Comunidade

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comunidade Curso de Relações Públicas da Unisinos – São Leopoldo (RS)

Junho/2019


KYUNG HA DOTTO

Editorial

As abelhinhas desta edição: Letícia, Cristiane, Nahiene, Júlia, Vivian, Pedro, Pâmela e Dryelle

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Assim como as abelhas

Q

uando pequenos, ouvimos a frase: “O ser vivo nasce, cresce, se reproduz e morre”. Será? Atualmente o conceito de reprodução e o real papel do indivíduo na sociedade está em plena reconstrução e reflexão. Seja esta pessoa de qualquer raça, cor, etnia ou condição sexual. De qualquer forma, assim como as abelhas, os indivíduos vivem em comunidade e possuem papéis específicos nela. Por outro lado, apesar das abelhas serem conhecidas como seres vivos sociais, a maioria delas é solitária. Será um paradoxo igual a de todos os seres humanos? Cada abelha é extremamente “Se as abelhas desaparecerem importante dentro da sua colônia da face da Terra, a humanidade e dentro do ciclo da vida, elas re- terá apenas mais quatro anos presentam um papel fundamental de existência. Sem abelhas à sobrevivência dos seres vivos. Assim como as abelhas são im- não há polinização, não há portantes e se auxiliam mutuamente, as comunidades que se formam na reprodução da flora, sem flora universidade trazem algum senti- não há animais, sem animais, mento de pertencimento nos momentos de cooperação com um pro- não haverá raça humana” pósito em comum. Por isso a emergência de tratar Albert Einstein sobre assuntos que cotidianamente (1879/1955) estão presentes na universidade. Apesar de estarmos todos ligados pelo laço da Unisinos enquanto alunos, funcionários e demais impactados pela comunidade acadêmica, simultaneamente lidamos com questões internas que nos direcionam a núcleos que nos representam de alguma forma e nos enxergamos neles. As comunidades que habitam na Unisinos representam os mais diversos públicos e durante esse projeto englobamos alguns deles. Confira nas próximas páginas algumas comunidades dentro da nossa grande comunidade.

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SKITTERPHOTO

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Endereço: Avenida Unisinos, 950. São Leopoldo, RS – Cep: 93022-750. (51) 3591.1122 www.unisinos.br REITOR: Marcelo Fernandes de Aquino VICE-REITOR: Pedro Gilberto Gomes PRÓ-REITOR ACADÊMICO E DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS: Alsones Balestrin PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO: Luiz Felipe Jostmeier Vallandro DIRETOR DA UNIDADE DE GRADUAÇÃO: Sérgio Eduardo Mariucci GERENTE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO: Paula Campagnolo COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES PÚBLICAS: Taís Flores da Motta

comunidade Publicação experimental produzida por alunos da atividade acadêmica de Escrita Criativa, do curso de Relações Públicas

Orientação Polianne Espindola (pmespindola@unisinos.br)

Textos e imagens Cristiane Hünnig de Jesus Dryelle Wyse Reck Júlia Cabral Letícia Klippel Boero Nahiene Alves Pedro Della Nina Vivian Maurelli

AGRADECIMENTOS A todos da Agência Experimental de Comunicação (Agexcom) da Unisinos pelo apoio, em especial ao Henrique e ao Marcelinho. Aos funcionários do Laboratório de Fotografia da Unisinos, à coordenação dos cursos de Relações Públicas e Fotografia, à professora Beatriz Sallet pela disponibilidade e acolhida. À monitoria do curso de foto Kyung Ha Dotto. Agradecemos, com carinho, todos os entrevistados da revista, DCE da Unisinos e funcionários do Posto de Atendimento da Escola da Indústria Criativa.

ARTE Agência Experimental de Comunicação (Agexcom)

Coordenação Geral: Cybeli Moraes

Projeto Gráfico e Diagramação: Marcelo Garcia

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Índice 6

Eu não sou uma engenheira mulher, eu sou uma engenheira

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LGBTQ na universidade: lutas, desafios e desejos

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Horta Mãe da Terra

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A mulher invisível

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Entrelinhas do esporte universitário no Brasil

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Juntos pelos pets

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Viajando com a Unisinos 5


FREEPIK

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Eu nĂŁo sou uma engenheira mulher, eu sou uma engenheira


Te x t o d e

Cristiane Hünnig de Jesus

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s engenharias, de maneira geral, ainda são vistas como áreas masculinas. Embora esteja crescendo o número de mulheres nos cursos de engenharia, ainda há um longo caminho a percorrer. Segundo o Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da Unisinos, Felipe Carlos Schneider, atualmente, a universidade possui mais de 3.500 estudantes de Engenharia e 25% desse total são de mulheres. Antes esse número era menor, mas com o passar do tempo foi aumentando. Ainda é pouco considerando que a maior parte da população brasileira é composta por mulheres. Segundo o IBGE de 2017, de acordo com dados da PNAD-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), o número de mulheres no país era superior ao de homens, 51,6% da população. Já no Rio Grande do Sul, de acordo com pesquisa da FEE – Fundação de Economia e Estatística, em 2016 estimou-se uma população de 5.492.563 homens contra 5.793.937 mulheres. Por outro lado, estudos realizados pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, comprovam que, apesar dos cursos de exatas terem muitos alunos homens, a participação feminina tem aumentado nos últimos anos. Em entrevista, a professora Aline Dresch, Graduada em Engenharia de Produção pela Unisinos e atual coordenadora do curso, relatou que na universidade tem aumentado o número tanto de alunas quanto de formandas na área. Neste sentido, o aluno de Engenharia de Produção, Andrew Prado, disse, em entrevista, que semestre a semestre tem percebido o aumento significativo do número de mulheres ingressando na engenharia. Isso aponta para um crescimento de interesse e adesão nos cursos de exatas e pela futura profissão. Por outro lado, a mulher que decide cursar engenharia enfrenta dificuldades a partir do momento que ingressa na uni-

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ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

Aline Dresch é Coordenadora do curso de Engenharia de Produção da Unisinos

Felipe Carlos Schneider é Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da Unisinos

“Quando eu consegui o estágio para me formar em eletrotécnica, foi por um chefe muito iluminado que disse o seguinte: ‘As meninas são mais concentradas e cuidadosas, lidam melhor com a rotina e foco, coisas necessários para lidar com placas eletrônicas’. E eu concordo totalmente” Ana Falcão

Engenharia de Controle e Automação, 1º semestre

versidade e os obstáculos continuam até a sua entrada, e permanência no mercado de trabalho. Muitas delas sofrem assédios no ambiente acadêmico e profissional, têm baixa credibilidade em seus discursos e ações, mesmo quando em cargos de autoridade. A estudante de Engenharia Elétrica, Fernanda Schäfer, disse, em entrevista, que, apesar de existirem muitas iniciativas para a inclusão da mulher nas áreas de engenharia, ainda há um certo preconceito.

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Neste contexto, é possível sinalizar que algumas pessoas continuam acreditando na ideia de que a engenharia não é para mulheres. Em determinados ambientes, a mulher é excluída ou diminuída, por não ser apta a realizar “tarefas masculinas”. Jaqueline Prass, que está cursando Engenharia Elétrica na Unisinos, relatou que no mercado de trabalho existem falas do tipo: mulher não pode, mulher não quer e não tem capacidade de fazer qualquer esforço

físico. A entrevistada relata que já foi em entrevistas de emprego que ficou explícito a preferência masculina para a vaga, por mais que não estivesse no anúncio. Já aluna Ana Falcão, estudante de Engenharia de Controle e Automação, comentou que as coisas estão muito melhores, mas que ainda alguns pedidos sutis são feitos para as mulheres e não para os homens. Ela relembra que, no primeiro dia de trabalho, o chefe conversou com ela e com uma outra colega, e pediu para que elas não se envolvessem com nenhum colega de trabalho, fato este que aconteceu somente com elas e não se repetiu quando os colegas do gênero masculinos foram contratados. Felizmente, tudo isso está mudando. Cada vez mais as mulheres entram em todos os tipos de cursos das ciências exatas e, consequentemente, em todos os tipos de engenharias, até nas mais tradicionais, como a civil. Apesar dos obstáculos enfrentados, é notável que ao longo dos anos a situação tem melhorado para as mulheres na engenharia brasileira, resultado de uma maior mobilização e engajamento delas. Fato este que corrobora com o movimento de empoderamento feminino, na atualidade, onde as mulheres estão cada vez mais se superando na luta pelos


“Ambos os sexos tem capacidade para desenvolver a profissão, é uma questão de empenho social” Fernanda Schäfer

Engenharia Elétrica, 6º semestre

seus direitos e pela igualdade entre os sexos nas questões sociais e trabalhistas, com luta por igualdade salarial, de oportunidades de empregos e igualdade de gênero. Neste sentido, duas grandes engenheiras servem de inspiração neste cenário. As brasileiras Edwiges Maria Becker Hom’meil e Enedina Alves Marques, as primeiras mulheres a enfrentar dificuldades e conquistar os seus espaços dentro das engenharias. Edwiges Maria Becker Hom’meil,

entrou para a história como a primeira engenheira do Brasil, formada pela Escola Polythecnica do antigo Distrito Federal, hoje a Escola Politécnica da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Já Enedina Alves Marques, foi a primeira engenheira negra do país e a primeira engenheira do Paraná, formada em 1945 pela UFPR - Universidade Federal do Paraná. É inegável que a participação feminina no setor de engenharia agrega muito nos serviços presta-

dos. Segundo a estudante Jaqueline Prass, grande parte das mulheres são mais cuidadosas e isso pode trazer benefícios na profissão, como, por exemplo, ter mais atenção a pequenos detalhes no desenvolver de uma atividade no trabalho. Pelo fato de haver muitos homens, às vezes a ideia de uma mulher pode ser bem fora da caixa e trazer mudanças positivas para um projeto e, principalmente, para um time. Aos poucos, o mercado de trabalho tem reconhecido o potencial das mulheres. Podemos sugerir que a tendência mundial é de que as engenheiras sejam cada vez mais reconhecidas e representadas nos diversos âmbitos sociais. Dessa forma, é extremamente necessário que a presença feminina na engenharia siga este caminho de igualdade de gênero. O mercado de trabalho, e o país, só têm a ganhar com uma maior capacitação e valorização da mulher na engenharia. n

RAWPIXEL.COM / FREEPIK

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10 FOTOS ISTOCK


LGBTQ na universidade: lutas, desafios e desejos Te x t o d e

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Vivian Maurelli

m 1994 foi criada a sigla GLS que é a significação de Gays, Lésbicas e simpatizantes. Posteriormente, em 2008, foi aprovado no Brasil a sigla LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Atualmente, a sigla cresceu para poder abarcar a amplidão do gênero e da sexualidade e está representada da seguinte maneira: LGBTQ, Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer. Queer é um termo advindo do inglês usado para nomear as pessoas que não seguem o modelo de heterossexualidade. Queer engloba todas as orientações e identidades de gênero, sem especificar apenas uma. Um indivíduo nasce com um determinado sexo biológico, esse sexo se refere ao seu órgão reprodutor. Essa mesma pessoa se identificará com um gênero: masculino ou feminino, que não precisará ser necessariamente o mesmo do seu sexo biológico. Assim sendo, esse indivíduo masculino ou feminino desenvolverá a sua sexualidade podendo ser heterossexual, homossexual bissexual, entre outros. Para refletir sobre esses indivíduos que se identificam sexualmente como homossexuais na comunidade acadêmica da Unisinos nós entrevistamos o aluno de licenciatura em Psicologia, Cauê Rodrigues. Cauê tem 25 anos e se identifica como um homem cisgênero, branco e viado. Relata não gostar da palavra gay e considera a palavra homossexual muito formalizada, por isso prefere se intitular

viado. Ele participa do UniDiversidade desde a sua fundação, e atualmente está à frente do grupo de trabalho que trata do assunto das masculinidades pensando como a masculinidade se produz. Segundo matéria publicada no site da Unisinos, o UniDiversidade é uma rede de estudo e debate sobre diversidade LGBTQ, que reúne integrantes de toda a comunidade acadêmica da Unisinos com interesse no debate em relação a orientação sexual e identidade de gênero. Informam também que o UniDiversidade se constitui sobre dois pilares. Que é o acolhimento, para recepção de membros da comunidade acadêmica que queiram diálogo, algum tipo de suporte à inclusão, e a construção de um espaço seguro para manifestação de problemas gerados pela intolerância à sexualidade e gênero dentro e fora da Universidade. O outro é o compartilhamento de conhecimento, cujo sentido se dá na disseminação de resultados de pesquisa acadêmica em temas relacionados à diversidade, integração entre pesquisadores e a popularização da ciência. Contudo, para o Cauê falta apoio da Unisinos. “Assim teve a criação do UniDiversidade que foi pensando no empoderamento LGBTQ+, foram pessoas que estavam associadas com a Unisinos que fizeram. Teve a fala do reitor que foi linda, foi maravilhosa, mas faltam coisas, falta um apoio concreto. Desde que o Unidiversidade inaugurou, nós pedimos uma sala um local nosso para pensar sobre isso. Até hoje é uma promessa. A gente queria esse espaço para por exemplo, levar uma bandeira, tentar fazer material de divulgação, poder produzir e deixar lá”. Cada vez mais há uma necessidade de

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VIVIAN MAURELLI

Cauê conta que já se passou por heterossexual por ser mais fácil no dia a dia acadêmico

as questões relacionadas a diversidade serem debatida no espaço acadêmico. A ONG Grupo Gay da Bahia, que é uma organização voltada para a defesa dos direitos dos homossexuais no Brasil, realizou uma pesquisa que mostra que no ano de 2018 morreram violentamente, que inclui suicídio, 420 pessoas LGBTs. O preconceito pode ser muito prejudicial para a construção social destes sujeitos. Não raro podemos esbarrar com homossexuais reverberando preconceito com eles mesmos e com o seu semelhante. Cauê afirma não conhecer um homossexual que não sinta preconceito consigo mesmo. “Eu acho que eu não conheço nenhum gay ou lésbica que não tenha tido preconceito com sigo mesmo. Falando em mim, eu nasci em uma família cristã e teve um certo momento da minha vida por estar muito dentro da igreja que eu idealizava o suicídio, porque eu me sentia culpado por ser um pecador e ter um demônio que está se apossando de mim e por isso eu deveria morrer, foi um momento superdifícil e foi o momento que eu decidi me assumir. Acabei buscando auxílio em mim mesmo e decidi dar

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um basta. Pois ou eu seria curado pela igreja, ou viveria de boa com a minha sexualidade. Como eu não tive cura, continuei gostando de garotos, eu decidi viver, me assumir e gostar de mim. Mas isso demorou anos para eu conseguir. Eu tenho um amigo que foi ameaçado de morte pelo pai dele. Sei de gente que apanhou da família, eu já apanhei na rua, no natal, em Porto Alegre”.

e discriminação no ambiente escolar eram homossexuais com 40%, logo após os negros com 29% e então os pobres com 21%. Na Unisinos, Cauê nos conta, que já se passou por heterossexual, por ser mais fácil no dia a dia acadêmico. E quando questionado sobre a homossexualidade em áreas de ensino predominantemente masculinas Cauê brinca:

Na educação não poderia ser diferente, se pararmos para analisar como está sendo a vivência da comunidade LGBTQ+ nos ambientes escolares, esbarraremos com pesquisas como por exemplo a realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que mostrou que 32% dos homossexuais entrevistados afirmaram sofrer preconceito dentro das salas de aula e também que os educadores ainda não sabem reagir apropriadamente diante das agressões, que podem ser físicas ou verbais, no ambiente escolar. Esses dados agrupam-se com a pesquisa encomendada pelo Ministério da Educação à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da USP no ano de 2009 que concluiu que as principais vítimas de bullying

“É tipo aquele meme né, nunca nem vi, mas assim, quando eu transitei pelas engenharias sempre foi uma relação muito ruim. Eu tenho amigos da engenharia e o que eu percebo é sempre um travamento neles. Uma dificuldade de lidarem com a sexualidade deles. Eu tenho um amigo hétero que tem as suas questões e que percebo que ele não consegue pensar enquanto homem hétero dentro da engenharia, pois não se fala sobre isso lá”. Por fim, ele propõe que heterossexuais sejam aliados nas causas LGBTQ+, acha fundamental que as causas de sexualidade andem juntos, cada uma entendendo o seu lugar de fala o seu posicionamento. n


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Horta Mãe da Terra

Programa de Ação Socioeducativa da Unisinos tem o objetivo de fortalecer vínculos comunitários de população em situação de vulnerabilidade social Te x t o e f o t o s d e

Nahiene Alves

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e acordo com o artigo “Um olhar sobre a família de jovens que cumprem medidas socioeducativas”, escrito por Ana Dias, Dorian Arpini e Bibiana Rosa, a falta de atenção e educação digna aos jovens brasileiros piora a situação de vulnerabilidade social que alguns vivem. As autoras do artigo ressaltam esta questão: “Percebe-se que os familiares não se encontravam presentes no dia a dia dos jovens, pois tinham que trabalhar para poder suprir as necessidades econômicas da família”. Em São Leopoldo, desde 1993, é esse tipo de circunstância que o Programa de Ação Socioeducativa na Comunidade - PASEC vem buscando amenizar com suas ações nas comunidades da cidade, desenvolvendo atividades de convivência e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Segundo Gelson Fiorentin, professor de Biologia e hoje Coordenador do Programa na Unisinos,

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as atividades iniciaram em uma parceria entre o Centro de Ciências da Saúde da universidade com os cursos de Psicologia, Nutrição, Enfermagem, Biologia e também o Serviço Social. Esta cooperação iniciou com laços e parcerias entre a Unisinos, a Prefeitura de São Leopoldo e uma ONG alemã que doou para a universidade uma unidade móvel odontológica e uma unidade móvel ligada a saúde da mulher no início do PASEC. Após reuniões no município e na comunidade foi decidido que a Universidade iria comandar e direcionar esse trabalho à Zona Norte de São Leopoldo, que, na época, foi mapeada como a mais vulnerável da região. As atividades iniciaram no Bairro Campestre e na Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Marta. Desde então o PASEC oferece apoio e esperança aos que carecem de auxílio em áreas ligadas à saúde da família. O Programa vem para acolher e assistir esta população de São Leopoldo, e se engaja em minimizar os impactos sociais e ambientais na cidade. Alinhados à conduta jesuíta da Unisinos, onde, conforme Fioretin,


Participantes ajudam no cuidado das plantações, que proporcionam a produção de chás com plantas medicinais e alimentos

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O PASEC conta com estagiรกrios dos cursos de Serviรงo Social, Psicologia, Biologia e Agronomia. A equipe possui ainda dois biรณlogos, um psicรณlogo e uma assistente social

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O projeto já conquistou prêmios, entre eles, o Expressão de Ecologia e o Concurso Cultural “Não Bata, Eduque”

as relações étnico-raciais, superação da pobreza e cuidados com o meio ambiente são destaque, auxiliam nas metas e objetivos também do Projeto do PASEC. “Nós estamos focados nos cuidados com o meio ambiente, mas por exemplo, eles levam para casa alimentos, então indiretamente nós também contribuímos com a renda familiar”, complementa. Há também, além de um alinhamento com a conduta e preceitos da universidade, uma parceria com o NEABI - Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas que também promove atividades e oficinas com o intuito de promover bem-estar social à comunidade. Entre as atividades do programa que se estruturaram com o objetivo de elevar a qualidade de vida da região destaca-se a horta comunitária, a qual oportuniza a produção de chás com plantas medicinais e produção de alimentos, estimulando o cuidado com o meio ambiente, com a arborização e incentivando a replicação disso nas

casas dos participantes do Projeto. “Muitos deles tem hortas em casa e levam”, comenta o coordenador do projeto. Reconhecido pelos jovens como Projeto da Horta, foi denominado “Horta Mãe da Terra - Educação Ambiental e Cidadania” por um participante do Programa. Fioretin ilustra a história da escolha do nome: “O nome foi feito junto com eles, cada um escrevia um nome, só que um aluno não colocou o seu nome no bilhete, então a gente não sabe quem é o “pai da criança”, mas ficou Horta Mãe da Terra e a gente completou: Educação Ambiental e Cidadania”. O PASEC conta também com estagiários que tem a oportunidade de participar de uma experiência de cunho social desde a graduação, eles são dos cursos de Serviço Social, Psicologia, Biologia e um estagiário da Agronomia. A equipe no geral conta com dois biólogos, um psicólogo e uma assistente social. Com uma equipe diversificada

e rica, o Programa conquistou em 2018 o terceiro lugar no Concurso Cultural “Não Bata, Eduque”. Com todo o Brasil concorrendo, foi um vídeo produzido pelos adolescentes participantes do projeto, junto com a Assistência Social, que foi escolhido em meio a tantos outros projetos. Os envolvidos foram receber o prêmio no Rio de Janeiro. Também em 2018 a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Marta e dois adolescentes foram à Florianópolis participar do Evento Expressão Ecológica no qual a Unisinos foi a única universidade entre os 25 premiados da região Sul do país. Na oportunidade, crianças que nunca viram o mar foram à Santa Catarina receber o prêmio, mas também participar de uma experiência memorável para elas. Foi um momento de reconhecimento, mas também acolhimento e sentimento de pertença e integração. Emocionado, Fioretin relembra: “são coisas que mexem com a vida deles também”. n

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A mulher invisĂ­vel Te x t o d e

JĂşlia Cabral

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Fotos de

Kyung Ha Dotto


P

ara falar com propriedade sobre algum lugar é necessário estar lá, seja este um lugar físico ou de fala, por exemplo. No entanto, algumas histórias se cruzam ao longo da sua trajetória e muitas vezes basta apenas prestar atenção para ver o encontro entre semelhanças dos grupos sociais. A mulher invisível nasceu em um lar misto, com pais de diferentes etnias e não demorou muito tempo até precisar se encaixar em algum lugar social. Nem mais branca do que preta, nem mais preta do que branca, ela não pertencia a um lugar óbvio, era parda, fruto da miscigenação. Desde pequena aprendeu que o lado branco da sua herança não lhe cabia. Sempre existia alguém para questionar: “ela é adotada?” quando acompanhada de sua metade branca. Apesar disso, foi privilegiada com a oportunidade de estudar em uma escola privada excelente com bolsa de estudos de 100%. A menina agarrou com todas as forças essa oportunidade única de encontrar um lugar para chamar de seu na universi-

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dade e se viu rodeada de rostos que não lhe inspiravam a sensação de pertencimento. Muitas vezes se sentiu sozinha e encontrou no quadro de funcionários algumas semelhanças apesar de não ter nenhum professor negro durante todo o seu período acadêmico. Por alguns anos foi a única afro brasileira do contingente de alunos e sentiu o peso da falta de representatividade. Após anos de desafios sociais ela pôde escolher, finalmente, um lugar que quisesse representar e que, com o passar do tempo, disse mais dela para a sociedade, já que a influência das mídias com conteúdo sobre ser negro e as suas particularidades se tornaram mais acessíveis. Ao entrar para a faculdade, sua escolha de abraçar e disseminar sua herança preta era difícil em um ambiente no qual estava rodeada pelo saber, mas esse saber era direcionado para um grupo social específico já que apenas 34% dos negros e pardos do Brasil chegam até o ensino superior, segundo dados do IBGE 2015. Diante dessa situação procurou apoio da universidade que conta com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI). Apesar de ser a única referência de estudos sobre afro-brasileiros da Unisinos, detém pouca informação sobre a população que representa e pouco divulga seus trabalhos e congressos de forma efetiva. Mesmo estando há quatro anos na universidade, há pouco tempo ela conheceu esse núcleo que conta com diversas atividades que reforçam a cultura negra e indígena focada na população negra em geral, e brancos empobrecidos. O contato com o núcleo podia ser melhor. Durante todo o período de espera pelo retorno do contato a invisibilidade foi cada vez mais sendo reforçada. Entretanto o NEABI possui dois projetos junto à comunidade: Inclusão Digital Afrodescendente e Cidadania e Cultura Religiosa Afrodescendente. Mesmo tendo iniciativas muito interessantes, uma questão que dificulta o acesso a estas atividades é a comunicação do núcleo. A universidade é um lugar plural e não deve, nem pode fechar os olhos para essa disparidade. A mulher invisível sou eu, é você e todos que não se veem representados de alguma forma nos seus núcleos. Nós buscamos sempre um modelo que mostre que é possível fazer diferente do que o que a sociedade reserva a muitos de nós e quando não o temos, nós o somos. A invisibilidade é um lugar que ocupamos por tempo demais e mesmo sendo difícil que tenhamos bravura para expor as nossas ideias e gentileza para entender as necessidades do outro. Sejamos os primeiros. n

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“Nós buscamos sempre um modelo que mostre que é possível fazer diferente do que a sociedade reserva para nós, e quando não o temos, nós o somos”


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Entrelinhas do esporte universitário no Brasil

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Te x t o d e

Pedro Della Nina

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m um país apaixonado por desportos, um segmento deixa uma grande dúvida sobre seu desenvolvimento, o esporte Universitário. Enquanto em alguns países existe uma valorização esportiva nas universidades, no brasil é tratado como lazer, tanto para a administração das Universidades, quanto para os alunos, sem que haja uma relação ou benefícios para ambas. Algumas Universidades oferecem benefícios e bolsas para atletas matriculados, entretanto é cobrado um bom desempenho escolar, e com essas bolsas é possível oportunizar o estudo para pessoas que não teriam condições de qualificação sem o esporte. Gerando, assim, uma evolução social nos indivíduos e trazendo retorno à Universidade posto que oportuniza divulgação da mesma em grandes competições nacionais e/ou internacionais. No Brasil, o Esporte Universitário é representado pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário.A organização promove um grande campeonato por ano, costuma durar por volta de uma semana e recebe pouca divulgação, infelizmente. As associações Atléticas das universidades, por outro lado, tentam suprir essa falta de divulgação e apoio ao esporte, e realizam algumas competições estaduais, organizando campeonato mais

duradouros, bem estruturados e que repercutem no meio esportivo, suprindo em partes esta deficiência. EQUIPES ESPORTIVAS UNISINOS Neste cenário, a Unisinos dispõe de diversas equipes esportivas abertas para participação dos alunos, gratuitamente, onde oportuniza o ganho de horas complementares aos participantes. O Centro de Esporte e Lazer da Unisinos é composto por diversos locais aptos para inúmeras práticas esportivas, atendendo todo curso de Educação física e ficando disponível para a utilização das demais atividades acadêmicas de outros cursos. O ambiente conta com moderna infraestrutura de ginásios, laboratórios, pista atlética, salas de ginástica, musculação e campos de futebol. A equipe esportiva da Unisinos treina às terças e quintas feiras das 17h até as 19h. A estrutura física oferecida para os treinamentos é básica. A grande maioria dos alunos participantes comentam que participar de atividades esportivas gera apenas gastos, porém é um meio de lembrar e voltar a ter as experiências da época em que faziam parte das Categorias de base de clubes profissionais. Este cenário é compatível com a realidade nacional, onde o esporte tem baixo investimento e visibilidade social.

Tabela Equipes Esportivas

Equipe de futebol em treinamento para competições

É disponibilizado outros desportos como: Atletismo, Dança, Jiu-jitsu, Judô e Taekendo (modalidades individuais). Para outras informações, entre em contato pelo e-mail posto-cel@unisinos.br ou acesso a página UNISINOS ESPORTES no Facebook.

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ARQUIVO PESSOAL

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Equipe de futebol da Unisinos que participou do JUGS 2018

OPINIÃO DOS ATLETAS

Bruno Hans,

aluno de administração. Comunidade – O que te levou a participar da equipe esportiva da Unisinos? Bruno – Um dos fatores que me levou a participar da equipe esportiva da Unisinos foi o engajamento dos treinadores, primeiro com a Zaqueu Ferreira e agora com o Gustavo Somavilla, onde eles proporcionam um retorno legal sobre o trabalho realizado, exercícios e futuras competições. Deixando bem claro que a intenção deles é tornar a equipe esportiva da Unisinos a melhor do estado. Além disso, o fato de praticar algum exercício físico, existindo possibilidade de competir e ainda ganhar horas complementares teve um peso na decisão, não esquecendo dos amigos que ali estão treinando. Comunidade – Qual a sua opinião sobre a estrutura fornecida pela Unisinos para os atletas? Bruno – Minha opinião é de que a estrutura fornecida é baixa, não

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existe auxílio para estacionamento, os campos não são muito bons, não tem iluminação, enfim, falta bastante coisa para ter um suporte legal.

Douglas Scherer, aluno de Engenharia de Produção.

Comunidade – Qual sua visão sobre o esporte universitário? Você acredita que existe algum futuro para atletas universitários no Brasil? Pedro – O esporte Universitário brasileiro carece de investimento e estrutura. Em geral, não há incentivo por parte das universidades, o que impede a formação e manutenção de equipes esportivas. Não vejo futuro, pelo menos a curto prazo.

Comunidade – Como é a questão de horários dos treinamentos? Consegue conciliar treino, estudo e trabalho? Douglas – Não conheço muito sobre outras modalidades, mas falando especificamente do futebol de campo, os horários de treinamento são inviáveis para aqueles que possuem qualquer tipo de trabalho além dos estudos. Consigo comparecer em alguns treinos pois tenho uma flexibilidade de horários que talvez a maioria não tenha. Já foi solicitado algumas vezes, junto a coordenação, que fosse feito testes em outros horários, mas a própria Unisinos descartou as ideias.

Comunidade – Você acha que com algum incentivo por parte da Universidade, o nível da equipe elevaria? Cite algum incentivo? Pedro – Com certeza. A oferta de bolsas ou, mais especificamente no caso da nossa universidade, um auxilio no valor do estacionamento em dias de treino contribuiriam para atrair atletas de um nível mais alto.

Comunidade – Você jogou alguns anos como federado e agora joga campeonatos universitários, qual é a diferença dentro de campo? Douglas – Existem diversas diferenças entre os jogos federados e os universitários, e acredito que a principal delas tem resultado dentro e fora de campo. Obviamente existe um grande desequilíbrio de qualidade técnica e conhecimento inserido, mas

Pedro Schneider, aluno de Direito.


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Equipe de futebol após receber premiação de 3° lugar na Copa Unisinos 2018

não acho que seja esse o principal. O descaso de algumas universidades para com o esporte é gigantesco, e a infraestrutura acaba deixando muito a desejar. Desde as coisas mais simples, como a qualidade dos materiais e locais de treinamentos, até as coisas mais complexas, como acompanhamento de especialistas da área da saúde. O Técnico da equipe Gustavo Somavilla enfatizou que mesmo com

Equipe de futebol em preparação para torneio em 2018

todas as dificuldades estruturais, ele busca sua motivação em conseguir realizar fora de seu trabalho convencional, situações semelhantes ou não no futebol, onde ele utiliza os treinamentos da equipe da Unisinos para adquirir experiência, expor sua ideologia e ir buscando um amadurecimento dentro da área, outro aspecto que pesa na sua decisão de ser o comandante, é a amizade entre

ele e os atletas. Conseguir conciliar as atividades esportivas, estudo e o trabalho é o grande problema enfrentado por todos, onde é necessária uma priorização de algum dos fatores, baseado nesse ponto, é de fácil entendimento o baixo número de participantes, onde gira em torno de 35 inscritos. A falta de incentivo as equipes esportivas resultam em baixa qualidade técnica e poucos títulos. n DIVULGAÇÃO / FACEBOOK

Vista panorâmica do complexo esportivo da Unisinos

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26 FOTOS DIVULGAÇÃO / DCE UNISINOS


Juntos pelos pets Te x t o d e

J

Dryelle Wyse Reck

á não é novidade que o abandono de animais é uma triste realidade que se torna cada vez maior e que precisa ser combatida. Campanhas, feiras, e diversas outras formas de conscientização à adoção são realizadas, e mesmo assim, muitos animais seguem abandonados nas ruas, passando frio, fome, e até sofrendo maus tratos. Abrigos lotados, instituições pedindo apelo através de doações, para que possam manter seus animais e poder proporcioná-los melhores cuidados, é uma triste realidade no nosso país. E mesmo com tanta ajuda, não há bondade, o suficiente para que esses animais tenham uma vida saudável e feliz em um lar especial e cheio de amor. Mas o que falta para essa realidade mudar? Quando se tornou tão difícil encontrar um lar para um bichinho? Atualmente, na Unisinos, o cenário não é tão diferente. Você

já ouviu falar dos unidogs e unicats? Sabe aqueles cachorrinhos e gatinhos fofinhos que circulam no campus alegrando nossos dias? Como não ficar feliz ao ver uma criaturinha daquelas? Mas você já se perguntou como eles sobrevivem no ambiente acadêmico? Quem é responsável pela sua alimentação e os demais cuidados necessários para sua sobrevivência e bem-estar? De acordo com o Sistema de Gestão Ambiental da Unisinos (SGA), a universidade não tem preparação e nem recursos para este tipo de situação. É um problema bastante delicado, pois não há nenhuma regra ou determinação específica para lidar com estes animais. Mas a boa ação de alguns alunos e funcionários da universidade permite que esses bichinhos tenham uma vida melhor, distribuindo comida e casinhas para que eles se sintam seguros e saudáveis nos arredores da comunidade acadêmica. Entretanto, muitos questionam se esta ação faz com que a comunidade entenda que ao deixar um animal no campus, será problema da universidade cuidá-lo.

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Parcerias já foram realizadas para que esta causa seja atendida, e para que os bichinhos que aqui circulam possam ter os cuidados necessários, como a castração, e eventualmente um lar. Mas que, infelizmente, só funcionam durante os semestres de aula. Segundo o SGA, a única ação da qual conseguem realizar é o encaminhamento desses animais ao atendimento da Secretaria de Proteção aos Animais do município, quando doentes ou feridos. Onde lá são tratados e quando recuperados, devolvidos ao campus. Felizmente, a gestão do DCE Unisinos criou um núcleo chamado “Uni PET”, que fica responsável por centralizar as doações de ração, feita por alguns alunos e funcionários, e então, distribuir diariamente água e comida para os animais. Também auxiliam na busca por profissionais parceiros que possam oferecer cuidados médicos aos bichinhos, e até mesmo ajudá-los a encon-

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trar um lar. Sempre que algo acontece envolvendo os pets, o núcleo é acionado para resolver o problema. Mas mesmo com ajuda, é uma situação muito delicada, pois é cultivada justamente através de ajuda. E eventualmente, ela para. O que nos faz questionar, o que mais poderia ser feito por essa causa? Há aqueles que dizem que ajuda nunca é demais. Ainda mais quando a sobrevivência de um animalzinho depende dela. Se cada um de nós se mobilizasse, com o mínimo possível, talvez assim a situação não estivesse tão emaranhada. Existem diversas formas de contribuir, sem necessariamente gastar dinheiro com isso. Colocamos nossa criatividade em prática todos os dias, muitas vezes em coisas tão desnecessárias, que poderíamos direcionar toda essa energia na elaboração de algo que realmente pudesse fazer a diferença. Então te pergunto: o que você já fez hoje para ajudar? n


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FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Viajando co t t

Alguns alunos estrangeiros em mobilidade na Unisinos fizeram o city tour Linha Turismo, em Porto Alegre. A atividade faz parte das ações de acolhida da universidade

Te x t o d e

Letícia Klippel Boero

S

e afastar de casa e caminhar por si próprio sempre rende experiências inesquecíveis e abre sua mente. Viajando você cria lembranças, boas ou ruins, pois aprendemos com os nossos erros. Além disso é neste processo que se descobre como se virar, superar limites e conhecer um novo eu. Então não espere estar sempre pronto para dar esse passo para um sonho. Quantos canais e sites sobre intercâmbio você já pesquisou? Não duvido que tenha sido vários, mas variado são os destinos também. Você já imaginou realizar esse seu sonho, que pensou em concluí-lo só depois que terminar a faculdade, junto com a sua graduação, mestrado ou doutorado? Na Unisinos há possibilidade dos alunos agregarem uma experiência internacional acadêmica no seus currículos e ainda ampliar seu conhecimento em outro idioma e conhecer novas culturas.

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Laura Cerveira é estudante de Direito que viajou pelo programa Mobilidade Unisinos para Portugal

A Mobilidade Acadêmica contém atividades internacionais para alunos, docentes e até programas para estrangeiros que gostariam de estudar na universidade. As atividades são de curta ou longa duração, com financiamento próprio ou por órgão governamentais ou privados. De acordo com o site da universidade, são abertos mais de 10 editais por ano, sendo 132 universidades parceiras de 31 países. Nos últimos 5 anos mais de 300 alunos da Unisinos fizeram intercâmbio de curta duração, cerca de 450 alunos da universidade fizeram intercâmbio de longa duração e quase 200 alunos de outras universidades fizeram intercâmbio na Unisinos. Não pense que também é fácil conseguir participar dos programas, você tem que estar preparado pois não ter o idioma ou certificado comprovando nível, os sonhos já vão pelos ares. “Não diria dificuldade, mas sim complicador: o idioma. Muitas vezes os alunos têm o domínio necessário da língua, mas não possuem os certificados exigidos pelas universidades para comprovação e dependendo do certificado exigido

é necessário que o aluno se programe com antecedência para poder fazer os encaminhamentos necessários. ” – diz Andressa Reis, responsável pela Mobilidade Acadêmica da Unisinos. “A experiência de fazer intercâmbio enriquece pessoal e profissionalmente. O amadurecimento pessoal é indescritível, aprendi em meses, o que confesso que aprenderia em anos. Aprendi a conhecer a mim mesma, minhas dificuldades e minhas qualidades, pois afinal estamos sozinhos, nossos pais estão do outro lado do mundo, e isso é ótimo. Na parte profissional, o melhor foi realmente expandir meus conhecimentos e conseguir sair do comum, ter uma visão do todo, saber de assuntos que no Brasil mal se fala por ora. Como estudo Direito, a experiência profissional é um pouco mais limitada que os outros cursos, mas ainda é muito rica. O mais incrível era as aulas, os professores sabiam muito, consegui aprender muito e expandir minha visão de mundo, literalmente expandir meus conhecimentos, ter uma visão global, saber da realidade de outros países, da Europa no ge-


om a Unisinos t t

Professora Alessandra Teribele participou do intercâmbio MARCA na Universidad de Concepción del Uruguay, na província de Entre Rios, Argentina

ral. Voltei apaixonada por tudo que aprendi e animada para conseguir compartilhar esses conhecimentos e desenvolvê-los a partir de troca de informações aqui e de reflexões com mais estudantes e profissionais. ” Diversas pessoas deixam de viajar por medo de estar sozinho em um lugar desconhecido e ter que se adaptar a ele, medo lidar com uma cultura diferente, de achar um lugar para morar e de não fazer amigos, mas de acordo com a entrevistada isso passa e você a gente o quanto era pequeno e, por incrível que pareça, fácil. Você acaba se permitindo muito mais lá do que aqui, como conhecer pessoas e visitar lugares. Percebe que a vida é curta e que temos de aproveitá-la ao máximo. “Tive de 5 meses no intercâmbio e quis conhecer tudo quanto foi possível, viver tudo e um pouco mais, e essa experiência se estende quando voltamos. Mas ainda assim toda a experiência vale a pena, conhecer um novo país, uma nova cultura, ver o quanto temos de parecido e de diferente com o país que estamos, aprender novas coisas constantemente.” – Laura Cerveira.

Alunos selecionados para o Programa SKKU ISS 2018 iniciaram as atividades na Coreia do Sul em junho de 2018

Se você tem idioma, não deixe de fazer os testes de proficiência de acordo com a universidade que você quer ir e acordo que tem com a Unisinos. “Normalmente, as universidades aceitam o teste de proficiência realizado via Instituto de Línguas da instituição de origem, no nosso caso o Unilínguas, e certificações internacionais, de acordo com o idioma exigido (TOEFL, IELTS, Ondaf, DELE, DALF etc.)”– diz Andressa. Quando você escolhe fazer um intercâmbio, sempre tem que ter em mente que você está indo para um lugar onde a cultura é diferente, sabendo que vai lidar com coisas não são do seu cotidiano que nem no Brasil, então sempre esteja com a mente aberta. “No início estranhei a faculdade lá, era bem diferente, cada dia da semana tinha aulas em horários diferentes, não era que nem aqui que a aula tem um horário fixo. Tínhamos aula de manhã e de tarde, normalmente de tarde sendo práticas. Tinha sempre mais de um professor por cadeira, normalmente 2 ou 3 embora eles dividissem as matérias, era muito bom porque se você não entendia com um tu poderia entender

com outro. ” – Laura Cerveira. Se você não tem algum idioma, comece a estudar, hoje em dia temos tantas plataformas que nos ajudam a desenvolver outra língua, só o que temos que ter é dedicação. Para quem já tem um idioma, não deixe para fazer o seu intercâmbio no final do seu curso, pois a maioria dos programas você não pode já ter completo 80% do curso. “Se eu pudesse participava de mais um pela faculdade, mas não dá porque já tenho 80% do curso. Mas o mestrado sanduíche é certo que farei e quero um país com outra língua, além do português e inglês, pretendo fazer na Espanha ou na Itália. Isso porque aprender uma nova língua é muito bom ainda mais nos dias de hoje que inglês é básico, saber um outro idioma é um grande diferencial no mercado e abre portas (além de abrir a mente e “abrir” conhecimentos). ”- Laura Cerveira Todos os editais são divulgados no site da mobilidade http://www.unisinos.br/global/pt, na página do Facebook Mobilidade Internacional Unisinos, na página do Facebook Institucional da Unisnios e por e-mail do marketing. n

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Conheça os programas ofe Programas Graduação: Graduação

Programa

País

ACTIA

França

AUSJAL

Berkeley Summer School Bolsas Ibero-Americanas Santander Empreendedorismo Santander X Fundación Botín Fundacion de La Lengua Española International Business School Americas

Estados Unidos

Todos os cursos

América Latina

Todos os cursos

Espanha

Todos os cursos

UAS7

Alemanha

Candidatura Livre

Todos os países

Viagem de Estudos

América Latina, América do Norte e Europa

PA6 GIL

Todos os cursos Todos os cursos

SKKU ISS TOP España Santander

Mobilidade Unisinos

Todos os cursos

Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal e Uruguai.

Estados Unidos, Inglaterra, Itália Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai e Uruguai. Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, El Salvador, Equador, Espanha, França, Guatemala, Itália, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Suiça, Uruguai e Venezuela Alemanha, Bélgica, Canadá, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, EUA, México, Peru, Portugal e Suécia. Coreia do Sul Espanha

Marca

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Argentina, Colômbia, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, Peru; República Dominicana, Uruguai e Venezuela Estados Unidos

Cursos Engenharia Mecânica, Eletrônica e de Controle e Automação

Todos os cursos Arquitetura e Urbanismo

Todos os cursos

Administração Linha de Formação Específica: Gestão para Inovação e Liderança Todos os cursos Todos os cursos Escola Politécnica; Escola de Saúde; Curso de Graduação em Design de Produto Todos os cursos Administração; Administração Gestão para Inovação e Liderança; Gestão Comercial e Processos Gerenciais; Relações Internacionais; Design


erecidos pela universidade Pós-Graduação Programas da Pós-Graduação: Programa

País

Cursos

Candidatura Livre Programa

Todos País os países

Todos os cursos Cursos

Candidatura LivreDoutorado Sanduíche PDSE

Todos os países

Todos os países

Todos os cursos De acordo com a chamada da Capes

Todos os países

De acordo com a chamada da Capes De acordo com a chamada

Todos os países

De acordo com a chamada do CNPq

Programas da Pós-Graduação:

Doutorado Sanduíche -

PDSE Doutorado Sanduíche SWE

Todos os países

Doutorado Sanduíche SWE

Módulo Internacional de Pós-graduação

Módulo Internacional de Pós-graduação

do CNPq

Estados Unidos, Inglaterra, Itália

Todos os cursos

Estados Unidos, Inglaterra, Itália

Todos os cursos

Programa para Docentes:

Docentes Programa para Docentes:

Programa

País

Programa

País

Universidades parceiras da Unisinos Bolsas para Professores e e do Banco Santander Pesquisadores Santander Universidades parceiras da Unisinos Bolsas para Professores e Pesquisadores Santander

Empreendedorismo Santander X Empreendedorismo

e do Banco Santander

Todas as áreas de conhecimento Todas as áreas de conhecimento

Empreendedorismo e/ou

Estados Unidos

Desenvolvimento Pessoal Empreendedorismo e/ou Profissional Desenvolvimento Pessoal Profissional

Estados Unidos

Santander X

Marca

Argentina, Bolívia e Paraguai

Top España Santander

Espanha

Marca

Arquitetura e Urbanismo

Argentina, Bolívia e Paraguai

Top España Santander

Área Área

Arquitetura e Urbanismo

Todas as áreas de conhecimento

Espanha

Todas as áreas de conhecimento

PRINT

Programas do PRINT: Alunos de Pós - Graduação Doutorado Sanduíche - Print País

Cursos PPG de Administração e Computação Aplicada Alemanha; Coréia do Sul; Reino Unido Tema: IoT e Saúde Alemanha; Canadá; Espanha; EUA; França; Itália; PPG de Administração e Design Noruega; Reino Unido Tema: Ecossistemas de inovação Alemanha; Espanha; EUA; França; Itália; Portugal; PPG de Educação e de Comunicação Suécia Tema: Transformação digital e Humanidades PPG de Administração e de Computação Aplicada Alemanha; Coreia do Sul; EUA; Suíça; Tema: Indústria 4.0 Docentes de Pós-Graduação da Unisinos Auxílios para missões de trabalho no exterior

Recursos para manutenção de projetos País

Alemanha; Coréia do Sul; Reino Unido Alemanha; Canadá; Espanha; EUA; França; Itália; Noruega; Reino Unido Alemanha; Espanha; EUA; França; Itália; Portugal; Suécia Alemanha; Coreia do Sul; EUA; Suíça;

Professor Visitante Júnior

Professor Visitante Sênior

Cursos PPG de Administração e Computação Aplicada Tema: IoT e Saúde PPG de Administração e Design Tema: Ecossistemas de inovação PPG de Educação e de Comunicação Tema: Transformação digital e Humanidades PPG de Administração e de Computação Aplicada Tema: Indústria 4.0

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