Urban F Magazine - Novembro 2018

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Ă?ndice Chef Pedro MagalhĂŁes........6 Sabores do Algarve.........12 Rubrica....................,,,,,,,.28

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Rockboyzstudio é uma marca de Streetwear para todas as idades! A marca foi criada em 2013 na Suiça mais propriamente em Zurich por um português ligado à moda. Na altura foi dado o nome RockBoyZurich. Teve um grande impacto nas redes sociais..criou se eventos..fashion shows etc. Em Portugal foi bastante reconhecida derivado as pessoas que começaram a vestir como o músico Jimmy P. , Diogo Piçarra entre outros artistas e djs nacionais. Pedro Placido fundador da marca em 2017 resolveu trespassar a marca e começar o seu novo projecto. Rockboyzstudio foi então o nome que o novo dono da marca a viver na Irlanda. Desde Março de 2018 foi então um novo começo para a Rockboyzstudio. 5 Rockboyzstudio é mostrar às pessoas que podemos vestir diferente mas igual.


Chef Pedro MagalhĂŁes

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Entrevista - Quem é o Pedro Magalhães por detrás da farda de cozinha? Nasci no Porto, tenho 24 anos e vivo em Oslo. Sou uma pessoa simples, divertida, apaixonada pela cozinha. - Como começou a tua história de amor com a cozinha? cliché dos clichés, lembro-me de estar na cozinha com as minhas avós, fosse nos fins de semana como nas festas de família. Comecei a crescer e a começar a fazer algumas coisas sozinho. Alguns bolos, um simples arroz.

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- Portugal foi o início desta tua grande aventura pelo mundo dos chefes. Como foi a tua experiência em Portugal? Como está a situação da hotelaria e restauração? Comecei a fazer estágios voluntários em alguns sítios no porto, desde a hotéis de nome, como restaurantes do guia Michelin até a restaurantes mais “normais”. Quando começou “asserio” estive no restaurante Shis no Porto e tive de ir para Tróia fazer um estágio obrigatório do curso de cozinha, quando terminado o estágio tive uma proposta ridícula que prefiro nem dizer o local nem os valores. Voltei para o Porto para um hotel de 4 estrelas onde, ao final de 1 mês disseram-me que não servia para trabalhar, mandaram-me embora. Fui então para o Restaurante Cafeina/Terra na Foz do Douro. Em relação á situação da hotelaria em Portugal, penso que esta “nova moda” de visitar o nosso país pode melhorar a situação salarial, a introdução de novos pensamentos e métodos de trabalho. Se mesmo assim os trabalhadores continuarem a ganhar 500 ou 600 euros e a trabalhar 6 dias , 12 horas por dia, algo está mal. Os empresários e donos de estabelecimentos deveriam olhar para dentro e agradecer a todo o staff pelo extra esforço que se faz todos os dias.

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- Sabemos que te encantaste por outras culturas também, quais os fatores que te levaram a sair de Portugal? Porquê Oslo? Passado 1 ano de lá (Cafeina/Terra) estar decidi que quando mudasse de restaurante seria apenas para o estrangeiro, dar um passo grande. Pensei que isso me faria crescer como chef e pessoa. Foi então que consegui um estágio não remunerado no Maaemo com 3 estrelas Michelin e em 35º lugar nos melhores restaurantes do mundo. As coisas correram tao bem que quando acabou o tempo de estágio, acabei por integrar a equipa de cozinha da Opera Nacional da Noruega onde fiquei 2 anos como “Chef de partie”. Em abril de 2017 recebi uma proposta para ser Sous-Chef do restaurante CRU (onde estou atualmente). Um projeto que me agradou e que nos foi premiado com uma entrada para o guia Michelin 2018 e top10 dos melhores restaurante do país.

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- Já viste um pouco do mundo, nessa tua experiência como viajante, qual é a cozinha com que mais te identificas? Não me identifico propriamente com uma cozinha. Gosto de viajar para poder ver e aprender outros estilos de cozinha, conhecer produtos novos, técnicas diferentes, culturas. - Nos últimos anos a profissão de cozinheiro tem obtido uma visão enorme nos midia em todo o mundo, seja através de programas televisivos, popularidade de chefes entre muitos outros. Qual é o impacto que essa visibilidade pode ter na próxima geração de cozinheiros? Acho que toda esta atenção que a nossa profissão tem tido faz com que as pessoas pensem que é fácil. Vais para cozinha, fazes as tuas coisas, tiras umas fotos, publicas e tens 1000likes. Não se apercebem que tens de dar no duro 15/16 horas, noites sem dormir, folgas em que acabas por ir ao restaurante. Não é tão fácil como fazem parecer. Posto isto acho que no futuro vai haver pouco pessoal na cozinha porque a maior parte doas pessoas não vai estar preparada para a dureza desta profissão.

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- Temos também assistido a muitos casos de jovens que começam a estudar cozinha e depressa se apercebem da dureza da profissão e seguem outros caminhos. Achas que os programas do género de masterchef mostram a realidade de uma cozinha profissional? Não, de todo. Esse tipo de programa não mostra o lado verdadeiro da cozinha. Engane-se quem pensa que este tipo de programa é uma rampa de lançamento, não é. Não se aprende o que é criatividade, trabalho duro, construção de menus, tentativas falhadas de pratos, detalhes. - Todos os dias são criadas milhares de páginas de chefes nas redes sociais. Qual a importância destas redes na divulgação de chefes e restaurantes hoje em dia? Penso que é importante haver este tipo de redes, mas saber utilizá-las. Na minha página de instagram apenas publico coisas relativas á cozinha, gosto de seguir os verdadeiros chefs (não aqueles que pensam que sabem sobre cozinha) e ver o que eles fazem, manter-me atualizado sobre técnicas, restaurantes etc. Tenho alguns seguidores e sei que ás vezes posso servir de inspiração, assim como eu me inspiro noutros chefs e restaurantes.

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- As pessoas em geral pensam num cozinheiro como alguém que apenas cozinha. É essa a realidade ou existem outras tarefas das quais não se fala? Existem muitas outras coisas que não se fala, por exemplo a limpeza da cozinha, a ajuda que existe entre toda a equipa na hora do serviço, como construir um menu, como calcular o preço do menu, saber fazer horários, saber se a equipa está contente. - Estrelas Michelin, qual é a tua opinião sobre elas? Achas que a pressão existente em torno dos chefes hoje em dia imposta pelo guia Michelin influência a vida fora da cozinha? Na minha opinião as Estrelas tanto podem ser bem vistas por quem está de fora como pode destruir a alma de alguns chefs. Os standarts são totalmente diferentes conforme os países, na Tailândia podes ter uma estrela a servir frango numa van , como em frança abres um restaurante qualquer e a ganhas facilmente. Depois tens países como Portugal e Noruega que tens quase que ir limpar os sapatos aos inspectores. Claro que um restaurante que ganha 1 estrela aumenta e muito o número de clientes interessados em provar a tua comida, mas será que é necessária tanta pressão? Claro que se estiveres disposto a apostar a ganhar uma estrela deixas de ter vida pessoal e passas a dormir no restaurante. Passas a ser mais agressivo e procuras sempre a perfeição.

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- Ouvimos sempre que não existe crescimento sem pressão, ás vezes é necessário destruir para construir. Quais as dificuldades que encontraste no teu caminho? Como lidaste com elas? Quando vim para cá não conhecia ninguém, não falava norueguês e a adaptação é difícil mas compensa no final. Tive numa escola a aprender a língua para ajudar no processo de adaptação. Apanhei também alguns chefs que viraram o meu pesadelo, mas se tiveres um objetivo e te focares nele, nada te vai parar. É muito importante ser forte psicologicamente. - Há chefes que se inspiram em viagens, outros em paisagens, alguns em cheiros e memórias e tu? Qual é a tua fonte de força e criatividade? Quando viajo tento sempre comer em 2 locais, nos “tascos” para ver o que mais de tradicional existe e o outro sitio são os restantes de topo, para poder ver como é que eles pegam em coisas tradicionais e as transformam em algo novo. gosto também de passear pela natureza, como lagos, florestas e parques. É relaxante e permite-me pensar em algo novo. - Na vida deparamo-nos com imensas personalidades, todos temos diferentes características, mas é certo que algumas delas são necessárias para chefiar. Quais são para ti as características essenciais para chefiar uma cozinha? Acho importante ser humilde e sincero e não deixar a arrogância subir á cabeça. É preciso muitos anos de experiência para poder ser um bom líder, é preciso saber falar e ensinar as pessoas, algumas demoram mais tempo que outras, é preciso ter paciência. 13


- Diz-se por aí que a maioria dos cozinheiros sonha em ter o seu próprio restaurante. Está na tua lista de objetivos, ver crescer algo com o nome Pedro Magalhães na base? Gostava de um dia ter o meu lugar, mas não vivo a pensar nisso. Sei que tenho muito que pedalar até conseguir isso, cada coisa a seu tempo. - Respiras cozinha e é nela que a tua vida assenta neste momento. Mas quais são as tuas paixões fora das “4 linhas”? Gosto de viajar, passear pela natureza e fazer as minhas experiências em casa. Claro que nada disto seria possível sem o apoio da minha família e claro da minha namorada, que é quem tem que levar com as minhas experiências todas, boas ou más eheh. É importante ter alguém que perceba o teu mundo porque ás vezes é preciso um filtro. - Chegamos á conclusão de que o Mundo do cozinheiro é duro, ambicioso, competitivo, é preciso garra, paixão e muita dedicação. Todos os dias há jovens com vontade de desistir, jogar a toalha no chão, quais são os teus conselhos para estes jovens que estão a começar? Não há tempestade sem trovão. Quando acharem que as coisas estão complicadas lembrem-se que vai haver sempre uma solução. E todas as coisas más servirão mais tarde para uma aprendizagem. É importante tentar tirar sempre algo positivo de todas as situações.

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A vida de cozinheiro ĂŠ bastante agitada e obrigado pelo tempo que encontraste para nos dar a conhecer um pouco melhor a tua realidade. Esperamos que continues com bastante sucesso essa tua jornada pelo mundo! https://www.instagram.com/pedro.mpm/?hl=pt https://www.instagram.com/cruoslo/?hl=pt

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Fábio Martins

Fábio Martins * Fotografo profissional * Formou se em fotografia geral pela ETIC_Algarve * Fotógrafo das áreas de moda, publicidade, urbano e artístico. * É fundador do único projeto fotográfico de dança a nível nacional, conhecido como Urban Dance * Já fotografou bailarinos nacionais e internacionais, * Já realizou exposições nacionais do seu projeto de dança * Fotografou o 1 modelo em cadeira de rodas do país *Entrada no Guinness book pela participação no maior álbum fotográfico do mundo *Sessão fotográfica promocional com o Cantor Kevin Lyttle do hit "Turn me on" *70 fotos no site da Vogue Itália *patrocinado por várias marcas nacionais e internacionais. *Fundador da revista online Urban F magazine *Formado em fotografia de recém-nascidos *CEO da agência Step by Step Models

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Adriana Lourenรงo

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Rubrica Amar alĂŠm-fronteiras

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Hoje vou falar-vos de amor, porque sem ele poucos de nós vivemos, apenas existimos. É ele que nos faz dar mais um passo quando pensamos em desistir, que nos ilumina por entre as lacunas da vida, quando nos perdemos, é nele que nos tentamos reencontrar. Neste momento devem estar a ler estas primeiras palavras e a pensar, mas afinal, isto não era sobre cozinha? Falanos de sushi, da cozinha italiana, da francesa, da portuguesa, do mundo, queremos ficar de água na boca! Queremos que nos contes a vida de um cozinheiro, as aventuras, o ritmo frenético e todas as coisas escondidas por detrás dos calos e cicatrizes que transportas em ti! Calma, havemos de lá chegar. Venham comigo, uns minutos, sei que tempo é o melhor que podemos dar a alguém, enquanto escrevo estas linhas penso na melhor forma de chegar a vocês, acho que vou parar e deixar o coração falar. O que há de errado no nosso país que nos faz partir? Porque olhamos tanto para um futuro e esquecemos o presente? Será que somos tão insaciáveis que o presente nunca será bom o suficiente? Acho que nunca vai existir apenas uma resposta para estas perguntas, a vida não é tão linear como gostaríamos e os mil e um motivos que nos levam a correr por um sonho diferem do coração de cada um. No meu caso, é o amor pela família que me move, é ele que seca as lágrimas que teimam em cair, que me faz adormecer depois de um pesadelo, é nos meus que encontro forças quando as minhas faltam, a imagem de os ver a sorrir leva para longe o medo de falhar. 34


Estou fora do meu conforto vai fazer 3 anos, 3 anos não é muito certo? Errado. Um ano tem 525948 minutos, 1577844 foram os minutos que estive longe do meu conforto, da minha casa, da comida da mãe e do cheiro a pai, dos amores de irmão, das lambidelas dos farruscos, do cheiro a mar e areia molhada. Claro que tenho férias, mas percebem a ideia. A maioria dos emigrantes vai em busca de uma vida melhor, de novas oportunidades, vai em busca de algo que infelizmente o nosso país não nos dá e deixa para trás os sentimentos, aprende a amar além-fronteiras, procura calor através de uma tela fria de telemóvel e agarra-se a um mundo virtual na esperança de preencher as falhas da realidade. Eu saí de Portugal aos 21 anos, na esperança de me encontrar como cozinheiro, quero ser chef um dia, claro, mas chef é apenas uma posição dentro da cozinha, é isso que temos que entender, o primeiro passo para ser bem-sucedido é criar personalidade e profissionalismo. Viajar é importante para um cozinheiro? Sem dúvida. Nas viagens e experiências conseguimos absorver outras culturas, aumentar o nosso cardápio de técnicas, produtos, conhecer outras personalidades e proporcionar essas viagens a quem come o que cozinhamos é o auge de todo o cozinheiro. Quando descobrimos que o mundo é mais do que a bolha em que vivemos, as oportunidades tornam-se infinitas, a possibilidade de encontrarmos a melhor versão de nós começa a ganhar forma.

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Cá fora somos desafiados todos os dias a trabalhar com produtos que não conhecemos, estamos constantemente em pressão, adaptação, não existe espaço para conforto, apenas trabalho árduo e muita vontade de vencer. Se em Portugal trabalhávamos 12 horas, cá fora temos que trabalhar 14 ou 15, se antes trabalhávamos 5 dias, aqui temos que trabalhar 6, não faz sentido deixarmos tudo o que nos suporta no nosso cantinho para virmos fazer o mesmo caminho cá fora é preciso querer mais. A vida social torna-se escassa, há pouco espaço para relações longas, amizades fora do mundo gastronómico, esta vida é baseada num copo com a tua brigada depois de um dia inteiro de trabalho, é em volta dessa mesma brigada que se começa a construir uma família e quando menos se espera temos família espalhada pelo mundo fora, esta é uma das coisas mais belas desta indústria. Atenção, isto é uma opinião pessoal e baseada no que vivi até hoje, como disse umas linhas atrás, nada neste mundo é linear.

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Porquê “amar além-fronteiras”? Acho que vou deixar esta pergunta para que vocês possam fazer a própria interpretação. Será que estou a referir-me às amizades e família que temos de aprender a amar à distância e que mesmo tentando, grande parte da ligação se perde? Ou será que estou a falar de construir um mundo mais feliz e com mais amor fora da nossa bolha a que estamos habituados? Talvez nem um nem outro ou um pouco de ambos. Estas viagens pelo mundo ensinaram-me que o tempo é o mais precioso que podemos dar a alguém pois ele não volta, se vos der 1hora escrevendo este texto, essa hora da minha vida é vossa, se pensarmos que alguém nos está a dar parte da sua vida, aprendemos a amar um pouco mais e melhor. E acho que é isso que o mundo precisa, mais atenção ao detalhe, menos memórias fugazes, mais viagens, menos acomodação, mais cultura, menos mídia, mais vontade de fazer melhor, mais palavras de coração, menos medo de sentir, mais sonhos, menos dúvidas. E vocês, o que acham que faz falta neste mundo?

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