Protocolo de Tratamento do Pé Diabético

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Protocolo de tratamento do pé diabético Hospital dos Capuchos - Centro Hospitalar de Lisboa Central Coordenação: Dr. José Neves Classificação PEDIS1

Graus de infecção (IDSA)

Sinais Clínicos

Grau1

Não infectada

Ausência de sinais ou sintomas de infecção

Penso adequado

Grau 2

Ligeira Atinge: Pele Tecido subcutâneo

Penso adequado Ex. bacteriológico

Grau3

Moderada Atinge: Fascia Músculos Tendões Articulação/osso

Exudado purulento Ou 2 sinais inflamatórios: Eritema ≤ 2 cms Calor Edema Dor Anterior mais Eritema > 2 cms Linfangite Dor à pressão local PCR elevada

Grau 4

Grave Qualquer infecção do pé

Sinais de toxicidade sistémica e hiperglicemia de dificil controlo

Imagem exemplificativa

Tratamento local

Tratamento Antibiótico

Local de tratamento Ambulatório

Antibiótico Oral monoterapia para gram + Amoxiclav. 1g 12/12 h Ou Quinolona 750mg 12/12 h

Ambulatório

Antibioterapia I.V. para Drenagem/ Gram - / MRSA: desbridamento Ertapenen 1gr/dia + Ex. Bacteriológico Penso: - Pressão Local *Vancomicina/Linezolide Negativa Desbridamento * Função renal seriado dependente

Internamento

Mesmo que anterior

Internamento

Antibioterapia I.V. tripla: Ertapenen 1gr/dia Vancomicina/Linezolide Metronidazol 500mg 8/8h

A infecção grave dos tecidos profundos do pé começa muitas vezes numa “feridinha” que às vezes mal se vê, que o doente não sente e que os profissionais da saúde também não valorizam. A infecção da úlcera do pé diabético é responsável pela maioria das amputações major no diabético. O reconhecimento do diagnóstico de infecção está ao alcance de qualquer médico porque a base deste é clínica e baseia-se nos clássicos sinais cardinais de Celsus: rubor, calor, edema e dor bem como perda de exudado purulento pela ferida. O exame bacteriológico apenas é útil quando é positivo e é particularmente útil para programar o plano de tratamento antibiótico. Na avaliação de uma ferida que clínicamente está infectada é importante que o médico estratifique o grau de severidade da infecção. A classificação mais consensual é a proposta pela Sociedade Americana de Doenças Infecciosas que classifica a infecção em: Ligeira, moderada e grave com base nos parâmetros clínicos apresentados pelos doente. É com base nesta estratificação que devemos delinear o plano de tratamento para cada doente. É importante lembrar que, se uma infecção moderada pode comprometer a vida de um membro, uma infecção severa pode comprometer a vida do doente. Perante um doente que recorre ao Serviço de Urgência com uma infecção moderada ou severa devemos ter presente que uma drenagem adequada - incisão extensa da pele, tecido celular e aponevrose superficial – é tão importante como o internamento e a prescrição do antibiótico, porque a instalação de um sindrome compartimental é eminente e pode acarretar grande destruíção do pé que obrigue a amputação. Na avaliação destes doentes não devemos esquecer o exame vascular e também de forma simples, palpando os pulsos: femorais, popliteos, tibiais posteriores e pediosos. A ausência de pulsos periféricos palpáveis é indicativo de arteriopatia severa e agrava o prognóstico pelo que estes doentes devem ser referenciados a uma Unidade de Cirurgia Vascular. Merck Sharp & Dohme, Lda. www.msd.pt www.fosavance.pt www.univadis.pt Número Verde MSD 800 20 25 20 Quinta da Fonte, Edifício Vasco da Gama, 19 - Porto Salvo - 2770-192 Paço de Arcos. NIPC 500 191 360. Copyright ©2011 Merck Sharp & Dohme Corp., uma subsidiária de Merck & Co., Inc., Whitehouse Station, NJ, EUA. Todos os direitos reservados.

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International Consensus on the Diabetic Foot and Practical Guidelines on the Management and Prevention of the Diabetic Foot, 2004.


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