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Interc\u00E2mbio Musical

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Fique de olho

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Compositor sueco Jonas Myrin vem ao Brasil, cria canções com Ana Carolina e Vanessa da Mata e fortalece aqui um modelo de troca de experiências “às cegas” que é popular lá fora

por_ Kamille Viola ∎ do_ Rio

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Compositor gravado por artistas como Celine Dion, Barbra Streisand e Andrea Bocelli, o sueco Jonas Myrin desembarcou no Brasil, em maio, com uma ideia em mente: conhecer criadores brasileiros. Promovido pela sua editora musical, o intercâmbio é um modelo crescente lá fora, um encontro meio “às cegas”, para ver no que vai dar, e que acaba sempre derivando em parcerias interessantes.

Nascido na cidade de Örebro, a duas horas de Estocolmo, Jonas Myrin morou em Londres e Berlim e, hoje, vive em Los Angeles. Também passou uma temporada na África do Sul com a família, quando era pequeno, e por isso o inglês foi a primeira língua que aprendeu. É nela que compõe. Filho de missionários, começou sua história com a música na igreja. Compôs ao lado de Matt Redman “10,000 Reasons (Bless the Lord)”, que ganhou dois Grammy. Em 2003, lançou o disco “Dreams Plan Everything” e, agora, se prepara para lançar o primeiro álbum em escala mundial, que tem o nome provisório de “Mountains”.

Na semana em que ficou no Rio de Janeiro, conheceu integrantes do grupo Yahoo e compôs ao lado de Totonho Villeroy, Ana Carolina e Vanessa da Mata. Também participou de um sarau da casa de Cristina Cordeiro, viúva do trompetista Márcio Montarroyos.

“Tem sido inspirador, me sinto abençoado por estar aqui. Poder absorver esses gêneros diferentes é fascinante”, disse, durante sua estada. “Você pode escrever uma bossa nova em Los Angeles. Mas não é o mesmo que compor com alguém que tem isso no sangue.”

Myrin também tocou ao lado de Mu Carvalho (do grupo A Cor do Som) e teve a chance de usar um piano que pertenceu a Tom Jobim. “Meu pai era um grande fã do Jobim, o descobriu através do Frank Sinatra.

Cresci ouvindo esses clássicos”, contou o compositor, que também se disse admirador de Jorge Ben Jor.

Marcelo C. Falcão, diretor-presidente da Universal Publishing, disse que essa ideia surgiu na reunião da América Latina da editora: “O presidente da Universal Publishing América do Norte, Evan Lambert, ficou muito impressionado com o material do Brasil, nossos compositores, os vídeos, as músicas, a mistura com a música africana. Ele disse: ‘Quero enviar um compositor para o Brasil para compor com os artistas de lá’.”

Myrin celebrou ter sido o escolhido: “O que está acontecendo aqui agora é incrível. Eu senti a energia... Acho que o mundo vai olhar, vai ser algo... Não ouvimos tanta música em português nos Estados Unidos, mas acho que vai acontecer. Estou empolgado, a música (aqui) tem vida.”

Jonas Myrin disse que, quando se senta para compor com diferentes pessoas, nunca sabe como ou se a mágica vai acontecer. “Com a Vanessa da Mata, só em uma tarde fiz três músicas, incluídas as letras. Com a Ana Carolina, passei dois dias e fizemos outras três. E elas são diferentes, novas, têm um sabor próprio”, elogiou Myrin, que compôs 12 músicas ao lado de artistas brasileiros.

O resultado, segundo Marcelo C. Falcão, foi muito além do esperado: “Primeiro, achamos que não iríamos ter encontros para ocupar os dez dias de estada dele. No fim, foi pouco tempo.” Ponto para um modelo de troca cultural que tem tudo para beneficiar nossos criadores, abrindo portas e novas formas de pensar e produzir.

LEIA MAIS! Celso Fonseca conta sua experiência no acampamento de criação musical do Midem, na França, onde participou de composições em grupo com artistas de vários países e estilos diferentes. ubc.vc/Fonseca

Estou empolgado, a música (aqui) tem vida.”

Jonas Myrin, compositor

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