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Novidades Nacionais
Por Bruno Calixto, do Rio
Simplesmente libertário
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Um papo com o cantor, compositor, ator, performer e (por que não?) pensador pernambucano Johnny Hooker, um artista de estilo único que faz barulho na TV e muito além dela
Não são a maquiagem forte, o figurino abusado, original, e a atitude libertária que fazem o multiartista Johnny Hooker. Personalidade ele tem até desmontado desse aparato todo. Prova disso é a elogiada atuação como um dos destaques de “Geração Brasil”, da TV Globo, sua primeira telenovela. Além de atuar nela, também empresta uma de suas canções à trilha. “Alma Sebosa”é tema do personagem do ator e humorista Leandro Hassum. Antes, Johnny já havia atuado na série “A Menina Sem Qualidades”, da MTV, no curta “Não Me Deixe em Casa”, de Daniel Aragão, e no longa “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, pernambucano como ele. Recém-filiado à UBC, Johnny bate um papo rápido com a gente sobre carreira, estética, machismo, caretice, Ney Matogrosso, Pernambuco, grana...
Despontar na farta seara de talentos originais pernambucanos é tarefa dura, não?
Como você se encaixa neste cenário?
Qual foi a mudança mais radical que já fez na vida?
Você gosta de ser descrito como “artista que adotou a estética andrógina”? Muitas pessoas repetem o termo sem saber o que é?
O que é ser careta para você?
Quais são suas expectativas ao se filiar à UBC?
Adriana Calcanhotto lança compilação de inéditas e regravações em CD e DVD
O mar de Portugal foi a fonte onde navegou Adriana Calcanhotto ao criar o show “Olhos de Onda”, que se desdobrou no novo trabalho fonográfico da cantora gaúcha, lançado pela Sony Music. Representa uma espécie de libertação para ela, uma transição, uma superação. Depois de um ano e meio sem tocar violão por conta de uma complicada lesão na mão direita, Adriana recebeu um convite para tocar em Lisboa. Aceitou. E lá ela simplesmente voltou a tocar o instrumento. Decidiu criar o show a partir desse retorno. No projeto, Adriana apresenta as inéditas e autorais “Motivos Reais Banais” feita em parceria com Waly Salomão, “E Sendo Amor”, além da faixa-título. Alguns sucessos de sua carreira, como “Esquadros”, “Inverno” (parceria com seu irmão Antonio Cícero) e “Vambora”, também foram escalados. Mas dois covers mostram que Adriana não manda bem só nas composições próprias. Ela apresenta versões deliciosas de “Back to Black” e “Me Dê Motivo”, hits inesquecíveis nas vozes de, respectivamente, Amy Winehouse e Tim Maia.
Mallu e Camelo anunciam nova banda, e disco sai no segundo semestre
Hoje conhecida apenas pelo primeiro nome, Mallu Magalhães anunciou, em seu perfil no Facebook, que ela e o marido, o ex-Los Hermanos Marcelo Camelo, criaram o grupo Banda do Mar. O primeiro disco sai em algum momento deste segundo semestre. Na rede social, a cantora paulistana revelou que o casal trabalhará ao lado do português Fred Ferreira, baterista das bandas Buraka Som Sistema e Orelha Negra. A carreira do casal Mallu e Camelo teve outros pontos de contato desde o início do relacionamento afetivo deles, em 2008. Tudo começou com uma participação dela no primeiro disco solo dele, “Sou”, daquele mesmo ano. Já a contribuição de Camelo ao trabalho de Mallu foi ainda mais forte, principalmente no terceiro álbum dela, “Pitanga”, produzido pelo músico carioca e lançado em 2011.
Black Drawing Chalks apresenta duas músicas que estarão em álbum ou EP
Victor Rocha (guitarra e voz), Douglas de Castro (bateria), Denis de Castro (baixo) e Edimar Filho (guitarra) acreditavam que ter um hit era pouco. Por isso, o quarteto goiano Black Drawing Chalks lança “Smiling Curse” e “Guided By U”, que comporão mais uma obra do grupo, podendo ser um EP ou mesmo um disco. Eles ainda não revelaram qual será o formato, mas anunciaram à MTV que, diferentemente do que mostraram no último álbum, “No Dust Stuck on You”, de 2002, parecem voltar aos caminhos seguidos em “Life is a Big Holliday For Us”, o disco de maior sucesso, mais solar, lançado em 2009 e cujo single, “My Favorite Way”, foi descrita pela edição brasileira da “Rolling Stone” como a melhor música daquele ano.
Cheiro de infância inspira a incansável Bethânia
São mais de 50 anos de carreira e 50 discos, entre trabalhos de estúdio e registros de shows, mas nada disso faz Maria Bethânia parar. A cantora investe na sutileza para confeccionar as 12 faixas do semiacústico “Meus Quintais”, disco que, como ela define, tem o “cheiro da infância” como motor. No álbum, que sai pela Biscoito Fino, mesclam-se inéditas e regravações de artistas como Zé Martins e Zé do Norte (“Lua Bonita”), Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro (na faixa de abertura, “Alguma Voz”), Adriana Calcanhotto (música) e Clarice Lispector (texto) em “Uma Iara/Uma perigosa Yara”, Tom Jobim e Aloysio de Oliveira (“Dindi”), entre outras belas pérolas.
Bem acompanhado, Moreno Veloso emplaca primeiro disco de estúdio
“Coisa Boa” é o título do primeiro álbum solo que o cantor e compositor Moreno Veloso emplaca, realizado por meio de uma parceria entre a Maravilha 8 e a Pommelo Distribuições. Velhos companheiros como Rodrigo Amarante, Domenico Lancellotti, Kassin e Pedro Sá estão entre os nomes que ilustram a ficha técnica - e o arcabouço estético - da obra, uma aguardada estreia no front do filho de Caetano Veloso. Também participam Melvin Gibbs, Rollins Band, Femi Kuti, Caetano e Marisa Monte, além dos japoneses Hiroshi Takano (guitarra) e Takako Minekawa (voz). Berna Ceppas, Pedrinho Miranda, Arto Lindsay, Luis Felipe de Lima, Daniel Jobim e Luiz Brasil completam o timaço, que imprime um clima profundamente suave, cool, como se espera de Moreno. O destaque é a faixa-título, canção de ninar que Moreno compôs em parceria com Domenico Lancellotti para a filha.
Feijoada de primeira no som da banda Cascabulho
O quarto álbum do Cascabulho, “O Dia Em Que o Samba Perdeu Pra Feijoada”, já está nas lojas físicas, depois de um lançamento primeiro na internet. O álbum foi mixado produzido por JR Tostói, com projeto gráfico do artista plástico Neílton Carvalho, e mostra o fruto de um processo criativo que envolveu os músicos pernambucanos por parte dos seis anos de hiato desde o último trabalho de estúdio, “Brincando de Coisa Séria”, de 2008. Como numa autêntica feijoada, repleta de carnes nobres da música brasileira, o repertório tem dez faixas, a maioria assinada pelo grupo, formado por Kleber Magrão (voz), Leo Lira (guitarra), Jackson Rocha (baixo), Leo Oroska (percussão) e Junior do Jarro (bateria).
Mombojó lança “Alexandre” quatro anos após o estreante “Amigo do Tempo”
Sem muitos rodeios, o Mombojó escolheu lançar “Alexandre” (Som LIvre), o quarto disco da carreira, calcado no experimentalismo, usando de vinhetas instrumentais a introduções pesadas de música eletrônica, sob influência de “Amnesiac”, do Radiohead, como explica o vocalista Felipe S. “Alexandre” é um álbum espontâneo e contemporâneo. A bateria de “Rebuliço”, por exemplo, foi composta por Felipe no celular, enquanto “Ping Pong” é um “interlúdio instrumental” guiado pelo barulho de bolinhas batendo na mesa. “Summer Long” traz os vocais da francesa Laetitia Sadier, do grupo que mais influenciou o Mombojó, o Stereolab. Para ouvir dirigindo. Ou, simplesmente, deitado numa rede curtindo o fim de tarde.
Novidades Internacionais
EUA 1: governo quer rever normas de arrecadação da Ascap e da BMI
A Divisão Antitruste do Departamento (ministério) de Justiça americano abriu em junho um expediente legal pelo qual serão revistos os critérios de arrecadação praticados pelas duas maiores sociedades de gestão coletiva dos Estados Unidos, a Ascap e a BMI. O objetivo do governo americano é adaptar as práticas das entidades à era digital. A Ascap, maior do gênero no mundo, com mais de 500 mil associados, fez sua última revisão de procedimentos em 2001, antes sequer da invenção do iPod. Num comunicado, seu presidente, Paul Williams, disse estar contente com o expediente legal lançado pelo Departamento de Justiça, que convidou os cidadãos em geral a opinar sobre as regras de arrecadação. “Novas tecnologias transformaram dramaticamente o modo como as pessoas ouvem música. As canções dos nossos associados são ouvidas por mais pessoas, em mais lugares e mais dispositivos do que nunca. Mas o sistema para determinar como os músicos e compositores são remunerados não acompanhou essa evolução, tornando cada vez mais difícil para os criadores sobreviver do seu trabalho. A Ascap está comprometida em modernizar o sistema de licenciamento de músicas”, afirmou Williams.
EUA 2: caem fortemente descargas de música digital
Números divulgados pela consultoria Nielsen SoundScan mostram que, no primeiro semestre deste ano, as vendas de álbuns e canções digitais caíram 11,6% e 13%, respectivamente. Contudo, o mercado parece não se alarmar, confiando na força crescente dos streamings para revitalizar a arrecadação. Os streamings de áudio e vídeo, combinados, subiram 42% no mesmo período nos Estados Unidos, atingindo nada menos que 70,3 milhões de reproduções. Ainda que alguns discos tenham ótimo desempenho - “Frozen”, do filme homônimo da Disney, vendeu 2,7 milhões de cópias digitais, enquanto Beyoncé, Eric Church, Lorde e Coldplay vão de 700 mil a 590 mil unidades -, o panorama geral revela que as descargas têm tido queda similar à dos CDs físicos na última década. Nos primeiros seis meses deste ano, os streamings representaram 22,1 milhões de canções vendidas naquele país, contra 15,9 milhões dos discos (virtuais e físicos). As informações são do site Music Ally.
Suécia: cai pirataria musical entre jovens de 15 a 24 anos
Um dos grandes desafios da indústria musical, convencer os jovens a pagar pelas canções, parece viver ventos favoráveis. Pelo menos na Suécia. Segundo um estudo da Universidade de Lund, o total de internautas de 15 a 24 anos que utilizam plataformas piratas diariamente (ou quase) caiu de 32,8%, em 2012, para 29% este ano. Ainda que não seja intensa, a queda mostra uma tendência de normalização do consumo de música pago nos últimos anos, depois da explosão da pirataria com a popularização da banda larga, a partir do início dos anos 2000. Um número específico justifica essa visão: o percentual de usuários dessa faixa etária na Suécia que nunca utilizou plataformas piratas saltou de 21,6% para 30,2%. “Pela primeira vez pudemos ver que a troca de arquivos se reduziu”, indicou Måns Svensson, chefe do laboratório de Lund responsável pela pesquisa. “Os jovens atribuem a redução à melhora dos serviços legais, e não a ações policiais contra plataformas como The Pirate Bay. Soluções como Spotify e Netflix estão mudando os padrões de consumo entre eles”, continuou. As informações são do site TorrentFreak.
UBC se torna membro da FastTrack
A UBC acaba de se tornar o 13º membro da FastTrack, a principal rede global que fornece a infraestrutura de soluções para o intercâmbio de dados entre as sociedades de gestão coletiva de direitos autorais. Tendo desenvolvido a principal rede de intercâmbio de informações sobre autoria e propriedade de músicas e audiovisuais e de contratos usada por mais de 120 organizações de gestão coletiva de direitos autorais em cerca de cem países, a FastTrack tem a missão de fornecer soluções de alta tecnologia que facilitam a precisão, a eficiência e a rapidez na distribuição e no pagamento de direitos autorais aos criadores. O convite para a UBC se tornar a primeira sociedade de gestão coletiva da América do Sul a integrá-la foi feito em abril e chancelado durante uma reunião dos membros em Nova York. Num contexto de crescente convergência digital, com obras usadas em múltiplas plataformas, a participação na FastTrack traz à UBC uma presença mais forte e de liderança no cenário global, além de permitir que as informações sobre o nosso repertório sejam disseminadas globalmente com maior confiabilidade.