de carga, os passageiros também usufruem de um acesso mais amplo aos lugares posteriores. Sendo iguais aos da berlina, os bancos de trás têm as costas mais altas, significando que oferecem melhor suporte aos passageiros de estatura elevada do que os da geração anterior. Embora nada faça pelo conforto do ocupante do lugar central, a divisão das costas dos bancos na proporção 40:20:40 não impede a montagem de três cadeirinhas de criança naquela fila.

JUNHO 2017 TURBO FROTAS

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NOVOS MODELOS

BMW SÉRIE 5 TOURING

190 CV

POTÊNCIA MOTOR

7,8SEGUNDOS ACELERAÇÃO 0 AOS 100 KM/H

4,3 L/100 KM CONSUMO COMBUSTIVEL

0,27

COEFICIENTE

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Partilhando a plataforma, os motores, a caixa Steptronic e os sistemas de apoio à condução com a berlina, a carrinha tem uma condução em tudo semelhante à da restante Série 5. Recorrendo ao alumínio para retirar 100 kg ao peso das versões equivalentes da geração anterior, a BMW agilizou o comportamento da Touring, que apresenta agora um pisar mais ligeiro. A suspensão de duplos triângulos à frente e cinco braços atrás, com amortecimento pneumático autonivelante de série para manter uma altura ao solo constante independentemente da carga e controlar as vibrações, segura os movimentos da carroçaria sem penalizar o conforto. Em estradas alemãs, que em nada se podem comparar com as portuguesas, a 520d Touring pareceu rolar sobre uma alcatifa. Apurado até aos 0,27, o coeficiente aerodinâmico elimina a maioria dos turbilhões,

permitindo cruzar a Autobahn perto dos 200 km/h com pouco mais do que marulhar dos retrovisores. Do motor e dos pneus pouco mais passou pelo filtro apertado do isolamento. Uma sucessão de pequenas aldeias evidenciou a facilidade de manobra em espaços apertados, potenciada por uma cobertura televisiva de 360º. Sempre mais rápida a reagir do que rica na informação transmitida, a direção varia a assistência em função dos habituais modos de condução BMW. Estes influenciam igualmente a resposta do motor, da caixa e da suspensão. Sem grande surpresa, o motor de dois litros, quatro cilindros e 190 CV mostrou-se mais orientado para a eficiência do que para os andamentos desportivos. Nada que o impeça de registar uns respeitosos 7,8 segundos no arranque até aos 100 km/h, com um consumo médio anunciado de 4,3 l/100 km. /



NOVOS MODELOS

TOYOTA YARIS

MUDANÇAS CIRÚRGICAS Olhando de forma descuidada pode parecer que há poucas alterações, mas o Yaris recebeu várias melhorias que o colocam mais próximo do topo do segmento

EVOLUÇÃO SUAVE A Toyota dificilmente promove revoluções nos seus modelos e, por isso, o Yaris conhece nova geração que evolui o utilitário de forma suave, apesar de um forte investimento de 90 milhões de euros TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA

O

lhando sem rigor para o novo Yaris podemos ser levados a pensar que nada de importante aconteceu nesta nova geração do utilitário da Toyota, ainda o único a oferecer uma versão híbrida no segmento. Mas este é mais um caso onde encaixa a sabedoria popular: “as aparências iludem!” Começa tudo na origem, pois o Yaris foi renovado pelo braço europeu da Toyota e é produzido em França. Depois, entre o trabalho feito em Colónia e no Toyota ED2 (localizado em Nice, França) há quase um milhar de alterações nesta nova geração. Finalmente, tudo aquilo que foi feito no Velho Continente foi levado para o Japão e usado no Vitz, a versão nipónica do Yaris, algo inédito na história do construtor japonês. Vamos então conhecer o que mudou.

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DESENHO INSPIRADO NO MUNDO NÁUTICO Chama-se “catamaran” e adorna a frente do Yaris. Olhe para as fotos e veja se descobre a forma dos barcos de competição da “America’s Cup” na frente do Yaris. Não? Vamos ajudá-lo. Olhe para os nichos onde estão os faróis de nevoeiro e, já agora, para a grelha negra e enorme por baixo dos faróis (novos e com um desenho em forma de garfo feito pelas luzes LED diurnas) e do símbolo da Toyota. Atrás o tema é o mesmo com redesenhar do nicho da matrícula e do para choques, enquanto na lateral as portas viram a parte inferior ser renovada. No interior, a Toyota não mudou muita coisa, mas melhorou os revestimentos, colocou um ecrã a cores entre o velocímetro e o conta rotações, redesenhou botões e mudou airbags, encostos de cabeça e possibilidade de personalização. Neste caso, conjugando a possibilidade de combinar cores diferentes para carroçaria e tejadilho com dois temas diferentes

no habitáculo. A Toyota continua a ser a única marca no segmento B a propor uma motorização híbrida que tem recebido acolhimento pelos consumidores pois representa já 40% das vendas do Yaris. Mas é necessário mais e por isso juntou um novo motor à oferta, um bloco com 1.5 litros que ocupa o lugar do propulsor de 1.33 litros. Porém, este motor não estará à venda entre nós. Primeiro porque os impostos cobrados deixam o Yaris 1.5 litros numa situação desconfortável em termos de preço. Depois, o importador nacional verificou que o Yaris com o motor 1.33 litros, bem mais barato que o putativo preço final da versão 1.5 litros, representa apenas 4% das vendas do Yaris. Contas feitas, a aposta terá de ser feita na versão híbrida que não recebendo alterações de fundo, foi atualizada. Nomeadamente nos apoios de motor redesenhados, um maior restritor de movimento do motor, novos semi-eixos e sub-chassis e entrada de ar para o motor de combustão interna. Tudo feito para minorar


TOYOTA YARIS ÍNDICE DE QUALIDADE (USED CAR REPORT)* KM (em milhares) 0-50 CHASSIS

(1,9) 0,1

50-100 (5,0) 0,2

100-150 (9,9) -

DIREÇÃO MOTOR

(3,9) 0,2 (9,9) 0,4

(17,8) -

(0,8) 0,5 (1,7) 0,6

(3,3) -

(5,0) 1,6 (13,3) 4,7 (9,2) 3,5 (22,3) 8,5

(21,7) (39,6) -

(86,5%) 95,5% (71,8%) 89,7

(58,0%) -

(4,7%) 1,1% (11,2%) 3,7 (8,8%) 3,3% (16,9%) 6,6

(16,4%) (25,5%) -

E AMBIENTE CARROÇARIA INTERIOR TRAVAGEM ELÉTRICA E ELETRÓNICA

S/DEFEITOS RELEVANTES PEQS DEFEITOS DEFEITOS CONSIDERÁVEIS

*Os dados referem-se a defeitos verificados nas unidades ensaiadas da anterior geração  entre parêntesis, os valores médios do segmento  melhor do que a média do segmento  pior do que a média do segmento Nota: Ver explicação na ficha técnica

as vibrações e o ruído. E neste particular, destaque para o para brisas acústico. Este apenas para as versões de topo, as restantes alterações (entre elas a mudança nos amortecedores e no sistema de escape) em toda a gama. SILENCIOSO, SUAVE E ECONÓMICO No final dos primeiros quilómetros feitos com o Yaris Hybrid, o veredicto é positivo. As alterações promovidas fazem do novo modelo um carro mais silencioso (menos 5,5 decibéis), mais interessante de utilizar – o desfasamento entre o motor e a caixa CVT está bem menor! – e, sobretudo, mais económico. Para os que gostam de tecnologia, o Toyota Touch&Go está mais desenvolvido e oferece mais opções. A qualidade dos materiais está um degrau acima. Arrancando sempre em modo elétrico, o Yaris faz excelente uso dos parcos dois quilómetros de autonomia elétrica para reduzir significativamente os consumos, sobretudo em cidade. Com a ajuda do sistema de telemetria da Toyota, conhecido como Driveco, o percurso de 105 quilómetros efetuado debaixo da vigilância deste sistema anunciou um consumo de 4,0 l/100 km, utilizando durante 26% da quilometragem cumprida o modo elétrico com uma média final de 44 km/h. Valores inferiores aos que conseguirá com um Yaris com o motor diesel 1.4 D4D (que ainda persiste para satisfazer os mais céticos) que, ainda por cima é mais caro cerca de 500 euros, comparando iguais níveis de equipamento. /

75 GR/KM

EMISSÕES DE CO2

3,3 L/100

KM

CONSUMO MÉDIO

100 CV

MOTOR 1.5 HSD

5 ANOS/ 100 MIL KM GARANTIA BATERIAS

286 L BAGAGEIRA

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NOVOS MODELOS

MERCEDES-BENZ GLA

ESTILO E EQUIPAMENTO Muito equipamento e uma atitude mais dinâmica. Esta é a chave do facelift do GLA, que a Mercedes espera venha a reforçar a posição num dos segmentos mais concorridos. O preço aumenta mas, feitas as contas, o cliente sai a ganhar TEXTO RICARDO MACHADO

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uatro anos depois do lançamento, numa altura em que o segmento parece ter entrado em ebulição, a Mercedes renovou o GLA. Como qualquer crossover compacto, não ambiciona a muito mais do que subir passeios. No entanto, como a imagem mais aventureira não lhe fica nada mal, a Mercedes passou a oferecer de série a suspensão Conforto Off-road. Assim, quando passar por um concessionário da marca da estrela já sabe que vai encontrar um GLA 30 mm mais alto. Vai encontrar também uma nova grelha e proteções inferiores para a

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carroçaria, bem como barras de tejadilho em alumínio e jantes de 17’’. No interior, o seletor de modos de condução Dynamic Select passa fazer companhia aos bancos Conforto, ao volante em pele, ao arranque sem chave ou ao cruise control como equipamento de série. Naturalmente que estas alterações ao equipamento são acompanhadas por um acréscimo de preço. Mil e quatrocentos euros, que fixam o preço do GLA 180 base nos 36 900€. No entanto, aos preços da versão antiga os elementos adicionados somam 4300€, o que representa uma vantagem de 2900€ para o cliente. Sem sofrer alterações, a gama mantém o GLA 180 d de 105 CV como base, seguido pelo GLA 200 d de 136 CV (43 250€), ambos com possibilidade de escolher entre a caixa manual de seis

OFF-ROAD DE SÉRIE A suspensão Conforto Off-road, com mais 30 mm de altura, passou a ser de série. As jantes de 17’’ e o Dynamic Select também. A grelha dianteira e as proteções inferiores são novas


velocidades ou a automática 7G-DCT. Os motores mais potentes têm sempre transmissão automática, seja o diesel GLA 220 d de 177 CV com (54 000€) ou sem (48 500€) tração integral ou os blocos a gasolina, ambos 4Matic. O GLA 250 de 211 CV (49 600€) revela uma tendência desportiva que se assume em pleno no GLA 45 de 381 CV (70 600€). Foi precisamente esta variante rebaixada de crossover desportivo que conduzimos na Hungria. Um trajeto simples, com muita autoestrada e pouco por onde explorar a dinâmica do Mercedes-AMG GLA 45 4Matic. Destaca-se o pisar firme da suspensão, com amortecedores rijos para segurar o centro de gravidade mais alto do GLA, e a disponibilidade do motor para ganhar rotação nos regimes mais altos. Nada que não conhecêssemos já da versão pré-facelift.

4,42 M

COMPRIMENTO

421 L

VOLUME DA BAGAGEIRA

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VERSÕES BASICAS

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MOTORIZAÇÕES

FÁBRICA DA MERCEDES EM KECSKEMÉT O novo Mercedes-Benz GLA é produzido na fábrica de Kecskemét, na Hungria. Esta é a primeira unidade industrial da marca em território europeu fora da Alemanha. Após um investimento de 800 milhões de euros, as primeiuras unidades saíram da linha de montagem em 2012, um Classe B. Desde março desse ano já foram produzidas mais de 600 mil unidades. A modularidade da plataforma permite produzir de forma indeferenciada qualquer uma das cinco carroçarias da Classe A. A produção decorre a velocidade de cruzeiro e está prestes a anunciar com a expansão das instalações. A operação envolve um investimento superior a 580 milhões de euros para, entre outros melhoramentos, criar uma nova área de carroçarias, com um total de 99 mil metros quadrados. /

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NOVOS MODELOS

BMW SÉRIE 4

ATENÇÃO AO DETALHE Antecipando-se à chegada da crise da meia-idade, a BMW refrescou a imagem da Série 4. Todas as carroçarias, Coupé, Gran Coupé e Cabrio foram revistas e enriquecidas com equipamento TEXTO RICARDO MACHADO

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uatro anos depois de os coupés da Série 3 terem ganho autonomia e passado a chamar-se Série 4, a BMW refrescou o popular coupé com ligeiros retoques estéticos e muito equipamento. Uma operação que é extensível às três carroçarias da gama, que juntamente com os motores e os dois tipos de tração totaliza 31 combinações diferentes, e que se carateriza

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por um novo para-choques traseiro e óticas LED de série. Os níveis de equipamento Sport e Luxury contam igualmente com uma grelha dianteira inferior específica. As carroçarias mais populares, Gran Coupé (54% das vendas) e Coupé (25% das vendas), receberam uma revisão na suspensão, com novos amortecedores e barras estabilizadoras. No caso do descapotável foi a direção que ganhou uma afinação específica, bem como uma programação mais desportiva para o ESP e o ABS. Prometedor, mas nada que se pudesse confirmar na volta que fizemos com 430i Cabrio ou

com o 440i Coupé. Vontade de testar as novas afinações da eletrónica não faltou, mas a neve que, de forma um tanto inesperada para o mês de abril, cobriu os arredores de Munique com um espesso manto branco, desaconselhou os estilos de condução mais agressivos. Confirmase a segurança do pisar e a rapidez da direção a corrigir as escorregadelas provocadas pelo gelo e, no descapotável, a eficácia da aerodinâmica a afastar os flocos de neve do habitáculo. Aos retoques na carroçaria juntam-se uma série de equipamentos que se refletem no preço final. No entanto, o cliente sai, quase


MAIS EQUIPAMENTO O volante desportivo é novo. A navegação passa a fazer parte do equipamento de série, que foi reforçado e representa, no mínimo, uma vantagem de 2500€ para o cliente. O friso cromado por baixo da matrícula é novo, tal como as óticas LED

4,6 M

COMPRIMENTO

sempre, a ganhar. Analisando a motorização mais popular, o 420d de 190 CV, o Cabrio está 1600€ mais barato, tal como o Coupé, neste caso 520€. Já o Gran Coupé aumenta 580€. No entanto, todos viram a lista de equipamento reforçada com elementos como a navegação, o que representa uma vantagem de 3900€ para o cliente no caso do Cabrio. No Coupé são 3600€ e no Gran Coupé, o único que aumentou de preço, o cliente leva equipamento no valor de 2500€. Para saber mais, basta passar num concessionário dá marca, porque a renovada Série 4 já está à venda. /

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COMBINAÇÕES DE CORES

190 CV

MOTOR DIESEL

4,2 L/KM CONSUMO

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ENSAIO

AUDI A3 SEDAN 1.6 TDI

NA GAMA A3 A versão Limousine acrescenta a aparência clássica e elegante à funcionalidade de uma mala autónoma

CLÁSSICO E INTEMPORAL São muitas as razões que explicam que o Audi A3 esteja há muito no topo das preferências dos compradores profissionais. Às qualidades do produto juntam-se os reduzidos custos de manutenção e utilização e, no caso da versão Limousine, a funcionalidade e originalidade. TEXTO JÚLIO SANTOS

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ale a pena recordar que o Audi A3 foi o primeiro premium compacto, mas essa não é a principal razão para o sucesso do modelo alemão no segmento das vendas profissionais. À imagem e posicionamento elevados o Audi A3 junta um alto valor de revenda (reduzida depreciação) e baixos custos de manutenção, características que determinam custos de utilização que são os melhores no segmento. Os consumos reduzidos e o enquadramento no segundo escalão do Regime de Tributação Autónoma, graças ao preço (30 384€) são, também fatores decisivos para o sucesso do Audi A3.

Tal como o nível de equipamento num interior de grande qualidade, com bastante espaço, onde se destaca o ambiente premium e o elevado conforto. No caso da versão Limousine trata-se de uma configuração de carroçaria que sublinha o posicionamento elevado deste carro, já que adiciona alguma sobriedade que muitos premeiam, como demonstram as vendas. Decisivo, também, é o facto de o Audi A3 Limousine, apesar da aparência mais clássica que leva a que alguns o "confundam" com um A4, continuar a oferecer a dinâmica e o prazer de condução que estão, também, na base do seu sucesso. O motor turbodiesel, de quatro cilindros,de 1,6 litros, evoluiu recentemente para 116 CV o que permitiu um

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ENSAIO

AUDI A3 SEDAN 1.6 TDI

"reforço" das performances sem prejuízo dos consumos que, em viagem se mantém em valores próximos dos 5,5 litros aos 100 km. Bem explorado pela caixa manual de seis velocidades, este conjunto apenas pode ser criticado pelo nível de ruído no arranque. Algo de que depressa nos esquecemos, uma vez que o A3 1.6 TDI Limousine oferece-nos performances convincentes e um elevado prazer condução, destacando-se, sobretudo a capacidade com que, com facilidade, mantém ritmos de viagem bastante elevados. Se por estes (e outros) motivos, o Audi A3 mantém-se no topo das preferências por parte dos clientes particulares, vale a pena acrescentar aquilo que dissemos de início em relação aos custos de manutenção e valorização de revenda que, agradando a estes, estão também na base do sucesso junto dos compradores profissionais. O equipamento de série também não desilude os utilizadores, uma vez que mesmo a versão Base do Audi A3 Limousine 1.6 TDI conta com jantes de liga leve, faróis de xénon com luzes de circulação diurna, banco traseiro rebatível, inserções decorativas em prata micrometalizada, volante desportivo em couro, ar condicionado manual, sistema start/stop com recuperação de energia. Igualmente de série é o rádio MMI plus, com ecrã retrátil de sete polegadas e resolução de 800x400, oito altifalantes, leitor de cartões SD, entrada AUX, Bluetooth, controlo por voz do rádio e smartphone. /

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AUDI A3 LIMOUSINE 1.6 TDI AOV A Volkswagen propõe através do Volkswagen Bank um contrato de renting para o Audi A3 Limousine 1.6 TDI de 116 CV pelo valor de 477,44 euros, com IVA incluído, para 48 meses e 80 mil quilómetros. O contrato contempla manutenção, IUC, IPO, linha de apoio ao condutor, assistência em viagem, seguro de avarias, pneus e viatura de substituição.

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PREÇO VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 30384 16103 14280 1732 3733 33207 (41,51) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com Manutenção Programada / COMB – Custos com combustível / UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km)

PVP 30 380 € //MOTOR 4 CIL; 1598 CC; 116 CV; 3250-4000 RPM //BINÁRIO 250 NM //TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man //PESO 1340 kg //COMP./LARG./ALT. 4,45/1,79/1,41 //DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,63 //MALA 425 L // DESEMPENHO 9,9s 0-100 KM/H; 211 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 4,4 //EMISSÕES CO2 104 G/KM // IUC 143,17€

QUALIDADE / CUSTOS DE UTILIZAÇÃO / IMAGEM / CONSUMOS

RUÍDO MOTOR / ACABAMENTOS / CONFORTO (S-LINE)



ENSAIO

FIAT TIPO 1.6 JTD EASY

ITALIANO DE BOA CEPA Nasceu low cost, mas uma reviravolta do destino levou-o para os braços dos europeus que gostaram da simplicidade da gama e da mecânica fiável. Predicados que recuperam o melhor da Fiat ao longo da sua história, local de onde veio o nome e outro trunfo, a habitabilidade. TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS FOTOS JOSÉ BISPO

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iajemos ao passado da Fiat recordando o primeiro Tipo. Lembram-se? Não era especialmente estimulante, mas recordo com saudade o excelente comportamento – para a época – e a incrível habitabilidade. Feito em Itália e por italianos, o Tipo era um carro simples, com uma gama simples e motorizações fiáveis e eficazes. Um produ-

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to prático e eficaz no cumprimento dos seus objetivos. Poderia ter começado este ensaio ao novo Fiat Tipo, exatamente com este discurso, pois as premissas são iguais e os objetivos semelhantes. Mesmo que tenha começado a sua vida como carro destinado aos mercados emergentes, a essência esteve sempre lá e quando os responsáveis da Fiat decidiram mandar às malvas a circunscrição do Aegea (o nome original do Tipo) a países como a Turquia, a marca italiana ficou com um carro de sucesso nas mãos.

SIMPLICIDADE COM CONTEÚDO Caso procure algo mais que simplicidade, o Tipo pode desiludir. Não que seja um carro despojado de tecnologia, de qualidade ou até de características interessantes como baixos consumos e conforto assinalável, mas sim porque limita-se a cumprir com os seus objetivos. E convenhamos que por 21250 euros, não se pode pedir muito mais num carro bem equipado e cujo motor 1.6 turbodiesel com 120 CV é mais que suficiente para mover com desenvoltura os 1270 quilos que pesa.


SIMPLICIDADE Um dos trunfos deste Fiat Tipo reside na sua simplicidade da carroçaria, com uma qualidade aceitável

Mas mais que tudo isso, é um Fiat. Quem foi cliente da marca no passado não pode deixar de esboçar um sorriso ao volante do Tipo. Primeiro porque vamos bem sentados, algo que foi uma das caraterísticas dos Fiat e que se foi perdendo com o tempo. Depois, porque quase tudo continua a ser colocado no mesmo local de sempre. Claro que hoje temos o ecrã flutuante com o UConnect e toda a parafernália de sistemas de conectividade – pode ligar o telefone, fazer chamadas, ouvir música do seu smartphone, enfim, uma série de aplicações – os sensores de chuva e de luz, o ar condicionado manual, o controlo de estabilidade, quase tudo que hoje um carro do segmento C precisa de exibir. Claro que lhe faltam algumas coisas que estão na berra como a ligação remota a um mordomo, ou a visão 360 graus no estacionamento ou a função hotspot que permite a ligação de vários aparelhos de entretenimento no interior. Mas, no essencial, o Tipo cumpre todas as necessidades. E para com-

pletar o equipamento, pode deitar mão á lista de opcionais, igualmente curta e simples. Pintura metalizada (440 euros), sistema de navegação (550 euros), pacote Seat (165 euros pelo apoio de braços com porta objetos e regulação lombar do banco do condutor), câmara de estacionamento traseira (220 euros), jantes de liga leve de 17 polegadas (275 euros) e ar condicionado automático (475 euros). Faltará uma ou outra assistência ao condutor, como a travagem de emergência autónoma. HABITABILIDADE SOBERANA Viver dentro do Tipo é agradável, não só porque há ar condicionado automático, mas também pelos bancos confortáveis e pela habitabilidade soberana. Com mais de 4,5 metros de comprimento e uma distância entre eixos superior a 2,6 metros, o Fiat Tipo exibe cotas de habitabilidade impressionantes. Basta lhe dizer que no banco traseiro o espaço para as pernas é de 93 cm! E porque nes-

te segmento a bagageira é importante, esta versão de dois volumes, a mais procurada, consegue arrumar 440 litros de bagagem! E ainda levar mais alguma coisa ou a prancha de surf, pois o banco traseiro rebate na proporção 60/40. A qualidade dos materiais é suficiente e está longe de ser um modelo low cost, isso é garantido. Poderia ser melhor, mas lá está, estamos a falar de um carro que tem como alvo uma clientela específica que deseja um veículo acessível, com rendas baixas, conforto e simples de utilizar. E nisso, o Tipo é forte! MOTOR ROBUSTO E ECONÓMICO O bloco 1.6 litros turbodiesel da Fiat é significativo avanço face a anteriores realizações da casa italiana. Pode não ser o mais refinado, pode até não ser o mais económico, mas é fiável e muito fácil de utilizar e explorar. A caixa manual de seis velocidades rima bem com o motor, sendo simples de utilizar. Os 120 CV e,

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ENSAIO

FIAT TIPO 1.6 JTD EASY FIAT TIPO 1.6 JTD EASY

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 21242€ 7860€ 13383€ 1506€ 4237€ 22066 (27,58€) PVP – Preço de venda ao público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN. – Custos com Manutenção programada (exclui pneus) / COMB. – Custos com Combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos /80 000 km)

PVP 21.250 € // MOTOR 4 CIL; 1598 CC; 120 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 320 NM // TRANSMISSÃO dianteira; 5 VEL Man // PESO 1270 kg // COMP./LARG./ALT. 4,532/1,792/1,497 M // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,636 M // MALA 520 L // DESEMPENHO 9,7s (11,2*) 0-100 KM/H; 199 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 4,2 (5,8*) // EMISSÕES CO2 110 G/KM // IUC 566,00€ *As nossas medições

HABITABILIDADE PREÇO / EQUIPAMENTO

sobretudo, os 320 Nm de binário são mais que suficientes para dar um cunho despachado ao Tipo. Não é preciso estar constantemente a recorrer á caixa de velocidades e nos percursos extra urbanos, o Tipo consegue ser económico porque é capaz de rolar a velocidades de cruzeiro razoáveis sem grande carga no acelerador. Olhando para uma utilização geral, a fotografia em termos de consumos não é tão agradável, pois os 4,2 l/100 km que a Fiat reclama não são, nem de longe, alcançáveis numa utilização quotidiana. Será litro e meio a mais, no mínimo, aquilo que irá gastar. É mau? Não porque

5,8 l/100 km de média sem preocupações de poupança é uma cifra dentro daquilo que se espera no segmento. COMPETENTE E BARATO Contas feitas, o Fiat Tipo revela-se um carro muito competente naquilo que é a sua essência. Podia ter mais qualidade? Podia. Podia ter mais materiais no interior com superfícies mais agradáveis ao toque? Podia. Aliás, podia tudo, mas oferecer um carro que consegue um bom ritmo seja qual for a utilização, um comportamento que deixa o condutor tranquilo pela

facilidade de condução e consumos que não sendo recordistas, estão dentro do esperado, por bem menos de 25 mil euros – sendo este um carro a gasóleo! - faz-nos baixar a guarda e esquecer essas falhas. Se há áreas onde o Tipo não é tão competente como muitos dos rivais, outras há que a Fiat fez um excelente trabalho. E para si que encara o custo de utilização como decisivo para a escolha, fique a saber que uma centena de quilómetros neste Fiat Tipo 1.6 Multijet Easy custa-lhe 27,58 euros, ou seja, menos de 30 cêntimos por quilómetro! /

HABITABILIDADE Este é outro dos trunfos do Tipo na luta do segmento

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ALGUNS MATERIAIS / AJUDAS À CONDUÇÃO



ENSAIO

BMW 530d

CONFUSÕES À PARTE O BMW Série 5 renovou-se mais no conteúdo do que na aparência. Tem as tecnologias mais evoluídas, mas é difícil identificá-lo como “o novo”. Mas também não é menos fácil diferenciá-lo do Série 7. Confusões à parte é, outra vez, a referência TEXTO JÚLIO SANTOS FOTOS JOSÉ BISPO

M

uitos acham que o design da BMW precisa de um “valente abanão”. A BMW tende a concordar e até já contratou uma nova equipa de de-

signers. Mas deixamos por aqui a questão das aparências; mesmo que elas iludam… e que ninguém goste que lhe perguntem se “o teu BMW é dos novos ou o antigo?”, depois de pagar mais de 70 mil euros. Mesmo que as aparências também possam levar alguém mais conhecedor a perguntar: “mas afinal compraste um Série 7?”.

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Foquemo-nos no essencial. Estamos perante uma evolução notável no plano tecnológico. Isto não é dizer pouco se nos lembrarmos que o Série 5 era já um produto de referência. Novos materiais que reduzem o peso do carro (essencial para a diminuição dos consumos mas, também, para a dinâmica) e novos equipamentos corroboram esta afirmação. No interior, por exemplo, o iDrive comporta mais funções e o acesso aos menus principais é mais rápido, enquanto o head-up (o sistema que projeta no para-brisas as informações de condução) é mais completo e fácil de ler – pena que seja opcional (1230€). O tabliê tem agora um desenho mais elegante e as capacidades de conectividade são agora mais extensas (há por exemplo um hotspot

wi-fi que permite a ligação à internet de todos os que estão a bordo) e, opcionalmente, podemos dispor do sistema de estacionamento remoto, cuja utilidade, sinceramente, questionamos. Já do lado da mecânica, no caso da versão 530d que ensaiamos aqui, o motor de seis cilindros em linha com 3.0 litros de cilindrada foi bastante revisto mas continua a apresentar como característica a suavidade e silêncio de funcionamento e, agora, uma capacidade de resposta ainda mais impressionante, graças ao aumento da potência. O que já não é surpresa é o valor do consumo: mesmo sem qualquer tipo de preocupações e, não raro, abusando da disponibilidade dos 265 CV (30 CV mais do que anteriormente) em viagem fixamo-nos abaixo


BMW 530d

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 74 594 35 805 38 789 3205 4540 92 950 (116.19) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual. DEP – Depreciação. MAN – Custos com Manutenção programada (exclui pneus). COM – Custos com Combustível. UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km)

PVP 74 594 € // MOTOR 6 CIL; 2993 CC; 265 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 620 NM // TRANSMISSÃO Tras.; 8 VEL Auto // PESO 1640 kg // COMP./LARG./ALT. 4,94/1,87/1,48 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,97m // MALA 530 KG // DESEMPENHO 6,4s 0-100 KM/H; 250 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 4,5 (6,8* // EMISSÕES CO2 118 G/KM // IUC 586,22€ *As nossas medições

COMPORTAMENTO / IMAGEM /CONFORTO / CONSUMOS / ESPAÇO

dos 7 litros/100 km e ficámos, mesmo, com a sensação clara de que se tivéssemos sido mais “gentis” poderíamos até obter valores mais próximos dos 6 litros /100 km. Não temos culpa: o BMW 530d “desafia” aqueles que gostam de conduzir. Seja pela disponibilidade do motor, muito bem aproveitado pela caixa de oito velocidades automática, seja pelo novo sistema de controlo dinâmico do chassis que, em conjugação com a suspensão desportiva (desenvolvida pela Motosport), proporciona agora um comportamento ainda melhor. Curvar depressa era a principal limitação do anterior Série 5, devido ao peso da frente e ao deficiente controlo dos movimentos da carroçaria, duas condicionantes que estão agora bastante atenuadas.

O que continua por “atenuar” é a dimensão excessiva da lista opcionais, o que fazia com que a unidade ensaiada (muito carregada de extras) apresentasse um preço de venda ao público de 105 mil euros. No entanto, é possível adquirir um 530d por pouco mais de 75 mil euros. Fixando-nos nesse valor, os dados da consultora 4Fleet apontam para um TCO de 93 mil euros, para um contrato de quatro anos e 48 mil quilómetros, considerando já neste valor de 33 mil euros para as tributações autónomas. Ainda de acordo com este estudo, o 530d valerá no final do referido contrato cerca de 36 mil euros (48% de depreciação) e tem inerente um custo de manutenção de 3200 euros. Este contrato pressupõe, igualmente, um gasto com combustível de 4540 euros. /

DEMASIADOS OPCIONAIS / IMAGEM CONSERVADORA / ACESSIBILIDADE

CONTRATO AOV A BMW propõe para o 530d berlina, com caixa de velocidades automática (de série), um contrato de renting com a duração de 48 meses e 80 mil quilómetros com um custo mensal de 1240.41 euros (IVA já incluído). Contempla: Seguro (Franquia de 4%), IUC, Manutenção, 4 pneus Run Flat, Viatura de Substituição, Seguro Gap e Honorários de Gestão

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ENSAIO

PEUGEOT 308 SW ACCESS 1.6 BLUEHDi 120

VANTAGENS ACRESCIDAS A Peugeot lançou uma campanha para empresas relativa ao 308 SW Access, que se traduz num desconto de quatro mil euros. À elevada habitabilidade e ao espaço generoso juntam-se custos de utilização mais baixos TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

N

uma altura em que se prepara para apresentar um novo Peugeot 308, a marca francesa lança uma campanha especial para empresas do modelo atual, oferecendo um desconto de quatro mil euros no preço de aquisição, passando a versão 308 SW Access 1.6 BlueHDi 120 dos 27580 euros para os 23580 euros. Como este valor fica abaixo dos 25 mil euros, a empresa obtém vantagens fiscais em termos de tributação autónoma. Com um comprimento exterior de 4,58 metros e uma largura de 1,47 metros, as dimensões generosas permitem dar resposta às principais caraterísticas valorizadas pelos utilizadores

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deste tipo de veículos: volume, habitabilidade, modularidade e comodidade. Um dos principais argumentos do 308 SW consiste no espaço disponibilizado pela sua bagageira, que oferece um volume de 660 litros. E com a chapeleira no sítio! A modularidade é outra das caraterísticas, graças ao rebatimento dos bancos num simples gesto a partir da bagageira, criando uma superfície perfeitamente plana. O habitáculo oferece um amplo espaço para todos os ocupantes e mesmo aqueles que viajam nos bancos traseiros não têm razões para reclamar. Isso deve-se a uma distância entre-eixos de 2,75 metros. O interior do Peugeot 308 SW oferece uma elevada qualidade, tanto na montagem como nos materiais, destacando-se a aplicação do conceito “i-cockpit”, com os comandos e instru-

mentação orientados para o condutor. Todos os comandos dos sistemas de ar condicionado, áudio estão disponíveis num ecrã tátil de 9,7 polegadas, estão localizados numa posição elevada na consola central. O volante pequeno, de fácil e agradável manuseamento, permite, pelas suas dimensões, a consulta do painel de instrumentos por cima do bordo superior do aro do volante, sem necessidade de desviar os olhos da estrada. Em termos de equipamento, a versão Access oferece o essencial para um veículo deste segmento, incluindo o ar condicionado manual, fecho central de portas com comando à distancia, vidros elétricos dianteiros, travão de estacionamento manual, rádio com leitor de CD MP3, Bluetooth e comandos no volante, faróis diurnos, programa eletrónico de estabilidade


PEUGEOT 308 SW ACCESS 1.6 BLUEHDi 120

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 26482 12446 14035 1896 3632 30246 (37,81) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual. DEP – Depreciação. MAN – Custos com Manutenção programada (exclui pneus). COM – Custos com Combustível. UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km) e para a motorização 1.6 BlueHDi 100

PVP 27580€ (23580 € campanha) // MOTOR 4 CIL; 1560 CC; 120 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 300 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man // PESO 1475 kg // COMP./LARG./ALT. 4,58/1,86/1,47 // DISTÂNCIA ENTREEIXOS 2,75 // MALA 660 LITROS // DESEMPENHO 10,1s 0-100 KM/H; 194 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 3,2 (6,2*) // EMISSÕES CO2 85 G/KM // IUC 566,00€ *As nossas medições

PREÇO / BAGAGEIRA

BAGAGEIRA GENEROSA O Peugeot 308 SW oferece uma bagageira com um volume de 660 litros. O sistema de rebatimento do banco traseiro "Magic Flat", através de dois comandos situados nas partes laterais, permite aumentar o volume para os 1600 litros

(ESP) ou o cruise control. Os sensores de estacionamento traseiros são opcionais (222,03€), assim como os dianteiros (222,03€) ou os vidros elétricos dianteiros e traseiros (150€). A nível mecânico, uma das motorizações disponibilizadas é a 1.6 BlueHDi de 120 cv e caixa manual de seis velocidades. Este propulsor consegue o melhor dos dois mundos ao aliar performances respeitáveis – caso de uma aceleração dos o aos 100 km/h em 10,1 segundos – com consumos bastante baixos, sendo possível alcançar valores entre 5,5 l/100 km os 6,1 l/100 km, consoante se tratem de percursos de estrada ou citadinos. Com um preço de campanha de 23580 euros, esta versão do Peugeot 308 SW Access 1.6 BlueHDi 120 consegue oferecer um custo total de utilização inferior ao da motorização de 1.6 BlueHDi 100, que é de 37,81 euros por cem qui-

EQUIPAMENTO TRAVÃO DE MÃO

lómetros percorridos (para um preço de venda ao público de 26482 euros), segundo dados da consultora 4Fleet. Ainda de acordo com estes dados, o Peugeot 308 SW apresenta uma depreciação de 47% no final de 48 meses ou 80 mil quilómetros, o que significa que esta versão ainda deverá valer 12962 euros (com base no preço de venda ao público sem os quatro mil euros de desconto da campanha). O custo de manutenção previsto situa-se nos 1896 euros. Com base nestes números, a proposta da Peugeot não deixa de constituir uma excelente oportunidade de negócio, porque permite aceder a um veículo melhor equipado e com a melhor solução de compromisso em termos de motorização com baixos custos de utilização, beneficiando ainda da taxa mais baixa de tributação autónoma. /

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ENSAIO

MERCEDES C 220D STATION 9G TRONIC

CAIXA FAZ DIFERENÇA As caixas automáticas são já vulgares nos segmentos mais altos, incluindo aquele onde se insere o Mercedes Classe C, que agora passa a estar disponível com uma evoluída transmissão de nove velocidades TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO

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e há países onde a caixa automática é a opção preferida, Portugal ainda não é um deles. Isso deve-se a uma crença do passado que considerava pouco interessante este tipo de transmissão, quer do ponto de vista da utilização, quer dos consumos mais elevados. A verdade é que essa ideia deixou de fazer sentido há muito tempo, uma vez que que as últimas gerações das transmissões automáticas, sejam elas de que tipo forem, contrariam essa ideia. É o caso, por exemplo, da caixa 9G Tronic, que vem substituir a anterior 7G Tronic nas versões 220d e 250d (e nalgumas versões

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a gasolina) do Classe C, embora continue disponível em algumas motorizações diesel de origem Renault. O aumento do número de relações permite um escalonamento mais próximo entre cada uma das nove relações, com a vantagem que isso tem no funcionamento mais suave do “velho” motor 2.2 diesel de 170 CV (o novo motor 2 litros de 194 CV estreado no Classe E, só chega ao C, no próximo facelift) aqui muito menos ruidoso. A utilização é também mais agradável em qualquer modo de condução do sistema Dynamic Select. Prova disso é a boa resposta do motor nas relações mais altas desde regimes muito baixos. Neste caso é possível rodar em 9ª velocidade às 1500 rpm! Esta caraterística, que torna a resposta

do motor bastante mais agradável, contribui para consumos mais baixos nas mais variadas circunstâncias, fundamentalmente na auto-estrada, onde o cruise control constitui uma ajuda importante, juntamente com a função velejar, que desliga a transmissão criando o efeito de roda livre. A redução dos consumos e das emissões são dois fatores que contribuem para a diminuição dos custos de utilização, juntando-se aos tradicionais baixos custos de manutenção que a Mercedes pratica. Embora não tivéssemos notado melhores prestações com esta nova caixa, nomeadamente ao nível das acelerações e das recuperações, o que poderá dever-se a uma diferente gestão da caixa automática de forma a privilegiar os consu-


mos, a verdade é que representa uma mais valia para este motor de 170 CV. Destaque, no entanto, para o bom desempenho que esta dupla motor/caixa tem quando escolhemos o modo “Sport” ou modo “individual”. Exteriormente e internamente nada muda em relação à anterior versão de 7 velocidades, nem sequer a lista de equipamento é mais rica, ainda que, a versão base, pouco tenha. Este constrangimento continua a ser um dos pontos menos relevantes desta proposta que oferece caraterísticas familiares típicas de uma carrinha, nomeadamente uma mala com elevada capacidade. Por exemplo, num carro com esta tipologia a abertura elétrica da bagageira, neste caso associado ao funcionamento automático da chapeleira bem podia fazer parte do equipamento de série em vez de custar 500 euros. Neste caso, a versão ensaiada custava um pouco mais do que 60 mil euros, ou seja, mais 9 mil euros do que a versão base. Entre as várias opções encontramos o sistema de navegação da Garmin (1150 €), os vidros escurecidos (450 €), os faróis LED (1050 €), bem como a linha de design Avantgarde (1950 €), ou até os sensores de estacionamento atrás e à frente (900 €), entre outras pequenas opções. /

MERCEDES C 220D STATION 9G TRONIC CONTRATO AOV A Mercedes-Benz Portugal, através Athlon Car Lease, propõe um contrato de renting para o Mercedes-Benz Classe C 220D Auto 170 CV pelo valor mensal de 945,72 euros, com IVA incluído. Neste contrato estão abrangidos serviços como manutenção e reparações, pneus, assistência em viagem, IUC, seguro

PVP 60 401 € (unidade ensaiada) // MOTOR 4 cil.; 2143 c.c.; 170 CV; 3000-4200 rpm; Injeção direta + Common rail // BINÁRIO 400 Nm; 1400-2800 rpm // TRANSMISSÃO Traseira; automática 9 vel // Peso 1615 Kg // COMP./LARG./ ALT. 4,70/1,81/1,45 M // MALA 490-1510 L // DESEMPENHO 7,5 s 0-100 Km/h; 231 Km/h // CONSUMO 4,4 l/100 Km // EMISSÕES CO2 114 g/Km (Classe B) // TRAVAGEM 45 M // IUC 218,92 € *As nossas medições

SUAVIDADE / UTILIZAÇÃO / CONSUMOS

MOTOR ANTIGO / EQUIPAMENTO

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HYUNDAI I20 1.1 CRDI ACCESS

O DIESEL MAIS ACESSÍVEL Por uma renda de 231 euros, a Hyundai lançou campanha especial para o i20 Access, válida até final de junho. Os baixos custos de utilização e um equipamento de conforto acima da média fazem do utilitário uma opção a ter em conta pelas empresas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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ara conseguir crescer a um ritmo superior à média do mercado nacional, a Hyundai está a apostar no segmento das frotas e delineou uma estratégia assente em quatro pilares: produto, rede, política comercial e comunicação. A partir dessa base, a marca tem vindo a desenvolver ações para conquistar as empresas, que também passam pelo lançamento de campanhas especiais de financiamento em renting, em associação com a gestora de frotas Finlog.

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A campanha mais recente, que está em vigor até ao próximo dia 30 de junho, propõe uma renda mensal de 231 euros para o Hyundai i20 1.1 CRDI Access. O contrato de financiamento, sem entrada inicial, tem um prazo de 48 meses e 60 mil quilómetros e inclui manutenção, seguro de danos próprios, pneus, assistência 24 horas, além de viatura de substituição. Para propor aquele valor, a marca e a gestora de frotas tiraram partido das caraterísticas principais deste modelo que permitem obter custos totais de exploração mais baixos. Num mercado como o português, onde a fiscalidade incide fortemente sobre a cilindrada, um dos trunfos é indiscutivelmente o pequeno bloco diesel de

três cilindros e 1120 cc. Isto permite à marca disponibilizar um dos veículos diesel mais acessíveis do segmento, com um preço de venda ao público, a partir dos 17642 euros. Igualmente importante é a garantia da marca de cinco anos sem limite de quilómetros, o que transmite confiança no produto à gestora de frotas na altura de apresentar a proposta e ao cliente. O próprio utilitário coreano também se revela um produto bastante interessante para as empresas, uma vez que oferece um interior espaçoso, com uma boa qualidade geral. A posição de condução é excelente e compreende a regulação em altura e alcance do volante. Além disso, e como já vem sendo tradição na


marca, oferece, de série, um equipamento de conforto bastante generoso. Mesmo no nível de entrada, Access, o Hyundai i20 conta com ar condicionado manual, computador de bordo, vidros e espelhos elétricos, rádio integrado com MP3 e RDS, Bluetooth com comando no volante, fecho central com telecomando e alarme periférico. Ao interior espaçoso juntam-se os 326 litros de uma bagageira, que pode ser ampliada, graças ao rebatimento assimétrico do banco traseiro (60/40). A nível dinâmico, o comportamento surpreende pela positiva, quer em termos de acelerações, quer de recuperações. A caixa manual de seis velocidades não deixa ninguém envergonhado, uma vez que permite aproveitar ao máximo os 75 CV do pequeno motor diesel de 1120 cc, assim como os 180 Nm do binário máximo, que se encontra disponível entre as 1750 e as 2500 rpm. Isto não só contribui para a agradabilidade de utilização, como também para consumos comedidos. A este respeito, o computador de bordo da unidade ensaiada indicou uma média de 5,9 l/100 km para uma condução normal, um valor que fica acima dos 3,7 l/100 km anunciados pela marca. /

HYUNDAI I20 1.1 CRDI ACCESS CONTRATO AOV A Hyundai propõe um contrato de renting para o modelo i20 Access Diesel pelo valor mensal de 231,00 euros, através de uma campanha que decorre até ao final do mês de junho

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 17 642 7 220 10 422 2853 3632 17 576 (21.97) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual. DEP – Depreciação. MAN – Custos com Manutenção programada (exclui pneus). COM – Custos com Combustível. UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km)

PVP 17642 € // MOTOR 3 CIL; 1120 CC; 75 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 180 NM // TRANSMISSÃO DIANTEIRA; 6 VEL MAN // PESO 1165 KG // COMP./LARG./ALT. 4,03/1,73/1,47 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,57 // MALA 301 LITROS // DESEMPENHO ND 0-100 KM/H; 160 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 3,7 (5,9*) // EMISSÕES CO2 97 G/KM // IUC 105,10€ *As nossas medições

PREÇO / MOTOR / ESPAÇO / CONFORTO

CONSUMO / VIBRAÇÕES DO MOTOR

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OPEL ASTRA ST 1.6 CDTI 136 INNOVATION 5P S/S AUTO

APOSTA NO VALOR RESIDUAL A versão carrinha é responsável por 30% das vendas da gama Astra. A nova geração oferece uma melhor habitabilidade, mais tecnologia, custos de utilização mais baixos e valor residual mais elevado TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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elo seu compromisso entre habitabilidade e capacidade de bagageira, as carrinhas registam atualmente uma elevada procura pelas empresas, designadamente como carros de serviço. Para a Opel, por exemplo, esta versão representa cerca de 30% das vendas da gama Astra na Europa. No desenvolvimento da décima geração da Astra Sports Tourer, a marca teve algumas preocupações especiais para que o seu produto continuasse a ser uma das referências no segmento dos pequenos familiares. Apesar

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das dimensões exteriores se terem mantido inalteradas – um comprimento de 4,7 metros, uma largura de 1,84 metros e uma altura de 1,51 metros – a habitabilidade melhorou, graças ao aumento da distância entre eixos para 2,62 metros. À frente, o condutor e o passageiro passaram a dispor de mais 2,6 centímetros em altura, enquanto os ocupantes dos bancos traseiros beneficiaram de mais 2,8 centímetros de espaço para as pernas. A bagageira, por seu lado, oferece um volume útil de 530 litros, que pode ser ampliado para os 1630 litros com o rebatimento dos bancos traseiros, criando uma superfície de carga perfeitamente plana.

Em termos tecnológicos, esta nova geração da Astra Sports Tourer, pretende ser uma das referências em termos de conectividade digital com o exterior, contando com os sistemas de telemática Opel OnStar e de infoentretenimento IntelliLink. A marca introduziu ainda numerosos sistemas de segurança e assistência à condução, designadamente a tecnologia de “Cruise Control” Adaptativo (ACC), assente em radar e câmara dianteira, que é proposta, em opção, nas variantes de cinco portas e Sports Tourer, equipadas com caixa automática de seis velocidades. Este sistema oferece mais conforto na condução ao ajustar automaticamente a velocidade para manter uma distância


OPEL ASTRA ST 1.6 CDTI 136 INNOVATION 5P S/S AUTO CONTRATO AOV A Opel Renting propõe um contrato de aluguer operacional de veículos para o Astra Sports Tourer 1.6 CDTI 110 Innovation S/S Business Edition pelo valor mensal de 350 euros, com IVA incluído. Neste contrato estão contemplados serviços como manutenção, substituição de pneus, seguro com 4% de franquia, inspeção periódica obrigatória, viatura de substituição e IUC

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 33310* 15656 17654 2224 4640 39500 (49,38) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com Manutenção Programada / COMB – Custos com combustível / UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km) * (39900) unidade ensaiada)

PVP 33310€ // MOTOR 4 CIL; 1598 CC; 136 CV; 3500-4000 RPM // BINÁRIO 320 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Auto // PESO 1425 kg // COMP./LARG./ALT. 4,70/1,84/1,51 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,66 // MALA 540 LITROS // DESEMPENHO 10,1s 0-100 KM/H; 205 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 3,9 (6,3) // EMISSÕES CO2 104 G/KM // IUC 141,50€ *As nossas medições

ACESSO BAGAGEIRA / CAIXA AUTOMÁTICA

preterminada para o veículo da frente, estando ativo entre os 30 e os 180 km/h. Uma das motorizações disponíveis é a 1.6 CDTI de 136 cv em associação com uma caixa automática de seis velocidades, que oferece um comportamento bastante agradável, principalmente a partir das 1500 rpm, além de permitir obter excelentes recuperações. O consumo médio registado pela unidade ensaiada situou-se nos 6,3 l/100 km, com 60% de percurso urbano e os restantes 40% entre nacionais e autoestradas, o que ajuda a explicar a diferença para os 3,9 l/100 km anunciados pelo construtor. A versão Innovation oferece o nível de equipamento mais completo, onde se destacam, entre outros, o sistema “Opel Eye” (alerta de colisão dianteira com travagem ativa, manutenção da faixa de rodagem com direção ativa, assistência à travagem de emergência, reconhecimento de sinais de trânsito), banco do condutor com

regulação lombar elétrica, sensores de chuva e luminosidade, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, Bluetooth, rádio com leitor de ficheiros mp3 com comandos no volante. O preço de venda ao público começa nos 33310 euros, mas pode atingir os 39900 euros, caso se incluam os opcionais presentes na unidade ensaiada (Bancos AGR forrados a couro e ventilados à frente, com regulações elétricas no lado do condutor, faróis IntelliLux de matriz de LED, bancos traseiros rebatíveis 40/20/40, Flex Organizer, pintura metalizada, suspensão traseira com Watt Link, jantes de liga leve de 17”, câmara traseira). No que se refere aos custos totais de utilização, a Opel teve a preocupação de adotar processos avançados de produção e materiais de elevada qualidade para alcançar um nível elevado qualidade geral para a Astra Sports Tourer, que se traduza em valores residuais mais elevados. A

PREÇO / OPÇÕES

este respeito, os dados da consultora 4Fleet indicam que esta versão Innovation 1.6 CDTI 136 S/S Auto vai ter uma depreciação de 47% no final de 48 meses ou 80 mil quilómetros, o que significa que deverá ter um valor de 15656 euros. O custo de manutenção previsto situa-se nos 2224 euros, com intervalos entre revisões de dois anos ou 60 mil quilómetros e inspeções intermédias a cada ano ou 30 mil quilómetros. O custo por cem quilómetros é de 49,38 euros. Com base no preço de venda ao público de 33310 euros, este Astra Sports Tourer fica enquadrado no escalão de Tributação Autónoma, constituindo assim uma opção como carro de serviço para quadros médios ou superiores de uma empresa. Para outras situações, a marca propõe versões menos equipadas deste modelo, denominadas Business Edition, com preços para frotas inferiores a 25 mil euros, ao abrigo de uma campanha válida até final de junho. /

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TOYOTA PRIUS PLUG-IN HYBRID POWER SKY

BAIXOS CUSTOS DE UTILIZAÇÃO O novo Toyota Prius Plug-in é uma opção interessante para as empresas, graças aos incentivos fiscais e aos baixos custos de utilização

PARA EMPRESAS ECOLÓGICAS Atualmente, os híbridos começam a ser encarados pelas frotas como carros interessantes, pelos seus baixos custos de utilização. O novo Toyota Prius é, por isso, uma boa opção a que muitas empresas já aderiram. TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO

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iel ao princípio de que o motor a gasolina é a melhor solução para um híbrido, a Toyota volta a apresentar uma solução plug-in nesta nova geração do Prius, que duplica a autonomia elétrica relativamente ao modelo que veio substituir. A marca anuncia ainda consumos consideravelmente inferiores e, consequentemente, custos de utilização reduzidos. Ainda nem há duas décadas, comprar um híbrido era sinónimo de comprar um Prius. Nessa altura, poucas eram as pessoas que compravam um carro com essas caraterísticas. A própria indústria era muito cética, e, se durante

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muitos anos, a Toyota perdeu dinheiro com o Prius, hoje não há quase nenhuma marca que não ofereça algum tipo de alternativa híbrida ou elétrica. Este é um clima de mudança que começa a atrair empresas que têm grandes frotas, conforme ficou demonstrado na última conferência “Frotas Ecológicas, Oportunidades para as Empresas”, uma iniciativa da nossa revista. A aposta consistente da Toyota nesta solução confere ao Prius o estatuto de híbrido mais famoso do mundo, com quase 5 milhões de unidades vendidas, desde o lançamento da primeira geração em 1997. A quarta geração é o corolário de uma tecnologia que contribuíu imenso para uma transformação de mentalidades que progressivamente tem vindo a mu-

dar o paradigma da mobilidade, prevendo-se, em breve, uma transição suave do diesel para soluções deste género. Apesar da tecnologia híbrida ter evoluído e da oferta neste campo ser vasta nos dias que correm, o princípio básico de funcionamento mantém-se, ou seja, a potência do motor de combustão é complementada por um ou mais motores elétricos e respetivas baterias. Nesta segunda versão Plug-in do Prius, a autonomia cresceu dos 25 Km da anterior geração, para mais de 50 Km, graças ao aumento da capacidade da bateria de iões de lítio, que passou dos 4,4 KWh para os 8,8 KWh. Este incremento representa, simultaneamente, um aumento da autonomia elétrica, uma redução do consumo


TOYOTA PRIUS PLUG-IN HYBRID POWER SKY NOVA BATERIA Com o dobro da capacidade de armazenamento, a nova bateria de iões de lítio permite duplicar a autonomia elétrica, que agora se situa nos 50 quilómetros, de acordo com os dados oficiais da marca

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 41200 18450 22660 1600 1194 27674 (34,59) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual. DEP – Depreciação. MAN – Custos com Manutenção programada (exclui pneus). COM – Custos com Combustível. UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km)

PVP 43 200 € (unidade ensaiada) // MOTOR 4 cil.; 1798 c.c.; 98 CV; 5200 rpm; Injeção direta + ciclo Atkinson; 2 Motores elétricos; 31 CV + 72 CV; POTÊNCIA combinada122 CV; 5200 rpm // BINÁRIO nd // TRANSMISSÃO Dianteira; automática 1 vel // PESO 1539 Kg // COMP./LARG./ALT. 4,64/1,76/1,47 M // MALA 360 L // DESEMPENHO 11,1 s 0-100 Km/h; 162 Km/h (135 Km/h no modo elétrico) // CONSUMO 1 l/100 Km // EMISSÕES CO2 22 g/Km (Classe A) // TRAVAGEM 44 M // IUC 198,80 € *As nossas medições

CONSUMOS /AUTONOMIA ELÉTRICA / COMPORTAMENTO DINÂMICO

homologado, para apenas 1l/100 Km e emissões de CO2 de apenas 22 g/Km! Número que representa um passo de gigante para o grande objetivo de reduzir as emissões de toda a frota da Toyota em 90 por cento até 2050. Para estes valores surpreendentes contribuem alguns avanços tecnológicos, como o sistema de gestão térmica da bateria, o sistema de duplo motor elétrico, o tejadilho solar e a utilização de uma bomba de calor no sistema de ar condicionado, sem esquecer a ajuda do ciclo Atkinson que permite uma eficiência térmica da ordem dos 40 por cento, um recorde para um motor de combustão. MAIS AUTONOMIA ELÉTRICA Neste caso, a potência combinada é de 122 CV, uma caraterística que, conjugada com um binário elevado, permite alcançar boas acelerações e recuperações rápidas. Estas podem ser valorizadas no caso de se escolher o modo de condução “power”, onde a reação do acelerador e da transmissão é mais rápida. É,

porém, no modo de condução Eco que o Prius alcança a sua maior virtude ecológica e custos de utilização mais baixos, especialmente quando selecionamos o modo de propulsão elétrico (EV ou EV cidade). Uma novidade é a possibilidade oferecida de carregarmos a bateria em andamento, ainda que isso inflacione ligeiramente os consumos. Durante o nosso ensaio, a autonomia máxima no modo EV chegou aos 41 Km, uma meta que pode prolongar-se no modo EV cidade, com a alteração de alguns parâmetros como a sensibilidade do acelerador, ao mesmo tempo que reduz a potência máxima disponível. Neste caso, o sistema de duplo motor elétrico permite que o modo elétrico funcione até aos 135 Km/h, desde que não exerçamos uma pressão muito grande no acelerador. Uma carga completa custa cerca de 1,1 euro e o carregamento pode ser feito em apenas 3 horas, no caso de uma tomada doméstica normal ou em 2 horas, usando um posto de carregamento mais potente.

PREÇO / CAPACIDADE DA MALA / CONFIGURAÇÃO 2+2

Como já havíamos constatado no ensaio à versão híbrida normal, o novo Prius evoluiu muito. O comportamento dinâmico beneficia da maior rigidez da nova plataforma TNGA face à anterior, otimizando, por isso, o funcionamento da suspensão. Esta última sofreu afinações específicas à frente e atrás para gerir o aumento do peso da bateria. Os travões também foram alterados para suportar um maior peso sobre o trem dianteiro, enquanto a regulação da suspensão dianteira foi revista. Pena é que no meio de tanta sofisticação, e sendo um modelo com uma elevada taxa de eletrificação, o travão de estacionamento seja mecânico e à moda antiga, ou seja, acionado com o pé! Isso não invalida que o equipamento não seja um argumento a favor desta versão plug-in, cujo preço é naturalmente superior à versão híbrida normal, mesmo depois da dedução do incentivo fiscal. O TCO é neste caso de 34,59 euros por 100 Km, um valor inferior a muitas propostas convencionais equipadas com motores diesel. /

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KIA RIO 1.4 CRDI (90 CV)

UMA BOA COMPRA Apesar da “guerra” aos motores diesel, estes continuam a ter custos de utilização mais baixos que os motores a gasolina. O problema está no período de amortização para percursos anuais inferiores a 20 000 Km. O Kia Rio é exemplo disso TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO

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o contrário das empresas, que tomam a decisão de aquisição de veículos para as suas frotas com base em critérios de custo total de utilização, os particulares não têm o hábito de fazer contas quando têm de escolher uma versão diesel em detrimento de motorizações a gasolina. Muitas vezes, estas últimas até são as opções mais racionais (económicas) face ao número de quilómetros percorridos por ano. Neste caso, comparando a versão 1.4 CRDi de 90 CV e o motor 1.2 MPI de 84 CV, com o mesmo nível de equipamento, o período de amortização estende-se quase até aos 145 000 Km! Se percorrermos 20 000 Km/ano, estamos a falar em mais de sete anos para pagar uma diferença de 4180 euros. Há já empresas que, face a estes números e às caraterísticas de utilização, preferem a versão a gasolina (mesmo considerando que

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não podem deduzir o IVA do combustível), ou optam por uma versão diesel mais barata. No Kia Rio, a escolha terá de recair sobre o mesmo motor, mas com apenas 77 CV. Em relação à versão a gasolina, a diferença de preço continua a ser elevada (3900 euros). Estes cálculos contemplam já a maior valorização comercial do diesel ao fim de quatro anos de utilização. Entre os dois, existem muitas diferenças do ponto de vista dinâmico. Se na versão a gasolina, a potência e sobretudo a elasticidade do motor não são o seu ponto forte, o mesmo não se passa com esta versão diesel mais musculada com a vantagem dos consumos serem inferiores, mesmo quando abusamos do acelerador. Esta continua a ser a grande vantagem do motor diesel, que tem maior rendimento. Ou seja, para desenvolver a mesma potência, o motor diesel consome menos combustível, daí as emissões de CO2 serem mais baixas. Neste caso, não ultrapassa as 98 g/km, um valor que pode descer um pouco mais se usarmos jantes mais pequenas (15 polegadas).

A excecional qualidade de construção já referida aquando da abordagem da versão 1.2 a gasolina, permite neste caso mitigar o ruído e as vibrações normalmente mais elevadas nos motores a gasóleo. Este foi um dos aspetos que mais nos surpreendeu na medição do ruído a bordo com o sonómetro. O mesmo se passa com as vibrações, que pouco ou nada se sentem no habitáculo, agora mais espaçoso e confortável. O seu índice de habitabilidade situa-se acima da média da sua classe, com destaque para o espaço para as pernas que foi aquele que mais beneficiou com o aumento das dimensões exteriores. O novo Kia Rio é também, entre todos os seus adversários, o que oferece mais espaço para os ombros quer à frente, quer atrás, e o mesmo se passa com a altura. Em resumo, espaço não falta e funcionalidades também não, por isso podemos espalhar objetos pelos múltiplos compartimentos. A mala, embora tenha ganho 37 litros, a que corresponde um crescimento de 13 por cen-


KIA RIO 1.4 CRDI

to, não consegue ser, mesmo assim a maior do seu segmento, um título que pertence por mérito próprio à mais recente geração do Honda Jazz. Ao contrário do que acontecia com a anterior geração do Kia Rio, a atual só tem carroçaria de 5 portas, uma opção que faz todo o sentido por ser a mais procurada e se encaixar dentro de um perfil mais familiar. O preço do Kia Rio, com esta motorização diesel mais potente, começa nos 21 980 euros, porém é possível comprar a versão de 77 CV por 19 500 euros, A versão ensaiada é a mais cara e dela faz parte uma lista grande de opções. À semelhança de outros modelos, também o Kia Rio beneficia de um desconto, se o cliente optar pelo financiamento do habitual parceiro (Santander) da Kia em Portugal. Outro argumento muito forte é a garantia de 7 anos ou 150 mil quilómetros juntamente com os custos de utilização e de manutenção bastante valorizados nos últimos anos, a par do valor de retoma. /

CONTRATO AOV A Kia propõe um contrato de renting para o Rio 1.4 CRDI pelo valor mensal de 281,71 euros, com IVA incluído, para um prazo de 48 meses ou 80 mil quilómetros

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 21 980 8572 13 408 1522 3833 22 059 (25,57) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual. DEP – Depreciação. MAN – Custos com Manutenção programada (exclui pneus). COM – Custos com Combustível. UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km)

PVP 21980€ (22 830 € unidade ensaiada) // MOTOR 4 cil.; 1396 c.c.; 90 CV; 4000 rpm; Injeção direta + Common rail // BINÁRIO 240 Nm; 1500-2500 rpm // TRANSMISSÃO dianteira; manual 6 vel // Peso 1235 Kg // COMP./LARG./ALT. 4,06/1,72/1,45 M // MALA 325-980 L // DESEMPENHO 12 s 0-100 Km/h; 175 Km/h // CONSUMO 3,8 l/100 Km // EMISSÕES CO2 98 g/Km (Classe C) // TRAVAGEM 45 M // *As nossas medições

QUALIDADE / HABITABILIDADE / GARANTIAS

PERÍODO DE AMORTIZAÇÃO / ALGUNS MATERIAIS

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ENSAIO

FORD FOCUS 1.5 TDCi SW TITANIUM

PREÇO E BASTANTE MAIS Quando oferecem cinco mil euros de desconto, consegue olhar para mais alguma coisa? É o valor que a Ford desconta nesta Focus SW. Um preço que se junta aos muitos argumentos de um carro competente mas a precisar de renovação TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA FOTOS JOSÉ BISPO

E

steve durante muitos anos entre os melhores do segmento, perdendo apenas para o inevitável VW Golf em aspetos como a qualidade de alguns materiais e, ultimamente, no que concerne a tecnologia embarcada. Não tem sido fácil a vida da Ford entre nós e a política de descontos atual é um espelho disso. Ganha o cliente que assim consegue comprar uma carrinha com um motor interessante, a gasóleo como os portugueses ainda gostam, e um razoável nível de equipamento por apenas 22.690 euros. Sim, são menos cinco mil euros em relação ao valor de tabela de 27.690 euros. E face à concorrência direta este preço final do Focus 1.5 TDCi SW Titanium é inigualável, contribuindo para custos de utilização de referência. Porém, o preço não é tudo neste Focus, um automóvel que continua a ter muitos pontos fortes, entre eles o excelente comportamento

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e a montagem cuidada do interior. E a renovação ensaiada há três anos desempoeirou o estilo graças à frente com a generosa grelha e os faróis rasgados. Tecnicamente, o Focus continua a exibir uma das melhores plataformas disponíveis no segmento e com a junção do motor 1.5 TDCi, mais um argumento para se manter na crista da onda de um lago cada vez mais apinhado de oferta de qualidade. MOTOR É MAIS VALIA A carrinha Focus ganhou com a troca do motor 1.6 TDCI pelo 1.5 TDCi, pois é mais fácil de explorar e possui uma muito ampla faixa de utilização que permite poupar combustível. Os 120 CV e os 270 Nm de binário não impressionam e o Focus com este motor está longe do ST, apenas para ficarmos por um patamar mais acessível. Mas, tal como sucede com o preço do Focus, há mais motor para lá das cifras. É um bloco muito suave e refinado, inesperadamente silencioso que não transmite vibrações aos principais comandos do carro. Uma

surpresa, pois não é habitual isso suceder, sendo uma mais-valia em termos de conforto. A única perturbação surge quando rolamos em autoestrada e ai o barulho de rolamento dos pneus chega até ao interior de forma audível. Com o motor chegou uma direção modificada que deixa a condução mais relaxada não perdendo muito em termos de utilização, com o eixo dianteiro mais rígido a tornar o Focus mais preciso. A Ford anuncia um consumo médio de 3,8 litros por cada centena de quilómetros, algo que não podemos alcançar numa utilização quotidiana. Contas feitas, utilizando o Focus de uma forma perfeitamente convencional e sem preocupações de poupança, o melhor que conseguimos foi 5,9 l/100 km. Um resultado que está dentro daquilo que é a média do segmento. CONFORTO E FACILIDADE DE UTILIZAÇÃO Desde sempre que o Focus lidera o segmento em termos da difícil relação entre conforto


FORD FOCUS 1.5 TDCi SW TITANIUM CONTRATO AOV Para a versão mais vendida para frotas do Focus 1.5 TDCi 120 cv Titanium SW, a Ford propõe um contrato de renting, para 60 meses e 75 mil quilómetros, pelo valor de 324,25 euros, com IVA incluído. Neste contrato estão abrangidos serviços como manutenção, inspeção periódica obrigatória, pneus, IUC, seguro, assistência em viagem. Para a unidade ensaiada, a renda mensal é de 372,12 euros

TCO - CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ 27 182 10 873 16 309 1741 3833 32 462 (40,58) PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual. DEP – Depreciação. MAN – Custos com Manutenção programada (exclui pneus). COM – Custos com Combustível. UTILIZ – Custo Total de Utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos/80 mil km)

PVP 27 182 (22 691 € campanha) // MOTOR 4 CIL; 1499 CC; 120 CV; 3600 RPM // BINÁRIO 270 NM // TRANSMISSÃO dianteira; 6 VEL Man // PESO 1564 kg // COMP./LARG./ ALT. 4,556/1,823/1,505 M // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,648 M // MALA 476/490 L // DESEMPENHO 10,7s (11,2*) 0-100 KM/H; 180 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 3,8 (5,9*) // EMISSÕES CO2 98 G/KM // IUC 143,17€ *As nossas medições

CONFORTO / PREÇO

PRESTAÇÕES / OPCIONAIS

e comportamento. Se neste último o Focus é muito competente e fácil de conduzir, no primeiro oferece-nos um conforto e qualidade de vida a bordo do melhor que se faz no segmento. A melhoria da qualidade dos materiais é evidente, mantendo a reconhecida qualidade de montagem. Porém, a maior diferença está no sistema de info entretenimento que passou de ser dos piores para um dos melhores. Ecrã de oito polegadas sensível ao toque, grafismo de qualidade e muitas funções destacam-se no Sync III. Não é dos mais rápidos do mercado, mas é uma excelente proposta já com todas as ligações que você não dispensa. O espaço oferecido não é dos mais generosos e como é tradição neste segmento, o quinto passageiro não terá vida fácil se a viagem for longa. Já os 490 litros de bagageira são suficientes para uma utilização familiar (476 litros se optar pela roda suplente) e superiores ao que oferecem as carrinhas do Golf e do Octavia. /

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DESTAQUE

NISSAN

PEDRO TELES NISSAN RESPONSÁVEL DE FROTAS

“A NISSAN TEM SEMPRE UMA SOLUÇÃO PARA AS EMPRESAS” Com o objetivo de crescer junto do mercado empresarial, a Nissan implementou dez Business Centers na sua rede de concessionários que já representam 80% do total de vendas a frotas. As PME são prioritárias para a marca TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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m dos pilares da estratégia da Nissan para crescer junto do mercado empresarial consistiu na implementação de dez Business Centers na sua rede de concessionários, os quais já representam 80% do volume total de vendas a frotas. “Estas dez unidades de negócio possuem equipas comerciais e espaços dedicados, com marketing direcionado para este canal, planos de ação adequados, horários diferenciados e ajustados a cada região do país," explica Pedro Teles, o novo responsável de frotas da Nissan em Portugal, desde o início de maio. Para a Nissan, as frotas representam metade das vendas totais. O segmento das PME é apontado como uma das “prioridades” para a marca pelo entrevistado, adiantando que a Nissan procura “adaptar a sua gama às necessidades de todos os clientes”e garantindo que existe “sempre uma versão ajustada ao mercado empresarial”.

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O mercado de frotas, empresas e rent-a-car, representa quase 70% das vendas de veículos novos em Portugal. Qual a expressão que tem este segmento no total de vendas da marca? A Nissan obteve em Portugal um resultado muito bom no ano de 2016, nomeadamente em termos de vendas no canal de frotas, mantendo o seu alinhamento com a média do mercado. Qual o peso das empresas e do rent-a-car? No último ano fiscal (abril a março), as vendas no canal rent-a-car representaram um peso de 20% no total das vendas Nissan. Por outro lado, a nível de empresas, as vendas neste canal representaram 50% do total da Nissan. Como está estruturada a rede da Nissan em termos de canal de frotas? Existem concessões especializadas? As concessões dispõem de equipas e espaços dedicados a clientes empresariais, em termos de vendas e serviços de após-venda? Um dos pilares da nossa estratégia para as frotas e para o nosso crescimento neste canal de ne-


NOVO RESPONSÁVEL DE FROTAS Pedro Teles assumiu funções como responsável de frotas da Nissan no início de maio. O segmento das PME é apontado como prioritário para a marca, tendo registado um crescimento de 25% em 2016

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DESTAQUE

NISSAN

gócio foi a implementação dos Nissan Business Centers na nossa rede de Concessionários. Atualmente, dispomos de dez destas unidades de negócio em Portugal, com equipas comerciais específicas e especializadas nas vendas a empresas, com marketing direcionado para este canal, com planos de ação adequados, horários diferenciados e ajustados a cada região do país. Os dez Business Centers representam 80% do nosso volume total de vendas a frotas. Estão previstos serviços específicos para o canal profissional, seja ao nível dos instrumentos financeiros, seja dos serviços? Dinamizámos a nossa rede de concessionários, oferecendo mais competência, mais produtos e melhores condições financeiras. Internamente, reforçámos a nossa equipa de frotas para trabalharmos mais junto das empresas, bem como da nossa rede de concessionários e das equipas de comerciais dos Business Centres. A nível de soluções financeiras, desenvolvemos uma oferta muito competitiva para cada necessidade das empresas, desde o crédito tradicional até ao aluguer operacional. A nível de serviços, temos disponíveis contratos de manutenção e extensões de garantia para empresas, horários alargados nas receções de oficina, e oferecemos cinco anos de garantia Nissan em toda a nossa gama de veículos comerciais ligeiros. Qual o peso das PME no negócio de frotas da Nissan? O segmento das PME é uma das prioridades para a Nissan em Portugal, tendo em conta que as empresas, de um modo geral, estão novamente a investir nos seus negócios e na renovação das suas frotas. Neste sentido, a Nissan quer aproveitar este bom momento para expandir as suas vendas nas empresas. Temos vindo a crescer de forma sustentada nas vendas a empresas desde 2014 e, no ano passado, o nosso crescimento situou-se acima dos 25% neste canal de negócio, excluindo as empresas de rent-a-car. A Nissan está a assinalar o décimo aniversário de comercialização do Qashqai, um modelo que estreou um segmento e se transformou num sucesso de vendas, prontamente copiado por toda a concorrência. Qual é a importância que este modelo tem para a marca, sobretudo junto do mercado empresarial? O Qashqai é efetivamente um verdadeiro sucesso de vendas, tanto a nível de clientes privados, como a nível de empresas. Desde o seu lançamento, o Nissan Qashqai conquistou uma importante “fatia” no mer-

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cado empresarial e de frotas. No último ano, as vendas deste modelo no canal de empresas, excluindo o rent-a-car, representaram 44% do volume total de vendas, superando as 2500 unidades. Apesar de a concorrência estar cada vez mais agressiva, o Qashqai continua a ser uma estrela e líder, também no setor empresarial. Sempre que o Qashqai está presente numa grelha em que a decisão cabe ao utilizador, sabemos que será um sucesso. A verdade é que durante muitos anos que os carros de empresa não podiam ser carrinhas nem SUV. Esse estigma ainda prejudica o Qashqai? O mercado tem evoluído consideravelmente nos últimos anos. Hoje em dia, não sentimos que esse estigma relativamente aos SUV tenha o peso que já teve no passado ou que seja prejudicial para o Qashqai. No que diz respeito à escolha por carrinhas, verifica-se o oposto, criando alguma dificuldade à entrada de novos modelos que não disponham dessa opção, como, por exemplo, o Pulsar. Apesar de ser uma das soluções mais racionais do mercado e que acaba por ser uma surpresa agradável no momento do test-drive. A aposta é para continuar no Qashqai? Estão previstas versões específicas para empresas? Sim, o Qashqai continua a ser uma aposta importante da Nissan para o mercado empresarial. Temos inclusive uma versão especialmente desenvolvida para este segmento do mercado, o Qashqai Acenta Connect. E como a Nissan procura adaptar a sua gama às necessidades de todos os clientes, existe sempre uma versão ajustada ao mercado empresarial. A Nissan também tem sido pioneira no segmento dos veículos elétricos e é uma das marcas que mais tem investido na promoção da mobilidade elétrica em Portugal. Atualmente, disponibiliza uma gama que é constituída pelos modelos LEAF e e-NV200. Qual tem sido a recetividade do mercado empresarial? Efetivamente, a Nissan é a marca líder no que concerne aos veículos elétricos. As empresas que têm uma responsabilidade social e um compromisso ambiental elevado são as principais clientes dos nossos modelos elétricos. Atualmente, cerca de 60% das vendas do Nissan LEAF destinam-se a empresas. Desde que lançámos o Nissan LEAF, com uma autonomia de 250 quilómetros, sentimos um crescimento expressivo das vendas junto das empresas.

A NISSAN IMPLEMENTOU DEZ BUSINESS CENTERS NA SUA REDE DE CONCESSÕES QUE SÃO JÁ RESPONSÁVEIS POR 80% DAS VENDAS A FR0TAS


Os custos totais de exploração dos veículos elétricos já são competitivos face aos veículos de combustão interna? Em que aspetos? Os veículos elétricos são consideravelmente mais competitivos que os veículos de combustão interna. Para ter uma ideia, a manutenção dos veículos elétricos é aproximadamente 70% mais económica que num veículo de combustão interna equivalente. Por outro lado, o custo da “energia” por cada 100km de um veículo diesel versus um elétrico é aproximadamente cinco vezes maior. O pacote de incentivos para aquisição de veículos elétricos, designadamente dedução de IVA e isenção de tributação autónoma, tem contribuído para as empresas optarem por este tipo de soluções? Sim, sem dúvida. Os incentivos governamentais para compra de veículos elétricos têm contribuído consideravelmente para as empresas optarem por este tipo de viaturas. Para além disso, saliento que o incentivo atual do Governo para aquisição de veículos elétricos aplicável às primeiras 1000 unidades assim como o não pagamento de parqueamento em cidades como Lisboa, representam um atrativo adicional elevado junto dos clientes. Além dos veículos, a marca também disponibiliza soluções para carregamento nas suas instalações? Quais? Todos os nossos concessionários possuem um carregador rápido. Com isto garantimos que, após qualquer intervenção em após-venda, os nossos clientes levantem a sua viatura com autonomia máxima. A Nissan lançou recentemente a nova geração do Micra. Existe alguma estratégia da marca para este modelo junto das empresas? Tendo em conta a importância do segmento B no nosso país, a Nissan dedicou especial atenção na criação de um produto ajustado, tanto às necessidades dos clientes particulares, como das empresas. O novo Micra é um produto com todos os atributos necessários para entrar no core deste segmento e concorrer diretamente com os atuais líderes. Possui um design moderno e atrativo, um excelente comportamento dinâmico, um elevado nível tecnológico, com soluções geralmente disponíveis só em segmentos superiores, e é muito forte em termos de segurança. Com motorizações diesel e gasolina, um nível de equipamento diversificado, baixos consumos e muito atrativo em termos de preço, consideramos ter a solução para todas as necessidades. /

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CLIENTE

DHL EXPRESS PORTUGAL

JOSÉ FERREIRA DHL EXPRESS PORTUGAL DIRETOR DE OPERAÇÕES

LOGISTICA COM EMISSÕES ZERO ATÉ 2050 Empresa dedicada à entrega expressa de encomendas multiformatos, a DHL Express Portugal procedeu, recentemente, à renovação da sua frota operacional num investimento total de 2,7 milhões de euros. A gestão da frota é feita internamente TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA

P

resente em mais de 220 países e territórios, a DHL Express é a empresa mais internacional do mundo com mais de 350 mil colaboradores. A sua missão é ser a maior empresa de logística à escala planetária e, para isso, disponibiliza soluções para um número quase infinito de necessidades. A DHL Express está englobada no grupo líder mundial em serviços postais e de logística, Deutsche Post DHL Group. No caso da divisão portuguesa da DHL

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Express, está vocacionada para trabalhar sectorialmente tendo na gestão da sua carteira de clientes uma abordagem de cooperação no sentido de otimizar a proposta de valor para responder aos requisitos diversificados das suas indústrias. E uma das chaves do sucesso, reclamadas pela DHL Express Portugal, é a criação de uma experiência setorial simples e única, suscetível de facilitar as relações negociais. A outra está nas soluções inovadoras e avançadas, específicas para cada setor industrial, que permite à DHL Express Portugal estar em posição de gerar vantagem competitiva para todos os seus clientes.


FROTA DE 100 UNIDADES RENOVA FROTA DA DHL Como todas as empresas de logística, a DHL Express Portugal utiliza veículos comerciais para a sua atividade e este ano a empresa procedeu à renovação da sua frota operacional com a aquisição de 100 unidades, um investimento de 2,7 milhões de euros. A escolha dos veículos adquiridos obedeceu a vários critérios que José Ferreira, diretor de operações da DHL Express Portugal, revela. “Foram analisadas várias opções e, naturalmente, selecionada a mais rentável e que nos assegure um maior benefício a curto e médio prazo

no que toca à melhoria dos níveis de produtividade, desempenho ambiental e tudo o que esteja ligado à saúde e segurança dos nossos colaboradores.” Porém, para uma empresa de logística que trabalha multiformatos, a escolha do veículo certo para a missão não terá sido tarefa fácil. “Na verdade, estamos a falar de veículos construídos especificamente para o nosso negócio” avança José Ferreira, revelando que “para a nossa atividade os veículos em causa têm um layout interior específico e exterior específico.” E o responsável da DHL Express Portugal

revela-nos a especificidade dos veículos que foram adquiridos. “A título de exemplo destaco a inserção de prateleiras na caixa de carga para facilitar a arrumação e posicionamento dos envios, a existência de uma porta interior de separação entre a cabina do condutor e a caixa de carga para facilitar o acesso do estafeta às encomendas, o degrau traseiro para ajudar as entradas e saídas do estafeta do veículo, a câmara traseira para ajudar nas manobras, principalmente de parqueamento, nos clientes e a não existência de bancos da frente laterais para facilitar o acesso do condutor do veículo.”

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CLIENTE

DHL EXPRESS PORTUGAL

Como referiu acima José Ferreira, a DHL Express Portugal teve em consideração, além do preço e das mais-valias em termos de produtividade, as questões ligadas ao ambiente e ao bem estar no desempenho das suas funções de todos os colaboradores. “Sim, para nós esses foram fatores igualmente decisivos na escolha que fizemos. No que toca ao ambiente, a nossa empresa tem uma política de eficiência inserida na estratégia de proteção do ambiente “GoGreen” da DHL. Esta estratégia passa pelo aumento, a nível global, da eficiência de carbono das nossas atividades, nomeadamente através da utilização de soluções de transporte ecológicas. Em termos ambientais o Grupo Deutsche Post DHL fixou como meta, até 2050, alcançar uma logística com zero emissões e todos os países onde a DHL opera estão a criar as condições necessárias para que seja alcançada. Além disso, a DHL realiza, ao longo do ano, formações e alertas junto dos seus estafetas, de modo a consciencializá-los para uma condução mais defensiva e responsável, que se traduz num menor consumo energético e redução significativa de acidentes.” Convirá dizer nesta altura que a DHL Express Portugal optou pela Volkswagen Crafter, equipada com o motor 2.0 litros TDI com 140 CV, respeitadoras da norma Euro6 de emissões poluentes e tecnologia AdBlue para um funcionamento ainda mais eficiente. “O facto de assegurar uma redução de 7% do CO2 emitido, em relação ao anterior modelo, enquadra-se na nossa política de sustentabilidade e por isso decidimos escolher este modelo da Volkswagen.” POLÍTICA PRÓPRIA DE AQUISIÇÃO E GESTÃO DA FROTA A DHL Express Portugal decidiu seguir um caminho muito próprio no que toca á aquisição e gestão da sua frota. “Analisando as várias opções de investimento para a renovação da frota, a solução, no nosso entender, mais favorável face ao leasing ou renting, foi a aquisição direta com capitais próprios (lembramos, um investimento em 100 veículos num total de 2,7 milhões de euros)” referiu José Ferreira, que revelou, também, que “temos um responsável interno dedicado à gestão e coordenação da frota.” Razões para isso são simples, nas palavras deste responsável operacional da DHL Express Portugal, “é uma política que mantemos há muito e que funciona de acordo com as nossas aspirações, exigências e expetativas.” Para chegar à fase de contratação final dos veículos, o processo seguido pela DHL Express Portugal é simples. “Começamos pela seleção

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AQUISIÇÃO DIRETA Na sua política de investimento em renovação de frota, a DHL Express Portugal opta pela aquisição direta. O diretor de operações deste operador de transporte expresso, José Ferreira, refere que essa é uma política de longa data da empresa


A GESTÃO DA FROTA É FEITA INTERNAMENTE QUE É UMA POLÍTICA DE LONGA DATA DA DHL. E PORQUE A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL ESTÁ ENRAIZADA NA EMPRESA, TODOS OS PAÍSES ONDE A DHL OPERA ESTÃO A CRIAR CONDIÇÕES PARA EM 2050 SE ALCANÇAR UMA LOGÍSTICA ZERO EMISSÕES

das marcas e pela definição das caraterísticas obrigatórias e específicas para o veículo, de modo a torná-lo eficaz e adaptado em pleno para as suas atividades diárias. O custo operacional é um dos critérios a ser avaliado entre muitos outros. Após um processo de conversações é escolhida a marca, que irá construir um veículo com características próprias e únicas para a DHL, assim como todas as condições contratuais necessárias do pré e pós venda. Logicamente que é criado um canal de comunicação privilegiado entre o nosso gestor da frota e o representante da marca, de modo a facilitar, agilizar e apoiar na resolução de todos os assuntos que têm a ver diretamente com a marca.” FROTA DE DIMENSÃO INTERESSANTE Segundo nos diz José Ferreira, “a frota da DHL Express Portugal é, atualmente, constituída por 150 veículos alocados à nossa atividade de recolhas e entregas, e 5 unidades associadas às ligações entre centros de distribuição. Temos ainda cerca de 40 veículos ligeiros de passageiros, utilizados por outras funções de

suporte.Em média, a quilometragem anual das viaturas operacionais ronda os 45000 quilómetros.” Já a idade da mesma é sempre a mesma pois “a aquisição da nossa frota é feita por um período de 4 anos e findo este período procede-se à renovação dos veículos.” Para a manutenção, a DHL Express Portugal tem em consideração a oferta da marca nesse particular. “Quando optamos por uma marca temos sempre em conta uma série de parâmetros e critérios, fundamentais e críticos para a nossa atividade, que são analisados e avaliados ao pormenor, sendo a rede de assistência um dos critérios determinantes na fase de seleção.” Quanto á evolução da frota da DHL Express Portugal no futuro, José Ferreira deixa claro que “a evolução da frota far-se-á de acordo com a estratégia global da empresa para os próximos anos, relativo a esta atividade, sendo que um dos principais objetivos é a redução da emissão de gases para a atmosfera e por isso teremos com toda a certeza no futuro veículos mais sustentáveis e associados a tecnologia de última geração.” /

FROTA COM CERCA DE 200 UNIDADES A DHL Express Portugal possui uma frota constituída por 150 unidades para recolhas e entregas, cinco para ligações entre os centros de distribuição e 40 ligeiros de passageiros para funções de suporte. A quilometragem média anual da frota é de 45000 km. A idade média é de 4 anos

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COMERCIAIS

NOTÍCIAS

NOVA MARCA NOS COMERCIAIS A MAN vai entrar no segmento dos comerciais ligeiros com o TGE. A primeira unidade já saiu da fábrica

MAN

INÍCIO DA PRODUÇÃO DO TGE O TGE representa a entrada da MAN no segmento dos veículos comerciais ligeiros. A produção já arrancou na fábrica da Polónia e as primeiras unidades chegam a Portugal no fim do verão

A

MAN Truck & Bus entrou no segmento de veículos comerciais ligeiros com o modelo TGE, que vai chegar ao mercado português no próximo mês de setembro. A produção deste modelo já teve início na fábrica de Wrzesnia, na Polónia. A primeira unidade teve como destino a fábrica de Munique da MAN. O novo produto está vocacionado para satisfazer o aumento da procura deste tipo de viaturas pelos setores da distribuição, dos correios, do transporte expresso, da logística, dos reboques e do transporte de passageiros. O MAN TGE, que tem como irmão ‘gémeo’ o novo Volkswagen Crafter, é proposto numa gama ampla de derivativos, que inclui furgões de mercadorias, kombis de passageiros, chassis-cabina simples, chassis-cabina dupla, minibuses, com pesos brutos das 3,5 às 5,5 toneladas. Para responder às diferentes necessidades dos clientes, este modelo é disponibilizado em duas distâncias entre-eixos, três alturas de teto e três

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comprimentos de carroçaria. Com base naquelas diferentes combinações é possível à marca alemã disponibilizar furgões de mercadorias com volumes úteis de carga até 18,4 m3. Em função do peso bruto, o MAN TGE é proposto com tração dianteira, traseira ou integral e com rodado traseiro simples ou duplo. A nível mecânico, este modelo recebe o motor diesel 2.0 TDI da Volkswagen, que está disponível em níveis de potência de 102 CV, 122 CV, 140 CV e 177 CV, podendo ser associado a uma caixa manual de seis velocidades ou a uma transmissão automática de oito relações. O MAN TGE recebe vários sistemas de segurança e conforto para proteger o motorista e os ocupantes, casos, por exemplo, do Sistema de Assistência à Travagem de Emergência (EBA), incluído de série, e o Cruise Control Adaptativo com Regulação de Distância (opção). Com um baixo valor do coeficiente aerodinâmico de cW de 0,33, um consumo de combustível baixo para o segmento e reduzidos custos de reparação e manutenção, o novo MAN TGE apresenta um Custo Total de Propriedade (TCO) competitivo, segundo refere a marca.

Igualmente valorizado pelo mercado profissional valorizado consiste na oferta de um serviço completo de após-venda, que inclui contratos de reparação e manutenção flexíveis, extensões de garantia, um serviço de assistência de 24 horas, assim como marcações de serviços de oficina flexíveis e horários de abertura alargados. A primeira unidade do MAN TGE, que saiu da linha de montagem de Wrzesnia, foi num furgão de teto alto, com seis metros de comprimento, volume útil de carga de 10,7 m3, peso bruto de 3,5 toneladas e motor 2.0 TDI de 140 cv. “A nossa recente fábrica em Wrzesnia está a estabelecer novos padrões de qualidade” refere Jens Ocksen, diretor executivo da Volkswagen Poznan. “Os veículos passam por uma vasto escrutínio de testes de qualidade. A estabilidade dimensional da própria carroçaria é repetidamente verificada durante o processo de montagem por lasers automáticos e câmaras digitais em diversas estações geométricas. Assim estou muito feliz por fornecer à marca MAN um modelo com tanto valor acrescentado como tem esta primeira TGE”, acrescenta. A MAN Truck & Bus tem como objetivo vender cerca de 20 mil unidades do modelo TGE. /


RENAULT ALASKAN

FINAL DO ANO NA EUROPA

IVECO

A

Renault vai iniciar a comercialização da sua primeira pick-up de uma tonelada de carga útil, na Europa, no final de 2017. O Alaskan já está à venda na América Latina desde o final do ano passado, uma vez que a marca francesa decidiu privilegiar mercados emergentes onde as pick-up têm uma maior procura. O Renault Alaskan possui um chassis em escada reforçado, que permite uma elevada capacidade de carga, estando equipado com uma suspensão traseira multibraço, a qual, segundo a marca, garante uma excelente manobrabilidade e um elevado desempenho em estrada, assim como um assinalável conforto para todos os passageiros. A elevada altura ao solo e as quatro rodas motrizes, com transmissão integral permanente, possibilitam ultrapassar quase todos os obstáculos em fora de estrada ou em condições de aderência difícil, casos de pisos com gelo, neve, lama ou areia. Para condições extremas de condução está disponível um sistema de diferencial autoblocante eletrónico nas quatro rodas (eLSD), sendo ainda possível bloquear o diferencial traseiro em situações ainda mais difíceis de condução. Para otimizar o consumo de combustível, o Renault Alaskan oferece um modo de duas rodas motrizes para condução em estrada.

FÁBRICA DE MADRID DISTINGUIDA

A

fábrica Iveco de Madrid é a primeira unidade de produção do Grupo CNH Industrial a obter a distinção ‘Gold Level’ no âmbito do programa ‘World Class Manufacturing”, que é um dos padrões mais elevados da indústria a nível global em termos de unidades de produção e processos de produção. Com a obtenção deste resultado, esta fábrica da Iveco passou a ser aquela com a cotação mais elevada em termos de excelência de produção, entre as 64 unidades fabris do Grupo. Os melhores resultados de sempre nesta autoria da “World Class Manufacturing” foram alcançados na sequência dos melhoramentos que foram sendo introduzidos ao longo dos anos, designadamente em segurança, nos padrões de qualidade nos processos e serviço. Além disso, os enormes melhoramentos introduzidos na fábrica em termos ambientais resultaram numa redução de 53% nas emissões de CO2 , por cada veículo produzido e na reciclagem de 99% dos resíduos produzidos nas instalações.

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PACOTE (QUASE) COMPLETO Para operações que impliquem uma velocidade comercial mais elevada, a Citroën disponibiliza uma versão do Jumpy, que combina um motor de 150 CV e um equipamento completo, por uma renda de 308,91 euros TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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o âmbito da renovada gama de veículos comerciais médios da Citroën ocorrida no ano passado, uma das versões disponibilizadas é a de chassis médio e teto normal. Isto traduz-se num veículo com um comprimento exterior de 4,89 metros, uma largura de 1,92 metros e uma altura de 1,89 metros, o que permite movimentar-se com facilidade em ambiente urbano e aceder à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos. O compartimento de carga do Citroën Jumpy Furgão M oferece um volume útil de carga de 5,3 m3, graças à combinação de um comprimento interno de 2,51 metros, uma altura de 1,39 metros e

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uma largura de 1,63 metros, sendo de 1,25 metros entre as cavas das rodas. De referir, que o espaço de carga desta versão permite receber três europaletes. O acesso é assegurado por portas traseiras de batente e por uma porta lateral deslizante A unidade ensaiada contava com a opção Moduwork, disponível por 350 euros, que permite ampliar o volume útil de carga para 5,8 m3. O banco lateral do passageiro pode ser levantado e em conjunto com um sistema de abertura na divisória entre a cabina e o compartimento de carga, permite o prolongamento deste último em 1,16 metros, permitindo transportar objetos mais longos. O Moduwork possibilita ainda a transformação do habitáculo num verdadeiro escritório móvel, uma vez que o assento central pode baixar, transformando-se numa mesa giratória com uma banda aderen-

te para suportar objetos, como computadores portáteis ou tablets. O habitáculo também mereceu uma atenção especial por parte dos responsáveis da Citroën. A posição de condução é elevada, assegurando uma bom domínio da estrada. O banco do condutor dispõe de apoio de braços, sendo regulável em altura e longitudinalmente. O painel de instrumentos, ligeiramente sobreelevado, oferece uma boa leitura, transmitindo informações relativas ao regime de rotação do motor, velocidade instantânea, indicadores do nível de temperatura do óleo e do combustível, entre outros. A consola central pode integrar um ecrã tátil de sete polegadas, que permite gerir o rádio, o telefone e a navegação. No que se refere ao equipamento de conforto, o novo Jumpy veio demonstrar que um


CITROËN JUMPY FURGÃO M CONFORT 2.0 BLUEHDi 150

AOV A Citroën propõe um contrato de aluguer de longa duração para o Jumpy Furgão M Confort 2.0 BlueHDi 150 CV pelo valor mensal de 308,91 euros, com IVA incluído

150 CV

potência máxima

5,3 M

3

Volume útil de carga

8,0 L/100 km Consumo de combustível

2,51 M

Consumo médio

veículo comercial não tem de ser espartano e desconfortável como era típico deste tipo de viaturas no passado. Um exemplo disso é a unidade ensaiada, um Jumpy M Confort, que oferece um pacote de equipamento quase completo. Pena é que quase tudo seja opcional. A dotação de série inclui auto-start stop, fecho central de portas, retrovisores elétricos, sensores de estacionamento traseiros e pack visibilidade, com limpa pára-brisas automático, acendimento automático dos faróis, faróis de nevoeiro e pára-brisas acústico. Entre os equipamentos propostos em opção destaque para a porta lateral deslizante elétrica (300€), o ar condicionado automático bizona (300€), o sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro, com verificação do ângulo morto, ecrã tátil de sete polegadas na consola central, MirrorLink, retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente (1000€), câmara de visão traseira (250€), acesso e arranque mãos livres (1450€), sistema de navegação (650€), deteção de baixa pressão dos pneus (150€). O sistema de alerta de transposição involuntária da faixa de rodagem, que inclui leitura dos painéis de velocidades e alerta de atenção do condutor, é proposto por 975€, enquanto o regulador de velocidade adaptativo, com Active Safety Brake, custa 1375€.

PVP 30510€ (36950€ unidade ensaiada) // MOTOR 4 CIL; 1997 CC; 150 CV; 4000 RPM // BINÁRIO 370 NM // TRANSMISSÃO DIANTEIRA // 6 VEL Man // PESO 1808 KM // COMP./LARG./ALT. 4,89/1,1,92/1,89 m // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3,27 M // CAPAC CARGA 918 KG // DESEMPENHO 13,3 s // 170 KM/H VEL. MÁX // CONSUMO 5,3 (8,0*) // EMISSÕES CO2 139 G/KM // IUC 52,00 € *As nossas medições

MOTOR / EQUIPAMENTO

CONSUMOS / OPCIONAIS

A nível mecânico, uma das motorizações disponibilizadas pela Citroën é a 2.0 BlueHDi de 150 CV, que se revelou bastante interessante de utilizar, não só em termos de acelerações como de recuperações, que são fatores determinantes para quem necessita de uma velocidade comercial mais elevada com o veículo carregado. A caixa manual de seis velocidades, precisa e bem escalonada, também permite tirar o melhor partido da capacidade do motor. O consumo de combustível durante o ensaio rondou os 8,0 l/100 km, um valor um pouco acima dos 5,3 l/100 km anunciados pela marca. Todavia, o veículo também pesa mais de 1,8 toneladas em vazio. Para garantir um máximo de conforto em carga ou em vazio, o Jumpy possui um sistema passivo que permite fazer variar a suspensão em função da estabilidade do veículo, sendo constituído por molas de rigidez variável e amortecedores com regulação variável de acordo com a carga. Quanto a preços, a versão Confort do Citroën Jumpy 2.0 BlueHDi 150 é proposta a partir dos 30150 euros, podendo atingir ou ultrapassar os 36950 euros da unidade ensaiada. Para operações de distribuição, com todo o conforto e uma velocidade comercial mais elevada não deixa de ser uma solução interessante. /

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COMERCIAIS

ISUZU D-MAX LS 4X4

NOVOS ARGUMENTOS Com o novo motor diesel de 1,9 litros, a pick-up da Isuzu ganhou competitividade face aos principais concorrentes ao baixar os custos totais de propriedade TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO

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arca de referência no universo das pick-ups, a Isuzu tinha uma presença residual no subsegmento das cabinas duplas, uma vez que o seu produto era fortemente penalizado a nível fiscal face aos principais concorrentes. Com a introdução de um novo motor turbodiesel, estas versões da D-Max tornaram-se mais competitivas, graças aos custos de utilização mais baixos. O novo motor de 1,9 litros, que vem substituir o anterior de 2,5 litros, é mais económico e cumpre a norma de emissões Euro

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6, recorrendo apenas à tecnologia EGR (recirculação dos gases de escape), a qual dispensa a utilização do aditivo AdBlue. Por outro lado, a nova D-Max beneficia ainda da perda de competitividade de alguns dos modelos mais vendidos deste segmento, que passaram a estar disponíveis com motores de maior cilindrada, alguns mesmo com 3 ,0 litros. A conjugação destes fatores levou algumas gestoras de frotas a incluir a Isuzu D-Max no portefólio de modelos propostos aos clientes que solicitam cotações para esta tipologia de veículos. As pick-ups continuam a ser procuradas pelas empresas, uma vez que permitem aceder a locais mais difíceis, transportando pessoas e equipamentos.

Em termos de carroçaria de cabina dupla, a Isuzu propõe versões de trabalho (L) e de lazer (LS) para a D-Max, e tração traseira (4x2) ou integral. Todas estas variantes contam com um equipamento de série de segurança ativa e passiva bastante completo, que inclui seis airbags, sistema de anti-bloqueio das rodas (ABS) com sistema de distribuição do esforço de travagem (EBD), auxiliar de arranque em subida. No que se refere ao conforto, a nova D-Max disponibiliza o ar condicionado manual, o fecho central de portas e os quatro vidros elétricos. A versões LS, que correspondem à unidade ensaiada, contam ainda com cruise control, retrovisores elétricos retráteis, sistema de áudio de 7”, bancos em tecido, painel de instrumentos eletroluminiscente.


ISUZU D-MAX LS 4X4

PVP 37500 € // MOTOR 4 CIL; 1998 CC; 164 CV; 3600 RPM // BINARIO 360 NM // TRANSMISSÃO 4WD (Part time); 6 VEL Man // PESO 1990 kg // COMP./LARG./ALT. 5,29/1,86/1,79 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3,09 // MALA 1010 KG // DESEMPENHO 13,0s 0-100 KM/H; 180 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 7,0 (8,5*) // EMISSÕES CO2183 G/KM // IUC 52,00€ *As nossas medições

PRESTAÇÕES FORA DE ESTRADA

HABITÁCULO ESPAÇOSO A versão LS da pick-up da Isuzu possui bancos em tecido e vários espaços para arrumação, incluindo um compartimento entre os bancos dianteiros. Espaço não falta no interior

No capítulo mecânico, a nova D-Max recebeu a nova cadeia cinemática constituída pelo citado motor turbodiesel common rail, que desenvolve uma potência de 164 CV, e uma nova caixa manual de seis velocidades, com relações mais curtas. Esta combinação permite retirar o melhor partido de um binário máximo de 360 Nm, que está disponível entre as 2000 e as 3500 rpm. A resposta às solicitações do acelerador é bastante rápida, enquanto o consumo, em condições normais de utilização, se situa nos 8,5 l/100 km. Comparativamente com a versão com caixa automática “LS 4x4 On Board”, esta variante de caixa manual permite uma poupança de aproximadamente 1,5 l/100 km/h. Esta transmissão, porém, poderia ser mais

CAIXA VELOCIDADES / SUSPENSÃO

precisa. Pela negativa há que destacar igualmente o comportamento da suspensão, com o veículo em vazio, que se revelou demasiado dura, penalizando o conforto a bordo. Este caso muda de figura em fora de estrada, onde a D-Max 4x4 LS não tem dificuldades em ultrapassar os obstáculos mais difíceis. Para desempenho em todo-o-terreno oferece um ângulo de ataque de 30º e um ângulo de saída de 22,7º. Para otimizar a prestação em declives mais acentuados disponibiliza o sistema de assistência em descidas (HDC). Quanto a preços, a Isuzu D-Max Cabina Dupla 4x4 LS, com cinco lugares, é proposta por 37500 euros. Existe ainda uma variante deste modelo, com apenas três lugares, que está disponível por 30000 euros. /

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COMERCIAIS

GRUPO PSA

MAIS PROPOSTAS ELÉTRICAS O Grupo PSA vai introduzir versões elétricas das variantes de passageiros dos modelos Citroën Berlingo Multispace e Peugeot Partner Tepee. Apresentados no Salão de Genebra, chegam em setembro TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

gama de veículos elétricos do Grupo PSA vai ser reforçada com a introdução de versões de passageiros dos modelos Citroën Berlingo Multispace e Peugeot Partner Tepee. As novas variantes foram concebidas para uma clientela que pretende conciliar a mobilidade elétrica com a versatilidade das atividades do dia-a-dia, tanto no plano pessoal como profissional. Um dos argumentos dos novos Citroën E-Berlingo Multispace e Peugeot Partner Tepee Electric é a versatilidade, uma vez que possibilitam o transporte de cinco pessoas num interior espaçoso e multifuncional, assim como objetos volumosos. O habitáculo oferece várias possibilidades de configurações dos bancos e da carga, desde os cinco passageiros a bordo e um volume útil da bagageira de 1350 litros até aos 3000 litros, com a retirada dos bancos da segunda fila. As novas propostas de passageiros do Grupo PSA vêm equipadas com um motor elétrico compacto, do tipo síncrono de ímanes perma-

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nentes de 49 kW (67 cv)/200 Nm, que está instalado sob o capô. Os dois packs de baterias de iões de lítio, de elevada densidade energética e com uma capacidade de 22,5 kWh, estão colocados no fundo da viatura, em cada um dos lados do trem traseiro. Esta localização assegura um centro de gravidade baixo, beneficiando o comportamento dinâmico e a maneabilidade, além de preservar a habitabilidade e o volume da bagageira. Para se adaptar às necessidades quotidianas dos utilizadores, estão disponíveis dois modos de carregamento das baterias: standard, numa tomada doméstica clássica (a 8 A ou 10 A, consoante o país) ou protegida Green Up (a 14 A). Uma recarga completa (bateria vazia) é então feita em 8h30, 12h ou 15h, consoante a amperagem da tomada; Rápido com a ficha CHAdeMO (a 95 A), recuperando em apenas 30 minutos 80% da capacidade da bateria. Estes veículos elétricos do Grupo PSA disponibilizam ainda funções controladas à distância a partir de um smartphone, tablet ou computador: programação do aquecimento ou da climatização do habitáculo; conhecimento do estado da carga da bateria; estimativa da duração da recarga.

O equipamento de série inclui o limitador de velocidade, o sistema de deteção de perda de pressão dos pneus, o controlo eletrónico de estabilidade (ESC), em conjunto com o auxílio ao arranque em subida, o ar condicionado manual, o rádio CD MP3, as duas portas laterais deslizantes e a regulação em altura do banco do condutor. O utilizador tem ainda ao seu dispor um grande ecrã tátil de sete polegadas no centro do painel de bordo. Disponível de série desde o segundo nível de equipamento, permite aceder às seguintes funções: computador de bordo, rádio AM/FM, leitor de ficheiros de música a partir de dispositivos portáteis, telefone mãos-livres e navegação. Integra ainda o melhor da conectividade embarcada: Bluetooth, entrada USB, ficha AUX e a função MirrorScreen. A partir de um smartphone compatível Mirrorlink ou Apple Carplay, o MirrorScreen permite duplicar o melhor das suas aplicações móveis no grande ecrã tátil do veículo, de maneira a usá-las facilmente e com toda a segurança. Já a navegação, disponível em opção, integra a exibição dos limites de velocidade informações de trânsito. /


AGENDA FISCAL

BENEFÍCIOS FISCAIS

COMO POUPAR NO IRC A dedução por lucros retidos e reinvestidos é o tema central da segunda parte do artigo sobre o pacote de benefícios fiscais atualmente em vigor que permite às empresas poupar no IRC. As empresas beneficiárias, as condições que devem ser cumpridas e as aplicações relevantes são explicadas detalhadamente. TEXTO PAULO LUZ CEO TCAGEST

PARTE II DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR) A DLRR traduz-se numa medida de incentivo às PME que permite a dedução à coleta do IRC dos lucros retidos que sejam reinvestidos, em aplicações relevantes. EMPRESAS BENEFICIÁRIAS Todos os sujeitos passivos de IRC residentes em território português, bem como os sujeitos passivos não residentes com

estabelecimento estável, que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola. CONDIÇÕES Os sujeitos passivos de IRC devem cumprir cumulativamente os seguintes requisitos: • Sejam micro, pequenas e médias empresas (DL 372/2007) • Disponham de contabilidade organizada • O lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos ou indiciários • Inexistência de dívidas ao Fisco e Segurança Social.

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AGENDA FISCAL APLICAÇÕES RELEVANTES Consideram-se aplicações relevantes os ativos fixos tangíveis, adquiridos em estado de novo, com exceção de: • Terrenos, salvo no caso de se destinarem à exploração de concessões mineiras, águas minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em projetos de indústria extrativa • Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo quando afetos a atividades produtivas ou administrativas • Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, barcos de recreio e aeronaves de turismo • Artigos de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro afeto a exploração turística • Ativos afetos a atividades no âmbito de acordos de concessão ou de parcerias público-privadas celebrados com entidades do setor público Considera-se investimento realizado em aplicações relevantes o correspondente às adições, verificadas em cada período de tributação, de ativos fixos tangíveis e bem assim o que, tendo a natureza de ativo fixo tangível e não dizendo respeito a adiantamentos, se traduza em adições aos investimentos em curso. Não são consideradas as adições de ativos que resultem de transferências de investimentos em curso. Aos ativos adquiridos em regime de locação financeira, a dedução prevista neste regime, é condicionada ao exercício da opção de compra pelo sujeito passivo no prazo de 5 anos contados da data da aquisição. As aplicações relevantes devem ser detidas e contabilizadas durante um período mínimo de 5 anos. Os benefícios fiscais previstos neste regime, apenas são aplicáveis relativamente a investimentos iniciais, considerando-se como tal os investimentos relacionados com a criação de um novo estabelecimento, o aumento da capacidade de um estabelecimento já existente, a diversificação da produção de um estabelecimento no que se refere a produtos não fabricados anteriormente nesse estabelecimento, ou uma alteração fundamental do processo de produção global de um estabelecimento existente. INCENTIVO FISCAL Dedução à coleta, nos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2014, até 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos, no prazo de dois anos contado a partir do final do período de tributação a que correspondem os lucros retidos. Esta dedução é efetuada até à concorrência de 25% da coleta do IRC. O montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos, em cada período de tributação, é de 5.000.000 €, por sujeito passivo. CUMULAÇÃO • Não é cumulável, relativamente às mesmas aplicações relevantes elegíveis, com quaisquer outros benefícios fiscais ao investimento da mesma natureza. • A DLRR é cumulável com o regime de benefícios contratuais e com o RFAI. RESERVA ESPECIAL • Os sujeitos passivos que beneficiem da DLRR devem proceder à constituição, no balanço, de reserva especial correspondente ao montante dos lucros retidos e reinvestidos. • A reserva especial a que se refere o número anterior não pode

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ser utilizada para distribuição aos sócios antes do fim do quinto exercício posterior ao da sua constituição, sem prejuízo dos demais requisitos legais exigíveis. • A dedução deve ser justificada por documento a integrar o Dossier Fiscal, que identifique discriminadamente o montante dos lucros retidos e reinvestidos, as aplicações relevantes objeto de reinvestimento, o respetivo montante e outros elementos considerados relevantes. •Evidenciação do imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução da DLRR, mediante menção do valor correspondente no anexo às demonstrações financeiras relativa ao exercício em que se efetua a dedução. INCUMPRIMENTO • A não concretização da totalidade do investimento até ao termo do prazo de 2 anos previsto implica a devolução do montante de imposto que deixou de ser liquidado na parte correspondente ao montante dos lucros não reinvestidos, ao qual é adicionado o montante de imposto a pagar relativo ao segundo período de tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais • A não constituição da reserva especial, implica a devolução do montante de imposto que deixou de ser liquidado, ao qual é adicionado o montante de imposto a pagar relativo ao segundo período de tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais • A utilização da reserva especial para distribuição aos sócios antes do fim do 5ª exercício posterior ao da sua constituição, implica a devolução do montante de imposto que deixou de ser liquidado correspondente à parte da reserva que seja utilizada, ao qual é adicionado o montante de imposto a pagar relativo ao segundo período de tributação seguinte, acrescido dos correspondentes juros compensatórios majorados em 15 pontos percentuais. Como fica patente, é de elevada importância um correto e atempado planeamento fiscal nestas matérias, porque pode trazer grandes vantagens competitivas às empresas e torna-as mais fortes. /




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