eyes creative
Juarez de Andrade Júnior
Informativo especial do Curso de Fotografia da Unisinos - São Leopoldo/RS - Junho de 2016
O olhar além da câmera Conheça o curso que fará você enxergar o mundo de outra forma
Panorama do curso
Mercado de trabalho
A magia singular da fotografia
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PANORAMA Juarez de Andrade Júnior
Conheça o curso de Fotografia da Unisinos O curso de Fotografia da Unisinos tem duração de três anos e possui infraestrutura diferenciada. Os alunos utilizam laboratórios e equipamentos adequados que permitem o desenvolvimento das atividades com softwares específicos para comunicação digital, processamento da fotografia analógica – desde a revelação do filme fotográfico até a experimentação de técnicas artísticas de processos fotoquímicos –, além da editoração eletrônica, onde o aluno tem contato com a arte e as técnicas fotográficas utilizadas em cinema e na publicidade. O estudante também tem oportunidade
de participar da Agexcom (Agência Experimental de Comunicação da Unisinos), que proporciona a ele trocar experiência entre os alunos, professores e profissionais de diferentes áreas. Possui em sua grade curricular 25 oficinas de dois créditos cada (sendo que o aluno seleciona 10 para realizar) que servem como disciplinas de livre escolha, promove saídas de campo aos sábados para que os alunos coloquem em prática o aprendizado, além de encontros com a presença de autores profissionais experientes para debate dos trabalhos e leitura dos portfólios. (Daniela de Assis) Carina Mersoni
Da necessidade à uma nova disciplina A disciplina de Fotografia Institucional surgiu da necessidade que os alunos de Relações Públicas sentiam em ter em sua grade curricular uma atividade acadêmica voltada para a fotografia, trabalhando a formação da identidade, da imagem e da reputação, e também conhecendo técnicas e a linguagem fotográfica para a captura de imagens de diferentes segmentos fotográficos. Segundo a coordenadora do curso de Relações Públicas, Erica Hiwatashi, a inserção desta atividade acadêmica no currículo traz a oportunidade de preparar o aluno para contratar e dirigir um fotógrafo, ou até mesmo ser o próprio, no mercado de trabalho e desenvolver um novo olhar sobre atributos intangíveis, ou seja, no futuro construir um espaço a ser ocupado pelo profissional na área de fotografia institucional. Esta atividade acadêmica está inserida no currículo 5, e será ofertada a partir de 2016/2, sendo obrigatória na grade curricular do curso de Relações Públicas. (Isadora da Silva e Rodrigo Furtado)
Beatriz Sallet
O Olhar de Beatriz ISADORA DA SILVA / RODRIGO FURTADO
MÁRCIO LUDWIG, TAMÍRIS DIETRICH E MATHEUS AMARAL
Beatriz Sallet é coordenadora do curso de Fotografia da Unisinos, trabalhou durante 15 anos com fotojornalismo e há oito anos se dedica ao meio acadêmico. Beatriz se interessou pela fotografia em razão da grande interação que trabalhar nesse meio traz e em entrevista aos alunos de redação em Relações Públicas, ela revelou detalhes do curso, mercado de trabalho e perfil profissional. Voltado para a formação completa do profissional, o curso se baseia em três competências: técnica, estética e reflexiva sobre o fazer fotográfico. Beatriz ressalta a importância do aprender com a imagem, comunicando por meio dela. Por intermédio da imagem expressamos nossos sentimentos e emoções. O ato de fotografar revela
o equilíbrio entre o pensar, o olhar e o coração do fotógrafo. O curso tem duração de três anos e traz ao aluno um amplo mercado de trabalho, tanto para profissionais autônomos, quanto para empregados. Após formado, o profissional pode atuar como fotógrafo em estúdios, pesquisas, webjornais, portais da internet e mídias sociais. Fotos são feitas de momentos que ultrapassam a própria imagem, as lentes e o papel. A fotografia é composta pela relação do fotógrafo com o fotografado, sendo que a paixão do profissional e o seu poder de percepção de cena são elementos fundamentais. Para finalizar, Beatriz salienta como essencial para se trabalhar e optar pela fotografia o sentimento de amor pela profissão. (Ana Alice Meireles e Priscila Ferst)
MERCADO
O MERCADO DA FOTOGRAFIA
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Como fotografo quase sempre nos mesmos lugares, experimentar o ambiente da sala de aula, conhecer conteúdos e artistas novos, aprender sobre fotografia contemporânea, fotolivros, etc., tudo isso inspira e dá uma nova visão para o trabalho”
Guilherme Gargioni Fotógrafo profissional
ARQUIVO PESSOAL
O primeiro passo para começar uma carreira é, sem dúvida, compreender todas as nuances do mercado em questão. Por isso, esse informativo traz uma entrevista com o fotógrafo Guilherme Gargioni, atuante na área há seis anos e aluno da graduação em fotografia da Unisinos. De acordo com a professora e coordenadora do curso, Beatriz Sallet, o mercado atual está crescendo sucessivamente porque as pessoas desejam ter mais tempo fotográfico. “Hoje a expressão ‘médico da família’ pode ser adaptada para ‘fotógrafo da família’. Os clientes querem registar o antes, o durante e o pós evento”, afirma Sallet. Deste modo, é possível perceber que quanto mais qualificado o profissional, mais chances ele tem de se diferenciar. A internet ampliou o horizonte e trouxe um campo vasto de oportunidades, visto que a comunicação nas redes sociais é muito mais imagética do que textual. Entretanto, não basta ter câmeras de todos os tipos e simplesmente se intitular especialista. É preciso buscar conhecimento, ter expertise de editor, conhecer a gama de produtos e serviços e estar sempre por dentro das inovações. Para Guilherme, a fotografia vai muito além da profissão. Ele destaca três pilares que considera essenciais no seu dia a dia: saber operar e extrair o máximo do seu equipamento, saber transmitir o seu ponto de vista sobre o que é fotografado e ser feliz fazendo o que se ama. Ele conta também que as preocupações do ofício são basicamente as mesmas: “É necessário ter muito cuidado com os arquivos, pois o armazenamento e a organização dos dados
é um dos pontos mais importantes. Os clientes vão querer ver o seu portfólio sempre bonito e atualizado. Precisamos saber vender o nosso produto e trabalhar bastante todos os dias.” Gargioni ainda ressalta que há mercado para todos, inclusive para os iniciantes. “São muitas as possibilidades! Trazendo o meu exemplo, trabalho de segunda à sexta-feira em uma produtora de formaturas como editor na área do audiovisual e fotografo as formaturas quando ocorrem. Nos finais de semana presto serviço a outras empresas do ramo que precisam de fotógrafos para eventos sociais, como: casamentos, quinze anos, recepção de formaturas e aniversários infantis. Mas eu poderia trabalhar também com fotografia de gastronomia, fotojornalismo, newborns, fotografia autoral e muitos mais”, explica. O profissional revela que a formação universitária lhe abriu muito a cabeça, além de lhe proporcionar ideias novas: “Como fotografo quase sempre nos mesmos lugares, por trabalhar muito em Canoas e Porto Alegre, experimentar o ambiente da sala de aula, conhecer conteúdos e artistas novos, aprender sobre fotografia contemporânea, fotolivros, etc., tudo isso inspira e dá uma nova visão para o trabalho.” Segundo ele, o primeiro passo a ser dado é abandonar o medo de errar. A prática traz experiência e transmite calma para olhar com mais atenção os detalhes que poderiam ter passado despercebidos. Além disso, é fundamental ser educado, esforçado, ter carisma e paciência para lidar com o público. (Monique Reis de Matos)
ARQUI
Selfie? Ops, cuidado! Essa vai para você que ao acordar de manhã, já tira uma selfie antes de ir para a academia, e ao jantar o espetáculo segue com uma foto de sua pizza preferida. Fotografia cativa, traz consigo o tão desejado aumento de likes nas redes sociais, porém não podemos esquecer que foto é assunto sério e requer cuidados de postagem e manuseio de imagens. A fotografia é considerada um trabalho artístico, portanto é protegido pela Lei de Direitos Autorais nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, compreendendo direitos básicos em relação ao trabalho e a postura dos fotógrafos. Os dois principais direi-
tos desta lei são: patrimonial que lhe permite co mercializar suas fotos e moral que protege sua autoria sobre a obra. Qualquer ocasião que possa surgir a oportunidade de suas imagens serem divulgadas ou comercializadas, o fotografo deverá ganhar créditos pela criação da mesma. Agora quando se trata de fotografar alguém, há necessidade de se ter um cuidado redobrado, pois a pessoa fotografada é protegida pela lei conhecida como direito à imagem e à privacidade. Você não pode chegar, por exemplo, fotografando da rua pessoas que estão dentro de
suas casas, através das janelas, pois essa pessoa se encontra em seu ambiente privado, não tendo o fotografo direito evasivo de registrá-la como bem entender. Para poder usar essa foto, é preciso fazer um contrato, pois a pessoa fotografada como já havíamos falado, tem o direito de imagem dela. Outro exemplo, digamos que uma modelo está usando as roupas de uma
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loja para uma publicidade: ela também precisa permitir o uso da imagem dela em meio e tempo determinados (onde e por quanto tempo.) Assim também acontece se na sua foto aparecer qualquer objeto de autoria conhecida – o responsável pelo objeto deve dar a licença de uso da imagem deste objeto. Você não pode vender uma foto de garrafa de refrigerante sem a marca do refrigerante te dar uma permissão. Portanto na hora dos tão desejados clicks, se liguem galera, foto merece cautela e toda sua atenção! (Camila Ritter)
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INSTANTE DECISIVO
A MAGIA SINGULAR DA FOTOGRAFIA Como pode ser encontrado na Wikipedia, a palavra fotografia vem do grego photo (luz) e graphein (marcar, desenhar, registrar). Muito se evoluiu desde o Daguerreótipo e da coloração por meio de extrato de batata. Os registros históricos, dão conta que nos primórdios da técnica da daguerreotipia eram necessários cerca de dez minutos de exposição sob forte luz solar para obter uma imagem satisfatória. Assim, captar a espontaneidade era uma missão ingrata, possivelmente pouco cogitada. Os retratos costumavam ser feitos colocando-se o sujeito fotografado apoiado em suportes que permitiam a permanência na mesma posição por longos períodos de tempo. Mas, como tudo, a fotografia também evoluiu. Depois dos filmes coloridos, poucas mudanças foram tão importantes para a fotografia quanto o surgimento dos processos digitais. E com as novas tecnologias a sisudez típica das primeiras poses cada
Leonardo Savaris
vez mais cede espaço para novas perspectivas no ato de fotografar. Inegavelmente, fotografia exige técnica. Saber aproveitar o ambiente, a luz, a nitidez e o enquadramento, são expertises altamente
relevantes para quem aventura-se neste mundo. No entanto, ir além da percepção visual pura e simples, é o que confere ao fotógrafo e ao fotografado um processo dialógico capaz de contar histórias através de
alfred eis
imagens que suscitam emoções. Por trás de uma emoção há sempre um momento, e a magia de fotografar está justamente em capturar esse momento e permitir revivê-lo, e sentir a emoção que o motivou. O fotógrafo para o tempo, tudo para, e apenas ele vê o instante que irá perpetuar. A emoção é a fonte maior que nutre a fotografia. O fotógrafo é arrebatado pela imagem ao mesmo tempo em que persegue insistentemente a emoção da alma fotografada, o trauma deflagrador da guerra, a cidade que desaparece melancólica sob o mar, o coração apertado da mãe da noiva, os sonhos pulsantes e a fantasia de sermos quem não somos. O bom fotógrafo consegue ver o que ninguém viu, e consegue captar e transmitir aquele ângulo diferente da realidade. O olhar do fotógrafo é o que ele tem de mais importante. É o inesperado, o inusitado. É singular. (Camila Lewis)
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A sorte de um instante As antigas artes visuais vinham de textos lidos pelos artistas. A maioria dos pintores retirava de trechos da bíblia históricos ou poéticas para suas inspirações. E, mesmo com a pintura virando um clássico, essa prática deve sempre estar em atualização. Com a revolução nas tecnologias, podemos perceber que agora é completamente ao contrário. A fotografia é bem mais instantânea e podemos tê-la antes mesmo de pensar em um texto. Como, por exemplo, em um furo de reportagem, temos a imagem e o texto será redigido quando chegar ao jornal. Com isso, não podemos esquecer o quão importante é fazermos a conexão
da imagem com o texto que será redigido. O momento em que a foto aconteceu, os fatos do acontecimento da foto e, além disso, um olhar ao entorno de tudo. Um belo exemplo foi o exato instante de um beijo entre um marinheiro e uma mulher, captado em 14 de agosto de 1945 na Times Square, em Nova York, pelas lentes do fotógrafo Alfred Eisenstaedt, da revista norteamericana Time. Por muito tempo, a fotografia foi considerada uma celebração pelo final da Segunda Guerra. As notícias, na época, diziam que
os dois formavam um casal. Porém, mais recentemente, a dupla, George Mendosa e Greta Zimmmer Friedman, confessou que, na verdade,
não se conhecia. Greta deixou isso claro em uma entrevista para uma blogueira. “Greta lembrou que foi agarrada, de repente, pelo marinheiro, e que, na verdade, não queria ser beijada por um desconhecido”. E, nesse momento, a foto foi batida. Como diz Henri Cartier-Bresson, ícone mundial do fotojornalismo, o instante decisivo reflete-se em fotografias que são reconhecidas por captar com precisão um momento-chave, no qual a expressão das pessoas retratadas, a luz e a composição dão lugar a uma imagem única, tal como o amor representado pelo exato instante do beijo de dois namorados. (Mariana Puerari Balbinotte)
CREATIVE EYES é uma publicação experimental produzida por alunos da Turma 2016/1 da disciplina de Redação em Relações Públicas IV do Curso de Relações Públicas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Coordenação do Curso: Erica Hiwatashi. REDAÇÃO – Orientação: Cíntia Carvalho. Textos: Ana Alice Meireles, Camila Lewis, Camila Ritter, Daniela de Assis, Isadora da Silva, Mariana Balbinotte, Monique Matos, Priscila Casagrande e Rodrigo Furtado da Silva. ARTE – Agência Experimental de Comunicação da Unisinos (Agexcom). Projeto gráfico e diagramação: Marcelo Garcia.