Enfoque Saraí

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ENFOQUE SARAÍ

PORTO ALEGRE / RS

JUNHO DE 2015

EDIÇÃO

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CÁSSIO CAMARGO

UM SONHO DE SETE ANDARES LUTA PELA MORADIA UNE 18 FAMÍLIAS NA OCUPAÇÃO DE UM PRÉDIO NO CENTRO DA CAPITAL

A disputa na Justiça por um edifício que já foi usado pelo PCC Página 2

Do lado de dentro, paredes rachadas e janelas quebradas. Do lado de fora, uma vista de tirar o fôlego Página 3

Com apoio do MNLM, moradores lutam pelo direito à habitação popular Página 3

Da creche à limpeza: a divisão de tarefas organiza a casa Página 4


2. OCUPAÇÃO

ENFOQUE SARAÍ | PORTO ALEGRE (RS) | JUNHO / 2015

Um prédio e muitas histórias

edifício que já foi à Obanco e passou pela

mão de criminosos hoje serve de moradia

S

egundo o Censo do IBGE, de 2000, o Centro de Porto Alegre tinha 2.920 prédios e 36.862 habitantes, e 37% deles moravam de aluguel. Mas as 18 famílias da Ocupação Saraí não se enquadram nos itens dessa pesquisa. Após diversas ocupações, o prédio foi batizado de Saraí, em homenagem a uma integrante do movimento já falecida, e recebeu decreto estadual para se tornar moradia popular. O edifício de nove andares fica

na Rua Caldas Júnior, esquina com a Av. Mauá, serve de moradia para cerca de 35 pessoas e pertence à empresa Risa Administração e Participações LTDA. A desapropriação do local foi determinada pelo então governador Tarso Genro, por meio de decreto declarando que o prédio deveria servir de moradia popular, mas a empresa não aceita a negociação com os moradores e segue na luta contra a decisão. O mesmo prédio que hoje é ocupado pelos moradores da Saraí já serviu de QG para a quadrilha do PCC, como é conhecido o Primeiro Comando da Capital. Lá eles escavaram um túnel que pretendia chegar até os bancos Caixa Econômica Federal e Banrisul. “Eles

descobriram que a rua estava desabando por causa do túnel e quiseram investigar”, lembra Tayson Cabral sobre a intervenção da Brigada Militar em 2006. “Um homem comprou aqui e contratou um monte de gente para as obras, essas coisas assim. Começaram a fazer as obras. E eles começaram a beber whisky, churrasco todo dia, foi aí que eles caíram. Por isso que a polícia prendeu eles”, lembra Tayson. Internamente o prédio está quase destruído, com janelas quebradas, forros arrancados e colunas depredadas – supostamente pelos próprios bandidos que tentavam disfarçar sua ação.

- TAINÁ RIOS TUANE MOREIRA

Gritos de ajuda para continuar resistindo A fachada do prédio é cheia de faixas, frases de efeito e pichações. Por dentro a situação não é diferente. Mensagens escritas pelos próprios moradores viraram marca registrada da Ocupação Saraí. “Simbolizam desde a primeira família a entrar aqui”, conta Silvia Regina Pereira Silveira, que vive há um ano na Ocupação Saraí. A ideia surgiu dos próprios moradores. “Cada um coloca o que tem vontade nas paredes”, afirma Maria Elisa Ferreira da Silva, que está lá há mais ou menos 9 meses. A aparência do edifício é precária. Ao entrar percebemos as escadas estreitas, piso descolando e falta de iluminação. Isso mesmo. A ocupação estava sem luz. A energia elétrica só chega por meio de “gato” dos postes da Rua Caldas Júnior. “Enquanto o DMAE não arrumar a luz da rua, ficamos sem luz”, é o que afirma Silvia sobre a terceira falta de energia elétrica da ocupação. A vida em comunidade é boa, mas sempre tem algumas dificuldades. Apesar da precariedade aparente, existem dois banheiros para usos dos moradores. Divididos entre homens e mulheres, eles ficam entre o primeiro e o segundo andar. A manutenção dos banheiros é feita pelos moradores. “Nós instalamos tudo aqui. Torneira, chuveiro, canos. Tudo”, conta Silvia sobre as adaptações que os moradores tiveram que realizar para a moradia.

O Centro para os moradores da Saraí Silvia soube da Ocupação Saraí através do filho mais velho. Foi então que decidiu conhecer o local. Antes ela morava no bairro Chico Mendes, onde pagava aluguel de três peças para a família de dois adultos e três crianças. A renda estava ficando apertada. “Vim em uma reunião e conversei com o Ezequiel. No outro dia, já vim com a mudança”, lembra Silvia sobre a reunião com os moradores e os representantes do MNLM para morar na ocupação. Silvia e Maria Eliza estavam no último despejo, que ocorreu em novembro do ano passado. Segundo elas, a Saraí ficou esquecida e muitos moradores foram para o aluguel social. “A renda da família é só minha, e vem do INSS”, afirma Silvia, explicando que não tem condições de pagar aluguel. Morar em comunidade é bom, é melhor que em outros lugares, segundo ela. “A gente é mais unida. Um sempre ajuda o outro.” A ocupação não recebe auxílio de assistentes sociais ou outras instituições. Muita gente diz que morar no Centro é muito bom, perto de tudo, com várias linhas de ônibus e mercados. Mas não é bem isso que os moradores da ocupação percebem. “Aqui não é meu lugar, o custo de vida no Centro é caro”, diz Silvia, relembrando o sonho de ter a casa própria. Para Eliza, é muito bom morar no Centro, mas não há condições de manter uma boa estadia.

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18 famílias moram na esquina da Mauá com a Caldas Júnior

RECADO DA REDAÇÃO Saraí Soares foi moradora do prédio que fica na esquina da Av. Mauá com a Rua Caldas Júnior. Morreu em defesa do movimento pela moradia popular e, como homenagem, os apoiadores colocaram o seu nome na ocupação. Estamos falando da Ocupação Saraí. Foi exatamente onde os alunos de Jornalismo Cidadão e Fotojornalismo desembarcaram

naquela manhã de sábado. Recebidos pelos moradores com água quente para o chimarrão, os repórteres não demoraram muito para puxar as cadeiras e começar uma boa conversa. Os fotógrafos admiravam através das lentes a linda paisagem que o Cais do Porto nos proporcionava. A vida em comunidade ali é organizada,

pois todos têm uma função. O prédio com sete andares tem muita história e uma bela vista do Guaíba. Lá dentro, se encontram fotos, faixas, desenhos e muitas marcas da resistência. São 18 famílias lutando por um espaço no Centro de Porto Alegre. Com apoio das redes sociais, conquistaram um decreto que os mantêm seguros por um tempo de-

terminado. O que os alunos de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre contarão aqui, nestas quatro páginas, é só um pouco da luta desses moradores por um espaço, pois a Saraí resiste!

- TAINÁ RIOS EDITORA-CHEFE

CORREÇÃO – Na contracapa do número 5, erramos ao informar que Johnny Oliveira era o editor. Na verdade, Douglas Demoliner foi o responsável pelo trabalho de edição.


LUTA .3

ENFOQUE SARAÍ | PORTO ALEGRE (RS) | JUNHO / 2015

Protegidos por um decreto

busca da à Em reforma urbana

ULISSES MACHADO

e por direitos básicos dos cidadãos, a Ocupação Saraí representa a causa de um movimento na capital gaúcha

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Coordenadora do MNLM, Ceniriani Vargas da Silva – ou Ni, como gosta de ser chamada –, 27 anos, mãe de duas filhas, relata como foram todas investidas do grupo em ocupar o prédio, onde antes funcionava a Caixa Econômica Federal. “Foram quatro tentativas de ocupar. Na primeira vez, o prédio era totalmente novo, até porque antes funcionava uma agência de banco. Depois do despejo o prédio foi vendido para o PCC, que

Coordenadora do MNLM, Ni batalha pela desapropriação do prédio por parte do Estado

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m Porto Alegre são 38 mil famílias sem moradia segundo o último censo. Por isso, há muitos moradores em ocupações nos prédios da capital gaúcha. Uma delas é a Ocupação Saraí, ligada ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), que está em 18 estados do Brasil e, só no Rio Grande do Sul, em 30 municípios. A Saraí, tomada quatro vezes e com inúmeras ordens de despejo – sendo que a última está suspensa por um decreto assinado pelo ex-governador do Estado Tarso Genro –, pode ser considerada um símbolo de resistência do movimento. A

tentou invadir o Banrisul e a Caixa, que ficam próximos. Eles destruíram o prédio para disfarçar que estavam cavando um túnel”, conta enquanto tomamos um chimarrão servido por ela. O movimento de ocupa-

ção existe em Porto Alegre desde 2005. São quase 10 anos de luta para reivindicar uma reforma urbana. Segundo a líder, a luta não é só por moradia, e sim para que as famílias tenham infraestrutura para viver: casas, escolas, hospitais, delegacias etc. Ou seja, tudo que é necessário para que o cidadão viva adequadamente na cidade. Um dos despejos que o grupo sofreu em 2007 fez com que os ocupantes fossem removidos para um terreno que existia ao lado do estádio Beira-Rio, na Avenida Padre Cacique. No final de 2012, foram retirados do terreno por conta das obras nos arredores do estádio para a Copa do Mundo de 2014. Depois foram divididos em diversos lugares. Alguns foram realocados para o prédio na Rua Barros Cassal, 161, na esquina com a Avenida Farrapos, denominado Assentamento 20 de Novembro, enquanto outros aceitaram a verba

dada pelo governo estadual para compra de residências. Uns foram para o litoral e outros retornaram as suas cidades natais. Ni conta que em uma das ações de despejo executadas pela Justiça a Brigada Militar invadiu o prédio e encurralou os moradores. “Eles escalaram o prédio até o sétimo andar e nos cercaram, para fazer com que a gente não tivesse escolha e saíssemos, nos entregássemos”, relata a ativista, relembrando os momentos dificuldade. Hoje os moradores estão protegidos pelo decreto assinado pelo ex-governador do Estado, porém, não por muito tempo. A validade do documento se encerra no meio de 2016, o que resultaria em mais uma ordem de despejo para os moradores da ocupação Saraí. O movimento conseguiu uma audiência de conciliação na Justiça para que o governo comprasse o prédio do proprietário e reformasse para que se tornem

moradias às 18 famílias que lá estão. Mas o dono do edifício não aceitou o valor proposto pelo governo e aguarda que a proposta chegue aos R$ 4 milhões para cedê-lo ao poder público e, por consequência, aos moradores. O processo está trancado e só irá em frente quando a Justiça receber do governo estadual as garantias de que pagará ao proprietário para que o edifício seja desapropriado. Por enquanto, os moradores seguem sob a proteção do decreto assinado em julho de 2014. Ni mantém a sua luta e alimenta a esperança que o prédio se torne moradias aos desabrigados. “A lógica da terra é semelhante à do café. No passado, se queimava café para que o valor elevasse, assim é com os imóveis. São inúmeros prédios que não são colocados à venda, fazendo com que os valores de alguns fiquem mais altos.”

- DOUGLAS DEMOLINER

Vista milionária, moradia precária região da prótese, foi obrigada a procurar auxílio no INSS. Magda fala que morar no Centro é bom de várias maneiras. Ao contrário de quando viviam isolados em uma comunidade distante, aqui eles estão mais perto das oportunidades de trabalho. No comércio, alguns atacados fornecem mercadoria de forma consignada para que a família revenda nas ruas, uma alternativa para quem não consegue um emprego formal. O filho do meio, Jonathan, quer entrar no mercado de trabalho para complementar a renda da família. Aluno do ensino médio, o garoto de 17 anos quer ser comentarista esportivo e, por isso, vai estudar Jornalismo. Ele afirma que gosta de morar no Centro, pois “fica perto de tudo”. Julia, a filha mais nova, estava distraída assistindo a um filme na televisão, e dali só saiu pra usar o computador desocupado pelo irmão. O irmão mais velho, Vítor, é formado em Matemática, mas, por não conseguir emprego na área, trabalha como cobrador de ônibus. Há alguns meses, Magda foi convidada a participar de uma cerimônia de entrega de chaves do programa Minha Casa, Minha Vida em Novo Hamburgo. Ainda lembra com emoção como foi bonito ver a alegria das famílias em receber a sonhada moradia. E segue sonhando.

- JOHNNY OLIVEIRA

JUAN GOMEZ

João é um dos responsáveis pela comunicação da ocupação na internet

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No terceiro andar do prédio, uma família de cinco pessoas vive em um espaço amplo. Da sala é possível ver o Guaíba e os armazéns do Cais do Porto, assim como o quarto do casal. “Esses dias estávamos eu e o Jonathan olhando os barcos e a gente viu um pescador sair e começar a caminhar no meio da água. Eu disse: ‘olha ali, é Jesus’”, diz Magda Luiza Vasconcellos Anastacio, 53 anos, mãe de Jonathan, 17, brincando sobre a visão de um homem que andava sobre um banco de areia. Magda é casada com o aposentado João Rubilar Emedino da Silva, 42 anos, e também mãe de Julia, 14, e Vítor, 29. Quando a família chegou na Saraí, seu espaço era separado apenas por lonas. Hoje, já conseguiu melhorias. O banheiro, que antes era dividido com outras pessoas, agora fica para dentro das portas que dividem o casal e os três filhos dos outros moradores da comunidade. As crianças também têm quartos. Magda diz que apesar de a estrutura ser precária e improvisada, isso não os abala. “É simples, mas é com luta. Aqui as pessoas se unem pra buscar a solução.” A família vive da aposentadoria de João e espera ansiosamente pela perícia de Magda, que tem problemas com uma placa de metal no quadril. Quando chegou na ocupação ela conseguiu um emprego como cobradora de ônibus, mas, com as dores na

Lixo eletrônico ganha serventia A página “Preservação Ambiental” foi criada no Facebook por Magda para reutilização de materiais eletrônicos. João seleciona o que pode ser consertado e o restante manda para o

descarte, o destino certo. E ele mesmo fica responsável pelo conserto, já que tem formação em eletrônica. Cada um colabora com a comunidade ajudando como pode, e a família faz

parte do time da comunicação na divisão de tarefas do prédio. O computador que usam para entrar na internet é fruto das doações recebidas, e hoje serve para organizar as páginas na internet

ligadas ao movimento da Saraí. Aliando cuidados ao meio ambiente e reutilização de material que teria o aterro como destino, os moradores transformam lixo em luta.


ENFOQUE SARAÍ

PORTO ALEGRE / RS JUNHO DE 2015

EDIÇÃO

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COMUNIDADE

Cada um faz a sua parte

a rotina no prédio ocupado

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o interior do edifício próximo à Praça da Alfândega, no Centro da capital gaúcha, as paredes não são pintadas, mas sim cobertas de frases escritas por todos que moraram e ainda moram ali. No segundo andar, que seria a recepção, cartazes com informações sobre quantas famílias vivem, fotos de eventos e uma lista de tarefas estão colados nas divisórias. Apesar das pichações da parte externa do local, por dentro se revela uma estrutura em condições de ser habitada. O prédio, dono de uma vista privilegiada do Guaíba, serve de moradia para famílias do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), a Ocupação Saraí. A ocupação abriga cerca de 35 pessoas, que precisam viver em comunidade para fazer um bom lar. Os moradores têm um plano de organização onde todos ajudam de alguma forma. Seja na limpeza, na

cozinha ou na portaria. De acordo com Ezequiel Morais, um dos líderes do MNLM, são realizadas reuniões em que todos os habitantes da ocupação participam e já são definidos os responsáveis de cada tarefa. Algumas coisas precisam de reestruturação, como a cozinha, a luz e a água. Conforme Ezequiel, que atualmente mora no Assentamento 20 de Novembro, na Rua Barros Cassal, em dezembro de 2014 houve uma reintegração de posse do local, quando muitos moradores foram embora. “Por causa disso, tivemos uma desestruturação. Agora estamos nos reorganizando. Precisamos requalificar a água, a luz. Tem a cozinha comunitária também que precisamos arrumar”, explica Ezequiel. Até o ano passado, havia somente uma cozinha e todos faziam as refeições juntos. Agora, cada um tem a própria. “Antes, tínhamos uma cozinha toda estruturada. Porém, com a saída de alguns moradores, nós levamos os móveis para outro espaço. Agora, queremos refazer a cozinha comunitária”, afirma.

- LUANA SCHRANCK

GABRIELA SCHNEIDER

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dividem à Moradores tarefas para organizar

Ezequiel, do MNLM, explica que as decisões são tomadas em grupo

Regras a serem seguidas Mesmo com as dificuldades, a Ocupação Saraí tem a própria organização e regras. As divisórias que separam cada família são feitas de tapumes, madeiras ou cortinas. Na lista de tarefas colocadas na parede do segundo andar do imóvel, Cleusa Maria Medeiros aparece como uma das encarregadas de fazer a limpeza. Ela conta que a higiene do prédio é feita por um morador a cada dia. Tudo é realmente organizado. “Eu limpo a parte onde moro, aí já passo a vassoura e pano no chão do andar e nas escadas. No outro dia, outra pessoa encarregada da limpeza faz a mesma coisa”, explica Cleusa. Muitos ajudam

a preservar o lugar limpo, porém, “sempre tem alguém que não colabora e suja”, conta. Apesar das rotinas em horários diferentes dos moradores, todos precisam seguir e respeitar as regras. Um dos líderes do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Ezequiel Morais, conta que todos têm a chave da porta, mas quando anoitece, uma tranca é colocada. “Só uma pessoa tem a chave do cadeado. Então, se alguém chega tarde, precisa avisar o encarregado da portaria e respeitar as pessoas que estão dormindo.” Outra norma importante para os habitantes é em relação a novos moradores. Normalmente,

ENFOQUE SARAÍ O Enfoque é um jornal experimental dirigido às comunidades de Porto Alegre (RS) – nesta edição, a Ocupação Saraí. Com tiragem de mil exemplares, é distribuído gratuitamente. A produção jornalística é realizada por alunos do Curso de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre.

para morar no prédio é preciso receber uma indicação. O pretendente é entrevistado por todos da ocupação. “Fazemos questionamentos, sempre querendo saber o motivo para ter vindo bater na nossa porta. A pessoa é aprovada ou não por um consenso de todos. Caso alguém daqui seja contra a entrada do novo morador, vamos analisar o motivo e estudar uma alternativa”, ressalta Ezequiel. Um cuidado também é com as visitas. Se algum morador quiser trazer alguém para passar uma noite ou o dia na Ocupação Saraí é preciso comunicar antecipadamente para que todos estejam cientes de que uma pessoa de fora virá.

REDAÇÃO – Jornalismo Cidadão – Orientação: Felipe Boff. Edição: Tainá Rios. Reportagem: Douglas Demoliner, Johnny Oliveira, Luana Schranck e Tainá Rios. FOTOGRAFIA – Fotojornalismo – Orientação: Flávio Dutra. Fotos: Cássio Camargo, Gabriela Schneider, Guilherme Goes, Jéssica Vasques, Juan Gomez, Leonardo Holderbaum, Rodrigo Mattos, Tina Borba, Tuane Moreira, Ulisses Machado e William Szulczewski. ARTE – Agência Experimental de Comunicação (Agexcom) – Projeto gráfico, diagramação e finalização: Marcelo Garcia. Diagramação: Gabriele Menezes. IMPRESSÃO – Grupo RBS. Tiragem: 1.000 exemplares.

Área infantil precisa de ajuda O Espaço Ciranda fica no segundo andar. O local é destinado para crianças e adolescentes. Ali são feitas atividades, brincadeiras, leituras e aprendizado. Sara Gabriele, umas das responsáveis, afirma que mesmo com poucos recursos tentam fazer um ambiente onde os menores possam aprender e se divertir. Faltam mesas, cadeiras, brinquedos, cadernos de pintura, lápis de cor, jogos e livros. O lugar é ajeitado, mas necessita de diversos materiais. “Temos poucas coisas para entreter. A gente tenta fazer o que pode, só que se tivéssemos mais coisas poderiam nos ajudar a melhorar o ensino aqui”, salienta Laisa Lins, que também cuida do espaço. “As crianças querem escrever, pintar, jogar. E não temos aqui materiais para isso. Às vezes temos vontade de passar um filme, mas também não podemos”, conta Márcia Moraes. As três afirmam que pessoas que quiserem doar materiais escolares podem fazer isso diretamente no prédio. “Toda ajuda é sempre bem-vinda”, diz Sara.

FALE CONOSCO (51) 3591 1122, ramal 3727 enfoque-poa@gmail.com

LEGENDAS - REPÓRTER

FOTÓGRAFO

LEONARDO HOLDERBAUM

Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Av. Luiz Manoel Gonzaga, 744 – Bairro Três Figueiras – Porto Alegre/RS. Telefone: (51) 3591 1122. E-mail: unisinos@ unisinos.br. Reitor: Marcelo Fernandes de Aquino. Vice-reitor: José Ivo Follmann. Próreitor Acadêmico: Pedro Gilberto Gomes. Próreitor de Administração: João Zani. Diretor da Unidade de Graduação: Gustavo Borba. Gerente de Bacharelados: Vinicius Souza. Coordenadora do Curso de Jornalismo: Thaís Furtado.


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