Revista Exemplar

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Pânico: Transtorno Terceira idade: da vida moderna A nova etapa

Obesidade infantil: luta contra a balança

Álcool: um vilão “legal”



Revista

Diretora: Viviane Silva Coordenador do Curso: Cézar Roberto Versa Professor Orientador: Jeferson Popiu Editoras: Izla Corrêa Patrícia Limas Conselho Editorial: Cleiton Cavalheiro Deivid de Souza Eder Oelinton Edson Triches Izla Corrêa Patricia Limas Tatiana Schicowski William Henrique Marketing: Rodrigo Diefenthaler Diagramação: Tatiana Schicowski Arte Final: Eder Oelinton Tatiana Schicowski Charge: Roberta Garrido Repórteres: Adriana Marcon Carla Raquel Hachmann Carla Rosana Cristiane de Souza Deivid de Souza Eder Oelinton Ester Chaves Gabriela Couto Giovana Danquieli Iane Cruz Izla Corrêa Jaqueline Franco Jociane Prestes Juliana Vaz Luana Rossa Marilsa Simões Patricia Limas Rafael Schorek Rogério Arazão Simone Bander Tatiana Schicowski William Henrique Vanelirte Moretto Fotos: Cristiane Souza Eder Oelinton Giovana Danquieli Iane Cruz Impressão Gráfica: Brilhograph 1000 exemplares Colaboradores: Alécio Espinola, Aline Cristina, Aline Nascimento, Ana Carolina, Cleverson Praxedes, Emanoelle Beltran, Kelly Menezes, Krisley Kelly, Marcos Martins, Pâmela Gurtat, Pedro Godoy, Rodrigo Dias.

Editorial Enfim o sonho se torna realidade, após meses de trabalho, a Revista Exemplar, sai do forno, para as mãos dos leitores. Uma revista laboratório do terceiro ano de Jornalismo da Univel. Produzida por acadêmicos que veem na formação, mesmo em dias que o diploma não passa de um pedaço de papel, a necessidade de transmitir conhecimento àqueles que buscam informação de qualidade. Com uma linguagem acessível, a Revista Exemplar traz conteúdos informativos e de entretenimento, direcionados a todas as idades e classes sociais, apresentando a você leitor, uma nova forma de fazer jornalismo. Nossa revista traz discussões do cotidiano, como o Alcoolismo, um mal que não faz distinção de pessoas, acometendo pais, mães, filhos e destruindo lares. Hoje no Brasil, cerca de 40% das pessoas com idade entre 18 e 34 anos bebem de forma abusiva. E em um planeta que gira cada vez mais rápido, a falta de tempo, faz com que as pessoas deixem de lado até as tradicionais refeições, transfor mando a alimentação em fast foods. Quem mais sofre com isso são as crianças que encaram desde muito cedo o desafio de combater a Obesidade. A rotina do mundo moderno ainda traz novas doenças como o Pânico, uma doença psico-lógica que pode ser desencadeada durante situações do cotidiano. E você também confere nesta primeira edição, a maquiagem como arte, a música na internet ajudando a combater a pirataria, esporte, o cotidiano dos jovens nas repúblicas e muito mais.


SABEDORIA E BEM ESTAR

Terceira idade é exemplo

As rugas só representam as experiências, alguns esperam a aposen REPORTAGEM: MARILSA SIMÕES E SIMONE BENDER IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

Ohh vó, cadê meu chocolate? Acabaram as balas! É assim que são os finais de semana, dia de confraternização em família geralmente na casa dos avós. Avós, os maiores contadores de histórias reais, pessoas sabias cuja a vida conhecem e ensinamentos transmitem. As rugas que representam suas experiências, para uns são orgulho e para outros a expressão de uma vida triste na qual o abandono e a discriminação amarguram os dias e mandam embora a alegria. As ocorrências de abandono

aumentam gradativamente. Na música “Couro de Boi”, autoria de Tonico e Tinoco há um verso que diz, “um pai trata dez filhos e dez filhos não tratam um pai”. Este verso remete a uma triste realidade na qual vivem muitos idosos. A aposentadoria tão esperada por alguns, para outros não significa parar de trabalhar e mudar a rotina de vida. Inézio Soares Leite, 71 anos é um exemplo disso. A juventude chegou, a meia idade passou e hoje integrante da terceira idade, se considera muito jovem e saudável. Com a chegada da aposentadoria, não

parou de trabalhar, o vigia de ruas noturno, não frequenta grupos de terceira idade, e não pratica exercícios físicos em equipe. “Meu trabalho como vigia já é um exercício físico, pois, caminho a noite toda cuidando das casas”, afirma. Os dias já não são mais como eram antes. Cada fase deve ser vivida e compreendida. Inézio deixa uma mensagem aos jovens que usam drogas . “Tenho 71 anos, sempre vivi o hoje pensando no amanhã, as mudanças fazem parte da vida e são contínuas, hoje sou idoso sim e muito feliz”.


o e repassa lições de vida

ntadoria, outros aproveitam para mudar a rotina de vida PROJETOS DA TERCEIRA IDADE Os filhos cresceram a aposentadoria já chegou e muitos idosos pensam que a vida agora é somente ficar em casa, pois se sentem perdidos crendo que já cumpriram o seu papel social. Pensando no bem estar dessas pessoas que vivem a fase da melhor idade, muitas ações tanto de órgãos públicos quanto de instituições particulares desenvolvem projetos voltados ao público de pessoas acima de 60 anos. Com o desígnio de desenvolver uma base de atendimento aos idosos, o município de Cascavel por meio da Secretaria de Assistência Social, criou em 1984 o Centro de Convi-vência de Idosos (CCI) que de-senvolve atividades voltadas ao reestabelecimento e integração de pessoas idosas na comunidade. De acordo com a assistente social e coordenadora do CCI, Susana Medeiros Dal Molin, existem 32 grupos de convivência distribuídos em vários bairros e distritos de Cascavel, atendendo aproximadamente 1.000 idosos de ambos os sexos. “O Centro de Convivência de Idosos objetiva despertar nas pessoas idosas conhecimento dos

seus direitos, o sentimento de que ainda são pessoas úteis, produtivas e que desempenham papel de grande importância na sociedade”. O CCI é um dos projetos que fazem parte da rede de proteção básica do município do qual trabalha com programas de aspectos sociais. Com a colaboração de estagiários, exército e monitores o projeto desenvolve atividades em todos os grupos distribuídos no município, trabalhando com cursos e palestras educativas, esportes, entretenimento, lazer, viagens e tantas outras atividades que estimulem a socialização. Além do trabalho desenvolvido entre os grupos, o CCI ainda vise promover, à partir do segundo semestre do ano, parceria com o Condomínio da Terceira Idade e Lar São Vicente de Paula. A integração tem como objetivo o intercâmbio entre idosos das três instituições. Tomemos como exemplo de instituição particular, a rede das Farmácias Estrela que também desenvolve projetos voltados aos seus clientes da terceira idade. Quem nos conta como funciona o projeto é a coordenadora do grupo da melhor idade Giovana Hartmann Coutinho.

“O projeto é voltado aos clientes conveniados que recebem o Cartão fidelidade da melhor idade. Este benefício oferece o direito de participar do clube realizado nas tardes de quartas-feiras com diversas atividades como dança, bingo, massagem e cortes de cabelo gratuitos, dicas de saúde com médicos, viagens para outros clubes da região e também à praia no final de ano”. Giovana ressalta que o projeto foi criado em 2006, e durante este tempo já foram cadastrados em média quatro mil clientes idosos, com participação efetiva de 380. “No decorrer destes três anos nota-se um envolvimento de integração entre eles, valorização do autoestima, preocupação com a saúde e bem estar mantendo uma alimentação equilibrada e atividades físicas como a dança, por exemplo,”. Outras instituições particulares desenvolvem projetos voltados à ação social, como a Univel (União Educacional de Cascavel), que também desenvolve um trabalho com pessoas da terceira idade. São atividades centradas principalmente em aulas de diversas disciplinas, aplicadas na própria instituição.

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CAUTELA

Além da

estética

A obesidade esta cada vez mais presente na vida das crianças, e co REPORTAGEM: JOCIANE PRESTES E ROGÉRIO ARAZÃO IMAGENS: GIOVANA DANQUIELI

Os números da obesidade infantil vem apresentando um rápido aumento nos últimos tempos, isso é preocupante, pois esse mal vai muito além das questões estéticas. O excesso de gordura acarreta diversos males a saúde como problemas coronarianos, dislipidemias, diabetes, hipertensão e síndrome metabólica. A obesidade é uma doença crônica, classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como epidêmica, pois o número de obesos ultrapassou o de desnutridos no Brasil informa a pediatra Wilma Adriane de Souza. O estilo de vida sedentário é um dos males do nosso país, por ser em grande parte dos casos, o responsável direto pelo desenvolvimento da obesidade em crianças, por essa razão o exercício físico deveria ser reconhecido como componente essencial na vida das crianças e assim se tornar um hábito. Doença com etiologia multifatorial, ou seja, não existe obeso por um único motivo pois muitas funções do metabolismo são alteradas, portanto existe a necessidade de ser tratada por uma equipe multidisciplinar que, além do médico deve ser composta por um nutricionista e um educador físico.

Dependendo do caso outros profissionais poderão ser incluídos nesta lista.Uma atenção especial deve ser dada às crianças. Segundo a pediatra Wilma Adriane, algumas épocas de nossas vidas são facilitadoras para o acúmulo de gordura: até o segundo ano de vida, na adolescência, na gestação, na lactação, na terceira idade. “Os transtornos causados pela obesidade podem levar desde um atraso no desenvolvimento motor até danos irreversíveis, como diabetes “tipo 2”, que acometia apenas adultos e hoje pode ser diagnosticada em crianças com 10 anos.” destaca a pediatra. Se você quer deixar seu filho fora desta triste estatística, repense seus hábitos, procure ajuda de um profissional para fazer uma avaliação daquilo que deve ser mudado. Ofereça ao seu filho alimentação saudável e o estimule a ter uma vida mais ativa. Em escolas e até dentro da própria casa, as crianças acima do peso, são obrigadas a conviver com apelidos hostis. A dona de casa Marlene Soares diz que seu filho Mateus de apenas 10 anos, sofre todos os dias na escola em que estuda por causa do seu peso. “Tem dias que o Mateus chega em casa chorando por causa das brincadeirinhas dos colegas de sala de aula ele não tem sossego e sofre muito com isso” conta Marlene. A mãe confessa que o filho faz tratamento para emagrecer e também faz acompanhamento com um psicólogo, mas os resultados são demora-

dos. Marlene não se preocupa tanto com as brincadeiras, mas sim com a saúde de seu filho que por causa do peso elevado, enfrenta problemas de saúde. “Ele tem colesterol alto e ainda um problema no coração, o médico disse que temos que cuidar ao máximo dele, pois corre riscos” e acrescenta “a alimentação é balanceada para ele não exagerar nas guloseimas”. Mesmo com uma nutricionista estabelecendo um cardápio diário, Mateus tem certa dificuldade de ingerir alimentos saudáveis, como verduras e legumes. Mateus não se importa com o peso, já se acostumou, mas o que não gosta é de ouvir seus colegas fazerem brincadeiras. “Eu às vezes nem quero ir para a escola por vergonha de ser chacota dos outros”. Mas revela que algumas brincadeiras são até engraçadas. “São tantos os apelidos que eu tenho, aí começo a rir de mim mesmo para não chorar”. OBESIDADE INFANTIL Segundo a nutricionaista Ana Paula de Lima, a obesidade infantil é um assunto a ser tratado com delicadeza, pois está aumentando em níveis considerados preocupantes. Normalmente esta enfermidade está relacionada ao sedentarismo, disponibilidade atual dos alimentos, erros alimentares e ritmo atual desenfreado. Um estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), indica que 15% das crianças no Brasil estão obesas.

“Tem dias que o Mateus chega em casa chorando por causa das brincadeirinhas dos colegas de sala de aula ele não tem sossego e sofre muito com isso”


om isso a preocupação dos pais aumenta

Para que estes índices não aumentem, segue os 10 Passos para uma Alimentação Saudável para Crianças acima de dois anos, recomendado pelo Ministério da Saúde: 1 - Procure oferecer alimentos de diferentes grupos, distribuindo-os em pelo menos três refeições e dois lanches por dia. 2 - Inclua diariamente alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes (mandioca), pães e massas, distribuindo esses alimentos nas refeições e lanches do seu filho ao longo do dia. 3 - Procure oferecer diariamente legumes e verduras como parte das refei-ções da criança. As frutas podem ser distribuídas nas refeições, sobremesas e lanches. 4 - Ofereça feijão com arroz todos os dias, ou no mínimo cinco vezes por semana. 5 - Ofereça diariamente leite e derivados, como queijo e iogurte nos lanches, e carnes, aves, peixes ou ovos na refeição principal de seu filho.

6 – Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados, prefira alimentos assados, grelhados ou cozidos. 7 – Evite oferecer refrigerantes e sucos industrializados, balas, bombons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia. 8 – Diminua a quantidade de sal na comida. 9 – Estimule a criança a beber bastante água e sucos naturais de frutas durante o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para manter a hidratação e saúde do corpo. 10 – Incentive a criança a ser ativa e evite que ela passe muitas horas assistindo TV, jogando videogame ou brincando no computador. Estas mudanças de hábitos com certeza vão trazer muitas vantagens ao seu filho, e para toda a família. Incentive-o a ter hábitos alimentares e um estilo de vida saudável. Zele sempre pela saúde.


~ ADOCAO ,

Gesto de amor, carinho e n

Para as crianças a esperança de ter uma família e para os casais a r REPORTAGEM: DEIVID DE SOUZA E WILLIAN HENRIQUE IMAGENS: WILLIAN HENRIQUE

O sonho de se construir uma família, muitas vezes é frustado quando um casal se depara com a impossíbilidade de se gerar um filho, uma nova vida para amar e ser amada incondicionalmente. Diante de uma situação como essa, muitos casais se sentem impotentes perante a vida. Mas é a partir daí que pode surgir um

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ato de amor muito maior, a adoção. Adoção é uma ação mútua entre futuros pais e filhos, que desejam igualmente formar uma família. É um ato de amor e de responsabilidade com uma nova vida A revista laboratório “Exemplar”, conversou com uma mãe adotiva, que tem ainda dois filhos biológicos.

Maryneide de Souza Pinto é professora de inglês e português em Formosa do Oeste. Para ela, a iniciativa de adotar uma criança, surgiu depois de enfrentar dois abortos espontâneos. Segundo a professora, é importante e indispensável que a criança saiba que é adotiva desde pequena.


necessidade

realização de um sonho EXEMPLAR – O que motivou a adoção dessa criança? Quantos anos ela tinha? Maryneide - O motivo era o desejo de adotar uma criança mesmo podendo ter filhos naturais. No meu caso aprendi isso com meu pai que sempre falava em adoção, então depois de ter o primeiro filho e enfrentar dois abortos espontâneos, não pensamos muito quando soubemos da criança em questão. A mãe biológica estava no quinto mês de gravidez e nem sabíamos o sexo do bebê. A partir de então cuidamos para que ela fizesse o pré-natal e aos sete meses foi feito o ultra-som que mostrou que seria um menino.

EXEMPLAR - Qual a reação dos irmãos ao saberem que teriam um irmão de uma outra mãe? Maryneide - Nosso filho mais velho tinha seis anos e esperou o irmãozinho com muita alegria, nosso caçula veio um ano e sete meses mais tarde e também não tivemos problemas.

EXEMPLAR - Como foi contar a ele que era um filho adotivo? Qual a reação dele? Maryneide - Não esperamos uma idade X para falar, fomos falando desde que ele era bebê, então tudo aconteceu naturalmente sem choques, choros ou revoltas.

EXEMPLAR - Quais as dificuldades para adotar uma criança? Maryneide - São várias. Primeiro vencer os medos e tabus e também enfrentar a burocracia dos documentos. No nosso caso tínhamos contato com a mãe biológica e não precisamos esperar numa fila. Como em nossa cidade não existia uma lista de espera, após o nascimento foi feita a documentação do bebê e nos foi passada a guarda provisória. Só depois de cinco meses é que saiu o registro como filho legitimo.

EXEMPLAR - Tomar conta de uma criança adotiva quando já se tem filhos de sangue é a mesma coisa ou ele tem/ou não tem, uma atenção especial? Maryneide - Não digo uma atenção especial, mas uma “emoção especial”, quanto ao restante “filho é filho” e quando não é gerado na barriga com certeza é gerado no coração por isso a emoção é grande.

A única forma de adotar uma criança ou um adolescente é através da Vara da Infância e da Juventude mediante um processo próprio. O processo é, muitas vezes, demorado e a burocracia faz com que muitas pessoas desistam no meio do caminho. Vale ressaltar ainda que a espera na fila da adoção pode ser maior ainda quando o casal faz exigências referentes ao perfil da criança. Segundo dados do CNA(Cadastro Nacional de Adoção), 80% dos pais que desejam adotar procuram crianças com menos de 3 anos de idade, o que corresponde a apenas 7% do quadro de meninos e meninas disponíveis para adoção, e faz com que crianças com idade superior

acabem esquecidas em abrigos. Porém uma nova lei promete mudar esse quadro. Os processos terão mais agilidade, uma vez que crianças e adolescentes não poderão ficar mais de dois anos em abrigos, a não ser em casos especiais. Além disso, a existência do Cadastro Nacional de Adoção e o Cadastro de Pessoas Habilitadas para Adoção, auxiliam no encontro da criança com uma família e da família com uma criança. A nova regra tem tudo para dar certo e desafogar os abrigos espalhados pelo Brasil. Esperamos que assim seja e que pais e filhos adotivos tenham um final feliz. Revista

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´ REPUBLICAS

Família, estudo, amizade e m Para quem sonha com a tão esperada independência, a república é REPORTAGEM: IANE CRUZ E LUANA ROSSA IMAGENS: IANE CRUZ

Liberdade, independência e poucas regras. Eles são os donos do próprio nariz. Sem muito compromisso e com uma rotina diferente, a vida dos estudantes que deixam os seus lares para se aventurar e encarar uma nova realidade precisa de muita adaptação. Porém, quando adaptada o que não falta para eles é diversão. Para o estudante de engenharia Lucas Capelesso, 23, a maior dificuldade de conviver em “república” é a falta de privacidade. “Muita gente circulando incomoda. Chegou a ter oito caras no meu quarto porque geralmente as festas juntam até 300 pessoas. Para estudar precisamos ficar na biblioteca da faculdade, aqui não tem condições. Mas ao mesmo tempo, todo esse entra e sai na casa supre a falta dos meus pais. Aqui encontrei mais uma família”, reitera.

Até que ponto é saudável este tipo de convivência? Os meninos dizem não existir brigas. O que rola bastante é que nas festas, o pessoal de fora exagera. Por não ter família, o pessoal chega e suja, surge um pouco de estresse. A maioria é amigo dos moradores da casa por isso eles ficam bem à vontade. Se têm comida eles comem, eles entram no quarto, deitam na cama, usam o computador. Eles sabem que é assim porque é a vida que escolheram, mas como tudo na vida tem um limite, isso também chateia. No que diz respeito a namoro, cada república tem a sua regra. Repúblicas femininas tendem a ter algumas normas feitas pelos pais das jovens. Já quando é República masculina as normas da sociedade tem outro contexto e aí a opinião dos meninos da República de Civil ou mais conhecida como República do

“Domingo Loko” entra em ação. “Namoradas são bem vindas na república, mesmo que tenha gente em casa dá pra trazer, porque cada um vai para o seu quarto. Às vezes a gente fica na sala, é bem tranquilo”, complementa Lucas. Anúncios para dividir moradia são cada vez mais constantes nos jornais de classificados, nos murais das instituições de ensino superior e até mesmo na internet. Mas qual o critério na hora da escolha de com quem dividir moradia? Se você já conhece a pessoa melhor. Caso não conheça, ter a indicação de alguém é uma das dicas. Outro fator importante é pegar os dados particulares e fazer uma consulta quanto a verdade das informações passadas. Repúblicas com cursos afins tendem a dar mais certo. Confiança, hábitos e gostos semelhantes também são fatores fundamentais para


muita festa uma maneira diferente e inusitada de levar a vida uma relação de sucesso. Uma família pra lá de moderna é o que os jovens que adotam este estilo de vida encontram quando resolvem morar com outras pessoas. Economizar com aluguel, conta de luz, água e empregada doméstica também faz parte do cardápio do dia a dia. Empregada doméstica... bem lembrado... Fomos em busca de uma para saber o que pensa sobre trabalhar em uma república, e para a nossa surpresa a resposta foi: “Muita bagunça! São bem porcos!” (surpreendente foi a cara de espanto) relata a empregada doméstica Angela Alves Cardoso, 17, que ressalta que traba-lhou uma vez só e que não trabalha nunca mais. “Muita baderna. Mas sempre tem um caprichoso que se salva”, conclui. As bagunças, a sujeira, o capricho de alguns, a organização e a desorganização de outros, são fatores

que ficam da porta para dentro da casa destes jovens. O problema maior está na relação com os vizinhos. O barulho feito por eles nas inúmeras festas, muitas vezes, é motivo de conflito e envolve até polícia, como é o caso da república de Civil que por vezes virou “caso de polícia”. Ao perguntarmos aos estudantes da república de Civil, Fábio,Tiago, Lucas e Gerson sobre a possibilidade de voltarem para casa, a resposta foi inusitada. “Não tem como voltar para casa, nós já acostumamos assim, aqui temos muita liberdade sem ninguém regulando nossos atos. Em casa, até mesmo o padrão de horário é diferente daquele que temos aqui. Mesmo nas férias quando voltamos para ficar um tempo já rola discussão”, diz Tiago, e morador da casa. Pensamos que quando esses rapazes estiverem formados cada um segue seu rumo, certo? Errado.

Mesmo depois de formados eles pretendem continuar morando em republica. A justificativa deles, é que o custo é muito baixo(o custo fica em média R$ 250 a R$ 300 por pessoa), facilitando o pagamento por mês. Imaginamos também que as festas jamais acabarão, certo? Pois é, erramos novamente. Os jovens da república nos surpreenderam com a resposta, e disseram que o pique das festas um dia acaba, e que a cada momento diminui a vontade. Aquele “fervo” é só momentâneo, na empolgação dos que começam com a nova rotina. A casa alugada também gera um problema para os estudantes, que quando saírem da casa terão que deixá-la como a encontraram. Portas lascadas, trincas quebradas, e janelas já não estão no mesmo estado, o custo vai ser dividido conforme o aluguel, em quatro partes. Eles dizem já ter consciência disso.


~

PROFISSAO

A

incerteza de ter acertad

A louvável busca pelo conhecimento e o sonho de concluir o curso d REPORTAGEM: CARLA ROSANA IMAGENS: CRISTIANE SOUZA

Passamos um longo período de nossas vidas estudando, em média 20 anos. E muitos têm dificuldade de encontrar o caminho certo, o curso que lhe complete. Esta situação ocorre principalmente com os adolescentes, que ao terminarem o ensino médio, se veem próximos do desafio de não errar. São poucos que concluem o curso na primeira escolha segundo dados do MEC (Ministério da Educação). A desculpa para a desistência geralmente é o retorno financeiro que a formação pode lhe trazer, ou que os objetivos (do aluno) não foram alcançados, e no fim trocam de profissão, pois a vida tem que

continuar. Mas tem os casos em que o aluno fez a escolha correta, sonha com o curso mesmo tendo outra formação. É o caso do advogado Osmar Junior, que durante sua vida acadêmica sempre buscou Jornalismo, chegou a frequentar a faculdade um ano e meio, mas não foi possível dar continuidade. Atualmente ele trabalha como apresentador na Rádio Globo de Cascavel, e contou a nossa reportagem que sempre teve vocação para advocacia, mas por tradição da família. “O meu maior desejo é ser jornalista, e me sinto realizado hoje trabalhando na comunicação, é algo extraordinário”.

“Por questões pessoais tive que desistir do Jornalismo, mas não me sinto realizado enquanto não obter meu diploma de jornalista”, relata sorrindo Osmar. Com 9 anos produziu seu primeiro “jornalzinho” na escola. Ele disse ainda que nunca sentiu preconceito por não ser formado, mas conta que “ás vezes me sinto discriminado pelos diplomados, principalmente aqueles que não tem vocação, nem experiência prática”. Por outro lado ele sente-se frustrado e ao mesmo tempo procura preencher a lacuna do conhecimento jornalístico, utilizando-se de sua experiência como advogado, e buscando sempre

“a formação é importante, mas quando iniciei a experiência contava bastante, porém, em qualquer profissão você precisa ter uma indicação. E no jornalismo não é diferente, a pessoa pode ter o diploma mas, se não tiver quem ajude é difícil de conseguir emprego”

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do ou não na escolha do curso

de jornalismo aprender com os mais experientes. Osmar nos conta ainda sobre a importância da formação. “Se eu fosse formado em jornalismo sem dúvida nenhuma teria sido mais fácil, a faculdade me ajudaria, pois eu não teria que corrigir muitos vícios profissionais e técnicos que adquirimos ao longo do tempo, se bem que o fato de já ser formado em uma área também me ajudou”, conclui. O radialista Gilberto Gomes Aguiar, 40 anos, popularmente conhecido como “Edu Bala”, optou pela área jornalística por gostar da profissão. Edu também atua na Rádio Globo como repórter, e cursa o último ano de Educação Física, e tem como

sonho cursar Jornalismo, para trabalhar no esporte, pois chegou a trabalhar como preparador físico e auxiliar técnico de Futebol em Naviraí/MS, e no Ubiratã Paraná Clube em 2007, onde foi campeão dos Jogos Abertos – categoria A. E ainda sonha com uma pós-graduação em Educação Física, e se possível virar um treinador de um grande time de futebol paulista. Edu está no rádio há 25 anos, já atuou em 48 emissoras em seis estados diferentes. “Tudo começou na rádio Karanda FM no Mato Grosso do Sul. Eu trabalhava da 1h ás 6h da manhã como locutor e sonoplasta”. “Comecei muito cedo, trabalhei

em diversas rádios, na Jovem Pan, rádio Itaipu de Foz do Iguaçu, aqui em Cascavel na rádio Verdes Campos. E tenho o sonho de ser apresentador de um telejornal. Cheguei a iniciar o curso de jornalismo, mas desisti por que a mensalidade era muito alta”, relata o radialista. Segundo o experiente profissional, “a formação é importante, mas quando iniciei a experiência contava bastante, porém, em qualquer profissão você precisa ter uma indicação. E no jornalismo não é diferente, a pessoa pode ter o diploma mas, se não tiver quem ajude é difícil de conseguir emprego”.

“O meu maior desejo era ser jornalista, e me sinto realizado hoje trabalhando na comunicação, é algo extraordinário”


DESENVOL VIMENTO DESENVOLVIMENTO

Tecnologia a serviço de

O celular assim como a internet está presente para diminuir distân REPORTAGEM: GIOVANA DANQUIELI IMAGENS: GIOVANA DANQUIELI

Computador, internet, celular... Há duas décadas eram apenas palavras que faziam parte de um futuro distante. Mas hoje falar que alguém não os utiliza soa avesso às modernidades ou então conservador do modo antigo de se comunicar. Dificilmente se encontra alguém que não tenha perfil no Orkut ou uma rede social mais disseminada: Messenger. Como se houvesse uma regra na qual estivesse estabelecido que pessoas modernas não passassem o endereço da residência ou ainda o telefone fixo, mas sim o endereço virtual, o algumacoisa@tal.com, ou ainda o endereço no Twitter. A dependência, por assim dizer, que os cidadãos que vivem na correria do dia-a-dia criaram em relação tanto à telefonia móvel quanto à internet é facilmente identificada. Basta acabar a bateria do celular para que compromissos sejam esquecidos ou o usuário se sinta perdido sem saber data e hora, por ter abolido o uso de relógio, já que todos os celulares o possuem. Quando o celular surgiu, fazia parte apenas do círculo dos grandes empresários e pessoas que realmente aparentavam ter a necessidade de

serem encontradas a todo o momento. Com o passar dos anos este quadro se modificou, e muito. Hoje, crianças possuem o aparelho e utilizam a tecnologia para brincar e conversar com amigos. Mas nem todos são adeptos da tecnologia. Mesmo tendo a visão de que o celular é uma boa ferramenta, o empresário, diretor-presidente de uma das maiores cooperativas do Brasil, a Coopavel, Dilvo Grolli, não possui um telefone móvel. Na opinião do empresário, o celular deve ser utilizado por pessoas que trabalham em áreas que necessitam do aparelho, médicos ou ainda vendedores, mas ele, que tem uma rotina conhecida pela família e também pela secretária, diz não acreditar que o celular lhe faça falta. “Se preciso ir a algum lugar antes de vir para o escritório, ligo antes e aviso”, conta. Assim a secretária tem conhecimento de onde ele está de quanto tempo poderá demorar a chegar. Quando ocorreu o “boom” da telefonia

móvel, Dilvo analisou as reações negativas antes de adquirir um aparelho. “As pessoas eram incomodadas por ligações inde-


e quem quer utilizar

ncias e agilizar a vida pós-moderna

sejadas e mensagens”, relembra. Além da aparente invasão de privacidade, o empresário destaca um ponto interessante. “Hoje ao invés de ligarem ao escritório, muitos ligam diretamente ao celular, interrompendo os afazeres daquele que recebe a ligação”. A forma desenfreada na utilização do aparelho é considerada por Dilvo, um abuso, principalmente em horário de trabalho. “Percebo que a atenção é desviada para a ligação e a concentração no que estava sendo feito é perdida”, comenta. Sendo assim, Dilvo está livre de ligações indesejáveis em meio a reuniões e ainda pode separar o que

“Percebo que a atenção é desviada para a ligação e a concentração no que estava sendo feito é perdida” Dilvo Grolli

é urgente daquilo que não é. Durante a entrevista o telefone do escritório tocou. A secretária atendeu e logo trouxe um bilhete. Grolli leu e resolveu a situação. Instantes depois o telefone voltou a tocar. “É importante”, diz o empresário, que só então atendeu a ligação. No escritório ele possui dois telefones fixos para atender assuntos referentes à empresa. “Se é sobre a empresa ligam aqui, particular ligam na residência”. E durante viagens, e férias? Pergunto como o localizam nestes casos. Dilvo responde que sempre mantém contato, ao menos uma vez ao dia, com a empresa, para saber se há algum recado e assuntos importantes a serem resolvidos. A organização no caso do empresário é destaque para que nada saia da rotina e assim não perca nada de importante. Amigos e parentes já presentearam Grolli com o aparelho, mas ele garante que “no momento não é necessário”, finaliza. MUDANÇA DE HÁBITO As tecnologias agregadas ao celular fazem com que muitos esqueçam a primitiva função do aparelho: fazer e receber ligações. Fotografar, trocar torpedos, navegar na internet, localizar endereços com auxílio do GPS, assistir televisão, jogar... Uma infinidade de ações podem ser realizadas rapidamente, ao toque das teclas. No Brasil, estudos apontam que mais pessoas possuem

celular do que televisão. O aparelho realmente faz parte do dia-a-dia. O uso do computador e da internet para algumas pessoas é ainda algo distante. Assim como o celular, a internet é a ferramenta do momento. Todas as faixas etárias fazem parte da grande rede, seja com perfis em site de relacionamento, ou ainda com o MSN. O computador nunca atraiu a dona de casa Gracinha Andrade. Mas quando uma das filhas passou a morar em outra cidade a história mudou. A mãe coruja desvendou o misterioso mundo das máquinas e passou a navegar na internet. Foi então que, com a ajuda dos filhos, criou uma conta e entrou na rede. A dificuldade com teclado, atalhos e localização dentro de sites aos poucos foi diminuindo e logo Gracinha se viu mergulhada na imensidão da internet. “Já acesso mais sites e perdi o medo de mexer com o computador”, comenta. Agora todos os dias ela conversa com a filha pelo MSN e pode manter contato por mais tempo. A dona de casa, está cada dia mais confiante, pois acreditava que não saberia navegar e conversar com outras pessoas virtualmente. Gracinha, que implicava com o tempo de permanência dos filhos na internet hoje perde horas em frente ao computador, navegando e matando um pouco da saudade da filha, aproveitando o que de melhor a tecnologia lhe proporciona. Revista

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BALEIAS FRANCAS

Da gelada Antártica par

Caçadas para retirar sua gordura, as gigantes dos mares se tornara REPORTAGEM: VANELIRTE MORETTO IMAGENS: VANELIRTE MORETTO

Todos os anos elas fogem do frio da Antártica e partem em busca de águas mais quentes e calmas para dar à luz, amamentar os filhotes e acasalar. As baleias, antes caçadas para retirar a gordura usada na construção civil e na iluminação pública, agora se tornaram atração turística e incrementam o turismo em diversas partes do mundo. No Brasil, as baleias francas podem ser apreciadas na região de Imbituba, Santa Catarina, e as jubarte em Imbassaí, na Bahia. Em Santa Catarina esta prática turística iniciou graças ao argentino Enrique Litman, que escolheu a Praia do Rosa para morar, mostrar ao mundo a beleza do lugar e a visita das baleias francas. Um visionário do

setor de turismo, Litman percebeu que a visita das francas poderia transformar a região e decidiu investir no ramo. A temporada de observação inicia em julho e se estende até novembro. O passeio é feito em barcos infláveis que foram desenvolvidos especialmente para a atividade. O barco não precisa ir muito longe da costa em busca dos mamíferos que pesam toneladas e vivem aproximadamente 80 anos. Quem não tem coragem de entrar no bote e ir mar adentro para avistar as baleias, pode ficar na praia apreciando a bela paisagem e esperar que mamães e filhotes dêem o ar da graça. Em Santa Catarina a última baleia franca morta foi em 1973. Os

O show das francas em Santa Catarina inicia em julho e se estende até novembro. O borrifo exalado ao respirar tem formato em vê e pode atingir de cinco a oito metros de altura

países que mais matavam baleias eram Portugal, Espanha e Inglaterra. Os passeios para observar baleias em Santa Catarina iniciaram em 1999 e este produto turístico tem registrado um aumento significativo nos últimos anos, porém o número de turistas ainda é considerado baixo em comparação a outros países. A tendência é crescer ainda mais, desde que os governos estadual e federal divulguem de forma mais efetiva o atrativo. Nos países que investem em turismo sustentável aumentou o número de baleias e a renda per capta triplicou. O destino Brasil de observação de baleias tem como concorrente direto a Península de Valdés, na Argentina, segundo


ra o litoral de Santa Catarina

am atração turística Litmam. “Mais de 250 mil turistas visitam Valdés todos os anos e nosso produto não tem nada a perder com este tipo de turismo. No Brasil temos 140 quilômetros de extensão para observação de baleias”, destaca. A superfície da Península de Valdés, na Patagônia Argentina, tem aproximadamente 4 mil quilômetros de áreas de falésias e enseadas, que abriga grande variedade de espécies animais e conserva um ecossistema bastante peculiar, especialmente com espécies marinhas e aves de migração. A Península Valdés foi declarada Monumento Natural Nacional e em 1999 Patrimônio Mundial. Todos os anos de junho a dezembro milhares de turistas do

mundo todo vão até o local para conhecer a mais famosa e protegida visitante do local, a baleia franco del sur. O número de baleias que se reúnem em Valdés todos os anos é muito superior ao do Brasil e em função do turismo, dezenas de outras empresas se instalaram na região. A MAIS BELA Nos 500 quilômetros de praias catarinenses uma delas é soberana e integra a lista das baías mais belas do mundo. A Praia do Rosa, em Imbituba, fica 80 quilômetros ao sul de Florianópolis, tem sete quilômetros de areia e está cercada de montanhas e muito verde. Lugar ideal para a prática do surfe, windsurfe, jet ski,

pesca, cavalgadas e trekking. A praia tem o formato de uma meia-lua. Em 2003, a Praia do Rosa foi reconhecida como uma das baías mais belas do mundo. O título, uma espécie de selo de qualidade, foi concedido pelo Club des Plus Belles Baies du Monde, uma organização não-governamental com sede em Vannes, França. O Rosa é a única brasileira a figurar no seleto gru-po das 28 praias mais belas do mundo. É na Praia do Rosa também que estão as pousadas mais charmosas e aconchegantes da costa catarinense. A estrutura das pousadas não comporta grande número de hóspedes, mas cada uma tem sua particularidade para receber os turistas.

Praia do Rosa: uma das baías mais belas do mundo


PASSO DECISIVO

Do infortúnio à sanidade pelo Entre os fatores negativos que afetam a sociedade está uma doença REPORTAGEM: CRISTIANE SOUZA E JULIANA VAZ IMAGENS: GIOVANA DANQUIELI

Na infância e adolescência, as escolhas feitas refletem na formação do caráter do adulto. Muitas vezes são determinadas de acordo com o meio social, experiências de vida. O que as diferenciam são os problemas pessoais, sociais, entre tantos vividos na rotina circunstancial. No entanto, hoje um dos graves problemas que tem atingido o mundo, sem escolher ou fazer distinção de classes social, política, religião, entre outros, é o alcoolismo, que vem com frequência cada vez maior destruindo famílias, sonhos e vidas. Sandra viveu um verdadeiro inferno dentro de casa, com o pai alcoólatra. Ela, sua mãe e seus oito irmãos passaram dias terríveis, de muito sofrimento. Eram repreendidos e apanhavam todos os dias sem saber o motivo. Vendo o que acontecia com sua mãe, questionava o por quê dela não largar seu pai, e acabar com tudo aquilo. E dizia que se tivesse um marido como o pai, acabaria o matando. Coincidência ou destino? Sandra conheceu José, casaram-se e um ano depois, no dia do nascimento do primeiro filho, ao chegar em casa do hospital ela presenciou a primeira das muitas cenas que ainda veria: José alcoolizado, tendo que ser carregado. Ele afirmou que havia bebido porque estava feliz, pelo nascimento de seu

filho. Diante do fato ela achou normal. Mal sabia ela que a história de seu marido com o alcoolismo teve início quando ele saiu de uma cidade pequena e veio para Cascavel. Aos 14 anos, José era uma pessoa tímida e considerava o álcool seu amigo inseparável, isso porque quando ingeria alguma bebida, se sentia bem, mais homem, se tornava uma pessoa descontraída e conversava com todos. Conforme o tempo foi passando as doses foram aumentando, beber pouco, já não o satisfazia. Trabalhava alcoolizado e de empresário se tornou mendigo, um pai ausente, que se quer, lembrava da infância de quatro dos seus filhos. Criticado por familiares e pessoas do seu convívio, acabou perdendo o controle de si. O álcool lhe proporcionava uma alegria intensa, que após o efeito, era arrancada de uma só vez. Tentando resolver o problema José decidiu ir embora com sua família para Rondônia, pois em seu pensamento o problema eram as pessoas à sua volta, elas que o faziam beber. Mas, os problemas não cessaram, e deses-perada sua mulher pegou os filhos e voltou para Cascavel. Após 10 anos de sofrimento, de ter perdido família, caráter, dignidade e respeito, José resolveu procurar ajuda, já havia feito várias tentativas, e nenhuma deu certo. Desiludido, sem esperanças conheceu o AA

(Alcoólicos Anônimos), que foi onde encontrou o acalanto e aconchego que há tanto tempo procurava. E entendeu que o alcoolismo é uma doença e que não eram as pessoas que o faziam beber, descobriu que podia sim, viver bem sem ingerir álcool. Frequenta há 20 anos, e sete meses o A.A, segundo José,“ esta é uma filosofia de vida que todos deveriam ter”. Hoje ele é um alcoólatra em recuperação e faz parte do CTO (Comitê Trabalhando com os outros), levando mensagens e experiências a outros grupos. E recuperou tudo o que havia perdido. “Se eu tivesse que escolher entre a minha família e Alcoólicos Anônimos, apesar do amor que eu sinto pela minha família, eu escolheria ficar com AA. Pois enquanto eu estiver lá, em recuperação, mesmo estando longe da minha família eu posso ajudá-los. Porém, o dia que eu escolher minha mulher e meus filhos, e pensar que já estou curado vai ser o dia que eu vou tomar o “primeiro” de novo, e voltar a viver o inferno que passei e eu não quero voltar à esse passado, não desejo isso a ninguém, porque é muito triste”, afirma José. O apoio de Sandra e os seis filhos, (o casal teve mais dois filhos) foi essencial para que José desse a volta por cima. Atualmente ele tem uma vida social, familiar e profissional normal e acima de tudo feliz.

A força que vem da irmandade O Alcóolicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver um problema em comum e ajudar outros a se recuperarem do alcoolismo. Sendo o propósito primordial do grupo manterem-se sóbrios e ajudar outros alcoólicos a

alcançarem a sobriedade. O AA está presente em mais de 180 países, com mais de 100 mil e 800 grupos no mundo e há aproximadamente 6 milhões de pessoas em recuperação. Em Cascavel existem nove grupos de A.A, com uma rotatividade mensal de cerca de 900 membros participando das reuniões.

O CENTRAL É O GRUPO RE-ENCONTRO, LOCALIZADO NO TERMINAL RODOVIÁRIO DE CASCAVEL, AV. ASSUNÇÃO Nº 1757, PISO SUPERIOR- SALA 222-B, TELEFONE: (45) 3035-1134.


o AA grave: o รกlcool.


12 passos para saber se a pessoa precisa de ajuda Já tentou controlar sua tendência de beber demais, trocando uma bebida alcoólica por outra? SIM ( ) NÃO ( )

O ÁLCOOL É UMA DOENÇA A Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu o alcoolismo como uma doença e figura no Código Internacional de Doenças (CID). Segundo a classe médica o consumo compulsivo e excessivo de bebidas alcoólicas, constitui uma patologia crônica tanto comportamental como fisiológica. Assim como muitas outras doenças, o alcoolismo é causado por uma interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Segundo a psicóloga Sandra Luca de Lara, o álcool é classificado como um depressor, assim como solventes e os Opióides, (substâncias derivada do Ópio, são usados na terapia da dor crônica e da dor aguda de alta intensidade). Atua como modificador da conduta causando sensação inicial de euforia, diminuição da coordenação, dos reflexos e descontrole emocional. Os sintomas da falta de álcool são: Náuseas, vômito, insônia, ansiedade, irritabilidade, sono fragmentado, humor depressivo, falta de apetite, tremores, mialgias, alucinações, taquicardia, taquipnéia, hipertemia, convulsão mental e convulsões. O tratamento possui três passos: - Clínico: avaliação, desintoxicação e minimização das consequências; - Psicológico: informação, esclarecimento, orientação, início do processo de aceitação da doença; - Social: inserção social, melhoria da qualidade de vida. “Quanto mais ampla for a intervenção, melhor e maior será o sucesso do tratamento. É preciso levar em consideração não só a desintoxicação e a manutenção da abstinência, mas também as causas que o levaram e esse consumo, possíveis transtornos relacionados ou anteriores a ele, reinserção do indivíduo na sociedade, o que inclui o relacionamento com a família”, reitera Sandra. 20

Revista

Já tentou para de beber por uma semana (ou mais), sem conseguir atingir sem conseguir atingir seu objetivo? SIM ( ) NÃO ( )

Nas reuniões sociais onde as bebidas são limitadas, você tenta conseguir bebidas extras? SIM ( ) NÃO ( )

iou A bebida já cr no as p ro b le m r? seu la ( ) SIM ( ) NÃO

co m os R es se n te -s e s outros conselhos do -lo parar zê que tentam fa de beber? ( ) SIM ( ) NÃO

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Inveja as pessoas que podem beber sem criar problemas? SIM ( ) NÃO ( )

Já teve alguma vez apagamento de memória durante uma bebedeira? SIM( ) NÃO ( )

Já pensou alguma vez que poderia aproveitar muito mais a vida, se não bebesse? SIM ( ) NÃO ( )

Faltou ao serv iço, durante os últim os doze meses, por ca usa da bebida? SIM ( ) NÃO ( )

Seu problema de bebida vem se tornando cada vez mais sério nos últimos doze meses? SIM ( ) NÂO ( )

Apesar de prova em contrário, você continua afirmando que bebe quando quer e pára quando quer? SIM ( ) NÃO ( )


´ SACERDOCIO

Certeza supera dúvidas Rótulos são criados por uma “sociedade materialista e consumista” REPORTAGEM: CARLA RAQUEL HACHMANN IMAGENS: IANE CRUZ

Quando adolescente, Luiz Carlos vivia um dilema; ele queria muito ir aos bailes com os amigos, imaginava a diversão que estava perdendo, como seria dançar pelo salão com uma bela garota. Mas não teve jeito. A vocação falou mais alto e aos 14 anos rendeu sua vida à Igreja Católica. Entrou para o seminário. Queria, mais que qualquer coisa, ser padre. Hoje, aos 38 anos, ele tem certeza que a escolha foi acertada. Luiz Carlos Franzener, o mais velho de três irmãos de uma tradicional família de Quatro Pontes, daqui, da região oeste do Paraná, há 13 anos vive o sacerdócio. Desde 2004 ele é o padre da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Bairro Neva, em Cascavel. Apaixonado confesso pela educação, o padre também divide seu tempo no magistério. Ele é professor e integrante da direção da Famipar (Faculdade Missioneira do Paraná), o que toma boa parte do seu tempo. Sua rotina, que ele faz questão de chamar de ritmo, é marcada por oração, missa, aconselhamentos e visitas. O padre acorda às 6h, pois às 6h30 reza missa. Toma café com as irmãs e dá aulas até o meio-dia. A tarde ele reserva para aconselhamentos. Há dias em que chega a atender mais de dez pessoas. Às 20h ele reunião com a equipe de liturgia e, das 21h às 22h, mais uma missa. Ufa! Luiz admite que seu dia está muito cheio e já pensa em reduzir algumas atividades. A terça-feira é dia de folga aos padres. Luiz Carlos gosta de visitar a família, em Quatro Pontes, mas ultimamente ele não tem estado muito liberado, devido às aulas na faculdade. Apesar da pouca idade, ele percebe uma mudança no papel do padre na sociedade. Antes era ligado apenas aos assuntos da igreja e da sua comunidade, hoje, o padre é uma figura muito presente. “Vai à rádio, à tevê, é chamado para aconselhar. É presença em todos os ambientes da sociedade. De maneira reservada, ele conta que muitas

vezes se encontram em saias-justas. “Somos chamados a situações conflituosas, difíceis. Devemos ser psicólogos”. Ele explica que, antes, os padres eram chamados para bênção, mas agora são esperados para dar orientação a funcionários de empresas, a famílias. “É desafiante, tem que estar preparado para o diálogo com outras igrejas, que muitas vezes não estão dispostas ao diálogo”. Para Luiz, a vida pessoal do padre se tornou mais transparente, pois ele vai à lanchonete, joga bola, é mais amigo, almoça com as famílias da comunidade. “As pessoas compreendem as necessidades e as nossas limitações. Buscam nosso lado humano e espiritual”, enfatiza. Contudo, não esconde um certo ressentimento com os rótulos. “A sociedade é muito materialista, consumista. Vive muito de rótulos e sentimos alguns desses rótulos, por exemplo, que o padre tem desvio de comportamento por não ter mulher, por não aprender sobre relações no seminário. Não sofremos por isso. É uma questão de escolha de cada um”. Questionado sobre a exposição do padre feita a partir de livros como O Crime do Padre Amaro, Luiz Carlos admite que isso mexe com ele, que se sente mal quando generalizam alguns casos e quando mostram uma figura desvirtuada de padre. “Mexe com uma imagem que não é geral, nem real”. “Muitos falam sem conhecer da vida do padre, que muitos têm desvios de comportamento. Contudo, não são muitos. Não se muda a essência das pessoas, não é assim. Confundem um fato isolado com a natureza humana.” Para o futuro, padre Luiz já tem sua missão: “Meu sonho é continuar sendo padre, dando aulas. Pretendo me dedicar mais a isso, inclusive, pois acredito muito na educação. Quero continuar também na orientação às pessoas, aconselhamentos, a palavra mais correta”.


SEMINARISTAS

Poucos são os escolhidos Rotina de disciplina e estudos é decisiva para suas escolhas REPORTAGEM: GABRIELA COUTO IMAGENS: IANE MARIS

A Igreja Católica realmente mudou nos últimos tempos. Reflexo disto está nos seminários. Com a missão de seguir a vocação de padre com conhecimentos adquiridos no Seminário Nossa Senhora de Guadalupe, em Cascavel, os seminaristas relatam uma rotina regrada de disciplina e estudos, mas com liberdade para o diálogo com todos. O dia começa com a oração da manhã, sempre às 6h30. A pontualidade é um ingrediente certo nas casas simples que abrigam os futuros padres. As demais horas do 22

Revista

dia são voltadas aos estudos. Há apenas algumas responsabilidades incumbidas a cada membro da casa. Mas a programação inclui também entretenimento: o futebol com 40 seminaristas é nas quartas e nas sextas-feiras. Na segunda o horário é livre. Todos os dias às 18h30 é realizada a oração da tarde. E, como a tradição dita, às 19h30 eles jantam. Para os alunos do último ano a dedicação já é integral para a comunidade nos fins de semana. Dentre esses alunos “quase prontos para o casamento com a Igreja”,

como eles mesmos dizem, estão Jean Patrik Soares, 26, e Ângelo Altar de Oliveira, 25. Para Jean, que chegou a cursar um ano de Administração, o discernimento para seguir a vocação é muito importante. “Sempre fui muito sonhador. Sonhava até mesmo em trabalhar na rádio e fazer Jornalismo. Mas vi que poderia usar meus dons e qualidades para a função de Jesus. Mudei de foco com a motivação da fé. Sem esta base dada pela minha família não teria razão de ser outra coisa. Tenho com clareza as minhas


responsabilidades de seminarista”. Segundo os futuros padres, as cobranças da Igreja e da sociedade fazem parte da profissão. “Temos que ter clareza sobre o que queremos seguir. Até o dia do ‘casamento’ podemos desistir. Temos que sempre ser sinceros para sermos felizes. Hoje a Igreja está muito aberta para a comunidade. Fazemos coisas comuns como todo o mundo, sempre focados nos objetivos das ações. É até importante essa questão de se aproximar das pessoas com atividades comuns, pois a imagem do padre não fica distante”, argumenta Ângelo. No silêncio da casa que abriga a família de seminaristas há um misto de sede por conhecimento e contato com Deus. No quintal há espaço para o chimarrão. Todos em uma simplicidade única. “As pessoas às vezes esperam muito da gente. Exigem uma roupa específica para usarmos, uma forma de vivermos e até as palavras que devemos usar são policiadas por nós mesmos. Não é um trabalho fácil. É desafiador, já que vamos pegar um dos tempos mais difíceis para a Igreja Católica com o leque de opções que a comunidade tem hoje, a pluralidade de religiões. Mas a felicidade de estar aqui é o critério principal para ficarmos”, alega Jean. Aptos nas cinco áreas de formação: comunitária, humana afetiva, espiritual, pastoral e intelectual, cerca de dez padres são inseridos nas dioceses de Cascavel, de Toledo, de Palmas , Francisco Beltrão, de Foz de Iguaçu e de Guarapuava. Cada seminarista custa R$ 1,4 mil por mês, bancado pela diocese. As famílias ajudam nos custos individuais dos aspirantes a padre. As únicas exigências para os seminaristas é obediência, ao bispo à ordem e ao celibato. “A obediência é a única exigência que temos aqui. Estudamos para sermos padres, uma vocação para o dia inteiro. Temos nossos momentos de questionamentos e as áreas de formação ajudam a esclarecê-los. O celibato é algo muito comentado dentre as exigências para o ministério. Assumimos isso não como um peso ou um castigo, mas sim como um amadurecimento. Somos humanos também e contamos com limitações e debilidades para a função. Jesus me chamou e as pessoas que precisam de mim me motivam a estar aqui”, ressalta Ângelo. Nas tardes livres os seminaristas se reservam entre orações estudos e chimarrão Revista

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DUAS RODAS

Motores quentes nas trilhas

O motociclismo toma forma de terapia ocupacional trazendo a vont REPORTAGEM: EDER OELINTON IMAGENS: EDER OELINTON

A semana de trabalho de um cidadão que paga suas contas em dia é muito tumultuada, acordar cedo, escutar os resmungos do (a) companheiro (a) enquanto levanta, levar os filhos para escola, aguentar aquela professora chata que te espera todo dia cedo no portão da escola, com a intenção de iniciar alguma conversa, mas logo você a corta dizendo que está atrasado. Chega ao trabalho atrasado, olha a cara do chefe e sente um calafrio na espinha, com o profundo pensamento de que levará um pé na bunda, senti-mento este que logo lhe abandona e é substituído por um bem melhor, ao ver a secretária gostosa com aquele lindo sorriso. Mas daí você lembra que o emprego é uma droga, só está nele porque sua mulher insistiu em ter mais de dois filhos e lhe convenceu que é sua responsabilidade trazer o sustento pra dentro de casa. Estes são alguns fatores que causam o stress e leva as pessoas à loucura. Atividades diferenciadas nos finais de semana ajudam a combater esse mal, caminhadas nos parques da cidade e nas ciclovias, acupuntura, seções de massagem, ioga, e porque não a prática de esportes de aventura? Ciclismo urbano, rapel, escalada e uma boa alternativa praticada por grupos de amigos em Cascavel e demais cidades do Brasil é o motocross. Não existe nada melhor, segundo estes grupos, do que pegar a moto e enfiar em uma trilha adentro e se sujar de barro. Existem vários grupos de motoqueiros que se reúnem para pegar as estradas do interior de Cascavel, algumas delas: São Salvador, Rio do Salto, Juvinópolis e a Trilha da Fag. Por fim de semana chegam a percorrer aproximadamente 80 km. Geralmente uma boa moto de trilha tem autonomia de 200 km possui um tanque com capacidade para 12 litros. A concentração geralmente é feita em pontos estratégicos, postos de gasolina, por exemplo, eles aproveitam e calibram os pneus; enchem 24

Revista

o tanque e acertam os últimos detalhes antes da aventura começar. Moacir de Oliveira tem 42 anos e é um dos adeptos do motociclismo de aventura e há um ano se reúne com seus amigos. São profissionais das mais diversas áreas, farmacêuticos, advogados, empresários, médicos, mecânicos e ate desempregados. Moacir conta que se conheceram nas trilhas e formaram o grupo que ainda não tem nome, porém, já estudam alguns. O motoqueiro revelou que em uma de suas várias aventuras sofreu um acidente e por pouco não teve o olho perfurado por um galho que estava no caminho, e ressalta a importância

na utilização de proteção. “Além dos equipamentos a pessoa precisa estar preparada, 50% é equipamento e o resto é o piloto, não adianta uma pessoa ir pra uma trilha sem nunca ter pego uma”, afirma Oliveira. Acidentes sempre podem ser prevenidos com alguns cuidados essenciais. A primeira coisa a se preocupar são os equipamentos de proteção individual, ou EPI’s, que essencialmente são: capacete, óculos protetor, bota especial, luva, caneleiras, joelheiras, cotoveleiras, colete e bolsa de hidratação. É bom ter no


s,cabeças frias e alma lavada

tade de superar os desafios da vida

grupo ao menos uma pessoa que esteja preparada a prestar os primeiros socorros, caso tenham mais pessoas, melhor. Um mecânico também é indispensável. E como em todo grupo tem os loucos de plantão nunca é demais qualquer tipo de precaução. A COMPANHEIRA DE TRILHA Existem várias marcas de moto no mercado prepa-radas para a prática de esportes off-road, e a concorrência é acirrada quando o negócio é a disputa pelos clientes mais exigentes neste espaço do esporte que cada dia atrai mais adeptos. O custo inicial para quem

tem interesse em se aventurar pelas trilhas é de aproximadamente R$ 1.500,00 para uma moto usada e mais uma vez este valor para todos os equipamentos de proteção necessários. O risco de ficar na estrada com um equipamento usado é moderado. Depende do preparo e conhecimento do piloto, é recomendável conhecer mecânica básica ou ter um companheiro que entenda. Mas quem tem dinheiro de sobra pode adquirir excelentes modelos de motos que atendem todas as necessidades para um ótimo desempenho nas trilhas. As motos para o esporte são divididas em duas categorias: dois e quatro tempos. Para as de dois

tempos é necessária a utilização de óleo dois tempos que acarretará no melhor desempenho com pouca possibilidade de quebra do motor, já que este tipo de moto é mais explsiva por ter a rotação do motor mais alta que a de quatro tempos. O custo desta é mais baixo. As motos quatro tempos são as melhores em quase todos os quesitos, durabilidade, tecnologia, praticidade e conforto. Geralmente possuem partida elétrica e são bem mais caras. Alguns modelos disponíveis no mercado que podem ser utilizados nas trilhas: Honda XR 200cc, Honda CRF 230cc, YAMAHA XT 225cc, Sundown 200cc, dentre outras. Revista

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ALERTA

Em busca de saúde, um

Pro

Exercícios praticados de forma errada podem causar uma grande do REPORTAGEM: PATRÍCIA LIMAS IMAGENS: GIOVANA DANQUIELI

Sempre ouvimos falar sobre “fulano de tal que não joga porque está contundido” ou “devido a uma lesão ciclano fica afastado do esporte”. Mas geralmente nos deparamos com isso quando assistimos um jornal, lemos uma reportagem ou ainda ouvimos no rádio, falando sobre atletas profissionais, mas será que isso acontece na “vida real”? Em conversa com o fisioterapeuta Carlos Cesar Palmiro, descobrimos que esses problemas estão mais próximos do que imaginamos, e pode acontecer com qualquer pessoa. De acordo com o fisioterapeuta que também é proprie-


Estiramento

oblemão

or de cabeça, e ainda dores em vários lugares tário de uma clínica de fisioterapia, muitas pessoas procuram seu estabelecimento em busca de tratamento para contusões, entorses e lesões. “A maioria, são os chamados atletas de fim de semana, que não têm um programa de treinamento, não se preparam para particar aquele tipo de esporte, o esporte que mais gostam de fazer. E o futebol como as outras modalidades precise, necessita que a pessoa faça um treinamento, um preparo físico, frequente uma academia e seja bem orientada, para que os problemas não aconteçam com grande intensidade” alerta Palmiro. Mas primeiro vamos entender o que é uma contusão, uma entorse e uma lesão: Contusão: é uma lesão causada por um golpe no músculo, tendão ou ligamento, sem fraturas, geralmente causa hematoma; Entorse ou luxação: é a popular “virada”, em uma articulação ou junta, mais comumente no ombro e tornozelo, causa deformidade e também o hematoma; Lesão: é onde se pode chegar a contusão ou entorse, que é o rompimento de uma articulação, ligamento. Entendendo um pouco melhor sobre cada uma, já podemos relacioná-las com o nosso dia-a-dia A prática de exercícios é recomen-

dada e essencial para uma vida saudável, mas a má orientação, excessos e falta de preparo, podem tornar o que era para ser saúde e relaxamento, num problemão. De acordo com o fisioterapeuta a maioria dos problemas dessa natureza ocorrem em pessoas que frequentam academias ou são atletas de fim de semana. “Má postura e imediatismo, são os maiores causadores de lesões”, esclarece Palmiro, que vê na pressa de obtenção de resultados um erro. Ele acrescenta “o excesso de peso e repetição de exercícios pode causar lesões na coluna, joelho, ombros” e conclui “para iniciar a prática de exercícios, deve-se primeiro procurar um profissional da área de saúde para fazer testes, de esforço, eletrocardiograma e outros procedimentos que sejam indicados”, lembrando que a indicação é válida para todas as idades.Também são vítimas em potencial de contusões, entorses, lesões entre outras complicações os chamados atletas de fim de semana, trabalhadores que gostam de jogar sua bolinha, exageram na dose e acabam não conseguindo nem andar direito no outro dia, você já deve ter visto isso, se... não foi uma das vítimas. É o caso do contador Wendel Ribeiro que acostumado a jogar seu futsalzinho nos finais de semana, acabou fazendo um movimento brusco, durante um jogo, que lhe acarretou uma cirurgia. “No momento em que eu fui chutar a bola, a hora que eu caí, não com a perna flexionada, eu caí

com a perna esticada, daí deu um “baque” no joelho e houve uma ruptura no ligamento”, conta ele. Apesar dos transtornos, Wendel nem pensa em parar. “Em seis meses eu já posso voltar a jogar bola”, afirma. “Para a prática de esportes, é necessário uma preparação constante, sem exageros”, recomenda Palmiro. A recomendação do fisioterapeuta, é a prática constante de exercícios físicos com o acompanhamento de um profissional, e claro antes de cada atividade alongar-se e aquecer-se, o tempo e quantidade varia de acordo com o clima, quanto mais frio, mais tempo deve durar o alongamento. Muitas pessoas não sabem, mas após a realização da atividade física, deve-se repetir o alogamento, diminuindo a probabilidade de dores musculares. Exercitar-se faz parte de uma vida saudável e deve ser realizada com consciência e responsabilidade.


BELEZA

Uma tela em branco Uma relação de séculos: Mulheres e maquiagem

VE HA RC E T : ES E L I M A EM N TAG SIMO R O : REP G E N S IMA

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Revista

S

O gosto pela maquiagem já vem do antigo Egito quando os Faraós utilizavam perucas coloridas, e maquilagem nos olhos como ponto de destaque. Cleópatra foi uma das representantes da beleza, banhava-se em leite, cobria a face com argila e maquiava seus olhos com pó. Que mulher um dia não perguntou ao se olhar no espelho, agora o que fazer de maquiagem? Com todos os acessórios na penteadeira a dúvida é cruel quando se trata da nossa imagem diante das pessoas. Rosenilda Ávila, 19, estudante de serviço social confessa que a maior


dificuldade é passar a base e deixá-la uniforme, sem que o rosto fique com manchas. “Na minha bolsa você encontra de tudo, pó, base, delineador, etc.”. Por isso Juciele Alves, 20, não acha exagero sair de casa para trabalhar e lembrar que tinha esquecido o pó e voltar casa a para e pegá-lo “Não consigo ficar sem pó, lápis e batom, sem eles me sinto nua”. A consultora de vendas, Aline Pertile, do Boticário explica que para uma pele mais saudável, na hora de passar os produtos é indispensável utilizar hidratantes, deixando a pele sempre limpa. “A loja trabalha com três tipos de pele a clara, morena e a negra; cada uma dessas tem seus tons específicos, à cliente pode fazer o teste na hora que ela compra com as amostras no balcão”. Tecnologias têm sido utilizadas para a elaboração dos produtos, uma delas é o mineral, com as pedras preciosas ametista, turmalina e safira. Kaká Moraes, conhecido como o maquiador das estrelas, ao responder um bate papo para a revista “Nova” comentou que um dos principais segredos para um efeito bonito é a quantidade de produtos como bases e corretivos e a forma de aplicá-los à pele sempre dando leves batidinhas

com as pontas dos dedos. “O importante é que fique translúcida, com uma transparência em função da pele”. Realçar o olhar, uma das tarefas que a sobrancelha ocupa para o melhor procedimento. Fátima Bertoluci, cabeleireira da Viva Cosméticos, torna-a imprescindível. “Ao ver uma mulher com a sobrancelha que não foi feita, o olhar dela cai e aparenta ser bem mais velha”, ressalta Fátima. Quando a cliente chega, o primeiro procedimento de Bertoluci é encontrar o ângulo perfeito de cada mulher com a ajuda da pinça e da cêra um desenho é projetado com cuidado. Se mesmo assim a insegurança permanece o maquiador Junior do Studio 76 Hairdresser, comenta que seu dia a dia sempre um rímel, base e gloss devem estar nos “primeiros socorros”. Agora se quer cobrir aquela olheira, use um corretivo mais claro. “Um truque que eu uso é os três tipos de tons de base, escondendo com os mais escuros a parte indesejada e a mais clara dá um ar de mais uniforme e claro”, afirma Junior. “E se você tem um olho menor então nunca passe o lápis preto dentro dos olhos e sim contornar por fora, agora se os olhos são maiores pode abusar dos lápis,” explica. “As minhas clientes são ousadas e posso passar

desde um batom vermelho até um esfumaçado preto, olhos bem marcantes.” Por exemplo, se vir uma cliente com a pele mais clara, indaga o maquiador, os tons que usarei sempre serão os mais quentes, aqueles que a deixem mais alegre, porém se a pele for escura os tons mais frios vindos do marrom e do bronze é a melhor opção. Para aqueles que acham que maquiagem é coisa apenas de mulher o autônomo, Willian Bianco, conta que quando estava com sua exnamorada ela lhe pediu para usar corretivo porque suas olheiras estavam muito notórias. “No começo achei estranho usar, mas depois para sair nas baladas fazia toda a diferença na minha pele, hoje não vejo problema nenhum”. Não é a toa que este truque chamado maquiagem vem de tantos séculos na humanidade ganhando homens e mulheres, e seguindo com força junto com à moda às tendências de cada estação. Se na hora que você for se maquiar a dúvida permanecer, lembre-se que os especialistas falam: “Seja sempre natural nas cores, ou tenha um maquiador de confiança”. “Porém um ótimo passa tempo que eu tenho é o teste em minhas amigas, você faz e aprende”, explica sorridente Rosenilda.


´ SINDROME

Transtorno de Pânico pode

Problemas psicológicos que interferem no bem estar estão cada dia REPORTAGEM: ADRIANA MARCON E JAQUELINE FRANCO IMAGENS: FÁBIO CONTERNO

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Vivemos hoje expostos a um ambiente de constante tensão e estresse, isso acontece pelas mais distintas influências do conhecido mundo moderno, o que provoca grandes mudanças no humor e no comportamento de qualquer ser humano. Algumas doenças de fator psicológico que mais acometem as pessoas hoje são: depressão, estresse e ansiedade, o que provoca lesões nas importantes áreas de funções psíquicas, e desencadeia o desequilíbrio emocional, intelectual e social. Esses distúrbios modernos estão ligados ao modo de viver das pessoas. As exigências e pressões ocorrem a todo o momento, é um ritmo imposto pela sociedade para que haja ordem. Um mundo repleto de leis em que a regra é obedecer ou o indivíduo é subtraído daquele meio social. Seja no local de trabalho, na família ou no círculo de amigos, essas imposições, responsabilidades

e a pressão tem início cada vez mais cedo. Um exemplo típico disso são as crianças frequentando escolas ou creches desde a mais tenra idade, isso faz com que elas sejam inseridas nesse meio e, tenham uma carga de obrigações cada vez maior, deixando-as também mais suscetíveis a problemas emocionais. Muitas pessoas têm receio de falar sobre doenças de cunho psicológico, pelo fato de que se têm ainda preconceitos em relação ao problema, o que leva a maioria dos doentes a não buscar apoio de um profissional, isso porque ainda faltam informações acerca do assunto. Uma das problemáticas desse cotidiano agitado é o Transtorno de Pânico, uma angústia aguda que ocorre quando a pessoa é exposta a uma situação de fobia (medo), porém, pode ocorrer de forma espontânea também, ou seja, sem motivo aparente, nesse caso é

chamado de pânico patológico. A idade de início para o Transtorno de Pânico varia muito, ocorrem picos ao final da adolescência e após, picos menores, na casa dos 30 anos. Um pequeno número de casos começa na infância, e o início após os 45 anos é incomum, mas pode ocorrer. Alguns indivíduos podem ter surtos com anos de intervalo, e outros podem ter sintomas severos contínuos. A frequência e a gravidade dos “ataques de pânico” podem variar de uma pessoa para outra. Por exemplo, alguns têm ataques moderados e frequentes ou seja, uma vez por semana e que ocorrem regularmente por meses seguidos. As crises podem ter duração de cinco minutos até meia hora e a doença pode chegar a um estágio grave, em que a pessoa não consegue mais sequer sair de casa, ficando alienadas pela doença.

“No meu caso os primeiros sintomas, como tremores no corpo começaram aos 18, e ataque de pânico aos 27 anos”. Um portador do Transtorno de Pânico, que preferiu não ser identificado, conta em detalhes os sintomas da doença. A frequência dos sintomas são variáveis e geralmente desencadeados por situações de estresse:

Taquicardia – O sintoma foi persistente se tornando diário por dois meses logo após acordar ou no final da tarde e após situações de estresse.

Ataques durante o sono – Após pesadelos acordava com sudorese e taquicardia. No início era esporádico, após rotina exigente se tornou comum e parou com remédio para ansiedade.

Diarréia emocional – De 4 a 6 vezes. Uma vez com vômito, após estresse e medicação para dormir, a diarréia durou o dia todo numa fase aguda de pânico ao início do tratamento.

Ansiedade aguda – Geralmente acompanhada de sudorese e depressão. Apenas após situações de stress. Sintoma persistente, porém intenso quando não está sob medicamentos.

Falta de ar – foi comum durante os primeiros dias antes do tratamento, mas cessou após o uso de medicamentos para ansiedade. Cerca de 10 dias.

Insônia – Sintoma ainda em processo, e após um ano e meio de tratamento persiste cerca de três meses. Tento refrear com medicação natural.

Medo de barulhos altos – 4 ou 5 vezes sem razão aparente. Mesmo sabendo não estar sob risco, som de telefone, portas batendo, por período inferior à uma hora causava tensão.

Revista


e ter início sem causa aparente

a mais presentes no cotidiano do ser humano A síndrome prejudica fortemente o desenvolvimento emocional da pessoa. Em alguns casos como, a perda ou rompimento de relacionamentos, como sair da casa dos pais ou divórcio, estão associados com o início do Transtorno de Pânico, além dos traumas como acidentes automobilísticos, que desenvolvem um terrível medo de carro, ou de viajar, ou ainda vítimas de assalto, que se sentem extremamente inseguras, esses são chamados de Transtorno de Pânico póstraumático. As pessoas que sofrem desse mal se isolam do con-vívio social, perdem a auto-estima, se sentem infelizes, e têm dificuldade em levar à diante suas rotinas habituais, isso é uma consequência comum da doença. A psicóloga Rosane de Meira diz, “eles frequentemente atribuem seu problema a uma falta de “força” ou de “caráter””. Os parentes de primeiro grau de

indivíduos com essa doença têm uma chance maior de desenvolver o transtorno. Entretanto, em estudos realizados, percebe-se que mais da metade dos indivíduos com Transtorno de Pânico não possuem relatos de parentesco de primeiro grau que também tenham a doença. Já estudos com gêmeos indicam uma contribuição genética maior para o desenvolvimento. As crises geralmente acontecem sem que o indivíduo espere ou sem causa perceptível. E devido aos diversos sintomas que apresenta, a Síndrome do Pânico demorou para ser vista pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como doença. Ela foi reconhecida somente na década de 90, antes disso os sinais eram ligados aos de outras doenças, e sem causa identificada fazia com que esses pacientes sofressem cada vez mais. Hoje, estima-se que aproximadamente 3% da população mundial sofra deste mal.

E em relação ao tratamento da doença Rosane ressalta, “existe tratamento, que pode amenizar estes ataques e controlá-los. Poucas pessoas precisam de medicação para o resto da vida. O Transtorno de Pânico tem cura, porque ele é uma forma de reação do organismo a uma situação de estresse, e como saída a pessoa precisa tomar grandes decisões, perdas de relações afetivas ou até mudanças drásticas do estilo de vida”. E a psicóloga finaliza com um alerta, “no início a pessoa não sabe que é Transtorno de Pânico, ela se sente apenas preocupada, mas não sabe ao certo com o que, somente quando os ataques começam a ser mais recorrentes é que ela percebe que algo não vai bem. E para ajudar uma pessoa com este transtorno, oriente para que ela procure ajuda médica e psicológica, pois este tipo de indivíduo precisa de uma ajuda especializada”.

Fobia social – Desejo de isolamento e dificuldade de trabalhar em grupo. Acontecia desde os 21 anos, ou antes, difícil dizer.

e libido, era negativo em relação à doença. Refreado com medicamento (Cloridrato de Fluoxetina)(acho melhor não citar o medicamento) tendo sumido nos últimos meses.

Ele relata ainda, que a doença foi diagnosticada por um cardiologista, que por não detectar problemas que justificassem taquicardia e falta de ar deduziu então o Transtorno de Pânico. Realizou tratamento apenas com psiquiatra e consumo de medicamentos para depressão e ansiedade. Embora tenha buscado ajuda de psicólogo no início do tratamento não manifestou interesse em continuar. Depois de uma recaída nos sintomas buscou novamente ajuda de uma psicóloga.

Dispepsia (Gastrite Nervosa) – Um sintoma secundário, a gastrite geralmente é consequência a crises de ansiedade ou da insônia, que com o decorrer do tempo pode se transformar em uma úlcera. Depressão –Desde os 21 anos, antes dos 27 anos eram curtas, com outros sintomas se tornou constante. Não tinha desejo de morte, indisposição, sono, perda de memória

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PEQUENOS ASSASSINOS

De tempos em tempos uma ga

Ebola, varíola, gripe espanhola, peste bubônica, e o HIV ainda n REPORTAGEM: IZLA CORRÊA E TATIANA SCHICOWSKI IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Nossa história é marcada por acontecimentos bombásticos, guerras, catástrofes aéreas, naufrágios, acidentes, furacões, ondas gigantes... Mas nada se compara ao maior inimigo do homem, os vírus. O ser humano evolui e com ele os seres microscópicos que entram em nosso corpo se apropriam de nossas células, ganham nossas defesas e roubam nossas vidas. Não podemos vê-los, mas sabemos que eles estão aqui e sua única meta é reproduzir, podendo levar o ser humano a morte. Muitas doenças são consideradas extintas, apenas alguns detêm o poder em mãos que a qualquer momento pode ser usado para a destruição em massa. A maior preocupação do homem aos vírus está relacionada às armas químicas, que podem desencadear uma pandemia, além da possibilidade de mutação, que acarretaria em um problema ainda maior. Muito se discute sobre os vírus criados em laboratório, próprios para dissiminar a chamada população excessiva, mas são apenas especulações. De fato o ataque viral é realizado com sucesso, enquanto a cura para muitas outras doenças graves é tida como improvável, como o HIV.

Maria Inês, 48 anos, é portadora do HIV, há seis anos, mas descobriu que estava infectada à apenas quatro. “Foi tudo muito rápido, me envolvi com uma pessoa, depois de três meses ele morreu de parada respiratória e eu descobri que estava grávida, mas nem desconfiei que alguma doença mais séria tivesse desencadeado a parada”, conta. Foi com o apoio da família que desde que se descobriu soro positiva, Maria toma coquetéis todos os meses, e se cuida ao máximo para poder viver o maior tempo possível e cuidar de seu filho, que não foi infectado. “No começo era difícil acreditar que tinha acontecido comigo, cheguei a desejar minha própria morte e eu mesma tive preconceito da minha doença, mas lembrei que tinha um filho pequeno e uma família maravilhosa, é por eles que luto todos os dias contra ela”. Hoje, Maria leva uma vida normal sem se preocupar, trabalha, cuida de filho e da casa e namora ha um ano e meio um rapaz mais novo que sabe de sua doença. Como ela, milhares de pessoas são vítimas desta doença silenciosa, mas nem todos têm a mesma sorte e aceitação, principalmente familiar como Maria, a grande maioria sofre

O HIV ( Virus da Imunodeficiência Humana) é um vírus pertencente a classe dos retrovírus² e causador da AIDS. As células de defesa mais atingidas pelo vírus são os linfócitos CD4+, justamente aquelas que comandam a resposta específica de defesa do corpo diante de agentes como vírus e bactérias. Quando se diz que uma pessoa tem HIV, se refere que ela é portador do vírus, no entanto, quando nos referimos a AIDS é sinal indicativo que o hospedeiro já possui os sintomas característicos da doença. A transmissão do vírus é efetuada em qualquer uma das nomenclaturas. 1 - Genoma: é toda a informação hereditária de um organismo que está codificada em seu DNA, ou em alguns vírus no RNA. 2- Retrovírus: é um vírus que possui a enzima transcriptase reversa, que produz DNA a partir de uma molécula de RNA. Esses vírus 32

Revista

preconceitos perante a sociedade. A psicóloga Michelle Abdo Cassin, explica que esta discriminação acontece porque as pessoas sentem seus sentidos de ordem e suas sensações de controle para com as situações ameaçada com o desconhecido, já que até hoje ainda são muitas as dúvidas e os medos. Porém, o mais importante ao se deparar com uma pessoa portadora do vírus HIV é lembrar que este ser microscópico pode não ter cara, mas a pessoa com o vírus tem coração, sentimentos e como qualquer outro ser humano quer conquistar seus objetivos e viver sua vida. A infectologista do Cedip Dra Diana Gaboardi nos alerta que o vírus HIV atinge a célula do sistema himune acoplando-se ao DNA e reproduzindo até que ela rompa e o restante do organismo fique debilitado. O HIV sofre mutações relacionadas aos medicamentos, e cada paciente é tratado conforme sua necessidade. “O pior, é que esse vírus está entrando no esquecimento, e o índice de infectados só aumenta. Fico triste ao ver nossos colégas de saúde contaminados com essa doença”, desabafa a Dra Diana.

sofrem constantes mutações e durante a transcrição reversa podem se tornar cada vez mais difíceis de serem combatidos. ESTATÍSTICA DE PACIENTES ATENDIDOS NO CEDIP. LEVANTAMENTO DE 1989 À SETEMBRO DE 2009

QTDE

PACIENTES SORO POSITIVOS CASCAVEL

1033

ÓBITOS OCORRIDOS EM CASCAVEL

308

MUNICÍPIOS VIZINHOS

303

BEBÊS EM ACOMPANHAMENTO EM CASCAVEL

39

BEBÊS EM ACOMPANHAMENTO EM OUTROS MUNICÍPIOS VIZINHOS

16

Obs: dados obtidos no Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto-Parasitárias), com a Coordenadora Josana Dranka Horzath.


ama da população se esvai

não tem cura... O Ebola é extremamente grave e mata cerca de 90% dos infectados. Assim como os outros vírus, o Ebola se une a uma célula e insere seu genoma, fazendo com que se reproduza e infecte outras células. Em seguida ele começa a atacar os órgãos e tecidos do organismo, o colágeno responsável pela união dos órgãos se deforma e transforma-se em uma pasta viscosa deixando o coração flácido, o organismo já não coagula o sangue provocando inúmeras hemorragias internas, os olhos enchem de sangue levando o indivíduo contaminado a cegueira, a medula e o fígado apodrecem, o baço enrijece e o cérebro é destruído. Não há vacina, cura, nem tratamento eficazes. Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares impedidos de vê-los após o falecimento. A gripe espanhola como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha apareceu em 1918 e teve duas formas de contagio. A primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença que não causava mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal. No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918 quando marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Estima-se que entre outubro e dezembro de 1918, período oficialmente reconhecido como pandêmico, 65% da população adoeceu. Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes. Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram. A Gripe Espanhola ou Influenza é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que é transmitida por meio de gotículas expelidas pelo indi víduo doente ao falar, espirrar e tossir. A transmissão também pode ocorrer por contato direto ou indireto com secreções. Ainda hoje restam dúvidas sobre onde surgiu e o que fez da gripe de 1918 uma doença tão terrível. Estudos realizados entre as décadas de 1970 e 1990 sugerem que uma nova cepa de Vírus Influenza surgiu em 1916 e que, por meio de mutações graduais e sucessivas, assumiu sua forma mortal em 1918.

A Varíola também conhecida como rainha vermelha, é um dos maiores agentes que afetam o ser humano, porém já é quase extinta, e não faz vítimas desde 1980. O vírus se hospeda na célula, cria uma proteína e se expande pelo organismo. O sistema imunitário reage contra o vírus destruindo as células contaminadas, no entanto não bloqueia completamente a multiplicação, pois a proteína que é produzida na célula torna o vírus resistente aos anticorpos e ainda pode provocar câncer. Durante o século 18, cerca de 400 mil pessoas morriam por ano de Varíola, e no século 20, mais de 2 milhões de pessoas por ano. A transmissão da doença ocorre através do ar e do contato com pessoas, ou objetos utilizados pelo indivíduo contaminado. Após 14 dias de incubação a doença começa a se manifestar, os primeiros sintomas são: febre, mal-estar, fadiga, dores pelo corpo, bolhas purulentas, vômitos e náuseas. A doença pode ser prevenida através da vacina que cria imunidade contra o vírus.

A cólera foi vista pela primeira vez na Ásia, precisamente na Índia e em Bangladesh, e se espalhou para outros continentes a partir de 1817. No Brasil a doença teve o primeiro caso registrado no ano de 1885, invadindo os estados do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro e mais tarde em São Paulo. Foi apenas no final do século XIX, que o governo brasileiro declarava a doença erradicada de todo o país. A Cólera é uma doença viral que ataca o intestino dos seres humanos. A bactéria que a provoca foi descoberta por Robert Koch em 1884 e, posteriormente, recebeu o nome de Vibrio Cholerae. Ao infectar o intestino humano, essa bactéria faz com que o organismo elimine uma grande quantidade de água e sais minerais, acarretando séria desidratação. A bactéria da Cólera pode fica incubada de um a quatro dias. Quando a doença se manifesta, apresenta os sintomas: náuseas e vômitos; cólicas abdominais; diarréia abundante, esbranquiçada como água de arroz, determinando a perda de até um litro de água por hora e cãibras.

Foram nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, aonde chegavam milhares de ratos que a Peste Negra apareceu. Estes roedores encontraram nas cidades européias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto e o lixo acumulava-se nas ruas, então quando os ratos doentes morriam as pulgas que se encontravam nestes pequenos roedores passavam a parasitar nos homens e transmitiam a bactéria por meio da picada. Após adquirir a doença, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam nas axilas, virilhas e pescoço várias bolhas de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e febre alta. Era questão de dias para os doentes morrerem, pois não havia cura para a doença e a medicina era pouco desenvolvida. Aqui no Brasil, entre os anos de 1993 a 2007, foram notificados 74 casos de peste humana no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Minas Gerais. Nos últimos 5 anos, o Brasil registrou apenas 1 caso de Peste Bubônica em 2005. O caso foi registrado no estado do Ceará, no município de Pedra Branca, região serrana. Revista

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ARTISTA

Internetde vilã a aliada na luta contra a pirataria Músicos estão obtendo resultados positivos com a divulgação virtual REPORTAGEM: RAFAEL SCHOREK IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Baixar músicas da internet está se tornando um hábito muito comum entre os brasileiros, um fator que fez o mercado digital crescer cerca de 80% no ano passado. Aproveitando este momento positivo, estão os músicos e as gravadoras que buscam deixar de lado a dependência da venda de CDs. Mas a concorrência é desleal. A pirataria vem aumentando e é cada vez mais comum, tanto por meio de CDs vendidos livremente nas ruas como o de sites e compartilhadores de arquivos que possibilitam aos usuários da internet conseguir as músicas de forma rápida e gratuita. A pirataria digital se expandiu com o formato MP3 de compactação de

Hoje a banda CW7 que é formada pelos irmãos Pipo Wicthoff (guitarra), Léo Wicthoff (baixo), Paulinho Wicthoff (bateria) e a prima Mia Wicthoff (vocal/ piano), tem uma média de 1000 acessos por dia na página do My Space (www.myspace.com/ bandacw7) e mais de 45 mil membros na

arquivos de áudio digital. As músicas neste formato ocupam menos espaço no disco que os arquivos não compactados, o que facilita sua transmissão e armazenamento. Mas não foram apenas os fãs que aderiram a este formato, muitos músicos já utilizam o padrão MP3 para distribuir suas músicas de forma mais rápida e barata, facilitando assim o processo de divulgação do seu trabalho. A banda curitibana CW7 está seguindo essa ideia e vem colhendo bons frutos desse trabalho realizado através da grande rede. “Tudo o que a gente tem hoje na banda nós conseguimos por meio da internet, esse é o melhor meio de divulgação

que a gente encontrou, pois não envolve custos, envolve tempo, mas é um tempo gasto que é muito bem recompensado”, contou a vocalista da banda Amanda Wicthoff “Mia”. É dessa maneira que os artistas e gravadoras tentam minimizar os prejuízos causados pela pirataria. Uma coisa é certa, é impossível proibir essa nova geração de baixar arquivos da internet, tudo evolui, e com a música não poderia ser diferente: dos discos de vinil, passando pelas fitas e CDs; com o MP3 o que muda, é apenas a forma com que a música vem gravada. Agora as gravadoras terão que se adaptar a esse novo mercado que já caiu no gosto dos consumidores.




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