Revista autopress 50

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Fronteira

Ano 1, Número 50, 17 de abril de 2015

final

Primeiro chinês feito no Brasil, Chery Celer quer encarar compactos nacionais E ainda: Regulamentação de ciclomotores Goodyear Effiencientgrip SUV JAC T6 LAAD Security 2015 Peugeot 308 GT


EDITORIAL

Sumário

Negócio da China

Há tempos as marcas chinesas tentam romper o preconceito dos brasileiros em relação aos seus carros. A Chery se dispôs verdadeiramente a conquistar uma fatia deste “bolo” e acaba de tirar de sua fábrica nacional o compacto Celer, nas carrocerias sedã e hatch. Já a JAC, enquanto protela sua prometida sua planta em Camaçari, na Bahia, entra na batalha dos SUVs com o T6. Os dois orientais foram testados pela “Revista Auto Press”, que traz ainda uma avaliação, direto da Itália, do novo Peugeot 308 GT em sua configuração hatch. A segurança também ganha espaço nesta edição. Do Rio de Janeiro, a LAAD, Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, transformou três pavilhões do RioCentro em vitrine de novidades e propostas dentro do tema – inclusive automotivas – para os mais de 600 expositores. Além disso, uma matéria explica como funciona no país a legislação para os cilcomotores, veículos de duas ou três rodas de até 50 cc e que atingem no máximo 50 km/h. De volta aos utilitários, todas as fabricantes tentam pegar carona no êxito destes modelos no Brasil. A Goodyear, já prevendo um aumento na venda de pneus específicos para essa categoria, lançou o novo EfficientGrip SUV. O composto é voltado para o uso urbano e, até agosto, estará disponível em 12 medidas diferentes. Boa leitura!

Edição de 17 de abril 2015

03 - Chery Celer hatch e sedã

25 - Goodyear Effiencientgrip SUV

11 - JAC T6

29 - LAAD Security 2015

18 - Peugeot 308 GT

34 - Regulamentação de ciclomotores


D e igual para igual

Fotos: Luiz Humberto Monteiro Perira/CZN

teste

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira Auto Press

Chery Celer nacional vai brigar para derrubar os preconceitos contra as marcas chinesas

O

s carros chineses já freqüentam as ruas brasileiras há tempos. Desde o final de década passada, marcas como Chery e Lifan desembarcaram seus modelos por aqui, seguidas de JAC Motors e Geely. Cientes de que os veículos “made in China” não são sinônimo de status para o consumidor local, todas apostam no marketing expresso pelo binômio “bons equipamentos com custos competitivos”. Acabaram formando uma espécie de “nicho de mercado”, onde competem entre si pelos consumidores brasileiros que não têm preconceitos contra os produtos automotivos chineses. Tal “segregação” deve começar a acabar com o lançamento do Celer, agora produzido na nova fábrica da Chery na cidade paulista de Jacareí. O compacto chega esse mês às 72 concessionárias brasileiras da narca, em versões hatch e sedã. O Celer nacional vem para disputar a maior fatia do mercado brasileiro – hatches e sedãs compactos somam cerca de 70% das venda por aqui. Um segmento dominado pelos representantes das quatro marcas instaladas há mais tempo no Brasil – a alemã Volkswagen, as norte-americanas Ford e Chevrolet e a italiana Fiat – , mas que nas últimas décadas tem assistido a chegada de novos competidores, como as francesas Renault, Peugeot e Citroën, as japonesas Toyota e Honda e a sul-coreana Hyundai, todas produzindo seus compactos no país. Por enquanto, o novo Chery sai das linhas de montagem de Jacareí com apenas 35% dos componentes produzidos no Brasil. O restante vem de fornecedores chineses – alguns estão em negociações para se instalar no país – e também de grandes sistemistas globais, como Delphi e Bosch. A projeção é ultrapassar os 50% até o final do ano e atingir 75% de nacionalização no final de 2016. A expectativa do fabricante é vender esse ano uma média de 1.200 unidades mensais, sendo 70% do hatch e 30% do sedã, totalizando 10 mil unidades em 2015. Como o Celer importado da China já é vendido no Brasil desde 2013, foi usado como “laboratório ambulante” para que fosse avaliado pelos brasileiros. Assim, segundo a Chery, as observa-


ções dos consumidores nacionais foram usadas para aperfeiçoar o Celer “made in Brazil”. O modelo incorpora evoluções estéticas e mecânicas em relação ao importado. Os conjuntos óticos ganharam elementos elípticos na dianteira e leds na traseira. Grades e parachoques foram reestilizados e deram ao modelo um aspecto mais dinâmico e contemporâneo. No perfil, destacam-se as novas rodas de liga leve, de série na versão Act. Já o interior foi totalmente remodelado e agora exibe formas mais angulosas, molduras hexagonais nos instrumentos e novos porta-objetos – são 18 no total. Em termos de equipamentos, espelhos, travas e vidros elétricos são de série em todas as versões, assim como botão de abertura interna do porta-malas, computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro e ar-condicionado. Em termos mecânicos, o motor é o mesmo 1.5 flex usado anteriormente, mas teve sua eletrônica remapeada. A potência máxima é de 113 cv e o torque é de 15,5 kgfm, sempre quando há puro etanol no tanque. O câmbio manual também sofreu ajustes para permitir movimentos menores e engates mais precisos. E a suspensão foi elevada em um centímetro, para permitir ao novato compacto nacional circular pelas esburacadas vias brasileiras. Disponível no hatch e no sedã, a versão Act, além das rodas de liga leve no lugar das rodas de aço com calotas, incorporam faróis de neblina, alarme na chave e o Chery Media System, com rádio AM/FM, MP3+USB com CD Player e 6 alto-falantes. Embora esteja agora numa nova briga – a dos compactos nacionais –, a velha fórmula “muitos equipamentos com custos competitivos” continuará a ser aplicada pela Chery. Assim, a versão hatch começa em R$ 38.990, enquanto o sedã básico sai por R$ 39.990. As versões Act custam R$ 2 mil a mais: saem por R$ 40.990 o hatch e R$ 41.990 o sedã. Valores bem competitivos dentro do segmento onde o Celer se propõe a brigar agora. Por enquanto, os chineses ainda têm de se acostumar com questões impensáveis no país deles. A fábrica de Jacareí está parada há uma semana, em virtude de uma greve decretada pelo sindicato dos metalúrgicos local.


Ponto a ponto

Desempenho – O motor da linha Celer é o Acteco 1.5 16V flex, que já movia o modelo chinês quando foi apresentado por aqui, há dois anos. Só que o motor teve sua eletrônica recalibrada. Agora com 113 cv de potência e 15,5 kgfm de torque máximo – 10% maior que o do modelo importado da China –, se revela bastante forte para deixar o Celer bem esperto. O câmbio de bons engates ajuda o motorista a obter respostas convincentes, mesmo em aclives. Nota 7. Estabilidade – O conjunto suspensivo foi elevado em 1 cm em relação ao modelo anterior, para suportar melhor os desníveis das ruas e estradas brasileiras. Além disso, a suspensão parece estar menos molenga que a do Celer trazido da China, o que transmite mais confiabilidade nas curvas. Nota 7. Interatividade – O volante e a alavanca de câmbio têm boa empunhadura. Além disso, o curso da alavanca está menor e os engates, mais precisos do que os da versão chinesa. Os comandos são razoavelmente bem posicionados, mas as informações sobre o consumo instantâneo aparecem em litros por 100 km – ainda dentro do padrão chinês. Nota 7. Consumo – Segundo o InMetro, o Celer obteve consumo de 11,6 km/l na cidade e 16 km/l na estrada, com gasolina. E de 8 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada, com etanol. Valores condizentes com a motorização 1.5 de 113 cv – com etanol. Nota 7. Conforto – O isolamento acústico evoluiu expressivamente em relação ao Celer chinês, onde os barulhos vindos do motor e das rodas chegavam a dificultar as conversas a bordo. Atrás, três ocupantes conseguem sentar – mas dois viajam bem mais à vontade. A suspensão foi retrabalhada e agora absorve com mais com-


petência as eventuais falhas no piso. Nota 7. Tecnologia – O Celer está dentro do padrão nacional do segmento nesse aspecto e teve aprimoramentos interessantes em relação ao modelo que vinha da China. Traz sob o capô uma versão com eletrônica retrabalhada do mesmo propulsor 1.5 flex – com tecnologia bicombustível desenvolvida pela Delphi em Piracicaba. Uma novidade é o sensor de estacionamento traseiro, que não é tão comum no segmento de compactos, apesar de ser bastante útil no uso cotidiano. No Chery Media System – que reúne rádio AM/FM, CD Player e MP3 –, felizmente o acesso USB agora é normal. No Celer chinês, era para mini-USB, o que obrigava a usar um adaptador para escutar as músicas de um pendrive. Nota 7. Habitabilidade – O Celer leva confortavelmente quatro pessoas. Pode até levar cinco, mas há apenas um cinto abdominal no assento traseiro central, que não tem apoio de cabeça. Para as malas, o bagageiro de 380 litros é decente para um hatch compacto. No caso de sedã, a tampa do porta-malas de 450 litros abre junto com o vidro traseiro, no estilo “notchback”, como se fosse uma station-wagon, o que facilita bastante o acesso. Em termos de porta-objetos, o “upgrade” em relação ao Celer chinês foi notável – ganharam em quantidade e em eficiência. Nota 7. Acabamento – É um dos pontos de evolução mais notável em relação ao modelo que era importado. O interior do Celer importado trazia algumas falhas de montagem. Agora, embora simples, o padrão de acabamento é digno, dentro do nível da concorrência nacional. Além disso, o carro perdeu aquele lamentável cheiro de óleo Singer do modelo trazido da China. Já o Celer brasileiro tem aroma de carro novo normal. Nota 7. Design – Por fora, o design italiano do Celer anterior até que não causava má impressão – com exceção da traseira do sedã, onde as lanternas pareciam um tanto fora de escala. Mas as mudanças de


conjuntos óticos, grade e para-choques ajudaram a rejuvenescer sutilmente o visual e deram a necessária “cara de novidade” ao compacto nacional. Internamente, onde as alterações estéticas foram mais expressivas, o carro perdeu o ar “genérico” que tinha antes e incorporou alguma personalidade, com seu tablier mais anguloso. A escolha das cores internas é sóbria, dentro do padrão que mais agrada o consumidor brasileiro – normalmente conservador em termos cromáticos. Nota 8.

Custo/benefício – Os preços do Celer começam nos R$ 38.990 na versão hatch básica – o sedã é apenas R$ 1 mil mais caro. Já as versões Act acrescem R$ 2 mil aos carros de base: R$ 40.990 o hatch e R$ 41.990 o sedã. Não são carros baratos, mas tais valores podem posicioná-los de forma competitiva no segmento, principalmente pelos equipamentos de série que oferecem. Nota 7. Total – O Chery Celer Act hatch somou 71 pontos em 100 possíveis.


Foto: divulgação

Primeiras impressões

Princípios evolutivos Tuiuti/SP - Para ganhar espaço no mercado automotivo, o Celer terá de superar o preconceito local contra os carros feitos na China – um país onde de fato, por muito tempo, só se produziram cópias baratas de carros ocidentais e japoneses. Mas essa realidade está mudando. Em uma indústria globalizada, onde os fornecedores e suas tecnologias estão disponíveis para quem puder pagar por elas, as marcas chinesas têm recursos para obter a qualidade que precisam. Por isso, a respeitabilidade das marcas locais está crescendo a nível global. É isso que a Chery pretende provar com o Celer brasileiro – que nada fica a dever aos concorrentes já produzidos por aqui. Para atingir esse resultado, hatch e sedã sofreram diversos aperfeiçoamentos, uns estéticos e outros mecânicos. E o somatório dessas mudanças resultou em carros melhores, mais agradáveis de dirigir e mais amistosos para interagir. Dinamicamente,

o Celer nacional acelera de maneira coerente com sua motorização 1.5 de 113 cv e 15,5 kgfm. Ou seja, oferece retomadas de velocidade eficientes, sem excessos nem carências de energia. Para ajudar a rentabilizar a força do motor, o câmbio manual de cinco marchas agora oferece melhores engates e um curso de alavanca mais curto e agradável, que aumenta a agilidade nas trocas de marchas. A suspensão está mais rígida, o que permite uma tocada mais vigorosa

nas curvas, sem pregar sustos. O Celer que vinha da China tinha uma suspensão mais molenga, bem ao gosto dos consumidores de lá. No geral, a impressão é que os chineses da Chery mostraram uma impressionante capacidade de absorver as demandas do consumidor nacional em relação à sua linha de compactos. As expressivas diferenças entre o Celer nacional e o importado apresentado há dois anos, obtidas através de pequenos ajustes, são a prova disso.


Ficha técnica Chery Celer 1.5

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.496 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e injeção direta de combustível. Transmissão: Manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Potência máxima: 113 cv a 6 mil rpm. Torque máximo: 15,5 kgfm a 4 mil rpm. Aceleração 0-100 km/h: Não informado. Velocidade máxima: 175 km/h. Diâmetro e curso: 77,4 mm x 79,5 mm. Taxa de compressão: 10,5:1. Suspensão: Dianteira McPherson, com mola helicoidal cilíndrica e amortecedor telescópico de dupla ação. Traseira semiindependente com braço oscilante longitudinal. Pneus: 185/60 R15. Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás, com ABS com EDB. Carroceria: Hatch (sedã) em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,19 metros (4,33 m) de comprimento, 1,69 m de largura, 1,49 m de altura e 2,53 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais. Peso: 1.210 kg em ordem de marcha. Capacidade do porta-malas: 380 litros no hatch e 450 litros no sedã. Tanque de combustível: 50 litros. Produção: Jacareí/São Paulo.

Lançamento no Brasil: 2015. Itens de série: Ar-condicionado, vidros e travas elétricas, direção hidráulica, travamento das portas à distância, airbags frontais, freios ABS com EBD, faróis de neblina dianteiro e traseiro, vidros traseiros elétricos, ajustes do banco de motorista, de altura do farol e de posição da coluna de direção, bancos traseiros rebatíveis e indicador de consumo de combustível.

Versões Act acrescentam rodas de liga leve, faróis de neblina, alarme na chave e o Chery Media System, com rádio AM/ FM, MP3+USB com CD Player e 6 altofalantes. Preços: Hatch: R$ 38.990. Sedã: R$ 39.990. Hatch Act: R$ 40.990. Sedã Act: R$ 41.990.


Mudança de rumo

Lpoderosas etras

A

Stuttgart Sportcar – importadora oficial da Porsche no Brasil – anunciou a venda da “nervosa” versão GTS do Cayenne. Por R$ 579 mil, o cliente leva para casa um utilitário esportivo com motor V6 3.6 litros capaz de “expelir” 440 cv de potência. Dotado de uma transmissão automática de oito marchas, a variante cumpre o zero a 100 km/h em 5,1 segundos e atinge a velocidade máxima de 262 km/h. Na parte externa, o modelo se diferencia dos demais da gama devido a pequenos detalhes que o tornam mais “agressivo”. Entre eles estão: lanternas e faróis escurecidos, rodas de liga leve de 21 polegadas com desenho exclusivo e emblema identificando a versão na parte traseira do veículo. Dentro, o SUV mantém os padrões de luxo da Porsche, sendo equipado de fábrica com bancos revestidos em couro Alcantara, ar-condicionado de quatro zonas, assistência de estacionamento traseiro e dianteiro, câmara de ré, suspensão pneumática adaptativa e monitoramento de pressão dos pneus.

A Dafra Motos e a MV Agusta anunciaram alterações no formato da operação no país. A partir de junho, será criada uma subsidiária brasileira que assumirá a gestão da marca italiana em território nacional. A MV Agusta ficará responsável pelos serviços de venda e pós-venda das motocicletas e também pela parte de comunicação. A Dafra, parceira desde 2011, continuará como montadora dos modelos em Manaus, no Amazonas. A iniciativa da MV Agusta faz parte de um planejamento de expansão global da marca, iniciado no fim de 2014 com o fechamento de um acordo inédito com a Mercedes-AMG, do Grupo Daimler, que atualmente possui 25% das ações da fabricante italiana de motocicletas. O projeto inclui também atividades na área de vendas de marketing.

Projeto M

A gigante petrolífera Shell anunciou que está trabalhando na formação de um veículo de conceito urbano. O projeto foi nomeado de “Project M” e terá participação do designer automotivo sul-africano Gordon Murray e do especialista em motores Osamu Goto – ambos com passagens na Fórmula 1. O protótipo da empresa holandesa tem como objetivo ser ultracompacto e ultra-eficiente. Ainda de acordo com a Shell, o veículo será feito para congestionamentos em grande centros urbanos com base em materiais leves e buscará o melhor desempenho na questão de consumo de combustível – cerca de 40 km/l. O carro conceito deverá ser apresentado ao público em novembro.


fotos: Raphael Panaro/CZN

autoperfil

Maior barato

JAC estreia no segmento de utilitários no Brasil com o médio T6, que tem preço competitivo mesmo diante de rivais menores por Raphael Panaro auto press


C

om a recente avalanche de utilitários no mercado brasileiro de automóveis, cada fabricante busca exacerbar o que de melhor seu representante tem para abocanhar uma fatia do segmento. A Honda apostou nas linhas agudas do HR-V, a Peugeot na sofisticação do 2008 e o Renagade no “status” da marca Jeep. Com apenas quatro anos de Brasil, a JAC Motors resolveu entrar na “brincadeira”. A partir desse mês, a marca chinesa estreia o seu primeiro SUV em território nacional: o T6. E o “coelho da cartola” da JAC é oferecer um carro com “preço de compacto e o porte de médio”. Ou seja, na prática, o T6 vai brigar na tabela de preço com Ford EcoSport, Renault Duster e “trupe”. A favor terá o tamanho semelhante ao de Kia Sportage, Hyundai ix35 e Honda CR-V. Desenvolvido no Centro de Design da JAC Motors em Turim, na Itália, o T6 tem dimensões maiores que todos os novatos concorrentes. Perde apenas para o Renault Duster na distância entre-eixos – 2,64 metros contra 2,67 m. O modelo chinês possui 4,47 metros de comprimento, 1,84 de largura e 1,67 m de altura . A capacidade do porta-malas é de 610 litros. O T6 também vem com algumas sofisticações técnicas. A suspensão é independente e os freios trazem disco nas


quatro rodas. As rodas, de série, são de 17 polegadas e a direção tem assistência elétrica progressiva. A JAC Motors quer arrancar 1% do mercado brasileiro total de SUVs com o T6 e licenciar 400 unidades por mês em 2015. E para isso, a marca chinesa vai apostar no preço e dois pacotes de opcionais. A versão “standard” começa em R$ 69.990 e traz, de série, rodas de 17 polegadas com pneus 225/60, freios a disco nas quatro rodas, monitoramento de pressão dos pneus, faróis de neblina, sensores de estacionamento traseiros, rádio com CD/MP3 e entrada USB, seis alto-falantes, acionamento automático de faróis, computador de bordo, ar-condicionado automático e ajuste de altura do volante, além de airbags frontais e freios ABS obrigatórios. Quando o preço pula para R$ 71.990, o T6 ganha o chamado Pack 1, que adiciona barras longitudinais no teto, retrovisores pintados na cor da carroceria, maçanetas e frisos laterais cromados e retrovisores com rebatimento elétrico. Segundo a fabricante, essas duas configurações juntas vão representar apenas 10% do “mix”. A grande aposta da JAC é a versão de R$ 75.670 – batizada de Pack 2 –, que tem projeção de abocanhar 90% dos emplacamentos. Ele adiciona ao Pack 1 câmara de ré e


sistema multimídia. O “gadget”, aliás, é a grande vitrine tecnológica do T6. Ele é fornecido pela chinesa Foxconn – responsável pela produção de diversos eletrônicos da Apple, por exemplo. O dispositivo possui conexão HDMI, Bluetooth, MP3 e entradas USB/SD/AUX. Tudo gerenciável por uma tela sensível ao toque de sete polegadas. Mas talvez a grande novidade é a função “link”. Ela permite conectar, espelhar e operar todas as funções de smartphones ou tablets. Em aparelhos com sistema operacional Android, o “link” funciona plenamente. Já para o iOS só o espelhamento está disponível. Para mover o T6, a JAC colocou sob o capô um motor 2.0 litros flex com comando de válvulas variável. O propulsor é capaz de fornecer 155 cv e 20 kgfm de torque quando abastecido com gasolina. Com etanol no tanque, os números sobem para 160 cv a 6 mil rpm e 20,3 kgfm de torque a 3.500 giros. Dotado desse trem de força, o T6 acelera de zero a 100 km/h em 12,2 segundos e atinge a máxima de 186 km/h. Por enquanto, o modelo está disponível apenas com transmissão manual de cinco marchas. De acordo com a JAC, a versão automática só chega ano que vem, aliada a um motor 2.0 litros turbinado.


Primeiras impressões

Vícios e virtudes

Itu/SP – Em um primeiro contanto visual com o JAC T6, já é possível notar que o utilitário chinês realmente tem dimensões mais avantajadas que seus concorrentes. Dentro, a comprovação. O T6 oferece um amplo espaço para o motorista e passageiros. Atrás, a situacão é a mesma. Os ocupantes desfrutam de certo conforto, mesmo com a presença de um terceiro elemento. Já o acabamento do habitáculo é dominado por plásticos. Apesar de abundantes, eles são, na maioria, pretos – alguns brilhantes – e conferem um aspecto sóbrio ao interior. A tela do sistema multimídia é bem legível e intuitiva. O mesmo não pode se dizer do velocímetro e do tacômetro, que têm números pequenos e difíceis de enxergar. Durante o test-drive de quase 200 quilômetros – entre ida e volta de São Paulo à estância turística de Itu – o JAC T6 foi honesto. Os máximos 160 cv de potência extraídos do motor 2.0 litros VVT são superlativos na teoria. Na prática, a força se mostra apenas capaz de não sofrer muito ao mover os 1.505 kg do SUV. Abaixo dos 3 mil giros, o desempenho é murcho. Mas conforme a escala do conta-giros sobe, o T6 ganha vitalidade. Dignos de nota são os engates da transmissão manual de cinco marchas. Eles são precisos e fazem um barulho de trambulador agradável nas trocas. Já o sofisticado conjunto suspensivo independente para cada eixo mostra dois lados. Na cidade é capaz de absorver com louvor as imperfeições do asfalto brasileiro. Porém, o acerto macio “cobra seu preço” em um trajeto mais sinuoso. A direção elétrica progressiva poderia “enrijecer” mais na proporção da velocidade. Ela é um tanto quanto leve e não dá muita precisão a quem dirige. Não há uma sensação de falta de segurança, mas com a ausência de controle de tração, em um veículo de massa e altura elevadas, é melhor não abusar.

Foto: divulgação


Ficha técnica JAC T6

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Injeção multiponto sequencial. Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Potência máxima: 155 cv e 160 cv a 6 mil rpm com gasolina e etanol. Diâmetro e curso: 85 mm X 88 mm. Taxa de compressão: 10:1. Aceleração 0-100 km/h: 12,2 segundos. Velocidade máxima: 186 km/h. Torque máximo: 20 kgfm e 20,3 kgfm a 3.500 rpm com gasolina e etanol. Suspensão: Dianteira independente, do tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo multilink, molas helicoidais e barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade. Pneus: 225/60/R17. Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS e EBD. Carroceria: Utilitário em monobloco com quatro portas e cinco lugares. 4,47 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,67 m de altura e 2,64 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série. Peso: 1.505 kg. Capacidade do porta-malas: 610 litros. Tanque de combustível: 60 litros. Produção: Hefei, China. Lançamento no Brasil: 2015. Itens de série: vidros, travas e retrovisores elétricos, direção elé-

trica ar-condicionado digital, rádio com CD/MP3 e entrada USB, seis alto-falantes, cintos traseiros laterais de 3 pontos, faróis de neblina, volante multifuncional, chave canivete com destravamento remoto das portas, abertura interna da tampa do tanque de combustível e sensor de estacionamento traseiro. Preço: R$ 69.990. Pack 1: adiciona barras longitudinais no teto, retrovisores pintados na cor da carroceria, maçanetas e frios laterais cromados e retrovisores com rebatimento elétrico. Preço: R$ 71.990. Pack 2: Pack 1 + câmara de ré e sistema multimídia com mirror link Preço: R$ 75.670.


Finalizada

Aquecimento

N

o fim do ano, a gama de esportivos da Audi vai ganhar um novo modelo. O RS3 Sportback desembarca no mercado brasileiro para concorrer com o compatriota Mercedes A45 AMG e seus 360 cv de potência. O representante da Audi ostenta 372 cv extraídos do motor cinco cilindros 2.5 litros turbinado – o torque fica em 47,4 kgfm. O “hot hatch” leva apenas 4,3 segundos para chegar aos 100 km/h partindo da imobilidade – 0,3 segundo mais rápido que o anterior – e alcança 250 km/h de máxima – limitada eletronicamente. O preço do modelo só será anunciado perto de sua chegada, programada para o último trimestre desse ano. Dentre os itens de série, o RS3 Sportback vai contar com controle de largada, rodas de 19 polegadas, sistema com quatro modos de condução, volante e bancos esportivos revestidos de couro, cronômetro, indicador de pressão do turbo, park assist e central multimídia com GPS e pad sensível ao toque no console.

A Honda concluiu a obra da sua segunda fábrica no Brasil, em Itirapina, no interior de São Paulo. A nova planta da marca japonesa seguirá o modelo da mais moderna fábrica instalada no Japão e, com isso, receberá investimentos de R$ 1 bilhão. O novo polo industrial irá empregar cerca de 2 mil funcionários e terá suas operações iniciadas com a produção do Honda Fit. Com a segunda fábrica no país, a Honda pretende dobrar sua capacidade de fazer veículos no Brasil – de 120 mil para 240 mil automóveis anuais. A inauguração da fábrica está prevista para o fim deste ano.

Ambicioso

Depois da fusão Fiat-Chrysler, o chefão da marca italiana, Sergio Marchionne, quer realizar outro gigantesco negócio antes de se aposentar, em 2019. Segundo fontes estrangeiras, Marchionne planeja mais uma megafusão com outra fabricante de grande porte. O objetivo do CEO da Fiat é melhorar o posicionamento da marca no mercado asiático. Ventila-se que o principal interesse de Marchionne é a General Motors, que tem grande participação na Ásia, além de ter forte presença nos Estados Unidos. Por outro lado, a GM nega a intenção de se aliar a outras fabricantes e diz que as futuras ações estão relacionadas somente ao próprio grupo.


Fotos: Divulgação

Edelementos sedução

vitrine

por Claudio Soranzo do InfoMotori.com/Itália exclusivo no Brasil para Auto Press

Peugeot quer replicar o sucesso do novo 308 com versão esportiva GT


D

isponível nas carrocerias perua e hatch, o novo Peugeot 308 segue sem data de chegada ao Brasil, mas já é comercializado em cerca de 80 países do globo terrestre – inclusive na China, onde estreia neste mês de abril. E, recentemente, ganhou uma conotação esportiva digna de fazer inveja nos concorrentes: a versão GT. A aposta nessa vertente mais raivosa é firme, tanto que tem uma configuração única, mas duas opções de motorização: uma a gasolina e outra, diesel. O propulsor a gasolina é o turbinado 1.6 THP calibrado para render 205 cv, que é sempre acompanhado pela transmissão manual de seis marchas. Já o diesel é um 2.0 de 180 cv que recebe câmbio automático também de seis velocidades. No primeiro, o torque máximo de 29,1 kgfm aparece já em 1.750 rpm, enquanto o segundo reserva expressivos 40,8 kgfm aos 2 mil giros. Esteticamente, a dianteira tem o leão, símbolo da fabricante francesa, retirado do capô e inserido no centro da grade. As entradas de ar são


maiores. O para-choque da frente incorpora novos faróis de neblina em leds – aliás, no total, contando também as lanternas traseiras, o 308 GT é equipado com 142 leds. Outro ponto que adiciona charme e uma pitada de exclusividade à configuração esportiva são as rodas de liga leve de 18 polegadas prateadas e de cinco raios com um design que, em movimento, criam um efeito especial. Atrás, duas ponteiras de escapamento, uma de cada lado, dão um toque diferenciado às versões esportivas. No interior, os bancos levam pespontos vermelhos, repetidos no volante, nos painéis das portas, no painel de instrumentos e na base da alavanca de marchas. A atmosfera esportiva é completada por soleiras das portas em aço inoxidável e pedais em alumínio. Na França, o Peugeot 308 GT parte de 30.650 euros com o motor a gasolina, ou seja, cerca de R$ 100 mil. Já o propulsor diesel exige um investimento maior: os preços começam em 33.900 euros, aproximadamente R$ 110.300. (colaborou Márcio Maio/Auto Press).


Primeiras impressões

Emoções de rotina Vicenza/Itália – A motorização escolhida para o teste com o Peugeot 308 GT foi a de entrada, com motor a gasolina de 1.6 litro turbo e 205 cv a 6 mil rpm. O propulsor se mostrou, de fato, muito poderoso e capaz de satisfazer bem o motorista que busca um pouco de esportividade em um modelo voltado para o uso cotidiano. Trata-se de um carro sempre pronto para responder às pisadas no acelerador. Um grande trunfo desta configuração é o câmbio manual de seis velocidades. A transmissão é extremamente apropriada para a proposta do modelo. Até mesmo o comportamento na estrada pode ser considerado invejável, visto que se mantém colado ao asfalto com facilidade. Há ainda outgra motivação para o condutor: o modo Sport. Ele não só entrega um comportamento mais arisco, como também faz a cabine ser invadida por um ronco que é extremamente apropriado para o tipo de direção que quem aperta esse botão deseja. O resultado é uma experiência de fato gratificante.


Ficha técnica Peugeot 308 GT 1.6

Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, alimentado por turbina de hélice dupla, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote com sistema de variação de abertura na admissão e escape. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico. Transmissão: Manual com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração. Potência: 205 cv a 6 mil rpm. Torque: 29,1 kgfm a 1.750 rpm. Aceleração de zero a 100 km/h: 7,5 segundos. Velocidade máxima: 235 km/h. Diâmetro e curso: 77,0 mm x 85,8 mm. Taxa de compressão: Não informada. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos pressurizados. Traseira por eixo de torção, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série. Peso: 1.199 kg. Pneus: 225/40 R18. Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS de série. Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,25 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,45 m de altura e 2,62 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série. Capacidade do porta-malas: 398 litros. Tanque de combustível: 53 litros. Produção: Sochaux, França. Lançamento mundial: 2015. Preço: 30.650 euros, equivalentes a R$ 99.700.


Rústico francês A Citroën revela sua nova proposta de utilitário esportivo para o Salão de Xangai, na China, que abre suas portas na próxima semana. Trata-se do AirCross Concept, conceito que nada tem a ver com o AirCross vendido no Brasil. Seu visual remete ao C4 Cactus, porém mais agressivo e robusto, com “pitadas” de

sofisticação. O modelo mede 4,58 metros de comprimento, 2,10 m de largura e 1,80 m de altura. O motor é um 1.6 turbo movido apenas a gasolina com 218 cv de potência instalado sobre o eixo dianteiro, que recebe a ajuda de outro elétrico de 95 cv sob o eixo traseiro.


Desce -

Grandalhão alemão – O Volkswa-

gen Touareg reestilizado já está à venda no site da marca alemã no Brasil. O utilitário chega em duas versões: V6 e V8 R-Line. Na primeira configuração, o preço é R$ 248.800, com motor V6 de 3.6 litros e 280 cv e 37 kgfm de torque. Já a topo de linha parte dos R$ 298.800 e traz sob o capô um V8 de 4.2 litros e 360 cv com 45 kgfm de torque. Nessa motorização, é possivel fazer o zero a 100 km/h em apenas 6,5 segundos. Ambas as versões têm transmissão automática de oito velocidades e tração integral.

Pessimismo em alta – As previsões

para o mercado automotivo em 2015 vão de mal a pior. Mas Sergio Habib, presidente da JAC Motors do Brasil, acredita que o estrago será bem maior do que tudo que já foi projetado para este ano. Para ele, as vendas de automóveis devem terminar dezembro com uma retração de 18% em comparação com 2014.

Após encerrar ano passado como quarto maior mercado de automóveis do mundo, o Brasil regrediu duas posições e agora encontra-se em sexto lugar, de acordo com pesquisa realizada pela Jato Consultoria. Diante do atual cenário econômico, o país registrou queda de 22,5% nas vendas de veículos em janeiro e fevereiro de 2015, sendo ultrapassado pela Índia, que ficou em quarto lugar com 4% de crescimento, e pela Alemanha, que alcancou a quinta posição com o acréscimo de 4,7% na comercialização. Entre os dez países que mais emplacam veículos, apenas o Japão também apresentou queda durante o primeiro bimestre desse ano e manteve a terceira posição, apesar do declínio de 16,9% nas vendas. Os Estados Unidos permanecem na segunda colocação enquanto a China continua na liderança. Entre as montadoras, o grupo Volkswagen – dona das marcas Porsche, Audi e Scania, entre outras – iniciou 2015 na frente da japonesa Toyota, com 1,38 milhão de veículos frente 1,23 milhão da concorrente nipônica. Em terceiro lugar aparece a General Motors, seguida por Hyundai, Ford, Nissan e Honda. Vale lembrar que os números apresentados são relacionados a carros de passeios e comerciais leves para todos os países, menos para a China, que só registra carros de passeio.

Longo prazo – A Hyundai promete apresen-

tar seu primeiro carro autônomo até o final desta década. Mas apenas como conceito, já que só deve poder incluir o modelo em seu “line-up” dez anos depois. Enquanto isso não acontece, a marca coreana se prepara para disponibilizar em seus carros mais caros um novo sistema de piloto automático, que alerta o motorista caso haja uma mudança de faixa. A ideia é fazer com que a tecnologia funcione em qualquer velocidade – não apenas a partir dos 60 km/h, que se vê atualmente.


N a trilha do mercado

Goodyear lança pneu específico para SUVs para

aproveitar as boas perspectivas do segmento no Brasil

fotos: divulgação

automundo

por Márcio Maio Auto Press


O

s crossovers estão no foco de todas as marcas automotivas atualmente. Nas últimas semanas, Honda HR-V, Jeep Renegade, Peugeot 2008, Lexus NX 200t e JAC T6 foram lançados, além do “face-lift” do Renault Duster. A boa aceitação desta categoria de veículos justifica essa movimentação. Enquanto as vendas de automóveis caíram cerca de 7% em geral no ano passado, o segmento de SUVs cresceu 4%. De olho nesse nicho, todo o mercado automotivo começa a se preparar para abocanhar uma parcela deste sucesso. Caso da Goodyear, que registrou em 2014 9,4% de participação deste segmento na venda de seus pneus. E acaba de lançar um novo composto voltado para esses consumidores: o EfficientGrip SUV. De acordo com a marca, o EfficientGrip SUV foi projetado para atender o público no trânsito rotineiro e também nas horas de lazer. Para chegar às características finais do produto, foram feitas pesquisas para entender qual é o público principal deste tipo de veículo e o que ele busca na troca de pneus. Daí, perceberam que 60% dessas pessoas são do sexo masculino, principalmente de classe A ou B, e que rodam prioritariamente no asfalto. “Nosso pneu é capaz de proporcionar uma experiência tranquila em pisos secos ou molhados. Mas é para uso ‘on-road’”, explica Vinicius Sá, gerente de Marketing de Produtos para Pneus da Goodyear. Este, na verdade, foi o quarto lançamento de uma nova linha de pneumáticos da marca. Recentemente, ela já colocou à venda o Wrangler Armortrac, indicado para picapes e uso “off-road”, o EfficientGrip Performance, projetado para melhorar o desempenho, e o Assurance Touring, desenvolvido para os carros de passeio. Para garantir esse comportamento, a fabricante afirma ter desenvolvido desenho e composto de sílica na banda de rodagem próprios para assegurar o aumento na dirigibilidade


e aderência em pisos molhados. O resultado prometido é uma capacidade 30% superior em dirigibilidade no molhado, com desempenho até 15% superior em tração e frenagem nesse tipo de piso em relação ao modelo anterior, o Fortera Comfortred. De acordo com a Goodyear, a sílica utilizada é de última geração e foi planejada também para propiciar menor resistência à rodagem, resultando na diminuição do consumo de combustível. A marca, porém, não chega a precisar até quanto essa economia pode chegar. O Goodyear EfficientGrip SUV chega nas medidas 205/60 R16 e 265/65 R17. Mas a promessa é oferecer, até agosto deste ano, outras dez opções de largura, perfil e aro, do 16 ao 19. Com isso, a marca será capaz de atender cerca de 62 % do mercado total de SUVs do Brasil. E, aos poucos, o novo composto deve ser usado como primeiro pneumático de alguns modelos de utilitários e picapes brasileiros. “Estamos homologando o EfficientGrip em diversas montadoras. A primeira que vai sair com esse produto de fábrica é a Peugeot, no crossover 2008”, conta Vinicius Sá.


Longe da crise Março foi um mês histórico para Audi, BMW e Mercedes-Benz. O trio de fabricantes alemãs registrou novos recordes globais de vendas. A BMW conquistou 186.126 consumidores, 16,9% acima do registrado em 2014, totalizando 428.259 unidades no primeiro trimestre. Já a Mercedes teve crescimento de 15,7%, com 183.467 emplacamentos. A Audi subiu menos, 6,1%, com seus 177.950 exemplares comercializados.

Ação preventiva

Caçamba esportiva

A

Shelby – reconhecida pelos carros esportivos – transformou a Ford F-150 Raptor SVT em uma supermáquina “off-road” de 700 cv, batizada de Baja 700. Para isso, usou um motor V8 de 6.2 litros e 411 cv, que recebeu novo injetor de combustível, compressor mecânico 2.9 Wipple e sistema de exaustão Borla. A picape terá produção limitada apenas a 50 unidades e custará US$ 45 mil, algo em torno de R$ 140 mil.

A Ford registrou, nos Estados Unidos, a patente de uma inédita transmissão automática com 11 velocidades. O documento inclui três configurações diferentes do câmbio, com combinações de engrenagens, embreagens e freios. Mas a marca americana tratou logo de informar que isso não significa que a peça seja lançada. A estratégia seria apenas para proteger futuras novas ideias da fabricante.

Tecnologia compartilhada A Fiat Chrysler Automobile já bateu o martelo sobre os dois motores de alto desempenho que serão usados pela Alfa Romeo. Os propulsores, um Ferrari a gasolina de seis cilindros e outro de quatro cilindros com opção diesel e a gasolina, serão fabricados em Termoli, na Itália. Para isso, o grupo FCA investirá mais de 500 milhões de euros, cerca de R$ 1,6 bilhão, suficientes para garantir uma linha de produção de 200 mil unidades por ano.


M arketing O de guerrilha

Foto: Iveco VBTP-MR: Isabel Almeida/CZN

transmundo

por Márcio Maio Auto Press

LAAD 2015 mostra soluções e novidades do

segmento automotivo para a segurança pública

Brasil é um país de fronteiras vastas e vizinhos numerosos. Além disso, nos últimos anos, despontou como uma grande capital mundial de eventos globais, como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, a Copa do Mundo, no ano passado, e as próximas Olimpíadas, no ano que vem. Tudo isso faz daqui uma localização estratégica para sediar a Latin America Aero & Defense – Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, realizada em três pavilhões do RioCentro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 17 de abril. Maior feira especializada em segurança da América Latina, o evento apresenta novidades e propostas dentro do tema – inclusive automotivas. E, neste ano, reuniu mais de 600 expositores de diversos cantos do mundo. Nos estandes, os destaques são sempre equipamentos que vão desde simples sprays de pimenta


até modernos satélites, rastreadores e aeronaves. Mas a maior ênfase é em veículos de combate e de transporte de tropa. A Agrale, por exemplo, aproveitou a oportunidade para mostrar a nova geração do Marruá 4X4, enquanto a Iveco se juntou ao Exército Brasileiro para exibir seu blindado VBTP, con-

hecido como Guarani. O modelo transporta até 11 pessoas, pesa 18 toneladas, possui tração 6X6, pode chegar a 110 km/h e tem função anfíbia. Além disso, a fabricante de ônibus e caminhões expôs ainda o LMV, veículo leve multifuncional usado em missões de paz em vários países da Europa e Ásia, com mais

de 5 mil unidades comercializadas. Em contrapartida, a Technicae Projetos e Serviços Automotivos levou para seu estande uma proposta de revitalização de viaturas Urutu e a Inbra apresentou a nova geração do Gladiador. O modelo está sendo preparado homologação para uso pelo Exército Brasileiro.

Agrale Marruá 4X4: divulgação


Iveco LMV: Isabel Almeida/CZN

Iveco LMV – Veículo tático para missões especiais com alto nível de proteção balística e antiminas. O modelo é apropriado para ser utilizado em diversos tipos de terrenos e já foi adotado por vários países que fazem parte da Otan. Entre eles, destacamse a Itália, Espanha, Bélgica, Áustria, Inglaterra e Noruega. Atualmente, o LMV é usado em operações no Afeganistão, Líbano, Kosovo e Chad. Toyota Hilux – A picape média japonesa já roda pelo Exército Brasileiro com três aplicações diferentes. A principal delas, que engloba mais de 50% das cerca de 450 unidades em “serviço militar”, é a de ambulância. Para isso, a fabricante nipônica utiliza a carroceria em cabine simples. Já o modelo com habitáculo maior e cinco lugares dá expediente no transporte de tropas e de presos. Em todos os casos, o motor é o turbodiesel 3.0 de 171 cv com câmbio manual de cinco velocidades e tração integral. Iveco VBTP-MR – Fruto de uma parceria entre o Exército Brasileiro e a Iveco, o modelo – também chamado de Guarani – consome cerca de 3.200 horas de trabalho para ter cada uma de suas unidades produzidas. Desde 2013, 190 exemplares já foram construídos na fábrica da marca, em Sete Lagoas, no interior de Minas Gerais. Além de ar-condicionado, apresenta uma série de inovações tecnológicas, como sistema automático de detecção e extinção de incêndio e baixa assinatura térmica, o que dificulta

Toyota Hilux: Isabel Almeida/CZN

Destaques da LAAD 2015


Urutu Upgrade: Isabel Almeida/CZN

sua localização pelos inimigos. Urutu Upgrade – O Engesa EE-11 Urutu começou a ser desenvolvido em 1970, mas vem sendo substituído no exército brasileiro pelo Guarani da Iveco. A Technicae levou para a LAAD um projeto de modernização do blindado, que inclui a mudança do motor diesel V-6 de 260cv para um OM 366 A, um turbodiesel fabricado pela Mercedes-Benz capaz de desenvolver 186 cv. A mudança engloba ainda um novo conjunto de freios a disco e caixa de transmissão. Inbra Gladiador II – O veículo blindado do grupo brasileiro Inbra tem projeto e desenvolvimento 100% nacionais. O tremde-força é composto por um motor 4.8 litros de 185 cv e transmissão de seis marchas. O modelo vem sendo preparado para atender os pré-requisitos do Exército do Brasil e, em seguida, ser testado para homologação. Nesta segunda geração, seu peso passou de 6,5 toneladas para 9,2 toneladas. O carro de combate exibido na feira transporta cinco passageiros, mas o modelo aceita até oito ocupantes, com espaço suficiente para eles e seus equipamentos. Agrale Marruá 4X4 – A nova geração do utilitário deve ser lançada no segundo semestre deste ano e incorpora algumas alterações e avanços estéticos. A elevação na passagem a vau subiu de 600 mm para 800 mm e o capô e as portas são novas, com material mais resistente. Os para-lamas foram redesenhados, com degraus laterais para facilitar o acesso à caçamba. A tampa traseira é removível e lisa, para ser usada como rampa. A traseira ganhou lanternas de leds e o interior recebeu alterações no painel. O motor é um Cummins 2.8 diesel de 150 cv, com câmbio manual de cinco marchas e opção de caixa de transmissão com reduzida e pré-disposição para blindagem.

Inbra Gladiador II: Isabel Almeida/CZN


Enervosa strela A Mercedes-Benz começou a produção do GLE Coupé na fábrica de Tucasloosa, no Alabama, nos Estados Unidos. O SUV chama atenção pelo visual agressivo, que mistura linhas de utilitário esportivo e cupê. A configuração mais “apimentada”, a AMG, é equipada com propulsor 5.5 litros V8 biturbo de 577 cv e torque de 77,4 kgfm, acoplado a uma transmissão automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. A Mercedes confirmou a chegada do modelo para o Brasil ainda este ano, porém sem data oficial definida.


No vácuo

motomundo

da lei

Licenciamento de ciclomotores sofre com “jogo de empurra”das autoridades

O

Por Raphael Panaro Auto Press

que não falta é lei no Brasil. O difícil é fazê-las valer. Esses axiomas, consagrados no cotidiano brasileiro, têm um bom exemplo no setor de motocicletas. Mais especificamente nos ciclomotores, veículos de duas ou três rodas de até 50 cc e que atingem no máximo 50 km/h. Eles são submetidos a uma lei à parte das motocicletas e também dos automóveis. De acordo com o CTB – Código de Trânsito Brasileiro –, esse segmento de veículos obedece à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários. Ao contrário das motocicletas e carros em geral, que cumprem a norma estadual. Ainda segundo o CTB, os ciclo-

Ilistração: Afonso Carlos / CZN motores não podem circular em rodovias sem acostamento. Para que os municípios possam exercer as competências previstas no artigo 24, devem integrar-se ao SNT – Sistema Nacional de Trânsito – e criar uma legislação municipal para regulamentar o registro e licenciamento dos ciclomotores e também a emissão de ACC, ou Autorização de Condução para Ciclomotores – que na prática, exige um teste tão rigoroso quanto o necessário para obter uma CNH categoria B, para motocicletas. O CTB também prevê que, caso o município não possuia a devida estrutura, o trabalho acaba ficando a cargo do governo estadual. Em, relação ao registro e licenciamento,

o órgão que deve fiscalizar o cumprimento da lei pelos municípios é o Denatran – Departamento Nacional de Trânsito. E cabe a ele encarregar o Detran de cada estado a assumir a regulamentação dos ciclomotores. Já a permissão para conduzir os ciclomotores é um pouco diferente. Segundo resolução do Contran – Conselho Nacional de Trânsito –, os condutores precisam portar a ACC – Autorização para Conduzir Ciclomotor. O nome pode ser distinto, mas o processo adquiri-la demanda aprovação em testes como avaliação psicológica, aptidão física e mental, curso teórico-técnico, exame teórico-técnico, curso de prática de direção veicular e exame de prática de direção veicular. Para circular nas vias públicas, o condutor deve ser penalmente imputável – até o momento, ter mais de 18 anos – e também se responsabilizar pelo uso, tanto dele quanto do garupa, de capacete devidamente afixado à cabeça pelo conjunto formado pela cinta jugular e engate, sob o maxilar inferior. O CTB estabelece ainda que conduzir o veículo fora destas condições configura infração de trânsito gravíssima, punível com a aplicação de multa e apreensão do veículo e de medida administrativa de remoção do veículo. O que se vê nas ruas das cidades brasileiras, no entanto, é um enxame de ciclomotores sem placa, com condutores sem capacete e, em grande parte, menores de idade.


Fome de leão A

Peugeot levou para o Salão de Design de Milão, na Itália, um furgão-conceito que cairia muito bem no Brasil. O Peugeot Foodtruck Concept, também chamado de Bistrô do Leão, é um verdadeiro restaurante sobre rodas. A bordo, a cozinha tem duas chapas para grelhar alimentos e quatro queimadores de indução, bem como uma fritadeira. O sistema de ventilação garante a qualidade do ar ideal e um refrigerador de 400 litros num compartimento sob os pés mantém os alimentos sempre frescos. Uma geladeira de 350 litros resfria as bebidas e uma máquina de café expresso profissional proporciona aos clientes uma deliciosa conclusão para as refeições. O Foodtruck Concept ainda vem com todo o equipamento necessário para alimentar 30 clientes confortavelmente dentro do bistrô móvel. Também é possível assistir a cada movimento do chef, graças a uma tela de 46 polegadas e um conjunto de oito alto-falantes e 32 tweeters, estrategicamente colocados nas extremidades do veículo, para garantir uma ótima experiência de audição.


Revista Auto Press® é uma publicação semanal da Carta Z Notícias Ltda Criada em 9 de maio de 2014 Ano 1, Número 50, 17 de abril de 2015 Publicação abastecida pelo conteúdo jornalístico da edição 1.166 do noticiário Auto Press, produzido semanalmente desde 1º de dezembro de 1992 Redação: Rua Conde de Lages, 44 sala 606 - Glória 20241-900 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2286-0020 / Fax: (21) 2286-1555 E-mail: revista@autopress.com.br Diretores Editores: Eduardo Rocha eduardo@autopress.com.br Luiz Humberto Monteiro Pereira humberto@autopress.com.br Reportagem: Márcio Maio Raphael Panaro redacao@autopress.com.br Colaboradores: Luiz Fernando Lovik Augusto Paladino redacao@autopress.com.br

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