Revista autopress 34

O melhor

Ano 1, Número 34, 26 de dezembro de 2014

Edição Especial

de

2014

EDITORIAL

Acerto de contas

Fim de ano é sempre época de reflexão. Analisar o que deu certo e, por outro lado, tudo que ficou só em promessas. No segmento automotivo não é diferente. A “Revista Auto Press” revirou todos os testes realizados ao longo de 2014 para, nesta edição especial, mostrar quais carros se impressionaram mais e também quem figura como a maior decepção do ano. Além disso, avalia como se comportou o mercado de automóveis, motos, caminhões e ônibus.

As vendas de veículos estão menores que em 2013. E muitos fatores contribuem para esse resultado. Desde o aumento dos juros à perda de confiança do consumi03 - Especial: Destaques de 2014 dor, o que faz com que a projeção de encerramento de 2014 seja de 3,45 milhões de automóveis emplacados, aproximadamente 300 mil unidades a menos que no ano passado. Já no segmento de duas rodas, a queda estimada é menor e deve se fixar em 5%. O pior balanço fica por conta dos caminhões e ônibus, que tendem a amargar uma redução próxima a 12% e 15%, respectivamente. Sendo que, pelo menos nessas categorias, a notícia não é tão ruim. O volume de vendas ainda permite bons lucros às fabricantes. Mas os aficcionados 12 - Retrospectiva 2014 pelas avaliações não precisam lamentar. Diretamente do México, os leitores conferem um dos mais vultosos superesportivos da atualidade: a Ferrari 458 Spider, vendida no Brasil por R$ 2,1 milhões. E ainda o desempenho do Dodge Challenger SRT Hellcat, que ostenta, entre outras particularidades, seus estrondosos 717 cv e 90 kgfm de torque extraídos pelo poderoso V8 de 6.2 litros supercharger que ele esconde sob o capô.

Boa leitura!

18 - Dodge Challenger SRT Hellcat

Sumário Edição de 26 de dezembro 2014

25 - Ferrari 458 Spider

31 - Balanço do mercado em 2014

35 - Retrospectiva 2014

Jaguar F-Type: Luiz Humberto Monteiro Pereira/CZN

Primeira

teste

classe

Jaguar F-Type brilha em 2014 enquanto Volkswagen Up decepciona nas vendas

por Mรกrcio Maio Auto Press

O

Renault Mégane Sport: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

mercado de luxo no Brasil, decididamente, é o mais promissor. Tanto que, apesar da queda geral nas vendas, as chamadas marcas premium estiveram um bocado ativas em 2014. E, claro, acabaram se destacando nas avaliações realizadas pela equipe do noticiário automotivo “Auto Press”. Caso do Jaguar F-Type Coupé R, que teve nota máxima em várias categorias e se tornou um dos grandes destaques entre as novidades que chegaram ao país neste ano.

A marca britânica conseguiu com seu imponente cupê marcar presença no desempenho, interatividade, tecnologia e design. E quase abocanhou ainda o quesito acabamento, e levou nota 10 em metade dos quesitos avaliados durante o lançamento, em abril na Espanha. Para isso, contou o estrondoso motor V8 5.0 de 550 cv e 69,3 kgfm de torque, os comandos e mostradores inspirados na aviação, controle de estabilidade, suspensão esportiva com sistema adaptativo e modo dinâmico configurável, injeção direta com pulverização direcionada (SGDI), distribuição variável dupla independente (DIVCT) e seu desenho imponente e sedutor.

Outros dois cupês importados conquistaram nota máxima em desempenho. O Audi S7 surpreendeu com seu V8 4.0 de 420 cv capaz de levar o modelo de zero a 100 km/h em apenas 4,5 segundos, 0,4 s a menos que o britânico – e também empatou com ele em tecnologia. E diretamente da França, com vendas apenas prometidas para o Brasil, o Renault Mégane RS, com sua ficha técnica um pouco mais “humilde”, se impôs com um “pequeno” 2.0 turbinado capaz de descarregar 265 cv e levar o carro aos 250 km/h, limitados eletronicamente.

Mas não basta ter força, é preciso manter o carro com as rodas fincadas no chão e na direção certa. A Suzuki apostou alto na aderência mecânica do hatch compacto Swift Sport e garan-

tiu sua presença na lista dos melhores do ano na estabilidade, dividindo o posto com a Mercedes-Benz C250 Sport e o Honda Civic Si. Enquanto isso, o ecológico Fusion Hybrid conseguiu encabeçar a lista em duas áreas distintas: interatividade – empatado não só com o F-Type, mas também com o Citroën C3 – e consumo, como já era de se esperar, já que tem o melhor aproveitamento energético aferido pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro, com 1,33 MJ/km. Neste quesito, o Nissan March também se destacou com a motorização 1.0, que obteve índice de 1,59 MJ/km, na mesma avaliação do InMetro.

E o hatch, que se tornou brasileiro em 2014, reinou sozinho ainda no que diz respeito a custo/benefício. Seguindo a ideia de oferecer mais por menos, a Nissan oferece itens só disponíveis em modelos acima de R$ 50 mil e custa 10% menos que os rivais diretos.

Conforto é uma característica que normalmente se espera de um sedã. E foi isso que a nova geração do Toyota Corolla apresentou, ao ganhar bons 10 cm no entre-eixos. Isso junto com a Chevrolet Trailblazer, que ostenta 15 cm a mais de entre-eixos que o japonês e ainda conta com uma terceira fileira de bancos.

Algumas investidas dão certo, outras não. A Volkswagen apostou alto no pequeno Up!. Afinal, o carrinho é moderno, eficiente e simpático. O problema é que a marca alemã acreditou que ele seria um sucesso instantâneo e que venderia as 12 mil unidades mensais necessárias para justificar o investimento na fábrica de Taubaté. Não foi. Esse papel foi protagonizado este ano pelo simpático Ford Ka. Resultado: a Volkswagen não conseguiu substituir à altura o finado Gol G4 e perdeu a liderança mantida pelo seu compacto por mais de um quarto de século. Com isso, o Fiat Palio conseguiu se fechar 2014 como o campeão de emplacamentos nacional.

VW Up!: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Os melhores em cada ponto Desempenho – Jaguar F-Type Coupé R, Audi S7 e Renault Mégane RS O F-Type Coupé R carrega toda a tradição da Jaguar e do segmento de superesportivos. O carro ostenta surpreendentes 550 cv de potência e 69,3 kgfm de torque, uma combinação que leva seu motor V8 5.0 litros turbocomprimido a entregar uma força brutal em todas as faixas de giros. A performance é digna de um carro de corrida, com velocidade máxima de 275 km/h e o zero a 100 km/h em apenas 4,9 segundos. A alemã Audi também fez bonito com seu cupê S7. Equipado com um V8 de 4.0 litros de 420 cv e 56,1 kgfm de torque, o carro atinge os 100 km/h ainda mais rápido que o F-Type: leva apenas 4,5 segundos, com sua máxima limitada eletronicamente em 250 km/h. Em outra proporção, o Mégane RS deixa bem claro o valor da assinatura Renault Sport. O 2.0 litros turbinado de 265 cv tem potência de sobra para um desempenho impressionante. Qualquer saída de sinal pode ter muita emoção e o zero a 100 km/h em 6 segundos denota bastante esportividade.

Estabilidade – Suzuki Swift Sport, Mercedes-Benz C250 Sport e Honda Civic Si A Suzuki trabalhou fortemente na aderência mecânica do hatch compacto Swift Sport. A marca japonesa trocou o tipo de aço de partes do monobloco para aliviar o peso do carro – de 1065 kg – e ganhar rigidez torcional. Além disso, trabalhou a suspensão dianteira McPherson com amortecedor com uma segunda mola e na traseira instalou um eixo autodirecional com esterçamento de até 3 graus. Garantiu uma carroceria sem rolagens laterais e excluiu qualquer possibilidade de oscilações

Audi S7: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Honda Civic Si: Raphael Panro/CZN

Ford Fusion Titanium Hybrid: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Peugeot 3008: Isabel Almeida/CZN

em freadas e acelerações. Outro modelo que se destacou neste quesito foi a a Mercedes-Benz C250 Sport. O novo conjunto suspensivo, fomado por fourlink na dianteira e multilink independente na traseira, dá ao sedã um equilíbrio dinâmico condizente com seu desempenho. Já a Honda parece ter colocado cola nos pneus do Civic Si. O cupê esportivo esbanja uma invejada aderência que permite extrair o máximo do carro sempre com sensação de segurança. Principalmente em função da barra estabilizadora mais grossa, dos pneus mais largos e o entre-eixos menor – são 5 cm a menos que no sedã.

Interatividade – Jaguar F-Type Coupé R, Ford Fusion Hybrid e Citroën C3 Os comandos e mostradores do Jaguar F-Type lembram os aviões de caça. No console, o botão laranja de acionamento do modo Dynamic remete à trava que é desacionada quando se está prestes a disparar um foguete. E tudo parece estar onde deveria.

Há muitas funções disponibilizadas, mas com utilização quase sempre intuitiva. Mesmo caso do Ford Fusion Hybrid, que tem painel de instrumentos personalizável – pode-se priorizar informações do computador de bordo, do sistema de som, do GPS ou do próprio sistema propulsor, que mostra o uso do motor elétrico e a energia recuperada nas frenagens. Há até um “jogo” em que o carro premia o condutor que dirige economicamente com folhas verdes que “brotam” no painel. Destaque para o volante multifuncional, com nada menos que 16 botões. O Citroën C3 não chega a tanto. Mas seus comandos vitais estão à mão e a posição de dirigir é facilmente achada pelos multiplos ajustes de banco e volante. A visibilidade dianteira é um ponto forte e o grande para-brisa Zenith aumenta a sensação de amplitude.

Isso sem falar na direção elétrica, uma das mais bem acertadas do mercado nacional.

Nissan New March: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Consumo – Ford Fusion Hybrid e Nissan March 1.0 O Ford Fusion Hybrid se mostrou verdadeiramente ecológico no Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro. O sedã norte-americano registrou médias de 16,8 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada com gasolina. Isso garantiu um índice de consumo energético de 1,33 MJ/km. Sem um motor elétrico para ajudar na redução de emissão de poluentes, o Nissan March 1.0 SV marcou, na mesma avaliação, 8,7/10,4 km/l com etanol em trecho urbano e estrada, respectivamente. Na gasolina, os números subiram para 12,5/14,8 km/l. O resultado foi a nota “A” tanto na categoria quanto no geral. Seu índice de consumo energético ficou em 1,59 MJ/km.

Conforto – Toyota Corolla e Chevrolet Trailblazer A nova geração do Toyota Corolla teve como uma de suas principais prioridades o conforto dos passageiros. O comprimento pulou de 4,62 metros para 4,70 m e a distância entre os eixos subiu 10 cm para chegar a 2,70 m. Só o novo relevo das caixas de rodas proporcionou 7,5 cm adicionais entre a base do banco traseiro e o encosto do banco dianteiro. Com isso, mesmo as pessoas com estaturas mais avantajadas não sofrem.

O mesmo acontece na Chevrolet Trailblazer. Seus 4,88 metros de comprimento, 2,85 m de entre-eixos e a altura avantajada trazem bastante comodidade para os ocupantes. Há espaço de sobra para os cinco ocupantes das duas primeiras fileiras. Já os dois assentos de trás até acomodam adultos, mas com sacrifício.

Tecnologia – Jaguar F-Type Coupé R e Audi S7 Neste ponto, o Jaguar F-Type Coupé R não economiza.

Desde as tecnologias comuns a modelos de luxo, como sistemas de entretenimento sofisticados e ajustes personalizados para os bancos, até os diversos sistemas de auxílio dinâmico para o motorista. O Audi S7 não carrega tanta tecnologia, mas tem um

Suzuki SwiftSport: Eduardo Rocha/CZN

Fiat Strada Adventure 1.8 16v Locker: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Ranger Rover Evoque Si4: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

interessante sistema multimídia e ainda controlador de velocidade de cruzeiro ativo com sistema de visão noturna. Fora o motor V8, que conta com desativação de cilindros para reduzir consumo e emissões.

Habitabilidade – Fiat Strada Adventure CD, Peugeot 3008 e Mercedes-Benz GLA 200 A terceira porta na Fiat Strada foi além de facilitar acesso ao banco traseiro. Ela deu à picape o “status” de carro de passeio.

Sua abertura do tipo “suicida” se mostra mais eficiente que uma tradicional de um carro com quatro portas. Facilita, por exemplo, o acesso a crianças, idosos ou pessoas com limitações de locomoção, já que se abre em um ângulo de quase 90º e a lateral direita não possui coluna central. Já o Peugeot 3008 é recheado de porta-objetos e conta com bancos rebatíveis e moduláveis.

Seu teto solar panorâmico amplia ainda mais a sensação de espaço interno. Também na linha de crossover, a Mercedes-Benz GLA 200 consegue unir amplitude ao charme, já que possui 17 fontes de iluminação que destacam seus pontos mais importantes, como puxadores, porta-copos e área de controles dos vidros, entre outros.

Acabamento – Land Rover Range Rover Evoque e Peugeot RCZ O Evoque é o menor dos Range Rover. Mas isso não o deixa atrás quando a questão é o acabamento. Materiais de altíssima qualidade estão por toda parte, sempre com uma montagem perfeita. O painel é revestido em couro, assentado sobre uma abundante camada de espuma. E o acabamento interno pode ser personalizado com madeira de duas cores diferentes ou alumínio escovado. Finalização semelhante tem o francês Peugeot RCZ. O esportivo esbanja sofisticação em seu habitáculo, com couro com costuras aparentes por toda a parte. O encaixe das peças é bom e, mesmo passando sobre pisos ruins, nada faz

barulho.

Design – Chevrolet Camaro SS Sunrise, Mini Cooper hatch e Jaguar F-Type Coupé R Um dos destaques nesta categoria, na verdade, pouco mudou com um ligeiro face-lift. A quinta geração do Chevrolet Camaro SS já é tão exuberante que nem foi preciso mexer em nada substancial. Mas a capota conversível acrescenta charme à fórmula já consagrada do modelo. Desenho também é um dos principais fundamentos do Mini. O Cooper exala modernidade e seu aspecto geral retro-futurista e a personalidade confiante permanecem nesta nova geração apresentada no fim do primeiro semestre de 2014 no Brasil. Mas um dos automóveis mais instigantes atualmente é o Jaguar F-Type Coupé. Fica difícil encontrar “senões” no aspecto estético, herdado do coupé esportivo conceitual C-X16, apresentado no Salão de Frankfurt de 2011. O estilo do F-Type de teto rígido transmite maior percepção de esportividade e robustez.

Custo/benefício – Nissan March 1.6 SL A Nissan depende do March para alcançar a pretensiosa meta de abocanhar 5% de participação no mercado nacional.

Daí a estratégia de oferecer mais por menos no modelo. O hatch – que foi nacionalizado neste ano, sendo fabricado agora em Resende, no interior do Rio de Janeiro – custa cerca de 10% menos que outros compactos do mercado com equipamentos semelhantes. E muitos nem dispõem de todos os recursos oferecidos no March, como por exemplo o sistema de entretenimento com GPS, câmara de ré e interligado a redes sociais. Por isso mesmo, reina absoluto no quesito custo/benefício.

Chevrolet Camaro: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Destaque do Ano – Jaguar F-Type Coupé R. Decepção do Ano – Volkswagen Up!.

Mini Cooper 2014: Eduardo Rocha/CZN

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Nem tão exclusivo

Renault resolveu cirar uma série limitada para dar uma forcinha às vendas do Logan no Brasil. A edição especial sedã do compacto da fabricante francesa terá o mesmo nome que a rival Citroên utiliza em seus versões top: Exclusive. O Logan Exclusive tem rodas com acabamento escurecido, retrovisores em preto brilhante e os adesivos “Exclusive” nas laterais. Por dentro, os bancos em couro exclusivos para essa versão, painel em um tom de cinza mais escuro e a inscrição “Exclusive” no volante.

De série, este Logan traz ar-condicionado automático, central multimídia Media NAV com GPS, Bluetooth, rádio, rodas de liga leve de 15 polegadas com desenho especial, controle de cruzeiro, câmara de ré, bancos em couro e vidro elétrico “one touch” apenas para o motorista. O motor é sempre o 1.6 8V de máximos 106 cv.

O Logan Exclusive tem preço sugerido de R$ 51.070 – com câmbio manual e R$ 53.470 com o automatizado Easy’R. Segundo a Renault, a “economia” é de R$ 710 em relação à versão Dynamique 1.6 com os mesmos equipamentos da série limitada.

O mercado brasileiro caiu para o quinto lugar no ranking global de venda de automóveis. De acordo com a lista da JATO Dynamics, o Brasil, mais uma vez, foi ultrapassado pela Alemanha.

O país europeu tomou a dianteira devido a 5.730 unidades a mais comercializadas, obtendo um crescimento de 4,2%, comparando os meses de outubro desse ano e do ano passado – enquanto o mercado brasileiro apresentou baixa de 7,2% no mesmo período.

A China continua liderando o ranking, somando quase 17 milhões de veículos vendidos no período janeiro-outubro – crescimento de 8,5% em relação a outubro do ano passado e 9,1% em comparação aos mesmos 10 meses de 2013. Mantendo os resultados positivos, os Estados Unidos continuam na segunda posição geral e o Japão vem em terceiro. Logo atrás do Brasil, está a Índia, que teve retração de 5,3% no mesmo período. Em seguida, no sétimo lugar fica a Rússia, que continua apresentando quedas impactantes – retração de 12,8 % no acumulado do ano e 10,1 % no mês.

Picapona

A nova geração da picape F-150 deve ganhar o famoso “tratamento” Raptor em breve. Informações dão conta que a estreia está programada para o Salão de Detroit, que acontece na primeira quinzena de janeiro, nos Estados Unidos. Com poucas informações reveladas, uma das principais mudanças deverá ser a carroceria constituída por alumínio – já disponível em outras versões da picape – que a tornará mais leve.

A F-150 Raptor está disponível no mercado americano desde 2010 e se diferencia das demais versões pelo visual mais agressivo e encorpado, além de um melhor desempenho off-road. O modelo foi projetado pelo braço esportivo Special Vehicle Team – SVT –, da Ford e, atualmente, é equipado com motor V8 6.2 de 411 cv.

Nessa nova geração, a picape deve ganhar um propulsor EcoBoost.

Honda Fit: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

autoperfil

Muita ação,

pouca reação Ano repleto de lançamentos não evita recuo em vendas e produção de automóveis no Brasil

por Raphael Panaro auto press

O

ano de 2014 foi agitado. A Copa do Mundo no Brasil, as eleições presidenciais e a economia claudicante desviaram um pouco a atenção das novidades do mercado de automóveis. E não foram poucas. A profusão de novidade, inclusive, evitou um resultado pior. A retração nas vendas veículos novos em relação a 2013 ficou em “administráveis” 8,4% nos 11 primeiros mesmos do ano – e não deve sofrer reviravoltas neste mês de dezembro. “Foram vários problemas: aumento dos juros, perda de confiança do consumidor, pressão inflacionária e menor disposição dos bancos em conceder crédito”, enumera Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors do Brasil. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea –, entre janeiro e novembro de 2014 foram emplacados 3,13 milhões de carros – no mesmo período do ano passado, foram registradas 3,41 milhões de unidades.

Mas há ainda quem acredite em uma leve recuperação do mercado no apagar da luzes. “Novembro registrou um dos melhores ritmos de vendas diárias do ano até agora, um sinal claro de que o consumidor continua ávido pela compra de veículos. A expectativa é de que este ritmo se mantenha ou até aumente em dezembro”, estima o otimista Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Moan acredita em dois fatores para esta possível reação: o 13° salário e a iminência da volta do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – aos patamares normais a partir de janeiro de 2015. Com a queda na comercialização, as fábricas tiveram que se adequar e a produção de automóveis retraiu 15,5%. Saíram das linhas de montagem no período 2,94 milhões de veículos – em 2013, o número era de 3,48 milhões.

Mas a maior mudança do ano no setor automotivo está se confirmando. A Fiat – mais precisamente sua linha Palio – está prestes a consolidar o posto de carro mais vendido do país, que

BMW i3: Eduardo Rocha/CZN A3 sedã 1.4: Eduardo Rocha/CZN

Fiat Uno Evolution : Isabel Almeida/CZN

Ford KA Hatch: Isabel Almeida/CZN

há 27 anos pertence ao Volkswagen Gol. O modelo produzido em Betim, em Minas Gerais, é líder de mercado há seis meses consecutivos e, até novembro, acumulou 160.784 carros contra 159.207 – exatos 1.577 exemplares a mais. Os sinais de naufrágio do Gol começaram em fevereiro, com a saída do modelo G4 da linha e a queda nas vendas da casa de 21 mil unidades mensais para as cerca de 13 mil/mês atuais.

A aposta da marca alemã ao inserir o inédito Up! no mercado brasileiro em fevereiro era vender 12 mil unidades/mês e cobrir a saída do Gol G4. Mas não deu certo. O pequeno modelo chegou com boas credenciais: moderno, econômico e jovial.

Mas o preço era pouco convidativo para o segmento de entrada e a receptividade deixou a desejar. Na média, o carrinho emplacou menos da metade do previsto.

Em 2014, o segmento de hatches compactos ainda viu um fenômeno surgir. O Ford Ka, idealizado e produzido em Camaçari, na Bahia, mas projetado como carro global – na verdade, para países emergentes – foi lançado em setembro e logo se firmou como um campeão de vendas. O compacto de entrada ressurgiu totalmente diferente daquele modelo carismático pelo qual ficou conhecido – com direito também a uma versão sedã.

Com novo design, tecnologia e motores eficientes, o hatch baiano já chegou às 12 mil unidades vendidas em um mês. “Estamos muito orgulhosos com o sucesso da nossa nova linha global e principalmente do Ka, que em apenas três meses já é o quarto carro mais vendido do mercado”, destacou Steven Armstrong, presidente da Ford América do Sul. Os segmento de hatch compacto ainda recebeu o Nissan March nacional, o Renault Sandero totalmente remodelado e o Fiat Uno reestilizado, além de estrear o sistema start/stop – geralmente presente em carros mais sofisticados. Pouco antes do término de 2014, a Volkswagen atualizou a gama Fox – in-

Mercedes-Benz GLA: Eduardo Rocha/CZN cluídos CrossFox e SpaceFox. Já a Honda lançou a nova geração do Fit, que já mostrou sucesso comercial ao vender mais que o antigo carro-chefe da fabricante japonesa, o Civic. A Kia “elitizou” o Soul, que agora custa mais de R$ 90 mil. Em um patamar acima, o Mini chegou com visual e motores novos. Porém, não perdeu o “ar” retrô.

Entre os médios, destaque para a nova geração do Toyota Corolla. Maior, com uma estética menos conservadora e agora com transmissão CVT, o sedã assumiu – com uma ligeira folga – a liderança do segmento de sedãs e deixou o Civic para trás.

A Honda, por sua vez, decidiu mexer apenas nas versões de entrada e intermediária do seu três volumes. A Renault também deu um “tapa” no seu representante: o Fluence. Modificação profunda mesmo ficou por conta do Honda City. Nas picapes, a Volkswagen se movimentou e lançou a Saveiro Cabine Dupla.

Com capacidade de levar cinco passageiros, o modelo cresceu nas vendas. Mas nada que abalasse mais um ano de liderança da eterna rival Fiat Strada e suas três portas.

Crescendo de forma exponencial, o segmento de utilitários ganhou novos “players” em 2014. Nos compactos, a MercedesBenz trouxe o GLA, o último membro da família A – depois do hatch Classe A e sedã CLA. Entre os médios, a Jeep começou a vender o novo Cherokee com sua dianteira “exótica” e a BMW, no finzinho do ano, lançou o X4. A marca bávara, inclusive, teve um 2014 particularmente agitado. Deu início à sua produção nacional em Araquari, Santa Catarina, com o Série 3 Active Flex e logo em seguida com o X1. Sem muito alarde, a marca iniciou a importação de mais modelos como Série 2 e sua variante conversível, além do Série 4 – Gran Coupé e Convertible. Mas quem fez barulho – nem tanto assim por ser um carro elétrico – foi o i3. O carro ecologicamente correto chegou com preço salgado – mais de R$ 200 mil –, porém concentra todas as forças da fab-

Renault Sandero Exp: Isabel Almeida/CZN

Toyota Corolla 2.0 Xei: Jorge Rodrigues Jorge/CZN

ricante no quesito mobilidade urbana do futuro. A compatriota Audi também não ficou para trás e trouxe mais integrantes da gama do A3: sedã – com motores turbinado 1.4 e 18 –, Cabrio, S3 e o utilitário esportivo RSQ3 Na casta dos esportivos foram adicionados membros de peso. A Chevrolet começou a importar o famoso Camaro na variante conversível. A Suzuki trouxe ao Brasil o apimentado Swift Sport e a Fiat finalmente iniciou as vendas do “nervosinho” 500 Abarth, de 147 cv. A Honda também recolocou o Civic Si de volta no país. Só que agora o esportivo é importado do Canadá, adota o estilo cupê e o motor é um 2.4 litros aspirado de 206 cv de potência. Sem querer saber de brincadeira, a Jaguar passou a comercializar a configuração cupê do aclamado F-Type – com preços exorbitantes, é claro.

Unidas para vencer

P

Toque de mestre

ara marcar a despedida do Lancer Evolution no mercado brasileiro, a Mitsubishi lança uma série ainda mais limitada. Restrita a 90 unidades, a versão será exclusiva para o mercado nacional e terá o “dedo” do preparador inglês John Easton – diretor técnico da Mitsubishi Ralliart nos quatro títulos da marca japonesa no World Rally Championship – WRC –, a principal categoria de rali do mundo.

O Evo X John Easton é equipado com motor 2.0 turbo de 16V capaz de render 340 cv de potência – 45 cv a mais que o “tradicional”, além de 48 kgfm de torque. Junto ao propulsor está uma transmissão automatizada de seis marchas e duas embreagens. No interior, a esportividade é esbanjada com bancos esportivos Recaro revestidos em couro no formato concha. O modelo se diferencia dos outros por uma plaqueta no motor com a assinatura do preparador inglês, um filete vermelho na grade frontal, logotipo na traseira e o preço de R$ 220.990 – R$ 7 mil a mais que o Evo “normal”.

Citroën e Peugeot traçam uma nova estratégia para tentar amenizar o impacto da queda nas vendas automotivas do Brasil. As duas marcas devem se unificar em breve e, assim, somar seus portfólios. Com isso, nas localidades onde existam uma concessionária Peugeot e outra Citroën muito próximas, apenas uma resistirá.

Sendo que os automóveis de ambas ficarão disponíveis. A ideia é manter a unidade com melhores resultados.

Por enquanto, tanto a Peugeot quanto a Citroën atuam no mercado nacional sem referências diretas ao fato de pertencerem ao mesmo grupo. Atualmente, no total, elas somam aproximadamente 300 pontos de venda no Brasil e detém 2,91 % de participação, sendo 1,66% da Citroën e 1,25% da Peugeot.

Sopro de esperança Apesar da situação tensa pela qual o setor de duas rodas passa no Brasil, uma luz parece se acender. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, a Abraciclo, os 15 dias iniciais de dezembro registraram aumento de 2,9 % na média diária de vendas em comparação com o mesmo período do mês anterior.

Foram 5.920 motocicletas comercializadas por dia contra as anteriores 5.753. No total, 65.118 unidades foram emplacadas entre os dias 1º e 15 deste mês – em novembro esse número era de 57.528 motos. Isso representa um crescimento de mais de 13%. Mesmo assim, esse resultado ainda desanima quando a comparação é feita com o mesmo período de 2013. A retração em relação ao ano passado é de 5,1%. Já para 2015, a expectativa é de retomada do mercado.

Músculos

vitrine

Dodge Challenger SRT Hellcat ostenta 717 cv e é o “muscle car” mais potente do mundo

fotos: divulgação

demoníacos

por Márcio Maio Auto Press

N

a década de 1960, as três principais fabricantes americanas, General Motors, Ford e Chrysler, travavam uma intensa disputa para ver quem desenvolvia o “muscle car” mais poderoso. Depois de uma longa trégua, entre os anos 1980 e 2000, a batalha foi retomada. Só que agora em outros patamares. Um golpe certeiro foi desferido pela Ford, em 2010, interminável ao relançar o Shelby GT500, capaz de entregar 558 cv. No ano seguinte, o Chevrolet injetou nada menos que 558 cv sob o capô do renovado Chevrolet Camaro ZL1 – no que a Ford prontamente respondeu, ao recalibrar seu Shelby V8 para descarregar estúpidos 671 cv. Mas a Chrysler, com pouca capacidade financeira para entrar em uma rinha exibicionista, manteve seu Dodge Challenger com motorizações menos pretensiosas. Mas após retomar o fôlego, depois de ser

absorvida pela Fiat e formar a Fiat Chrysler Automobiles, FCA, logo tratou de incrementar seu cupê Challenger. E resolveu enviar uma mensagem clara de desafio aos seus arquirrivais da Ford e Chevrolet com a versão SRT Hellcat, com seus avassaladores 717 cv.

Sob o capô vive um monstruoso V8 de 6.2 litros supercharger que garante 90 kgfm de torque aos 4 mil giros – 56,8 deles já aparecem a 1.200 rpm. A tração é enviada para o eixo traseiro por meio de uma transmissão automática de oito velocidades ou manual de seis marchas. Um detalhe curioso é que o carro tem duas chaves. Uma é preta e mantém o veículo em uma tocada mais branda: libera “apenas” 500 cv. Esta é para impedir que o filho adolescente explore todo o potencial do Hellcar. Já a segunda, com o tom vermelho pimenta, libera o bólido para atingir seu limite. Caso da aceleração, que é uma das maiores

atrações do modelo. O zero a 100 km/h é cumprido em apenas 3,6 segundos, 0,1 s a menos que o Ford Shelby GT500.

Na tela sensível ao toque, de 8,4 polegadas, é possível conferir informações relativas à navegação, áudio, controle de temperatura e Bluetooth, além de dados sobre o desempenho do Hellcat. A versão, aliás, tem uma série de modos de direção que alteram a entrega de potência, o comportamento da transmissão automática e do acelerador, o controle de tração e até as válvulas do sistema de escape.

Os atributos esportivos não tornam o Dodge Challenger SRT Hellcat inalcançável nos Estados Unidos – como, inclusive, ocorre com os rivais diretos. Ele sai da concessionária por cerca de US$ 60 mil, aproximadamente R$ 160 mil.

Espera-se agora os contra-ataques de Ford e Chevrolet, que não devem demorar muito.

Primeiras impressões

Puro-sangue

Cidade do México/México – Os materiais são de boa qualidade. A cabine do Challenger SRT Hellcat é confortável e o isolamento acústico é feito na medida certa. O carro tem todas as amenidades que se esperam de um cupê de luxo.

Sendo que, neste caso especificamente, a presença de um motor completamente endemoniado é o grande diferencial do esportivo.

Ao pressionar o botão de arranque, o que se houve é uma nota rouca. O Hellcat tem tantas opções de configuração que leva um certo tempo até explorar todos os comandos e possibilidades do modelo. Para a avaliação, o modo de direção escolhido foi o Track, que automaticamente ajusta suspensão, transmissão, direção e resposta do acelerador para oferecer o melhor desempenho possível.

O rugido rouco do motor cria uma sinfonia viciante. Mas é importante mencionar que o Hellcat demanda muita sutileza e cuidado na hora de pressionar seu acelerador. Seus pneus com 20 polegadas são insuficientes para entregar os níveis de aderência necessários a um carro com essas especificações técnicas.

Ficha Técnica Dodge Challenger SRT Hellcat Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 6.166 cm³, oito cilindros em V, quatro válvulas por cilindro, duplo comando e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.

Potência máxima: 717 cv a 6 mil rpm.

Torque máximo: 90 kgfm a 4 mil rpm.

0 a 100 km/h: 3,6 s.

Velocidade máxima: 320 km/h Diâmetro e curso: 103,9 mm X 90,9 mm. Taxa de compressão: 9,5:1.

Suspensão: Dianteira independente com amortecedores a gás. Traseira independente do tipo five links.

Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.

Pneus: 275/40 R20.

Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD. Carroceria: Cupê em monobloco, com duas portas e cinco lugares.

Com 5,01 metros de comprimento, 1,92 m de largura, 1,41 m de altura e 2,95 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina

de série.

Peso: 2.013 kg.

Capacidade do porta-malas: 459 litros.

Tanque de combustível: 70 litros.

Produção: Brampton, Canadá.

Lançamento mundial: 2014.

Preço: US$ 60 mil, equivalente a R$ 160 mil.

Pega ladrão

Alma dispendiosa

A

Kia do Brasil atualizou sua tabela de preços. Com isso, o crossover Soul passou a custar R$ 92.900 na versão de entrada e R$ 96.900 na topo de linha – a principal diferença entre as duas configurações está no teto panorâmico. Anteriormente, a configuração de entrada custava R$ 89.900 e a topo R$ 92.900. O aumento do preço do veículo tem como justificativa a nova central multimídia

com GPS e DVD. O novo Kia Soul chegou ao Brasil em agosto desse ano e é equipado com motor 1.6 flex de 128 cv e transmissão automática de seis marchas. Outra mudança também realizada pela marca coreana está no sedã Cerato.

A linha 2015 do veículo só estará disponibilizada com câmbio automático de seis marchas. O modelo é equipado com o mesmo motor doSoul e o valor parte dos R$ 71.900.

A violência está mudando o comportamento de algumas marcas automotivas. A Motorrad, divisão de motocicletas da BMW, por exemplo, anunciou que os proprietários de alguns modelos da fabricante já podem instalar dispositivos eletrônicos de rastreamento e localização sem afetar a garantia.

Com isso, além de facilitar as buscas em caso de roubo da motocicleta, ainda é possível diminuir o valor do seguro do bem, já que muitas seguradoras dão descontos a quem utiliza esses serviços.

Os modelos que já fazem parte desta estratégia são a BMW S 1000 RR, S 1000 R, HP4, F 800R, F 800 GS, F 800 GS Adventure e G 650 GS. Mas, para poder aproveitar o benefício, a instalação do rastreador e eventuais manutenções do mesmo devem ser feitas nas próprias concessionárias BMW, sempre por um técnico autorizado do fabricante do dispositivo. E a medida só é válida para rastreadores homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel.

fotos: divulgação

Eescancarada sportividade Sem capota e com 570 cv de potência, 458 Spider mostra toda a maestria de uma Ferrari

automundo

por Raphael Panaro Auto Press

O

s carros conversíveis no Brasil vão do oito aos 80. O mais barato deles é o Fiat 500C, que custa quase R$ 60 mil. Depois seguem Smart Fortwo Cabriolet – de pouco mais de R$ 73 mil –, Peugeot 308 CC, que chega na casa dos R$ 130 mil, e os Chevrolet Camaro Sunrise e a MercedesBenz SLK, que beiram os R$ 250 mil. Mas o segmento não para aí.

Entre os mais vultosos está a Ferrari 458 Spider. São necessários R$ 2,1 milhões para levar o bólido italiano sem capota para casa. A quantia é R$ 350 mil mais cara que a versão cupê.

Se ter uma Ferrari no Brasil é um privilégio para poucos, uma Ferrari conversível é ainda mais.

O charmoso abrir ou fechar da capota rígida retrátil consome cerca de 14 segundos. Ainda segundo a marca italiana, por ser feita em alumínio, permitiu uma redução de peso de 25 kg em relação às capotas de lona usadas na antecessora F430 Spider. No total, a configuração Spider tem 1.535 kg – apenas 50 kg a mais que a versão cupê – e tem seu

peso distribuído na proporção 42/58 nas partes dianteira e traseira. O desenho do modelo buscou diminuir a turbulência no habitáculo a ponto de motorista e passageiro poderem conversar mesmo quando estiverem “devorando” as estradas com capota aberta e acima dos 200 km/h.

Além do design inspirado – saído das pranchetas do estúdio Pininfarina – e da “ausência” de teto, a 458 Spider ainda traz uma joia “cravejada” na traseira. É o motor V8 central-traseiro de 4.5 litros. Com injeção direta de combustível, o propulsor entrega 570 cv de potência a 9 mil rpm e 55 kgfm de torque a 6 mil giros. A potência específica é de 127 cv por litro, uma boa marca para um motor aspirado – sem turbo ou compressor volumétrico. Associado ao V8 está um câmbio sequencial de dupla embreagem com sete marchas e acionamento feito diretamente no volante por meio das grandes aletas – uma das heranças da Fórmula 1.

Esta transmissão permite que as trocas de marchas sejam feitas em ínfimos 0,06 segundo.

O modelo ainda conta com outras soluções importadas da maior categoria do automobilismo mundial. É o caso do “cockpit”, que foi criado com o intuito de facilitar a tarefa do motorista, com todos os comandos e mostradores ao alcance dos olhos e mãos. Tudo para que o condutor estreite a relação com a máquina. O volante com diversos botões também não nega a inspiração na F1.

Como todo carro feito em Maranello, difícil não esperar um desempenho absolutamente extraordinário. E a 458 Spider não decepciona. Assim como a versão fechada, o conversível precisa de apenas 3,4 segundos para alcançar os 100 km/h partindo da imobilidade.

Por razões de segurança, a Ferrari optou por diminuir a velocidade máxima da Spider, mas não muito: 320 km/h – 5 km/h a menos que a cupê. Uma diferença que, com certeza, não deixará chateados os entuasiastas que dispuserem da quantia milionária necessária para adquirir um exemplar.

Impressões ao dirigir

Intimidade pura

por Héctor Mañón do AutoCosmos.com/México exclusivo no Brasil para Auto Press

Toluca/México– O primeiro contato com uma Ferrari é através de sua chave. Uma peça absolutamente comum, sem sequer a tecnologia presente em muitos automóveis modernos, como uma simples codificação eletrônica. Dentro, um interior preto e cinza recebe bem o condutor e o assento é quase no chão. Na hora de ligar a máquina, não basta apenas girar a chave, há também um botão vermelho que “desperta” o V8 de 4.5 litros situado logo atrás do banco. O som característico de uma Ferrari está imediatamente presente com um “rúgido” metálico.

Depois da gafe de não saber como fazer a 458 Spider andar – bastava apenas um simples toque na “borboleta” direita que engata a primeira marcha da transmissão de dupla embreagem e sete relações –, o esportivo chama atenção pela dirigibilidade e equilíbrio. Na pista do Centro Dinâmico de Pégaso, em Toluca, a Ferrari conversível mostra que suas mudanças de direção são quase telepáticas. Leva-se mais tempo em girar

o volante que o carro apontar para onde a pista o leva. As transferências de peso são completamente neutras e, com o centro de gravidade muito perto do solo, a estabilidade é impressionante. A “falta” da capota parece não afetar a rigidez torcional e a 458 Spider está desenvolvida para oferecer as mesmas capacidades dinâmicas da versão cupê.

O propulsor V8 de 4.5 litros e 570 cv é um capítulo à parte. Não é tão agressivo como motores sobrealimentados, mas a

progressão que entrega a potência dá o sabor do motor naturalmente aspirado.

O câmbio faz trocas muito rapidamente e quase não deixa o giro cair na mudança.

O ruído emitido também merece um parágrafo. Preocupada com a turbulência aerodinâmica criada pela ausência do teto - que poderia arruinar a experiência do condutor em um Ferrari -, a marca italiana modificou os silenciadores e criou um verdadeiro “surround” no habitáculo.

Ficha técnica Ferrari 458 Spider

Motor: A gasolina, central-traseiro, longitudinal, 4.497 cm³, biturbo, oito cilindros em “V”, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote, duplo comando variável de válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 570 cv a 9 mil rpm.

Torque máximo: 55 kgfm a 6 mil rpm.

Aceleração 0-100 km/h: 3,4 segundos.

Velocidade máxima: 320 km/h, limitada eletronicamente.

Diâmetro e curso: 94 mm x 81 mm. Taxa de compressão: 12,5:1.

Suspensão: Dianteira e traseira independentes com triângulos sobrepostos e amortedores com ajustes eletrônicas. Oferece controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 235/35 R20 na frente e 295/35 R20 atrás.

Freios: Discos ventilados de cerâmica na frente e atrás. Oferece freios ABS com EBD de série.

Carroceria: Cupê em monobloco de duas portas e dois lugares. Com 4,52 metros de comprimento, 1,93 m de largura, 1,21 m de altura e 2,65 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais.

Peso: 1.535 kg.

Porta-malas: 230 litros.

Tanque de combustível: 86 litros.

Produção: Maranello, Itália.

Lançamento mundial: 2009.

Preço no Brasil: R$ 2,1 milhões.

Visão de futuro – A Hyundai se prepara para

lançar uma nova central multimídia. A apresentação deve acontecer no Consumer Electronics Show 2015, feira tecnológica que ocorre em janeiro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O sistema, com tela de sete polegadas sensível ao toque, é compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay e permite a conexão de smartphones via USB, com acesso aos contatos, ao conteúdo e até à navegação. A ideia é que ele chegue aos modelos em 2016.

Bancos dos réus – O jogador do Bayern de

A

Fim da linha

pós 12 anos no mercado nacional e cerca de 100 mil unidades vendidas, o Mitsubishi Pajero TR4 está com o término da produção em Catalão, Goiás, programado para este mês. No início da década, o “jipinho” chegou a responder por 25% das vendas da marca e durante muito tempo foi a única opção nacional dentro de seu segmento.

O modelo mantinha um número de vendas estáveis – média de 1.200 unidades mensais – e a marca japonesa não apontou a razão para tirá-lo de linha.

Munique e da Seleção Alemã, Marco Reus, tomou uma multa de trânsito com um valor inacreditável. Ele terá de pagar 540 mil euros, o equivalente a R$ 1,7 milhão porque dirige, há pelo menos três anos, sem a carteira de habilitação. Reus sequer tirou a primeira licença. Além disso, ele já tem também cinco outras infrações registradas, sendo elas por trafegar em velocidade acima do permitido. De acordo com Marco, ele fez aulas de direção aos 18 anos, mas não foi avaliado para ter direito à licença.

Que situação – Após 50 anos instalada próxima ao

Arco do Triunfo, em Paris, na França, a sede do Grupo PeugeotCitroën pode mudar de endereço. Com o objetivo de diminuir os gastos, o presidente do grupo Carlos Tavares apresentou um projeto para que a transferência da matriz fosse realizada para a cidade de Possy – próxima à fábrica da empresa. Caso a medida seja executada, um terço dos funcionários seriam realocados em outros endereços em Paris. As fabricantes passam por uma fase de reestruturação, e recentemente venderam ações para o governo francês e para a Dongfeng – marca chinesa de automóveis.

fotos: divulgação

Perspectiva histórica

Volvo VM: divulgação

transmundo

Mercado de caminhões registra queda de 12% em 2014, mas Brasil segue forte no cenário global

por Márcio Maio Auto Press

É

inevitável a decepção quando se trata das vendas de caminhões no Brasil. Os primeiros 11 meses de 2014 registram queda de 12% – passou das 140 mil unidades de 2013 para 123 mil, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea. Mas o clima nesse final de ano não chega a ser de desânimo. As perdas nos emplacamentos atingem todos os tipos de veículos automotores no país, porém há um consolo entre os caminhões. “Nos pesados e semipesados, teremos um recuo de pouco mais de 10% em relação a 2013. Mesmo assim, se trata do quarto melhor ano da história”, avalia Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil. “Temos um mercado total de caminhões que caiu em volume de vendas. Por outro lado, a indústria fica num patamar excelente se compararmos com o passado”, engrossa o coro o diretor de vendas de caminhões da Scania no Brasil, Victor Carvalho.

A queda registrada pela Anfavea entre janeiro e novembro é explicada por especialistas em função da desaceleração da economia e, principalmente, pela demora na oficialização do PSI, Programa de Sustentação do Investimento do BNDES, que oferece taxas vantajosas no financiamento de caminhões.

Como a liberação do PSI só ocorreu no final de janeiro, quase dois meses de vendas foram perdidos. Este fato retardou a aprovação dos pedidos de financiamento que estavam acumulados desde o ano passado.

Mas outros fatores foram decisivos nessa inibição de vendas. “A deterioração em vários indicadores macroeconômicos, a Copa do Mundo e as eleições presidenciais impactaram o mercado de forma negativa”, atesta Marco Borba, vice-presidente da Iveco para a América Latina. Entre outros transtornos, o mundial de futebol realizado no país inseriu feriados atípicos. E a disputa presidencial gerou um clima de

Mercedes-Benz Actros

incerteza a respeito do futuro. “Foram menos dias de produção e vendas e muita indefinição no cenário econômico. Tivemos de readequar processos para nos mantermos competitivos”, explica Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America.

Poucas foram as novidades que surgiram no mercado de caminhões brasileiro em 2014. A Volvo lançou uma edição especial em comemoração aos 20 anos de sua linha FH e também inseriu o câmbio I-Shift no line-up de seu modelo VM. Já a Mercedes-Benz sofisticou os seus Axor, Actros e Atego. Itens como cabine com cama dupla, assentos e suspensão, já presentes no extrapesado Actros, foram inseridos no pesado Axor e no semipesado Atego. A versão topo do Atego, 2430, e a linha Axor passaram a contar com o opcional câmbio automatizado PowerShift e Axor, Actros e Atego 2430 receberam melhorias

no eixo traseiro. A Ford relançou o semileve F-350 e o leve F-4000 – que haviam sido encerrados em 2011 – e ainda deu ao último uma versão 4X4, tornando-o o único caminhão leve com tração integral comercializado no Brasil. E a Iveco lançou, no mês passado, o Tector 150E21 Economy 4X2, que a marca italiana tenta posicionar em um nicho entre os médios e os semipesados. O Peso Total Bruto do novo caminhão é 15.400 kg e o modelo é destinado para entregas urbanas e também para curtas e médias distâncias rodoviárias.

As fabricantes são unânimes ao apontar o Brasil como um dos principais mercados globais não só de caminhões, mas também de ônibus. Tanto que algumas marcas que só trabalham com modelos importados no país já começam a instalar fábricas por aqui. Caso da chinesa Foton Beiqi, que tem mais de 25 concessionários implantados nas principais regiões brasileiras e se prepara para inaugurar, em 2016, sua unidade fabril em Guaíba, no Rio Grande do Sul. “Importamos em 2014 1.300 unidades da China, o que nos coloca como o segundo mercado da empresa na América Latina”, avalia Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente da Foton Caminhões no Brasil.

Já o mercado de ônibus encerrou novembro com vendas acumuladas em 25,2 mil unidades, também segundo a Anfavea. Esse resultado representa uma retração de 15,2% frente ao mesmo período em 2013, quando foram registradas 29,7 mil vendas. “Para que toda a cadeia progrida, é necessário que haja o comprometimento das lideranças políticas em relação ao transporte como um todo”, acredita Ricardo Alouche, da MAN. A torcida por uma ajuda federal é unânime. “Com incentivos e juros baixos, o mercado já provou que reage bem”, enfatiza Eduardo Monteiro, responsável por vendas de chassis urbanos da Scania do Brasil.

Ford F-350

Iveco Tector

Intenso

A Fiat Chrysler Automobile – FCA – tem planos grandes para o Brasil. Além da inauguração da fábrica de Goiana, em Pernambuco, prevista para o primeiro trimestre de 2015, o grupo planeja promover o lançamento de seis novos carros no país. A idea é incrementar o line-up com quatro modelos da Fiat e dois da Jeep – um deles é o Renegade, primeiro modelo que sairá da linha de montagem da nova unidade fabril.

Losango nas pistas

A Renault confirmou que terá duas equipes de fábrica no Campeonato Brasileiro de Marcas. O modelo escolhido foi o Fluence, que já é utilizado em competições na América do Sul, como os Campeonatos TC 2000, disputados na Argentina e Colômbia. A Renault entra para acirrar a disputa do campeonato, que já conta com outras fabricantes rivais como Toyota e Honda.

Compacto seguro

O medo e a insegurança estão mexendo de uma maneira inusitada o cenário de veículos blindados no Brasil.

A blindagem, que praticamente era restrita a sedãs de luxo e SUVs, tem alcançado cada vez mais compactos.

Entre os modelos mais equipados estão os Hyundai i30 e HB20, Volkswagen Saveiro, Honda Fit, Fiat Strada e Ford Fiesta. O procedimento costuma aumentar em cerca de 200 kg o peso do veículo e o preço do serviço começa em R$ 45 mil.

Harley-Davidson LiveWire: Eduardo Rocha/CZN

Copostos aminhos

motomundo

Suzuki Inazuma 250: divulgação

Motocicletas de baixa e média cilindrada seguem o

calvário enquanto modelos premium despontam no Brasil

Por Raphael Panaro Auto Press

O

Harley-Davidson Ultra Limited: Eduardo Rocha/CZN

ano de 2014 não será memorável para o setor de motocicletas no Brasil. Especialmente nos segmentos de baixa e média cilindrada, que correspondem a 85% do mercado. Pior: foi um período de significativa retração – varejo e atacado –, produção e exportação. Todo o pessimismo se apoia em números. Segundo a Abraciclo – associação que reúne os fabricantes brasileiros de motocicletas –, entre janeiro e novembro, o setor registrou queda de 5,3% nas vendas – foram 1.301.981 unidades contra 1.374.988 no mesmo período de 2013. A Abraciclo projeta que esse encolhimento mantenha a proporção e o ano feche 1,44 milhão de motocicletas emplacadas – frente às 1,51 milhão de unidades de 2013.

Com a sequência de quedas desde 2012 e a piora no crédito em 2014, esse cenário já era previsível. “Apenas 20% dos pedidos de financiamento para motocicletas foram aprovados pelas instituições financeiras privadas”, reclama José Eduardo Gonçalves, diretor-executivo da Abraciclo.

José Eduardo também aponta outros fatores para a retração.

“O consumidor se mostra apreensivo e cauteloso diante do baixo crescimento da economia brasileira, da aceleração da inflação e dos riscos à empregabilidade”, enumera. “Vale lembrar que 85% dos compradores de motocicletas pertencem às classes C e D, justamente as mais suscetíveis a estes fatores”, completa.

As vendas sofreram tanto no varejo quanto no atacado.

De janeiro a novembro de 2014, o declínio chega a 11,3% quando comparado com 2013 – 1.316.391 unidades esse ano contra 1.483.307. Números ainda mais baixos foram registraHonda CB 500X: Eduardo Rocha/CZN

MV Agusta Rivale

Yamaha MT

dos nos índices de exportações. O número de motocicletas comercializadas para outros países registrou entre outubro e novembro um recuo de 52,8% – caiu de 7.107 para 3.355.

Já no acumulado, a queda foi de 16,3%: 98.002 unidades exportadas em 2013 e 82.003 este ano – reflexo, acima de tudo, da queda do mercado argentino.

O “baque” também foi registrado na produção. De janeiro a novembro de 2013, o setor atingiu 1,59 milhão de unidades. No mesmo período desse ano, foram 10,2% a menos, ou 1,43 milhão. Segundo a Abraciclo, a retração chegará a 12% até o final do ano. Serão 200 mil unidades a menos: de 1,67 milhão para 1,47 milhão em 2014.

O “tombo” do mercado de baixa e média cilindrada se refletiu nos lançamentos de 2014. Foram 39 novos modelos posto à venda em 2014 contra 57 em 2013. Apenas cinco deles entre 150 cm³ e 450 cm³ – a soma chegou a 20 no ano passado. A Honda, detentora de mais de 80% de participação de mercado, atualizou a “best-seller”, a CG 150. A campeã de vendas ganhou um sistema de freios combinados – tradução livre para Combined Breaking System ou CBS. Com este equipamento a motocicleta distribui a força de frenagem entre as duas rodas e aumenta a eficiência em relação ao sistema de freios independentes – esta tecnologia, juntamente com o ABS, será exigida, de forma escalonada, nas motocicletas a partir de 2016. A Suzuki, por sua vez, lançou a Inazuma para tentar dias melhores no mercado nacional. Por R$ 15.900, a naked bicilíndrica de 24,5 cv de potência chegou competir com Honda CB 300R, Kawasaki Ninja 300 e Yamaha Fazer 250.

Mundinho à parte

A história se repete. Os modelos de baixa e média cilindrada – até 450 cc – sentiram o gosto amargo da queda nas vendas.

Já as motocicletas de alta cilindrada experimentaram um crescimento convincente. Os dados da Fenabrave mostram que o segmento de motos acima de 450 cc cresceu quase 11% entre janeiro e novembro de 2014 em relação ao mesmo período em 2013 – 51.208 modelos contra 46.233. “Os consumidores de motos premium são das classes A e B, que já têm automóvel, casa própria e facilidade de crédito. Geralmente, ele realiza a compra à vista ou financia apenas 50% do valor”, explica José Eduardo Gonçalves, diretor-executivo da Abraciclo.

Longino Morawski, diretor-superintendente comercial da Harley-Davidson do Brasil, dá outra visão do segmento de motos de alta cilindrada no país. “Nos modelos acima de 600 cc, o volume de vendas ficou praticamente estável. Mas olhando para o mercado como um todo, esse resultado pode ser considerado positivo”, analisa Morawski. O segmento acima das 450 cc abocanhou 34 dos 39 lançamentos de 2014 – em 2013 foram 37 de 57. Nesse quesito, a Harley-Davidson estreou em fevereiro quatro modelos, com destaque para Street Glide e Ultra Limited — duas das motos que passaram pelo crivo do Projeto Rushmore, de desenvolvimento de novas tecnologias.

Já a Yamaha “enxerga” um lado aspiracional e recreativo no “andar de moto”. E os modelos de alta cilindrada têm forte para quem procura aliar design e emoção. Tanto que esse ano promoveu a estreia da MT-09 no Brasil. A tricilíndrica de 847 cm³ desenvolve 115 cv a 10 mil rpm e custa R$ 35.990. Outras marcas trouxeram modelos também focados no lado divertido.

Kawasaki Z1000

A Motorrad, divisão de motos da BMW, lançou a R Nine T. Com mecânica moderna, mas visual retrô, a naked faz parte das comemorações dos 90 anos da BMW Motorrad. O motor é o tradicional boxer de dois cilindros e 1.170 cc – o mesmo da R 1200 R. Fornece 110 cv e 11,2 kgfm de torque. O preço é de R$ 61.500.

A inglesa Triumph, que já tinha o modelo retrô Boneville, reiterou a aposta no estilo clássico com a Thruxton. Por R$ 31.900, a “cafe racer” britânica é inspirada nos modelos dos anos 1960 e traz um motor de dois cilindros paralelos, com 865 cc e 69 cv de potência. Já a MV Agusta e a Kawasaki “jogaram” nas esportivas. A fabricante italiana, controlada aqui pela Dafra, trouxe sua linha de 800 cc. Destaque para a inspirada Rivale,

Triumph Thruxton

de R$ 55.800. Já a Kawasaki Z 1000 Ninja não tem o glamour da marca italiana, mas ganhou uma nova geração e tem preço mais atraente: R$ 48.990. O motor quatro cilindros com duplo comando no cabeçote e refrigeração líquida passou por melhorias e ganhou 4 cv – agora são 142 cv, além de 11,3 kgfm de torque.

A Honda fechou o cerco no segmento de média-alta cilindrada com a CB 500X. Depois da CB 500F e CBR 500R, o terceiro elemento vem para atuar no segmento que vem se mostrando o mais promissor no país, o de crossovers. São modelos com posição de pilotagem próxima à das trail e curso de suspensão maior, mas que se dão muito bem no asfalto. O motor tem dois cilindros paralelos e rende 50,4 cv a 8.500 giros e o torque é de 4,55 kfgm a 7 mil giros. Esta linha das 500, na verdade, foi a que fez diferença no crescimento das venda de modelos a partir de 450 cc no país.

Bomba de efeito moral A General Motors do Brasil convocou um recall que envolve quatro modelos e nada menos que 400 mil carros no Brasil. De acordo com a montadora, os Cobalt fabricados entre 2012, 2013 e 2014 e Onix, Prisma e Spin feitos em 2013 e 2014 apresentam falhas de vedação da porca que fixa a bomba de combustível na

parte superior do tanque. A falha pode causar vazamento contínuo e risco de incêndio – em casos de capotamento, por exemplo. Os proprietários devem levar seus veículos a uma concessionárias para realizar o reparo. Mais informações pelo telefone 0800 702 4200.

Agora vai

Exatos três anos depois, a Honda mostra no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, a versão de produção do esportivo NSX. Apresentado em 2012 como protótipo no motorshow americano, o modelo teve a fabricação confirmada para 2015 em Marysville, no estado de Ohio. O esportivo sairá com o logotipo da Acura – divisão de

luxo da empresa – e nos outros mercados, inclusive o brasileiro, o veículo deverá ser oferecido com a marca Honda – igualmente como ocorreu entre os anos de 1990 e 2005. Detalhes técnicos não foram confirmados, mas o novo NSX terá um conjunto mecânico híbrido.

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