#10 ABRIL 2018
ROBERTO FONSECA ARVAL PORTUGAL
“TEMOS O MELHOR RENTING”
VW ARTEON 2.0 TDI
QUALIDADE SUPERIOR TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA: 27.5% // MOTOR DE 150 CV // BAIXOS CUSTOS
PEUGEOT 508 MUDANÇA RADICAL
NISSAN LEAF VANTAGENS PARA AS EMPRESAS MERCEDES-BENZ CLASSE A
QUARTA GERAÇÃO CHEGA EM MAIO NOVA PLATAFORMA // MOTOR 1.4 DE 163 CV
SUMÁRIO
#10
ABRIL 2018 NOVOS MODELOS
NOVOS MODELOS
16 Mercedes CLS
8 Mercedes Classe A 10 Jaguar E-Pace 12 Honda Civic Diesel TENDÊNCIAS
20 Rumo às emissões zero CARRO DO MÊS
48 Mini Cooper D Clubman 2.0 150 CV
24 Volkswagen Arteon PERSPETIVA
30 Roberto Fonseca: “Arval ambiciona ser a melhor empresa de renting em Portugal” RENT-A-CAR
70 Congresso ARAC COMERCIAIS
72 Mercedes Sprinter 2018 74 Fiat Tipo Van 76 Nissan Navara CD 3 Lug 78 Volkswagen Caddy 1.4 TGi RADAR
68 Peugeot Portugal GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO
40 BMW X2 xDrive 20D 44 Volvo XC40 D4 R-Design 52 Audi A4 Avant 2.0 TDI 150 4
TURBO FROTA ABRIL 2018
AGENDA FISCAL
81 As vidas do PEC em sede de IRC 54 Kia Sorento 2.2 CRDI 4X4 AUT 56 Hyundai i30 Fastback 1.4 T-GDi
EDITORIAL
BRISAS DE MUDANÇA
H
á leves sinais de mudança no mercado automóvel nacional que, aproveitando uma conjuntura económica, no mínimo, psicologicamente desanuviada, parece estar a mover-se em direção a novas realidades. Comecemos por uma base sólida, banal até, mas que não merece contestação: o mercado automóvel, em Portugal, está “refém” – num sentido meramente figurado e sem qualquer carga pejorativa – das vendas “profissionais” (empresas e rent-a-car) que valem 60%. Basta, pois, estes três quintos do mercado mudarem de direção para arrastarem todo um setor com eles. Há duas áreas em que se tem assistido a movimentações interessantes e que poderão ser o anúncio de novos paradigmas, num futuro mais ou menos próximo. Por um lado, na aquisição dos automóveis pelas empresas, se o “leasing” continua a dar cartas, o “renting” começa a ganhar um peso apreciável. Tem a seu favor uma série de serviços integrados que permitem apresentar não só o automóvel como toda a sua utilização, ao longo da vida do contrato, tipo “chave na mão”. E isso não só tem agradado às empresas, como até já está a conquistar os particulares que dão cada vez menos importância ao sentimento de posse, àquela coisa de ficar com o carro no final do contrato, pagando o valor residual. Por outro lado, vamos assistindo a uma adesão crescente das empresas às frotas de veículos elétricos. Sejamos intelectualmente honestos, na esmagadora maioria dos casos a decisão é tomada por critérios exclusivamente economicistas, pelos baixíssimos custos de utilização e manutenção dos veículos elétricos. Ambientalmente, é como se se escrevesse direito por linhas tortas, chega-se lá mesmo se não fosse esse o principal motivo… São movimentos ainda ténues, é verdade, mas com evoluções positivas e consistentes, o que permitem ter esperança que se tornem tendências com futuro bem concreto. Sopram ventos de mudança no mercado nacional? Bem, por enquanto talvez ainda sejam apenas suaves brisas… Mas bem promissoras!
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TIRAGEM 4500 EXEMPLARES ISENTA DE REGISTO NA ERC AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART.O 12º Nº 1 A. DEPÓSITO LEGAL N.º 415871/16 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
NOVOS MODELOS
MERCEDES CLASSE A
PROMETE SURPREENDER A quarta geração do Mercedes Classe A promete revolucionar um segmento onde as marcas premium têm vindo a ganhar protagonismo, designadamente num mercado de empresas que cada vez tem maior expressão nas vendas totais. Diferente no conteúdo, uma das novidades é o novo motor 1,4 litros de 163 cv… TEXTO MARCO ANTÓNIO
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A 200 163 cv
Híbrido Plug in com 240 cv em 2018
Elétrico em 2020
assadas todas estas gerações, a quarta edição de uma das gamas mais conhecidas da Mercedes é o corolário de uma história que, tendo começado mal, cedo se afirmou como um dos modelos mais promissores da sua classe. Embora mantenha os mesmos traços, a utilização de uma plataforma nova garantiu o aumento das dimensões exteriores com destaque para o comprimento (12 cm), a largura (2 cm) e a altura (1 cm). Aumento que se reflete num interior mais desafogado que também se destaca por ser inovador. A principal novidade refere-se à completa digitalização, tendência que a Mercedes estreou (obviamente...) no Classe S, para depois estender ao Classe E e agora ao Classe A. O sistema é composto por dois painéis que assumem três combinações possíveis conforme o tamanho de cada um – dois painéis de 7 polegadas, um de 7 e outro de 10,25 polegadas e finalmente dois de 10,25 polegadas. Entretanto, o sistema multimédia, suportado por uma das 3 combinações, estreia o sistema MBUX (MercedesBenz User Experience) que, mediante um algoritmo, faz leituras das reações do condutor, de forma a dar-lhe uma série de indicações úteis para a condução. O Mercedes Classe A é o primeiro carro do seu segmento a ter uma instrumentação totalmente digital, além de outros destaques num interior distinto. É o caso do desenho das saídas da climatização, inspirado nas turbinas dos aviões, enquanto a luz ambiente, que usa a tecnologia LED, é nova e configurável, podendo assumir 64 cores possíveis. Estas são as principais novidades de um interior mais espaçoso e confortável de um modelo que tem como principais concorrentes o Série 1 da BMW, o A3 da Audi e o V40 da Volvo, além de um “batalhão” de modelos generalistas. O equipamento é vasto, nomeadamente no domínio da segurança, onde não faltam ajudas à condução. A Mercedes disponibiliza, de série, os sistemas que mais se democratizaram nos últimos tempos, ainda que melhorados, como a travagem de emergência na cidade com reconhecimento de peões ou o “Attention Assist”, que emite sinais acústicos e visuais sempre que se apercebe que o condutor não está atento à condução. O detetor de ângulo morto passou a estar calibrado para detetar ciclistas, enquanto o alerta de mudança involuntária de faixa é mais atuante, conseguindo encaminhar o Classe A para a trajetória certa. O sistema Distronic, que combina o cruise control ativo com a manutenção na faixa, funciona agora até aos 210 km/h. Outra ajuda interessante é o assistente de manobra evasiva
ao mover ligeiramente a direção para facilitar o controlo do carro. Os faróis destacam-se num desenho da frente que não difere muito do da anterior geração, podendo ser de dois tipos: os normais de LED e os Multibeam LED (opção) composto por 18 LED e com uma gestão inteligente de forma a criar zonas de luz e sombra para não encandear outros condutores, quer circulem no mesmo sentido ou em sentido contrário. Numa primeira fase de comercialização o Classe A terá dois motores a gasolina (A200 e A250) e um diesel (A180d). Mais tarde a gama alarga-se ao A220 e A160 bem como a versões 4 Matic. Está igualmente prevista uma versão hibrida de 240 cv em 2019 e um elétrico em 2020 com uma autonomia nunca inferior a 500 km! O motor da versão A200 (1,4 litros de 163 cv) é novo e foi desenvolvido em colaboração com a Renault. Fabricado pela Mercedes, este pequeno motor, que entre outras tecnologias possui um sistema que desativa dois dos quatro cilindros com o objetivo de reduzir consumos e emissões, será utilizado pela Mercedes e pela Renault. A motorização do A250 é a mesma com alterações significativas que reduzem o atrito interno e as vibrações (veio de equilíbrio), enquanto o turbo passou a ter uma válvula reguladora da pressão controlada eletronicamente quando antes era mecânica. A potência desta versão é de 224 cv, mais 6 cv. A única versão diesel continua a ter o mesmo motor, desenvolvido pela Renault, agora ligeiramente mais potente ao passar dos anteriores 109 cv para 116 cv. Em função da versão, a transmissão pode ser manual de 6 velocidades ou automática de 7 velocidades, tendo esta última duas versões, porque se o A250 utiliza a mesma caixa, já o A200 e o A180d contam agora com uma caixa desenvolvida pela Gertrag que, entre outras virtudes é mais leve e tem um melhor rendimento. A suspensão traseira tanto pode ser semi-independente como totalmente independente (multibraços), podendo esta ser também regulável de acordo com os programas do sistema “Dynamic Select”. Com a comercialização agendada para o próximo mês de maio, os preços ainda não estão definidos, mas acreditamos que não poderão andar muito longe dos propostos para o anterior modelo, tendo em conta que a Mercedes quer continuar a liderar as vendas e as preferências de muitas empresas, perante as quais se apresenta com custos de utilização e manutenção baixos quando comparados com os seus adversários mais diretos. /
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NOVOS MODELOS
JAGUAR E-PACE
FORA DO BARALHO O Jaguar E-Pace é uma carta fora do baralho num segmento dominado pelos construtores alemães. A imagem desportiva e a dinâmica apurada permitem-lhe destacar-se daquela concorrência TEXTO RICARDO MACHADO
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a esteira do sucesso do F-Pace, a Jaguar aventura-se nos SUV compactos, território tradicionalmente dominado pelos construtores alemães. Com 4,40 metros de comprimento e o estilo contemporâneo da Jaguar, o novo E-Pace vem agitar um mercado onde concorrentes como o Audi Q3, o BMW X1 ou o Mercedes GLA começam a acusar a idade. Os novos BMW X2 e Volvo XC40 acabam por ser os rivais mais diretos, em termos de novidade. Ao contrário do que a vogal inicial possa sugerir, o E-Pace não é elétrico. Esse será o I-Pace. O Jaguar E-Pace é um crossover tradicional de cinco lugares, desenvolvido sobre a plataforma do Range Rover Evoque. Solução que o transforma no primeiro Jaguar a utilizar apenas motores transversais e a ter tração dianteira, desde o mal-amado X-Type. Mas nem só de tração dianteira vive o E-Pace. Essa é uma “limitação” necessária para a versão de acesso, o diesel de dois litros, quatro cilindros e 150 cv, homologar uma média de 4,7 l/100 km e fixar o preço nos 45.379 €. Com a mesma arquitetura, mas trocando o gasóleo por gasolina, a gama começa nos 53.772 € do E-Pace P250 de 249 cv. Pertencentes à família Ingenium, todas as motorizações têm quatro cilindros e dois litros de capacidade. A versão base é a única com tração dianteira e caixa manual de seis velocidades. Todas as outras versões têm tração integral e, com exceção do diesel de 180 cv que também pode ter transmissão manual, caixa automática de nove velocidades. À versão diesel de 150 cv juntam-se uma de 180 cv e outra de 240 cv. Para além da versão de entrada a gasolina, há outra com 300 cv. ESPÍRITO JAGUAR Mais do que simplesmente herdar a plataforma do Range Rover Evoque, a Jaguar acrescentou-lhe pormenores especiais. Sem muito a fazer quanto ao aço, que constitui a base da arquitetura e faz com que o pequeno E-Pace
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seja cerca de 100 kg mais pesado que o F-Pace equivalente com plataforma em alumínio, a marca do felino focou-se na dinâmica. Monta suspensões independentes nos dois eixos, com amortecimento adaptativo como opção. Utiliza ligações rígidas entre o subchassis dianteiro e a plataforma, de modo a melhorar a comunicação da direção, enquanto atrás recorre a um esquema multibraço específico denominado Integral Link. As parecenças com o irmão mais velho não se limitam ao exterior. Por dentro há uma reinterpretação natural do desenho do F-Pace. Áreas de condutor e passageiro perfeitamente delineadas, com a consola central em cascata a servir de fronteira física. A elegância do desenho e o cuidado com a montagem transmitem uma sensação premium, mesmo quando algumas combinações de materiais não nos parecem as mais felizes. Tudo depende das combinações entre os níveis de equipamento base (Standard, S, SE, HSE) com o pack R-Dynamic. Plena de regulações, a posição de condução é fácil de ajustar, com o desenho esculpido dos bancos dianteiros a permitir sentar quatro adultos de estatura média sem problemas de espaço para as pernas dos que viajarem atrás. O portão traseiro, cuja abertura pode ser elétrica, revela uma bagageira com 557 litros de capacidade. Número apenas ultrapassado pelos 560 litros do Audi Q3. Dos primeiros quilómetros percorridos com o E-Pace resultam duas ideias: o novo crossover da Jaguar é pesado e foi afinado para condução dinâmica. Juntando os ocupantes, são quase duas toneladas em movimento e isso sente-se com particular intensidade no arranque. Depois, entre as jantes de 20’’ e a suspensão, necessariamente firme para compensar o centro de gravidade elevado, o conforto não está ao nível do que a Jaguar nos habituou. Rápida e comunicativa, para crossover, a direção convida a explorar a dinâmica do E-Pace. O controlo de movimentos é elevado, com o consequente corte no conforto. /
JANTES DE 20’’ As jantes de 20’’ são as que assentam melhor ao E-Pace. Um problema na hora de mudar os pneus… Todos os E-Pace têm quatro modos de condução: Normal; Dynamic; Eco; Chuva, gelo e neve. O ecrã tátil de 10’’ Touch Pro ainda não tem função de espelho para smartphones
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NOVOS MODELOS
HONDA CIVIC 1.6 I-DTEC
MAIS POUPADO Revisto e melhorado, o motor 1.6 i-DTEC da Honda mantém os 120 cv, mas baixa os consumos para os 3,4 l/100 km. Uma excelente opção para o Civic TEXTO RICARDO MACHADO
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fase áurea do diesel pode já ter passado, mas os dias do gasóleo estão longe do fim. Estima-se que daqui a três anos um terço do mercado continue a queimar aquele combustível. Razão mais que suficiente para a Honda investir numa revisão do motor 1.6 i-DTEC. Parece uma intervenção menor, visto que mantém os 120 cv e 300 Nm às 2000 rpm. Mas não foi. Confiante de que este nível de potência é o mais adequado e procurado pelo segmento, a Honda concentrou-se nas emissões. Como resultado, os 100 g/km da versão anterior converteram-se em 91 ou 93 g/km, conforme a carroçaria tenha, respetivamente, quatro ou cinco portas. Para o cliente nacional, esta revisão ao bloco de quatro cilindros diesel significa que a partir de abril vai poder adquirir um Honda Civic 1.6
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i-DTEC de cinco portas por 27.300€. A média anunciada de 3,5 l/100 km é prometedora. Mas pode ser melhor. Basta optar pela carroçaria sedan e a média anunciada baixa para 3 ,4 l/100 km. Como chega um mês mais tarde, o Civic 1.6 i-DTEC de quatro portas ainda não tem preço definido. MAIS LEVE Embora os números não o transmitam, as alterações ao motor 1.6 i-DTEC são profundas. Mais do que a otimização da estrutura do bloco e da cabeça do motor em alumínio, que permitiu emagrecer 280 gramas, foi a substituição dos pistões em alumínio por outros em aço forjado que representa um avanço significativo. Reduzindo as perdas por arrefecimento, o aço permite uma gestão térmica mais eficiente, a qual possibilita que a cabeça do
motor seja mais estreita e leve sem comprometer a fiabilidade. Nem a cambota escapou à revisão, sendo agora mais esguia e leve, sem comprometer a resistência. No meio do caos organizado que carateriza o trânsito da capital italiana, o Civic 1.6 i-DTEC mostrou-se tão agradável de utilizar como sempre. Dinâmico nos regimes médios e sempre pronto a recuperar velocidade para fintar as motos ou defender a posição nas constantes filas de trânsito. A Honda afirma que os pistões de aço reduzem a frequência de ressonância do motor, diminuindo o ruído em três decibéis. Não medimos o ruído, mas não nos custa a acreditar. O motor 1.6 i-DTEC alterna entre o silencioso e uma sonoridade que tem pouco de diesel. No meio de tanta confusão, não foi possível chegar a nenhuma conclusão sobre os consumos... /
NOVOS MODELOS
PEUGEOT 508
MUDANÇA RADICAL Com o objetivo de enfrentar as melhores propostas das marcas premium, a Peugeot desenvolveu a nova geração do 508, que adota um estilo de coupé de cinco portas, ao estilo fastback TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
presentado ao público no salão automóvel de Genebra, o novo Peugeot 508 pretende revolucionar o conceito tradicional das berlinas do segmento D, fazendo uma aproximação às marcas premium. O novo topo de gama abandona a silhueta clássica de quatro portas com um volume de bagageira, adotando uma morfologia de berlina-coupé de cinco portas, ao estilo fastback. Com um comprimento total de 4,75 metros, isto é, menos oito centímetros que o seu antecessor, uma largura de 1,90 metros (sem
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contar com os espelhos) e uma altura de apenas 1,40 metros, o novo 508 apresenta linhas fluidas e aerodinâmicas num espírito coupé. A secção dianteira é dominada pela grelha estreita e trabalhada num padrão quadriculado entre as óticas “full LED”, inspiradas no mais recente protótipo da Peugeot, o Instinct. O posicionamento do leão no centro da grelha e o logótipo “508” na extremidade do capot recupera uma tradição da marca francesa, herdada dos Peugeot 504 e 504 Coupé. A assinatura visual vertical das luzes diurnas em LED, o capot plano e rebaixado conferem
uma dose de espírito desportivo a este modelo, reforçando a perceção de uma qualidade topo de gama. Visto de perfil, o novo 508 apresenta uma linha de tejadilho baixa, alongada e fluída. As superfícies vidradas estão totalmente integradas, tornando a silhueta ainda mais perfeita, destacando-se as portas sem moldura. A traseira, por seu lado, é dominada por uma faixa horizontal em preto brilhante, enquadrada pelas óticas traseiras “full LED” tridimensionais. Na secção traseira também se encontra uma das originalidades do novo modelo da Peugeot, que
CONFORTO A escolha e qualidade dos materiais, tanto ao nível da decoração como dos revestimentos dos bancos, asseguram um conforto topo de gama
consiste num portão dissimulado que concilia estilo e funcionalidade com uma acessibilidade otimizada a uma bagageira com capacidade útil de 487 litros. I-COCKPIT AMPLIFY O habitáculo do 508 adota a mais recente interpretação do Peugeot i-Cockpit, conceito que integra o volante compacto, o grande ecrã tátil HD capacitivo com dez polegadas de largura (formato 8/3) e um painel de instrumentos elevado, digital e de alta resolução, com 12,3 polegadas. Posicionado sobre o aro do volante, o novo painel, que é inteiramente parametrizável e personalizável, agrupa todas as informações úteis à condução. O Peugeot 508 também dispõe do i-Cockpit Amplify que permite escolher dois ambientes totalmente parametrizáveis – BOOST e RELAX – e atua igualmente nas funções dinâmicas do automóvel, através do seletor do modo de condução (ECO/Sport/Confort/Normal). O novo topo de gama da marca francesa utiliza a plataforma EMP2 do Grupo PSA, numa configuração com suspensão traseira multibraços, o
que antecipa uma dinâmica apurada e confortável. O novo 508 viu reduzir o seu peso em cerca de 70 quilogramas relativamente ao seu antecessor, graças à implementação de uma nova técnica de soldadura da carroçaria, reforçada com a colagem de alguns painéis da estrutura, levando a um aumento da rigidez e da resistência à fadiga dos materiais. No que se refere ao capítulo mecânico, a gama de motorizações disponível vai ser bastante alargada, incluindo o 1.6 PureTech em versões de 180 e 225 cv, o 1.5 BlueHDi de 130 cv, e o 2.0 BlueHDi, que oferece níveis de potência de 160 ou 180 cv. A transmissão é assegurada, de série, por uma caixa automática de oito velocidades, excepto a motorização 1.5 BlueHDi que também é proposta em associação a uma caixa manual de seis relações. A nova gama começa a ser comercializada em Portugal no próximo mês de setembro, mas já existe uma série de lançamento exclusiva e limitada, denominada Peugeot 508 First Edition, que pode ser reservada online em 12 países europeus. As primeiras entregas estão previstas para o mês de outubro. /
4,75 M COMPRIMENTO
487 L BAGAGEIRA
70 KG
REDUÇÃO PESO
180 CV
MOTOR 2.0 BLUEHDI
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MERCEDES CLS
O ORIGINAL Há 14 anos, a Mercedes surpreendeu o mercado com um coupé de quatro portas. Primeiro estranhou-se. Depois tornou-se... quase norma. A terceira geração do CLS chega em abril TEXTO RICARDO MACHADO
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atorze anos e duas gerações depois, o Mercedes CLS continua na vanguarda do estilo e da tecnologia. Outra coisa não seria de esperar da terceira geração de um coupé de quatro portas que, além de combinar a arquitetura do Classe E com tecnologia do Classe S, estreia uma filosofia de design. Denominada “sensual purity”, elimina as arestas vivas da carroçaria, suavizando as já elegantes linhas do CLS até atingir um coeficiente aerodinâmico de 0,26. A curva inconfundível do tejadilho mantém-se, tal como a linha de cintura elevada, cabendo à nova grelha vertical, tipo “nariz de tubarão” com óticas planas, apelar à dinâmica. Fruto da nova arquitetura MRA, este é o primeiro CLS a oferecer três lugares traseiros. Se o espaço e o conforto nunca foram um problema para um automóvel que redefiniu
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o conceito de coupé, não vai ser a terceira geração do CLS a quebrar a tradição. Há quatro acolhedoras poltronas que, atrás, podem rebater as costas na proporção 40:20:40 e, assim, ampliar os 520 litros da bagageira. Em linha com o mais recente design de interiores da Mercedes, o habitáculo do CLS não esconde a afinidade com a Classe E. As saídas da ventilação tipo turbina e iluminadas na cor da luz ambiente (há 64 tonalidades à escolha) estreiam um truque no CLS: mudam brevemente de cor se a temperatura for alterada. Azul para o frio e vermelho para o calor. Os dois ecrãs de 12,3’’ que formam o cockpit panorâmico são de série, tal como o volante multifunções da Classe S. Bem menos complexa que a composição do interior, a escolha do chassis tem apenas três opções: molas de aço com amortecedores simples ou adaptativos Dynamic Body Control ou sistema pneumático Air Body Control. Sempre
com suspensão independente de quatro braços à frente e cinco atrás. Os principais sistemas de segurança e apoio à condução também fazem parte da norma. TRAÇÃO TRASEIRA EM JUNHO Inicialmente disponível apenas com tração integral 4Matic e com a nova geração de motores de seis cilindros em linha estreados na Classe S, o CLS está disponível desde os 98.900€ do CLS 450 4Matic com motor de três litros e 367 cv. A esta potência acrescem 22 cv do sistema EQ Boost, um motor elétrico posicionado entre o bloco e a transmissão, com funções de motor de arranque e gerador para o sistema de 48 volts. Também com seis cilindros em linha e três litros, o bloco diesel tem uma versão de entrada com 286 cv (CLS 350 d 4Matic 101.800€) e uma topo de gama com 340 cv (CLS 400 d 4Matic 105.700€), ambas com a mesma média
oficial de 5,6 l/100 km. Valores que a Mercedes garante terem sido homologados de acordo com a nova norma internacional WLTP/RDC. Para junho está prevista a chegada do CLS 300 d, com motor de quatro cilindros, 245 cv e tração traseira. No mesmo mês deverão chegar as versões de tração traseira do CLS 350 d e CLS 400 d. Como a terceira geração do Mercedes CLS utiliza apenas a caixa automática de nove velocidades, 9G-Tronic, é esta transmissão que vamos encontrar a partir de agosto no CLS 53 4Matic+. Dificilmente será a escolha do cliente frotista, tal como o CLS 400 d 4Matic que ensaiámos em Barcelona. Muito discreta, a motorização diesel destacou-se pela suavidade. Envolvendo os ocupantes num casulo protetor, o CLS 400 d desliza sobre o asfalto mantendo as agressões do mundo exterior a uma distância confortável. Nada mais do que o filtro que se espera de uma berlina topo de gama. /
COCKPIT PANORÂMICO O cockpit panorâmico é de série. Há 64 cores para criar o ambiente interior perfeito, sem esquecer a iluminação das saídas da ventilação
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TENDÊNCIAS
EMISSÕES ZERO
MOBILIDADE ELÉTRICA
JÁ CHEGÁMOS AO FUTURO!
António Oliveira Martins, Diretor-Geral da LeasePlan Portugal, discursou na sessão de abertura do evento
André Freire, da equipa de consultoria da LeasePlan Portugal, explicou as vantagens das frotas ecológicas
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Milhares de toneladas de CO2 poderiam deixar de ir para a atmosfera se muitas empresas optassem por veículos elétricos. A LeasePlan explicou-o na "Conferência Rumo às Emissões Zero em 2030” e garantiu que os elétricos são já uma realidade inegável TEXTO NUNO FATELA
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A mobilidade nas cidades do futuro foi abordada por José Rui Felizardo, Presidente do CEIIA
José Mendes, Secretário de Estado e do Ambiente, discursou no encerramento da sessão
ara muitas empresas pode ter sido, verdadeiramente, o início de um futuro livre de emissões poluentes! A “Conferência Rumo às Emissões Zero em 2030”, organizada pela LeasePlan, reuniu 80 companhias que puderam descobrir as vantagens dos veículos elétricos. “Este é um tema que, se não está já na agenda de todos, estará certamente nos próximos tempos”, afirmou o diretor-geral da LeasePlan Portugal, António Oliveira Martins, na abertura deste evento que mostrou como a mobilidade elétrica já não é uma simples miragem. Pelo contrário, é algo que as empresas devem olhar com redobrada atenção e foco no imediato. Algo que sucede já com a própria LeasePlan, que “quer estar no centro desta mudança”, estabelecendo a meta das zero emissões na sua frota total em 2030. E, dando o exemplo, apenas com viaturas sem emissões poluentes para os seus colaboradores em 2021. Foi também a única empresa do ramo automóvel que aderiu à iniciativa EV100 da ONU, que inclui gigantes como a IKEA e a Deutsche Post e coloca como meta a completa transição para frotas sem emissões poluentes dentro de doze anos. O Diretor-Geral da LeasePlan Portugal destacou ainda que a gestora tem um “papel muito concreto ao colocar os elétricos e híbridos na agenda dos clientes”. Para tal preconiza uma atuação efetuada em quatro pólos: defendendo, educando, facilitando e liderando pelo exemplo. Por isso, além de recorrer exclusivamente a veículos elétricos, Oliveira Martins afirma que é possível “agregar toda a aquisição que está associada à utilização de automóveis de baixas emissões”, com uma solução que seja “o mais possível chave na mão”. OS NÚMEROS CONFIRMAM… A colocação da mobilidade elétrica como tema central é demonstrado por múltiplos dados. Os referentes ao impacto na sociedade e tecnologia foram apresentados por José Felizardo, Presidente do CEIIA (Centro para a Excelência
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TENDÊNCIAS
EMISSÕES ZERO
UM GANHO INEQUÍVOCO A LeasePlan fez as contas aos ganhos ambientais que seriam obtidos no caso de as 80 empresas presentes na "Conferência Rumo às Emissões Zero em 2030" mudassem imediatamente para frotas 100% elétricas. Isso evitaria o envio de 41.000 toneladas de CO2 para a atmosfera todos os anos, pois seriam menos 11.000 veículos com motores de combustão. E estas oito dezenas de clientes representam apenas 20% de todo o parque automóvel gerido pela LeasePlan, pelo que o ganho futuro pode ser bastante superior…
As vantagens de iniciativas como a "Solução EV LeasePlan" foram apresentadas por Nuno Brito, da equipa de consultoria da LeasePlan Portugal
e Inovação na Indústria Automóvel). Este especialista abordou o tema “A Mobilidade nas Cidades do Futuro”, mostrando como os veículos elétricos vão contribuir para o ecossistema urbano em constante mutação. Algo que traz benefícios nos tempos e custos de viagem, mas tem associados requisitos legais para novos modelos de negócio, como é o caso da Uber. Recentemente foi visto o Primeiro-Ministro a pagar um café com créditos de carbono e este tema é também aliciante para as empresas. Para José Felizardo será necessário perceber como retirar o valor deste benefício ambiental, mas ele acredita que este vai mesmo ser “um ativo transacionável”. A “Conferência Rumo às Emissões Zero em 2030” visou especialmente mostrar as vantagens imediatas concedidas pela eletrificação. A explicação ficou a cargo de André Freire e Nuno Brito, da equipa de Consultoria da LeasePlan Portugal, no painel “Frotas Sustentáveis: Qual o papel das gestoras na redução das emissões?”. Foram destacados os benefícios mais expressivos, obviamente ligados à redução de custos, mas não foram esquecidas a facilidade de
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condução, a melhoria da qualidade de vida e a imagem ecológica e de responsabilidade social associadas às frotas elétricas. Mas esta é uma grande transformação que, pelo seu impacto, é dividida em seis fases. Começa pela preparação da mudança, seguindo-se o planeamento da substituição dos automóveis, a construção de um “business case” focado na alteração das frotas e a apresentação das melhores soluções. Depois começa a implementação dos veículos elétricos e a decorrente monitorização dos resultados e ponderação sobre adaptações que sejam necessárias. Para tornar mais apelativa esta alternativa, foi apresentada a ‘Solução EV Leaseplan’ que adiciona às soluções e vantagens nos TCO a demonstração prática dos benefícios. O projeto começa pelo combate à ansiedade da autonomia, com test-drives que mostram como estes automóveis se adaptam às necessidades quotidianas. Depois introduz o apoio alargado na transição aos responsáveis pelas frotas e na instalação de carregadores domésticos e no escritório. A terminar, existe uma ferramenta digital, o portal e-Mobility, em que todos os
dados relativos à mobilidade elétrica podem ser consultados. LIDERAR PELO EXEMPLO A C.M Porto veio demonstrar como a eletrificação já é uma vantagem. Nélson Pinto, diretor do Departamento Municipal do Ambiente e Serviços Urbanos, detalhou o processo de transição iniciado há 11 anos. Em 2007, a idade média dos veículos do parque camarário era de 14 anos, com custos anuais de 400.000 € em manutenção, a necessidade de muitos funcionários alocados a essas tarefas e longos períodos de imobilização com avarias. Começou então uma alteração de paradigma,inicialmente com a opção pelo leasing e veículos mais eficientes, que representaram a queda dos gastos com combustíveis em 150.000 €/ano. O primeiro contacto com a mobilidade elétrica chegou em 2014, com um Fuso Canter e-Cell. Utilizado na recolha seletiva de lixo, foi amplamente elogiado pelos condutores e pelos próprios moradores das zonas onde atuava. Em 2015 ganhou visibilidade a aposta nas novas formas de mobilidade, primeiro com quatro elétricos e um híbrido
REDUÇÃO DE CUSTOS: A INTRODUÇÃO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS PELAS EMPRESAS PERMITE REDUZIR OS CUSTOS DE UTILIZAÇÃO. A LEASEPLAN QUER AJUDAR A CONTRIBUIR PARA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
destinados a diversas tarefas e depois reforçada com mais doze modelos sem emissões para transporte de funcionários. Procurando comprovar as várias vantagens obtidas, teve início uma parceria com a CEIIA para estudar o perfil de frota da CM Porto. A conclusão foi de que 90% das viagens da autarquia eram trajetos curtos e que poderiam ser feitos com veículos elétricos. Outro ponto a favor eram os longos períodos de imobilização entre tarefas, facilitando o carregamento das baterias. Este foi o ponto de partida para, em 2017, o investimento de 820.000€ em veículos ecológicos, o maior projeto camarário ao Fundo Ambiental. E quando terminar a mais recente renovação da frota, 70% será eletrificada, com 205 veículos elétricos e 69 híbridos plug-in. E não serão mais por falta de alternativas em segmentos como as pick-up. Esta aposta cria, contudo, novos desafios, a maior parte relacionados com o abastecimento. Primeiro nos 700.000 € da instalação total de um ponto de carregamento por automóvel, e depois na criação de sistemas de carga inteligentes, em
que a potência é adaptada pelos vários postos, evitando um grande aumento dos custos com energia. Mas as vantagens são notórias. Em combustível são poupados 620. 000 € por ano, e nos próximos quatro anos, será evitado o envio de 2300 toneladas de CO2 para a atmosfera. Junte-se ainda o prazer e facilidade de condução, importante fator para a satisfação dos funcionários, e a redução do ruído, contribuindo para a qualidade de vida dos portuenses. Depois de um “Talk: Mobilidade Sustentável: O Futuro Hoje”, com intervenções de Ricardo Silva, diretor-adjunto Business Development da LeasePlan Portugal e representantes da Galp, Mobi.E, Efimob e World Shopper, o encerramento dos trabalhos ficou a cargo do secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes. Na sua intervenção abordou a estratégia e o papel do Governo, até pelo compromisso assumido no COP21 que obriga a uma descarbonização da economia. Esta é uma transição sustendada por três pilares em Portugal: a eliminação de emissões desnecessárias; a transferência para soluções mais sustentáveis; e a melhoria das motorizações e eficiência de combustível. O trajeto começou com a ressurreição da aposta na eletrificação. José Mendes afirma que “há dois anos o projeto da mobilidade elétrica estava morto”, destacando a instalação de postos de carregamento, que esteve parada e recomeça agora a acelerar. O objetivo passa por ter, até final de 2018, postos rápidos ou semirrápidos em todos os municípios do País. Também o início do pagamento dos carregamentos foi abordado, questão que tem sido sucessivamente adiada. O secretário de Estado explica que isso é para evitar a complexidade existente em Espanha ou França, onde são necessários “dezenas de cartões”. A solução prevista (ainda para este ano) é um modelo simplificado, com um só sistema de pagamento em todos os postos, facilitando a vida ao utilizador. Como não podia deixar de ser, numa plateia composta por diversas empresas, a questão dos apoios estatais foi igualmente abordada. Recordando que “por definição, os incentivos são temporários”, foi recordada a estabilidade de um pacote de medidas (incentivos ao abate e aquisição de elétricos, dedução do IVA, isenção do IUC e tributação autónoma, estacionamento a preços reduzidos e um regime especial no IRC) que, afirma José Mendes, “é imbatível”. Por esse motivo, o governante concluiu que o modelo implementado em Portugal é elogiado internacionalmente e que o Governo está “apostadíssimo em dar tração à mobilidade elétrica”. Um acelerar rumo às emissões zero, onde a Leaseplan, como demonstrado na “Conferência Rumo às Emissões Zero em 2030”, quer também ser ator principal. /
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CARRO DO MÊS
4 CIL.
9,1 S
4,5 L
116 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE B
150 CV
221,70 € IUC
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VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
TOPO DE GAMA E DE SATISFAÇÃO A Volkswagen precisava de um topo de gama que interpretasse o seu ADN, a sua história e tudo o que isso determina no que toca às expetativas dos clientes. O Arteon cumpre com esse imperativo. Está agora disponível com uma renda de 491 €/mês (27,5% de Tributação Autónoma) TEXTO JÚLIO SANTOS
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VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
H
á quem não prescinda de uma marca premium e quem nem sequer pondere essa opção, pelos motivos mais diversos. Daquilo de que poucos prescindirão é de escolher um bom carro. Sabendo que as duas coisas não estão necessariamente ligadas compreendemos ainda melhor porque é que a VW é vulgarmente apontada como a marca generalista mais próxima das premium. Os seus produtos apresentam, invariavelmente, uma qualidade exemplar e, cada vez mais, as tecnologias mais avançadas, a que se junta uma estética que concilia elegância e sobriedade. Os VW mais recentes são intérpretes magistrais deste posicionamento e, por isso, a responsabilidade de ocupar o topo da hierarquia é ainda maior. E o que se pode dizer é que o Arteon assume em todos os detalhes esse papel de projetar a imagem da Volkswagen junto dos clientes mais exigentes. Se a marca precisava de um modelo capaz de dar expressão à sua história e, também, à forma como está a planear o futuro, o Arteon é esse modelo.
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APURO ESTILÍSTICO O apuro de estilo do Arteon foi alcançado sem sacrifício da funcionalidade numa carroçaria que tem quase 4,9 metros. A linha do tejadilho prolonga-se harmoniosamente até à traseira curta
CONVINCENTE E SEDUTOR Como sempre acontece no início de qualquer relação, também aqui a aparência conta. Muito. Para o Arteon, a Volkswagen optou pela configuração coupé de cinco portas, tão sedutora quanto difícil de interpretar em carroçarias de grandes dimensões, o que torna o resultado final ainda mais convincente; o Arteon cativa no primeiro olhar e, onde quer que esteja, polariza as atenções. A grelha frontal e a forma como integra os grupos óticos é bem a demonstração do empenho estilístico perseguido em todos os detalhes. Tal como a forma suave como o tejadilho se “funde” com a traseira curta, sem prejudicar o acesso aos lugares posteriores, como tantas vezes acontece nestes automóveis. A este respeito pode aliás dizer-se que o Arteon recorda-nos a definição de design: forma e função. Ou seja, o apuro estilístico, a busca conseguida de uma aparência cativante, em momento algum ditou o sacrifício da funcionalidade. A carroçaria com quase 4,9 metros de comprimento, sem molduras nas portas mas com uma rigidez
VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
43667 € 20087 € 23580 € 1537 € 4220 € 29337 € (36,67)
FINANCIAMENTO RENDA - 491,00€ 3 anos/ 60 000 km INCLUI: Manutenção, seguro danos próprios, assistência 24 horas. Contrato: Volkswagen Bank
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
EQUIPAMENTO Lane Assist, Light Assist. ar condicionado Climatronic, bancos dianteiros desportivos, controlo automático de distância, câmara multifunções, detetor de fadiga, retrovisores exteriores elétricos, monitorização da pressão dos pneus, rádio “Composition Media”, sensor de chuva e luz, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema Front Assist, com sistema de travagem de emergência em cidade
TÉCNICA PREÇO 43.667 € // MOTOR 4 CILIN. // 1968 C.C. // 150 CV; TRANSMISSÃO DSG 7 VEL // PESO 1643 KG // COMP./ LARG./ALT. 4,86/1,87/1,45 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,83 M; MALA 563 L // DESEMPENHO 9,1 S 0-100 KM/H // VEL. MÁX 220 KM/H CONSUMO 4,5 L/100 KM // EMISSÕES CO2 116 G/ KM (CLASSE B) // IUC 221,70 €
QUALIDADE/IMAGEM/ DINÂMICA
DESEMPENHO NOS REGIMES ALTOS
*As nossas medições
CENTRAL DE COMANDO A partir do ecrã central é possível controlar todas as funções
CAIXA DSG A caixa DSG de sete velocidades está disponível, em opção, nas versões Elegance e R-Line
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VW ARTEON 2.0 TDI (150 CV)
NELSON LOPES – HEAD OF BUSINESS LINE FLEET DA VOLKSWAGEN FINANCIAL SERVICES
“SEGUNDO ESCALÃO DA TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA”
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s modelos da Volkswagen despertam um elevado interesse junto do mercado empresarial. Segundo Nelson Lopes, Head of Business Line da Volkswagen Financial Services, “além da qualidade e preço imbatíveis, os veículos Volkswagen apresentam caraterísticas que são uma mais-valia para os clientes”. O responsável acrescenta que a marca “tem o cuidado de enquadrar as suas ‘viaturas de frota’ nos escalões de tributação autónoma, o que constitui uma importante vantagem competitiva para o segmento empresarial”. Nelson Lopes adianta que o “Volkswagen Financial Services procura oferecer as melhores condições financeiras para quem quer adquirir um veículo”. Nas marcas do Grupo Volkswagen, a oferta do Volkswagen Financial Services é umas das “melhores do mercado, com rendas muito competitivas”. Relativamente ao Volkswagen Arteon, o porta-voz da Volkswagen Financial Services refere que se trata de um “coupé com um estilo muito próprio que se destaca pelo elevado espaço e conforto a bordo para os cinco ocupantes, bem como pela bagageira”. As suas caraterísticas técnicas, com motorizações diversificadas, aliado ao equipamento e ao design marcante, tornam-no num “veículo de referência no seu segmento”, adiantando que este modelo da Volkswagen se enquadra no segundo escalão da tributação autónoma, o que é “uma importante mais valia e o torna bastante apetecível para clientes empresariais”. Para Nelson Lopes, o facto de ser um “modelo em início de ciclo de vida reforça a sua atratividade, contribuindo para um maior nível de satisfação dos colaboradores”. A Volkswagen Financial Services disponibiliza diferentes soluções de financiamento e, segundo Nelson Lopes, “em todos os casos apresenta uma renda muito competitiva face aos veículos do seu segmento”. Ao enquadrar-se num escalão de tributação autónoma também permite uma maior “eficiência ao nível dos custos de operação, que é reforçada pelos serviços prestados pelo Volkswagen Financial Services na gestão de frotas”, conclui o responsável.
estrutural exemplar, testemunha isso mesmo. Mas a expressão cabal do que dissemos surge no interior amplo, a que acedemos sem o mínimo constrangimento e onde o conceito de espaço, conforto, elegância, versatilidade e funcionalidade alcançam patamares invulgares. Também neste caso percebemos que estamos perante um automóvel com objetivos claros. Também neste caso percebemos que esse objetivo é alcançado sem “fogo de vista”. Sobriedade e sofisticação conjugam-se de maneira invulgar. Olhamos em redor e os materiais, como a decoração, lembram-nos que estamos perante um topo de gama. Tal como o equipamento que comporta todos os dispositivos mais recentes de ajuda à condução, segurança, entretenimento e conectividade. Algo que valorizamos nas longas viagens em que temos de estar “ligados” ao escritório de forma segura e, também, quando queremos ter a certeza de que escolhemos o melhor carro para a família, destacando-se aqui a capacidade da bagageira
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(563 litros) e a funcionalidade decorrente da grande amplitude de abertura da porta, permitindo arrumar com facilidade objetos de grandes dimensões. E, de novo, os detalhes. Para todos. Para os que viajam na traseira, a visibilidade é desafogada, ao contrário do que é comum nas carroçarias coupé, enquanto na frente a instrumentação digital e a facilidade de operação de todos os dispositivos são a expressão cabal de que a prioridade foram as pessoas e não o marketing, sendo de destacar a excelente posição de condução e a facilidade com que encontramos a posição ideal ao volante. ARGUMENTOS PARA AS EMPRESAS Uma posição que nos convida a explorar as capacidades do Arteon cuja plataforma é caracterizada pela ampla distância entre eixos e uma largura de vias generosa explica o amplo espaço a bordo e a estabilidade perfeita em todas as circunstâncias. O Arteon convence aqueles para quem o prazer de condução é inegociável.
Sem prejuízo do conforto, o acerto do chassis é firme e a direção precisa e, assim, sentimos plena confiança para explorar as capacidades do motor turbodiesel de 2.0 litros que nesta versão de 150 cv privilegia a economia, sendo muito bem “auxiliado” pela caixa de velocidades DSG (opcional) com sete relações que pode funcionar em modo totalmente automático ou utilizando as patilhas colocadas no volante. Sem ser exuberante ao nível da aceleração pura, não restam dúvidas que numa utilização normal, em viagem ou em cidade, este 2.0 TDI na versão de 150 cv está sobretudo à vontade nos regimes baixos e intermédios, o que se traduz numa condução despreocupada. É este o trunfo principal desta versão, tal como a economia expressa no facto de, mesmo sem preocupações, conseguirmos uma média de viagem abaixo dos cinco litros por cada centena de quilómetros, enquanto num trajeto de cidade esse valor sobe menos de um litro. Boas notícias, por tanto, qualquer que seja a utilização.
QUALIDADE PERCECIONADA Os materiais utilizados no interior são de qualidade superior, como se espera num topo de gama, conjugando-se de forma invulgar sobriedade e sofisticação. O equipamento inclui todos os dispositivos mais recentes de apoio à condução, segurança, entretenimento e conectividade. A bagageira oferece um volume útil de 563 litros
Mas as boas notícias não ficam por aqui uma vez que a VW, segundo apurámos, decidiu fazer uma aposta forte visando a aproximação do Arteon às empresas. Esse objetivo traduz-se na negociação de preço que permite colocar o carro no escalão de 27,5% no que respeita à Tributação Autónoma, ao mesmo tempo que o VW Bank propõe um contrato de 36 meses com uma renda mensal de 491 euros (IVA incluído). Se a estes valores agora ajustados juntarmos o facto de o valor residual estar a evoluir de
forma positiva (situando-se agora nos 46% ao cabo de 48 meses), bem como os reduzidos custos de manutenção (estimados em 1537 €, para o mesmo período) fica claro que o VW Arteon se assume, cada vez mais, como uma opção plena de argumentos não apenas para aqueles que procuram um automóvel capaz de lhes proporcionar satisfação plena em todos os capítulos, como para as empresas que privilegiam fatores racionais como os custos de utilização. /
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ROBERTO FONSECA – DIRETOR-GERAL ARVAL PORTUGAL
“QUEREMOS AFIRMAR A ARVAL COMO A MELHOR EMPRESA DE RENTING” A Arval Portugal tem uma nova visão de como gerir viaturas e relacionar-se com os condutores que a levou a desenvolver um conjunto de serviços inovadores para propor ao mercado soluções diferenciadoras face à concorrência, com um objetivo bem concreto. A estratégia não passa só pelo preço, mas por todos os benefícios que os clientes conseguem alcançar. TEXTO CARLOS MOURA
C
om 19 anos de presença no mercado nacional e marca. Também não faz sentido que não se tenha qualquer dez mil veículos financiados e geridos, a Arval tipo de informação relativa aos prazos de entrega dos veícuainda tem uma taxa de penetração no renting los. Desde que voltei a Portugal tenho procurado encontrar inferior à atingida noutros países. A gestora junto das marcas uma forma mais eficiente para se trabalhar. de frotas do BNP Paribas ambiciona crescer Sei que isso é possível porque, quando trabalhei anteriormenem Portugal e tem vindo a desenvolver serviços diferencia- te em Portugal, o nível de eficiência era maior. dores que lhe permitam atingir esse objetivo. Segundo refere Roberto Fonseca, diretor-geral da Arval Portugal, a empresa E no que se refere ao setor do renting? pretende afirmar-se como a melhor gestora de frotas no nosso O mercado português de renting é atípico no contexto europaís. “Não trabalhamos da mesma forma que peu, sendo dominado por uma única empresa as outras empresas de renting. Queremos ser com uma quota de mercado superior a 50%. É os melhores em tudo o que fazemos”, refere uma situação que só se verifica em Portugal. TEMOS UMA o responsável, adiantando que a Arval disConsidero que esta situação é preocupante e PERSPETIVA DE põe de “ferramentas que permitem medir perigosa para todos os clientes, marcas, oficiCRESCIMENTO, todos os indicadores”. A estratégia não pasnas e concorrentes. MAS ISSO SÓ sa só pelo único critério do valor mais baixo ACONTECERÁ SE Que impacto tem no setor? de aluguer mensal, mas pelos benefícios e FORMOS MELHORES poupanças que os clientes conseguem retiAs condições de mercado não funcionam como EM TUDO O QUE rar dos serviços utilizados, os quais garantem deveriam funcionar normalmente. FAZEMOS E TAMBÉM um custo por quilómetro mais competitivo. SE FORMOS Como é que a Arval procura ultrapassar esse O responsável da Arval Portugal admite que DIFERENTES constrangimento do mercado português? o crescimento da atividade da empresa também poderá passar pela criação de “uma ou Propondo uma solução que mais ninguém tem em várias ‘white label’”. Portugal. Após uma profunda análise da oferta existente no nosso país, agora estamos em conApós vários anos no estrangeiro, regressou ao nosso país dições de ter uma visão abrangente da forma como os veículos como diretor-geral da Arval em Portugal. O que encon- podem ser geridos. As ferramentas que implementamos pertrou no setor automóvel em geral e no do renting em par- mitem tornar mais eficiente a gestão das viaturas e dos conticular quando, há cerca de um ano, assumiu esta nova dutores, trazendo economias e poupanças para as empresas. responsabilidade na filial da gestora de frotas detida pelo BNP Paribas? Esse é um dos desafios para a Arval, mas existem outros. Infelizmente, no período em que estive fora do País não houve Como pretende a Arval ganhar notoriedade no nosso país? qualquer evolução no setor automóvel em Portugal, designa- Temos uma perspetiva de crescimento, mas isso só acontecerá damente ao nível da produtividade. Para poder elaborar uma se formos melhores em tudo o que fazemos e também se formos proposta ao cliente, somos obrigados a fazer vários contactos diferentes. Essa é a nossa ambição. O nosso aluguer até pode telefónicos para obter condições comerciais por parte de uma parecer superior ao da concorrência mas, ao analisar o custo
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total de utilização, o cliente irá chegar à conclusão que a nossa proposta é a mais competitiva. O mercado tem noção dessa realidade? Porque estamos a inovar, as coisas estão a mudar. Um exemplo concreto: além dos relatórios que toda a gente fornece, também disponibilizamos informação ao cliente em tempo real quando as coisas estão a acontecer. Nenhuma empresa oferece isso. O que é que um cliente pode beneficiar com esta informação? Se um dado evento ocorrer várias vezes e a pessoa tiver essa informação, a Arval pode propor medidas preventivas e corretivas ao cliente que permitem ganhar poupanças na utilização do veículo. Além disso, antes da entrega de um veículo ministramos um curso de condução eficiente à pessoa que o vai utilizar, o qual permite poupar até 35% no consumo de combustível. A médio prazo, a empresa vai beneficiar de uma redução de custos. Nesta nossa política de responsabilidade social não abdicamos de um curso na solução que oferecemos. Igualmente questionável é a política de frotas de algumas empresas: porque é que para a administração/direção existe uma opção de escolha de três ou quatro marcas e, para os operacionais que andam na rua os veículos são todos iguais? No entendimento da Arval, qual será o papel dos gestores? Os gestores deverão fazer evoluir as suas funções, deixando algumas das suas tarefas tradicionais. A Arval dispõe de ferramentas informáticas digitais para ajudar o gestor a manter o controlo sem perder tempo. E, assim, poder dedicar-se mais a funções estratégicas para a empresa. Relativamente ao ano passado, qual é o balanço para a Arval em Portugal? O ano passado foi de consolidação. Tivemos de integrar duas empresas na sequência da aquisição da GE Capital Fleet Services com tudo o que isso implica: serviços, processos, sistemas e, sobretudo, culturas. Registámos um crescimento de 4% da frota financiada e gerida, o que não tinha sucedido em 2016. Queremos que 2018 seja um ano de crescimento e de afirmação da Arval Portugal. Essa é a nossa ambição. Para além de tudo o que estamos a mudar, vamos potenciar ainda mais o nosso modelo de gestão em Account Team, uma metodologia transversal a todas as filiais da Arval no Mundo, em que numa só equipa são reunidas fisicamente a área de gestão da frota e as áreas operacionais necessárias ao funcionamento de uma frota automóvel, permitindo que o cliente e cada condutor tenha respostas para o que precisa de forma mais rápida e profissional. Aqui,
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tudo é medido a pensar no cliente. Sabemos tudo sobre a revisão de uma viatura, quantas chamadas telefónicas recebemos e fazemos. A qualidade mede-se.
19 4% 10 MIL ANOS EM PORTUGAL
CRESCIMENTO EM 2017
VEÍCULOS FINANCIADOS
Pode dar alguns exemplos desses indicadores? Em média, um automóvel que tenha um acidente é reparado numa oficina em 3 ,5 dias. Além disso, a Arval é uma das poucas gestoras de frotas que disponibiliza um veículo de substituição quando o cliente leva a sua viatura à oficina para uma manutenção. Quando chega à oficina já lá tem uma outra viatura à sua espera. Outro indicador: todos os meses fornecemos ao nosso cliente um relatório mensal dos principais eventos que aconteceram com a frota nos meses anteriores. A Arval também possui um serviço único de gestão de multas com utilização de uma plataforma web, que permite identificar o condutor e libertar a empresa dessa tarefa. Mais uma mudança e uma forma de digitalizar serviços que enfrentou mudanças de hábitos, mas que
AS FERRAMENTAS IMPLEMENTADAS PELA ARVAL PERMITEM TORNAR MAIS EFICIENTE A GESTÃO DAS VIATURAS E DOS CONDUTORES, TRAZENDO ECONOMIAS E POUPANÇAS PARA AS EMPRESAS
hoje já é reconhecido como uma ferramenta que poupa imenso tempo. O diesel está sob forte pressão e as perspetivas apontam para uma redução deste tipo de motorização. Qual é a perspetiva da Arval? O cliente português já começou a mudar a sua política de compras? Atualmente, o gasóleo ainda é economicamente mais interessante para o cliente empresa. Nos países do Sul da Europa, essa pressão ainda não tem expressão na política de frotas das empresas porque também está intimamente ligada com medidas públicas que possam vir a ser aplicadas. Estamos atentos a esta situação que pode levar a uma mudança de comportamento e, neste momento, a nossa frota é essencialmente diesel.
Hoje em dia, a oferta diesel ainda é mais interessante do que a gasolina e, a mudança de hábitos será um desafio. Temos, por exemplo, um produto de renting, denominado Arval Mid Term Rental, que disponibiliza viaturas de diversos segmentos com prazos entre um mês e dois anos. Para esse produto decidimos colocar na frota veículos híbridos. Não obstante, os clientes dizem-nos que preferem viaturas diesel, e estamos a falar de necessidades pontuais, de três a seis meses! Neste paradigma do diesel é ainda muito difícil convencer um cliente a utilizar um carro híbrido, mesmo para um período inferior a 24 meses. Todavia, quando vier a acontecer, essa mudança será rápida.
Qual é o perfil do cliente da Arval? Atualmente, cerca de 40% são clientes internacionais. Os restantes são PME. Quais são as apostas para crescer? Além da disponibilização de serviços diferenciadores, a Arval vai procurar encontrar parceiros que queiram colaborar connosco e temos registado uma boa recetividade às nossas iniciativas. No âmbito das parcerias, a Arval admite a criação de alguma “white label”? Admitimos, de facto. Uma ou várias. Temos vindo a trabalhar nesse sentido. Hoje, estamos em condições de garantir um serviço e um produto que não irá defraudar as expetativas dos clientes. /
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REFORÇO DO PORTEFÓLIO Na apresentação de resultados anuais, a Arval anunciou um novo recorde de veículos financiados e o lançamento de novos serviços
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frota financiada e gerida pela Arval registou um crescimento orgânico de 7,4% em 2017, alcançando um novo máximo histórico ligeiramente superior a 1,1 milhões de veículos. A gestora de frotas do BNP Paribas obteve um aumento significativo nos seus mercados mais importantes, como, por exemplo, a França, onde se verificou um incremento de 5%, ultrapassando a barreira das 300 mil unidades, assim como em Espanha (15%) e em Itália (10%). Noutros mercados, a Arval também obteve um crescimento de dois dígitos, nomeadamente na Áustria (+10%), Bélgica (+12%), República Checa (+12%), Luxemburgo (+22%), Polónia (+19%), Rússia (+12%), Turquia (+16%) e América Latina (+13%). A Arval aproveitou igualmente a apresentação dos resultados anuais para revelar cinco novos serviços, que irão ser implementados gradualmente nos diferentes mercados. Uma das novas soluções é o “Arval For Me”, que consiste numa aplicação para smartphone para dar
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acesso digital a uma extensa gama de serviços, incluindo reparação e manutenção (carroçaria, pneus, limpa para-brisas) e a serviços de mobilidade (viatura de substituição, recolha porta-a-porta, reboque). Um segundo serviço da gestora de frotas do BNP Paribas é o Arval Car Sharing. Esta solução permite aos funcionários de uma empresa acederem a uma ‘pool’ de veículos disponibilizada pela Arval, possibilitando a sua utilização em vez de estarem imobilizados nos parques de estacionamento das empresas aderentes. Os interessados poderão aceder a um veículo de frota durante um determinado período de tempo, bastando para o efeito utilizar a plataforma digital móvel Arval Car Sharing. Esta ‘app’ possibilita a pesquisa de um veículo, a sua reserva, assim como a abertura e fecho de portas. Esta oferta integrada utilizada a mesma infraestrutura telemática do serviço Arval Active Link. Para os funcionários dos clientes da Arval é proposto o serviço “Arval For Employee”, que abrange várias opções, desde a troca de salário, fórmulas de leasing, ofertas de car sharing
e acesso à rede de oficinas parceiras para manutenção e reparação. Já disponível em Portugal encontra-se a solução “My Arval”, que é um pacote digital que a Arval desenvolveu para os seus clientes e condutores. A versão My Arval para frotistas é um portal web dedicado aos responsáveis de frotas, com ferramentas para gerir as viaturas e uma plataforma de troca “peer-to-peer”, denominada My Arval Community. A versão My Arval para condutores é uma aplicação móvel que os auxilia na utilização diária das suas viaturas. Para apoiar os seus clientes na sua estratégia de transição energética, a Arval decidiu implementar uma oferta de Veículos Elétricos, ao abrigo de uma parceria com a Renault, a Nissan e a NewMotion (operador de fornecimento de energia). Isto permite abranger todo o ecossistema, incluindo a instalação de pontos de carregamento domésticos e nas empresas, soluções integradas de pagamento e serviços digitais relacionados com estas viaturas (consumo energético, localizações de pontos de carregamento, entre outros). /
DESTAQUE
PARA A HYUNDAI PORTUGAL
MERCADO EMPRESARIAL CRESCE 130% O todo é o somatório das partes. É desta forma que a Hyundai Portugal interpreta o sucesso registado em 2017 no segmento empresarial, onde registou um crescimento de 130%. A uma cuidada preparação da rede, seguiu-se a chegada de produtos ajustados às necessidades das empresas portuguesas
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icardo Lopes, diretor de Operações da Hyundai em Portugal, não tem dúvidas: cada vez mais estão reunidas “as condições para a marca captar os clientes empresariais”. A rede está preparada e a gama de ligeiros e comerciais, entre veículos convencionais e ecológicos é, mesmo, das mais completas no espectro nacional e continuará a evoluir de forma significativa ao longo deste ano.
dos SUV. Teremos ainda algumas novidades no âmbito da renovação da gama. Na vertente ecológica, em meados do ano, chega a Portugal o muito importante Kauai Electric com uma autonomia (líder do segmento) de cerca de 482 quilómetros (segundo o regulamento WLTP) que se junta à gama IONIQ, reforçando assim a oferta ecológica da Hyundai. Acreditamos, por isso, que a Hyundai reúne todas as condições para cativar os clientes empresariais.
O ano passado foi marcado por uma Qual o peso das frotas nas vendas Hyundai? ofensiva de produto E o rent-a-car? muito forte por parEm 2017, a Hyundai te da Hyundai. Estão cresceu mais de 130% mais aptos a cativar no negócio de empreA HYUNDAI ESTÁ APOSTADA EM os clientes empresasas, graças ao bom deDISPONIBILIZAR ÀS EMPRESAS riais? sempenho dos nossos AS MELHORES FERRAMENTAS A Hyundai manterá modelos i20, i30 e i30 FINANCEIRAS. FAZEM PARTE em 2018 o ritmo de Station Wagon. DESSE PACOTE OS CONTRATOS lançamentos e noviEste canal de negócio DE MANUTENÇÃO E A ATENÇÃO dades que a tem caé um dos eixos estraESPECIAL AOS VALORES RESIDUAIS racterizado nos últégicos de crescimentimos três anos. No to que traçámos para início deste ano aprea Hyundai, algo que é sentámos o nosso suportado pela nossa novo SUV compacto, o Hyundai Kauai, e o gama ajustada, seja ao nível de passageiros, mais recente membro da família i30, o Fastback. comerciais ou ecológicos, e no nosso prograNo segundo semestre vamos lançar o novo ma Hyundai Empresas - solução específica de Hyundai Santa Fe e Kauai Diesel, reforçando abordagem ao canal empresarial. ainda mais a presença da marca no segmento Destaco, também, o esforço da rede que tem
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vindo a adquirir, gradualmente, competências no sentido de abordar o canal empresarial de forma competitiva e capaz de responder às solicitações e necessidades que o mercado apresenta. É um processo contínuo, onde a formação e o acompanhamento das equipas é fundamental. O espaço de evolução e crescimento é ainda muto amplo pelo que olhamos para esta área como algo em evolução constante. Foram implementados espaços dedicados nas concessões? A nossa aposta no programa Hyundai Empresas é essencialmente em pessoas e políticas comerciais. Dentro de cada concessionário identificamos espaços que se focam na gama de comerciais, embora toda a gama Hyundai tenha potencial para este segmento pelo que não te-
mos uma preocupação em criar espaços exclusivos para o efeito. TRABALHAR PRÓXIMO DAS GESTORAS Tendo em conta a evolução da gama e a reformulação da estrutura, há, com certeza, um potencial significativo de crescimento para este ano. Do nosso ponto de vista, o espaço para evoluir é enorme, sobretudo para a gama i30 que reune todas as condições para preencher as necessidades empresariais, para os comerciais e para a gama ecológica, em qualquer dos casos com ofertas diferenciadas, com propostas de valor muito competitivas no mercado, pelo que entendemos existir uma excelente oportunidade para marcar a diferença.
No caso das frotas, como estão a evoluir os valores residuais? E no rent a car? A Hyundai tem vindo a desenvolver um trabalho muito próximo com as principais gestoras de frota no sentido de monitorizar os valores residuais, proporcionando um nível de informação e formação que permita a estes parceiros percecionarem a gama Hyundai como uma opção a propor aos seus clientes. Por outro lado, o facto de gerirmos integralmente o negócio do remarketing na rede Hyundai permite-nos transparecer uma maior coerência e credibilidade de políticas comerciais e imagem do nosso produto numa segunda venda. A conjugação destas práticas, a par de um forte investimento em comunicação e aumento de notoriedade da marca, tem-nos permitido fazer evoluir positivamente os valores residuais.
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DESTAQUE
HYUNDAI PORTUGAL
serviços e condições especiais de após venda, nomeadamente atendimento prioritário e flexível, assistência em viagem de 5 anos* com viatura de substituição equivalente e condições comerciais ajustadas a cada cliente. Sabendo a importância que tem para o sector empresarial a disponibilidade da frota, a Hyundai acredita que estas condições únicas de após venda são um elemento diferenciador, no momento da escolha do cliente.
Que serviços diferenciados (e atrativos) estão em condições de propor às empresas em termos de contratos de manutenção, por exemplo? A Hyundai reúne um conjunto de argumentos que a destacam da concorrência, começando, desde logo, pela gama alargada e totalmente de renovada, com soluções para praticamente todas as necessidades, e que oferece, de série, um vasto conjunto de equipamentos de segurança e assistência à condução que posicionam a Hyundai sempre num patamar muito competitivo. Para além disso, destacamos a nossa garantia única no mercado, de 5 anos de garantia sem limite de quilómetros, assim como flexibilidade e diversidade nas soluções de aquisição, como por exemplo as soluções da Hyundai Renting. Por fim, a sólida rede de concessionários, reforçada e equipada para fazer face às exigências tecnológicas atuais e para garantir a satisfação plena dos nossos clientes. No âmbito do programa Hyundai Empresas, a Hyundai disponibiliza ainda uma série de
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E no que respeita aos serviços financeiros? Quais as ferramentas em que estão a apostar? Como se caracterizam? A Hyundai tem criado soluções e serviços específicos para o mercado empresarial como é o caso do Hyundai Renting. Em 2016 lançamos este produto específico desenvolvido de base para a gama Hyundai e que disponibilizamos ao mercado exclusivamente, através da rede de concessionários. Uma solução capaz de, em qualquer modelo, fornecer rapidamente os valores mais competitivos de acordo com as necessidades do cliente, adequando quilómetros, período de utilização e serviços. Adicionalmente, dispomos de vários produtos de financiamento adequados a este canal, nomeadamente o Promo Empresas, na vertente ALD ou Leasing, com taxas especiais para o cliente empresarial, propondo uma TAN de 2,5%.
MELHOR CROSSOVER Em 2017 o Hyundai Kauai recebeu o prémio da Turbo para o Melhor Crossover. Em breve a versão elétrica
Vão apostar sobretudo no contacto direto com o cliente? Que papel terão as gestoras de frotas? A abordagem da Hyundai ao mercado empresarial terá sempre como base o envolvimento e o compromisso da rede de concessionários. As gestoras de frota tem atualmente um papel importante no canal frotas e naturalmente a nossa estratégia passará sempre por proporcionar as melhores condições a todos os operadores por forma a que em conjunto possamos explorar da melhor forma as oportunidades do mercado empresarial. /
ENSAIO
4 CIL.
7,7 S
4,8 L
126 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE D
190 CV
255,71 € IUC
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BMW X2 XDRIVE20D
PONTARIA CERTEIRA A BMW agita o segmento dos SUV compactos com uma versão curta do X1. Tem o visual certo, a dinâmica que se espera e chega numa altura em que a concorrência começa a acusar a idade TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS JOSE BISPO
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econhecendo que as linhas clássicas do X1 podem ser demasiado conservadoras para um mercado cada vez mais jovem e ávido de propostas diferentes, a BMW lançou um novo SUV coupé. Concebeu-o sobre a plataforma do X1, fazendo-o 6 cm mais curto e 7 cm mais baixo em nome da circulação em ambiente urbano e da imagem desportiva. Sabendo que os olhos compram, este é um dos pontos fortes do X2. Embora siga a lógica par/ímpar das carroçarias da BMW, que o coloca para o X1, como o X4 está para o X3 e o X6 para o X5, adota uma linha de design própria. Em vez de se assumir como uma versão à escala dos modelos X com número par superior, ou mesmo do X1, o novo SUV coupé da BMW assume identidade própria. Um posicionamento que é reforçado pelo logótipo da BMW no pilar C, evocativo do icónico 3.0 CSL. Com 4,36 metros de comprimento, é mais pequeno que concorrentes diretos como o X1 (4,44 m), o Mercedes GLA (4,42 m) ou o Range Rover Evoque (4,37 m). As linhas compactas não o impedem de oferecer a melhor acessibilidade. As portas têm ângulos de abertura generosos e os bancos estão bem alinhados com a entrada. Mas a habitabilidade sofre com o processo de encolha do X1. Tem menos 9 cm de distância entre eixos, logo tem menos espaço disponível. No entanto, a organização do interior, com os bancos traseiros mais elevados, minimiza a perda de espaço para as pernas. Este está em linha com a média, beneficiando de um túnel central pouco volumoso. O que não chega para fazer do assento do meio um lugar confortável. O SEGREDO ESTÁ NA MALA As maiores diferenças funcionais para o X1 estão na mala. Se a perda de 35 litros não é significativa, o plano de carga mais estreito e
elevado pode interferir com o transporte de objetos volumosos. A altura até à chapeleira também é inferior, situação que compensa com um enorme poço sob o piso da mala. A abertura elétrica do portão traseiro é uma simpatia que não surpreende, ao contrário da ausência de comandos para rebater os bancos a partir da bagageira. Se os 470 litros não chegarem é preciso aceder aos bancos traseiros e puxar uma presilha para que as costas rebatam, expandindo a capacidade de carga até aos 1355 litros. Depois é preciso encontrar onde arrumar a chapeleira tipo tabuleiro. À frente encontramos a linha gráfica e a qualidade que conhecemos da BMW, em particular do X1, de onde provêm o tabliê e o painel de instrumentos. Os bancos desportivos são confortáveis, sem conseguirem disfarçar a afinação geral mais firme deste X2, agravada pela suspensão desportiva M que o deixa 10 mm mais baixo, e multiplicada pelas jantes de 20’’. O X1 é mais confortável. O X2 não chega a ter um pisar desportivo, mas para SUV é seco. Mesmo no mais brando dos três modos de condução – Eco, Comfort, Sport. Entre os pneus 225/40 e alguma falta de isolamento, o X2 torna-se inesperadamente ruidoso em autoestrada. Em condução na cidade e estrada não se torna demasiado evidente. É preciso aumentar a frequência das imperfeições para que o ruído de rolamento se sobreponha à conversa. Embora não incomode os passageiros da fila posterior, a linha descendente do tejadilho corta visibilidade. Os sensores de estacionamento compensam, mas sentimos a falta da câmara. Nada que 420€ não resolvam. DIVERSÃO GARANTIDA Das motorizações disponíveis, a mais interessante deverá ser a sDrive18d com 150 cv e tração dianteira. No entanto, para este primeiro contacto, a BMW disponibilizou a ver-
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ENSAIO
BMW X2 XDRIVE20D
SUSPENSÃO DESPORTIVA Com a suspensão desportiva M, o X2 fica 10 mm mais baixo. O conforto sobre empedrado ou na cidade ressente-se. A mala perde 35 litros para a do X1 e tem o plano de carga mais estreito e alto. Aqui, o “design” manda mais...
são xDrive20d. Trata-se do mesmo motor de dois litros e quatro cilindros, mas com 190 cv, caixa automática e tração integral xDrive. O motor respira bem nos médios regimes, está bem isolado e, em conjunto com a caixa automática, permite uma condução despachada. Para um SUV de 1675 kg e 190 cv, o X2 mostrou-se surpreendentemente ágil. Seguro pela tração integral e uma suspensão firme, curva com grande neutralidade. O centro de gravidade mais baixo ajuda a compensar o peso, que só se faz sentir nas curvas muito fechadas. No limite, a frente escorrega. Reação que só não é mais previsível e antecipável, porque a direção, apesar de rápida e direta, não é muito informativa. Com este motor e tração integral é preciso ter cuidado com o entusiasmo, que se paga na forma de consumos na casa dos 9 l/100 km. Uma média sempre elevada que não tem forma de se aproximar dos 4,8 l/100 oficiais. Os 8,8 l/100 km registados em cidade são os grandes responsáveis por fixar a média ponderada nos 7,5 l/100 km. Sendo uma das versões mais dinâmicas do X2, este xDrive20d dificilmente estará no topo da popularidade entre os frotistas. Estes sabem que há um X2 sDrive18d de 150 cv e tração dianteira bem mais apetecível. /
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BMW X2 XDRIVE20D
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 905,22€ 4 anos/ 80 000 km INCLUI: Manutenção, IUC, Seguro danos próprios (franquia 4%), pneus (4), veículo substituição. Valor inclui IVA. Contrato: BMW Financial Services.
Luzes diurnas LED Ponteira de escape cromada Faróis traseiros LED com design 3D Sensor de chuva e luminosidade Ar condicionado manual Rádio com ecrã 6,5’’, entrada USB e ligação Bluetooth Head-up Display
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
54 840€ 30 159€ 24 676€ 1 431€ 4 723€ 30 829€ (38,54)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 54 840€ // MOTOR 4CIL; 1995 CC; 190 CV // BINÁRIO 400 NM // TRANSMISSÃO Integral 8 vel. auto // PESO 1675 KG // COMP./LARG./ALT 4,36/1,82/1,53 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,67 M // MALA 470/1355 L // DESEMPENHO 7,7 S 0-100 KM/H; 221 KM/H VEL MAX // CONSUMO 4,8 l/100 KM // EMISSÕES 126 G/KM // IUC 255,71€ *As nossas medições
COMPORTAMENTO QUALIDADE IMAGEM RUÍDO TRAVÃO DE ESTACIONAMENTO
ENSAIO
VOLVO XC40 D4 R-DESIGN
MINIMALISMO ESCANDINAVO Confortável e minimalista, o Volvo XC40 traz o estilo sueco para o coração do segmento SUV compacto. Muito espaço, a segurança de sempre e um preço competitivo são argumentos a ter em conta TEXTO RICARDO MACHADO
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Volvo acaba de estrear em Portugal um dos SUV compactos mais aguardados do ano. O XC40 chega a um segmento muito concorrido, onde os anos de vantagem que os principais adversários acumularam começam a pesar na imagem. É o caso do Audi Q3, do BMW X1 ou do Mercedes GLA. Ao efeito surpresa do fator novidade, a Volvo junta a qualidade de uma nova arquitetura, denominada Compact Modular Architecture. Sem materiais exóticos, para manter os custos controlados, os 4,43 metros de XC40 desenvolveram-se em torno de uma estrutura em aço. O motor foi montado em posição transversal, permitindo esticar a distância entre eixos até aos 2,70 m, valor ultrapassado apenas pelos 2,76 m do BMW X1. Neste caso, os benefícios para a habitabilidade são diretos, com o Volvo
4 CIL.
7,9 S
5,2 L
135 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE D
190 CV
255,71 € IUC
a empatar com o Mercedes GLA e a perder apenas para o BMW X1. Com tração integral, 21 cm de altura ao solo e projeções curtas para melhorar os ângulos TT, o XC40 não se atrapalha fora do asfalto. No entanto, basta olhar para as linhas elegantes da carroçaria, mais suaves que as do XC60, para perceber que os principais obstáculos que este SUV vai enfrentar se encontram na cidade. Um ambiente onde o estilo contemporâneo do XC40 se enquadra na perfeição e as dimensões compactas garantem uma razoável agilidade. A suspensão, com esquema McPherson à frente e multibraços atrás, disfarça como pode o empedrado. A direção ligeira não cansa e a visão de 360º, ainda que um pouco vertiginosa devido aos ângulos das câmaras, compensa a reduzida visibilidade traseira nas manobras em espaços apertados. Em movimento, os
retrovisores bem posicionados nas portas fazem esquecer o volume exagerado do pilar C. BOM AMBIENTE Ao contrário do que a linha de cintura ascendente possa sugerir, a visibilidade dos lugares traseiros não é muito limitada. Com dois lugares confortáveis e um banquinho ao meio, os bancos posteriores rebatem as costas na proporção 60:40, operação que pode ser feita a partir da mala. Esta tem a indispensável abertura elétrica, plano de carga acessível, linhas direitas e fundo plano. Os 460 litros disponíveis estão na base da concorrência. Só o Mercedes GLA, com 421 litros, tem uma bagageira mais pequena. Não sendo particularmente grande, a mala do XC40 é, contudo, funcional. O piso, que esconde um compartimento de dimensões generosas, pode ser dobrado ao meio e utilizado como divisória.
Mais do que a esperada posição dominante sobre o trânsito ou as múltiplas regulações, é a sensação de espaço que mais impressiona quem se senta atrás do volante. Esta é potenciada pelo laranja das alcatifas feitas a partir de garrafas de plástico recicladas. No entanto, os lugares são chegados ao centro, com pouco espaço para a perna direita e excesso de liberdade para a esquerda. CUIDADO COM AS FOLGAS Fiel à pureza do design sueco, o interior tem uma apresentação cuidada. Há materiais de qualidades distintas, mas sempre bem montados e intercalados de modo a evitar a convivência entre plásticos duros. Pelo menos na parte superior do tabliê. Da linha de visão para baixo, o panorama torna-se mais pobre, rijo e menos agradável ao toque. Procurando bem, acabámos por encontrar algumas folgas
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ENSAIO
VOLVO XC40 D4 R-DESIGN
CONFORTÁVEL Nem as jantes de 20’’ opcionais conseguem comprometer o conforto. O pilar C é volumoso, sem roubar visibilidade aos passageiros. Já o condutor conta com as câmaras da visão 360º para compensar a limitada visibilidade traseira
excessivas. Concentram-se sobretudo no tabliê e em torno da faixa prateada que o cruza, unindo as aplicações do mesmo material de ambas as portas. Com motor de dois litros, 190 cv e tração integral, o Volvo XC40 custa 53.495€. Preço do nível de equipamento Momemtum, bem recheado e por isso mais caro que a maioria. Partindo do nível de equipamento R-Design (57.160€) e somando uma extensa lista de opcionais, este XC40 custa 68.852€. Mais interessante, mas ainda não disponível para ensaio, será a versão de 150 cv do mesmo motor, com tração dianteira e um preço base de 39.957€. Esta versão, sim, não tem rivais entre a concorrência. BMW e Mercedes conseguem preços na casa dos 37 mil euros, mas com motores de 116 cv para o X1 sDrive16d e 109 cv para o GLA 180 d. Em termos de valores residuais dos modelos da Volvo, tudo indica que estes estão a aumentar. Segundo dados da consultora FleetData, o XC90 consegue obter um valor de 51% para um período em análise de quatro anos ou 80 mil quilómetros. A menor taxa de depreciação tem um impacto positivo no residual, devendo o SUV da Volvo valer 27.172 euros. Por sua vez, o custo total de propriedade estimado é de 41,23 euros por cada cem quilómetros percorridos, o que está em linha com a média do segmento onde se insere. /
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VOLVO XC40 D4 R-DESIGN
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
52254 € 27172 € 25082 € 2780 € 5125 € 32986€ (41,23)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 809,59€ 4 anos / 80 000 km INCLUI: Manutenção preventiva e corretiva; seguro danos próprios; pneus (ilimitados); veículo substituição; IPO; IUC. Valor inclui IVA. Contrato: LeasePlan
Faróis LED Mid. Cruise control Sensores de chuva e luminosidade Volante em couro R-Design Tapetes R-Design Jantes em liga leve de 18’’ Áudio High Performance Painel de instrumentos de 12,3’’ Ar condicionado automático.
TÉCNICA PREÇO 53 495€ // MOTOR 4CIL; 1969 CC; 190 CV // BINÁRIO 400 NM // TRANSMISSÃO Integral 8 vel. auto // PESO 1733 KG // COMP./LARG./ALT 4,43/1,86/1,65 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,70 M // MALA 460/1336 L // DESEMPENHO 7,9 S 0-100 km/h; 210 KM/H VEL MAX // CONSUMO 5,2 l/100 KM // EMISSÕES 135 G/KM // IUC 255,71 € *As nossas medições
CONFORTO QUALIDADE IMAGEM CONSUMOS
ENSAIO
MINI COOPER D CLUBMAN 2.0 150 CV
TAMBÉM À MEDIDA DAS FROTAS Entre os argumentos do Mini Cooper D Clubman destaque para a carroçaria de seis portas, os cinco verdadeiros lugares, a motorização de 150 cv e os baixos custos de utilização TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
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MINI COOPER D CLUBMAN 2.0 150 CV
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 591,81€ 4 anos/48 meses INCLUI: Manutenção, IUC, Pneus (quatro), Seguro Danos Próprios com franquia de 4%, viatura de substituição. Valor inclui IVA. Contrato BMW Financial Services
Active Guard Ar condicionado automático bi-zona Bluetooth avançado e interface USB Computador de bordo Cruise control com função de travagem Estofos em tecido Cosmos Carbon Black Indicador da pressão de pneus Rádio Mini Visual Boost 6,5” Sensores de chuva e luz Sensores estacionamento traseiros Volante desportivo multifunções em pele
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
32 393 € 16 20 € 15 872 € 1 531 € 4 120 € 21 523 € (26,90€)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 32 393€ // MOTOR 4 CIL; 1995 CC; 150 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 330 NM // TRANSMISSÃO 6 VEL Man // PESO 1395 KG // COMP./LARG./ALT. 4,25/1,80/1,44 // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,67 // MALA 360 L // DESEMPENHO 8,6 (9,3*) 0-100 KM/H; 212 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 4,1 (6,2*) L/100 KM// EMISSÕES 109 G/KM // IUC 221,70 €
IMAGEM CONSUMOS
MOTOR OPÇÕES
*As nossas medições
4 CIL.
8,6 S
4,1 L
109 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
150CV
221,70 € IUC
C
apitalizando uma imagem jovem e irreverente, a Mini tem vindo a alargar a sua gama de produtos, introduzindo novas variantes para chegar a clientes diferentes que não abdicam de espaço e conforto, designadamente para viagens mais longas. Entre esses potenciais clientes encontram-se as empresas, que representam cerca de 40% do mercado automóvel. A própria evolução da gama permitiu à marca britânica, detida pelo BMW Group, lançar novos derivativos. Uma das propostas consiste no Mini Cooper D Clubman 2.0 de 150 cv, que está disponível a partir de 32.397 euros. Este posicionamento de preço possibilitou o seu enquadramento no escalão de tributação autónoma abaixo dos 35 mil euros.
Do Mini original de três portas, a versão Cooper D Clubman mantém alguns dos traços estilísticos da gama e pouco mais. Com um comprimento de 4,25 metros, carroçaria de seis portas, habitáculo com cinco lugares e bagageira com capacidade de 360 litros – que pode chegar aos 1250 litros com o rebatimento dos bancos traseiros –, este modelo tem tudo para desagradar a alguns “puristas” da marca britânica e tudo para agradar a um novo tipo de público que procura um veículo ágil e divertido de conduzir, mas com uma melhor habitabilidade. A longa distância entre-eixos de 2,67 metros e o recuo das rodas traseiras para a extremidade da carroçaria, como no Mini “tradicional”, permitiu a criação de um habitáculo que oferece cotas generosas para todos os ocupantes, so-
bretudo aqueles que viajam do banco traseiro, que dispõem de espaço para joelhos, ombros e distância da cabeça ao teto. Os materiais utilizados são de qualidade, como seria de esperar num compacto “premium”. O equipamento também é bastante completo, não faltando o volante desportivo multifunções em pele, o ar condicionado bizona, o computador de bordo, o rádio Mini Visual Boost com ecrã de 6,5”, os sensores de estacionamento traseiro, os sensores de chuva e de luz ou o cruise control com função de travagem, entre outros. Em termos mecânicos, o Mini Cooper D Clubman conta com um motor diesel de 2,0 litros, que desenvolve uma potência de 150 cv às 4000 rpm, sendo apontado como o mais equilibrado de toda a gama. Destaque para a
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ENSAIO
MINI COOPER D CLUBMAN 2.0 150 CV
AMBIENTE PREMIUM O portão traseiro de duplo batente é uma das caraterísticas do Clubman. O ambiente interior é de um compacto premium
elevada de disponibilidade de binário a baixas rotações, que permite uma utilização muito agradável em ambiente urbano, dispensando o recurso frequente à caixa manual de seis velocidades.Que, de resto, é excelente, não só pelo escalonamento como pela precisão. O caráter desportivo da Mini não sai penalizado no Cooper Clubman D 2.0, uma vez que esta motorização de 150 cv – em combinação com um peso em vazio de 1395 quilogramas – possibilita uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 8,6 segundos. Naturalmente que existem outras motorizações que oferecem melhores performances no capítulo dinâmico, mas muito dificilmente seria possível enquadrar o preço de aquisição no escalão de tributação autónoma abaixo dos 35 mil euros. No que se refere ao conforto há que salientar
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TURBO FROTAS ABRIL 2018
o trabalho desenvolvido pelos engenheiros da marca na afinação das regulações de amortecimento das suspensões que permitem digerir com eficácia as irregularidades do piso. No que se refere ao consumo de combustível, a marca anuncia uma média combinada de 4,1 l/100 km, embora em condições reais as medições da Turbo tenham indicado um valor de 6,2 l/100 km. O consumo de combustível é um dos fatores que contribuem para um custo total de utilização de 26,90 euros por cada cem quilómetros percorridos, de acordo com dados da consultora FleetData, para um período de quatro anos ou 80 mil quilómetros. A boa imagem da marca Mini traduz-se favoravelmente numa menor desvalorização e no valor residual que neste
caso é de 51%, estando em linha com muitas propostas do segmento premium. No final do período em análise, este modelo ainda deverá ter um valor de mercado de 16.520 euros. Para a obtenção daquele baixo custo total de propriedade para o período em questão contribui igualmente a despesa com a manutenção (1531 euros) e combustível (4120 euros). Referência, ainda, para a renda proposta pela BMW Financial Services para um contrato de renting com a duração de 48 meses ou 80 mil quilómetros, com um valor de 591,81 euros, que já inclui IVA. Para o mercado empresarial, a Mini também propõe o Clubman 4Business, com preço a partir de 24.304 euros, que tem por base a versão One D, com motor diesel de três cilindros de 116 cv e menos equipamento. /
08 outubro 2018
2ª CONFERÊNCIA
CENTRO DE CONGRESSOS ESTORIL
RESTRIÇÕES AO DIESEL CONSEQUÊNCIAS PARA AS EMPRESAS E PARA AS FROTAS. QUAL O CAMINHO?
DE ONDE VIMOS – PARA ONDE VAMOS. O NOVO SISTEMA DE HOMOLOGAÇÃO DE CONSUMOS WLPT. PORQUÊ? QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS?
DO DIESEL PARA A GASOLINA
MERCADO DE USADOS E VALORES RESIDUAIS COMO VÃO EVOLUIR? QUAL O PAPEL DAS GESTORAS DE FROTAS?
FROTA ECOLÓGICA
TENDÊNCIA OU DECISÃO DE GESTÃO?
GARANTA A SUA PRESENÇA.
INSCREVA-SE JÁ INSCRIÇÃO INDIVIDUAL 40€ PACK DE 5 INSCRIÇÕES 175€ PACK DE 10 INSCRIÇÕES 325€ Limitado a 200 participantes Peça o formulário de inscrição: turbo@turbo.pt
ENSAIO
AUDI A4 AVANT
ARGUMENTOS REFORÇADOS O Audi A4 Avant tem um lugar destacado junto daqueles que procuram as melhores opções para as suas frotas, bem como entre os que privilegiam o prazer de condução e a certeza de oferecer o melhor à família. Mas agora tem argumentos reforçados TEXTO JÚLIO SANTOS
É
bem conhecida a preponderância do Audi A4 Avant junto dos clientes profissionais, como são óbvias as razões que explicam esse facto. Tanto quanto a assinatura premium ou os reduzidos custos de utilização, vale a pena recordar que estamos perante um automóvel que reúne os atributos mais valorizados pelas empresas, mas, também, pelos utilizadores. No primeiro caso, além do excelente valor residual, que se traduz em rendas baixas (471 euros para um contrato de quatro anos e 80 000km) importa sublinhar os reduzidos custos de manutenção
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TURBO FROTAS ABRIL 2018
(ver ficha técnica), bem como uma imagem estatutária que todos reconhecem nesta proposta que tem sido capaz de se renovar e apresentar sempre atual. Já no caso dos utilizadores, aquilo que mais destacam no Audi A4 Avant é a sua dinâmica apaixonante e as capacidades familiares, oferecendo muito espaço para pessoas e bagagem, conforto e segurança. Além da imagem elegante e sofisticada e da aura premium, do prazer de condução e das vantagens económicas, há, porém, algo em que todos convergem: a qualidade dos materiais e o rigor de construção, atributos bem espelhados nos recentes estudos de fiabilidade da Dekra que
colocam os produtos da Audi no topo da satisfação dos clientes. TECNOLOGIA ÚTIL Mas este é, como seria de prever, o melhor A4 de sempre, algo que se torna ainda mais evidente por via do recurso às tecnologias mais avançadas. São os casos dos faróis “inteligentes” e do sistema MMI muito intuitivo que nos permite aceder facilmente a um conjunto alargado de funcionalidades, num interior em que predomina o bom gosto da decoração. E é, também, o caso do sistema Audi Select Drive que nos permite ajustar a suspensão, bem como a resposta do motor e
AUDI A4 AVANT
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 471,52€ 4 anos/ 80 000 km INCLUI: Pneus, seguro danos próprios com franquia 4%. Valor inclui IVA. Contrato: Audi Financial Services.
Ar condicionado com sensor de inclinação solar, fecho centralizado à distância e sistema keyless go, computador de bordo medium, rádio MMI Plus, interface Bluetooth, câmara multifunções, limitador de velocidade, pre sense City, sistema start-stop com recuperação de energia, sensor de chuva, faróis de xénon plus com luzes diurnas em LED
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
45 173 € 22 135 € 23 038 € 1884 € 4 019 € 28 942 € (36,18)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 45 173€ // MOTOR 4 CIL; 1968 CC; 150 CV // TRANSMISSÃO 6 VEL DSG // PESO 1600 KG // COMP./ LARG./ALT 4,72/1,84/1,43 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,82 M // MALA 505 L // DESEMPENHO 9,0 S 0-100 KM/H (10,7*); 213 KM/H VEL. MÁX // CONSUMO 4,4 (6,5*) L/100 KM // EMISSÕES 115 G/KM // IUC 221,70 €
CONSUMO/ QUALIDADE/IMAGEM
CAPACIDADE DA MALA/ ACESSIBILIDADE
*As nossas medições
4 CIL.
9,0 S
4,4 L
115 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE B
150 CV
221,70 € IUC
da direção, em função da utilização, privilegiando o conforto ou as capacidades dinâmicas, ou encontrando o compromisso que mais nos agrada (modo Individual). O A4 Avant interpreta, então, de forma perfeita a assinatura Audi, ao colocar-se na vanguarda da tecnologia, o que é tão mais de enaltecer quanto é certo que o objetivo é manifestamente tornar mais agradável a vida a bordo, favorecer a segurança e potenciar a eficácia dinâmica. Neste caso, destaque para a ampla escolha de motores e transmissões. No que às empresas diz respeito a opção certa é a versão turbodiesel de 2.0 litros (2.0
TDI) com 150 cv que pode ter associada a caixa manual de seis velocidades ou DSG (dupla embraiagem) de acionamento automático, com sete relações. Apesar do custo adicional esta é uma opção cada vez mais indispensável e que vamos valorizar ao longo de todo o período de quatro anos (ou mais), pelo acréscimo em termos de conforto de utilização e, principalmente, pelo contributo para o prazer de condução. É, na verdade, com a caixa DSG que o motor TDI de 150 cv melhor expressa as suas capacidades, com uma plena disponibilidade nos baixos e médios regimes o que se traduz, também, em consumos que nos fazem acreditar que
estamos perante um automóvel compacto. Mesmo rolando em autoestrada, nos limites daquilo que a lei permite, conseguimos valores médios da ordem dos 5,5 litros por cada 100 quilómetros, enquanto que numa utilização mista de cidade e estrada esse valor aumentou em menos de um litro. De tudo isto resulta uma avaliação económica capaz de explicar o agrado dos utilizadores particulares, enquanto que no caso das empresas, aos baixos consumos há que juntar os reduzidos custos de manutenção e o bom valor residual, pelo que não admira que o Audi A4 Avant teime em afirmar-se como uma opção incontornável entre as empresas. /
ABRIL 2018 TURBO FROTAS
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ENSAIO
4 CIL.
9,4 S
6,2 L
164 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE F
200 CV
255,71 € IUC
KIA SORENTO 2.2 CRDI 4X4 AUT.
UMA BOA OPORTUNIDADE Para manter a competitividade, a Kia introduziu algumas alterações de estilo no Sorento e uma nova caixa automática de oito velocidades TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO
om o segmento dos SUV ao rubro, não admira que a Kia dê especial atenção a todos os membros desta grande família. Assim, e após o lançamento do Stonic, que é uma versão mais radical do Rio, chegou a vez do Sorento receber uma atualização importante, quer exterior quer interior, passando pela transmissão e pelo equipamento, com destaque para a área do conforto e da segurança. Por fora, as principais mudanças encontram-se em ambos os para-choques, nas molduras decorativas das portas, nos faróis (que podem ser de LED) e nas jantes com diâmetros entre
C
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TURBO FROTAS ABRIL 2018
as 17 e as 19 polegadas. Por dentro encontramos também novidades que vão desde o volante até à instrumentação, passando pelos comandos do sistema de climatização e do sistema multimédia e de navegação. Também foram revistos alguns materiais, daí que a qualidade real tenha aumentado bastante ao mesmo tempo que passou a haver a possibilidade de personalizar o interior à semelhança do que acontece com os seus irmãos mais novos e mais pequenos. Como no anterior modelo, o Sorento continua a ter um único motor Diesel de 2,2 litros com 200 cv. A novidade neste caso é a caixa automática de oito velocidades lançada com o Stinger que veio substituir a anterior transmissão automá-
tica de seis velocidades. Para além de conferir melhores prestações e de suavizar bastante o funcionamento do motor, razão pela qual se sente muito menos o seu ruído no interior do habitáculo, a nova transmissão abriu as portas a novos modos de condução. Ao todo são quatro modos que alteram o comportamento do motor, da caixa de velocidades e da direção. Para além dos modos mais económicos (Eco e Eco +) há os modos Sport , Sport + e Comfort que faz uma gestão automática dos parâmetros atrás referidos e que acaba por ser o mais utilizado. Ainda que na cidade seja aconselhável selecionar os modos Eco para reduzir os consumos que tendem a aumentar nos trajetos mais ur-
KIA SORENTO 2.2 CRDI 4X4 AUT.
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 684,08€ 4 anos/48 meses INCLUI: Manutenção / IPO, IUC, Assistência 24 horas, veículo substituição, garantia total.
Caixa automática de 8 velocidades; 4x4; Controlo de tração eletrónico; Controlo de estabilidade; Hill Holder; Aviso de desvio da faixa de rodagem; Volante multifunções; Faróis direcionais; Barras no tejadilho; 7 lugares; Cruise Control; Sensores de estacionamento; Sistema de navegação; Bluetooth; Computador de bordo; Indicação de pressão dos pneus
PREÇO 50 825 € (45 725 € com caixa manual)// MOTOR 4 CIL; 2199 CC; 200 CV; 3800 RPM // BINÁRIO 441 NM // TRANSMISSÃO 8 VEL Aut. // PESO 1957 KG // COMP./LARG./ALT. 4,80/1,89/1,68 M// DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,78 M// MALA 605 L // DESEMPENHO 9,4 S 0-100 KM/H; 205 KM/H VEL MÁX // CONSUMO 6,2 (7,4*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 164 G/KM IUC 255,71 €//
CONFORTO/CAIX. AUT. DE 8 VEL./7 LUGARES
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
50 825 € 16 695 € 33 895 € 3 208 € 6 029 € 43 132 € (53,92)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA
CONSUMOS NA CIDADE/ TRAVAGEM
*As nossas medições
MAIS LUXUOSO O interior do Kia Sorento está mais luxoso. Além de ter recebido retoques estéticos importantes e novos materiais, a caixa automática de oito velocidades, estreada no Stinger, é nova
banos. Apesar das suas dimensões, o Sorento revelou alguma agilidade nos ambientes mais apertados, onde também se comporta com um conforto muito acima da média. Uma novidade é o sistema de segurança “Drive Wise” que mais não é do que um detetor de fadiga que emite sinais acústicos e luminosos junto da instrumentação quando lê sinais de cansaço no condutor. Ainda no domínio da segurança destaque para a manutenção na faixa, a mudança automática das luzes (médio/ máximos e vice versa) ou a iluminação adaptativa em curva. O sistema multimédia, que hoje em dia nenhum veículo do género dispensa, é controlado
tatilmente por um ecrã de boa resolução de 8 polegadas e onde podemos visualizar o sistema de navegação desenvolvido pela TomTom. Em termos de conetividade o sistema é compatível, quer com a Apple CarPlay, quer com o Android Auto, podendo assim replicar ambos os ambientes de forma a facilitar a comunicação a partir de qualquer telemóvel. À semelhança do que acontece com modelos do género, também o novo Sorento oferece a possibilidade do carregamento por indução, ainda que para isso o telemóvel tenha de estar preparado para esse modo de carga. Por um custo adicional o cliente pode ainda ter um equipamento de som mais sofisticado fornecido pela
Harman Kardon composto por 10 altifalantes e com 640 Watts de potência. Com custos de manutenção em linha com outros modelos da marca coreana, este SUV tem a vantagem de ser o mais competente em fora de estrada, onde o sistema 4x4 faz toda a diferença. Tem, contudo, a desvantagem de se refletir no facto de o Sorento pagar classe 2 nas autoestradas, o que pode ser minimizado com a Via Verde. O seu preço compete com as melhores realizações deste segmento, em relação às quais não tem qualquer complexo da inferioridade. O custo total de utilização é de 53,92 euros por cada cem quilómetros, segundo dados da FleetData. /
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ENSAIO
HYUNDAI I30 FASTBACK 1.4 T-GDI
FORA DO TRADICIONAL O novo Hyundai i30 Fastback sai fora das receitas tradicionais. A sua carroçaria de cinco portas mas com ares de coupé revelou ser uma solução agradável e inovadora… TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO
N
este segmento de mercado, esta é uma solução pouco comum, mas o exercício da Hyundai não poderia ter sido melhor e, por isso, acreditamos que terá muitos adeptos, especialmente na faixa etária mais jovem. Se do pilar central para a frente é igual ao i30 de 5 portas, daí para trás tudo muda, desde o estilo aos condicionalismos inerentes da carroçaria ser mais inclinada nessa zona. Além de o acesso ser
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pior, a habitabilidade é penalizada por uma redução de 8 centímetros na altura interior, enquanto o espaço para as pernas tem agora menos 2 centímetros que o seu irmão supostamente mais familiar. E dizemos supostamente porque, em compensação, o acesso à mala melhorou e o seu volume cresceu 55 litros, tendo no total 450 litros, mantendo ao mesmo tempo um alçapão que permite guardar objetos menos usados, ou que pretendemos esconder. Não tendo um habitáculo tão
espaçoso quanto a versão de 5 portas, o interior mantém, no entanto, o mesmo nível de qualidade e equipamento. Uma qualidade que se traduz em coisas tão simples como um isolamento quase perfeito do ruído do motor 1.4 T-GDi que só se ouve ao ralenti, ao contrário do que acontece com o motor 1.0 T-GDi de 120 cv. Além da quase ausência de ruído, praticamente também não vibra e tem prestações muito acima da média. Para este primeiro contacto preferimos a caixa automá-
HYUNDAI I30 FASTBACK 1.4 T-GDI
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 637,27 € 4 anos/80 000 km INCLUI: Manutenção, Seguro danos próprios, Assistência em viagem, Pneus (ilimitados), Veículo substituição, IUC, IPO. Valor inclui IVA. Contrato LeasePlan
Airbags frontais; Controlo de tração eletrónico; Controlo de estabilidade; Hill Holder; Aviso de desvio da faixa de rodagem; Vidros elétricos à frente e atrás; Volante multifunções ajustáveis em altura e profundidade; Direção assistida e progressiva; Faróis direcionais; Apoio de braços dianteiro; Cruise Control adaptativo; Sistema de navegação; USB; Bluetooth; Computador de bordo
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
28 357 € 11 948 € 14 603 € 1816 € 6607 € 23 026 € (28,78)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 28 357 € // MOTOR 4 CIL.; 1353 CC 140 CV // BINÁRIO 242 NM // TRANSMISSÃO 7 VEL AUT. // PESO 1342 KG // COMP./LARG./ALT 4,45/1,79/1,42 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,65 M // MALA 450 L // DESEMPENHO 9,5 S 0-100 KM/H; 203 KM/H VEL MAX // CONSUMO 5,6 L/100 KM // EMISSÕES CO2 129 G/KM // IUC 168,98 €
MOTOR/ESTÉTICA/ EQUIPAMENTO
ACESSO ATRÁS DIREÇÃO
4 CIL.
9,5 S
5,6 L
129 G/KM
1353 CC
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
140 CV
168,98 € IUC
tica de dupla embraiagem e sete velocidades em vez da caixa manual de seis velocidades de série. O ganho é muito semelhante ao que acontece com a utilização de uma transmissão do género por um motor diesel, ou seja, o automático suaviza o funcionamento do motor, ao mesmo tempo, que otimiza as prestações, com destaque para as recuperações. Os consumos não conseguem ser melhores, embora a inflação seja mínima, o que não penaliza muito os custos de utilização. Estes são reduzidos, não apenas pelos consumos contidos, mas também porque as revisões são espaçadas e a fiabilidade é elevada. Não é por acaso que a Hyundai é uma das marcas com prazos de garantia tão longos, o que se reflete positivamente nos custos de manutenção (TCO). A suavidade de funcionamento do motor não é, neste caso, sinónimo de apatia, muito pelo contrário. O facto dos 140 cv se exprimirem às 6000 rpm e o binário máximo de 242 Nm às 1500 rpm garante uma baixa de utilização grande (índice de elasticidade) e uma boa resposta do motor em quase todas as situações. Esta caraterística casa bem com a caixa auto-
mática que proporciona boas prestações. Para acompanhar esse bom desempenho, a suspensão MacPherson à frente e independente atrás, sendo 15 por cento mais firme que na versão de 5 portas e 5 milímetros mais baixa. Esta alteração, feita para melhorar o comportamento dinâmico em curva, em nada sacrifica o conforto que se mantém elevado, mesmo quando abordamos pisos mais irregulares. Já a direção não é tão comunicativa quanto seria desejável por ser demasiado assistida. Para além de não ser muito direta, não é muito precisa. Em resumo, o desempenho da versão fastback do Hyundai i30 é uma boa surpresa. Tal como o vasto equipamento que oferece. No caso da versão ensaiada destacamos uma opção que passará em breve a ser normal, a condução autónoma. O sistema, além de simples (nível 2), revelou ser bastante eficaz na leitura dos traços, mesmo nos dias mais chuvosos. Ao contrário de outros, não estava sempre a pedir que colocássemos as mãos no volante. Ainda que a versão ensaiada com caixa automática custasse 28.357 euros, é possível ter a versão manual por menos 2100 euros. /
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ESPECIAL
NISSAN LEAF TORNA-SE ALTERNATIVA CONCRETA PARA FROTAS
AMADURECIDO E BOM NEGÓCIO Se o primeiro Leaf já tinha conquistado alguns frotistas com as suas qualidades e vantagens económicas, o chamado “Leaf 2.zero” é uma tremenda evolução que tem tudo para se tornar uma fortíssima alternativa para empresas que necessitem de uma frota para médias e curtas distâncias com muito baixos custos de utilização! TEXTO SÉRGIO VEIGA
Q
uando muitas marcas estão a vantagens em termos de custos de utilização, preparar-se para abraçar a mo- muitíssimo inferiores aos dos automóveis com bilidade elétrica, já a Nissan motores convencionais. vai para a segunda geração do Mas não é só pelo preço bastante mais baixo modelo com que, faz agora oito do “combustível” que o Leaf se torna interesanos, agitou o mercado! O primeiro Leaf foi sante para as empresas. Nomeadamente em lançado em 2010, apenas com 122 km de au- Portugal, onde são já diversos os frotistas intetonomia e com aquele “design” invulgar que ressados no novo Leaf. As benesses dos veículos dividiu opiniões… Agora, 300 mil carros ven- elétricos implicam a isenção de pagamento de didos e uma experiência acumulada de 3,9 mil tributação autónoma, além da recuperação da milhões de quilómetros percorridos depois, totalidade do IVA ao longo de quatro anos. O a Nissan aparece com um Leaf amadurecido que baixa significativamente o preço final do e pleno de qualidades, a que se refere como o Nissan Leaf! Além disso, a manutenção – de “Leaf 2.zero”. ano a ano ou de 30 em 30 mil quilómetros – é A ambição da marca nipónica é tornar este Leaf bastante mais barata por haver muito menos num produto de massificação componentes a intervencioda mobilidade elétrica e, para nar, nomeadamente a duraisso, começou por abrir mão de bilidade muito maior das pasuma estética disruptiva e oritilhas de travão e a ausência SE CONDUZIRMOS ginal para optar por um “look” de filtros de motor a trocar… O NISSAN LEAF COM mais consensual. Agora que já Estima-se que as revisões cusALGUNS CUIDADOS, foi apresentado à sociedade tem cerca de um terço das dos OS 270 KM DE como uma referência dos faautomóveis convencionais. AUTONOMIA miliares elétricos, o Leaf quer Estas vantagens, poderá diANUNCIADOS PELO chegar ao maior número de zer-se, são comuns aos vários NOVO CICLO WLTP clientes possível e as mais de modelos elétricos no mercado, SÃO REALISTAS vinte mil encomendas conportanto, qual a vantagem do tabilizadas no momento do Nissan Leaf em relação a esarranque das entregas eram ses? O carro nipónico amaduum bom indicador de que a receu e melhorou em todos os Nissan tinha feito a aposta certa. aspetos. Apenas ligeiramente em habitabilidaParte importante dessas encomendas vieram de, pois já era uma das qualidades da primeira do setor frotista, com muitas empresas, públi- geração, tendo mantido a distância entre eixos cas ou privadas, a perceberem que as qualidades (2,70 m), embora esteja 5 cm mais comprido e 2 do novo Leaf se enquadram nas suas necessida- cm mais largo: 4,49 m de comprimento e 1,79 m des. O aumento da autonomia do “Leaf 2.zero” de largura. Mas ficou 1 cm mais baixo (1,54 m) foi um dos elementos fundamentais para essa – apesar de o espaço para a cabeça dos ocupanaposta, já que a possibilidade perfeitamente tes até ter crescido – contribuindo para que o real de se percorrer 270 km com uma só car- centro de gravidade baixasse em 5 mm, o que é ga lhe abre as portas a frotas de percursos de sempre bom a nível dinâmico. Maior evolução média-curta distância. Com óbvias e grandes a nível interior: a mala cresceu de 370 para 435
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litros e pode até chegar aos 1176 litros com o rebatimento das costas dos bancos traseiros, na proporção 40:60. POTÊNCIA E TECNOLOGIA Foi, contudo, na parte mecânica e tecnológica que este “Leaf 2.zero” deu o grande salto, começando logo pelos ganhos no conjunto motor-bateria. Nestes anos, muito se evoluiu na tecnologia das baterias e, graças ao aumento da densidade energética, a Nissan conseguiu aumentar a capacidade da bateria do Leaf de 30 para 40 kWh sem ter de aumentar muito as suas dimensões. Isso permitiu encaixá-la sob o piso do carro, mais uma vantagem para o comportamento dinâmico. A maior capacidade da bateria, além de garantir o aumento
da autonomia, permitiu também montar um motor bastante mais potente, com 110 kW (o equivalente a 150 cv) e um binário de 320 Nm. Isto significa enormes aumentos face à geração anterior que tinha 109 cv (mais 38%) e 254 Nm (mais 26%). E, não sendo bem a finalidade de um automóvel elétrico, num momento de maior descontração é delicioso sentir a forma linear e despachada como o Leaf chega aos 100 km/h em apenas 7,9 s! A velocidade continua limitada aos 144 km/h, o que faz todo o sentido num automóvel deste género. Refira-se, em relação à autonomia, que a Nissan foi das primeiras marcas a anunciar os valores segundo o novo ciclo WLTP, mais realista. Embora ainda anuncie os 378 km do velhinho e irrealista ciclo NEDC (criado nos anos 80),
assume que, segundo o novo ciclo WLTP, o Leaf deverá atingir os 270 km num percurso misto, podendo chegar aos 415 km em percurso urbano, onde há muito mais regeneração de energia. E, pelo que experimentámos, com autoestrada a 120 km/h à mistura – a maior inimiga dos elétricos –, os 270 km são perfeitamente realistas. A vertente tecnológica foi também reforçada, destacando-se os sistemas e-Pedal e ProPilot. O primeiro muda totalmente a forma de guiar o Leaf já que, depois de alguns quilómetros de habituação, não muitos, permite que se guie quase sem se tocar no travão. Antecipando o que vai acontecer à nossa frente e levantando o pé do acelerador, a regeneração de energia é tão forte que o carro trava sozinho (acende,
inclusive, os “stops”) sem que se carregue no pedal da esquerda. De início estranha-se mas rapidamente se entranha… até de forma divertida. O botão do e-Pedal tem de ser ligado, pois a sua forte atuação interfere com o prazer de condução num trânsito mais fluído, como estrada livre ou autoestrada. Disponível apenas nos níveis de equipamento N-Connecta e Tekna – abaixo deles há o Visia e o Acenta – está o sistema ProPilot, que pretende ser um dispositivo de condução autónoma de Nível 2 que se mostrou competente a manter o Leaf dentro da faixa de rodagem e à distância pré-determinada do carro da frente, mas exige que o condutor coloque as mãos no volante (basta um toque) em intervalos de poucos segundos, para se assegurar de que o humano
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ESPECIAL
NISSAN LEAF
QUANTO CUSTAM OS «QUATRO» LEAF O Nissan Leaf está disponível no mercado nacional em quatro níveis de equipamento, os já tradicionais Visia, Acenta, N-Connecta e Tekna. Desde o nível mais baixo que o recheio é já bastante rico, com chave inteligente, sensores de chuva e luz, e-Pedal, ar condicionado automático ou o escudo de proteção da Nissan que inclui travagem de emergência com deteção de peões, alerta de manutenção na faixa, leitor de sinais de trânsito, alerta de ângulo morto e detetor de fadiga, entre outros. Os preços de tabela são os seguintes: Visia Acenta N-Connecta Tekna
NISSAN LEAF N-CONNECTA PREÇO 35.500 € // MOTOR ELÉCTRICO; 110 KW (150 CV) // BINÁRIO 320 NM /0 – 3283 RPM // CAPAC. BATERIA 40 KWH // TRANSMISSÃO 1 VEL AUTO // PESO 1995 KG // COMP./LARG./ALT. 4,49/1,79/1,54 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,70 M // MALA 435 L // DESEMPENHO 7,9 S 0-100 KM/H; 144 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 14,8 KWH/100 KM // EMISSÕES CO2 0 G/KM // IUC 0 €
está a controlar a máquina. Se não se puser as mãos no volante, o sistema apita e, ao fim de três avisos sonoros, o Leaf assume que algo de grave se passou com o condutor e abranda na faixa, com os quatro piscas ligados, até parar. O novo Nissan Leaf revelou-se extremamente agradável de guiar e até bastante competente a nível dinâmico, mesmo em percursos muito sinuosos. Aí vieram ao de cima progressos como o aumento em 15% da rigidez estrutural, as barras estabilizadoras 8% mais duras, as novas afinações do conjunto mola/amor-
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TURBO FROTAS ABRIL 2018
tecedor e a direção mais direta que faz agora apenas 2,6 voltas de ponta a ponta, contra 3,2 da geração anterior. A bateria de maior capacidade implica também maior tempo de carregamento, se bem que o Leaf esteja preparado para receber 80% da carga nos postos rápidos em 40 minutos. Numa “wallbox” de 7,3 kW (implica instalação elétrica de 32 A) a carga total demora 7,5 horas, tempo que duplica se a instalação for de apenas 16 A, pois a “wallbox” só trabalhará a 3,2 kW. O poder negocial de uma empresa conseguirá,
32.850 € 34.400 € 35.500 € 37.750 €
Como opções para todos, há apenas a pintura metalizada (550 €) ou a pintura branca (200 €). A pintura bitom (branco com tejadilho negro) só está disponível nos níveis N-Connecta e Tekna, por 400 €. O sistema ProPilot Park (em que o carro estaciona sozinho, paralela ou perpendicularmente ao passeio) é exclusivo do nível Tekna, por 500 €. A aplicação para “smartphone” que permite programar a hora ideal para o início do carregamento das baterias ou ligar a climatização para ter o carro à temperatura ideal (entre outras coisas) é gratuita. Refira-se que a Nissan tem em vigor campanhas tanto para particulares como para empresas que tornam a compra do Leaf ainda mais atraente.
porventura, chegar a uma solução que inclua fornecimento das necessárias “wallbox” com a potência adaptada à rotatividade que necessita para que uma frota de Nissan Leaf se torne um investimento particularmente interessante. Porque, no caso deste “Leaf 2.zero”, já nem estamos só a falar de uma opção ecologicamente correta, mas também de uma forma de cortar de forma significativa os custos de mobilidade de muitas empresas, cujas necessidades se coadunem com as condições de operação do modelo nipónico! /
PEDRO TELES – DIRETOR DE FROTAS NA NISSAN PORTUGAL
“EMPRESAS RECONHECEM VANTAGENS DO NISSAN LEAF” As empresas representaram cerca de 60% das vendas da anterior geração do Nissan Leaf, mostrando um óbvio reconhecimento das vantagens da mobilidade elétrica. A nova geração reúne todas as condições para oferecer melhores rendas e valores residuais TEXTO JORGE REIS FOTOS JOSÉ BISPO
A
tual responsável pela área das Frotas na Nissan Portugal, Pedro Teles encontra-se ao serviço da Nissan desde 2005, altura em que iniciou funções no Departamento Técnico. No seu percurso profissional, uma passagem de cinco anos por Barcelona permitiu-lhe liderar o Departamento de Garantias e Homologações, regressando ao nosso país em 2012, primeiro na qualidade de
gestor de zona no pós-venda, depois enquanto gestor de zona nas vendas, vindo a assumir a condução da área das Frotas desde há cerca de um ano. A área das Frotas na Nissan, segundo nos confidenciou este responsável, “tem vindo a registar um forte crescimento, principalmente desde 2014, mantendo a marca uma aposta muito forte em torno das frotas, o que, felizmente, tem permitido que as nos-
sas vendas estejam a crescer, ano após ano, nestes canais.” Quando falamos desse canal, que tipo de frotas é que a Nissan está a trabalhar de modo prioritário? Pequenas e médias empresas merecem particular atenção, sendo porventura o nosso principal foco. Mas temos também grandes clientes, ou aquilo a que chamamos de ‘grandes contas’,
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ESPECIAL
NISSAN LEAF
referentes a empresas como a Vodafone, EDP, Bayer, Siemens e outras. Qual o produto principal da Nissan escoado pela via das frotas? Atualmente, sem dúvida que o Qashqai surge como a nossa estrela. É, de facto, o produto que tem mais apetência para o mercado e que tem mais procura. E como coloca o Nissan Leaf na área das frotas? O Leaf tem vindo a crescer ao longo dos anos em termos de influência e importância. Apareceu como um pequeno nicho de mercado e, à data de hoje, está a deixar de o ser. Surgiu como uma alternativa aos segmentos tradicionais em que vingavam modelos com motores de combustão interna mas, com o evoluir das normas europeias — Euro5 e Euro6 —, tem havido uma apetência cada vez maior por parte das empresas, bem como dos clientes particulares, por produtos alternativos, mais ecológicos, menos poluentes, encontrando-se o Leaf por via disso no centro das atenções. O facto de estar a chegar um novo Leaf, com mais autonomia mas também um novo design, provocou de algum modo um maior interesse? Sem dúvida que sim. Realizámos a pré-apresentação do novo Leaf em outubro de 2017, com um evento para os principais clientes frotistas, mas também para a Imprensa, e desde então temos estado em uma fase de pré-venda com a procura e as vendas concretizadas muito superiores às nossas melhores expectativas. A procura do Nissan Leaf por parte das empresas resulta de um interesse economicista, ou antes de uma preocupação “verde” na defesa do meio-ambiente? Creio que é principalmente economicista. Uma empresa tem benefícios fiscais na aquisição de um veículo elétrico e quer tirar o melhor partido desses benefícios. Ainda assim, também existe uma preocupação “verde”. Qual o peso das empresas no total de vendas do Nissan Leaf? As vendas a empresas representam, atualmente, 60 por cento das vendas do Leaf. Que vantagens advêm desta opção por parte das empresas? Felizmente são várias. O Nissan Leaf não paga IUC (Imposto único de Circulação), não paga ISV (Imposto Sobre Veículos), num grande número de cidades o Leaf não paga estacionamento ou, como acontece em Lisboa, paga uma importância mínima anual (os veículos elétricos pagam na capital 12 euros por ano para poderem estacionar em qualquer lugar dos parques de estacionamento de superfície
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TURBO FROTAS ABRIL 2018
explorados pela EMEL). Para além disso existem outros benefícios para a empresa, que pode receber os 2250 € de incentivos estatais para a compra de veículos elétricos nas primeiras cinco unidades que adquira, podendo ainda a empresa deduzir o IVA, entre outras vantagens para as empresas derivadas desta opção pelo veículo eléctrico. As empresas já percecionam as vantagens reais da mobilidade elétrica, ou ainda há aquela empresa que fica de algum modo surpreendida quando se apercebe desse pacote de vantagens? A maior parte das empresas já reconhece as vantagens e está informada, mas é claro que há ainda muitas empresas com dúvidas, nomeadamente algumas pequenas e médias empresas, mais familiares, com menos conhecimentos sobre a legislação ou mesmo sobre os veículos elétricos. Desconhecem muitas das vantagens que podem retirar desta opção.
um valor que pode mesmo ir para além dos 378 quilómetros se considerarmos uma utilização exclusivamente urbana, onde os períodos de regeneração de energia pelas acções de ‘pára-arranca’ permitem algum carregamento das baterias em circulação. Tecnologicamente está também mais evoluído, apresentando o sistema ‘safety shield’, uma tecnologia de segurança que está presente já em quase toda a nossa gama, e que ajuda os condutores a diminuírem a sinistralidade, mas também o sistema ProPilot Assist, que se pode traduzir pela aplicação do primeiro nível de condução autónoma. O sistema de estacionamento totalmente automático, ou a presença do e-Pedal, que permite acelerar e travar só com um pedal, são outras inovações no novo Nissan Leaf. Falamos de autonomia, mas é igualmente importante ter a noção do tempo de carregamento de que o Leaf carece... Estamos perante um carro que permite a utilização de carregadores de 50 kW/h. Por via disso, torna-se possível carregar até 80 por cento das baterias em apenas 40 minutos. Depois, existem outros tipos de carregamento, como o doméstico, numa tomada normal, que implica, para um carregamento completo das baterias, um período de 18 horas.
Em termos de custos de manutenção e utilização, o que podem os clientes esperar do novo Leaf? Se compararmos com um veículo com motor de combustão interna, mesmo dos mais económicos do mercado, a verdade é que a utilização do Nissan Leaf apresenta um custo sempre bem mais reduzido. A título de exemplo, se tivermos Este novo Leaf virá permitir O CUSTO ANUAL em consideração um tarifário melhores valores residuais DE MANUTENÇÃO bi-horário, o carregamento de e, por via disso, melhores DO NOVO rendas para os clientes da um Leaf em casa custa, em méNISSAN LEAF dia, um euro e meio por cada Nissan? ESTÁ ESTIMADO 100 quilómetros. Espero que sim e acredito que EM APENAS... Um carro dito convencional, sim. É um facto que este novo CEM EUROS! por mais económico que seja, Nissan Leaf ainda não tem um custará sempre qualquer coihistórico e, como tal, ainda não sa como seis a sete euros, em tem um valor residual totalmédia, por cada centena de mente claro, mas tudo indica que o valor residual será mequilómetros. Para além disso, ao nível de manutenções, um carro elétrico lhor, até porque o carro vem muito mais comnão tem de mudar o óleo, o motor necessita de pleto. A ser assim, será fácil de perceber que menos componentes, e mesmo ao nível de tra- também as rendas possam ser melhores para vões, com o sistema e-Pedal que o novo LEAF os nossos clientes. apresenta, regista-se uma poupança considerável nas pastilhas de travão, levando a que o Perante tudo isto, as expetativas da Nissan novo Leaf tenha um custo anual de manuten- em redor deste novo Leaf são positivas por ção estimado em apenas cem euros. força das opções dos clientes da marca, ou podemos dizer que pelas escolhas globais Olhando para o novo Leaf em termos com- do mercado? parativos com o anterior, uma das grandes As expetativas são muito boas e assentam, invantagens passa pelo aumento de autonomia clusivamente, no facto de os resultados deste que avança agora para que valores? primeiro trimestre do corrente ano serem já O novo Nissan Leaf permite uma autonomia de melhores do que aquilo que foi conseguido no 378 quilómetros de acordo com a norma NEDC, ano passado. Por outro lado, o cliente atual está contra os 250 quilómetros permitidos pela an- cada vez mais amigo das novas tecnologias e, terior geração que esteve até agora no merca- de igual modo, também o próprio mercado está do. Aquele valor significa uma autonomia real, cada vez mais consciente para a importância em utilização mista, de 280 a 300 quilómetros, de ser “amigo do ambiente”. /
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CLIENTE
NISSAN LEAF
DOIS CASOS EMPRESARIAIS “RENDIDOS” AO ELÉTRICO DA NISSAN
BALANÇO POSITIVO Pelos seus baixos custos de utilização e vantagens fiscais, o anterior Nissan Leaf já foi ganhando adeptos junto do mercado empresarial, como vemos nestes dois casos. A nova geração está a gerar expetativas ainda mais elevadas junto dos frotistas TEXTO JORGE REIS FOTOS JOSÉ BISPO
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paixonado pelas novas tecnologias, interessado em temáticas como fotografia e “gadgets”, José Ferreira, taxista de profissão, apostou em agosto de 2013 na aquisição de um Nissan Leaf para utilização profissional no seu no dia-a-dia. Hoje faz um balanço positivo e garante que um veículo eléctrico “permite uma reaprendizagem da condução”, alertando, no entanto, que um elétrico é uma solução para muitos utilizadores... “mas não para todos!” A aposta de José Ferreira recaiu sobre um Nissan Leaf com matrícula de janeiro de 2011, inicialmente colocado no mercado pela Nissan como unidade de demonstração e que passou a ser, desde então, porventura, um dos mais eficazes utensílios de propaganda da marca nipónica para a promoção do Leaf na Grande Lisboa. Algumas condições especiais permi-
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tidas por um protocolo em que se envolveram o construtor, mas também o IMTT – Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres, a Câmara Municipal de Lisboa, a Prio e a Rádio Táxis – visando promover um meio de transporte mais amigo do ambiente nas ruas da capital – vieram possibilitar a aposta de José Ferreira numa solução mais racional mas que, ainda assim, foi uma aventura. “No início, em relação a postos de carregamento rápido fora de Lisboa havia apenas três: Oeiras, Aveiras e Pombal. Desde o ano passado existem mais alguns.Mas enquanto não for um serviço pago, as condições dos postos de carregamento serão sempre falíveis, já que uns estão avariados, outros estão desligados, e continuamos a conviver com uma situação por vezes complicada”, dá conta José Ferreira para quem “o que é de graça não cresce”.
Uma questão sempre pertinente em redor de um automóvel elétrico tem a ver com a respectiva autonomia. “Quando o carro fez cinco anos, em 2016, a Nissan reviu as baterias de acordo com o programa de garantia respetivo. O carro tinha então 90 mil quilómetros, hoje tem já 181 mil e garante uma autonomia que pode ir, quando conduzido de forma poupadinha, aos 100 quilómetros. Em condução normal faço claramente oitenta e poucos quilómetros.” “Em termos de custos de manutenção, o LEAF obriga a um encargo na ordem dos 120 euros para a mudança dos filtros do ar condicionado e dos óleos dos travões. As pastilhas, num carro com 181 mil quilómetros, são as de origem; os discos não têm qualquer desgaste e até os pneus recomendados, os Bridgestone Ecopia, conseguem um ciclo de vida bem mais prolongado num veículo que naturalmente anda mais devagar”.
A autonomia de 90 quilómetros do Nissan Leaf, para o trabalho de José Ferreira, consegue ser suficiente, mas obriga a uma rotina mais ou menos regular: “Eu faço a gestão do horário de utilização do carro conforme aquilo que permite. Trabalho de manhã, a partir das 8 horas, até por volta do meio-dia, fazendo 70 ou 80 quilómetros, fazendo depois uma pausa para almoçar e deixar o carro a carregar. Se tenho de ir tratar de alguma burocracia faço-o depois do almoço, e volto a pegar no carro por volta das 16 ou 17 horas até às 20 ou 21 horas, ou até a bateria terminar, fechando o dia de trabalho e deixando de novo o carro a carregar até à manhã seguinte”. APOSTA PARA CONTINUAR NA IMPETUS Empresa especializada na produção de roupa interior, a Impetus, com sede em Esposende, tem vindo a introduzir veículos elétricos na
frota e, em particular, o Nissan Leaf. Segundo Ricardo Figueiredo, administrador do Grupo Impetus, esta opção “encaixa na perfeição na estratégia da empresa, no que diz respeito à sustentabilidade do processo produtivo”, adiantando que a Impetus procura ter o menor impacto possível no meio ambiente. “A utilização de veículos elétricos, embora não corresponda às medidas com maior impacto nesta matéria, é aquela que tem maior visibilidade, transmitindo, assim, toda uma estratégia para os nossos clientes”. A opção pelo novo Leaf deveu-se ao histórico da marca em viaturas elétricas, pela experiência da empresa com as gerações anteriores deste modelo da Nissan, bem como a autonomia e o habitáculo. Em função do tipo de utilizador, os veículos têm funções específicas: “Temos os carros de serviço, usados por várias pessoas para necessidades espontâneas de transporte, que po-
derão ser utilizados tanto por clientes como em deslocações aos nossos fornecedores. Por outro lado, temos veículos destinados exclusivamente a determinados colaboradores, que os utilizam nas suas deslocações casa-trabalho, assim como nas deslocações necessárias ao serviço da empresa”, explica o responsável. Para a Impetus, a experiência é bastante positiva, tanto para os utilizadores como para a empresa, com destaque para as vantagens fiscais, como a dedução do IVA e de tributação autónoma ou a isenção de ISV, os baixos custos de manutenção, assim como a diferença do custo por quilómetro dos veículos elétricos em relação às viaturas a gasóleo ou a gasolina. “O verdadeiro impacto ainda está para vir”, salienta o administrador do Grupo Impetus. “Neste momento possuímos apenas 12 viaturas elétricas mas, até final do ano, esse número vai aumentar para 23”. E adianta que, no final de 2018, toda a frota de veículos ligeiros de passageiros passará a ser constituída por viaturas elétricas e híbridas plug-in. Relativamente à autonomia, o responsável refere que a “grande limitação é a rede de postos de carregamento e nem tanto a autonomia dos veículos”, confessando, no entanto, que “ocorreram dois casos de clientes que ficaram sem bateria no percurso que faziam”. No entanto, a nova versão do Nissan Leaf já “apresenta uma autonomia bastante superior, permitindo fazer o tipo de trajetos de que necessitamos”. Daí que mostre expetativas bastante elevadas relativamente à nova geração do Leaf. “A nível do design, está mais moderno e com linhas mais desportivas”, elogia Ricardo Figueiredo. “Quanto à autonomia, o aumento foi considerável e apenas com uma condução constante do veículo se conseguirá determinar a sua verdadeira autonomia. O novo Nissan LEAF será, certamente, uma referência entre os veículos elétricos nos próximos anos”. /
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS
SERVIÇO DE CAR SHARING EMOV
CHEGA A LISBOA EM ABRIL
O
serviço de car sharing da emov vai passar a estar disponível na cidade de Lisboa em abril, com uma frota de 150 veículos Citroën C-Zero. Esta será a primeira operação de partilha automóvel assegurada por uma frota totalmente constituída por viaturas elétricas. Nascida ao abrigo da aliança estratégica entre a Eysa e a Free2Move – a nova marca de serviços de mobilidade do Grupo PSA -, a emov é uma empresa espanhola que se dedica ao car sharing, tendo iniciado a sua atividade em Madrid, onde lançou o seu serviço na modalidade de free floating. A emov foi a empresa de car sharing que registou o maior crescimento na Europa em 2017. Atualmente conta com mais de 160 mil utilizadores do serviço na capital espanhola. Numa fase inicial, o serviço emov funcionará com uma frota em regime free floating, podendo os utilizadores aceder a qualquer veículo emov estacionado nas ruas de Lisboa através de um smartphone. Adicionalmente, o emov permitirá a ligação da cidade ao aeroporto, sendo disponibilizada, nas suas proximidades, uma área dedicada para que os utilizadores possam iniciar ou terminar a sua viagem. A peça chave do serviço emov é a aplicação para smartphones, que possibilita a sua reserva gratuita com uma antecedência de 20 minutos, assim como abrir e fechar as portas dos veículos Citroën C-Zero. /
HYUNDAI IONIQ ELECTRIC VENCE ECOTEST O Hyundai Ioniq Electric obteve o primeiro lugar na edição de 2017 do EcoTest da ADAC. A maior associação automóvel alemã testou 105 veículos com os mais diversos tipos de
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motorizações para avaliar a sua sustentabilidade e impacto no ambiente. O Ioniq Electric foi um dos cinco veículos a alcançar a classificação máxima de cinco estrelas, que inclui a avaliação das emissões de CO2. O Ioniq Electric obteve a pontuação de 105 pontos: uma pontuação máxima de 50 pontos para as baixas emissões de condução e de 55 em 60 pelo seu desempenho geral em termos de emissões de dióxido de carbono.
ALPHABET ENTRA EM PORTUGAL A Alphabet International alargou a sua presença ao mercado português, passando a disponibilizar entre nós os seus serviços e soluções de mobilidade, ao abrigo de uma parceria estabelecida com a gestora de frotas nacional, Finlog. Em função das necessidades específicas de cada cliente e além da oferta completa de leasing operacional, a Alphabet International também
propõe uma ampla gama de serviços, como cartões de combustível, veículos de substituição, assistência em viagem e assistência jurídica. Com a entrada no mercado português, esta gestora de frotas alemã passou a estar representada em 20 países.
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RADAR
JOSÉ MENDES - PEUGEOT PORTUGAL
RENTING É O PRODUTO MAIS COMPLETO Em 2017, a Peugeot viu aumentar em 25% a carteira de clientes empresariais, algo que “superou as melhores expetativas da marca” – como refere João Mendes. O diretor Comercial da Peugeot em Portugal garante que “o Renting é o produto financeiro mais completo” e promete, a este nível, novidades para este ano TEXTO JÚLIO SANTOS FOTO JOSÉ BISPO
O
ano passado foi dos melhores de sempre para a Peugeot em Portugal fruto, em grande parte, do sucesso da marca nos segmentos empresariais. João Mendes, diretor Comercial da Peugeot em Portugal, salienta a especificidade do mercado português (onde as vendas a empresas representam quase 40% e a rent-a-car cerca de 20%) e sublinha que a boa performance da marca ficou a dever-se à abordagem séria e cuidadosa feita a estes dois canais, “reflexo da ambição clara de estar no top das preferências”. Algo que, garante, é válido para os veículos ligeiros de passageiros, como para comerciais ligeiros. Assim sendo, “as empresas asseguram já mais de 45% do total das vendas da Peugeot em Portugal”. Já o rent-a-car é responsável por cerca de 16% do total das vendas, sendo estratégia da marca que a sua quota seja, neste caso, manifestamente inferior à dos restantes canais de venda, como melhor garantia de proteção dos valores residuais dos seus veículos. Os resultados ao nível das frotas refletem, sobretudo, a conquista de novos clientes ou a manutenção da carteira? O ano de 2017 foi especialmente importante para a Peugeot porque veio confirmar a consolidação da estratégia colocada
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em prática nos últimos anos neste canal, com políticas comerciais cada vez mais adaptadas às necessidades das empresas, sustentadas numa rede de concessionários muito profissional, que proporciona um serviço 360º ao cliente. Em número, aumentámos a nossa base de clientes em 25%, de 2016 para 2017, o que ultrapassou as nossas melhores expetativas. Contudo, a fidelização dos nossos clientes continua a ser a principal prioridade e mantemos uma progressão contínua desta taxa nos últimos anos. No que refere à captação de novos clientes ( frotas) quais os fatores decisivos? Em primeiro lugar, o lançamento do novo 308 foi fundamental para estarmos competitivos no principal segmento de empresas em Portugal. Depois, a chegada dos modelos SUV 3008 e 5008 permitiu assegurar que a marca completasse a sua oferta neste segmento. Em 2017, mesmo sem os veículos suficientes para entrega face à grande procura, fruto do grande sucesso de vendas destes modelos, a Peugeot assumiu o primeiro lugar no segmento. Em particular nos SUV deste segmento, que cresce 35%, passámos diretamente para o segundo lugar com o 3008, modelo que transmite perfeitamente o ADN Peugeot e a
ambição de ser o melhor construtor generalista topo de gama. Obviamente que ter um bom produto não é suficiente e, logo, torná-lo um “valor seguro” através da estratégia de canais, vai proteger o seu valor residual. Se associarmos a isso a antecipação da Peugeot na implementação dos motores da norma Euro 6.2 e a redução continuada nos custos de manutenção, encontramos uma redução do TCO, critério decisivo, de facto, para a tomada de decisão sobre uma marca automóvel para uma empresa. Ao nível dos contratos de manutenção, qual o fator competitivo que mais destaca? Para uma empresa, em primeiro lugar, deve ser o fator “previsibilidade”. O contrato permite-lhe ter a previsibilidade sobre os custos. Por outro, traz outra garantia, não menos importante: uma redução significativa do risco sobre a sua atividade porque, em muitos casos, o contrato prevê a garantia de mobilidade permanente do utilizador. E no que diz respeito aos instrumentos financeiros? As soluções tradicionais como o ALD ou Leasing continuam a ter o maior peso no financiamento das empresas. O renting
é obviamente o produto mais completo que permite uma utilização da viatura com a redução de grande parte dos fatores que podem retirar a “previsibilidade” sobre os custos da empresa. Contudo, existem novas necessidades por parte das empresas, nomeadamente naquelas que estão sujeitas a trabalho sazonal ou que estão envolvidas em projetos específicos de curta/média duração. Essas empresas procuram um novo tipo de serviço. Necessitam de garantia de mobilidade por curtos espaços de tempo. O nosso produto de aluguer de viaturas Peugeot Rent, inserido na estratégia Free to Move (F2M) do PSA Groupe evoluiu, por isso, de um serviço de disponibilização de viaturas de substituição no após-venda para um aluguer alargado, para poder proporcionar às empresas a solução que estas necessitam. Podem vir a ser lançados novos produtos? Sim, novos produtos e fortemente inovadores estão a ser já testados. Sem desvendá-los, podemos dizer que estes novos produtos se baseiam sempre na experiência cliente com a marca Peugeot e estarão adaptados para se dirigirem tanto ao cliente particular, como utilizador da viatura, como ao cliente empresa. /
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RENT-A-CAR
II CONVENÇÃO ARAC
A NOVA MOBILIDADE As novas energias, o car sharing e a condução autónoma foram os principais temas abordados na II Convenção Nacional da ARAC, que reuniu mais de 300 participantes ligados ao setor do rent-a-car e do turismo TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
legislação que rege a atividade do rent-a-car em Portugal está a ser revista pelo Governo, anunciou o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, na sessão de abertura da II Convenção Nacional da ARAC, que se realizou em Lisboa. Na sua intervenção, o governante adiantou que o decreto-lei, que está em preparação, irá prever a possibilidade de desmaterialização de alguns procedimentos para aluguer de veículos, satisfazendo, assim, uma antiga reivindicação do setor. O rent-a-car tem vindo a modernizar-se e a introduzir novas tecnologias, já se encontrando a operar a sua mudança para a era digital. A proposta de revisão do diploma que regula a
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atividade do rent-a-car também irá tipificar o conceito de car-sharing, estando previsto que seja aplicável a alugueres com uma duração até 12 horas ou deslocações até 100 quilómetros. “A ideia é tipificar este tipo de operador para atribuir alguns incentivos fiscais aos utilizadores de veículos partilhados, à semelhança do que sucede nos transportes públicos”, salientou, acrescentando que deve ser apoiado tudo o que seja utilização de veículos partilhados. O governante adiantou que, no âmbito da política de eficiência energética do País, “a cadeia de mobilidade tem um aspeto essencial que é o transporte público em ambiente urbano”, reconhecendo, no entanto, que existem outros tipos de deslocações que exigem outras formas de transporte, destacando os “modos
suaves”, veículos partilhados (car sharing), serviço de aluguer com condutor (táxi, Uber, Cabify ou outros), rent-a-car e, por fim, a posse do veículo. A proposta de revisão do diploma que regula a atividade do rent-a-car suscitou algumas críticas no setor, designadamente no capítulo referente ao car sharing. “É forçado criar um conceito de aluguer em função da sua duração”, salientou Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC. “A separação entre as duas atividades não faz sentido e passa a ser caso único da Europa”, afirmou. Por sua vez, Paulo Moura, presidente da ARAC, foi mais longe ao afirmar: “No nosso entendimento não deverá haver qualquer distinção entre o aluguer de um minuto ou de 200 quilómetros”,
ELEVADA ADESÃO A segunda convenção nacional da ARAC foi um sucesso, com mais de 300 convidados, que ficaram a conhecer algumas das tendências da nova mobilidade, incluindo as novas energias, o car-sharing ou a conectividade, numa organização da associação presidida por Paulo Moura
por essa situação poder levantar alguns problemas para o turismo e para os operadores desta atividade, caso sejam ultrapassados esses limites. E deu como exemplo uma deslocação entre o aeroporto de Lisboa e Óbidos, que se enquadra num aluguer de curta duração em car sharing, mas pode ultrapassar os parâmetros incluídos na proposta do Governo. Subordinada ao tema “A Energia da nova mobilidade”, a II Convenção Nacional da ARAC reuniu mais de 330 participantes que estão ligados a um setor da economia de grande importância para o turismo, sendo responsável pela maior parte da mobilidade terrestre de quem visita o nosso país e também para a descentralização do turismo nacional. Nesta edição de 2018, o grande fórum de debate e reflexão do setor do rent-a-car contou com cinco painéis especializados que debateram a mobilidade elétrica, o aluguer de automóveis sem condutor e os novos produtos e serviços de locação de meios de mobilidade, a estratégia de mobilidade, a condução inteligente, assim como o presente e o futuro da mobilidade e do turismo. No painel sobre mobilidade elétrica, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, referiu que para atingir os limites de emissões previstas no Acordo de Paris, os governos terão de adotar políticas agressivas de discriminação positiva, com apoios à aquisição
e incentivos, além de apostar na rede de carregamento e em modelos de gestão de mobilidade elétrica. “Não sei se a eletrificação é a solução final, mas atualmente é a tecnologia mais exequível para a descarbonização dos transportes”. O governante salientou que o “veículo elétrico é um meio para se atingir o objetivo de reduzir o nível de emissões”, salientando que os “combustíveis fósseis vão continuar a ser incontornáveis na produção de energia, mas deverão perder peso com o decorrer dos anos”. O governante estima que o parque mundial de veículos elétricos se deverá situar entre os 100 e os 500 milhões nos próximos 25 anos. A aposta na mobilidade elétrica foi questionada pelo presidente da BP Portugal, Pedro Oliveira, ao referir que existem outras formas de se atingir os limites do Acordo de Paris. “Queremos fazer parte desta transição energética e temos consciência de que irá acontecer”, salientando que a sustentabilidade é “ambiental, mas também económica”. Para o responsável, o gás natural poderá ser uma das formas alternativas de energia nos transportes. Os novos tipos de aluguer foram debatidos no painel “O Aluguer de Automóveis Sem Condutor 1 minuto/5 anos”, que contou com Richard Knubben, diretor de Automotives Affairs da Leaseurope. Este responsável referiu-se às diferenças dos conceitos de aluguer de
veículos e partilha de veículos que têm vindo a ser discutidos junto da Comissão Europeia. Segundo o entendimento de Bruxelas, o car sharing consiste numa forma de aluguer de veículos, com base numa subscrição, mas não necessariamente. O tempo de utilização média de cada veículo é inferior e as distâncias percorridas também são mais curtas. Os veículos autónomos e os serviços de conectividade estiveram em destaque no painel subordinado ao tema “Condução Inteligente”, que contou com as presenças de Jorge Jacob (presidente da ANSR), Eduardo Feio (presidente do IMT), Ana Tomaz (diretora do departamento de segurança rodoferroviária da IP – Infraestruturas de Portugal) e Miguel Rodrigues (diretor de sistemas inteligentes de tráfego da área da mobilidade da Siemens Portugal). A utilização de veículos conectados vai obrigar a uma adaptação das infraestruturas rodoviárias às novas tecnologias, que já estão disponíveis, além de alterações na própria legislação. A própria Convenção de Viena determina que um veículo ou conjunto de veículos em marcha deve ter um condutor. A digitalização dos transportes também deverá dar origem ao aparecimento de novos negócios, incluindo para as rent-a-car, como serviços de WiFi, novos modelos de monitorização do tempo dos clientes, serviços de teleconferência, entre outros. /
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NOVIDADES
COMERCIAIS
MERCEDES-BENZ SPRINTER
INICIO DE UMA NOVA ERA Primeiro modelo criado em linha com a futura iniciativa adVANce, a terceira geração do Sprinter pretende continuar a ser uma das referências do segmento TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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Mercedes-Benz Vans vai iniciar no próximo mês de junho a comercialização no mercado nacional da terceira geração do Sprinter, que se assume como um hardware inteligente para todos os setores de negócio. A nova gama de veículos comerciais ligeiros da marca alemã foi concebida ao abrigo da iniciativa adVANce que abrange cinco grandes áreas: digital@vans (serviços de conetividade e digitalização), solution@vans (soluções de hardware para melhorar a eficiência das operações), rental@vans (modelos inovadores de aluguer como mobilidade a pedido), sharing@vans (conceitos para mobilidade de pessoas), eDrive@vans (soluções para mobilidade elétrica). A nova geração do Mercedes-Benz Sprinter, cujo desenvolvimento representou um investimento superior a 2,5 mil milhões de euros, vai
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oferecer soluções inovadoras de conectividade, silenciosas cadeias cinemáticas, soluções individuais de hardware para o compartimento de carga e serviços de partilha. Pela primeira vez estarão disponíveis versões de tração dianteira que se juntarão às tradicionais com tração traseira e também às alternativas com tração integral, denominadas All Motion. Com base nas combinações de motorizações, distâncias entre-eixos, transmissões e alturas de teto, a gama passa a ser proposta em mais de 1 700 variantes básicas! Constituída por furgões de mercadorias, chassis-cabina, combis de passageiros e minibus, a nova gama será proposta com pesos brutos das 3,0 à 5,5 toneladas, distâncias entre-eixos até 4 325 mm nas versões com tração traseira e 3 924 mm nas variantes com tração dianteira. No furgão de mercadorias, o volume útil de carga varia entre 7,5 e 17 m3 . Se a largura útil do compartimento de carga for um fator deter-
minante, a marca alemã propõe uma variante “super-single” na versão com cinco toneladas de peso bruto, que se carateriza por estar equipada apenas com rodado traseiro simples. Esta solução permite oferecer uma largura entre as cavas das rodas de 1,22 metros, possibilitando o carregamento lateral de paletes. No capítulo mecânico, a Mercedes-Benz propõe motores diesel de quatro cilindros com níveis de potência de 114 cv, 143 cv e 163 cv e um V6 com 190 cv. A transmissão é assegurada, de série, por uma caixa manual de seis velocidades e, em opção, por uma caixa automática 7G-Tronic nas versões de tração traseira e 9G-Tronic nas de tração dianteira. A versão elétrica, com autonomia até 200 quilómetros, só chega no próximo ano. NA ERA DIGITAL O novo Sprinter da Mercedes-Benz é o segundo modelo da marca alemã a receber o sistema mul-
timédia MBUX, que foi estreado no Mercedes-Benz Classe A. Entre as suas funcionalidades para a área dos transportes destaque para o registo em tempo real de todas as alterações de trânsito, adaptando de forma conveniente os itinerários com base nessa informação ou de outra, como por exemplo, novas entregas ou recolhas, proporcionando uma redução substancial de custos e de tempo. O novo comercial de grandes dimensões da marca alemã também vem equipado de fábrica com o serviço Mercedes Pro Connect, que oferece oito pacotes de conetividade para proporcionar uma maior eficiência, menores custos operacionais, maior disponibilidade de veículos e comunicações otimizadas entre os veículos da frota. Este serviço visa facilitar as tarefas dos diretores e gestores de frotas, bem como dos controladores, despachantes, assim como dos condutores dos veículos.
PREÇO 25.181 a 56.532 euros // MOTOR 114 a 190 cv (diesel) // TRANSMISSÃO 6 VEL (man) // VOLUME ÚTIL 7,5 a 17 m3 QUANDO Junho
Para o mercado nacional, o equipamento de série inclui, no lançamento do modelo, airbag do condutor, assistente de faixa de rodagem, assistente de travagem, assistente de vento lateral, direção assistida elétrica, Entry Radio, prateleira divisória sem vidro, prateleira de arrumação no tejadilho, portas traseiras com abertura de 270º (furgão e combi), sistema auxiliar de arranque em subida e teto alto (furgão e combi) e Mercedes Pro. A nova geração do Mercedes-Benz Sprinter estará à venda com um preço de venda ao público entre os 25.181 euros até 40.390 euros na versão furgão. No chassis-cabina simples, os preços situam-se entre os 21.209 euros e os 33.872 euros. Já o Combi de 9 lugares será comercializado com preços entre 36.411 euros e os 51.072 euros, enquanto o Minibus poderá custar entre 41.002 euros e os 56.532 euros. A estes valores acresce o IVA à taxa legal em vigor. /
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NOVIDADES
COMERCIAIS
FIAT TIPO VAN 1.3 MULTIJET 95
SIMPLES E FUNCIONAL A partir da carroçaria de cinco portas da versão de passageiros, a Fiat Professional desenvolveu uma versão comercial do Tipo com motorização 1.3 MultiJet de 95 cv TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
A
pesar de terem perdido a expressão que tiveram no passado com a eliminação de muitos dos benefícios fiscais de que usufruíam, designadamente ao nível da redução da taxa de ISV (Imposto Sobre Veículos), os derivados de turismo ainda continuam a ter alguma procura por parte das empresas. A imagem e o conforto associado a um ligeiro de passageiros, assim como a possibilidade de dedução do IVA na aquisição ou renda e no gasóleo e, ainda, alguma capacidade de carga são os principais motivos da aposta nesta tipologia de viaturas em vez, por exemplo, de um pequeno furgão de dois lugares ou de um veículo a gasolina. A diminuição da procura de um segmento que já representou mais de 50% das vendas totais de comerciais ligeiros em Portugal levou igualmente a uma redução da oferta deste tipo de viaturas. Algumas marcas, no entanto, continuam a disponibilizar derivados de ligeiros, caso, por exemplo, da Fiat Professional, que introduziu no mercado a versão comercial do novo Tipo. O derivado de ligeiro da marca italiana foi transformado a partir da versão com carroçaria de cinco portas. A principal alteração consistiu na remoção dos bancos traseiros e a instalação de uma divisória metálica entre o habitáculo e o compartimento de carga, com uma grade na parte superior. Ao nível da base dos vidros foi montada uma prateleira que cobre toda a zona reservada à mercadoria. A bagageira do Tipo Van oferece um volume útil de 1,4 m3 e possui revestimento em alcatifa. A acessibilidade ao compartimento de carga é facilmente garantida pelas portas traseiras e da bagageira. Em termos de imagem exterior, o Tipo Van carateriza-se pelas linhas dinâmicas patentes na atual linguagem de estilo da marca italiana, destacando-se a grelha tridimensional e as luzes diurnas com tecnologia LED. O comprimento exterior de 4,37 metros e a largura de 1,49 metros têm um reflexo positivo ao
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nível da habitabilidade, com espaço mais que suficiente para os dois ocupantes. Os materiais utilizados são agradáveis à vista, localizando-se os mais macios na parte superior do tabliê e os mais rijos na inferior. O desenho da consola central prima pela racionalidade, com o ecrã do sistema Uconnect posicionado na parte superior e os comandos do ar condicionado dispostos de forma lógica na parte inferior. O equipamento de série inclui ar condicionado manual, computador de bordo, rádio com Bluetooth e comandos no volante, fecho central de portas, quatro vidros elétricos, sensores de estacionamento traseiros e vidros escurecidos atrás, start-stop, auxiliar de arranque em subida. No capítulo mecânico, o Tipo Van recebe o motor diesel de quatro cilindros em linha de 1248 cc, que desenvolve uma potência de 95 cv às 3750 rpm e um binário máximo de 200 Nm às 1500 rpm. A transmissão é assegurada por uma caixa manual de cinco velocidades. As prestações são aceitáveis para um veículo que pesa, em vazio, 1365 quilos, enquanto os consumos também são interessantes, com o computador de bordo a indicar um valor de 5,3 l/100 km numa condução sem grandes preocupações nesse capítulo. A marca anuncia uma média combinada de 3,7 l/100 km. Se o consumo surpreende pela positiva, o mesmo não se pode dizer da insonorização, que não consegue filtrar com eficiência o ruído oriundo do compartimento do motor. Um ponto a rever pelos engenheiros da Fiat. Mais conseguida foi a regulação da suspensão que digere com eficácia as irregularidades do piso, favorecendo o conforto a bordo. No que se refere ao preço de venda ao público, o Fiat Tipo Van é proposto a partir de 23.044 euros. Quanto a soluções de financiamento, a FCA Capital disponibiliza uma solução em leasing, sem entrada inicial e um valor residual de 20%, com uma mensalidade 372,33 euros para um prazo de 60 meses. Para quem prefere o renting, a LeasePlan propõe um valor de renda mensal de 449,83 euros para um período de 48 meses ou 80 mil quilómetros. /
FIAT TIPO VAN 1.3 MULTIJET 95
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
23.044€ ND ND ND ND ND
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 449,83 € 4 anos/80 000 km INCLUI: Manutenção, Seguro danos próprios, Assistência em viagem, Pneus (ilimitados), Veículo substituição, IUC, IPO. Valor inclui IVA. Contrato LeasePlan
Ar condicionado; rádio com Bluetooth; comandos rádio no volante; sensores estacionamento traseiros; vidros traseiros escurecidos; airbags; auxiliar de arranque em subida; ASR, MSR.
TÉCNICA PREÇO 23.044€ // MOTOR 4 CIL; 1248 CC; 95 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 200 NM // TRANSMISSÃO Dian; 5 VEL Man // PESO 1365 KG // COMP./LARG./ALT. 4,54/1,79/1,49 M // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,64 M // MALA 1400 L // CONSUMO 3,7 (5,3*) L/100 KM// EMISSÕES 99 G/KM // IUC 32,00€
CONSUMO FUNCIONALIDADE
MOTOR RUIDOSO CAIXA DE 5 VELOCIDADES
*As nossas medições
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COMERCIAIS
NISSAN NAVARA CD 2.3 DCI (190 CV) N-CONNECTA BUSINESS
REDUÇÃO FISCAL Com base na carroçaria de cabina dupla da pick-up Navara, a Nissan desenvolveu a versão Business, com apenas três lugares TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
D
irigida a empresas e empresários em nome individual, a Nissan introduziu uma nova versão da pick-up Navara de Cabina Dupla, denominada Business, que se carateriza por disponibilizar três lugares (dois à frente e um atrás), em vez dos tradicionais cinco. Os outros dois bancos traseiros foram removidos e substituídos por dois porta-objetos. Esta solução permite uma poupança de sete mil euros em impostos relativamente à versão original, uma vez que a tabela de ISV prevê uma redução na taxa aplicável às viaturas comerciais com uma lotação máxima de três lugares.
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Esta poupança fiscal tem naturalmente um impacto positivo ao nível do custo total de utilização que, no caso da unidade ensaiada – Navara Cabina Dupla 2.3 DCi de 190 cv N-Connecta Business – é de 33,50 euros por cada cem quilómetros percorridos, segundo dados da consultora FleetData para um período de quatro anos ou 80 mil quilómetros. Pela sua versatilidade e capacidade para circularem em locais de acesso mais difícil, as pick-up têm uma elevada aceitação no mercado de usados. Não será de estranhar, por isso, que tenha um valor residual relativamente elevado, com depreciação de 50% no período em análise, o que significa que deverá valer 18.142 euros.
Em termos de imagem, esta versão da Navara Cabina Dupla de 3 Lugares é idêntica às de cinco lugares, apresentando um estilo inspirado nos SUV da Nissan, destacando-se pela grelha em V e pelas luzes de circulação diurna de LED em forma de “boomerang”. O nível de equipamento N-Connecta inclui jantes de liga leve de 18’, pneus 255/60 R18, espelhos exteriores e faróis em cromado, estribos laterais e vidros traseiros escurecidos. À semelhança do estilo exterior, o desenho do habitáculo também foi inspirado nos SUV da marca, oferecendo uma sensação de espaço e ambiente aos ocupantes, assim como alguns equipamentos tecnológicos pouco habituais no segmento.
À IMAGEM DOS SUV O desenho do habitáculo foi inspirado nos SUV da Nissan, como o Qashqai ou o X-Trail, oferecendo alguns equipamentos tecnológicos pouco habituais no segmento das pick-up. Um exemplo é o sistema de câmara de visão de 360º ou o N-Connect
No nível N-Connecta, o equipamento de conforto é bastante elevando, não faltando a chave inteligente com botão de ignição, os faróis de ativação automática com sensor de sensor de luminosidade, sistema Stop/Start, ar condicionado “Dual Zone”, o retrovisor fotossensível, câmara de visão de 360º e sistema N-Connect, que consiste num dispositivo tátil com ecrã antirreflexo de alta resolução e integra o sistema de navegação por satélite em 3D. MOTOR DE 190 CV No capítulo mecânico, a Navara Business N-Connecta recebe o motor 2.3 dCi, com twin-turbo, que desenvolve uma potência de 190 cv e um binário máximo de 450 Nm que está disponível entre as 1500 e as 2500 rpm, o que se traduz numa elevada elasticidade e uma rápida resposta às solicitações do acelerador. A transmissão é assegurada por uma caixa manual de seis velocidades, bem escalonada e precisa, à exceção da márcha-atrás, que exige alguma habituação. O consumo médio anunciado pela marca é de 6,9 l/100 km, mas em condições reais de utilização o computador de bordo indica valores na ordem dos 9,2 l/100 km ou mesmo superiores em percursos em fora de estrada. A operação de passagem de duas rodas motrizes para tração integral pode ser efetuada em andamento, bastando para o efeito rodar um comando localizado na parte inferior da consola central, que também possibilita engrenar as redutoras. No que se refere ao preço de venda ao público, a Nissan Navara Cabina Dupla 2.3 dCi (190 cv) N-Connecta Business é proposta por 36.284 euros. Os clientes profissionais e os empresários em nome individual podem beneficiar da dedução de IVA, o que correspondem a um valor 6795 euros. Além disso, a sua utilização está isenta de tributação autónoma, o que corresponde a mais uma vantagem, a juntar aos sete mil euros de redução de Imposto Sobre Veículos por ter apenas três lugares em vez dos cinco habituais. Para determinadas utilizações que envolvam deslocações de equipas de trabalho e o transporte de alguns equipamentos a locais de acesso mais difícil, a Navara Business pode ser uma alternativa mais económica para as empresas. /
NISSAN NAVARA CD 2.3 DCI (190 CV) N-CONNECTA BUSINESS
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
36 284 € 18 142 € 18 142 € 2 331 € 6 330 € 26 803€ (33,50)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 612,11€ 4 anos/ 80 000 km INCLUI: Manutenção, Seguro danos próprios, Assistência em viagem, Pneus (ilimitados), Veículo substituição, IUC, IPO. Valor inclui IVA. Contrato LeasePlan
Jantes de liga leve de 18’; Pneus 255/60 R; Espelhos exteriores e faróis em cromado; Estribos laterais; Vidros traseiros escurecidos; Auxiliar de arranque em subida; Chave inteligente com botão de ignição; Faróis de ativação automática com sensor de sensor de luminosidade; Sistema Stop/Start; Ar condicionado “Dual Zone”; Retrovisor fotossensível; Câmara de visão de 360º; Sistema N-Connect; Hill
TÉCNICA PREÇO 36.284€ // MOTOR 4 CIL; 2298 CC; 190 CV; 3750 RPM // BINÁRIO 450 NM // TRANSMISSÃO 4WD; 6 VEL Man // PESO 2078 KG // COMP./LARG./ALT. 5,33/1,85/1,81 M // CONSUMO 6,9 (9,2*) L/100 KM// EMISSÕES 183 G/KM // IUC 53,00€
MOTOR EQUIPAMENTO
MARCHA-ATRÁS CONSUMO *As nossas medições
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COMERCIAIS
VOLKSWAGEN CADDY FURGÃO TGI BLUEMOTION EXTRA AC 2LUG
AGORA A GÁS NATURAL
O baixo custo de utilização e a autonomia de 500 quilómetros fazem do Caddy 1.4 TGI uma solução a considerar, se existir por perto infraestrutura de abastecimento TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
N
um contexto de forte pressão sobre o diesel, as alternativas começam a aparecer. Algumas marcas optam por soluções elétricas e outras pelo gás natural veicular. O Grupo Volkswagen, por seu lado, está a apostar em ambas as frentes e, além da forte ofensiva na electromobilidade também tem vindo a introduzir versões a gás natural comprimido nalguns modelos como, por exemplo, no comercial Caddy.
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O furgão compacto da Volkswagen Veículos Comerciais recebeu um motor de 1,4 litros, a gás natural comprimido, que desenvolve 110 cv entre as 4800 e as 6000 rpm e um binário máximo de 200 Nm, entre as 1500 e as 3500 rpm. Este propulsor 1.4 TGI deriva do bloco TSI de igual cilindrada do Grupo Volkswagen, tendo sido modificado para permitir a utilização deste combustível, designadamente ao nível da cabeça do motor, do veio de excêntricos e das válvulas. Como funciona em ciclo Otto, isto é,
tem velas de ignição como nos motores a gasolina, este propulsor carateriza-se pela suavidade de funcionamento e pela ausência de vibrações tão típicas dos motores a gasóleo. Além disso, a sua utilização também é muito agradável, sendo rápido a subir de rotação e bastante elástico. O Caddy 1.4 TGI dispõe de um depósito de gás natural comprimido, localizado por baixo da carroçaria e com uma capacidade de 26 quilogramas, que oferece uma autonomia superior a 500 quilómetros, valor mais que suficiente para
a esmagadora maioria de operações de distribuição urbana e suburbana. Em caso de necessidade, o Caddy dispõe ainda de um pequeno depósito de gasolina, com capacidade de 13 litros. O consumo médio de GNC anunciado pela marca é de 4,3 kg por cada cem quilómetros percorridos. Em condições reais de utilização, o computador de bordo indicou um valor de 5,2 kg/100 km. Para um custo de 0,999 euros, segundo dados do site da Direção Geral de Geologia e Energia, isto traduz-se num custo de 5,19 euros por cada cem quilómetros. De acordo com a consultora FleetData, para um período de quatro anos ou 80 mil quilómetros, o consumo de combustível deverá representar um custo de 3700 euros. O baixo custo energético contribui para a obtenção de um custo total de utilização de 27,79 euros por cada cem quilómetros percorridos. O pouco conhecimento do mercado acerca da tecnologia do gás natural comprimido tem um impacto na depreciação deste modelo e no valor residual de 34% no período em análise, devendo valer 8322 euros. Quanto ao preço de venda ao público, o Caddy Furgão TGI BlueMotion Extra AC 2 Lug é proposto por 24.487 euros, enquanto a versão diesel equivalente, mas com motorização de 102 cv é proposta por 23.511 euros. No que se refere aos valores de rendas mensais, de acordo com simulações de renting da gestora de frotas LeasePlan, a utilização do Caddy 1.4 TGI tem um custo de 471,29 euros, sendo de 472,88 euros no caso do Caddy 2.0 TDI Extra AC BlueMotion. Será de referir o abastecimento de um depósito de 55 litros da versão diesel custa 73,92 euros contra os 25,974 euros para abastecer 26 quilogramas de gás natural comprimido na versão ensaiada. Exteriormente, poucas diferenças existem relativamente à versão diesel, exceto a designação TGI BlueMotion na porta. Tudo o resto é igual, incluindo o compartimento de carga, que oferece um volume útil de 3,2 m3 e uma carga útil de 666 quilogramas. O mesmo se aplica ao habitáculo, que também é idêntico ao das restantes versões, com exceção do painel de instrumentos, que inclui um mostrador com os níveis de gás natural e gasolina nos respetivos depósitos, assim como a autonomia. O equipamento de conforto da unidade ensaiada – Furgão TGI BlueMotion Extra AC 2 Lugares – inclui os dispositivos mais procurados pelo mercado, como vidros elétricos, retrovisores exteriores elétricos e aquecidos, volante multifunções em couro, ar condicionado Climatronic, rádio Composition Colour, deteção de fadiga, start-stop, cruise-control. No que se refere à segurança, destaque para o airbag duplo, airbags laterais e de cortina, auxiliar de arranque em subida, programa eletrónico de estabilidade, controlo de tração, entre outros. /
TUDO IDÊNTICO O habitáculo do Caddy 1.4 TGI é idêntico ao das restantes versões da gama. O volume útil de carga também permaneceu inalterado nos 3,2 m3
VOLKSWAGEN CADDY FURGÃO TGI BLUEMOTION EXTRA AC 2LUG
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 471,29 € 4 anos/ 80 000 km INCLUI: Manutenção, Seguro danos próprios, Assistência em viagem, Pneus (ilimitados), Veículo substituição, IUC, IPO. Valor inclui IVA. Contrato LeasePlan
Vidros elétricos; Retrovisores exteriores elétricos e aquecidos; Volante multifunções em couro; Ar condicionado “Climatronic”; Rádio “Composition Colour”; Deteção de fadiga; sStartstop; Cruise-control; Airbag duplo; Airbags laterais e de cortina; Auxiliar de arranque em subida; Programa eletrónico de estabilidade; Controlo de tração.
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
24 477€ 8 322€ 16 155€ 2 378€ 3 700 € 22 233€ (27,79)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 24.487 € // MOTOR GNC; 110 CV; 4800 – 6000 RPM // BINÁRIO 200 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man // PESO 1559 KG // COMP./LARG./ALT. 4,41/1,79/1,79 M // CONSUMO 4,3 KG/100 KM (5,2 KG/100 KM*) // EMISSÕES 118 G/KM // IUC 32,00 €
AUTONOMIA ECONOMIA UTILIZAÇÃO ABASTECIMENTO OPÇÕES
*As nossas medições
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COMERCIAIS
NOTÍCIAS
CITROËN, OPEL E PEUGEOT
RENOVAÇÃO TOTAL
A
s versões de passageiros das novas gerações do Citroën Berlingo, Opel Combo e Peugeot Rifter – que será o derivativo de lazer da gama Partner - foram apresentadas no salão automóvel de Genebra. Desenvolvidos com base na plataforma EMP2 do Grupo PSA, aqueles modelos, que vão ser produzidos nas fábricas de Vigo e Mangualde, foram projetados para se tornarem na referência do segmento de veículos multifunções em áreas como a eficência, a facilidade de condução, o conforto e a segurança. O Citroën Berlingo, Opel Combo Life e Peugeot Rifter estarão disponíveis com as mais recentes gerações de motorizações e sistemas de assistência à condução. Os novos modelos estarão dotados com a tecnologia mais sofisticada, respondendo às exigências do mercado em termos de ergonomia, modularidade e volume de bagageira. Para abranger todas as necessidades dos utilizadores, os três modelos serão propostos em dois comprimentos de carroçaria (4,40 e 4,75 metros) e cada um terá variantes de cinco e sete lugares. O design exterior é caraterizado por formas de proporções equilibradas e dinâmicas, com um capo curto e alto. Cada modelo terá traços
TERCEIRO ANO DE SUCESSO PARA FORD Pelo terceiro ano consecutivo, a Ford foi a marca mais vendida de veículos comerciais ligeiros na Europa, tendo matriculado 352.200 unidades em 2017, o que correspondeu a um aumento de 7,2%
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TURBO FROTAS ABRIL 2018
estilísticos específicos de cada marca, nomeadamente no habitáculo. Este último carateriza-se pelo aspeto minimalista, sendo dominado por um painel de bordo flutuante e diferentes ambientes interiores. Os lugares traseiros contam com três lugares individuais, que se rebatem através de uma simples operação na bagageira. Associado ao banco do passageiro
face a 2016. A marca consolidou a sua posição no mercado europeu, tendo reforçado a sua taxa de penetração para 13,5%, o que se traduziu numa variação positiva de 0,3% relativamente a 2016.Dos quatro modelos comercializados, a gama Transit foi a mais vendida, com 287.600 unidades, das quais 123.000 unidades correspondem à versão Transit Custom. A pick-up Ranger foi igualmente a mais vendida do segmento na Europa, com 44 mil unidades matriculadas. Este valor representa um crescimento das vendas de 15,1% relativamente a 2016.
dianteiro, também retrátil, é possível obter um piso completamente plano e um comprimento de carga até aos 2,70 metros na versão média e de 3,05 metros na longa. No capítulo mecânico, os novos modelos vão receber motores a gasolina 1,2 PureTech e diesel de 1,5 litros, que irão disponibilizar níveis de potência dos 75 cv aos 130 cv. /
SANTOS E VALE INVESTE EM FROTA A GÁS A empresa de transportes Santos e Vale anunciou a aquisição de 65 veículos a gás natural, que inclui tratores da gama Stralis, com peso bruto de 40 toneladas, e veículos de distribuição da gama Daily. O investimento total na maior frota de veículos a gás natural do nosso país ascende
a aproximadamente 5,5 milhões de euros. Segundo a Santos e Vale, esta opção permitirá reduzir os custos operacionais em cerca de 15% e o impacto ambiental em 35%. A empresa efetuou um conjunto de testes com veículos híbridos e a gás natural veicular, tendo concluído que estes últimos se revelaram a melhor solução para a renovação da sua frota.
AGENDA FISCAL
ARTIGO 106 DO CIRC
AS VIDAS DO PEC EM SEDE DE IRC O PEC (Pagamento Especial por Conta) foi uma medida de tributação aplicável às empresas introduzida no código do IRC (Imposto sobre Rendimento Pessoas Coletivas) TEXTO PAULO LUZ CEO TCAGEST
E
m 2009, tinha sido anunciado o seu fim com efeito a 1 de janeiro de 2010, mas sobrevive até hoje com muitas contradições. Segundo a OCC (Ordem dos Contabilistas Certificados): ”O PEC tem funcionado como uma espécie de elástico, que se estica ou encolhe segundo as necessidades de receita e os objetivos de carácter político”. O PEC foi sempre motivo de várias discórdias, nomeadamente porque obriga todos os sujeitos passivos de IRC, a efetuar um empréstimo forçado ao Estado. O PEC é assim mais um adiantamento de IRC que as empresas estão obrigadas a fazer ao Estado (além dos pagamentos por conta). Ao valor do PEC a pagar podem, contudo, ser deduzidos
os pagamentos por conta feitos no ano anterior e pode ser deduzido à coleta do IRC (quando existam lucros) do ano seguinte. Com a última revisão da forma de cálculo, e de acordo com o que está previsto no artigo 106 do CIRC, o PEC a pagar para cada empresa passou a apurar-se da seguinte forma: • 1% do volume de negócios relativo ao período de tributação anterior (exercício n-1), com o limite mínimo de 850 €, e, quando superior, é igual a este limite acrescido de 20% do excedente; • Não pode ultrapassar os 70 mil euros; Contudo, em 2017, com a aprovação do Orçamento de Estado, o Governo criou um regime especial: redução de 100 euros so-
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AGENDA FISCAL
bre o valor apurado nos termos gerais; uma redução adicional de 12,5% sobre o montante que resultar da primeira redução. Esta diminuição do valor a pagar face ao apuramento segundo as regras gerais deve ser aplicado apenas em 2017 e 2018, ou seja, até que o Governo apresente uma proposta de revisão do regime simplificado em IRC, o qual isenta as empresas deste pagamento. De acordo com uma nota informativa (que aqui se reproduz) publicada no Portal da AT em (http://info.portaldasfinancas. gov.pt/pt/destaques/Documents/Nota_informativa_reducao_PEC_2018.pdf): NOTA INFORMATIVA ASSUNTO: Redução de Pagamento Especial por Conta (PEC) no período de tributação de 2018 Tendo-se levantado dúvidas sobre as condições aplicáveis à redução do PEC relativo ao período de tributação iniciado em 2018 previstas na Lei n.º 10-A/2017, de 29 de março, esclarece-se o seguinte: O n.º 1 do art.º 2.º da Lei n.º 10-A/2017, de 29 de março, veio estabelecer uma redução do “pagamento especial por conta a pagar pelos sujeitos passivos nos períodos de tributação que se iniciem em 2017 e em 2018 ”, correspondente a € 100 do montante apurado nos termos gerais e uma redução adicional de 12,5% sobre o montante que resultar da primeira redução. Tal redução está, em 2017, sujeita à condição de, no período de tributação iniciado em 2016, os sujeitos passivos terem “pago ou colocado à disposição rendimentos do trabalho dependente a pessoas singulares residentes em território português num montante igual ou superior a € 7 420” (n.º 2 da mesma disposição). Esta condição não é exigível para o período de 2018, tal como decorre, expressamente, do n.º 3. Em ambos os períodos exige-se que, na data do pagamento de cada uma das prestações do PEC, os sujeitos passivos “tenham
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a sua situação tributária e contributiva regularizada” (n.º 4). Assim, não é exigível, relativamente aos PEC a efetuar no período de tributação de 2018, outra condição para além da referida neste n.º 4 do art.º 2.º da Lei 10/2017. A possibilidade de usufruir do benefício deixa, portanto, de ficar condicionada a qualquer valor de rendimentos do trabalho dependente pagos ou colocados à disposição de pessoas singulares residentes em território português.
Conforme se lê na nota informativa, o corte do PEC só se aplicava a empresas que, no período de tributação iniciado em 2016, tivessem pago rendimentos de trabalho dependente a residentes em território português num montante igual ou superior a 7420 euros, no entanto, esta condição deixa de existir em 2018. Até aqui, para beneficiarem dessa redução, as empresas eram obrigadas a ter pelo menos um funcionário com contrato de trabalho. Mas as regras mudaram e, em 2018 mesmo as empresas que não cumpram este requisito vão poder usufruir do alívio fiscal, o qual, pode ser aplicado já na primeira prestação do PEC a liquidar durante o mês de março. Ainda assim, não devemos esquecer que a descida é temporária: termina com a revisão do regime simplificado de tributação de IRC. Em 2019, se o Governo cumprir o calendário, o valor do PEC volta ao normal conforme legislado no 106 do Código do IRC. Deste modo, terá o Governo de apresentar à Assembleia da República uma proposta de lei de alteração do regime simplificado de apuramento da matéria tributável em IRC, com o objetivo de que a matéria tributável passe a ser determinada através de coeficientes técnico-económicos e de simplificar a tributação das micro, pequenas e médias empresas. No âmbito deste novo regime simplificado de determinação da matéria coletável terão de ser criados coeficientes técnico-económicos por sector e ramo de atividade para determinação da matéria coletável de IRC. Até lá, resta-nos continuar a pagar, e as empresas que pagam impostos sobre os lucros, a redução do PEC não traz qualquer benefício. /