opinguim jornal
GRÊMIO ESTUDANTIL ANCHIETA
G E A
#1 / maio / 2015
Diferentes olhares ALUNAS QUE MORARAM EM OUTROS PAÍSES CONTAM COMO ERAM SUAS ESCOLAS
Julia relata que a diferença entre o currículo britânico e o do Anchieta é que na Inglaterra pode-se escolher as matérias que se quer cursar aos 13 anos. Só que isso acaba excluindo disciplinas que ela julga importantes, como Geografia. “Se perguntar para alguém da Inglaterra qual a capital do Brasil, a pessoa vai dizer que é o Rio de Janeiro”, diz. Além disso, lá não havia aulas de Sociologia e Filosofia. Em seu colégio na Inglaterra, os alunos é que se deslocavam para a sala da próxima aula. “Aqui não, porque a escola é muito grande!”, acredita. Um aspecto que ela julga positivo é que a aula no Brasil acaba antes. Dessa forma, fica com mais tempo livre em casa. Em compensação, acha que os professores esperam que esse tempo seja utilizado para estudar, o que torna o colégio mais difícil.
E TEM MAIS NESTA EDIÇÃO
JULIA ROSA
INGLATERRA E EMIRADOS ÁRABES
ÂNGE
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SA
NOME: Julia Rosa PAÍS: morou na Inglaterra por 5 anos e morou nos Emirados Árabes por 3 anos SÉRIE: 1ª série do Ensino Médio
“Na Inglaterra é frio, tem a rainha, mas não é muito diferente daqui”, diz. Já Dubai, em sua opinião, é muito diferente. “Era muito restrito, não tinha liberdade de expressão. Era o governo e era isso!” Julia conta que em Dubai estudava em uma escola internacional, mas que não havia outros brasileiros. “Em novembro do ano passado, teve a semana internacional. A gente tinha que se vestir como se estivéssemos no nosso país. Então, eu e minha irmã éramos as únicas que estávamos vestidas como brasileiras, ninguém mais. Era uma vida solitária.” Em Dubai, também havia muitos tipos de detenção no colégio. “Eu peguei detenção. Havia detenção de intervalo, de almoço, de depois da aula e de sábado. Se você faltasse, ganhava uma detenção de sábado, se faltasse nela, era suspenso”, explica. No Anchieta, sua matéria favorita é Sociologia “É muito legal e foi meu primeiro A!”, diz.
SOPHIA TRILAT
CHILE
NOME: Sophia Trilat PAÍS: nasceu no Chile SÉRIE: 8º ano do Ensino Fundamental O que mais diferencia as escolas do Chile para as do Brasil, na opinião de Sophia, é o horário das aulas. No seu antigo colégio, a aula começava às 8h12min e terminava às 16h. Ela também estranha o fato de haver muitas pessoas no Anchieta, já que no colégio do Chile havia aproximadamente 60 alunos por ano. Sophia acha as pessoas do Brasil tranquilas e companhei-
NINA REC K
S
ophia Trilat nasceu no Chile. Sohyun Shin, na Coreia do Sul. Julia Rosa morou na Inglaterra por cinco anos e nos Emirados Árabes, por três. Hoje, são anchietanas. Pedimos a elas que comparassem as escolas do Exterior com o Colégio Anchieta. Concluímos que, aparentemente, Geografia não é uma matéria muito estudada fora do Brasil.
NIN AR EC K
Texto ÂNGELA LOSS DOSSA e ISABELA WELTER. Fotos ÂNGELA LOSS DOSSA e NINA RECK
AS HISTÓRIAS DOS MESTRES EM SALA DE AULA
SOHYUN SHIN
COREIA DO SUL
O PRIMEIRO CAPÍTULO DE O DIABO ROSA
ras, diferentemente do Chile, onde tudo é muito competitivo e agitado. “O Anchieta é legal, com boas pessoas”, diz. Ela está enfrentando certa dificuldade na matéria de Português, e suas favoritas são História e Geografia. “Lá não tínhamos Geografia”, completa. NOME: Sohyun Shin PAÍS: nasceu na Coreia do Sul SÉRIE: 1ª série do Ensino Médio Sohyun comenta que a escola em que estudava era bem diferente do Anchieta e que gosta muito do atual colégio. Uma das maiores diferenças é a disciplina de Filosofia. Em Seul, não havia essa matéria. Sua disciplina favorita é Biologia. Além disso, lá não era preciso usar uniforme, e ela prefere usar. Um ponto positivo é que, no Brasil, as aulas acabam mais cedo, mas nisso há também um aspecto não muito bom: ter que acordar muito cedo. “É difícil!”, diz. Outra coisa que a estudante estranhou foi a forma de tratar os professores. Aqui, são chamados de “professor” ou “sor”. Na Coreia, os professores deveriam ser chamados por Miss ou Sir, ou seja, era um tratamento bem mais formal. Sohyun também fala que, na Coreia, tudo é feito muito rápido. Quando se tem uma tarefa, esta deve ser feita o mais rápido possível. “No Brasil, as coisas são mais lentas” diz.
AS DICAS DE ALUNOS E PROFESSORES
. P ro c u ra m a té ri a s re b o s r e v m o s e s c re ssantes ulho que a re te É com org in s a to n su u z ass jornal tra o d e acrediu e q ip s, u , o q e de 2015 divertid o e ã iç . d e a o sucesso des. primeir s e novida os que farã ta também ça m n ta a d u m a co n com ora ch O jornal Nina rnal – ag traz – feitas por O novo jo ” s a h im n u g ri ti in aP m a co “O g e avia nh icas mado d – que já h ncurso de como as D k s, c e e R çõ se s m nova en, co do um co e o Folhete hisfeito pelo da Galera a d desenho lo u ít p sso a c o ir abriela Ba m o prime GEA – e G Rosa”. Alé o tu s b e ia D a m “O tória Méa, u screa e ll s e o D m ra v criati a e disso, procu interesnte muito a d s a ri ver maté dedicada. ontempoma susantes e c tivem Tem algu ca e nde para râneas, qu estão? Ma g a s. o n ta vie par os anchie nós! En os @ m a ta in g ie a r p a m Re noronha layout, . não só o m o .c il gma ém as mas tamb
CANTINHO DO GEA A gestão de 2015 assumiu oficialmente o Grêmio Estudantil no começo do ano, conti-
nuando com as propostas dos antigos integrantes pertencentes ao GEA de 2014. Todavia, pretendemos fazer novos eventos criativos e interessantes para os anchietanos de todos os anos poderem usufruir. Estamos nos esforçando para fazer um FICA inesquecível, dentre outros eventos memoráveis.
UNISINOS, DIGA AÍ!
Você e sua família já devem saber que a Unisinos está construindo o Novo Campus Porto Alegre. Um prédio acadêmico de oito andares receberá vários cursos bem na frente do Colégio Anchieta. Haverá uma biblioteca com 1.200m2 e um teatro com capacidade para até 600 pessoas. Além disso, o local vai abrigar serviços como restaurantes, livrarias e bancos. Tudo isso vai estar acessível aos alunos do colégio por meio de uma passarela sobre a Av. Nilo Peçanha. A expectativa é que esse complexo fique pronto em 2017. O que talvez você ainda não saiba é que já existem 14 cursos de gradua-
ção em funcionamento no campus de Porto Alegre, que ocupam o prédio da Av. Luiz Manoel Gonzaga e as próprias salas do Colégio Anchieta à noite. Um desses cursos é o Jornalismo, que está auxiliando os alunos do grêmio estudantil a produzir este jornal. No segundo semestre deste ano, o curso de Gastronomia será mais um a funcionar em Porto Alegre, completando 15 cursos de graduação na Unisinos da Capital. Se você quiser conhecer os cursos que já funcionam bem pertinho do colégio e saber um pouco mais sobre o mercado de trabalho, venha visitar nosso campus e marque uma conversa com o coordenador do curso que lhe interessa. Seja curioso e já comece a traçar o seu futuro.
THAÍS FURTADO Coordenadora do Curso de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre
EXPEDIENTE O jornal O Pinguim é uma publicação dirigida aos alunos do Colégio Anchieta, de Porto Alegre (RS). A produção é do Grêmio Estudantil Anchieta (GEA), com apoio do Curso de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre e do Unisinos Conecta. REDAÇÃO E FOTOGRAFIA – Ângela Loss Dossa, Gabriela Basso, Isabela Welter, Marieta Noronha e Nina Reck. APOIO – Curso de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre e Unisinos Conecta. Orientação pedagógica: jornalista Thaís Furtado (Coordenadora do Curso). Projeto gráfico, diagramação e finalização: Marcelo Garcia (diagramador da Agexcom Unisinos). IMPRESSÃO – Grupo RBS. Tiragem: 1.000 exemplares.
Vocação p
NOVOS OU ANTIGOS, OS PROFESSORE
Texto ÂNGELA LOSS DOSS
N
o aniversário de 125 anos do Colégio Anchieta, professores que estão há muito tempo e outros que recém chegaram na escola contam suas experiências na sala de aula.
ÂNGEL
A LO S S
NOME: Lucília Gomes MATÉRIA: Matemática SÉRIE: 6º e 9º ano do Ensino Fundamental IDADE: 30 anos NO COLÉGIO HÁ: 3 meses
DOSSA
E A R RO N ANCHIETA F I O R E AM- 45 ANOS DE Q U ÍM IC
POR QUE ESCOLHEU ESSA PROFISSÃO: “Desde que estava no segundo ano do Ensino Médio demonstrava muito interesse pela área das exatas, especialmente Matemática. Decidi fazer Engenharia. No entanto, meus tios, ambos professores, me disseram: ‘Você optou pela Engenharia, porque gosta da área das exatas, então seja professora, por que não?’. Desde então, passei a considerar a possibilidade, pesquisando mais sobre a profissão e me espelhando nos meus professores.
LUCÍLIA GOMES
O QUE APRENDEU COM OS ALUNOS: “Principalmente a receber os outros bem!” NOME: Henrique Dorneles MATÉRIA: Geografia SÉRIE:1ªe2ªsériedoEnsinoMédio IDADE: 27 anos NO COLÉGIO HÁ: um ano, mas já substituiu uma professora por um mês anteriormente.
MARI
MATEMÁTICA - 3 MESES DE ANCHIETA
POR QUE ESCOLHEU O ANCHIETA: “O Anchieta tem um estilo muito parecido com o meu. Até pela questão da religião e toda a proposta do colégio. É algo que eu acredito”. EXPERIÊNCIA MAIS LEGAL: “A recepção positiva dos professores e o seu companheirismo, além da educação dos alunos.”
HEN
GEO
ARQUIVO PESSOAL
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à RECADO DA REDAÇ
EXPERIÊNCIA MAIS ESTRANHA: “Um aluno se excluir. Ele estava mexendo no celular, eu pedi para ele parar. Aí ele falou que era muito importante, mais importante do que a aula. Não sei o que era. Aí ele disse: ‘Deixa que eu me excluo’, e saiu”. COISA MAIS IRRITANTE: “Turmas que não sabem os limites das próprias brincadeiras. Brincar é legal, dá para entender, mas quando acaba passando do limite, daí não dá nem pra dar uma aula séria, nem pra levar a aula brincando. Acabo tendo que ir ao extremo da aula e deixar ela muito chata. Tem algumas turmas que sabem brincar, daí é beleza, mas tem aquelas que ultra-
ANTONIE CURRIE / Gabriela Basso
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passam o limite e se torna ch todo mundo”.
POR QUE ESCOLHEU ESS FISSÃO: “Se tu souberes a ta disso, podes me dizer! gostei muito de estudar, e o transformou-se em ensino interesse em ensinar, fom conhecimento, sempre tent forma que o aluno adquira c mento. Tenho, principalment pelo conhecimento”.
POR QUE ESCOLHEU O ANC “Tinha saído de um emprego tem e vi que o colégio tinha vaga porque era o Anchieta”.
para ensinar
ES SEMPRE TÊM BOAS HISTÓRIAS PARA CONTAR
partir do percebimento – eu adoro inventar palavras novas – dos alunos em querer se aperfeiçoar, tive uma renovação do meu aperfeiçoamento. Também aprendi a levar de maneira mais leve a vida”. NOME: Fiore Marrone MATÉRIA: Química SÉRIE: 1ª e 2ª série do Ensino Médio IDADE: 69 anos NO COLÉGIO HÁ: Deu aula durante 33 anos, porém está há 45 anos (ex-anchietano) dando aula de laboratório de química para o 1ª ano, e no 2ª como professor de química.
NRIQUE DORNELES
GRAFIA - 1 ANO DE ANCHIETA
N IN A R
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32 A N O
hato para
SA PROa resposSempre o estudo o. Tinha mentar o tando de conhecite paixão
CHIETA: emporário a. Escolhi
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C H IE TA
EXPERIÊNCIA MAIS LEGAL: “Os alunos, no geral, querem aprender e vão atrás das coisas, o que é uma característica muito legal. Eles demonstram interesse em pegar o conteúdo das aulas pelo simples fato de aprender. Por experiência, as atividades diferenciadas que podem ser proporcionadas são um aspecto muito positivo. O interessante é poder fazer um trabalho diferente, como as maquetes do ano passado, que geraram um resultado muito bom”. O QUE APRENDEU COM OS ALUNOS: “Aprendi a renovar a esperança pelo caráter dos alunos de quererem aprender. Já fiquei desmotivado, mas, ao ver tamanho interesse, minha esperança se renovou.A
EXPERIÊNCIA MAIS ESTRANHA: “Em uma época, havia uma professora de laboratório muito brincalhona. No primeiro dia de aula, dizíamos que os alunos não podiam cheirar as substâncias. Então passávamos para eles um vidro com hidróxido de amônio. Aqueles que eram mais curiosos obviamente cheiravam e se espantavam com o cheiro. Em outra ocasião, entrei em uma sala de aula, vi todos os alunos de costas para mim, virados para o fundo. Então, peguei a caixa de giz e fui para o fundo da aula e, simulando a escrita na parede, comecei a explicar a matéria. Depois de um minuto, todos sem jeito, desviraram as classes. Eles não esperavam que eu fosse entrar na brincadeira! Fora acontecimentos como calças pegando fogo, ou outras roupas queimadas”. POR QUE ESCOLHEU ESSA PROFISSÃO: “Eu ia fazer Medicina na faculdade. Porém, não encontrei a sala da Medicina e decidi fazer química”. POR QUE ESCOLHEU O ANCHIETA: “Trabalhei em 16 colégios, porém o único em que me senti em casa foi o Anchieta, devido aos meus oito anos como aluno anteriormente”. O QUE APRENDEU COM OS ALUNOS: “A máquina! Eles me ensinaram a usar o computador”.
NOME DA TIRINHA 2 / Nina Reck
TEEN
O diabo rosa
SA e ISABELA WELTER. Fotos ISABELA WELTER
ISABELA WELTER
FOLHE
NOME: Maria Isabel Xavier MATÉRIA: Português SÉRIE: 2ª e 3ª (Ensino Fundamental ou Médio?) IDADE: 51 anos NO COLÉGIO HÁ: 32 anos, começando como monitora de português e logo em seguida como professora do 2ª e depois do 3ª ano. EXPERIÊNCIAS: “Quando se fica trinta anos no mesmo local de trabalho, acontecem coisas engraçadas, coisas tristes... mas, em geral, que tenha sido marcante, lembro de quando caíram as torres gêmeas. Foi uma comoção geral, todo mundo saiu correndo, foi para o corredor, para ver o que é que tinha acontecido. Claro, também já teve gente que passou mal, desmaiou -isso acontece seguido -, já teve coisas engraçadas, algumas maluquices que os alunos fizeram.” POR QUE ESCOLHEU ESSA PROFISSÃO: “Desde pequena, eu gostava de ensinar. Tinha em minha casa um daqueles quadros negros e ficava obrigando minhas amigas e meus irmãos a terem aula comigo. Entrei na faculdade de Economia e, na metade do curso, larguei e entrei para o curso de Letras. O mais importante quando se escolhe a profissão de professor é que tu trabalhe ensinando, nem necessariamente a matéria em si, e mais a questão de lidar com as pessoas.” POR QUE ESCOLHEU O ANCHIETA:“Eu estudava no Anchieta. Na época, quando entrei na faculdade de Letras, no colégio havia um projeto chamado ‘Leitores Leigos’, que era formado pelo pessoal que corrigia as redações. E aí eu passei a fazer parte, como monitora. Um professor saiu do colégio, e aí acabei ficando no lugar dele, por acaso”. O QUE APRENDEU COM OS ALUNOS: “Eu aprendo o tempo todo. Aprendo a me comunicar, a ouvir. Com a carga de informações que as pessoas têm hoje, todos ensinam um pouco.”
A
CAPÍTULO 1
brisa fria que batia suavemente em meu rosto trazia uma sensação familiar. Em outro momento, talvez já tivesse vindo aqui. Pequenos fragmentos de memórias borradas cruzavam minha mente, sons perdidos no vazio, rostos irreconhecíveis. Tudo parecia tão familiar, tão ordinário, no entanto, tão desconhecido. Nada do que me lembrava remetia a algo concreto. Apenas rascunhos de memórias, sem formas completamente desenhadas. Abri os olhos. A cidade continuava até o horizonte. As primeiras pinceladas da aurora coloriam o céu acinzentado. Aqui e ali um pássaro piava preguiçosamente. Nada parecia ter fugido de sua posição habitual, tudo no seu devido lugar. Ao longe, diversas árvores se erguiam, formando uma enorme silhueta escura. Perdida na paisagem à minha frente, me desequilibrei. Minhas pernas bambas estavam em um ângulo bizarro, como se estivesse no meio de uma corrida frenética quando parei nesse lugar. Como se fosse continuar a andar para frente. Com um suspiro aliviado, voltei à minha posição original. Não fosse o abismo na minha frente, o cenário não seria tão assustador. Ao longe, o grito animado de uma criança ecoou, seguido por outros. Quem estaria acordado nesse horário? Matheus. Quem era Matheus? Preciso buscar Matheus às 13h. Matheus. Mais uma risada feliz ecoou. Experimentei pronunciar o nome, em um breve sussurro inaudível. Se ao menos eu soubesse onde deveria buscar Matheus... Se ao menos soubesse quem eu era. Fechei os olhos, tentando me concentrar. Não me lembrava de nada. Tentei lembrar da última coisa que fiz, como sempre dizia para fazerem no trabalho. Isso, o último lugar em que estive foi no trabalho, na delegacia. Talvez se... De súbito, uma onda de memórias quebrou minha concentração. Clara. 27. Rosa. Batom rosa. Matheus. Meu filho, Matheus. Hugo. Polícia. Favela. Número. Não perca o número, ou tudo estará acabado. Dei um passo para trás, deixando de estar tão perigosamente próxima da beirada do abismo. Respirei fundo. Clara. Esse é o meu nome. Clara. Como pude esquecer? Minha idade é 27 e meu filho, Matheus, o pequeno Matheus... Queria poder lhe dar uma infância melhor, uma vida melhor... Ser policial, morando na favela, não proporcionou condições ideais para criar uma criança, mas eu não podia deixar Matheus. Não agora. Não depois de Hugo. No entanto, creio que Hugo não tenha as respostas para minhas perguntas. Não faz sentido. Suspirei, fechando os olhos e deixando o ar quente do verão que se aproximava invadir meus pulmões. Refazer meus passos. Isso é o que eu deveria fazer. Cuidadosamente, porém com rapidez, fiz o trajeto até a segurança do solo, ocasionalmente resvalando, mas mantendo meu passo firme. Meu coração martelava meu peito. Por que eu havia perdido a memória? O que eu ainda não sabia sobre mim mesma? Que número eu não podia esquecer?
Episódio criado por
ISABELA WELTER
Esta história está dividida em quatro partes. Não perca a continuação, que será publicada na próxima edição dO PINGUIM.
DIVULGAÇÃO
FALA, SOR! ARQUIVO PESSOAL
Machu Picchu
ANCHIETANOS POR AÍ Marieta Noronha
C
omo gosto muito de viajar, uma de minhas experiências mais marcantes não poderia deixar de ser uma viagem. Tempos atrás, fui com três amigos em uma viagem por alguns países da América Latina (Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Chile). Pegamos carona, atravessamos desertos, penhascos, florestas tropicais e fizemos a indescritível trilha inca que leva à cidade de Machu Picchu. As paisagens, as ruínas, as pessoas que encontramos pelo caminho ficarão sempre na memória tanto pelo “exótico” da experiência quanto pela importância de ter sido essa a nossa primeira grande viagem.
O Físico E por falar em aventura e viagens, deixo aqui também uma dica de livro: O físico, de Noah Gordon. Conta a história de um jovem que atravessa a Europa, desde a Inglaterra até a Pérsia, no Oriente Médio, durante a Idade Média, para estudar Medicina. Difícil parar de ler!
Ideias em movimento Em 2012, apresentado no TedX Unisinos, o I.D.E.I.A. em Movimento se mostrou um projeto interessantíssimo. Criado pelas alunas Giulia Borba, Joana Masutti, Maria Eduarda Cini e Natália Pritsch, da turma 201, o projeto de ação voluntária tem como objetivo a integração entre alunos de diferentes realidades para troca de conhecimento
de aluno para aluno. Para isso, as gurias se reúnem, uma vez por semana, com alunos de 8 a 10 anos da Escola Municipal Maria Thereza da Silveira, com quem já produziram um livro e um jogo. Cheias de criatividade, iniciativa e capacidade de mobilização, as quatro anchietanas curtem muito o que fazem e têm muitas ideias para o futuro do projeto.
DICAS DA GALERA / Ne
sta edição: livros
l Feita de Fu maça e O sso l Se quiser um (Liani Taylor ) foi uma da livro sobre vias gens no tem trilogias mais po,leia Amanhã interessantes você vai entender (R e contagiosas ebecca Stead). que eu já li! Júlia da Rosa Giulia Pinzet ta l Uma histór ia de tirar o fôlego? Hum... eu diria Graceling (Kristin Cashore). Amo o jeito que fo i escrito.
Jean-Jaques
Scherer - 203
l Avalon High e A Mediadora ! Na verdade, to dos os livros de Meg Cabot!
Carolina Klip
pert - 203
Dicas do professor de História
RAMIRO BICCA
- 203
- 202
l A Seleção (K iera Cass) foi um li vr o qu e m e pr en de u e em uma se ntada já tinh a terminado de ler.
Juliana Marte
llet - 201
l A trilogia O s Grisha (Leigh Bardugo) é a melhor do mundo. Me ap aixonei pelo livro e pela es critora.
Nina Reckzieg
el - 204