Lupa 14

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Lupa Porto Alegre | Julho de 2020 | Edição 14

Contra o vírus da falta de informação Com jornalistas como porta-vozes da ciência no combate às fake news, pandemia de Covid-19 inspira debates sobre a profissão

Notícias para a história do presente l Jornalismo e ciência precisam se unir l Pressa em divulgar pesquisas prejudica informação l Diferenças regionais na cobertura da pandemia l Abraji discute checagem de fatos E ainda: Amazon amplia oferta de e-books gratuitos l Ação combate violência sexual infantil l STF derruba restrições de doação de sangue por homens gays

FREEPIK

Nesta edição:


2 | OPINIÃO / ESPECIAL

Notícias para a história do presente Mal tínhamos esgotado os conceitos básicos de acontecimento jornalístico e valores-notícia quando o isolamento social transferiu nossa produção para o modo home-office. A exemplo de jornais consolidados, uma dezena de repórteres iniciantes ensaiando seus primeiros passos na redação de notícias se viram desafiados a participar de reuniões de pauta por videoconferência, buscar informações via internet, fazer entrevistas por telefone, acompanhar lives. E foi nas lives de jornalismo que fechamos o eixo central da cobertura desta edição do jornal Lupa, publicação experimental da Unisinos Porto Alegre, integralmente produzida por alunos de Jornal e Notícia neste semestre. Ao mesmo tempo em que ainda se habituavam ao estilo noticioso de redação, esses jovens aprendizes de repórter produziram um documento histórico sobre um período singular na vida e na carreira de todos nós. Afinal, produzir a “história do presente”, como dizia Michel Foucault, é agora mais do que nunca um trabalho para jornalistas. Esta edição do jornal Lupa dedica-se ao registro de diálogos, debates e reflexões de profissionais e pesquisadores de jornalismo sobre o presente - e o futuro da profissão durante e após a pandemia. Traz também um mix de notícias que traduzem o contexto econômico, cultural e social da época em que foi produzido. São notícias de um presente que ficará para a história. Boa leitura! Taís Seibt

Professora da disciplina

LUPA (Leia Unisinos Porto Alegre) é uma publicação experimental produzida por alunos do curso de Jornalismo. REDAÇÃO – Textos: alunos da disciplina de Jornalismo Impresso e Notícia, sob orientação da professora Taís Seibt (tseibt@unisinos.br). ARTE – Projeto gráfico: alunos da disciplina de Planejamento Gráfico (turma 2019/2) Carolina Pinto e Jéssica Montanha, sob orientação do professor Everton Cardoso. Diagramação: Marcelo Garcia (Agência Experimental de Comunicação - Agexcom). Impressão: Gráfica Uma.

Jornalismo e ciência precisam se unir Para especialistas, combate à desinformação sobre a pandemia exige trabalho conjunto de cientistas e profissionais da imprensa

E

ducar para o conhecimento científico e midiático é fundamental para combater a desinformação, segundo painelistas convidados pelo Instituto Palavra Aberta para um webinar realizado em homenagem ao Dia Mundial da Imprensa, no dia 4 de maio. No encontro, a diretora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Noleto, e o biólogo e pesquisador científico Átila Iamarino destacaram a importância do trabalho conjunto entre cientistas e profissionais da imprensa para interromper a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus. Para os especialistas, é preciso despertar nas crianças o interesse pela ciência e ajudá-las na interpretação de notícias. “As informações científicas são as que mais rapidamente se espalham sem verificação, pois a população não entende o conteúdo”, destaca Marlova. Apesar de haver interesse do

público sobre descobertas científicas, existe um obstáculo no que diz respeito à entrega dessas informações, segundo Iamarino: “A imprensa precisa tornar a notícia acessível, e os cientistas devem divulgar mais o trabalho que é realizado. Essa ação conjunta é o primeiro passo para que ambos os setores possam retomar a credibilidade e combater a desinformação”. De acordo com o biólogo, o atual cenário também demonstra como a falta de uma educação midiática pode ser perigosa. Para ele, não basta ensinar a usar o meio de circulação da notícia, é preciso trabalhar a mensagem que ela transmite. “Compreender quem comunica, quando e onde, não nos blinda de notícias falsas, mas nos deixa mais capacitados para reconhecer as verdadeiras”, diz.

Imprensa é essencial É consenso entre os especialistas que participaram do painel a importância da imprensa durante a pandemia, visto que notícias falsas têm se disseminado facilmente, comprometendo até mesmo o avanço das pesquisas. Essa infodemia, expressão que vem sendo usada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar para o cenário de desinformação na pandemia, foi destacada

MEMYSELFANEYE / PIXABAY

Editorial

no encontro como um risco à vida de milhares de pessoas. “Se antes espalhar notícias falsas trazia consequências a longo prazo, hoje, com as mídias sociais, ela atrasa medidas que têm implicação direta em um número grande de vidas”, explica Iamarino. Isso porque a tomada de decisão tanto dos cidadãos quanto de gestores públicos pode ser comprometida por informações de baixa credibilidade. Desse modo, além de evidenciar a falta de investimentos na realização de pesquisas e na divulgação científica, o atual cenário do Brasil mostra como a imprensa é essencial durante a crise. “Informações claras e precisas, além de contribuir com a formulação de políticas públicas durante a pandemia, podem salvar muitas vidas”, afirma Marlova. Por Alana Schneider

O que é infodemia?

Conforme declarado pela OMS, o surto de Covid-19 e a resposta a ele têm sido acompanhados por uma enorme infodemia: um excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa. A palavra infodemia se refere a um grande aumento no volume de informações associadas a um assunto específico, que podem se multiplicar exponencialmente em pouco tempo devido a um evento específico, como a pandemia atual. Nessa situação, surgem rumores e desinformação, além da manipulação de informações com intenção duvidosa. Na era da informação, esse fenômeno é amplificado pelas redes sociais e se alastra mais rapidamente, como um vírus. Fonte: Entendendo a infodemia e a desinformação na luta contra a COVID-19 – Folheto informativo da Organização Pan-americana de Saúde (Opas)

Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS. Av. Dr. Nilo Peçanha, 1.600, Bairro Boa Vista - Porto Alegre/RS. Telefone: (51) 3591 1122. E-mail: unisinos@ unisinos.br. Reitor: Marcelo Fernandes de Aquino. Vice-reitor: Pedro Gilberto Gomes. Pró-Reitor Acadêmico e de Relações Internacionais: Alsones Balestrin. Pró-reitor de Administração: Luiz Felipe Jostmeier Vallandro. Diretor da Unidade de Graduação: Sérgio Eduardo Mariucci. Gerente dos Cursos de Graduação: Tiago Coelho. Coordenadora do Curso de Jornalismo: Débora Lapa Gadret (dgadret@unisinos.br).

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ESPECIAL | 3

Pressa em divulgar pesquisas prejudica informação ИРИНА ИРИНА / PIXABAY

Em transmissão ao vivo no dia 8 de maio, pesquisadores debateram a relação entre a ética jornalística e a desinformação sobre a pandemia

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divulgação apressada de resultados de pesquisas que ainda estão em desenvolvimento pode causar confusão na população. Este foi um dos alertas da pesquisadora Sylvia Moretzsohn na transmissão realizada pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), no dia 8 de maio. Moretzsohn, que é professora de Jornalismo aposentada e hoje atua como pesquisadora da Universidade do Minho, em Portugal, esteve no debate intitulado “Ética jornalística e desinformação em tempos de pandemia” junto com Rogério Christofoletti, professor de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Esse foi o segundo episódio da série “A pesqui-

em 2005, para a destruição do governo anterior, o que culminou com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016”, relembrou. Na avaliação da pesquisadora, todos esses fatos, somados à disseminação de notícias falsas por parte de fontes duvidosas, resultaram na eleição de Jair Bolsonaro.

Ética e responsabilidade

sa em Jornalismo em tempos de COVID-19”, promovida pela SBPJor.

Pandemia ou pandemônio? Antes de falar das dificuldades de uma cobertura jornalística em meio a todos os problemas decorrentes da pandemia, Sylvia destacou que era preciso falar

de algo que ela caracterizou como “pandemônio”. Segundo ela, estamos vivendo uma época de extrema calamidade em meio a um governo por ela descrito como um dos piores da história do Brasil. “Para chegarmos a tal situação, a grande imprensa foi fundamental, pois trabalhou ao longo de anos, desde a cobertura do escândalo do mensalão,

O professor Rogério Christofoletti destacou que a cobertura jornalística, no que se refere às preocupações éticas, deve respeitar a dor daqueles que mais estão sofrendo com a pandemia. Ele ressaltou que esta é uma cobertura que vai do ineditismo do fenômeno ao despreparo de profissionais para abordá-lo com responsabilidade: “As condições de produção desafiam ainda mais os jornalistas, pois existem dificuldades de deslocamento, a possibilidade de contágio e confusões na divulgação de informações por parte dos órgãos governamentais”. Por Carlos Molina

Diferenças regionais na cobertura da pandemia

Abraji discute checagem de fatos

Cinco jornalistas de diferentes regiões do Brasil compartilharam suas experiências na cobertura da pandemia do novo coronavírus durante a live “O Coronavírus e as Mudanças na Prática Jornalística”, realizada em 1º de junho pelas iniciativas Farol Jornalismo, Matinal Jornalismo e Afonte Jornalismo de Dados. Melissa Cannabrava, do Rio de Janeiro, falou sobre a dificuldade de levar informação e conscientização para comunidades das favelas. “Habituados com tiroteios, como explicar que agora o perigo é invisível?”, questionou, como forma de ilustrar o contexto em que o aplicativo Voz das Comunidades atua na difusão de informações para as comunidades. Em São Paulo, Gabriela Sá Pessoa, que começou em uma nova redação em abril, no portal UOL, além das dificuldades enfrentadas por todos, ainda precisa se adaptar ao novo ambiente de trabalho e aos novos colegas, que só conhece virtualmente, já que estão todos em home-office. Na fala de Thays Lavor, de Fortaleza (CE), o destaque foi a evolução da disponibilização de dados da Covid-19 em seu

Live promovida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) no dia 26 de maio teve como pauta a atuação dos checadores de notícias durante a pandemia. A convidada foi a jornalista Tai Nalon, diretora executiva e cofundadora do Aos Fatos, site de checagem que atualmente tem como pauta prioritária a cobertura da desinformação sobre Covid-19. “A partir do momento que a desinformação pode causar algum tipo de dano às pessoas, e isso aconteceu muito, isso começa a ficar mais preocupante. Por exemplo, todo mundo sabe hoje que não é suficiente tomar vitamina C ou fazer gargarejo para se precaver, a medida mais efetiva hoje que a gente sabe com comprovação científica é o isolamento social”, disse a jornalista. Para Tai Nalon, outro grande problema é a politização da Covid-19, a partir do momento em que a cura e o tratamento da doença se tornaram parte da agenda política. Segundo Tai, isso começou a ocorrer a partir do momento em que políticos passaram a defender que o isolamento social não era efetivo, e que a cloroquina

Estado, incluindo a proporção de testes realizados e ocupação de leitos.

Desafios e oportunidades Elaíze Farias, da agência Amazônia Real, que tem sede em Manaus (AM), mencionou a dificuldade de comunicação com as pessoas na região: “Temos áreas remotas, onde a falta de conexão é um desafio para que se possa buscar informações”. Para Hyury Potter, que vive em Santa Catarina, a pandemia trouxe novas perspectivas de trabalho. Como freelancer, o cenário atual favoreceu a produção de pautas. “A pandemia tornou todos os temas mundiais, porque todos estão compartilhando realidades similares”, pontuou. Apesar das particularidades de cada uma das regiões trazidas pelos painelistas, todos destacaram que o trabalho de informação e comunicação é importante e que os maiores desafios dependem do público e das relações humanas, já que é mais difícil estabelecer relações de confiança com as fontes por meios digitais. Por Josianne Moser

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deveria ser administrada como ferramenta segura contra a doença.

Agenda política Nessa relação entre política e Covid-19, a desinformação ganha força quando políticos usam a influência de seus cargos para engajar seus apoiadores. Sendo assim, por mais que se diga depois que aquela informação é falsa, campanhas de desinformação já ganharam tração. Esse é o caso do uso da hidroxocloroquina, substância que o presidente Jair Bolsonaro defendia, mesmo sem comprovação científica de sua eficácia. A jornalista pontuou que ninguém está a salvo de cair em desinformação, mas para se prevenir sugere que não se compartilhe notícia sem ter certeza da veracidade ou sem saber a origem dela. Para jornalistas, Tai disse que é importante ter consciência de que a ciência é uma área muito complexa e que está em constante atualização, principalmente diante da crise sanitária atual. Por Maria Stolting


4 | CULTURA / GERAL

Amazon amplia oferta de e-books gratuitos durante a pandemia CAPUCINE / PIXABAY

A iniciativa tem como objetivo divulgar o trabalho de escritores e diminuir o tédio no período de isolamento social

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ara os fãs de leitura, uma boa notícia para combater o tédio durante a quarentena: a Amazon está disponibilizando mais títulos digitais para download gratuito. A empresa já possuía uma boa variedade de livros grátis, mas ampliou a oferta no período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus. Dentre as obras disponíveis para download, estão clássicos da literatura brasileira, como: Macunaíma (Mário de Andrade), Dom Casmurro (Machado de Assis), O Cortiço( Aluísio de Azevedo), Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), Os Sertões (Euclides da Cunha) e muitos outros. A novidade agradou públicos de todas as idades, como a leitora Edite Silva, professora de português aposentada

Por Elen Nunes

Saiba como baixar os livros gratuitos na Amazon l Acesse amazon.com.br. l Deixe o mouse sobre o menu “Lojas”. l Selecione “Dispositivos Kindle

de 63 anos, que é apaixonada por literatura e encontrou na plataforma uma alternativa para manter o hábito da leitura enquanto os espaços culturais não estão funcionando. “Antes da pandemia, eu frequentava bibliotecas e livrarias, senti falta

Ação combate violência sexual contra crianças Com as medidas de isolamento social, crianças e adolescentes podem estar mais suscetíveis a situações de violência no âmbito familiar. Pensando nisso, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), alinhada aos comitês nacional e estadual de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, lançou a campanha “Faça bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes” no dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A SES alerta que, no Rio Grande do Sul, em 2019, foram notificados 2.469 casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes pelos serviços da rede de saúde. Os números demonstram que 83% das crianças e adolescentes em situação de violência são do sexo feminino e a maior taxa de notificação compreende a faixa etária de 10 e 14 anos de idade. Em 92% dos casos, os suspeitos são familiares e conhecidos, e 77% das situações ocorreram no local de residência. Neste ano, as ações da campanha tiveram de ser repensadas, já que diversos eventos foram cancelados devido à pandemia. Ao longo do mês de maio, vídeos e postagens sobre o tema foram divulgados no Facebook do CREAS. Para denunciar abusos, a campanha indica o Conselho Tutelar da sua cidade, Polícia Militar, ou os telefones disque 100 e disque 190. Por Julia Schutz

ótima, visto que as pessoas estão solitárias e o livro pode ser um bom amigo”, comenta. “A categoria de e-books de graça funciona também como uma forma de promover o autor e a obra. Todos ganham!”, comemora a escritora.

desse contato com livros”, diz. A notícia também agradou muitos escritores, como foi o caso de Babi Dewet, que teve seu livro “Allegro em Hip-Hop” disponibilizado na plataforma da Amazon. “Esse tipo de iniciativa é

e e-books” > “Todos os e-books”. l Clique em “e-books gratuitos” (a partir disso, todos os e-books disponíveis no momento aparecerão com as respectivas categorias). l Navegue pela loja e encontre o livro que te interessa. Dica: na coluna da esquerda, é possível definir filtros para refinar a busca. l Depois que escolher um título, clique em “Comprar agora”. l Certifique-se de que o Kindle está selecionado, assim o download iniciará.

STF derruba restrições de doação de sangue por homens gays O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 8 de maio, por sete votos a quatro, derrubar restrições à doação de sangue por homens gays. A ação foi proposta pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o julgamento, iniciado em 2017, foi retomado pelo plenário virtual da Corte, três anos depois. A maioria dos ministros entendeu que normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que limitam a doação de sangue por homens gays, são inconstitucionais. Atualmente, bancos de sangue rejeitam a doação de homossexuais que tenham feito sexo com outros homens nos 12 meses anteriores à coleta. A regra vale mesmo para casais gays monogâmicos ou para quem tiver exames recentes sem infecção identificada. Além disso, os ministros ressaltaram a importância do ato neste momento de crise. Em 30 de abril de 2020, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que o STF rejeitasse a ação – ou seja, nem chegasse a analisar o tema. A

Defensoria Pública da União (DPU), em contrapartida, enviou um posicionamento pedindo agilidade no julgamento diante da pandemia de coronavírus, que reduziu o ritmo de doações e resultou na queda dos estoques de sangue no país. Votaram contra a restrição Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Já Celso de Mello, Ricardo

Onde doar sangue Em Porto Alegre, existem três locais indicados no site da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul para fazer doações, lembrando que muitos podem estar com atendimento limitado devido à pandemia: l Hemocentro Av. Bento Gonçalves, 3722). Fone: (51) 3336-6755 l Hospital de Clínicas Rua São Manoel, 543. Fone: (51) 3359-8504 l Hospital Nossa S. da Conceição Av. Francisco Trein, 596 Fone: (51) 3357-2139

LUPA | UNISINOS PORTO ALEGRE | Julho de 2020

Lewandowski e Marco Aurélio Mello votaram a favor da continuidade das regras e Alexandre de Moraes, votou com ressalvas.

Uma vitória para a comunidade LGBT O estudante de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Lukas Almeida, 23 anos, relata sua experiência ao doar sangue. “Já doei quatro vezes. Em todas as entrevistas eu ia nervoso e preparado para se o médico perguntasse sobre minha sexualidade, eu iria mentir porque na época eu não era assumido e sofria com o medo do preconceito”, conta. Agora, Lukas não vai ter que omitir sua sexualidade. Para o jovem, a decisão é uma conquista para a comunidade LGBT: “Com a liberação todos iremos ganhar. Serão vidas salvas, sem essa segregação, nos tratando como o que somos, humanos”. Por Carolina Santos


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